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S U M Á R I O

S U M Á R I O
1. A CIÊNCIA DOS 3B’S ................................................................................................................................... 22
Fundamentos da biocompatibilidade .............................................................................................................. 23
Fundamentos da biomimética ................................................................................................................................ 24
Bioatividade na Odontologia restauradora ................................................................................................ 37

2. ENTENDENDO AS CARACTERÍSTICAS DOS DENTES ............................................... 46


Qual seria o material de escolha que melhor substitui o esmalte e a dentina?................ 47

3. CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DAS RESINAS COMPOSTAS ........................................... 54

4. EVOLUÇÃO DAS RESINAS INJETÁVEIS .................................................................................. 60

5. POSSIBILIDADES CLÍNICAS ............................................................................................................. 66


Selamento dentinário imediato ............................................................................................................................. 69
Lesão não cariosa ............................................................................................................................................................... 76
Lesão cervical não cariosa .......................................................................................................................................... 80
Lesão palatina não cariosa......................................................................................................................................... 83
Lesão oclusal não cariosa............................................................................................................................................ 84
Elevação da margem cervical................................................................................................................................... 94
Reconstrução de retentores intrarradiculares ........................................................................................ 99
Reanatomização dos dentes anteriores ...................................................................................................... 113

6. CASOS COMPLEXOS............................................................................................................................ 170

7. OTIMIZAÇÃO DA PRÁTICA CLÍNICA ODONTOPEDIÁTRICA .......................... 186


UTILIZAÇÃO DE RESINAS INJETÁVEIS BIOATIVAS

8. WORKFLOW DIGITAL ......................................................................................................................... 192


OTIMIZANDO A TÉCNICA DE INJEÇÃO COM RESINAS FLUIDAS
Workflow digital na Odontologia estética .................................................................................................. 193
Sistemas de escaneamento intraoral............................................................................................................. 194
Software de design em restaurações estéticas .................................................................................... 195
Impressão 3D ........................................................................................................................................................................ 197
Caso clínico.............................................................................................................................................................................. 199
Considerações finais ...................................................................................................................................................... 205

REFERÊNCIAS............................................................................................................................................................................. 206
RESINAS INJETÁVEIS 1

1.14  Fibra Ribbond®, Resina flow EverX®.

A segunda camada fina de compósito é co- A tecnologia adesiva tem provado sua eficiên-
mumente colocada usando resina composta. cia em restabelecer simultaneamente a rigi-
Uma técnica de estratificação pode ser usada, dez da coroa e permitir o máximo de proser-
com incrementos horizontais finos respeitan- vação do tecido duro remanescente. Estudos
do-se a morfologia dentária, suas caracterís- demonstraram que as restaurações com re-
ticas de cor e suas especificidades estéticas. sinas compostas permitem a recuperação da
rigidez do esmalte, o que não foi possível com
A capacidade única de um dente natural de restaurações de amálgama.
suportar cargas mastigatórias e térmicas du-
rante o período da vida é resultado da inter-
-relação estrutural e física de um tecido extre-
mamente duro (esmalte) e outro mais mole
e flexível (dentina). O reconhecimento dessa
inter-relação tem levado a uma preocupação
crescente sobre a resposta biomecânica do
tecido duro intacto aos procedimentos res-
tauradores. A situação tem sido particular-
mente instrutiva nos dentes posteriores. Um
passo importante foi obtido quando os pes-
quisadores focalizaram a atenção sobre os A

efeitos colaterais da biomecânica das restau-


rações de amálgama (isto é fraturas de cúspi-
des e a síndrome do dente rachado) que nos
levaria a falhas catastróficas.

Em resposta, inúmeros estudos, analisando


a tensão e a deformação biofísica têm de-
monstrado que os procedimentos restaura-
dores podem tornar a coroa dos dentes mais
deformável e os dentes podem ser reforça-
B
dos através do aumento de sua resistências
à deformação coronal com porcelanas ou 1.15 A,B  Casos em que restaurações com alto módulo
de elasticidade podem ocasionar trincas e, posteriormente,
resinas compostas. falhas catastróficas.

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A CIÊNCIA DOS 3B’s

Importantes avanços têm resultado do estu-


do e da compreensão da flexão das cúspides
e dos limites plásticos, que são parâmetros
principais na performance do complexo den-
tina-restauração. Um grande número de den-
tes posteriores pode ser tratado com resinas
compostas diretas para assegurar a integri-
dade biomecânica da coroa dental.

Todavia, deve ser lembrado que as proprieda-


A
des físicas das resinas compostas são, de cer-
ta forma limitadas. Uma limitação é o módulo
elástico; as resinas possuem um módulo elás-
tico de 10 a 20 Gpa, podendo ser 80% mais
baixo que o modulo elástico do esmalte den-
tal (cerca de 80 Gpa). Em relação ao módulo
de elasticidade da dentina (14 a 18 Gpa), a re-
sina se comporta muito bem. De acordo com
o princípio biomimético, quando temos es-
trutura dental localizada perdida ela pode ser
substituída por resina composta. Esta indica-
B
ção fica muita clara, pois quando temos vários
dentes que apresentam perda significativa da
estrutura coronal, as restaurações adesivas de
porcelana serão sempre indicadas. A escolha
do material restaurador é muito importante.

Quando utilizamos os materiais biomiméti-


cos, caso haja algum problema, este se re-
flete no material, preservando a estrutura
dental. Por exemplo: em dentes restaurados
com faceta de resina composta e com pino
C
de fibra de vidro (que são materiais biomi-
1.16 A-C  Materiais biomiméticos e passos que garantem boa
méticos). geralmente a falha se manifesta- longevidade em restaurações posteriores: ácido em esmalte,
rá na faceta ou no pino; consideramos esse selamento dentinário e restauração em resina composta.
caso como falhas amigáveis.

A B C

1.17 A-C  Casos onde o uso de materiais mais biomiméticos (fibra de vidro mais resina composta) falharam, mas a falha se
limitou a eles, sendo de forma mais amigável. Conseguimos recuperar o dente.

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RESINAS INJETÁVEIS 1

filme (potencial antimicrobiano) foram de- lógicos e estéticos comparáveis às resinas


monstrados em diversos estudos. A partícula compostas nanohíbridas.
de S-PRG pode ser adicionada a materiais uti-
lizados na Odontologia Preventiva e Restau- PERSPECTIVAS FUTURAS
radora, como vernizes, selantes, adesivos e
resinas compostas restauradoras. Para que As pesquisas estão cada vez mais direciona-
haja liberação dos íons, é necessária a expo- das para o aprimoramento dos materiais res-
sição do material ao meio aquoso, sendo esta tauradores odontológicos que possam otimi-
maior quando em um pH ácido. zar e favorecer os processos terapêuticos/
reparadores relacionados aos tratamentos.
O desempenho clínico destes materiais res- Diferentes estratégias estão em desenvolvi-
tauradores que liberam íons é favorável, mento, como as direcionadas à reposição do
com longevidade satisfatória em estudos de conteúdo mineral dos tecidos dentais e que
acompanhamento clínico de longo prazo. Ve- estimulam a proliferação e diferenciação ce-
rificou-se que a resina composta contendo a lular, permitindo a reposição da matriz denti-
tecnologia GIOMER exibe resultados clínicos nária ou atuando como arcabouço capaz de
relacionados aos parâmetros funcionais, bio- guiar a precipitação da apatita.

Solução aquosa 1 mm
de ácido
poliacrílico 1000 x 1µm
3 µm
Camada superficial modificada 200 nm

Fase iônica de vidro 500 nm

Núcleo de vidro multi-funcional


Superfície tratada 1 µm

1000 x 1µm

S-PRG - SURFACE PRE REACTED GLASS (VIDRO PRÉ-REAGIDO NA SUPERFÍCIE)

Camada superficial
modificada

Fase iônica

Núcleo de vidro
multi-funcional

1.18  Partícula giomer e cada íons presente nela com suas principais funções.

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RESINAS INJETÁVEIS 2

MÓDULO DE ELASTICIDADE

O termo módulo de elasticidade descreve Em revisões da literatura observam-se varia-


a relativa rigidez ou dureza de um material ções dos valores das propriedades do módu-
que é medida na redução da região elástica lo de elasticidade. Segundo a literatura temos
no diagrama de tensão/deformação. É o prin- esses valores:
cípio de quanto mais baixa for a deforma-
ção para um determinado valor de tensão, Esmalte: 46 a 48 Gpa
maior será o valor do módulo de elasticida- Dentina: 12 a18 Gpa
de .A magnitude do módulo de elasticidade Resina: 12 a15 Gpa
é um fator de influência na intensidade dos Fibra: 40 Gpa
estresses gerados durante o endurecimento Porcelana: 60 A 70 Gpa
da resina composta. O módulo flexural defi- Cerâmica: 95Gpa
ne a flexibilidade de uma amostra, e quando Ziircônia: 150 Gpa
tem-se altos valores indica que estamos dian-
te de um material muito rígido. Observa-se
essa PROPRIEDADE MECÂNICA em diversas
situações clínicas: quando trabalhamos com
materiais com módulo de elasticidade mais
alto que o módulo de elasticidade do dente
e o mesmo recebe uma força elevada. Geral-
mente, quando o paciente morde uma coisa
dura, teremos uma falha catastrófica e se o A
dente for restaurado com um material com
módulo de elasticidade menor que do dente
teremos uma falha amigável.

corpo de prova
B

F máx

Mr
C

2.3  Esquema que ilustra o conceito da alteração do módulo 2.4 A-C  Fratura da cúspide lingual do primeiro molar inferior.
de elasticidade. A força é exercida sob o corpo e o mesmo O mesmo foi restaurado com amálgama, cujo módulo de elas-
irá deformar. Quanto maior o módulo de elasticidade do den- ticidade é superior ao dente. Devido um trauma sob o dente
te, menor é a sua deformação. sua cúspide veio a fraturar e a restauração ficou intacta. Falha
catastrófica configurando em prognóstico duvidoso em relação
à indicação da permanência do dente com essa fratura.
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ENTENDENDO AS CARACTERÍSTICAS DOS DENTES

Exemplo de material com módulo de elastici- micropartículas, distribuídas ao redor de 0,6


dade maior que o dente: AMÁLGAMA. mm, com alta densidade, ao redor de 80% de
fase inorgânica, aumentam substancialmente
Devido ao alto módulo de elasticidade do o módulo de elasticidade. A relativa variação
amálgama, caso ocorra uma força excessiva das quantidades de UEDMA, BISGMA e TEGD-
sobre o dente, o mesmo pode fraturar cau- MA tem um efeito significativo nas proprieda-
sando uma falha catastrófica. des mecânicas da resina composta; no entan-
to, para selecionar uma combinação específica
Exemplo de materiais com valor de módulo
desses componentes, é possível designar uma
de elasticidade menor ou próximo ao do den-
composição que tem específicas aplicações. As
te: RESINA COMPOSTA
resinas mostraram diferenças estatísticas en-
tre si nos valores dos módulos de elasticidade.
Devido ao baixo módulo de elasticidade, se
ocorrer uma força excessiva sobre o dente,
a mesma pode fraturar, causando uma falha TENACIDADE
amigável.
Esta propriedade avalia a resistência à propa-

Embora não exista um valor constante na lite- gação das trincas dos materiais. A resistência à
ratura para o esmalte e a dentina, devido às fratura desempenha um papel vital na resina
diferenças atribuídas aos problemas técnicos composta; é uma medida da resistência de um
associados ao preparo e aos testes desses di- material à propagação de uma trinca de um
minutos corpos de prova, é óbvio que os valo- defeito preexistente de tamanho conhecido e
res dos materiais dessa propriedade têm sido nitidez infinita, ou seja, uma pré-rachadura. A
correlacionados fundamentalmente ao tama- tenacidade à fratura mostrou um aumento à
nho, formato, composição e distribuição das medida que o peso aumenta até um valor crí-
partículas inorgânicas. Por isso, as resinas com tico de 75%. Após este valor observou-se uma

PERDA DA RESTAURAÇÃO

A B

2.5 A,B  Fratura da restauração em resina composta. Falha amigável: a restauração falhou, porém ainda tem-se o remanes-
cente anterior, devido à resina possuir um módulo de elasticidade menor que o dente.
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RESINAS INJETÁVEIS 5

TRATAMENTO DE LESÃO CERVICAL te em esmalte (técnica seletiva), lavar e secar.


NÃO CARIOSA (LCNC) Aplicar adesivo universal ou autocondicio-
nante em esmalte e dentina e polimerizar.
1. TÉCNICA DIRETA Depois de realizado o selamento dentinário
Essa técnica é realizada com uma resina de imediato, injetar a resina flow de uma só vez
baixa viscosidade tipo Beautifll Plus 00, que na lesão. Fotoativar e fazer o acabamento
possui uma tixotropia ideal. Após a profilaxia com discos diamantados e o polimento com
das cavidades aplicar ácido fosfórico somen- borrachas e feltros (Figura 5.18).

A B

5.19 A,B  Presença de LCNC em pré-molares (A). Foi utilizada a resina Beautifill Flow Plus (SHOFU) em sua viscosidade 00,
por ser mais viscosa; sendo assim, tem-se um melhor controle sabendo que o escoamento é 0 mm (B).

A B

5.20 A,B  Faz-se a injeção direta da resina, depois de toda a fase de condicionamento com ácido fosfórico, e protocolo de adesão (A).
Após a injeção é realizada a checagem da restauração e, se necessário, utiliza-se uma espátula para melhor acomodação (B).

A B

5.21 A,B  Após a fotoativação, é realizada a sequência de ajustes e polimento com os discos Super Snap (SHOFU) preto (A),
seguido do verde (B).

A B C

5.22 A-C  O polimento final em Classe V será realizado com o disco menos abrasivo (branco) (A). Ainda assim, é recomenda-
do usar borracha espiral diamantada, disco de pelo e disco de feltro para o brilho final (B). Dessa forma tem-se a restauração
finalizada (C). Observar a qualidade da margem gengival quando se usa resina BIOATIVA. 81
POSSIBILIDADES CLÍNICAS

Mais um caso clínico de um paciente jovem sintomatologia de sensibilidade dentinária e


que devido à biocorrosão e ao bruxismo per- dor muscular na face. O protocolo utilizado foi
deu parte da estrutura de esmalte ,compro- o mesmo citado acima. Planejou-se recuperar
metendo a dentina. O paciente apresentava o esmalte perdido, devolvendo a DVO original.

A B

C D

5.40 A-D  Neste caso, pode-se perceber uma grande perda de estrutura oclusal nos dentes posteriores superiores (A) e
inferiores (B). Observa-se desgastes expressivos nos dentes inferiores e superiores (C,D).

A B

C D

5.41 A-D  As matrizes transparentes foram realizadas com EVA aquecida, sobre um modelo de gesso replicado do encera-
mento (A,B). Nota-se a cópia da anatomia na barreira (C) e como ela se adapta na boca (D).
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RESINAS INJETÁVEIS 5

A B

C D E F

5.42 A-F  Na camada oclusal de esmalte, foi usada uma resina Beautifill LS(SHOFU) devido à sua baixa contração (A). Ela
foi acomodada no índex a fim de preencher toda a região oclusa, l que será a ultima camada da restauração (B). Em seguida,
foi injetada a resina Beautifill Flow Plus F00(SHOFU) que irá fazer o preenchimento (C). Pode-se utilizar a técnica em mais um
dente, desde que seja alternado; não pode ser feita em dentes vizinhos (D). Depois de isolados os dentes, todo o processo
de condicionamento ácido e adesão deverá ser realizado (E). Logo após o condicionamento ácido e a adesão leva-se a matriz
preenchida com a resina em posição (F).

A B C

D E

5.43 A-E  Todos os dentes superiores e inferiores posteriores foram tratados da mesma forma. Observa-se o resultado final
da reabilitação totalmente realizada com resina injetada em uma única sessão.
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