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ODONTOLÓGICAS
Conteúdos
Tratamento para dentes permanentes avulsionados com rizogênese incompleta (pág. 23)
Extra oral: Procurar por sinais extraorais de injúrias, tais como lacerações na cabeça e no
pescoço; desvios nos contornos dos ossos da face, alteração no padrão de abertura e
fechamento da boca (desvios podem indicar fraturas ósseas). Palpar o arco zigomático, o ângulo
e a borda inferior da mandíbula. Qualquer área de amolecimento, edema ou equimose na face,
bochecha, pescoço ou lábios devem ser registrados, pois podem ser sinais de possíveis fraturas
ósseas.
Intraoral: Procure por lacerações nos lábios, língua, mucosa jugal, palato e assoalho bucal. As
gengivas vestibulares e linguais e a mucosa oral devem ser palpadas. Áreas de sensibilidade,
edema ou equimose devem ser registradas. Em seguida, prossiga com a avaliação dos tecidos
duros. Cada dente e suas estruturas de suporte devem ser examinadas e submetidas aos testes
de palpação, percussão vertical e mobilidade.
TECIDOS MOLES
Contusão: ferimento causado por impacto com objeto sem corte, causando edema e hemorragia
sob a pele ou mucosa. Não acompanha rompimento da mucosa. Não necessita de tratamento, pois
o sangramento é reabsorvido localmente.
Abrasão: Caracterizada como uma escoriação ou remoção superficial de uma camada da pele
causada por atrito. Deve-se realizar a limpeza do local com Clorexedina 0,12%.
Laceração: corte raso ou profundo no tecido com solução de continuidade da pele ou mucosa
produzido por objeto pontiagudo. Caso a lesão esteja contaminada, é necessário averiguar o estado
vacinal e a necessidade de indicação de antibioticoterapia. Em seguida, deve ser realizada a
limpeza e o debridamento do ferimento com o objetivo de remover corpos estranhos e possíveis
microrganismos, com a utilização de solução fisiológica com seringa sob alta pressão ou embebida
em gaze. Se houver tecidos gravemente contundidos, isquêmicos ou necróticos, estes devem ser
retirados com o auxílio de lâminas de bisturi (no 11 ou 15) ou curetas, pois propiciam a instalação
de infecções. Estando devidamente limpo o local do ferimento, avalia-se a necessidade de sutura,
que precisa ser feita em tecidos intrabucais com fios de seda ou polivicril 4,0 ou 5,0, devendo
permanecer no local por três a quatro dias.
TECIDOS DUROS
Trinca de Esmalte: Características clínicas: Fratura incompleta do esmalte, sem perda de estrutura
dentária. Pode-se utilizar dispositivo luminoso para auxiliar no diagnóstico (ex.: fotopolimerizador).
Características radiográficas: ausentes. Todo dente com relato de traumatismo deve receber
acompanhamento clínico e radiográfico, que, nesse caso, pode ser feito nas consultas de rotina do
paciente. Aplicações de flúor podem ser necessárias para evitar quadros de sensibilidade.
Prognóstico: favorável.
Fratura de esmalte (Fratura não complicada da coroa): Geralmente atinge os ângulos, não
apresenta exposição da dentina. O exame radiográfico deve ser feito para avaliar a extensão da
fratura e servir de parâmetro para os demais exames de controle. Caso haja pouco
comprometimento, pode-se realizar apenas o arredondamento das bordas com brocas de
acabamento em alta rotação e aplicação de flúor; caso haja um comprometimento maior, deve-se
realizar a restauração com resina composta.
Fratura de esmalte e dentina sem exposição pulpar (Fratura não complicada da coroa): Perda
de estrutura dentária restrita ao esmalte e à dentina, sem exposição pulpar. É necessário avaliar a
proximidade com o complexo dentinopulpar:
a) Nos casos em que há uma quantidade maior de dentina, orienta-se que seja feita a inserção do
ionômero de vidro e sobreposta a essa seja incluída a resina composta;
b) Em casos em que há pouco tecido dentinário remanescente entre a fratura e a câmara pulpar,
indica-se o forramento da cavidade com cimento de hidróxido de cálcio, após isso, deve ser
aplicado ionômero de vidro e, por fim, a resina composta, que devolve a estética e a função.
Fratura coronorradicular: Fratura envolvendo esmalte, dentina e estrutura radicular. A polpa pode
ou não estar exposta. Deve-se averiguar a extensão subgengival da fratura. É comum o fragmento
estar preso pelas fibras do ligamento periodontal, portanto, deve ser observada a presença de
mobilidade do fragmento fraturado. Achados adicionais podem incluir desprendimento de fragmento
dentário, ainda em posição. E nem sempre haverá exposição pulpar. Dependendo dos achados
clínicos, dois tipos de tratamento podem ser considerados: quando a fratura se estende 2 mm além
do limite gengival, a exodontia é o tratamento de escolha. Porém, se a criança colabora e a fratura
está aquém do limite gengival, é possível optar por restauração com resina composta, e, se nesse
mesmo caso (fratura com menos de 2 mm abaixo do limite gengival) houver exposição pulpar,
pode-se optar pelos tratamentos descritos na fratura complicada da coroa. Acompanhamento: 1
semana clinicamente; após 6-8 semanas, acompanhamento clínico; após 1 ano de
acompanhamento clínico e radiográfico. E acompanhar anualmente até a esfoliação. Prognóstico:
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O elemento dental pode apresentar-se assintomático, com continuidade do desenvolvimento
radicular de dentes com rizogênese incompleta. Porém, pode apresentar-se sintomático com sinais
de lesão periapical, e com interrupção do desenvolvimento radicular de dentes com rizogênese
incompleta.
Fratura radicular: O fragmento coronário pode estar com mobilidade ou deslocado. A fratura
geralmente é localizada no terço médio ou apical da raiz. Se o fragmento coronário não está
deslocado, nenhum tratamento é necessário. Se há deslocamento do fragmento coronário, pode
ser considerado o reposicionamento com posterior contenção. Caso contrário, extrair somente o
fragmento coronário. O fragmento apical deve ser deixado para ser reabsorvido. Sem deslocamento
radicular: 1 semana clinicamente; após 6-8 semanas, acompanhamento clínico e radiográfico; após
1 ano, acompanhamento clínico e radiográfico. E acompanhar anualmente até a esfoliação. Caso
tenha realizado a extração, faça o acompanhamento de 1 ano clinicamente e radiograficamente e
acompanhar anualmente até a esfoliação.
Luxação intrusiva: O dente está geralmente deslocado para o interior do alvéolo, através da tábua
óssea vestibular, ou colidindo com o dente permanente sucessor. Quando o ápice está deslocado
pode parecer mais curto em relação ao contralateral. Quando o ápice está deslocado em direção
ao germe do dente permanente, a extremidade apical não pode ser visualizada e o dente parede
alongado. O Tratamento Dependerá da direção de intrusão e da associação ou não com fratura da
tábua óssea. Clinicamente, deve ser acompanhado por uma semana; após quatro semanas,
acompanhamento por 6 – 8 semanas.
• Para dentes intruídos em direção ao sucessor permanente, a extração é o tratamento de
escolha.
• Para dentes intruídos em direção à face vestibular e sem ocasionar fratura da tábua óssea,
deve-se aguardar o período de 30 (trinta) dias para que o dente reerupcione espontaneamente.
• Para dentes instruídos com tabula óssea destruída, exodontia.
Luxação lateral: Ocorre deslocamento dentário do seu alvéolo para um eixo distinto do axial. Pode
apresentar: mobilidade, sangramento e laceração gengival, e/ ou mesmo fratura óssea com o dente
preso na tábua óssea vestibular. Por isso, a Palpação deve ser feita. Contatos prematuros podem
existir em virtude da nova posição assumida pelo dente na arcada. O aumento do espaço do
ligamento periodontal é visto. Acompanhamento: Clinicamente, após uma semana; e
acompanhamento clínico e radiográfica após duas ou três semanas, seja a oito e 1 ano.
Tratamento de Urgência:
Como tratamento de urgência, uma estabilização temporária
do fragmento coronário com mobilidade pode ser realizada
até que um plano de tratamento definitivo seja elaborado;
Oclusão: A análise inicial pela checagem da oclusão corrige contatos oclusais desequilibrados
que podem gerar o deslocamento horizontal da prótese total, provocando lesões teciduais.
Lembre-se que a extensão de rebordo das próteses totais garante o correto selamento periférico,
e o excesso de desgaste pode prejudicar mais que ajudar. Podem ser necessárias mais
consultas até que seja observada a melhora na condição clínica das ulcerações como também
da estabilidade de sua nova prótese.
As próteses sobre implantes do tipo cimentadas impossibilitam o acesso aos parafusos que
prendem os componentes protéticos soltos, dificultando o tratamento de urgência. As próteses
tipo parafusadas facilitam o reparo por permitir o fácil acesso aos parafusos que prendem estas
estruturas ou coroas.
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Região e prótese sobre implante com acúmulo de biofilme: A
prótese deslocada pode apresentar grandes quantidades de
biofilme e restos alimentares, e a sua dificuldade de higienização
pode provocar o edema. A remoção do biofilme e dos restos,
limpeza e polimento da prótese e fixação temporária pelos
parafusos normalmente resolvem a maior parte dos problemas
clínicos.
Reparo prótese sobre implante: no caso de fratura do
revestimento estético pode-se melhorar a queixa estética com uma
restauração em resina composta. Para isso, deve-se preparar a superfície cerâmica com ácido
fluorídrico e silano e aplicar técnicas convencionais restauradoras, com adesivo e resina
composta.
Urgências físicas: podem ter como consequência imediata a fratura do material restaurador, seja
ele a resina das próteses totais e das próteses parciais removíveis, porcelanas das próteses fixas
ou próteses sobre implantes, ou até mesmo a porção metálica das armações de próteses
removíveis.
Urgências teciduais: se referem às injúrias e ao traumatismo dos tecidos moles orais decorrentes
das urgências físicas, bem como nos dentes e tecido ósseo, e prováveis infecções que podem
complicar todo o processo.
Urgências em PT
Urgências em PP fixas
Sondagem periodontal: pode ser muito importante na tomada de decisões clínicas, com alta
relevância no diagnóstico diferencial de fratura radicular. A saúde periodontal é relevante em sítios
com profundidade clínica de sondagem menor ou igual a 4 mm que não têm presença de
sangramento espontâneo e/ou a sondagem e presença de pus. Para concluir o diagnóstico,
devemos associar esta informação a outras informações relevantes como: presença de dor,
intensidade da dor, mobilidade, exame radiográfico, análise da oclusão, presença de hábitos
parafuncionais, entre outros.
Estomatite necrosante: Consiste em caso clínico mais grave, caracterizado por extensa necrose
dos tecidos periodontais e que se estende até a linha mucogengival com grande destruição tecidual,
há presença de sequestros ósseos, fístulas buco-sinusais e disseminação sistêmica.
A maioria dos abscessos periodontais em paciente sem periodontite podem ser tratados pela
drenagem da coleção purulenta via sulco gengival. A drenagem é alcançada pelo estabelecimento
de uma via de drenagem pelo lúmen do sulco gengival, por meio da introdução de uma sonda
milimetrada e realização de movimentos pendulares para permitir a drenagem do pus, seguida
de raspagem e alisamento radicular com curetas periodontais, sob anestesia. A irrigação
subgengival com soro fisiológico estéril pode ser empregada como um recurso adjunto para
auxiliar na drenagem e limpeza do sulco gengival. O prognóstico é favorável após a
descontaminação da área subgengival.
A maioria dos abcessos periodontais em paciente com periodontite pode ser tratada pela
drenagem da coleção purulenta via bolsa periodontal. A drenagem deve ser alcançada pelo
estabelecimento de uma via de drenagem pelo lúmen da bolsa periodontal, por meio da
introdução de uma sonda milimetrada e realização de movimentos pendulares para permitir a
drenagem do pus, seguida de raspagem e alisamento radicular com curetas periodontais, sob
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anestesia. A irrigação subgengival com soro fisiológico pode ser empregada como um recurso
adjunto para auxiliar na drenagem e limpeza da bolsa periodontal.
Pericoronarite: é definida como a inflamação dos tecidos moles que circundam a coroa de um
dente em erupção ou parcialmente irrompido, normalmente um terceiro molar inferior. Essa
inflamação é causada pelo acúmulo de restos alimentares e de placa dentária no espaço
pericoronário compreendido entre a coroa do dente parcialmente irrompido e os tecidos moles que
a recobrem (denominado opérculo gengival ou aba pericoronal).
Ø Pericoronarite aguda: é caracterizada por início abrupto, curta duração e dor intensa.
Clinicamente, manifesta-se como uma lesão eritematosa, edemaciada e supurativa que
recobre parcialmente a coroa de um dente parcialmente erupcionado. Sinais de trauma
tecidual, como entalhes das cúspides dos dentes superiores ou ulceração, podem ser
observados na superfície da lesão, visto que o edema tecidual precede o trauma produzido
pelo dente antagonista. A sintomatologia pode variar desde dor leve à dor intensa que reflete
para o ouvido, garganta, assoalho de boca, articulação temporomandibular e região
submandibular, edema local, dificuldade em falar, mastigar e engolir, edema na região do
ângulo da mandíbula, trismo e sensação de gosto desagradável.
Ø Pericoronarite crônica: é caracterizada por desconforto leve ou dor de baixa intensidade
que dura de 24 a 48h, e que é interrompida por períodos de remissão. Linfadenopatia indolor
e supuração podem estar presentes.
Tratamento: Em pacientes com dor e edema localizados, e na ausência de sinais e/ou sintomas
de disseminação sistêmica, deve ser realizado o debridamento mecânico e a irrigação do espaço
pericoronário com solução salina estéril para que os restos alimentares e o exsudato purulento (se
presente) possam ser removidos. Em pacientes com dor e edema localizados, e na ausência de
sinais e/ou sintomas de disseminação sistêmica, deve ser realizado o debridamento mecânico e a
irrigação do espaço pericoronário com solução salina estéril para que os restos alimentares e o
exsudato purulento (se presente) possam ser removidos. Na presença de um abscesso
pericoronário flutuante, a drenagem poderá ser realizada por meio de uma incisão ântero-posterior
profunda no ponto de flutuação do abscesso.
O uso de antibióticos sistêmicos é mandatório para pacientes que apresentem sinais clínicos e
sintomas de disseminação regional ou sistêmica:
Indicado:
• A descontaminação oral com clorexidina 0,12% duas vezes ao dia está indicada para o controle
do biofilme durante a fase aguda da doença;
• O paciente deverá retornar em 48 horas para a avaliação dos sintomas e sinais clínicos e nova
abordagem, se necessária. O acompanhamento deverá ser mantido até a resolução dos sintomas;
• Em caso de dor persistente, o uso de um anti-inflamatório não esteroide, via oral ou intramuscular,
está indicado;
• Após a resolução da fase aguda, a extração dentária ou a operculectomia (remoção cirúrgica dos
tecidos moles que circundam a coroa de dente parcialmente irrompido).
Dores orofaciais: compõem um grande grupo de patologias de difícil diagnóstico para o cirurgião-
dentista, sendo que na grande maioria dos casos a dor é de origem.