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MATERIAL

COMPLEMENTAR
DENTÍSTICA

RESUMOS
SUMÁRIO

Tratamento biológico do preparo cavitário.....................................................................3

Nomenclatura e classificação das cavidades ................................................................6

Lesão cervical não cariosa (LCNC).................................................................................8

Complexo dentino-pulpar..............................................................................................11

Complexo dentino pulpar – Materiais de proteção.........................................................13

Adesão e sistemas adesivos..........................................................................................16

Cimento de ionômero de vidro (CIV)...............................................................................19

Resinas compostas – parte 1........................................................................................22

Resinas compostas – parte 2........................................................................................24

Acabamento e polimento de restaurações com resina composta ...................................26

Polimerização de compósitos – parte 1 ........................................................................28

Polimerização de compósitos – parte 2 ........................................................................30

Amálgama – parte 1 .....................................................................................................33

Acabamento e polimento de restaurações de amálgama................................................36

Clareamento dental.......................................................................................................37

Fatores que influenciam no clareamento dental.............................................................39

Colagem de fragmento dental........................................................................................40

Luz, cor e caracterização das restaurações....................................................................42

Facetas diretas com resina composta............................................................................44


PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 3

Tratamento biológico do preparo cavitário


Princípios clássicos de preparo de Black

d Amálgama – material restaurador existente na época;


d Material não adesivo – necessidade de confeccionar preparos que atendessem
aos requisitos do amálgama – criação de retenções macromecânicas;
d Pouco conhecimento em relação à doença cárie – preparos extensos com o intuito
de prevenir o reaparecimento da doença.

Preparos cavitários atuais

d Surgimento de materiais restauradores adesivos – resinas compostas;


d Preparos minimamente invasivos – remoção apenas do tecido cariado;
d Máxima conservação da estrutura dental.

Remoção de tecido cariado sem sacrifício de estrutura dental sadia!


As restaurações e o periodonto

d Quando houver necessidade de mascarar a restauração com preparos subgengivais,


o limite é o sulco gengival.
d Espaço biológico – união dento-gengival – não deve ser invadido.
d Em caso de invasão do espaço biológico,
Risco de invasão bacteriana,
encontrar meios para o seu restabelecimento. inflamação gengival e recessão.

Características dos preparos cavitários

Classe I

d Paredes de fundo planas e perpendiculares ao longo eixo do dente;


d Ângulos internos arredondados (diedros e triedros);
d Paredes circundantes convergentes para oclusal;
d Ângulo cavo-superficial nítido e sem bisel:
y O bisel não deve ser feito, pois, além de promover maior desgaste do dente
(lembre-se da conservação da estrutura dental!), pode gerar modificações na
oclusão, pois o antagonista passa a ocluir, agora, na restauração realizada.
d Retenções adicionais e opcionais: canaletas e pinos.
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Classe II
- Slot horizontal
d Sempre que possível, realizar acesso direto, mantendo a crista - Slot vertical
marginal íntegra; - Túnel

d Caso não consiga visualizar a lesão de cárie, pode-se fazer uso


de borrachas afastadoras (24/48h antes do procedimento) ou por meio do preparo do
dente adjacente, caso exista nele uma cárie ou restauração deficiente;
d Caso o acesso direto não seja possível, realizar o preparo convencional com as
seguintes características:
y Parece axial ligeiramente convergente para oclusal;
y Paredes circundantes V e L convergentes para oclusal;
y Parede circundante gengival plana, formando ombro com a parede axial;
y Ângulos internos arredondados (diedro, triedro e áxio-pulpar);
y Retenções adicionais e opcionais: sulcos nas paredes V e L;
y Ângulo cavo-superficial nítido e sem bisel.

Classe III

d Sempre que possível, não desgastar face vestibular – dificuldade de mascarar a


interface dente/restauração;
d Para facilitar o acesso e diminuir o risco de desgaste desnecessário do dente
adjacente, é possível fazer uso das borrachas afastadoras (24/48h antes do
procedimento).

Classe IV

d Geralmente associada a traumatismo – não necessitando de preparo cavitário,


apenas a confecção do bisel no ângulo incisal.
Disfarçar a interface
dente – restauração

Classe V

d Restauração que exige ainda mais cuidado com o periodonto;


d Permitem acesso direto por V ou por P/L;
d Para facilitar a visualização, pode-se utilizar grampos ou fios afastadores.
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Características e requisitos para as cavidades


classe I e II de amálgama:

RETENÇÃO

d Cavidades com paredes paralelas e profundidade IGUAL ou MAIOR que o istmo


vestíbulo/lingual → são autorretentivas.

RESISTÊNCIA DO MATERIAL

d Espessura mínima dentária de 1,5 mm – minimizar o risco de fratura;


d Parede pulpar paralela ao plano oclusal;
d Ângulo formado entre as paredes circundantes e a superfície da cavidade seja o
mais próximo de 90º;
d Cavidades que não apresentem 1,5 mm de profundidade → no momento da
escultura, realizar anatomia rasa, aumentar a retenção.

RESISTÊNCIA DO REMANESCENTE

d Ângulos internos arredondados;


d Paredes V e P devem ser convergentes para oclusal;
d Paredes M e D devem ser paralelas ou ligeiramente divergentes para oclusal;
d Remoção de estrutura dental sem suporte**.

ATENÇÃO!

** O amálgama não é um material adesivo e, por isso, não fortalece a estrutura dental
sem suporte.
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Nomenclatura e classificação das cavidades


Tipos das cavidades:

Cavidade patológica

d Formada pela destruição dos tecidos duros do dente;


d Apresenta formato irregular.

Cavidade terapêutica

d Obtida após o preparo cavitário de uma cavidade patológica;


d Ela é realizada nos casos de lesões de cárie, LCNC, fraturas, entre outros.

Classificação das cavidades:

Quanto à finalidade

Terapêuticas
d Realizada nos casos de lesões de cárie, LCNC, fratura, entre outros;
d Consiste na realização de um preparo para receber uma restauração.
Protéticas
d Cavidade preparada para servir de apoio para próteses (coroas totais, facetas,
entre outros);
d Podem ser realizadas tanto em dentes hígidos como afetados.

Quanto à complexidade

Simples
d Quando atinge apenas 1 face.
Composta
d Quando atinge 2 faces.
Complexa
Quando atinge 3 ou mais faces.

Quanto às faces envolvidas

d Oclusal (O);
d Mésio – oclusal (MO);
d Mésio – ocluso – distal (MOD).
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Constituição das cavidades:

Paredes circundantes:

d São paredes que chegam até a superfície externa das cavidades e definem seu
contorno;
d V, M, D, P/L, C.

Paredes de fundo:

d São paredes internas, que não atingem a superfície das cavidades;


d Axial e pulpar.
Ângulos diedros: localizados na região de encontro entre duas paredes.
d 1º grupo: união de duas paredes circundantes (ex.: ângulo disto-lingual);
d 2º grupo: união entre uma parede de fundo com uma parede circundante (ex.:
ângulo áxio-lingual);
d 3º grupo: união entre duas paredes de fundo (ex.: ângulo áxio-pulpar ou ângulo
áxio-axial).
Ângulos triedros: localizados na região de encontro entre três paredes.
Ângulo cavo-superficial: localizado na margem entre a superfície externa do dente e
o preparo.

Classificação de Black
Mesmo com o surgimento dos materiais adesivos, a classificação de Black ainda é
utilizada nos dias atuais.
d Classe I: cavidades e/ou lesões localizadas nas regiões de cicatrículas e fissuras.
d Classe II: cavidades e/ou lesões que envolvem a região proximal de dentes
posteriores.
d Classe III: cavidades e/ou lesões que envolvem uma ou ambas as faces próximas
dos dentes anteriores, SEM ENVOLVIMENTO do ângulo incisal.
d Classe IV: cavidades e/ou lesões que envolvem uma ou ambas as faces proximais
dos dentes anteriores, COM ENVOLVIMENTO do ângulo incisal.
d Classe V: cavidades e/ou lesões que envolvem o terço cervical/gengival das faces
V ou L/P de todos os dentes.
d Classe VI:
y Classificação nova;
y Não foi proposta por Black;
y Cavidades e/ou lesões que envolvem bordas incisais ou pontas de cúspide.
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Lesão cervical não cariosa (LCNC)


Conceito: perda definitiva de tecido dental mineralizado causada por uma associa-
ção de fatores SEM o envolvimento de bactérias na região próxima à junção amelocemen-
tária, resultando em exposição dentinária.
d Em muitos casos, a lesão cervical não cariosa tem como consequência a
hipersensibilidade dentinária.
d As LCNC geralmente não aparecem na cavidade oral separadamente. Estão
sempre associadas.

Classificação:

1. Erosão:

d Conceito: perda de estrutura dental por meio de um processo químico de ataque


ácido, sem o envolvimento de bactérias.
d Também chamada de perimólise – termo em desuso – devido ao formato de pires
da lesão.
d Etiologia: ácidos provenientes de fontes extrínsecas e intrínsecas promovem a
dissolução dos cristais de hidroxiapatita e fluorapatita do esmalte.
y Ácidos exógenos: são ofertados a partir da ingestão de alimentos com pH
ácido, como refrigerantes, cafés, sucos de laranja, entre outros.
y Ácidos endógenos: xerostomia*, refluxo gastroesofágico – regurgitação do
suco gástrico – ambiente bucal com pH 2,3 -, alcoolismo.
* A redução do fluxo salivar provoca a diminuição do pH bucal, pois a saliva promove
o tamponamento dos ácidos provenientes do sistema gastroesofágico e da alimentação.
d Características das LCNC erosão:
y No geral, as lesões de erosão apresentam formato de “U” ou de pires; é rasa
e sem ângulos nítidos, larga e arredondada;
y Quando de origem extrínseca: acometem a face V;
y Quando de origem intrínseca: acometem a face L ou P.

2. Abrasão:

d Conceito: perda de estrutura dental por um processo mecânico repetitivo que


envolve objetos ou substâncias, podendo ser difusa ou localizada.
d Etiologia: escovação forte na horizontal, uso de dentifrícios abrasivos, uso
excessivo de escova interdental, hábito de morder objetos, roer unhas (onicofagia).
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d Características das LCNC abrasão:


y Forma de V ou de cunha;
y Aspecto liso e brilhante;
y Sem descoloração;
y Livre de placa.

3. Abfração:

d Etiologia: associada a forças oclusais excessivas – forças no sentido não axial


provocam a flexão do dente, gerando uma tensão na região cervical. Quando essa
tensão ultrapassa o limite de fadiga dos tecidos duros, criam-se microfraturas na
região, facilitando a ação de ácidos e da escovação traumática.
d O que gera essa força oclusal excessiva?
y Ausência de guia canina;
y Interferências na lateralidade;
y Contato prematuro;
y Hábitos parafuncionais (bruxismo).
d Características das LCNC abfração:
y Forma de cunha;
y Bordas afiadas;
y Superfície irregular e rugosa.

4. Atrição:

d Conceito: perda de estrutura dentária causada pelo contato entre os dentes


antagonistas durante a oclusão e mastigação.
d Ela pode ser fisiológica (desgaste dental leve ao longo dos anos) ou patológica.
Tratamento das LCNC:
d Remoção do fator etiológico → Como?
y Reduzir a ingestão de alimentos/bebidas ácidas;
y Parar com hábitos de morder objeto e onicofagia;
y Instrução de higiene oral;
y Reabilitar ausências dentais – diminuir as forças oclusais excêntricas.
d Tratamento restaurador com resina composta (quando a lesão for maior do que 1
mm);
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Cimento de ionômero de vidro pode ser utilizado?


SIM, porém não como a primeira escolha!
y Inserção mais difícil;
y Menor resistência ao desgaste;
y Resistência à compressão e tração mais baixas;
y Propriedades ópticas inferiores.
d Laser de baixa potência – em casos de hipersensibilidade dentinária;
d Oxalato de estanho, hidróxido de cálcio.
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Complexo dentino-pulpar
Proteção biológica da polpa → esmalte e dentina fornecem uma proteção mútua en-
tre si e juntos protegem a polpa de possíveis agressões.

DENTINA:

d Tecido conjuntivo mineralizado, permeável, dinâmico, vivo, hidrófilo e complexo.


d Composição:
y Matéria inorgânica (68%) – Cristais de hidroxiapatita;
y Matéria orgânica (22%) – Proteínas colágenas;
y Água (10%).
d Tipos de dentina:
y Dentina peritubular: localiza-se ao redor dos túbulos dentinários. Não é boa
para adesão;
y Dentina intertubular: localiza-se entre os túbulos dentinários. É excelente
para adesão.
» Cavidades rasas e médias apresentam melhor adesão, devido à maior
presença de dentina intertubular. Na medida em que a cavidade se
aproxima da polpa, o diâmetro dos túbulos dentinários aumenta e
consequentemente a oferta de dentina intertubular diminui, corroborando
com a diminuição da adesão de qualidade.

POLPA

d Tecido conjuntivo frouxo, composto por células, vasos sanguíneos e linfáticos,


nervos, fluidos intersticiais e fibras;
d Tecido conjuntivo altamente diferenciado;
d Responsável pela vitalidade do dente;
d A polpa é responsável pela síntese e deposição de dentina através das células,
chamadas de odontoblastos.
y Frente a uma injúria, a polpa reage formando dentina.

Funções da polpa:

Formativa:

Dentina primária:
d Odontoblastos primários formam essa dentina, desde o processo de odontogênese
até a erupção do dente na arcada e consequente fechamento do seu ápice;
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d Apresenta maior deposição de matriz orgânica em sua estrutura, muito


mineralizada, com maior presença de dentina intertubular.
Dentina secundária:
d Dentina que se forma ao longo de toda a vida pelos odontoblastos primários;
d Apresenta-se muito parecida com a dentina primária;
d Odontoblastos: migram de forma contínua e organizada.
Dentina terciária:
d Dentina formada frente a uma injúria como, por exemplo, a doença cárie.
Odontoblastos migram de forma rápida e desorganizada na tentativa de fugir do
agente agressor → DENTINA TERCIÁRIA REACIONAL
d Formada por células indiferenciadas da polpa, constituindo um tecido osteoide.
Mais mineralizada e organizada, semelhante à dentina secundária.
DENTINA TERCIÁRIA REPARADORA
Dentina esclerótica:
d Formada nos túbulos dentinários de forma rápida e desorganizada.
d Frente a uma injúria, os odontoblastos reagem formando dentina nos túbulos
dentinários com o intuito de vedar ou diminuir o diâmetro destes, impedindo que o
agente agressor entre em contato com a polpa.
Defensiva:
d Formação de dentina terciária: esclerótica ou reparadora;
d Inflamação pulpar:
Hiperemia pulpar;
Pode ser feito o tratamen-
Pulpite reversível; to conservador da polpa.
y Pulpite irreversível;
y Necrose pulpar.
d Fatores etiológicos de inflamação pulpar:
y Fatores bacterianos (cárie, infiltração marginal);
y Traumas;
y Químicos (clareamento dental e resinas não fotoativadas corretamente**).
** As resinas compostas, quando não fotopolimerizadas corretamente, ou seja, quando
os monômeros que a compõem não são convertidos em polímeros, os monômeros residuais
provocam injúria pulpar. Estes são altamente reativos e tóxicos para a polpa dental.
Nutritiva – nutre a dentina.
Sensitiva.
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Complexo dentino pulpar –


Materiais de proteção
O tratamento conservador da polpa dental deve ser feito quando:
d Não existe inflamação, mas a cavidade é profunda e necessita de proteção;
d Hiperemia;
d Pulpite reversível. Anamnese completa
permite um correto
Como proteger? diagnóstico e tratamento!

d Tratamento expectante;
d Capeamento direto;
d Curetagem pulpar;
d Pulpotomia.

Materiais protetores

Características de um material protetor ideal:

d Bom isolante térmico e elétrico – diminuir sensibilidade pós-operatória;


d Aderir à estrutura dentária;
d Estimular a formação de dentina reparadora;
d Bactericida, bacteriostático;
d Biocompatível.

Quais são esses materiais?

d HydCal (hidróxido de cálcio):


d Agregado trióxido mineral (MTA):
d OZE (óxido de zinco e eugenol):
d CIV (cimento de ionômero de vidro):
d Sistemas adesivos;
d Flúor fosfato acidulado.
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Protegendo o complexo dentino-pulpar:

PROTEÇÃO INDIRETA

AMÁLGAMA

CAVIDADES RASAS E MÉDIAS Solução de flúor fosfato acidulado 1,23%


CAVIDADES PROFUNDAS CIV ou OZE
Hidróxido de cálcio nos lo-
CAVIDADES MUITO PROFUNDAS
cais mais profundos + CIV.

RESINA COMPOSTA

CAVIDADES RASAS E MÉDIAS Sistema adesivo


CIV + Sistema adesivo ou Siste-
CAVIDADES PROFUNDAS
ma adesivo autocondicionante
Hidróxido de cálcio nos locais mais
CAVIDADES MUITO PROFUNDAS
profundos + CIV + Sistema adesivo

PROTEÇÃO DIRETA

Tratamento expectante
d Trata-se de um tratamento de espera, dividido em duas sessões:

1ª sessão: remoção de dentina infectada (mantendo um pouco de dentina AFETADA)


+ proteção com hidróxido de cálcio e fechamento provisório com CIV. Espera de 45 a 60
dias**.
** Esse tempo é necessário para formação de dentina reparadora!
Realizar radiografia de controle e teste de vitalidade pulpar.

2ª sessão: remoção de tecido cariado remanescente + restauração definitiva.


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Durante o preparo cavitário, houve exposição... e agora?


Materiais biológicos que podem ser utilizados para proteção: hidróxido de cálcio P.A
ou MTA.

Capeamento pulpar direto

d Exposição acidental da polpa → polpa com sangramento vermelho-vivo;


d Trauma imediato;
d NÃO PODE HAVER PRESENÇA DE TECIDO CARIADO.
Lavagem com água dycal (para promover hemostasia) → hidróxido de cálcio P.A. +
cimento de hidróxido de cálcio e CIV OU MTA + CIV.

Curetagem pulpar

d Realizada em caso de exposição acidental da polpa, porém ainda com presença


de tecido cariado;
Corte da porção de polpa infectada → Lavagem com água dycal (para promover he-
mostasia) → hidróxido de cálcio P.A. + cimento de hidróxido de cálcio e CIV OU MTA + CIV.

Pulpotomia

Remoção completa da polpa coronária inflamada → Lavagem com água dycal (para
promover hemostasia) → hidróxido de cálcio P.A. + cimento de hidróxido de cálcio e CIV
OU MTA + CIV.

Contraindicação do tratamento conservador da polpa:

d Dor espontânea;
d Evidência radiográfica de degeneração pulpar;
d Presença de exsudato purulento.

Função dos materiais de proteção pulpar:

d Agentes de base → não precisa ser fina. Pode ter espessura de até 2 mm. Deve ter
uma espessura suficiente para proteger o complexo dentino-pulpar.
d Agentes de forramento → é feito nas porções mais profundas da cavidade
(pontualmente), próximo aos cornos pulpares. Não apresenta boa resistência
mecânica.
d Agentes de selamento → apresentam-se na forma líquida e formam uma película
fina.
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Adesão e sistemas adesivos


Vantagens da adesão:

d Permite a confecção de cavidades menores e conservadoras;


d Não é preciso criar mais retenções macromecânicas nos preparos, possibilitando
colar fragmentos de dentes fraturados e restaurar LCNC.

Fundamentos para aplicação clínica dos sistemas adesivos:

d Isolamento do campo operatório:


y Livre de contaminação – a presença de saliva, sangue e qualquer outro
material inviabiliza a correta adesão, pois diminui o contato de adesivo com o
substrato dentário.
d Condicionamento ácido (ácido fosfórico):
y Tempo de aplicação: 30 seg – esmalte, 15 seg – dentina;
y Lavagem pelo dobro do tempo;
y Secagem: esmalte – jatos de ar, dentina – bolinhas de algodão ou papel
absorvente.
» Não é permitido secar os dois substratos com jato de ar, pois a dentina
possui fibras colágenas em sua estrutura que, na ausência da umidade,
colabam, dificultando a penetração do sistema adesivo. O esmalte,
por sua vez, por ser formado pelos prismas, não tem a sua estrutura
modificada quando totalmente seco.

Funções do condicionamento ácido:

Dentina
1. Remoção da lama dentinária
2. Torna-se úmida e com baixa energia de superfície
3. Exposição das fibras colágenas e ampliação dos
túbulos dentinários, permitindo maior saída de flui-
do dentinário, tornando-se mais úmida, diminuin-
do a energia de superfície, dificultando a adesão.

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Esmalte
1. Molhamento
2. Energia de superfície (capacidade do ade-
sivo de penetrar no substrato dentário)
3. Criação de microrretenções (au-
mento da área de contato)

Fundamentos para aplicação clínica dos sistemas adesivos:


Aplicação do primer

PRIMER:

d Composto por monômeros bifuncionais.


d Apresenta uma extremidade hidrofílica e outra hidrofóbica.
d Elo entre a superfície úmida da dentina condicionada e o adesivo.
d Como funciona o primer?
y Os componentes do primer estabilizam a rede de fibras colágenas e
promovem evaporação do excesso de água (por meio do solvente presente em
sua composição), tornando a dentina apta a interagir com o sistema adesivo;
y SOLVENTES: água, acetona ou álcool;
y Aplicar sobre a dentina e remover após 30 segundos.
Aplicação do adesivo
d Tem a função de molhar os substratos, de modo a atuar como um agente
intermediário entre a estrutura dental e os materiais restauradores.
d No ESMALTE: preenchimento das irregularidades e microporosidades criadas pelo
condicionamento ácido.
d Na DENTINA: preenchimento dos espaços da rede de fibras colágenas e penetra
em alguns túbulos dentinários (possibilitando a formação dos tags resinosos).
CAMADA HÍBRIDA: região de interdifusão entre os polímeros do adesivo e os compo-
nentes da dentina.
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Tipos de sistemas adesivos:

CONVENCIONAIS AUTOCONDICIONANTES

3 PASSOS Ácido + primer + adesivo 2 PASSOS Primer ácido + adesivo

Primer ácido/adesivo
2 PASSOS Ácido + Primer adesivo 1 PASSO
Tudo em um único frasco.
Primer deve apre-
sentar pH baixo;
A camada de lama (smear Primer ácido não deve ser
layer) é sempre removida. lavado (camada de lama
não é removida, mas incor-
porada à camada híbrida).
Lembre-se!
d Alguns autores preconizam o uso de ácido fosfórico nas margens de esmalte.
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Cimento de ionômero de vidro (CIV)


d Material restaurador composto por um pó e um líquido;
d O CIV reúne características importantes:
y Adesividade do cimento de policarboxilato de zinco + cimentos de silicato;
y Liberação de flúor.

Classificação quanto à constituição:

d CIV convencional;
d CIV modificado por resina (adição de polímeros visando melhorar a resistência e
estética do material);
d CIV reforçado por metal (adição de limalhas de prata visando aumentar a
resistência, porém acarretou a menor liberação de flúor e deficiência na estética do
produto).

Classificação quanto à finalidade:

d TIPO I: cimentação. Mais fluido, com partículas menores.


d TIPO II: restauração. Mais resistente, com presa mais lenta.
d TIPO III: forrador. Processo de geleificação mais rápido, pode ser usado como
base ou selamento.

Indicação do CIV:

d Restaurações provisórias de curta ou longa duração (adequação do meio e ART);


d Restaurações definitivas;
d Cimentação definitiva;
d Base e forramento.

Composição do CIV:

Vídro/pó: composto por alumina e sílica, unidas ao fluoreto de cálcio.


d O vidro/pó é responsável por conferir a estética ao material.
Líquido: composto por água + ácidos específicos (ácido poliacrílico ou outros ácidos
análogos como: ácido polimaleico/ácido itacônico/ácido tartárico).
Ácido itacônico: reduz a viscosidade do líquido e impede que ele sofra a geleificação
antes de ser usado.
Ácido tartárico: importante endurecedor; controla o pH durante o processo de presa
que, por sua vez, controla o grau de dissolução do vidro.
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REAÇÃO DE GELEIFICAÇÃO

d Corresponde à união do pó ao líquido;


d Reação de presa inicial: em torno de 8 minutos;
d É uma reação de ácido-base, dependente de água (*sinérise e embebição).
y Sinérise – falta de água;
y Embebição – excesso de água.

Fase I: ionização do ácido e deslocamento de íons.

d O hidrogênio presente na água ioniza o ácido, que, ao entrar em contato com o pó,
começa a liberar os seus íons (alumina, sílica, fluoreto de cálcio), diminuindo o pH do
meio. A diminuição do pH do meio permite a adesão dos íons à estrutura dental.

Fase II: formação da Matriz de Polissais.

d Primeiro sal a ser formado nos 4 minutos iniciais da reação é o policarboxilato de


cálcio. O segundo sal a ser formado é o policarboxilato de alumínio (responsável pela
resistência do material).

Fase III: formação da matriz sílica e presa final (em até 7 dias após a inserção da
cavidade).

d Criada com o objetivo de manter a passagem livre para os íons de flúor, que são
liberados mais intensamente nas primeiras 48 horas.

Funções do CIV:

d Forramento;
d Material temporário;
d Material restaurador.

Requisitos do CIV:

d Estética;
d Liberação de flúor;
d Características cariostáticas:
y Muito utilizado como restauração temporária no tratamento expectante,
como forma de interromper o processo carioso instalado.
d Adesividade;
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d Biocompatibilidade:
y Ácido poliacrílico fraco de alto peso molecular: não penetra com profundidade
nos túbulos dentinários, vedando a região;
y Coeficiente de expansão do CIV semelhante ao do esmalte e da dentina,
agindo como isolante térmico.

Desvantagens do CIV:

d Baixa resistência à tração;


d Esteticamente insatisfatório – material opaco;
d Manipulação e inserção na cavidade é difícil – para facilitar um pouco o processo,
pode-se fazer uso da seringa centrix.
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Resinas compostas – parte 1


Composição:
d Matriz orgânica:
y De natureza orgânica e amorfa, facilitando a inserção e modelagem do
material;
y Monômeros – metacrilatos – podem ser de alto e baixo peso molecular;
» Bis–GMA
» UDMA
» Bis–EMA
» TEGDMA (responsável por controlar a viscosidade)
d Carga inorgânica
y Vidro;
y Sílica;
y Quartzo;
y Estrôncio e bário: conferem a radiopacidade ao material.
» Esses componentes estão presentes em forma, tamanho e quantidade
diferentes e elas se relacionam com as propriedades físicas da resina
composta.
d Agente de união
y Partícula de carga NÃO TEM adesão direta à matriz orgânica;
y SILANO:
» Molécula bifuncional;
» Agente de união que recobre a superfície das partículas de carga.
d Sistema acelerador – iniciador
y Polimerização química
» Duas pastas;
» Acelerador: amina orgânica;
» Iniciador: peróxido orgânico.
y Polimerização física (fotopolimerização)
» Pasta única;
» Ativador: luz;
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» Iniciador: matriz orgânica da RC – ativados por um comprimento de


onda específico.
» Fotoiniciador: canforoquinona (pico de absorção na faixa de luz com
comprimento de onda de 470 nm).
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Resinas compostas – parte 2


Classificação das resinas compostas:

Grau de viscosidade:

d Fluidas (tipo “flow”);


d Regular ou convencional;
d Condensável ou compactável:

Tamanho das partículas:

d Fator determinante das características físico-mecânicas;


d Alto percentual de carga inorgânica → Maior resistência e módulo de elasticidade
à Menor contração de polimerização.

MACROPARTÍCULAS MICROPARTÍCULAS HÍBRIDAS


Partículas de ta- Partículas de 0,2 – 0,6 mi-
Partículas grandes (>
manho médio (0,04 crômetro + partículas
15 micrômetros).
micrômetro) de 0,04 micrômetro
Desvantagens:
Fácil polimento;
Dificuldade de obtenção
Mantém lisura su- Melhora a incorporação de partí-
de um bom polimento;
perficial e brilho culas de carga à matriz orgânica.
Dificuldade de manuten-
por mais tempo.
ção de lisura superficial.
Não indicadas em
Superfície poro-
situações que exigem Lisura superficial aceitável.
sa e irregular
maior RESISTÊNCIA!
Micro-híbridas:

Altamente propen- Não permite incor- Partículas entre 0,04


sa à incorporação poração de grande – 1 micrômetro;
de pigmentos. volume de carga. Tamanho médio: 0,04 micrômetro;
Compósito de uso UNIVERSAL.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 25

MACROPARTÍCULAS MICROPARTÍCULAS HÍBRIDAS


Nanopartículas:
Partículas entre 20 e
75 nanômetros;
Adição de gran-
Permite incorporação de maior
Por conta de suas carac- des aglomerados,
volume de carga à matriz:
terísticas limitantes, essa compostos por ele-
Boas propriedades físico-mecâ-
resina entrou em desuso. vada densidade de
nicas (alta quantidade de carga);
micropartículas.
Bom polimento (partículas ex-
tremamente pequenas);
Alto custo.
Lembre-se!
d A diminuição dos espaços entre as partículas favorece o aumento da sua
resistência.

Propriedades ópticas:

d DENTINA
y MAIOR Saturação
y MENOR Translucidez
d ESMALTE
y MENOR saturação
y MAIOR translucidez
Para mascarar a restauração, é necessário seguir a técnica de estratificação natural.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 26

Acabamento e polimento de
restaurações com resina composta
Protocolo de procedimentos restauradores
1) Exame clínico e radiográfico criteriosos:
y Radiografia interproximal para avaliar presença de cárie;
y Isolamento relativo para fazer avaliação clínica da lesão cariosa.
2) Registro inicial dos contatos oclusais.
3) Profilaxia;
4) Seleção de cor da resina composta (se necessário, realizar ensaio restaurador);
5) Preparo cavitário;
6) Isolamento absoluto, sempre que possível;
7) Proteção do complexo dentino-pulpar (se necessário);
8) Condicionamento ácido + adesivo;
9) Inserção incremental da resina composta;
10) Acomodação, escultura e fotopolimerização do material;
11) Ajuste dos contatos oclusais;
12) Acabamento e polimento da restauração;
13) Acompanhamento e proservação.
d Acabamento inicial:
y Remover excessos:
» Lâmina de bisturi n.º 12 ou 13;
» Pontas diamantadas de granulações finas ou extrafinas;
» Tiras de lixa – remoção de excessos interproximais – (atenção para não
remover o ponto de contato!);
» Discos abrasivos flexíveis.
d Ajuste oclusal:
y Busca reproduzir os contatos oclusais registrados no início do protocolo
restaurador.
d Polimento:
y Realizado com o objetivo de fornecer brilho e lisura semelhantes ao esmalte
dental, diminuindo a incorporação de pigmentos;
y Preferencialmente feito em sessões posteriores;
y Borrachas abrasivas sequenciais em ordem decrescente de abrasividade;
y Escovas abrasivas especiais;
y Pastas para polimento.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 27

Acabamento e polimento de restaurações anteriores

1. Acabamento inicial:

d Executada ao término da restauração;


d Define:
y Anatomia primária;
y Ajuste proximal;
y Correção de contornos;
y Ajuste oclusal.
Após, no mínimo 24 a 48 horas do procedimento restaurador, o paciente retorna para
as próximas etapas de acabamento e polimento.

2. Acabamento intermediário:

d Discos flexíveis abrasivos:


y Refinar a relação altura – largura;
y Definir contatos proximais;
y Ajustar planos de inclinação vestibular;
y Esculpir forma ideal das ameias.
d Texturização:
y Conferir características semelhantes aos dentes naturais;
y Para suavizar a texturização – borrachas ou discos flexíveis de baixa
abrasividade.

3. Polimento final:

d Escovas de Robinson ou discos de feltro associados a pastas de polimento com


abrasividade decrescente.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 28

Polimerização de compósitos – parte 1


O processo de polimerização:
O sistema acelerador – iniciador presente na resina, quando ativado pela LUZ, pro-
duz radicais livres. Esses radicais são responsáveis por quebrar as ligações duplas de
carbono dos monômeros, propiciando a união destes, formando os polímeros.
d A polimerização pode acontecer de três formas:
y Polimerização química: acelerador (amina orgânica) + iniciador (peróxido
orgânico);
y Polimerização física: ativador (LUZ) + Iniciador: matriz orgânica da RC –
ativados por um comprimento de onda específico + Fotoiniciador (canforoquinona);
y Polimerização dual: polimerização química + polimerização física.
» Muito boa para utilizar onde a luz não consegue chegar perfeitamente;
» Exemplo: cimentos resinosos utilizados na cimentação de pinos de fibra,
entre outros.

Reação de polimerização:

d UDMA e Bis – GMA: principais moléculas que compõem a matriz orgânica;


y Apresentam alto peso molecular;
y E, por isso, menor contração de polimerização.
y Entretanto, compósitos apenas de UDMA e Bis – GMA são extremamente
rígidos, impossibilitando o uso odontológico.
d MMA e TEGDMA: são controladores de viscosidade.
y Molécula simples;
y Baixo peso molecular;
y MMA: muito reativo.

Reação de polimerização
Como acontece
ETAPAS
Ativador quebra as moléculas do iniciador, pro-
piciando a formação de radicais livres.
INDUÇÃO
Corresponde à primeira fase da re-
ação de polimerização.
Os radicais livres quebram as duplas ligações de
PROPAGAÇÃO
carbono dos monômeros, tornando-o ativado.
TERMINAÇÃO Formação dos polímeros pela união dos monômeros.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 29

Fotoiniciadores:

Canforoquinona

d Pico de absorção: 470 nm.

PPD, TPO, leucerina e BAPO

d Pico de absorção: 400 nm – 450 nm;


d Não são amarelados como a canforoquinona – muito bom para restaurações
estéticas, devido ao menor risco de mudança na coloração do material resinoso.
O mesmo fotopolimerizador NÃO PODE ser utilizado para qualquer fotoiniciador.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 30

Polimerização de compósitos – parte 2


Unidades de fotoativação:
1) Luz ultravioleta;
2) Luz halógena;
3) LED’S (diodos emissores de luz):
y Apenas LED’S de terceira geração são mais compatíveis com os fotoiniciadores
de cor clara (PPD, leucerina, TPO e BAPO).
4) Arco de plasma e laser de argônio:
y Polimerização rápida: gera muito calor e alto estresse de polimerização.

Intensidade de LUZ:

d Intensidade de luz suficiente:


y Polimerização adequada confere boas propriedades físico-mecânicas ao
material;
y Critério extremamente importante, pois mede a potência de acordo com o
tamanho da ponta do fotopolimerizador.
y É medida em mW/cm2;
y É medida por meio do RADIÔMETRO.
y Quanto maior a intensidade de luz, maior o grau de conversão dos monômeros
em polímeros.

IMPORTANTE!

d A energia disponível é um quesito de extrema importância para garantir uma


fotopolimerização eficaz;
d Ela corresponde à razão entre a intensidade de luz e o tempo de ação do
fotopolimerizador;
d A presença de sujeira na ponta do fotopolimerizador ou, caso esta esteja quebrada,
diminui a intensidade da luz.

Contração de polimerização

d Diminuição do volume do material decorrente da aproximação das moléculas de


monômero;
d O alto volume de matriz orgânica no material aumenta a contração de polimerização;
d Incrementos grandes de resina, quando inseridos na cavidade, apresentam alta
contração de polimerização.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 31

Influência no grau de contração

d Tipo de matriz;
d Comprimento das moléculas de monômero.
y Para que um material apresente uma baixa contração de polimerização
é necessário que ele apresente em sua composição monômeros de alto peso
molecular e de baixo peso molecular, que são os controladores de viscosidade.
y Materiais compostos apenas por monômeros de baixo peso molecular
apresentam elevada contração de polimerização, devido à necessidade de quebra
de muitas ligações duplas de carbono para formar o polímero.
y Já os materiais compostos somente de monômeros de alto peso molecular
são rígidos, sem muita utilidade na Odontologia.

Estresse de polimerização

A contração de polimerização acarreta a diminuição do volume do material. Essa


diminuição provoca uma tensão na interface entre dente e restauração, propiciando a in-
filtração marginal, cárie secundária, manchamento marginal.

ESTRESSE DE CONTRAÇÃO ALTO ESTRESSE DE CONTRAÇÃO ALTO E


E ROMPE RESISTÊNCIA ADESIVA NÃO ROMPE RESISTÊNCIA ADESIVA
Cárie secundária Sensibilidade pós-operatória
Manchamento marginal Flexão de cúspides

Características do esmalte dental – Influenciam no estresse de polimerização:

d Volume de material sendo polimerizado → durante a restauração, utilizar


incrementos pequenos de material.
d Propriedades físico-mecânicas do material → quanto maior o módulo de
elasticidade, maior o estresse de polimerização.

Estresse de polimerização – fases:


1) Fase pré-gel:
y Tensões da contração de polimerização são dissipadas pela deformação da
resina composta;
y As moléculas apresentam grande mobilidade na fase inicial.
2) Ponto gel:
y Cadeias poliméricas formadas impedindo o reposicionamento molecular;
y Deformação acompanhada de pressões internas.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 32

3) Fase pós-gel:
y Contração acompanhada de estresse.
4) FATOR C (fator de configuração cavitária):
y Paredes aderidas > paredes livres = menor deformação maior estresse de
polimerização.
y A inserção incremental possibilita diminuir o fator C, pois, durante a
restauração, evita-se unir paredes.

Técnicas de fotopolimerização

Uniforme: intensidade máxima de luz durante toda a fotopolimerização.


Em passos: intensidade de luz menor no início e depois alcança o pico máximo de
intensidade, sem pausa.
Em rampa: progressão da intensidade de luz até chegar ao pico máximo ao final da
polimerização.
Pulso tardio: intensidade de luz baixa no início (de 3 a 5 segundos), depois para e
retorna com o pico máximo de intensidade de luz até o fim da polimerização.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 33

Amálgama – parte 1
Composição: metal líquido (mercúrio – Hg) + liga de metais para amálgama

Prata (Ag) e Estanho (Sn) Frágeis e de difícil trituração


Cobre (Cu) Aumenta a dureza e resistência da liga
Zinco (Zn) Antioxidante
Gálio (Ga) Maior corrosão e expansão de presa

Classificação

d Forma das partículas:

Mais mercúrio para a amalgamação;


Limalha Mais pressão durante a condensação;
Superfície mais porosa.
Menos mercúrio para a amalgamação;
Menos pressão durante a condensação (con-
Esférica
densadores com diâmetro maior);
Superfície mais lisa.
Limalha + esférica

Classificação das ligas para amálgama – teor de cobre:

d Baixo teor de cobre


y Formação da fase gama2;
y Susceptibilidade aumentada para corrosão, diminuição da resistência e
menor resistência à deformação sob pressão.
d Alto teor de cobre
y Menor formação da fase gama2 ou até eliminação da fase a partir de 11,8%
de Cu na composição;
y Resistente à corrosão, compressão e deformação sob pressão.

ATENÇÃO!

d A corrosão é uma propriedade presente em todos os metais. Desde que controlada,


ela pode ser benéfica para a interface dente-restauração.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 34

Tamanho das partículas:

d Médias – melhor opção;


d Finas:
y Amálgama com propriedades mecânicas inferiores;
d Grossas:
y Difíceis de esculpir, polir e superfície mais porosa.

Cuidados com o descarte do amálgama:

d Recipientes inquebráveis;
d Recipientes hermeticamente fechados, sob o selo da água;
d Encaminhados para recuperação da prata.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 35

Amálgama – parte 2

CONTRAÇÃO EXPANSÃO
Deficiência de mercúrio Excesso de mercúrio
Infiltração, desadapta- Sensibilidade pós-operatória, protru-
ção da restauração. são (saltamento) da restauração.

Propriedades do amálgama:

d Alterações dimensionais
d Escoamento ou Creep
y Mais encontrado nas ligas com baixo teor de cobre;
y Corresponde à deformação sob pressão;
y Desadaptação marginal e/ou fratura.
d Resistência à compressão
y Baixa resistência;
y Diretamente ligada à subtrituração e à supertrituração.

PROCEDIMENTO RESTAURADOR

Liso e brilhante
Firme e homogêneo
Tempo de presa e trabalho normais
TRITURAÇÃO
Propriedades físicas adequadas
Manual – gral e pistilo
Mecânico – amalgamador (cápsulas pré-dosadas)
Brilhante;
Gruda no pistilo;
SUPERTRITURAÇÃO
Tempo de trabalho reduzido;
Aumenta a contração do material.
Característica porosa e fosca;
Tempo de trabalho prolongado;
SUBTRITURAÇÃO
Baixa resistência mecânica;
Alta capacidade corrosiva.
Amálgama condensado – superfície mais brilhante;
CONDENSAÇÃO
Hg aflorando da superfície.
BRUNIMENTO Realizado antes e após a escultura.
Definir sulco central, sulcos secundários, fós-
ESCULTURA
sulas e vertentes de cúspides.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 36

Acabamento e polimento de
restaurações de amálgama
d ACABAMENTO: visa remover excessos de material e refinar a anatomia feita na
escultura.
d POLIMENTO: tratamento da superfície, minimizando a incorporação de placa
bacteriana.
d Acabamento e polimento devem ser realizados entre 24 e 48 horas após a
condensação de uma nova restauração.
d Indica-se esse tempo objetivando um grau avançado de cristalização e
possibilidade de expansão tardia.
d Restaurações preexistentes – em caso de oxidação e/ou degraus positivos.

Brocas multilaminadas (12 lâminas);


ACABAMENTO Discos abrasivos;
Tiras de lixas metálicas (para faces proximais).
Borrachas abrasivas – RESPEITAR ordem e cores de gra-
nulação – ordem decrescente (marrom, verde e azul)
POLIMENTO
Escova de Robinson e taça de borracha com pedra pomes/pasta
para polimento especial/pó de óxido de zinco ou estanho + álcool.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 37

Clareamento dental
Etiologia do escurecimento dentário

d Intrínseca ou endógena: incorporados na estrutura dos tecidos dentários


mineralizados devido ao tratamento endodôntico inadequado, uso de tetraciclina
durante a odontogênese e fluorose.
d Extrínseca ou exógena: incorporados na superfície dos tecidos dentários
mineralizados, sem fazer parte da sua estrutura, devido ao uso do tabaco, pigmentos
de bactérias cromógenas, alimentação rica em corantes (refrigerante, café, vinho
tinto, molho shoyo), entre outros.

Principais situações clínicas relacionadas ao escurecimento dentário

d Abertura coronária deficiente com hemorragia pulpar;


d Hemossiderina e bilirrubina quando em excesso no sangue;
d Uso de produtos endodônticos como prata e bismuto;
d Tetraciclina e flúor atuando como pigmentos;
d Calcificação e necrose pulpar asséptica.

Mecanismo de ação do agente clareador

d Reação de oxidação-redução ou redox.


d O agente oxidante, quando em contato com a superfície dental, inicia o processo de
clareamento, reduzindo as moléculas de pigmento, por meio da quebra das ligações
complexas de carbono, tornando-as simples.

Agentes clareadores

Apresentam baixo peso molecular, permitindo a sua difusão pela estrutura dental.
d Perborato de sódio
y Indicado para dentes tratados endodonticamente – sem vitalidade;
y Peróxido de hidrogênio é o componente ativo;
y Pó é misturado com água formando uma pasta que é inserida na câmara
pulpar → risco aumentado para trincas e fraturas devido à elevação da pressão
intracoronária.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 38

d Peróxido de carbamida
y Clareamento de dentes vitais;

% encontrada Tempo máximo de uso


10% e 16% 3 a 4 horas
22% No máximo 1 hora
37% Apenas em consultório

Peróxido de
Carbamida + Água

Amônia + dióxido
de carbono

Peróxido de
Ureia
hidrogênio

y A amônia torna o pH alcalino, potencializando a ação do agente clareador;


y CARBOPOL: espessante utilizado para conferir o aspecto de gel ao agente
clareador, além de retardar a degradação do peróxido de hidrogênio.
d Ação do peróxido de hidrogênio
y Quando em contato com a estrutura dental, o peróxido de hidrogênio
decompõe-se em radicais altamente reativos de oxigênio, responsáveis por
quebrar/oxidar as ligações complexas de pigmentos, reduzindo as cadeias longas
e complexas para simples e curtas, conferindo o branqueamento dos dentes.
y A reação de decomposição do peróxido de hidrogênio é influenciada pelo pH
do meio:
» pH ácido – formação de radicais livres fracos;
» pH básico – formação de radicais livres fortes.

% Tempo/local de uso
35%-38% Usado apenas em consultório
4-10% Usado no clareamento caseiro

ATENÇÃO!!! PONTO DE SATURAÇÃO


d Momento no qual se deve parar o procedimento clareador;
d Caso o tratamento não seja interrompido, os radicais livres de oxigênio podem
iniciar a quebra das cadeias de carbonos das proteínas que compõem a matriz do
esmalte e da dentina, conferindo a perda IRREVERSÍVEL da translucidez do esmalte.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 39

Fatores que influenciam no


clareamento dental
d Concentração e natureza do clareador:
y Peróxido de hidrogênio – ação rápida do clareador;
y Peróxido de carbamida:
» Clareiam estruturas mais profundas, pois fornecem peróxido de
hidrogênio de forma GRADATIVA, mas CONTÍNUA.
d Tempo de exposição e coeficiente de difusão:
y Quanto maior a quantidade de peróxido de hidrogênio disponível, maior o
tempo de exposição.
d Luz e calor:
y A luz catalisa a degradação do peróxido em radicais livres, porém o seu efeito
ainda está sendo estudado.
» Limite de temperatura suportada pelos dentes – 37ºC a 42ºC.

Sensibilidade após o clareamento

d Resultante da difusão, por meio do esmalte e da dentina, do agente clareador


(peróxido de hidrogênio) ou outros componentes tóxicos liberados pela decomposição
do gel clareador ativado ou não por luz;
d Dessensibilizantes, pastas para sensibilidade auxiliam no controle e tratamento
da sensibilidade;
d Regiões de trincas e interfaces dente-restauração são as mais acometidas pela
sensibilidade.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 40

Colagem de fragmento dental


ANAMNESE DETALHADA E AVALIAÇÃO CLÍNICA E RADIOGRÁFICA CRITERIOSAS SÃO
FUNDAMENTAIS PARA UM CORRETO TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DO PACIENTE.
Analisar: extensão da fratura, estado de conservação do fragmento e adaptação des-
te ao remanescente.

Protocolo – pré-colagem do fragmento:


1) Profilaxia do fragmento e dos dentes;
2) Seleção de cor da resina composta – cor compatível com o esmalte dental;
3) Avaliar adaptação do fragmento ao remanescente dental;
4) Análise dos contatos oclusais em máxima intercuspidação habitual (MIH) –
contato APENAS no remanescente, não se estendendo à linha de fratura!

Técnica de colagem com guia de acrílico:

Confecção da guia de acrílico


1) Coloca-se o fragmento em posição;
2) Fixação temporária com bolinha de resina composta (sem necessidade de
condicionamento e hibridização);
3) Isolamento dos dentes adjacentes (lubrificação hidrossolúvel – vaselina);
4) Rolete de resina acrílica, na fase plástica, em posição.
Quando removida a guia de acrílico, o fragmento o acompanha.

Preparo do fragmento dental e do remanescente


1) Condicionamento ácido por 15 segundos;
2) Lavagem;
3) Secagem;
4) Aplicação do sistema adesivo – Não fotoativa o sistema adesivo para não criar
uma película espessa e acabar desadaptando o fragmento.

Colagem do fragmento no remanescente

Resina como uma espécie de agente cimentante;


1) Conjunto guia/fragmento em posição;
2) Remoção dos excessos;
3) Fotopolimeriza adesivo e resina simultaneamente;
4) Correção de desadaptações;
5) Acabamento e polimento;
6) Ajuste oclusal.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 41

Técnica do bisel pós-colagem

d Realizado apenas quando a linha de união compromete a estética;


d Profundidade do bisel mínima, apenas para mascarar a interface entre
remanescente e fragmento;
d Não precisa mascarar palatina;
d Utiliza-se resina composta para cobrir o bisel.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 42

Luz, cor e caracterização das restaurações


Translucidez: parte da luz que incide sobre o objeto é transmitida e a outra parte
pode ser absorvida ou refletida.
Opacidade: toda a luz é refletida ou absorvida.

Matiz Croma Valor

Distingue uma famí- É a luminosidade da cor, a


Descreve a intensidade/
lia de cor da outra. característica que distingue
saturação da matiz.
É o nome da cor. cores claras de cores escuras.

** Translucidez: considerada a 4ª variação de cor.

Luz e cor nos dentes naturais

DENTINA:
d Baixa translucidez;
d Alta saturação;
d Responsável pelo matiz e croma.
ESMALTE:
d Alta translucidez;
d Baixa saturação;
d Responsável pelo valor.

Terço cervical Terço médio Terço incisal


Grande espessura de den- Grande espessura de Grande espessura de
tina e esmalte delgado; dentina e esmalte; esmalte e dentina del-
Croma alto; Baixa translucidez; gada (mamelões);

Valor intermediário; Alto valor. Alto valor.

Opalescência:

d Capacidade do ESMALTE de refletir ondas curtas e transmitir ondas longas do


espectro visível;
d Sob luz refletida → áreas translúcidas: azuladas;
d Sob a luz transmitida → áreas translúcidas: alaranjadas.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 43

Fluorescência:

d Capacidade de absorver luz ultravioleta (invisível aos olhos) seguida da emissão


de luz azulada;
d Dentina é mais fluorescente que o esmalte, devido ao seu maior conteúdo orgânico;
d Restaurações sem fluorescência apresentam alteração cromática acarretando
resultado desagradável.

Avaliação e registro de cor

d Escalas de cores – Vita clássica, Vita 3D;


d Colorímetro ou espectrofotômetro – muito utilizando em pesquisas.
d Ensaio restaurador – aplicação e fotopolimerização de um pequeno incremento
de resina sobre o dente a ser restaurado.
ATENÇÃO!
Ordem de importância de dimensão das cores: VALOR > CROMA > MATIZ.
PRODUTO ÚNICO - DENTÍSTICA 44

Facetas diretas com resina composta


Indicação das facetas:

d Alteração de cor – manchamento por tetraciclina;


d Defeitos de forma ou estrutura – presença de diastemas;
d Dentes com amplas lesões de cárie;
d Amplas fraturas.

Limitações:

d Comprometimento > 60% dos dentes;


d Dentes tratados endodonticamente com pouco remanescente;
d Comprometimento oclusal.

Vantagens:

d Custo reduzido quando comparada a outros materiais;


d Preparo mais conservador;
d Profissional controla cor e forma;
d Pode ser feito em sessão única;
d Facilidade de realizar reparos.

Desvantagens:

d Características inerentes à resina;


d Estabilidade de cor, perda de brilho, durabilidade etc.;
d Sensibilidade técnica (adesão);
d Profissional dependente (domínio da técnica).

Considerações relevantes para o preparo cavitário:

d Grau de escurecimento dos dentes;


d Dentes vestibularizados;
d Tipo de dente e sua localização;
d Diastemas;
d Apinhamentos;
d Altura da linha do sorriso.
MATERIAL
COMPLEMENTAR

BONS ESTUDOS!

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