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Colagem de Fragmento Dental

Causa principal:

 Traumatismo:
o Esportes
o Acidentes
o Brigas
o Quedas
o Qualquer ação que cause impacto e traumatismo

Prevalência:

 Idade: 7-10 anos principalmente, mas podendo ocorrer em qualquer idade


 Homens 3 vezes mais prevalente que mulheres
 Incisivo central é o principal envolvido, por ser o dente mais a frente da arcada, são os primeiros dentes, os
primeiros a receber o impacto, a sofrer o trauma

Traumatismo Alvéolo-Dentário

 Causa alguns danos no dente em si, mas o trauma vai também envolver os tecidos moles, de sustentação,
assim o trauma pode gerar efeitos em diferentes tecidos como no:
 Periodonto de Inserção
o Concussão
 Dente abalado e dolorido
 Sem descolamento e rompimento de fibra
 Trauma mais leve
 Bate o dente e há sensação do dente estar dolorido, mas não houve deslocamento, não
houve rompimento de fibras, não há sangramento e nem alteração de posição
 Dente está apenas abalado e dolorido, se realizado teste de percussão vai haver resposta
positiva, pelo dente estar dolorido
o Subluxação
 Não há deslocamento visível, se encontra na
posição correta
 Abalo mais importante, mas não suficiente para
retirar o dente de posição
 Há o rompimento de fibras
 Pode ser visto por vezes sangramento pelo sulco
gengival
 Há manifestação de desconforto, com dente
apresentando-se dolorido e ao realizar teste de Deslocamentos
percussão vai apresentar resultado positivo (dente sofre algum trauma e sofre algum
deslocamento do dente dentro do alvéolo)
o Luxação Lateral
 Pode correr duas possibilidades
 Coroa para vestibular e raiz para palatina
 Coroa para palatina e raiz para vestibular
 Diferença das duas é a origem do trauma
 Dente é deslocado para direção anterior ou posterior
 Há o deslocamento
 Dente modifica sua posição

Há rompimento de fibras e muitas vezes do feixe vásculo-nervoso da polpa

Pode haver muitas consequências como:
 Necrose pulpar
 Reabsorções de raízes
o Luxação Intrusiva
 Intrusão
 Dentre instrui para dentro do alvéolo
 Geralmente trauma na direção do longo eixo
 Há deslocamento e mudança de posição
 Há rompimento de fibras
 Geralmente o dano a polpa e ao periápice é grande, comum nesses casos ter como
consequências necrose e reabsorção radiculares, o prognóstico é bem ruim da intrusão
o Luxação Extrusiva
 É a extrusão
 Dente que sai parcialmente de dentro do alvéolo
Deslocamentos

 Há alteração de posição e rompimento de fibra, além rompimento do feixe vásculo-nervoso


 Dano a polpa é grande, comum nesses casos ter como consequências necrose e reabsorção
radiculares
o Avulsão
 Dente que sai totalmente fora do alvéolo
 Coroa e raiz saindo completamente do alvéolo
 Há rompimento de fibras e feixe vásculo-nervoso
 Em relação a avulsão o tempo decorrido até a reimplante do dente em posição é crucial no
prognóstico, quanto mais rápido recolocado em posição melhor o prognóstico, mas os
prognósticos nos casos de avulsão nunca são favoráveis, quase sempre é complicado,
podendo gerar anquilose, reabsorções radiculares
 Em casos de ápice aberto, em que o reimplante ocorre imediatamente, existe a possibilidade
de se manter a vitalidade pulpar em alguns casos, mesmo sendo raro.
 Se existirem condições nos casos de avulsão do dente ser reimplantado imediatamente
melhor, mas o meio que esse dente tem que ser colocado adequado é crucial, pode ser
armazenado em água destilada, soro fisiológico ou leite
 Esse meio tem a função de manter a viabilidade celular das células do ligamento
periodontal, mantendo o mais limpo e vital a superfície radicular para que ao reimplantar se
tenha um maior índice de sucesso. O importante é manter o dente o mais hidratado e limpo
possível para se reimplante melhor e quanto mais rápido possível o reimplante melhor

 Para fragmentos o meio a ser armazenado não é tão essencial quanto para os dentes avulsionados, pois não há
envolvimento de células, apenas um pedaço de dente com esmalte e dentina, pode ser água de abastecimento,
ou até mesmo nada, mas ideal é ficar hidratado. O tempo também não é importante, a colagem aconteça uma
hora após um mês depois, a colagem vai acontecer da mesma maneira, não há limite de tempo, eventualmente
quanto mais tempo passar pode-se a vir a ter dificuldade para se conseguir, por questões estéticas de alteração
de cor, do fragmento, pela dentina ficar muito tempo exposta e contaminar e acabar formando uma dentina
reacional e se tornar mais escuro, ou o dente estar desidratado, ficando esbranquiçado e quando reidratado a cor
pode não voltar a ser igual

 Ossos adjacentes
o Fratura do(a):
 Parede Alveolar
 Processo Alveolar
 Maxila/Mandíbula
 Periodonto de proteção e mucosa bucal
o Abrasão
 Área que parece “lixada”
o Contusão
 Onde houve o impacto
 Pode haver presença de edema
o Luxação
 Exposição de tecido conjuntivo
 Tecidos dentais
o Fraturas coronária
 Esmalte
 Esmalte e Dentina
 Sem Exposição Pulpar

 Com Exposição Pulpar


 Coronoradiculares
 Começa na coroa e se estende subgengivalmente para raiz
 Geralmente são oblíquoas
 Radiculares Sem invasão do espaço biológico periodontal (EBP)
 Horizontais Com invasão do espaço biológico periodontal (EBP)
Sem invasão do
 Vistas radiograficamente espaço
com biológico
um linha periodontal
radiolúcida na raiz(EBP)
 Oblíquas Com invasão do espaço biológico periodontal (EBP)
Podem ocorrer nos
terços:  Vistas radiograficamente com um alo radiolúcido na raiz
 Vertical
Cervical, Médio ou  Separo o dente em duas parte
apical da raiz  Acaba-se condenando o dente a extração

Fraturas coronárias / Opções de tratamento

 Restaurações diretas de resina composta (RC)


o Fraturas menores
 Faceta direta de resina composta
o Fraturas com envolvimento vestibular
 Faceta laminada Vai depender do tempo de exposição e da extensão da fratura
o Fraturas com envolvimento vestibular
 Coroa cerâmica
o Fraturas maiores, com envolvimento quase de toda a coroa
 Colagem de fragmento dental
o Sempre que tiver fragmento disponível, pensar na colagem como primeira opção

Colagem de Fragmento Dental

 1964 – Endo + Pivo


 1978 – Adaptiz – Uma das primeiras resinas composta, quimicamente ativadas, pasta a pasta

Materiais para colagem

 Sistema adesivo
o Utilizado unicamente quando:
 Quando houver fragmentos pequenos
 Com adaptação perfeita
 Resina composta fotopolimerizavel
 Resina composta flow
 Resina composta autopolimerizável
 Cimento resinoso
 Cimento de Ionômero de Vidro (CIV) modificado por resina
 Compômero
o Ionômero com maior quantidade de resina

Vantagens da colagem

 Custo
o Custo menor por ser uma sessão única e não envolver uma parte laboratorial e não envolver
múltiplas sessões
 Estética
o Por se tratar do próprio dente, com a mesma forma, cor e textura
 Fatores emocional/psicológica
o O paciente tem apego emocional por ter recolado o próprio dente
 Função
o Por se tratar do mesmo dente, com a mesma função mastigatória e a mesma guia incisiva
 Fonação
o Por ser o mesmo dente
o Pois ao fraturar o ar passa diferente alterando a fonação, da mesma forma se for confeccionado
com a forma anatômica diferente a mesma coisa, vai alterar a fonação
 Técnica conservadora
o Não vai haver preparo protético
o No máximo vai ser confeccionado uma caneta no fragmento para aumentar a retenção ou
confecção de bisel no remanescente para mascarar a linha de união/colagem

Desvantagens / Limitação da colagem

 Resistência à fratura frente a um novo trauma


o Trabalhos mostram que os dentes colados têm uma menor resistência de união se comparados a
restaurações de resina composta
o Se submetido a um novo trauma a fratura do fragmento não é difícil de acontecer
 Qualidade do fragmento
 Número de fragmentos Nem sempre um fragmento vai ser colado, vai depender se há condições de ser
colado
o Quanto maior o número, mais difícil de ser colado
 Sensibilidade técnica
o Por ser uma técnica difícil e sensível
o É necessário posicionar corretamente na sua posição original
 Colagem em posição incorreta
 Alteração de cor
 Linha de união
o Linha de colagem pode vir a se expressar esteticamente

Tipos de colagem

 Classificação
o Autógeno – Próprio fragmento do paciente
o Homógena – Banco de dentes

Consulta de urgência (urgência ou emergência)

 A consulta pode ser de urgência ou emergência, vai depender do trauma, mas atendemos apenas as
urgências, as emergências serão encaminhadas ao atendimento hospitalar
 Avaliar:
o Estado psicológico
o Dano Neurológico
o Vias Aéreas
o Fratura óssea
 Maxila/mandíbula
o Presença de sangramento
 Há necessidade de hemostasia e contensão do sangramento
 Anamnese
o Dirigida para o trauma
 Saber como aconteceu
 Como foi?
 Onde?
 Tempo decorrido?
 Sintomas (consciência, memória, vômito...)

Exame clínico odontológica – Fratura dental

 Não deve ser observada a fratura, mas sim os deslocamentos, as fraturas ósseas, as lesões de tecido mole,
para realização de uma consulta completa e avaliar todas as possibilidades
 Há deslocamento? Mobilidade?
 Há fratura associada?
 Há fragmento?
 Adaptação do fragmento
 Condições do fragmento
 Tamanho do fragmento (extensa fratura)
 Condições pulpares/periodontais
 Oclusão
 Radiografias
o Vão auxiliar a ver coisas imediatas, para avaliar envolvimento de fraturas ósseas e radiculares
o São úteis para o controle após a colagem, para avaliar como o paciente respondeu ao tratamento

Técnica de colagem

 Verificar adaptação do fragmento


o 1ª coisa a ser realizada
o Avaliar se há condições de realizar a colagem
 Podem ser realizadas diferentes técnicas:
o Para garantir e otimizar o posicionamento do fragmento para reduzir o erro de colar o fragmento
fora de posição
o Guia Godiva
 Colocado o fragmento em posição correta e com um bastão de godiva de baixa fusão
plastificada é apoiado sobre o fragmento e do dente vizinho, para na hora de ser realizada a
técnica de colagem em si, esta irá ser guiada pelo dente vinho e automaticamente o
fragmento será colado da maneira correta
 Uma das mais fáceis
o Guia Guta
 Da mesma forma que com a godiva
 Segunda mais fácil
o Guia Silicona
 É apenas necessário recortar a porção incisal da guia
o Guia Acrílica
 Igual a técnica da godiva, porém com resina dura-ley
o Guia plastificada no modelo (moldeira)
 Obrigatoriamente é necessário haver um modelo de gesso
 Se eventualmente anteriormente existir um modelo de gesso do paciente de antes da
fratura, pode ser confeccionada uma moldeira em plastificadora como para clareamento
 Mais trabalhosa, mas depois de confeccionada possui o melhor encaixe possível
 Fazer ou não canaleta interna?
o Canaleta é um desgaste da porção de dentina interna do fragmento
o Com objetivo de aumentar a retenção
o Para ocupar o espaço da canaleta com resina para aumentar a retenção do fragmento
o Avaliar:
 Tamanho
 Grande
 Adaptação
 Aceitável
 Não é perfeita, mas aceitável/razoável para que seja colado o fragmento
 Retenção
 Técnica de colagem:
o Isolamento Absoluto
o Condicionamento ácido
 Dente e o Fragmento são condicionados separadamente
o Lavagem e secagem seletiva de ambos
o Sistema Adesivo
 Adesivo convencional de 3 passos
 No dente e no fragmento
 Polimerizar em casos que a adaptação NÃO é ÓTIMA
 Nos casos de adaptação perfeita polimerizar apenas com fragmento já em posição sendo
utilizando resina ou não, nunca separadamente, pois o adesivo após a polimerização se
torna uma camada rígida e pode se perder a qualidade da adaptação
 Casos que não haja boa adaptação, polimerizar previamente e utilizar resina composta ou
flow para colagem dos fragmentos obrigatoriamente
o Acabamento
 Da linha de colagem
o Oclusão
 Checagem da oclusão
 MIH
 Guias
 Avaliar a necessidade de bisel
o Após a colagem
o Preferencialmente hidratado um dia após, para visualizar se a linha de colagem está invisível ou não
o
Se enxergada a linha de colagem pode ser acrescentar uma canaleta, ou duplo bisel (um bisel do
lado do remanescente e um do lado do fragmento)sobra a linha de colagem e restaurar cobrindo
com resina a área
o Pode ser utilizado para aumentar a retenção
 Benefícios do bisel
o Mascarar a linha de colagem
o Aumentar a resistência de união
o Melhora o selamento marginal
 Consequência benéfica ao ser realizado o bisel

 Preferível os sistemas adesivos convencionais aos sistemas adesivos autocondicionantes, pois o quesito retenção
e resistências de união nestes casos são essenciais e os adesivos convencionais a retenção principalmente em
esmalte a resistência de união é melhor que nos autocondicionantes
 Se muito próximo à polpa é interessante utilizar um material forrador, mas necessariamente é necessário
confeccionar uma canaleta em todo o fragmento para que o espaço ocupado pelo material forrador não
atrapalhar na adaptação do fragmento

Manutenção periódica preventiva

 Controle dos paciente após o procedimento, pois todo o trauma vai gerar um efeito imediato (ocorre na
hora; sangramento e/ou fratura) e normalmente o trauma vai “deixar sua herança”, possui um efeito
mediato ou tardio (necrose tardia, reabsorção radicular, calcificação distrófica), é necessário o controle
desse paciente para observar eventuais resultados que podem ocorrer,
 Reavaliar consequências mediatas do trauma
o Normalmente o trauma vai “deixar sua herança”, possui um efeito mediato ou tardio (necrose
tardia, reabsorção radicular, calcificação distrófica)
o É necessário o controle desse paciente para observar eventuais resultados que podem ocorrer
o Pode ocorrer reabsorção cervical ou radicular
 Avaliar resultado estético
o Se não irá haver alteração de cor
o Se será necessário confeccionar uma faceta neste dente
 Avaliar necessidade de bisel
o Em um momento mais imediato, na próxima consulta
 Não tem prazo, acompanhar o paciente se possível para sempre, vai sempre depender da avaliação do caso

Prevenção

 Protetor bucal
o Vendido para pacientes com dentes hígidos, mas que praticam atividades que podem gerar traumas
oclusais recorrentes
o Placa de 3mm
o Plastificada em plastificadora a vácuo
o Protege toda a maxila até fundo de sulco

Resumo protocolo de colagem


Esmalte
aumaEsmalte

Acabamento Soflex

Fragmento com Colagem


Colagem após
após tempo
tempo
Restituição do EBP + Atravé de cirurgía
EBP

Sistema Adesivo
doEBP

boa adaptação de cicatrização dos


auma

de cicatrização dos
com
acom

Colagem periodontal
tecidos periodontais
tecidos periodontais
do

Fragmento adaptado
Fragmento adaptado Resina composta
expões
expões aa área
área da
da
transcirúrgica então sutura

expos
exposi
Fr
Fr
fratura
fratura

Adesivo
Adesivo Ótima
Ótima opção para colagem
opção para colagem
Fragmento
Fragmento pequeno bem
pequeno bem
adaptado
adaptado
dentina
esmalete ee dentina

Resina foto ou flow

Obrigatoriedade de uso de
fraturaesmalete

Canaleta resina composta


Fragmento
Fragmento pequeno adaptado
pequeno adaptado
razoavelmente
razoavelmente
Fragmento fratura

Bisel
Bisel +
+ Flow
Flow
Fragmento

Canaleta + Resina
Canaleta + composta
Resina composta
Fragmento Grande bem
Fragmento Grande bem adaptado
adaptado
(RC)

Fragmento
Fragmento Grande
Grande adaptado
adaptado Para aumentar a retenção do
razoavelmente Canaleta + Bisel + RC
razoavelmente fragmento
fragmento

Polpa já contaminada quando


Não realizado geralemente
exposição
com exposição

exposta ao ambiente bucal


Capeamento pulpar direto
Capeamento pulpar (?)
direto (?)
Utilizado apenas em
Utilizado apenas em casos
casos de
de Em que não
Em que não há
há contaminação
contaminação
exposição
exposição acidental
acidental da polpa
da polpa
pulpar
pulpar
Fragmento com

Quando se quer remover a Proteger com Pó de HC,


Curetagem
Curetagem Pulpar
Pulpar ÉÉ uma
uma opção
opção
Fragmento

camada superficial
camada superficial da
da polpa
polpa cimento de HC
cimento de HC ee CIVC
CIVC

Manutenção dos filetes


Manutenção dos filetes
Pulpotomia
Pulpotomia Remoção da polpa coronária
radiculares

Pino intracanal para realizar a


Endodontia
Endodontia ++ Pino
Pino Último
Último casos
casos
retenção do fragmento

Cuidado com o fragmento (paciente)

 Tempo decorrido
o Não é um problema para colagem
o Pode ser colado sim após longos ou curtos períodos de tempo
o Cientes que conforme maior o tempo, o resultado estético pode ser prejudicado
 Meio de armazenamento
o Não é um problema
o O fragmento apenas preferencialmente deve estar limpo e hidratado, pois quanto mais limpo e
hidratado melhor o resultado estético
 Integridade

Considerações finais

 Havendo fragmento, a colagem deve ser a primeira escolha de tratamento


 Traumatismo: Observar danos imediatos e mediatos
 A seleção da técnica de colagem deve visar estética e retenção, vai depender da avaliação do caso que se
tem

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