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5/28/2023

Técnicas de Observação e Testes Objetivos (TOTO)

Unidade 3 – Fases do Exame Diagnóstico:


Níveis de Inferência Clínica – Diagnóstico e Prognóstico

Prof. Me. José Luís Costa


Centro Universitário Estácio de Sergipe
Aula 13
Curso de Psicologia

Objetivos da Aprendizagem

No final desta aula, o aluno deverá ser capaz de:

1. Compreender os vários níveis de inferência clínica.

2. Aferir em que consiste o diagnóstico e o prognóstico.

3. Diferenciar classificação nosológica e diagnóstico diferencial.

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Níveis de inferência clínica (1)

• De acordo com Cunha (2003), o psicodiagnóstico é um processo científico, que


utiliza técnicas e testes psicológicos (input) e, através de uma série de passos,
termina com a comunicação de resultados (output), após a integração e seleção dos
dados;
• Após a admissão de uma quantidade de dados, os mesmos devem ser trabalhados,
conforme os objetivos predeterminados, e integrados em função do nível de
inferência que se pretende atingir:
• Podemos então afirmar que a inferência é “o processo que vincula o input ao output”.

Obs.: a inferência clínica é chamada de diagnóstico.

Níveis de inferência clínica (2)

• A inferência pode ficar num nível simples, quando se baseia apenas num
levantamento quantitativo, ou pode ser feita em diferentes graus de generalização,
como p. ex., no caso de uma classificação diagnóstica:
• No entanto, pode chegar a interpretações mais inclusivas, que pressupõem o
marco referencial de uma teoria de personalidade.
(obs., a inferência depende do objetivo que o psicólogo pretende alcançar na sua prática de
diagnóstico com determinado cliente).

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Diagnóstico e prognóstico (1)

▪ Para obter uma hipótese diagnóstica ou o diagnóstico mais provável, o psicólogo


nem sempre precisa chegar, obrigatoriamente, ao nível mais elevado de inferência:
▪ Principalmente em casos mais graves – com frequência, apenas o quadro sintomático e
a história clínica contêm informações suficientes para que o psicólogo possa enquadrar
o transtorno numa categoria nosológica:
▪ Esta modalidade de processo diagnóstico seguiria mais um modelo médico do que
psicológico – no entanto, não significa que somente o psiquiatra tenha competência para
tal;
▪ Mesmo quando parece não haver dúvidas quanto à classificação nosológica do
paciente, o psicólogo muitas vezes é convocado para identificar déficits ou funções
preservadas, i.e., para coletar dados mais substanciais como base para um prognóstico;
▪ Noutros casos, como há alternativas diagnósticas possíveis, o psicólogo pode assumir a
responsabilidade de um diagnóstico diferencial, que é efetuado através de uma
avaliação psicológica em contexto clínico, i. e., através do psicodiagnóstico.

Cunha (2003) 5

Classificação Nosológica versus


Diagnóstico Diferencial

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Cunha (2003, p. 27)

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Diagnóstico e prognóstico (2)

Para chegar ao diagnóstico:


▪ O psicólogo deve examinar os dados de que dispõe, referentes ao cliente, que
englobam: informações sobre o quadro sintomático, dados da história clínica, as
observações do comportamento durante o processo do psicodiagnóstico, e os
resultados da testagem:
▪ Os dados são analisados pelo psicólogo em função de determinados critérios (critérios
diagnósticos) e, assim, pode considerar várias alternativas diagnósticas.

Classificação Nosológica

Se determinados critérios específicos são atendidos, o psicólogo pode classificar o


caso numa categoria nosológica:
• Para tal, precisa de utilizar uma das classificações oficiais conhecidas (CID-10 e/ou
DSM-5):
• Tendo como base a referida classificação e aspetos específicos da história clínica, o
psicólogo poderá fazer predições sobre o curso provável do transtorno (prognóstico)
e planejar a intervenção terapêutica adequada:
• Importa referir que muitos testes, usados no psicodiagnóstico, também podem
fornecer indícios muito úteis para o prognóstico.

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O diagnóstico diferencial

De acordo com Cunha (2003, p. 25), no diagnóstico diferencial são investigadas


irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas
diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.

Obs.: tal como num diagnóstico médico, há uma série de passos e questões levantadas,
que permitem a eliminação de determinadas alternativas e a seleção de outras – isto
permite ao psicólogo chegar à hipótese mais provável, à qual podem ser acrescentados
diagnósticos alternativos.

O diagnóstico diferencial

No psicodiagnóstico, em alguns casos (ou transtornos), há um grande número de


sinais e sintomas que podem apresentar-se em distintas categorias diagnósticas e
que se organizam numa ordem hierárquica:
• O psicólogo deve fazer um diagnóstico diferencial – para chegar a ele, deve tomar uma
série de decisões, através do exame de várias alternativas, que geralmente supõem
um modelo estatístico e se baseiam, frequentemente, em estudos epidemiológicos:
• São utilizadas considerações probabilísticas para chegar a um diagnóstico
diferencial e que também servem de fundamento para o prognóstico.

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Cunha (2003)

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A classificação diagnóstica (1)

“Fica facultado ao psicólogo o uso do Código Internacional de Doenças – CID, ou


outros códigos de diagnóstico, científica e socialmente reconhecidos, como fonte de
enquadramento de diagnóstico.”
(Parágrafo único, do Art. 1º, da Resolução CFP nº 015/96, de 13 de dezembro de 1996)

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A classificação diagnóstica (2)

▪ Para se verificar se um caso preenche os critérios de uma categoria diagnóstica, o


psicólogo pode utilizar algum sistema oficial de classificação de transtornos mentais
(os dois sistemas mais conhecidos e difundidos são o CID-10 e o DSM-05):
▪ A classificação diagnóstica (usando o CID-10 e/ou o DSM-5), é fidedigna, muito útil e
facilitadora da comunicação entre os vários profissionais:
▪ Leva o psicólogo (ou o psiquiatra) a realizar a sua coleta de dados de forma
sistemática e organizada, sendo também adequada para a descrição dos sujeitos em
trabalhos de pesquisa;
▪ Importa, por isso, que os psicólogos que exerçam, p. ex., práticas de psicodiagnóstico,
se familiarizem com este tipo de classificação e que a utilizem nos seus laudos
psicológicos sempre que se justificar.

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Linguagem a adotar na comunicação


dos resultados (2)

▪ Para que a comunicação dos resultados seja cientificamente adequada:


▪ É necessário que a seleção, organização e integração dos dados se realize, chegando
a inferências sobre o caso, tendo como pontos de referência as perguntas iniciais – que
permitem a elaboração da(s) hipótese(s) diagnóstica(s) e os objetivos do exame:
▪ Estes dados que surgem da testagem numa terminologia científica, precisam ser
decodificados, conforme a identidade e a qualidade do recetor, sendo comunicados
de forma oral e escrita.

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TPC (sugestão de leitura)

Como prática de estudo autónomo, o aluno deverá ler Cunha (2003, p. 117-125),
disponibilizado na biblioteca digital Estácio.

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Referências

CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico V. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.


HUTZ, C. S; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. M.; KRUG, J. S. (Org.). Psicodiagnóstico.
Porto Alegre: Artmed, 2016.

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