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PREPARO PARA COROA TOTAL EM ter até 1,5 mm de desgaste, dependendo da cerâ-
CERÂMICA (METAL FREE) mica e da cor do dente; já as faces oclusal e incisal
devem ter de 1,5 a 2 mm de desgaste.
Para dentes anteriores
O desenvolvimento das cerâmicas reforçadas es- Sulco marginal cervical
truturalmente com óxidos melhorou sua capaci- A sequência do preparo do sulco marginal segue
dade de resistir à ação das forças mastigatórias, os mesmos princípios já descritos nos preparos
inclusive nas regiões dos molares. Essa caracte- para dentes anteriores (Fig. 3.33).
rística, aliada às suas excelentes propriedades de
biocompatibilidade e estética, tem possibilitado Sulcos de orientação nas faces vestibular,
sua utilização na confecção de PPF nas regiões incisal e linguocervical
anterior e posterior. A profundidade dos sulcos deve ser de até 1,5 mm
A diferença entre os preparos para coroas to- para poder acomodar, sem sobrecontorno, a es-
tais cerâmicas e metalocerâmicas está na forma e pessura da cerâmica. Quando há necessidade de
na quantidade de desgaste do término cervical e confeccionar infraestrutura, esta deve ter apro-
das faces axiais e incisal/oclusal. O término cervi- ximadamente 0,5 mm para dentes posteriores e
cal deve ter a forma de ombro com ângulo axio- 0,3 mm para dentes anteriores, e a espessura da
gengival arredondado (ombro arredondado) e des- cerâmica de revestimento deve ser de no mínimo
gaste uniforme de 1 mm; as faces axiais podem 1 mm. Os sulcos vestibulares e linguais devem ser
A B
C D
FIGURA 3.33 (A) (B) Vistas dos dentes que serão preparados. Observe a inclinação para mesial do pré-molar que necessitará
de maior desgaste nesta face para obtenção do paralelismo entre os dois dentes pilares. (C) (D) Vistas do sulco marginal e do
posicionamento da ponta diamantada esférica em 45°.
confeccionados conforme o plano de inserção da Inicialmente, dois sulcos são feitos nos terços
prótese determinado previamente em um modelo mediocervical e medioincisal da face vestibular e
de estudo, para que os desgastes das diferentes na face linguocervical em uma metade do dente,
faces dos dentes pilares possam ser feitos buscan- usando-se uma ponta diamantada com extremi-
do-se forma de paralelismo. Desse modo, a quan- dade plana e borda arredondada (Fig. 3.15H) com
tidade de desgaste em uma ou mais faces do dente 1 mm de diâmetro, aprofundando-a uma vez e
deve estar de acordo com seu posicionamento e meio seu diâmetro. Nessa fase, deve-se tomar cui-
sua inclinação. Por exemplo, se um dos pilares dado com a inclinação da ponta diamantada, para
está mais inclinado para vestibular ou mesial e que os sulcos apresentem relação de paralelismo,
apresenta tratamento endodôntico, sua face mais como comentado anteriormente. Os sulcos incisais
inclinada deverá ter maior desgaste para não com- acompanham a mesma direção dos sulcos vesti-
prometer a vitalidade pulpar do outro dente. Se bulares, seguindo a inclinação da face incisal. Sua
ambos apresentam vitalidade, os desgastes devem profundidade deve ser de 1,5 a 2 mm, de acordo
ser feitos de modo a preservar a vitalidade pulpar com a quantidade de incisal que os dentes vizi-
de ambos. Entretanto, deve-se sempre levar em nhos apresentam. Com essa finalidade, usa-se o
consideração que a quantidade de desgaste nas diâmetro da ponta diamantada como referência:
diferentes faces é determinada pelas exigências duas vezes o diâmetro se o desgaste pretendido
estéticas e mecânicas do material restaurador, for de 2 mm, ou uma vez e meia se o objetivo for a
como comentado anteriormente. obtenção de 1,5 mm de desgaste (Fig. 3.34).
A B
C
FIGURA 3.34 Relação diâmetro da ponta diamantada/
profundidade dos sulcos.
Desgaste proximal, união dos sulcos e oclusão com os antagonistas devem ser emprega-
desgaste da concavidade palatina das como referência. Em seguida, confeccionam-
O desgaste da face proximal é feito com a ponta -se os sulcos na outra metade e realiza-se sua
diamantada tronco-cônica fina, seguindo os prin- união (Fig. 3.35).
cípios já descritos no preparo para coroa metalo-
cerâmica em dentes anteriores. Em seguida, faz- Preparo subgengival e acabamento
-se a união dos sulcos e a confecção dos sulcos de O término cervical do preparo é em ombro arre-
orientação da metade íntegra, seguindo-se todos dondado com desgaste de 1 mm, e deve-se utilizar
os passos citados anteriormente. a mesma ponta diamantada empregada para fazer
O desgaste da concavidade palatina é feito os sulcos de orientação. Os princípios e cuidados
com a ponta diamantada em forma de pera acom- que devem ser tomados nesse procedimento estão
panhando a anatomia da área. A quantidade de descritos no preparo para coroa metalocerâmica.
desgaste mínima deve ser de 1,5 mm, e, por causa Nesta etapa, é preciso também determinar a
da dificuldade de se confeccionar sulcos de orien- inclinação das faces axiais, que deve seguir as
tação nessa área, a metade íntegra do dente e a mesmas orientações descritas no preparo da coroa
A B
C D
FIGURA 3.35 (A) Posicionamento da ponta diamantada utilizada para o desgaste da face proximal. Esse desgaste é feito
levando-se em consideração a inclinação do outro dente pilar, como pode ser observado pelas linhas que tangenciam a ponta
diamantada e a face mesial do pré-molar. (B) União dos sulcos de orientação e confecção dos sulcos na outra metade. (C) (D)
Vistas do preparo.
A C
D E
FIGURA 3.36 (A) (B) Posicionamento das pontas utilizadas no preparo subgengival e no acabamento. (C) Preparo concluído. (D)
Vista do espaço lingual em relação ao dente antagonista. (E) Vista dos dentes preparados mostrando a relação de paralelismo
entre ambos.