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MATERIAIS DENTÁRIOS

MATERIAIS
DENTÁRIOS

MARINA ROCHA – 4O FOP/UPE 2022.2 1


MATERIAIS DENTÁRIOS

MATERIAIS DENTÁRIOS .................................................................................................................................................3


PROPRIEDADES DOS MATERIAIS DENTÁRIOS ................................................................................................................5
PROPRIEDADES ..................................................................................................................................................................... 5
Propriedades Químicas ................................................................................................................................................ 6
Propriedades Físicas ..................................................................................................................................................... 6
Propriedades Biológicas ............................................................................................................................................... 8
BIOCOMPATIBILIDADE ...................................................................................................................................................9
EFEITOS ADVERSOS DOS MATERIAIS DENTÁRIOS ........................................................................................................................... 9
Respostas inflamatórias ............................................................................................................................................... 9
Respostas alérgicas ...................................................................................................................................................... 9
Respostas tóxicas ....................................................................................................................................................... 10
Respostas mutagênicas .............................................................................................................................................. 10
EFEITOS DAS RESPOSTAS BIOLÓGICAS ....................................................................................................................................... 10
Efeitos Locais .............................................................................................................................................................. 10
Efeitos Sistêmicos ....................................................................................................................................................... 10
IMPORTÂNCIA DA BIOCOMPATIBILIDADE EM MATERIAIS RESTAURADORES DIRETOS ............................................................................ 10
FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESPOSTA DO COMPLEXO DENTINOPULPAR .................................................................................... 10
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR ..............................................................................................................11
REQUISITOS E CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS PARA PROTEÇÃO PULPAR .......................................................................................... 11
INDICAÇÃO DO MATERIAL PROTETOR ....................................................................................................................................... 11
MATERIAIS PARA SELAMENTO ................................................................................................................................................ 12
MATERIAIS PARA FORRAMENTO.............................................................................................................................................. 12
MATERIAIS PARA BASE CAVITARIA ........................................................................................................................................... 12
ASSOCIAÇÃO DOS MATERIAIS E SEQUÊNCIA DE APLICAÇÃO ........................................................................................................... 13
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO ................................................................................................................................................14
REAÇÃO DE PRESA ............................................................................................................................................................... 14
INDICAÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO ........................................................................................................................................ 14
MANIPULAÇÃO ................................................................................................................................................................... 14
PROPRIEDADES ................................................................................................................................................................... 15
CIMENTOS DE ÓXIDO DE ZINCO E EUGENOL (ZOE) .......................................................................................................17
CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO (CIV) ..................................................................................................................18
MATERIAIS PREVENTIVOS ............................................................................................................................................19

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MATERIAIS DENTÁRIOS

MATERIAIS DENTÁRIOS
São materiais utilizados na odontologia para diversos objetivos
A disciplina “Materiais Dentários”
e em diferentes procedimentos. São eles que servem, também, para
tem como objetivo introduzir aos
manter a saúde bucal em dia, realizar a prevenção de cáries e para
discentes o conhecimento e a
realizar a confecção de restaurações de longa e curta duração.
aplicabilidade dos diferentes
Todos os instrumentos fazem parte de uma classe de materiais materiais dentários com ênfase
odontológicos e suas funções são extremamente importantes. Dessa em suas propriedades mecânicas,
forma, o objetivo central é sempre melhorar a vida do paciente por físicas, químicas e biológicas. A
meio da prevenção de doenças, melhora na eficiência da mastigação execução de exercícios práticos,
e melhoria na fonética e estética. fundamentada nos
Eles devem preencher alguns requisitos para ser um material ideal conhecimentos adquiridos em
aulas teóricas, visa ensinar bases
1. Ser biocompatível
para uso racional dos materiais
2. Aderir permanentemente a estrutura dentária ou ao osso;
odontológicos; da mesma forma
3. Reproduzir a aparência natural da estrutura dentária e dos
que visa à compreensão das
demais tecidos visíveis (ser estético);
implicações de uso deles; à
4. Exibir propriedades semelhantes àquela do esmalte,
aplicação desses materiais em
dentina e outros tecidos;
situações específicas e ao
5. Ser capaz de iniciar a reparação tecidual ou a regeneração
desenvolvimento de habilidades
de tecidos perdidos ou danificados.
técnicas durante o manuseio.
Eles podem pertencer a uma das seguintes classes:
1. Metais: geralmente são usados em sua forma pura,
figuram principalmente constituindo as ligas metálicas presentes em peças protéticas, aparelhos
ortodônticos, limas endodônticas, implantes e instrumentais odontológicos. Ele é usado como um
elemento de substituição, reforço ou estabilização de tecidos com um aspecto mais rígido

2. Cerâmicas: Possuem propriedades físicas semelhantes à da estrutura dental, além de ótima


capacidade de reproduzir a estética dental. São resistentes à corrosão, têm excelente
biocompatibilidade e apresentam dureza compatível com a do esmalte do dente e baixa
condutividade térmica. Costumam ser bem aceitos pelo tecido e dão ao sorriso uma boa estética.

3. Polímeros: são substâncias compostas por cadeias de monômeros. Os polímeros mais utilizados
são os metacrilatos, presentes principalmente em resinas acrílicas, resinas compostas, cimentos
odontológicos, materiais de moldagem, selantes e adesivos.

Classificação dos materiais


1. Materiais Preventivos
→ Incluem
a. Selantes para fossulas e fissuras
b. Agentes seladores que previnem a infiltração
c. Materiais usados primariamente por seus efeitos antibacterianos
d. Materiais para forramento, bases, cimentos e materiais restauradores como o
compômero, o ionômero híbrido e o cimento de ionômero de vidro, os quais são
utilizados primariamente pelo fato de liberarem flúor ou outros agentes
terapêuticos para prevenir ou inibir a progressão de lesões de carie.

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2. Materiais Restauradores
→ São materiais utilizados para reparar ou substituir a estrutura dentária.
→ Incluem:
a. Primers g. Compômeros
b. Agentes adesivos h. Ionômeros híbridos
c. Forradores i. Metais fundidos
d. Cimentos para base de j. Metalocerâmica
restaurações k. Cerâmicas
e. Amálgamas l. Polímeros para prótese.
f. Resinas compostas
→ Alguns desses materiais podem ser usados para construção de dispositivos para liberação
controlada de agentes terapêuticos ou de diagnóstico.
→ Podem ser utilizados de:
a. Curta duração (materiais provisórios): como cimentos temporários e resinas para
coroas e próteses provisórias.
b. Longa duração: adesivos dentinários, inlays, onlays, coroas, próteses removíveis,
próteses fixas e dispositivos ortodônticos.
→ Podem ser divididos, ainda, em
a. Diretos: usados intraoralmente na fabricação de restaurações e dispositivos
protéticos diretamente nos dentes ou nos tecidos.
b. Indiretos: usados extraoralmente, nos casos em que os materiais são trabalhados
indiretamente sobre modelos ou réplicas dos dentes e demais tecidos.

3. Materiais Acessórios
→ São substâncias utilizadas no processo de fabricação de próteses e outros dispositivos, mas
que não se tornam parte dos mesmos.
→ Incluem:
a. Soluções para condicionamento ácido
b. Materiais de moldagem
c. Revestimentos para fundição
d. Modelos de gesso
e. Ceras odontológicas
f. Resinas acrílicas para moldeiras usadas para obtenção de modelos
g. Moldeiras para clareamento
h. Resinas acrílicas para protetores bucais
i. Placas oclusais e abrasivos para acabamento e polimento.

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PROPRIEDADES DOS MATERIAIS DENTÁRIOS


Os materiais odontológicos são, no geral, sólidos, ou líquidos que
sofrem mudança de estado físico e se tornam sólidos, sofrendo assim uma
mudança de estado físico. Esses materiais podem se apresentar em 3
estados: sólido, líquido ou gasoso.
Sabe-se que a matéria é composta por átomos e moléculas e que a
união entre essas moléculas pode se dar de forma primária ou secundária.
Os sólidos existentes na natureza se dividem em 3 grandes grupos e
dependem da sua configuração atômica. Essas ligações determinam as
propriedades do matérias.
→ Ligações primárias
o Ligações covalentes: não metal + não metal.
 Materiais formados por esse tipo de ligação: polímeros.
 São ligações mais fortes, caracterizada pelo compartilhamento de elétrons.
 Apresentam maior resistência e tendem a aceitar uma certa deformação.
 Ex.: resinas compostas, resinas acrílicas (base de dentaduras, aparelhos móveis) e
elastômeros (para moldagem de precisão).
o Ligações iônicas: mental + não metal.
 Materiais formados por esse tipo de ligação: cerâmicas, cimentos e gessos
odontológicos.
 São caracterizadas pela atração entre cargas positivas e negativas.
 Os materiais são mais friáveis → tendem a quebrar com mais facilidade sob tensão e
não sofrer deformação.
o Ligações metálicas: metal + metal.
 Materiais formados por esse tipo de ligação: ligas metálicas deformáveis ou friáveis.
 Caracterizadas pela formação de uma nuvem de elétrons, causando uma boa
condutividade termoelétrica (calor e eletricidade).
 Pode configurar ligas com excelente qualidade e característica de deformação, e ligas
friáveis, que são ligas que se quebram diante de tensão maior.
 Ex.: amálgama e ligas metálicas diversas.

→ Ligações secundárias: forças intermoleculares


o Dipolo-Dipolo (dipolo-permanente ou vander waals): polar
o Forças de London (dipolo-induzido): apolar
o Pontes de Hidrogênio: polar com H-F, H-O, H-N.

Para quê entender essas ligações? Entendendo as propriedades das ligações, fica mais fácil de entender
os comportamentos dos materiais.

Propriedades
Para que estudar as propriedades dos materiais dentários? O estudo das propriedades dos materiais
→ Para que seja possível entender e ter uma visão de: dentários permite que o CD defina quais os
o Como aquele material é aplicado melhores materiais ou os mais indicados
o Quais são as suas propriedades para cada tipo de procedimento e situação,
o Para que eles servem com o intuito de atingir o sucesso do
o Como eles são utilizados procedimento.

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MATERIAIS DENTÁRIOS

O meio em que é trabalhado é a cavidade bucal → é um ambiente agressivo e hostil, bastante


inconstante, úmido com bactérias, que passa por variações significativas de pH e temperatura (amilase salivar
e neutro, mas há oscilações em função da alimentação e em função da colonização bacteriana), exposição a
pigmentos.
Dessa forma, o material fica sujeito a umidade da boca, variação de pH, solubilidade, temperatura,
pigmentação. Esses fatores tendem a alterar e afetar a durabilidade dos materiais restauradores. Os materiais
devem apresentar propriedades que resistam as condições adversas do meio bucal.
A durabilidade de um material restaurador depende de sua dissolução, erosão, descoloração e
pigmentação, causadas e influenciadas pelas “intempéries” da cavidade bucal.
Propriedades Químicas
1. Sorção de água: é a suscetibilidade de adsorção/absorção de água e perda de componentes solúveis.
Adsorção: adesão de moléculas de um fluido a uma superfície sólida; Absorção: substância permeia o
volume de outra. Dessa forma, a matéria orgânica absorve água do meio, e assim, a água quebra a
ligação química entre a carga e a matriz, depositando-se em torno da partícula.

2. Solubilidade e desintegração: capacidade de desintegração na presença de líquidos. É necessário a um


material odontológico que este apresente uma baixa solubilidade. Uma alta solubilidade tende a
influenciar a pigmentação. A desintegração pode ser acelerada pela atrição (atrito da escova ou da
própria alimentação) -. Importante para os cimentos odontológicos.

3. Corrosão: é a deterioração de um metal por reação com o meio ambiente. Os metais são obtidos na
natureza sob a forma de óxidos metálicos, isto é, sua forma de equilíbrio. A corrosão representa a
volta dos metais a esse estado. Importante para as amálgamas. Ou seja, corrosão é a reação entre o
metal e o ambiente para voltar a sua forma de equilíbrio original (óxido)

Tipos de oxidação/corrosão:
o Oxidação seca: oxidação somente química, em que se tem um metal total exposto ao ar.
o Oxidação úmida ou eletroquímica: onde um meio aquoso funciona como eletrólito
acelerando o processo de oxidação.
o Oxidação galvânica: acontece quando tem dois metais diferentes em um mesmo meio e
acaba se oxidando ainda mais rápido do que se tivesse sozinho.
o Oxidação por célula de concentração: quando tem uma fenda próximo ao material
metálico.
o Degradação de materiais: A cavidade bucal facilita demais a degradação química dos
materiais restauradores, devido a umidade, gradientes de acidez, gradiente de
concentração. Todas as características da cavidade bucal vão predispor
Propriedades Físicas
1. Reológicas: é o estudo do escoamento da matéria.
a. Viscosidade: é a medida de consistência de um fluido e a sua resistência ao escoamento.

b. Tixotropismo: capacidade de um líquido de não escoar sobre o seu próprio peso. A viscosidade
diminui com o aumento da pressão.
2. Térmicas
a. Condutividade térmica: trata-se da quantidade de calor que passa através de uma espécime
de 1 cm de espessura com uma área de 1 cm³. Materiais condutores: metais; Materiais
isolantes: polímeros, madeiras, vidro.

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b. Coeficiente linear de expansão térmica: Fornece a mudança de comprimento quando a


temperatura é mudada em I°C.A ciclagem térmica pode levar a uma ruptura na interface das
restaurações.

Observação: Frente às variações de temperatura, devido à alimentação, os sólidos na cavidade


bucal sofrem contração e dilatação. Nesse âmbito, é importante que os materiais
restauradores tenham um coeficiente de expansão térmica que seja semelhante ao das
estruturas dentárias, para que não haja, por exemplo, tensão deletéria nas interfaces, levando
a infiltrações marginais.
o Ionômero de vidro – coeficiente muito próximo ao das estruturas dentárias
o Amálgamas – mais que o dobro
o Resinas compostas – podem ter valores bastante diferentes ou semelhantes.

c. Difusividade térmica: mede a velocidade com qual o corpo (material) que está com
temperaturas diferentes nas extremidades, leva para ficar uniforme.

3. Elétricas
a. Resistividade ou condutividade elétrica: capacidade de um material de conduzir eletricidade.
Condutores: metais; isolantes: resinas, cerâmicas e alguns cimentos. Seu conhecimento é
importante para a proteção do complexo dentina-polpa contra o choque galvânico.

4. Ópticas
Luz: radiação eletromagnética percebida pelo olho humano. Ordem crescente dos comprimentos de
onda: raios gama / raio-x / UV / luz visível / infravermelho / micro-ondas / radiofrequência
a. Cor: sensação induzida pela luz (espectro visível) com diferentes comprimentos de onda que
atingem os olhos. Possue 3 dimensões: matiz (cor dominante), croma/saturação (intensidade
do matiz), luminosidade (escala de cinza – de branco a preto).
b. Metamerismo: característica de um objeto de mudar a luminosidade, quando expostos a
diferentes fontes de luz. Importante para a seleção de cor do material restaurador.
c. Fluorescência: material absorve luz em um comprimento de onda próximo de 400nm e libera
com um comprimento de onda maior. Exemplos: em “luz negra”, restaurações cerâmicas
feldspáticas fluorescem.
d. Translucidez: material translúcido permite que alguma luz o atravesse/ultrapasse, absorve
certa quantidade e reflete o restante, isto é, permite a transmissão de alguma luz. Exemplos:
esmalte dental.
e. Opacidade: material não é capaz de transmitir a luz, mas é capaz de a absorver, refletir ou
dispersar. Importante no trabalho com núcleos cerâmicos ou resinas para preparos
transfixantes (classe III transfixante).
f. Transparência: material permite a transmissão da luz com pouca ou nenhuma distorção

5. Mecânicas
Conjunto de propriedades que caracterizam a reação do material a forças externas. A força aplicada
gera uma tensão que pode levar a uma mudança de forma (deformação) no mesmo.
a. Tensão: σ = Força (F) / Área (A) . Tensão é a resistência interna de um corpo a uma força
externa aplicada por unidade de área. Quando se imprime uma tensão em um corpo, este
tende a se deformar. As tensões são classificadas pela direção de aplicação da força. --- OBS:
as três tensões acontecem na boca.
▪ Tensão de tração: aplicada no sentido de alongar um corpo

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▪ Tensão de compressão: aplicada no sentido de encurtar um corpo.


▪ Tensão de cisalhamento: aplicada no deslocamento de um corpo sobre o outro.
b. Limite de proporcionalidade: é a maior tensão à qual um material pode ser submetido, de
forma que a tensão seja diretamente proporcional à deformação (ou seja, deformação
constante).
c. Limite de elasticidade: a maior tensão à qual um material pode ser submetido, retornando à
sua forma original. OBS: Lp e Le são iguais ou muito próximos.
d. Resiliência: absorção de energia/tensão, quando deformado elasticamente. Isto é, o material,
enquanto deformado, não transmite a tensão que ele está sofrendo. Importante: resina
composta com boa resiliência absorve a tensão e não a transmite à estrutura dentária,
evitando a fratura. Representada pela área triangular abaixo da curva da fase elástica.
e. Tenacidade: capacidade de absorver energia durante a deformação elástica e plástica até a
fratura. Representada pela área total abaixo da curva de deformação.
f. Modulo de Elasticidade: rigidez relativa de um material. Quanto mais rígido, menos o material
deforma. É uma constante, definida como a ração entre a tensão e a deformação. (E = σ/ε,
para valores até o Lp).
g. Friabilidade: incapacidade relativa de um material em suportar deformação plástica antes de
se fraturar. Exemplo: vidro (muito friável)
h. Ductibilidade e maleabilidade: capacidade de um material deformar-se permanentemente
sob tensão de tração e compressão, respectivamente. Ex.: ouro (mais dúctil)
i. Fadiga: resulta do desenvolvimento progressivo de uma trinca, sob ação de tensões inferiores
às da resistência máxima à fratura. Causada por defeitos microscópicos na superfície,
concentração de tensão (contato prematuro) e ciclo mastigatório.
j. Dureza: energia necessária para prever a resistência ao desgaste de um material e sua
capacidade de abrasonar as estruturas dentais opostas. Material que resiste a penetração ou
risco por outro material.
k. Odontologia trabalha com microdurômetros. Tipos: Knoopp, Vickers, Brinell, Rockwell, Shore.
Os três primeiros são usados na Odontologia.Knopp: medida da diagonal maior da impressão
de um diamante de base losangular no material
i. Vickers: média das duas diagonais da base quadrangular de um diamante impresso
em um material
ii. Brinell: diâmetro da impressão circular feita por uma esfera de aço no material.
Propriedades Biológicas
São as propriedades de biocompatibilidade, próximo assunto a ser abordado.

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BIOCOMPATIBILIDADE
É a capacidade de um material de desencadear uma resposta biológica apropriada de uma dada
aplicação no organismo: material biocompatível é aquele que desencadeia uma resposta imunológica
apropriada em determinada aplicação no organismo. Se o material é biocompatível, a resposta será
apropriada ou favorável. O desafio para os usuários é selecionar aqueles produtos para os quais os benefícios
conhecidos superam em muito os riscos conhecidos.
Ela é avaliada através de análises da composição, testes de degradação superficial, testes de cultura de
células e testes clínicos em humanos e animais. O objetivo desses testes é proteger o paciente que será tratado
com os materiais, bem como a equipe que irá manipular esse material, uma vez que esses testes lidam com
avaliações de risco. Nenhum material é livre de reações adversas.
A biocompatibilidade de um material depende:
(1) Natureza química dos seus componentes
(2) Natureza física de seus componentes
(3) Tipos e localizações dos tecidos do paciente que estarão expostos ao dispositivo
(4) Duração da exposição
(5) Características da superfície do material
(6) Quantidade e natureza das substâncias liberadas pelo material.
Toda vez que é colocado um material em um corpo, é criada uma interface. Essa interface é ativa e
dinâmica, ou seja, o corpo influencia o material e o material influencia o corpo. Ex.: dente – restauração: a
restauração vai influenciar na dentina e a dentina vai influenciar na restauração. A dinâmica da interação entre
o material e o corpo determinará a resposta biológica ao material e a capacidade de o material sobreviver ou
resistir à degradação ou à corrosão quando em função.
A atividade da interface está relacionada a 4 fatores:
✓ Localização do material - dente, mucosa, língual, palato
✓ Tempo de permanência do material no corpo - material restaurador x material de moldagem
✓ Propriedades do material - degradação, estabilidade química
✓ Saúde do hospedeiro
A biocompatibilidade de um material em uma situação não garante a biocompatibilidade em outra aplicação:
não é possível afirmar que um material é ou não biocompatível, de modo genérico, porque isso depende de
fatores como (1) as condições do hospedeiro, (2) as propriedades do material, (3) contexto em que o material
é utilizado.
Efeitos adversos dos materiais dentários
Diferentes respostas biológicas quando determinado material entra em contato com um tecido vivo. As
respostas biológicas podem ser classificadas em inflamatórias, alérgicas, tóxicas ou mutagênicas.
Respostas inflamatórias
Quando ocorre qualquer agressão ao tecido do corpo, a resposta inflamatória tem o intuito de defender o
mesmo. A inflamação é caracterizada por alterações vasculares, edema do tecido e infiltração de células
inflamatórias (neutrófilos, monócitos e outras células linfocitárias).
→ São dose-dependentes e proporcionais a quantidade de substância.
Respostas alérgicas
A resposta alérgica tem o mecanismo muito parecido com a inflamatória, uma vez que procura, também,
defender do corpo o material desconhecido. Porém, essa resposta é caracterizada por envolver a reação do
sistema imunológico e inclui a mobilização de monócitos, macrófagos e linfócitos T e B.

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MATERIAIS DENTÁRIOS

→ Essas respostas tendem a ser, inicialmente, independentes da dose e desproporcionais à quantidade de


substâncias agressoras.
Respostas tóxicas
Toxicidade indica quão nociva uma substância é ao penetrar o organismo e consiste na capacidade de uma
substância química em produzir uma agressão ao interagir com um organismo vivo.
→ Depende da dose e/ou do sistema biológico de cada paciente.
Respostas mutagênicas
Mutagenicidade é a propriedade de uma substância em induzir ou aumentar a frequência de mutação em um
organismo. Mutação é entendida como uma modificação estrutural, de aparecimento súbito, que surge em
um gene ou cromossomo de um organismo e que altera a sequência de pares de bases do DNA na célula.
Podem ser causadas pelas interações diretas entre uma substância e o DNA ou indiretamente pelas alterações
nos processos celulares que mantém a integridade do DNA.
Importante: mutagenicidade não significa carcinogenicidade (capacidade de causar tumores).

Efeitos das respostas biológicas


Esses efeitos biológicos podem acontecer em nível atômico ou a nível de organismo como todo:
átomos > moléculas > células > tecidos > órgãos > sistemas > organismo
A natureza, a gravidade e a localização desses efeitos são determinadas pela distribuição das substâncias
liberadas. Quando se aplica um material num organismo, pode-se ter 2 tipos de efeitos: locais ou sistêmicos.
Efeitos Locais
Levando em consideração os materiais dentários diretos e o os tecidos, os materiais vão ser aplicados ou ter
contato direto com a polpa, periodonto, ápice radicular, lábios, mucosa bucal ou língua.
O efeito que a substância vai promover no organismo vai depender:
• A capacidade de distribuição do material nos locais,
• A concentração do material capaz de causar uma alteração local,
• O tempo de exposição que o material terá em contato com o tecido.
Efeitos Sistêmicos
Quando se coloca um material em determinado local, dificilmente ele fica estático. A depender da sua
composição, por exemplo, ele começa a liberar pequenas substâncias ou partículas dentro do organismo que
irão desencadear o efeito biológico, a resposta biológica do organismo.
A distribuição de substâncias liberadas pode ocorrer por difusão simples ao entrar em contato com os tecidos
ou através do transporte via vasos linfáticos ou sanguíneos.
Depende de:
• Duração e concentração da exposição
• Taxa de excreção da substância
• Local de exposição
Importância da biocompatibilidade em materiais restauradores diretos

Fatores que influenciam na resposta do complexo dentinopulpar

TERMINAR

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MATERIAIS DENTÁRIOS

PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR


Os tecidos estão intimamente ligados de forma que reações fisiológicas e patológicas em um tecido
também afetarão o outro.
Da instalação de uma cárie até o selamento da interface dente-restauração, são vários os fatores
responsáveis pelos efeitos adversos à polpa. Uma vez que em cavidades profundas perde-se o efeito protetor
da dentina, contra lesões pulpares, faz-se necessário o uso de materiais com características específicas.
Requisitos e classificação dos materiais para proteção pulpar
Um agente de proteção ideal possui os seguintes requisitos:
1. Ser bom isolante térmico e elétrico
2. Ter propriedades bactericidas e/ou bacteriostática
3. Apresentar adesão às estruturas dentais
4. Estimular a recuperação das funções biológicas da polpa, favorecendo a formação de uma barreira
mineralizada
5. Favorecer a formação da dentina terciária ou esclerosada, particularmente remineralizando a dentina
desmineralizada no fundo cavitário
6. Ser biologicamente compatível com o completo dentinopulpar, mantendo a vitalidade do dente
7. Apresentar resistência mecânica suficiente aos esforços de condensação e contração de polimerização
dos materiais restauradores
8. Inibir a penetração de íos metálicos do dente, diminuindo a descoloração ao longo do tempo, causada
por restaurações metálicas
9. Evitar ou diminuir a infiltração das bactérias ou toxinas bacterianas na dentina e na polpa
10. Ser insolúvel no ambiente bucal
Importante: não existe um único material com todos os requisitos descritos, mas dependendo da situação
clínica, é necessário mais de um material para garantir a restauração duradoura, funcional e estética, que
tenha o compromisso, acima de tudo, de manter a vitalidade pulpar.
Indicação do material protetor
Deve-se basear na (1) profundidade da cavidade, (2) no diagnóstico da condição pulpar, (3) no material
restaurador definitivo.
É importante que o material/associação empregada proteja o dente contra agentes químicos, elétricos,
térmicos e mecânicos, e que possa ser utilizado como medicação pulpar, quando necessário.
Os materiais protetores são classificados, baseado na espessura da camada do material odontológico e na sua
viscosidade durante a aplicação, em: materiais para selamento, para forramento e para base cavitaria.

1. Selamento 3. Base
◊ Vernizes Cavitários ◊ Cimento de Policarboxilato de Zinco
◊ Sistemas Adesivos ◊ Cimento de Fosfato de Zinco
◊ Cimento de Ionômero de Vidro Convencional
◊ Cimento de Ionômero de Vidro modificado por
resina
2. Forramento ◊ Resinas de baixa Viscosidade
◊ Cimento de Hidróxido de Cálcio ◊ Resinas Poliácido modificadas
◊ MTA ◊ MTA Modificado
◊ MTA Modificado ◊ Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol

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MATERIAIS DENTÁRIOS

Materiais para selamento


 São líquidos ou cimentos de baixa viscosidade
 Produzem uma película protetora extremamente fina
 Reveste a estrutura dentária recém-cortada ou desgastada durante o preparo cavitário
 Principal objetivo do material:
◊ Vedação da embocadura dos túbulos dentinários
◊ Vedação dos microespaços que se formam entre o material restaurador e as paredes
circundantes da cavidade
 Devem reduzir a permeabilidade da dentina, prevenindo a infiltração de fluidos e bactérias, reduzindo
possíveis trocas moleculares e iônicas, entre o material restaurador e a superfície dentinária.
 Não são capazes de proteger o dente de choques térmicos e elétricos
 Podem ser utilizados em todas as cavidades, independente da profundidade cavitaria → depende,
unicamente, do material restaurador a ser utilizado.
 Agentes para selamento empregados atualmente: Vernizes Cavitários e Sistemas Adesivos
Materiais para forramento
 Materiais que se apresentam na forma de pó e líquido, ou na forma de duas pastas, que após serem
inseridas no dente formam uma película fina (0,2 a 1mm)
 Função:
◊ Proteger a polpa das agressões externas
◊ Estimular a formação da barreira da dentina mineralizada quando a polpa for exposta.
 Possuem baixas propriedades mecânicas → seu uso deve ser restrito a cavidades profundas.
 Devem ser bioativos para induzir a reparação da popa e reduzir os efeitos tóxicos e deletérios dos materiais
restauradores definitivos em cavidades profundas.
 Devem apresentar características bactericidas e/ou bacteriostáticas para reduzir a quantidade de
bactérias que porventura estejam presentes ou infiltrem na região da interface entre o dente e a
restauração.
 Agentes de forramento empregados atualmente: Hidróxido de Cálcio, MTA (Agregado Trióxido Mineral)
e MTA modificado.
◊ Opção: uso provisório de cimento de óxido de zinco e eugenol tipo IV, somente para cavidades
profundas sem a exposição pulpar → intuito de reduzir a inflamação pulpar e amenizar a
sensibilidade dolorosa (propriedade anti-inflamatória do eugenol)
Materiais para base cavitaria
 Geralmente comercializados em forma de pó e líquido, que após a mistura, formam uma película espessa
(>1mm).
 Funções
◊ Proteger o material de forramento que, em geral, tem baixas propriedades mecânicas.
◊ Proteger contra estímulos térmicos e elétricos
◊ Reconstruir parte da dentina perdida, diminuindo o volume de material restaurador definitivo.
 São mais efetivos na proteção contra estímulos térmicos e elétricos do que os anteriores → devem ser
empregados com espessura adequada para promover o isolamento térmico
 Em muitas ocasiões, esse material será utilizado como “dentina artificial”
 São empregados em cavidades de média profundidade ou profundas.
 Agentes de bases cavitarias empregados atualmente:
1. Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) 3. Resinas de baixa Viscosidade
Convencional 4. Resinas Poliácido modificadas
2. Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) 5. MTA Modificado
modificado por resina 6. Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol

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MATERIAIS DENTÁRIOS

 Cimento de Policarboxilato de Zinco e Cimento de Fosfato de Zinco → não são mais empregados como
agentes de base porque se tem no mercado materiais com melhores propriedades para uso.
Associação dos materiais e sequência de aplicação
Primeiro critério para determinar o tipo e a sequência de materiais empregados para a proteção do complexo
dentinopulpar: profundidade biológica.
 Cavidades Rasas-Médias → O material de selamento é suficiente para a realização da proteção do
completo
 Cavidades Médias-Profundas → É usado material de base seguido de um agente de selamento.
 Cavidades Profundas
◊ Com ou sem exposição pulpar → é necessário aplicar a um material de forramento.
◊ Para proteção do material de forramento (fraco e solúvel), é necessário e indispensável o uso de
um agende de base.
◊ É necessário o uso de um agente de selamento nos locais em que os materiais de forramento e de
base não entraram em contato com as paredes cavitarias.
A profundidade biológica, apesar de determinar a sequência de materiais, ela por si só não define quais
materiais de proteção serão empregados para cada uma das camadas. É necessário saber qual tipo de
material definitivo será utilizado na restauração da cavidade
 Materiais resinosos
◊ Agente de selamento: deve ser, necessariamente, um sistema adesivo.
◊ Agente de Forramento: resina composta de baixa viscosidade ou CIV.
◊ Materiais que não podem ser utilizados com resina composta: Cimento de Óxido de Zinco e
Eugenol (ZOE) → o Eugenol inibe a polimerização do material
 Amálgama → pode empregar sistema adesivo ou verniz cavitário como agente de selamento.
CRITÉRIOS PARA DETERMINAR OS MATERIAIS EMPREGADOS PARA A PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR
1. Qual a profundidade biológica da cavidade? → define a sequência de materiais
2. Qual o material definitivo que será utilizado na restauração da cavidade? → define quais materiais serão
utilizados

Quantidade de dentina remanescente após o preparo


cavitário e material a ser utilizado para proteger o
complexo dentinopulpar para uma restauração definitiva
Dentina remanescente Associação de materiais
< 0,5 mm Forrador + Base + Selador
0,5 a 1,5mm Base + Selador
> 1,5 mm Selador

Há situações em que o procedimento restaurador definitivo não é realizado na mesma sessão clínica. É
comum quando há necessidade de adequação do meio bucal, indisponibilidade de tempo clínico e quando o
paciente já tem uma queixa prévia de sintomatologia dolorosa intensa ou cavidades muito profundas, nas
quais se deseja evitar exposição pulpar. Nesses casos pode ser utilizado a base como material restaurador
provisório. Na sessão clínica subsequente, rebaixar o material ou removê-lo completamente para a inserção
do restaurador definitivo.
O paciente deve retornar de 45 a 60 dias pós procedimento para proservação.

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MATERIAIS DENTÁRIOS

HIDRÓXIDO DE CÁLCIO
É um agente de forramento, utilizado para capeamento pulpar, que tem como função proteger a polpa das
agressões externas e estimular a formação da barreira da dentina mineralizada quando a polpa for exposta.
O hidróxido de cálcio é um pó branco, com pH altamente alcalino (~12,5) e possui alta solubilidade em água.
Esse material está disponível na forma de
◊ Pró-análise (PA) → pó (Hidróxido de Cálcio PA)
◊ 2 pastas (quimicamente ativado)
◊ Pasta única fotoativada
Formas de empregar:
◊ In natura → pó ou pasta ao misturar com algumas gotas de soro fisiológico.
◊ Solução de água de cal → deve-se misturar 1 a 2g de pó para cada 10ml de água. É utilizado para
limpeza cavitária.
As pastas de hidróxido de cálcio de presa química são comercializadas em duas pastas (como a imagem ao
lado). Uma pasta é a base e a outra pasta, catalizadora.
Reação de presa
É uma reação ácido-base com a produção de um sal altamente básico. A
substância responsável pelo endurecimento do material são os íons cálcio
e zinco, presentes na pasta catalizadora, e o salicilato, presente na pasta
base.
Salicilatos são ácidos fracos, semelhantes ao Eugenol. Reage com o
Hidróxido de cálcio, formando um sal amorfo de dissalicilato de cálcio.
Indicação e mecanismo de ação
 Material Bioindutor → empregado em casos de exposição pulpar direta ou indireta, onde houver uma
espessura de dentina remanescente menor que 0,5mm. Acima dessa espessura, é desnecessário.
 Contato direto com a polpa → o hidróxido de cálcio se dissocia em íons cálcio Ca++ e hidroxila OH-,
produzindo uma cauterização química superficial do tecido pulpar em razão do alto pH. O meio alcalino
gerado pelo hidróxido de cálcio é propício para a deposição mineral → estimula a diferenciação de células
mesenquimais indiferenciadas e odontoblastos que passam a secretar uma matriz mineralizada (ponte de
dentina).
 Há, também, a estimulação de alguns fatores de crescimento de enzimas como a fosfatase alcalina
(estimula a liberação de fosfato → resultando na formação de fosfato de cálcio, principal componente da
hidroxiapatita).
Manipulação
 Em forma de pó não necessita de manipulação. Pode ser aplicado diretamente no local de exposição na
forma em pó ou em pasta após a mistura com algumas gotas de soro fisiológico. Os cimentos de hidróxido
de cálcio fotoativado também não necessita de manipulação.

 Cimentos de presa química → exigem mistura do conteúdo da pasta base com a pasta catalizadora.
1. São despejados na placa de vidro, em quantidades iguais
2. As duas pastas são misturadas com uma espátula ou o próprio portal dycal, até a obtenção de uma
cor uniforme com no máximo 10 segundos para garantir o tempo de trabalho adequado.
◊ A espátula é preferível para essa manipulação porque homogeneíza melhor o material e reduz
a chance de incorporação de bolhas, aumentando a resistência do material.

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MATERIAIS DENTÁRIOS

3. Após a mistura, o material deve ser aplicado na cavidade com o instrumento para aplicação de
hidróxido de cálcio
◊ Com a ponta ativa, esférica, deve tocar no cimento recém-manipulado, de forma que apenas
a parte inferior da esfera seja coberta pelo cimento
◊ Deve-se aplicar o material na parte mais profunda da cavidade em uma fina camada.
 Por se tratar de um material bioativo, apenas exerce sua função se estiver em contato com o local mais
profundo da cavidade.
 Seu uso em excesso pode levar à diminuição das propriedades mecânicas da restauração como um todo.
 Deve ter cuidado durante a inserção do material para evitar que ele fique aderido às paredes laterais, pois
pode afetar a adesão às paredes cavitarias e o selamento da restauração por causa da alta solubilidade do
material.
Obs.: aumentar a quantidade de pasta catalisadora não aumentará o tempo de presa e não induzirá um
endurecimento do material → com o aumento da quantidade, há o aumento do hidróxido de cálcio,
ocasionando diminuição da radiopacidade e da resistência mecânica do cimento.
 Tempo de trabalho: 2 a 3 min sob condições normais de temperatura e umidade.
 Tempo de presa final: 7 minutos sem contato com umidade
 A temperatura e a umidade aceleram o tempo de presa → é fundamental que a cavidade esteja
visualmente seca, mas sem desidratação.
 Devem ser sempre protegidos por um material de base antes da inserção do material restaurador
definitivo.

Propriedades
Vantagens Desvantagens
Neutraliza o pH ácido Alta solubilidade à água
Promove a cicatrização e reparo a partir do seu pH Baixa propriedades mecânicas → baixa resistência à
Inicialmente bactericida e bacteriostático compressão e à tração e elasticidade
Estimula sistemas enzimáticos Falta de adesão

 Ação antibacteriana (pH 12);


 Ação anti-inflamatória
 Ação anti-hemorrágica
 Induz o reparo do tecido mineralizado
 Estimula a deposição de dentina/Efeito mineralizador;
 Baixa condutibilidade térmica/isolante térmico (duvidoso – camada fina);
 Radiopacidade.

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MATERIAIS DENTÁRIOS

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MATERIAIS DENTÁRIOS

CIMENTOS DE ÓXIDO DE ZINCO E EUGENOL (ZOE)

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MATERIAIS DENTÁRIOS

CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO (CIV)

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MATERIAIS DENTÁRIOS

MATERIAIS PREVENTIVOS

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