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13/8/2009

SEQUÊNCIA DIAGNÓSTICA: 8
a 10 sessões
1- Entrevista de queixa e contrato diagnóstico
(entrevista inicial);

AVALIAÇÃO E 2- E.O.C.A. Entrevista Operativa Centrada na


Aprendizagem;
3- 1º Sistema de hipóteses e linha de
DIAGNÓSTICO pesquisa;
4- Primeiras avaliações;

PSICOPEDAGÓGICO 5- 2º Sistema de hipóteses e redirecionamento


de linha de pesquisa;
6- Entrevista de Anamnese com família e
PARTE IV escola;
7- Avaliação;
8- Diagnóstico, Prognóstico e Indicações;
9- Devolutiva para a família e para a escola.
PROF. ESP. VANESSA VIEIRA Jorge Visca

INFORME
PSICOPEDAGÓGICO O laudo ou informe tem como
finalidade resumir as conclusões a
Ao final do diagnóstico psicopedagógico, tem-se que se chegou na busca de respostas
formada uma visão global do paciente e sua
contextualização na família, na escola e no meio social em às perguntas iniciais que motivaram o
que vive. diagnóstico.
É importante também identificar adequadamente o
Modelo de Aprendizagem predominante, o que já
aprendeu, o que pode aprender, o que interfere no QUEIXA DIAGNÓSTICO
aprender do ponto de vista cognitivo e afetivo-social, que
recursos possui, se os mobiliza ou não, que direção tomam
seus interesses e motivações na busca do conhecimento.
Ou seja, dificuldades e potencialidades.

ROTEIRO PARA INFORME II – Motivo de avaliação –


PSICOPEDAGÓGICO encaminhamento

I – Dados Pessoais É necessário se relatar a queixa na


Nome : visão da família e da escola, quando for
............................................................................................ o caso. Caracterizar o encaminhamento
.............................................
feito para um diagnóstico
Data de Nascimento: ..........................................
Idade / na avaliação : ..................................... psicopedagógico pela escola, pediatra,
Escola: .............................................................................. neurologista, psicólogo, e outros.
Série:

MARIA LÚCIA L. WEISS

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III – Período da avaliação e IV – Instrumentos usados


número de sessões
Relata-se o tipo de sessão usada
Ao se definir o período de (entrevista lúdica, familiar, E.O.C.A.,
avaliação delimita-se a época do dramatização, etc), os diferentes
ano letivo em que foi feita, a sua testes e seus objetivos e as diferentes
extensão, as interrupções entrevistas.
ocorridas e suas causas.

V – Análise dos resultados nas • Afetivo-


Afetivo-social: pode-se colocar, além dos
diferentes áreas dados pessoais no nível emocional e
relacional e o significado do sintoma para o
• Pedagógica: é importante dar-se um visão do nível paciente e para a família, o nível de reação à
pedagógico do paciente de forma global e da escola e informações sobre a estrutura
familiar que sejam importantes
especificidade nos diferentes campos, como, por
exemplo, leitura, escrita e cálculo.
• Corporal: é importante situar o uso do corpo
em situações diversas, aspectos de
• Cognitiva: identifica-se o nível da estrutura do normalidade, aspectos da psicomotricidade,
pensamento, suas defasagens, seu funcionamento, etc.
sua modalidade predominante (mais assimilativo,
hiperacomodativo, etc.). Acrescenta-se o observado
sobre a capacidade de antecipação, seqüência
lógica, etc.

VI – Síntese dos resultados – VII – Prognóstico


hipótese diagnóstica
É a resposta mais direta à questão inicial Relata-se a hipótese final sobre o
levantada pela queixa. Faz-se um síntese do que
foi analisado no item V, estabelecendo-se a estado futuro do paciente em relação
relação entre as diferentes áreas em função do ao momento do diagnóstico. É uma visão
motivo da avaliação. Esse item é uma
reelaboração dos dados e suas interligações, de condicional, baseada no que poderá
modo a se ter uma visão global do paciente ante acontecer a partir das
a questão da aprendizagem e/ou da produção recomendações e indicações
escolar e assim formular a hipótese diagnóstica
final.

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IX – Observações: acréscimo
VIII – Recomendações e de dados conforme casos
indicações específicos
Sintetizam-se aqui as orientações dadas Exemplos:
aos pais e à escola: troca de turma ou de • Alguns dados da história de vida;
escola, forma de posicionar o paciente em sala • Postura do paciente durante a avaliação;
de aula, modo de lidar com ele em casa e na • Recorte de sessões ou testagem;
escola, reformulação de exigências, atribuição • Recorte da dinâmica familiar;
de responsabilidade, revelação de fatos, etc. • Interferência durante o processo;
As indicações de atendimento a serem feitas, • Interrupções;
seja em Psicopedagogia, Fonoaudiologia, • Síntese do sistema escolar, análise mais detalhada
Psicoterapia, etc. do tipo de escola (metodologia, exigências, etc.)

DEVOLUÇÃO • Trata-se de uma comunicação verbal feita


ao final de toda avaliação, em que o
psicopedagogo relata aos pais ou
responsáveis, paciente e escola os
resultados obtidos ao longo do diagnóstico.

PAIS OU ESCOLA
RESPONSÁVEIS
PACIENTE • Seria a verbalização do Informe
Psicopedagógico com todas as orientações
e esclarecimentos necessários.

Sugestões:
Assim como a entrevista inicial este • Iniciar a devolutiva recordando a queixa inicial
momento está carregado de muita • Fazer uma síntese dos procedimentos adotados,
ansiedade por todos os envolvidos no relembrando junto ao paciente
processo: • Ressaltar os aspectos mais positivos do paciente,
valorizando o que o mesmo faz de melhor
• Psicopedagogo • Em seguida, expor os aspectos que estão realmente
causando a problemática na aprendizagem
• Paciente
• Finalizar com as recomendações aos âmbitos
• Pais ou responsáveis familiar e escolar e as indicações/encaminhamentos
específicos (neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo,
psicomotricista, terapeuta ocupacional etc).

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Sintetizando
Entrevista de queixa e contrato
diagnóstico E.O.C.A. 1º Sistema
de hipóteses e linha de pesquisa
Primeiras avaliações 2º Sistema de
hipóteses Entrevista de Anamnese
com família e escola Avaliação
Diagnóstico, Prognóstico e
Indicações Devolutiva para a
família e para a escola.

INFORME PSICOPEDAGÓGICO II- Motivo da avaliação –


encaminhamento
I – Dados pessoais
Nome: A.S. R. A escola queixou-se que A. não esta
alfabetizado, realiza leituras com muita
Nome da mãe: S. R. S. R.
dificuldade, não escreve nada, só copia. A
Data de nascimento: 19/05/96 mãe também queixou-se que seu filho não
Idade/na avaliação: 8 anos e 9 meses. sabe ler, até junta as letras, mas não
consegue ler, escrever e também tem
Escola: Escola Municipal
muita dificuldade nas continhas.
Série: 3ª série do Ensino Fundamental
A indicação para a avaliação
psicopedagógica foi feita pela
coordenadora da escola.

IV – Instrumentos usados
III – Período de avaliação e Os instrumentos utilizados nessa avaliação foram:
número de sessões • Entrevista com a direção e coordenação da escola;
• Observação da criança em ambiente escolar;
• Entrevista inicial com a mãe;
• Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem ( E. O. C. A)
• A avaliação aconteceu de 09 de de Jorge Visca;
• Avaliação psicolingüística de Cocco e Hailler;
fevereiro a 10 de abril de 2004, • Observação do material escolar;
totalizando 12 sessões. • Teste de audibilização de Clarissa Golbert;
• Provas piagetianas pautadas em Mac Donell;
• Testes projetivos: desenho, histórias incompletas e hora do
jogo;
• Avaliação Psicomotora – adaptação de Gislene de Campos
Oliveira;
• Prova de Consciência Fonológica - Capovilla;
• Entrevista de anamnese.

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Área Cognitiva
• Classificação: a criança encontra-se no nível intuitivo
articulado, pois utilizou-se de dois critérios (cor e forma)
para classificar/formar grupos com as fichas parecidas,
identifica inclusão de classes, mas ainda não realiza
V – Análise dos intersecção de classes, isto é, não percebe que duas classes
possam ter características que as diferenciam e
resultados nas características comuns ao mesmo tempo.

• Seriação: a criança encontra-se no nível intuitivo articulado,


diferentes áreas pois obteve êxito parcial e assistemático, isto é, realizou a
seriação por comparação entre os bastonetes e cometeu
alguns erros de intercalação.

• Conservação: predominou o pensamento concreto,


demonstrando a compreensão de que mudando a
configuração espacial, mantém-se quantidades discretas e
contínuas.

Baseando-se nos resultados das provas Área Pedagógica e Lingüística


piagetianas verificamos que o pensamento da Através das atividades realizadas durante
criança encontra-se em um nível de transição as avaliações da psicogênese da linguagem
do período pré-operatório para o período das escrita, identificamos que a criança encontra-
se no nível silábico-alfabético ou intermediário
operações concretas, já que na maioria das
II, pois ora apresenta uma hipótese silábica
noções apresenta o nível do pensamento (uma letra para cada sílaba) quando registrou
intuitivo articulado. “B” para “BOR”, “O” para “ BO” e “TA” para
A criança ainda não apresenta uma “LETA”; ora apresenta uma escrita alfabética
reversibilidade do pensamento totalmente (duas ou mais letras para cada sílaba) quando
definida, principalmente no que se refere a registrou “MAGARINA” para “MARGARINA”,
classificação, seriação e conservação de fazendo a correspondência sonora
convencional.
líquidos.

Demonstrou superação do realismo nominal, isto é, A criança realizou pequenas leituras


a criança não apresenta mais a hipótese de que a apresentando uma leitura silabada, com muitas
quantidade de letras vária de acordo com o tamanho dificuldades em recordar-se da
do objeto. A criança acredita que não é possível
escrever com apenas uma letra (M),com letras que se
correspondência sonora de algumas sílabas
repetem (GG) e letras intercaladas à números simples e praticamente de todas sílabas
(TH14567A). complexas, o que interfere diretamente na
Durante a avaliação da leitura verificamos que a compreensão de enunciados das atividades
criança distingue imagem de texto, identificando a (reconstrução do significado da frase) e na
função de cada um; segue a orientação de começo, interpretação de textos.
meio e fim para a realização da leitura; distingue
No início da avaliação a criança apresentou
letra, palavra, frase e texto, embora nomeie apenas
palavra; reconhece rótulos, cédulas e moedas,
um discurso um tanto retraído, demonstrando
descrevendo suas funções. muita timidez e medo, que foram amenizados
ao longo das sessões.

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Nas atividades de Memória, a criança apresentou


Audibilização: o resultado característico ao grupo médio superior,
No teste de audibilização, avaliamos as isto é, a criança demonstrou ter uma boa capacidade
de se recordar de um pensamento. No entanto, a
áreas: discriminação fonemática, memória e criança apresentou algumas dificuldades na memória
conceituação. de relatos,o que pode ocasionar obstáculos na
compreensão da leitura de textos.
Nas atividades de discriminação
Nas atividades de conceituação, a criança
fonemática, a criança apresentou um resultado apresentou o resultado característico do grupo médio
pertencente ao grupo superior, isto é, a criança superior, isto é, boa capacidade de construção de
apresentou ótima capacidade para identificar significados na aquisição da linguagem. Vale ressaltar,
traços distintos entre os sons da língua. Esta que na avaliação da Organização Sintático-Semântica,
a criança demonstrou uma certa defasagem,
habilidade é determinada pelas capacidades possivelmente pela dificuldade de formar frases e
perceptivas e produtivas da criança e não por conceituá-las , como também verificamos na avaliação
seu contexto lingüístico. de uso das funções da língua escrita.

Prova de consciência fonológica/silábica: Matemática:


Na prova de valor posicional, a criança encontra-se no
momento de transição, quando “16 significa todos os objetos
Nos testes da prova de consciência desenhados e cada algarismo representa unidades”. Sabemos
fonológica adaptada, ou seja, analise realizada que, pelo o que é exigido de conteúdos matemáticos na 3º
série, o aluno depara-se com muitas dificuldades, pois ainda
até nível silábico, a criança apresentou como não compreende totalmente o valor posicional, isto é,
demonstra a não compreensão de dezena, quando lhe é cobrado
resultado a porcentagem total de acertos de a compreensão de centenas, milhões e arrendondamentos. Nas
62,5 %. No entanto, os resultados nos situações-problema a criança enfrenta a dificuldade na
compreensão dos enunciados devido a sua alfabetização que
revelaram que as principais dificuldades ainda encontra-se em processo de desenvolvimento. Oralmente,
a criança é capaz de resolver situações simples de adição (Eu
encontradas pela criança referem-se a: tenho R$10,00, com mais R$5,00, quantos reais terei?)
aliteração (25%)e transposição silábica (0%). utilizando-se os dedos para contar, quando solicitado para
registrar a “continha” a criança recusou-se, dizendo que teria
que copiar da lousa. Tal postura da criança demonstra uma
aprendizagem predominantemente hipoassimilativa e
hiperacomodativa.

Área Corporal
Coordenação e Equilíbrio: a criança
Orientação Espacial: a criança conseguiu atingir a
apresentou maiores dificuldades nos testes de
pontuação esperada para sua idade, demonstrando um
bom desenvolvimento nesta habilidade motora; dissociação de movimentos, (dificuldade na
Orientação Temporal: a criança demonstrou
realização de múltiplos movimentos ao mesmo
conhecer algumas noções de tempo (antes, depois, tempo), demonstrando incapacidade de
manhã, tarde, noite e dias da semana), apresentou um individualizar os segmentos corporais que
bom desempenho na noção de velocidade e ritmo, mas tomam parte na execução de gesto intencional;
apresentou algumas dificuldades na seqüência lógica equilíbrio com os olhos fechados, pois requer a
do tempo, devido a não localização de fatos e do não percepção e representação do corpo no espaço
estabelecimentos de relações entre os mesmos; e na
e a criança ainda esta em processo inicial de
reprodução de estruturas rítmicas, devido as
dificuldades com a sucessão de eventos, duração,
representação.
intervalo e rapidez.

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De acordo com os resultados obtidos, podemos


afirmar que a criança esta iniciando o processo de
Afetivo /Social
interiorização da imagem do seu corpo, ainda não Durante todo o processo avaliativo a criança
possui a representação mental do seu corpo e de atendeu a todas as solicitações, demonstrando boa
concentração e riqueza de detalhes na realização de
outros objetos. atividades de seu interesse (hora do jogo). Consegue
O corpo é um ponto de referência que o ser lidar com informações que a ajudam a pensar para
humano possui para conhecer e interagir como mundo, atender as exigências nos diferentes testes. No
principalmente para o desenvolvimento cognitivo e entanto, em todas as provas foi necessário trabalhar
para a aprendizagem, por isso a ausência da percepção com sua insegurança e medo de errar para que
do eixo corporal pela criança nesta idade de 8 anos conseguisse finalizar as atividades propostas.
pode estar dificultando ainda mais o seu processo de Através dos testes projetivos, desenho e
alfabetização, pois sabemos que esta dificuldades histórias incompletas, pudemos identificar que os
atinge diretamente a orientação e percepção das vínculos estabelecidos com a escola e família têm uma
expectativa baixa de envolvimento, procura “fugir,
letras e palavras escritas, bem como a organização estar longe” destas relações.
seqüencial das idéias no texto.

Os desenhos de vínculos escolar indicam Ao representar o seu grupo familiar a criança se


que a criança não vê na escola um espaço de exclui, como se não encontrasse o seu lugar nesse
aprendizagem, pois a figura de quem ensina – núcleo.
professor não aparece. O professor apareceu Vale ressaltar que em alguns momentos a criança
apenas em duas situações: uma de recreação, relatou fantasias em que projetava para si situações
da vida de um tio que tem problemas mentais. A mãe
deixando claro o não envolvimento com relatou que a criança rejeita o tio, agredindo-o
situações sistemática de aprendizagem de sala verbalmente e fisicamente. Essa situação pode ser
de aula e a outra quando solicitado para explicada, uma vez que a criança, por também
desenhar a escola que gostaria de ter, nesta apresentar dificuldades, acaba se identificando com
situação a figura se fez presente dentro da um tio excluído e estigmatizado.
sala de aula. Demonstra estar vivendo um grande conflito na
construção de sua auto imagem, que provavelmente
Para a criança o conhecimento é algo muito tenha relação direta com a imagem que as pessoas
grande e de difícil acesso, quando o representa fazem dela e das relações que estabelece com as
como um lápis bem maior que ele próprio. características da vida do tio.

VI – Análise dos resultados – hipótese A análise dos testes projetivos, leva-nos a


pensar que a criança tem dificuldades na
diagnóstica construção da imagem de si mesma, devido as
Apesar da criança apresentar um “atraso” no influências que recebe das leituras de sua
nível cognitivo, verificamos que ela encontra-se num
processo de transição para o operatório concreto, e imagem pelas pessoas que estão a sua volta e
que por isso, as dificuldades apresentadas na pelas projeções que faz e que os outros
aprendizagem possam não estar diretamente também fazem das características do tio com
relacionadas a este aspecto.
problemas mentais. Estes conflitos emocionais
A nível pedagógico, porém, há defasagens na
construção da leitura e escrita, que se refletem em podem estar interferindo diretamente no
uma dificuldade de leitura e na escrita de nível desenvolvimento das habilidades motoras da
silábico-alfabético. Acreditamos que as dificuldades criança, visto que o seu desenvolvimento
de consciência fonológica possam estar relacionadas também depende das ligações afetivas e
as características da fase de construção da linguagem
escrita, uma vez que a criança não interage com emocionais que estabelece com quem convive,
atividades voltadas para estas dificuldades bem como na forma de compreender o seu
específicas. erro.

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De acordo com as avaliações podemos perceber


que as dificuldades apresentadas estão VII - Prognóstico
relacionadas a:
• Aspectos emocionais que a impedem de
Favorável, desde que se considerem
aproveitar as situações de aprendizagem,
as orientações e indicações
haja vista que tem de si uma auto-imagem
distorcida e que também explicam as
dificuldades motoras;
• A inadequação de atividades propostas ao
nível de desenvolvimento apresentado pela
criança.

Escola:
VIII - Recomendações e indicações
• organizar melhor o espaço da sala de aula, a fim de
Família: favorecer a interação e cooperação com os colegas.
Oferecer atividades específicas para as
• continuar o tratamento psicopedagógico para dificuldades/defasagens apresentadas pela criança,
atender as dificuldades apresentadas pela criança; se possível com o uso de material concreto
• enfatizar os aspectos positivos apresentados pela principalmente na matemática. Caso seja possível,
criança; oferecer aulas de reforço, no qual haja um número
reduzido de alunos.
• incentivar os estudos a fim de melhorar a auto- • incentivá-la a expor seus trabalhos ou produções
estima, demonstrando que valoriza os esforços da frente ao grupo/classe, amenizando seus medos e
criança. fortalecendo a auto-estima.
• Problematizar com a criança a diferença dela e do • auxiliar o aluno a construir uma auto-imagem
tio. positiva de si, tanto nas atividades físicas quanto na
• Providenciar acompanhamento psicológico para sala de aula.
trabalhar as questões citadas acima. • evitar comparações ou referências a família, ao tio,
ou com outras crianças com deficiência.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS AOS PROFESSORES TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO /HIPERATIVIDADE:


Atenção
Como ajudar o disléxico na escola • O aluno deverá sentar na primeira fileira da classe, longe da janela e da porta, próximo ao
professor. Se possível, coloque-o sentado próximo a outro aluno que seja bem atento, “bom
• Promover um ensino multisensorial; ouvinte” e que não o distraia com tanta freqüência;
• Dê aos alunos disléxicos um resumo do curso, se possível, antes mesmo de ele se matricular; • Somente o material necessário deverá ficar em cima da mesa. No caso de crianças
• Avise no primeiro dia de aula sobre o desejo de conversar individualmente com os alunos que tem pequenas, vale a pena guardar seu material e fornecer somente o necessário;
dificuldades de aprendizagem; • Uma agenda ou fichário poder ser um bom instrumento para ajudar o aluno a se organizar.
• Detalhe, no início do curso, todas as exigências, inclusive a matéria a ser dada, métodos de avaliação, Peça para anotar os deveres e recados e se certifique de que ele o fez;
datas de provas etc; • Utilize cores vivas nos diferentes recursos visuais;
• Inicie cada módulo com um esquema do que deverá ser apresentado naquele período. No final, realce
de maneira resumida os pontos-chave. • Se assegure de que o aluno escutou e entendeu as explicações e instruções;
• Use vários materiais de apoio para apresentar a lição à classe, como: lousa, projetores de slides, • Mantenha na lousa apenas as informações necessárias para o tema;
retroprojetores, filmes educativos, demonstrações práticas e outros recursos multimídia; • Programe pausas e outras recompensas para atitudes adequadas, como se comportar bem
• Introduza o vocabulário novo, ou técnico, de forma contextualizada; e permanecer atento à aula. O importante é que essas recompensas não sejam distantes,
• Evite confusões, isto é, dando instruções orais e escritas ao mesmo tempo; mas programadas para curto prazo;
• Quanto a tarefas de leitura: • Antes de iniciar uma nova matéria, utilize alguns minutos para recordar a matéria anterior.
– Anuncie o trabalho com bastante antecedência, a fim de o disléxico poder, se necessário, Dessa forma, criará elos entre os assuntos, o que favorecerá a atenção e fixação das
arranjar outras formas de realizá-las, como gravar o livro; informações na memória;
– Considere, também, a possibilidade do trabalho em grupo; • Coloque um pequeno símbolo, algo como uma estrela, ao longo dos trabalhos de classe
– Quando apropriado, proporcione alternativas fora da sala de aula para tarefas de leitura, como para que você monitore onde o aluno se encontra nessas atividades. Peça para ele lhe
dramatização, entrevistas e trabalho de campo; avisar quando chega às estrelas, pois isso também exercerá um reforço positivo ao seu
– Dê exemplos de perguntas e respostas para o estudo de provas. Explique quais são as respostas desempenho;
aceitáveis, deixando claro o porquê da escolha desse tipo de resposta;
– Realize aulas de revisão que permitam o tempo adequado para perguntas e respostas;
• No livro, apostila ou caderno, encubra outros exercícios com uma folha para que este aluno
se ocupe com um exercício de cada vez. Espace as questões nas folhas de avaliação para
– Quando necessário, avalie o conhecimento dos estudantes com deficiência de aprendizagem que enquanto responde uma, não se distraia com outra questão;
usando métodos alternativos, inclusive avaliações orais, provas gravadas, trabalhos feitos em
casa e apresentações individuais; • Após uma pergunta, de um tempo extra para reflexão;
– Autorize o uso de tabuadas, calculadoras simples, rascunhos e dicionários durante as provas; • Fracione a oferta de informação. Divida projetos longos em segmentos curtos;
– Aumente o limite de tempo para provas escritas. • Na medida do possível, permita que este aluno faça suas avaliações em um lugar com
– Leia a prova em voz alta e antes de iniciá-la verifique se todos entenderam e compreenderam o menos estímulos que possam roubar sua atenção;
que foi pedido;

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Memória; Cálculo;
• Dê instruções curtas e objetivas, se necessário por escrito; • Podemos reeducar os movimentos de contagem, seriação, reagrupamento e correspondência utilizando
• Dê significado à informação. Use a memória visual para ajudar a codificação da memória verbal. Por exemplo, fichas e papel quadriculado;
utilize filmes e documentários como recursos para o aprendizado; • Reduza o número de problemas por página;
• Se o aluno tem dificuldades em fixar o que é visual, utilize recursos verbais. Por exemplo, incentive-o a gravar as • Permita o uso de material concreto para manipulação;
aulas para recordá-las em casa;
• Cuide para que os números dos exercícios não se misturem com os números dos cálculos;
• Alguns alunos com TDAH só conseguem consolidar as informações com o recurso da repetição. Identificando
este aluno, repita a informação para ele sempre que tiver a oportunidade; • Se necessário, tome medidas específicas para corrigir dificuldades de memória e linguagem.
• Outros alunos têm dificuldade para recuperar uma informação apreendida e armazenada em sua memória de
longo prazo. Nesta situação, forneça pistas para que ele se esforce em encontrar a resposta. Por exemplo, diga Percepção visual;
a primeira letra ou a categoria da resposta ou lhe dê as possíveis alternativas;
• Peça para o aluno seguir as linhas com o dedo enquanto lê;
• Linguagem (oral e escrita);
• Mostre ao aluno estratégias de recuperação. Relacione informações a imagens e depois, quando for checar seu
• Evite expor suas dificuldades ao grupo;
conhecimento, mostre as imagens para ajudá-lo na recuperação das informações; • Estimule-o a arrumar a mesa da mesma maneira, para que ache rapidamente o seu material;
• Se assegure regularmente de que o aluno compreendeu as explicações dadas; • Retire decorações excessivas das folhas de trabalho;
• Não economize recursos visuais e demonstrações nas explicações; • Estimule-o a escrever com letras maiores e deixar espaço entre as informações escritas;
• Insista para que o aluno se manifeste quando não entender a explicação. Combine códigos com ele para eu não • Se assegure de que o aluno esteja na página correta antes de iniciar as explicações;
se sinta constrangido por interromper freqüentemente as explicações. Esta cumplicidade entre o aluno e o • Treine com freqüência os conceitos espaciais;
mestre será positiva em todo o processo de aprendizagem;
• Leia as instruções para este aluno; • Ensine-o a espaçar as palavras utilizando seu dedo indicador entre elas;
• Utilize preferencialmente as avaliações orais. Nas avaliações escritas, utilize testes de múltipla escolha; • Se este aluno tem dificuldade para se organizar utilize marcas visuais e lembretes na sua mesa, livros e
cadernos;
• Se o aluno tem dificuldades de leitura ou de escrita, não o exponha ao grupo, evite que ele leia ou escreva em
público. O constrangimento pode fazer com que desista de aprender a ler, no entanto, não o isente de atividades
de leitura; Tratamento de informações;
• Se o aluno apresenta dificuldade de interpretação de textos, peça para que leia as perguntas de interpretação • Forneça planos de ação. Se o trabalho for longo, divida-o em partes, cada qual com o seu prazo de
antes de iniciar a leitura do texto; execução;
• Para saber se um livro é muito difícil para o aluno ler em casa, escolha aleatoriamente uma página e peça para • Primeiro mostre o conjunto para depois ir aos detalhes;
que marque as palavras desconhecidas. Se ele marcar mais do que cinco palavras procure outro livro mais fácil;
• Quando existir confusão entre palavras que se assemelham, coloque-as dentro de um contexto para que haja
• Nas explicações faça uso de exemplos da vida cotidiana e demonstrações;
confronto e diferenciação; • As explicações devem ser concretas;
• Ensine o aluno a criar imagens mentais para associação com palavras e letras; • Destaque a importância do aprendizado de determinada informação;
• Escolha textos onde as palavras trabalhadas sejam freqüentemente repetidas; • Crie elos entre as novas informações e as anteriormente aprendidas;
• Evite textos muito longos; • Nunca dê dois objetivos a serem trabalhados de uma só vez;
• Na correção de redações, de prioridade ao conteúdo. Corrija a forma oportunamente, mas não deixe de corrigi-la; • Ensine-o como fazer resumos;
• Encoraje o uso de dicionários; • Mostre como fazer anotações no decorrer da leitura.

Desenvolver o Raciocínio Lógico : • Percepção de Figuras e Formas : - Representação com experiências graduadas e
• Estratégias : questionar, observar e acompanhar, através de resposta espontânea, a simples inicialmente, observando detalhes, semelhanças e diferenças.
estrutura de raciocínio de seus alunos.
• Deixar que as crianças organizem suas atividades a partir de um objetivo e através de 1 – Espaços: - Localização de objetos: em cima, em baixo, no meio, entre, primeiro,
suas tentativas estruturar seu próprio conhecimento e o caminho intelectual do aluno. último ...
• Levar em conta que o desenvolvimento cognitivo é processo seqüencial marcado por 2 – Ordem e Seqüência: - Primeiro, segundo ..., dias da semana, ordem dos números,
etapas. dos meses, das estações do ano.
• Em cada etapa a criança compreende e tenta resolver os problemas de acordo com a 3 – Representação mental: - Indicar com as mãos e os dedos, tamanhos,
estrutura mental que apresenta naquele momento. comprimentos dos objetos, preencher espaços com figuras de tamanho
• Antes de introduzir um novo problema é preciso diagnosticar as operações lógicas específico escolhida entre outras da mesma forma, porém com tamanhos
necessárias à sua resolução. diferentes.
• Facilitar o desenvolvimento através de atividade graduadas é importante para o 4 – Conceito de Números: - Trabalhar correspondência um a um, construir fileiras
desenvolvimento, porém acelerá-las não. idênticas de objetos, associar o símbolo e a compreensão auditiva a quantidades
• Estimular novamente as estruturas mentais, sempre que precisar. através de atividades rítmicas.
• Atividades graduadas – estrutura que se manifesta nas etapas. 5 – Operações Aritméticas: - Trabalhar adequadamente para que a criança entenda
que a adição se dá pelo acréscimo, a subtração se dá por diminuição, à divisão se
• Estrutura lógica de Ações :
dá repartindo e a multiplicação é a soma de um numero “x” de parcelas iguais de
Enunciado de problema um número.
Formulação de hipótese • Trabalhar os conceitos matemáticos antes da simbologia, antes da linguagem
Testes experimentais da hipótese matemática.
Conclusão • Aprender com compreensão, sabendo o porquê das coisas.
• Exercite sempre habilidades operatórias como: analisar, comparar, criticar, relacionar, • Pensar, raciocinar, relacionar idéias, descobrir e ter autonomia de pensamento.
classificar, deduzir, localizar, sugerir e outros. Descobrir a matemática. Usar: desafios, jogos quebra-cabeça, problemas
• Faça seu aluno falar do que aprendeu com linguagens pictóricas, gráficas numéricas, curiosos e jogos na informática.
mímicas, sonoras e outras. • Trabalhar matemática por meio de situações problemas própria da vivência da
• Nunca apresente ao aluno uma resposta que o mesmo pode conquistar sozinho. criança.
• Considerar mais o processo do que o produto da aprendizagem.

6 – Educação Motora: - Atividades lúdicas, através da educação motora, que desenvolvem habilidades, as A INFORMÁTICA NOS PROCEDIMENTOS MATEMÁTICOS EM CRIANÇAS COM
quais, possibilitam entender os conceitos matemáticos: DISCALCULIA
• Capoeira e Brincadeiras levam a:
– Localizar – (espaço; distância (perto longe)).
– Planejar – (raciocínio lógico). •A pedagogia tem que se valer de procedimentos que motivam a aprendizagem em crianças com
– Reconhecer – (dissociação do corpo – reconhecer o corpo todo e partes do corpo). Discalculia.
– Observar e Acompanhar – (ritmo – música, palma, toque – cantar). •Entre esse procedimentos, o uso da informática desempenha o máximo de atenção e
– Corresponder – (correspondências em dupla um a um). concentração, desenvolve seu potencial cognitivo e emocional. Une corpo-mente-ação.
– Movimentar – (geometria – movimentos circulares).
– Coordenar – (coordenação motora global e específica).
– Cumprir regras – (etapas a serem cumpridas, passo a passo e outras). •Estimula:
• Jogos Pedagógicos : Trabalham: 1 – A percepção: envolve os aspectos discriminação, memória auditiva e visual, memória
– Atenção seqüencial, coordenação visomotora, orientação temporo-espacial e controle dos movimentos.
– Concentração 2 – A Cognição: capacidade de representação (virtual para o real); simbolismo ex: ícones;
– Ação Mental
– Desafio
resolução de problemas (hipóteses, estratégias, execução, avaliação e conclusão); imaginação e
– Rapidez
criatividade; leitura e escrita; formação de conceitos (abstração, generalização)
– Planejamento 3 – A Emoção: desenvolvimento de atitudes, hábitos e habilidades; motivação; conscientização
• Jogo da memória – motricidade fina, memória, hipótese, cores e estratégias. da sua própria cognição; atenção e memória.
• Resta um – formas, regras e estratégias. •A informática permite o sujeito a entender o seu próprio processo de pensamento, levando-o a
• Quebra-cabeça – motricidade fina e memória, formas, hipótese, cores, análise-síntese, figura-fundo e tomar consciência das estratégias que utiliza.
estratégias. •Considerando ainda o interesse e a necessidade do individuo para conduzir uma aprendizagem
• Arquiteto – planejamento, equilíbrio, motricidade fina e estratégias. significativa.
• Cilada – percepção de formas, encaixe, motricidade fina, organização, plano mental, projeto e •Os softwares de simulação trabalham:
criatividade.
• Tangran – formas geométricas, buscas de solução, percepção de figura e formas, hipótese, paciência, •Processos de informações
regras, motricidade fina e representação mental. •Trabalho em grupo
• Material dourado – trabalhar o sistema de numeração decimal. •Relacionamento com os colegas
• Atividades Matemáticas (A.M.) trabalha os conceitos matemáticos através de: experimentar, discutir e •Auto-avaliação
concluir.
• Informática: uso adequado de estratégias a partir de software que contribuam com a formação de •Autocorreção e novas possibilidades
todos os conceitos já citados. •Auto-estima
•Percepção e discriminação

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