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· Testes Psicológicos:
· Entrevista de devolução.
Psicodiagnóstico------------------------------------------------ 03
Enquadre---------------------------------------------------------- 04
Entrevista com os pais---------------------------------------- 05
Entrevista familiar diagnóstica --------------------------- ---- 12
Hora do jogo diagnóstica------------------------------------ ---- 13
Técnicas arteterapêuticas de avaliação---------------------- 14
TESTE ETDAH-AD______________________________ 17
Teste BPA_______________________________________ 31
Teste BDI-II_____________________________________ 48
Teste HTP---------------------------------------------------------- 53
Teste ETPC-------------------------------------------------------- 61
Teste EPQ-J_____________________________________ 73
Teste EFAC-EMAC______________________________ 83
Teste Bender____________________________________ 101
Teste WISC IV--------------------------------------------------- 111
Teste WISC-IV correção eletrônica------------------------- 199
Análise de dados e construção de laudo------------------- 200
Entrevista de devolução--------------------------------------- 200
Laudo Resolução 06/2019_________________________ 202
Exemplo de laudo completo_______________________ 206
O QUE É
A utilização de testes assume um papel importante no psicodiagnóstico, uma vez que constitui uma
ferramenta fundamental no auxílio deste processo. Cada vez mais percebe-se a sua utilização,
principalmente num diagnóstico diferencial, ou para a obtenção de dados que de início as entrevistas e
anamneses não puderam detectar.
OBJETIVOS
Os objetivos dos testes são múltiplos: podemos avaliar a estrutura da personalidade, modos de
funcionamento mental, produção intelectual, funções cognitivas, entre outros.
TIPOS DE TESTES
Poderíamos qualificar os testes como psicométricos e projetivos. O primeiro diz respeito a testes cujos
resultados são obtidos de forma quantitativa e métrica, como é o caso dos testes de inteligência, por
exemplo (WISC, WAIS). Os testes projetivos, por não serem estruturados (manchas de tinta do
Rorschach, prancha com figuras do TAT), estimulam as projeções de vivências internas, preocupações
e conflitos. Ao falarmos de psicodiagnóstico, não podemos considerar um teste isolado como forma de
avaliar o sujeito como um todo. Um processo psicodiagnóstico implica a utilização de várias técnicas
de avaliação, dentre elas a entrevista, pois devemos considerar sempre a limitação que o próprio
instrumento impõe.
O psicodiagnóstico pode ser considerado um método para que o consultante aceite melhor as
recomendações e também para a escolha da estratégia terapêutica mais adequada (entrevistas de
esclarecimento, de apoio, terapia breve, psicanálise, terapia de grupo, familiar ou vincular, sistêmica,
terapia cognitivo-comportamental, gestalt-terapia, existencial-humanista etc).
Caracterização do processo psicodiagnóstico: A) configura uma situação com papéis bem definidos
e com um contrato no qual fica estabelecido um compromisso com fins de psicodiagnóstico, isto é,
uma compreensão da personalidade do paciente ou do grupo familiar; B) abrange aspectos passados,
presentes (diagnóstico) e futuros (prognóstico); C) utilização de técnicas: entrevista semidirigida,
técnicas projetivas, entrevista de devolução.
ENQUADRE
Em todas as atividades clínicas, é necessário partir de um enquadre, que pode ser mais estrito ou mais
plástico conforme o caso.
Não é possível trabalhar da mesma forma com um cliente neurótico ou com um psicótico, com uma
criança e com um adulto.
Uma pessoa absolutamente dependente exigirá esclarecimentos permanentes do que deve ou não fazer,
enquanto que outros sentirão as intervenções do psicólogo como interferências desagradáveis.
Também a duração e a condução das entrevistas é variável de acordo com as características do cliente.
Também a idade do cliente influi no enquadre escolhido. Com uma criança pequena, sentaremos par
brincar no chão se ela assim o solicitar; mas não com um adulto. Com adolescentes, sabemos que
Seja com um adolescente, um adulto ou com os pais de uma criança, a primeira entrevista nos dará
subsídios que facilitarão o enquadre a ser escolhido. Seu comportamento, seu discurso, suas reações,
são indicadores que nos ajudam a resolver que tipo de enquadre usaremos, se mais estrito ou mais
permissivo.
* Varia de acordo com o enfoque teórico que serve como marco referencial predominante para o
profissional.
* A idade do paciente também influencia no enquadre escolhido.
* Não existe um único enquadre.
* O enquadre inclui: o modo de formulação do trabalho, o objetivo do mesmo, a frequência dos
encontros, o lugar, os horários, os honorários, o papel que cabe a cada um, etc.
* O papel do psicólogo não é o do que sabe diante daquele que não sabe. Ambos sabem muita coisa e
outras vão descobrir juntos. Marca a assimetria de papéis é que o psicólogo dispõe de conhecimentos e
instrumentos de trabalho para ajudar o paciente a decifrar os seus problemas, a encontrar uma
explicação para os seus conflitos e para aconselhá-lo sobre a maneira mais eficiente de resolvê-los.
A entrevista inicial pode ser semidirigida e nela o sujeito tem liberdade para expor seus problemas,
começando por onde prefere e incluindo o que deseja. Seus objetivos são: discutir expectativas, clarear
as metas do trabalho e colher informações sobre o entrevistado e seus problemas.
Para que estes objetivos sejam alcançados é preciso o estabelecimento de um bom rapport entre
entrevistador e entrevistado e seu grupo familiar. Se a relação é positiva, caracterizada por sentimentos
de confiança, respeito e segurança psicológica, cada pessoa envolvida estará disposta a ser receptiva às
mensagens que lhe são enviadas.
Tal relação permitirá que o entrevistado revele seus pensamentos e sentimentos sem muitas defesas,
porque existe a premissa implícita de aceitação e compreensão, afastando fantasias de crítica, rejeição
e repreensão. A atitude distante, seca e autoritária do psicólogo também interfere negativamente na
produção e predisposição do paciente à testagem.
Assim, cabem ao psicólogo cinco tarefas a serem realizadas durante a entrevista inicial:
As entrevistas subseqüentes têm como objetivo a obtenção de mais dados sobre a pessoa em
questão para conhecer sua história em maiores detalhes, tais como desenvolvimento, escolaridade,
relações familiares, profissionais, sociais, etc.
Não é possível definir um número fixo destas entrevistas, pois depende de como o processo se
desenvolve, considerando a administração de testes e a necessidade de entrevistas com terceiros.
Caso familiares precisem ser entrevistados, há três normas de procedimentos a serem seguidas:
a) sempre ver o paciente primeiro;
b) obter a permissão do paciente antes de falar com um familiar;
c) não violar o sigilo do paciente.
Obs.: Uma exceção a esta regra diz respeito a risco de vida que o paciente ou outra pessoa ligada a ele
possa correr. Neste caso, o entrevistador deve dizer ao paciente que vai entrar em contato com seus
familiares e explicar as razões para este procedimento.
A primeira entrevista é o primeiro passo do processo psicodiagnóstico e deve reunir certos requisitos
para cobrir seus objetivos, tais como:
• Inicialmente ser livre para possibilitar a investigação do papel que cada um dos pais
desempenha, entre ele e conosco; o papel que desempenham com o filho, fantasia de doença e cura, a
distância entre o motivo manifesto e o latente da consulta, o grau de colaboração ou resistência com o
profissional e etc.
• Existe ainda a necessidade de, em um outro momento, a entrevista ser bastante dirigida de
forma que o profissional possa elaborar uma historia clínica completa do paciente.
Quando há muita ansiedade na primeira entrevista, esta pode ser mais curta e centralizada na descrição
daquilo que causa preocupação no momento.
O motivo da consulta vai guiar a nossa busca e é conveniente explorar todas as áreas com ele
relacionadas. O motivo da consulta será considerado o motivo manifesto, é aquilo que está mais
próximo da consciência e o que o individuo prefere mencionar em primeiro lugar.
O sintoma:
Sintoma é aquilo que o paciente traz como motivo manifesto da solicitação de psicodiagnóstico. Deve-
se investigar em relação ao sintoma, a questão da consciência da doença e a fantasia inconsciente de
doença, bem como esgotar todas as perguntas que tenham relação com o sintoma, o que envolve o seu
aspecto dinâmico, beneficio secundário, expressão de algo no nível familiar, etc.
IMPORTANTE: solicitar que o(s) responsável(eis) legais pela criança assinem o termo de autorização
de psicodiagnóstico.
Eu _______________________________________________________________________________
Portador do RG nº ______________________________________ e CPF nº
__________________________________, residente à ______________________________________,
________________________________________________________________________
No bairro _________________________________, cidade _______________________,
Estado__________, responsável legal pelo(a) menor
_______________________________________________________________________________, de
___________anos, nascido em / / , autorizo o(a) mesmo a) a participar do processo de
psicodiagnóstico, que implica em entrevistas, hora do jogo diagnóstica e aplicação de testes
psicológicos, com o(a) profissional de
psicologia__________________________________________________________________________
CRP nº________________, tendo ciência de que o processo de psicodiagnóstico tem tempo pré-
determinado, as sessões têm duração de até 60 minutos e envolvem diretamente a presença do(a)
menor.
RJ, ____de______________de ________.
___________________________________
Responsável Legal
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Nome:___________________________________________________________________
Sexo:________Tel:________________Cel:_____________Nascimento:_____/_____/___
Idade:_____________Escolaridade:____________________________________________
Identificação Familiar:
PAI
Nome:___________________________________________________________________
Idade:__________Escolaridade:_____________________Profissão:__________________
Vivo: ( ) Sim ( ) Não Morreu de:_______________________Em:________________
Relacionamento:___________________________________________________________
________________________________________________________________________
MAE
Nome:___________________________________________________________________
Idade:__________Escolaridade:_____________________Profissão:__________________
Vivo: ( ) Sim ( ) Não Morreu de:_______________________Em:________________
Relacionamento:___________________________________________________________
________________________________________________________________________
Histórico da criança:
Motivo da procura:_________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Como agiam ou agem quando viam ou vêem a criança perto de objetos que podem
machucá-la?______________________________________________________________
________________________________________________________________________
Desenvolvimento da linguagem_______________________________________________
________________________________________________________________________
Como vocês reagem quando a criança faz algo que não corresponde
Às suas expectativas?______________________________________________________
É alérgico(a)?_____________________________________________________________
OBSERVAÇÕES:___________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
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Arzeno considera importante incluir pelo menos uma entrevista familiar no psicodiagnóstico
individual. Fundamentos para sua inclusão no psicodiagnóstico:
1) O sintoma da criança é o emergente de um sistema intrapsíquico que está, por sua vez, inserido
no esquema familiar também doente, com sua própria economia e dinâmica.
2) As hipóteses originadas nas entrevistas com o casal e naquela com o(a) filho(a) (ou seja, aquilo
que a sua hora de jogo e os testes indicam) devem ser consideradas provisórias até serem
comparadas com as que aparecerem na entrevista familiar.
3) Quanto menor a criança mais importante a família, pois ela está em pleno processo de
formação e em estreita e direta dependência emocional de seus pais.
4) Quanto mais grave for a hipótese diagnóstica, mais necessária será a entrevista familiar, por
exemplo, nos casos de psicose, borderline, perversão, psicopatias ou hipocondrias graves.
5) A entrevista familiar propicia condutas observáveis para os pais, a criança e o profissional que
podem ser tomadas como ponto de referência na devolução do diagnóstico.
6) Oferece elementos valiosos para decidir qual a estratégia terapêutica que será recomendada na
entrevista de devolução de informação final.
7) Em certos casos a entrevista familiar pode dar indicadores para contra-indicar o tratamento
individual, a saber: a) quando não se vislumbra a possibilidade de modificação da patologia
familiar b) quando a melhora do filho poderia trazer associada descompensação de outro
membro do grupo familiar c) quando o filho atravessar uma crise evolutiva que obrigue os pais
a reviverem essa etapa e não conseguirem ser apoio para o filho d) quando os pais mantém e
reforçam inconscientemente a sintomatologia do filho, porque isso lhes proporciona um
importante benefício secundário.
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OBS: A entrevista familiar diagnóstica é contra-indicada quando os pais são separados, quando
resistem, ou ainda, quando estima-se que isso elevará o nível de angústia da criança.
Na hora de jogo diagnóstica a criança expressa as suas fantasias a respeito de sua vida e de suas
relações, da doença e da cura, nos transmitindo sobre aquilo que está lhe fazendo mal, sobre o que lhe
faria bem para melhorar, sobre o que nós vamos fazer a ela ou o que ela quer ou teme que nós
façamos. Transmitindo ainda toda sua vivência com sua família, colegas de escola seus sentimentos e
etc.
Durante a hora lúdica não é necessário que a criança permaneça o tempo todo brincando. Há silêncios
eloqüentes como os dos adultos, há momentos de inatividade que não significam passividade.
Um paciente pode chegar e contar tudo o que fez na escola como se estivesse simplesmente relatando
um noticiário, carente de qualquer emoção. Esse é o sinal de que esse blá-blá-blá serve somente para
encobrir o silêncio e deixar-nos confusos. O mais oportuno seria interrompê-lo e dizer-lhe: Bem, agora
vamos falar do motivo que traz você aqui, o que acha??
O entendimento de que a primeira entrevista com o paciente deve ser livre e projetiva e o profissional
não deve falar durante 45 minutos, após os quais pode começar uma entrevista mais estruturada, é
equivocado. Se o paciente falar todo esse tempo podemos escutar sem interrupção nenhuma, mas se
ele permanecer calado, essa postura será insustentável tanto para ele quanto para o psicólogo. Essa
indicação é uma má interpretação do que seria uma atitude não intervencionista, não interferente, para
recolher a produção espontânea do paciente.
O papel do psicólogo na hora de jogo diagnóstica é o de um observador não participante. Mas essa não
participação tem um limite. Existem crianças que ao chegar já solicitam que façamos alguma coisa
com elas. Essa pode ser a forma que elas encontram para manter-nos entretidos porque temem que
possamos fazer-lhe algum mal, uma sedução por motivos mais ou menos semelhantes, ou então, uma
verdadeira forma de buscar contato. Como negar-lhes esse contato?
Responder ao pedido de brincar é funcionar como Ego auxiliar da criança; é responder com a mesma
freqüência de onda que nós mesmos propusemos para a nossa comunicação. Se não, para que então
colocarmos brinquedos sobre a mesa, que serão vistos pela criança?
Outra dúvida freqüente se refere ao fato de fazer ou não anotações durante o transcurso da sessão, seja
ela diagnóstica ou terapêutica: o ideal é não fazê-lo, ou então, anotar algum detalhe que nos permita
depois reconstruir a seqüência completa.
O psicólogo anotando minuciosamente tudo o que a criança faz torna-se persecutório, distrai tanto a
criança como a si mesmo e provoca outras reações na criança (ou adolescente e, inclusive, nos
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No primeiro contato com os pais, ou seja, durante a primeira entrevista, faremos perguntas sobre as
diferentes áreas da vida da criança. Uma dessas áreas a serem exploradas é o seu tempo livre, o que
faz, de que brinca e com quem. Se existir um material que seja de sua especial preferência, podemos
incluí-lo no material da caixa ou, dependendo do que for, pedir à mãe que o traga quando vier com o
filho para a hora de jogo. Suponhamos que seja um ursinho de pelúcia ou uma boneca que sempre a
acompanha. Como diria Winnicott, é um objeto transicional, que é o que vai ajudá-lo a separar-se da
mãe em seu processo de individuação.
Em certos casos, é conveniente incluir brinquedos ou materiais que estejam relacionados com o
conflito da criança para ver quais as associações que surgem.
Não é permitido, seguindo a regra de abstinência de S. Freud, assumir papéis que a criança (ou
adolescente ou adulto) nos atribua e que impliquem uma atuação da transferência agressiva ou erótica,
pois isso perturba o sentido da situação terapêutica e/ou diagnóstica.
Em relação às condutas agressivas, tais como sujar ou estragar, devemos deixar fazer até o ponto em
que possamos nós mesmos consertar o objeto danificado. Por exemplo, podemos aceitar que suje uma
parede de azulejos, mas não uma que não possamos lavar facilmente, podemos aceitar que rasgue
papéis, giz, lápis, mas não a cadeira na qual logo após deverá sentar outra criança. Quando os pais
estiverem presentes e a criança fizer algo perigoso ou danoso, serão eles os que, em primeiro lugar,
deverão colocar os limites. Se não o fizerem, já teremos uma informação muito valiosa. Se o fizerem,
observaremos quem e como o faz. No caso de nenhum dos membros da família colocar um limite
necessário, isso deverá ser feito pelo profissional.
Ética: segredo (sigilo) profissional - prometemos guardar segredo profissional, não permitindo a
interferência de estranhos na sua individualidade, assim como não permitimos que eles toquem o que
não lhes pertence.
Questões importantes: *chamar o responsável caso a criança queira ir ao banheiro; *tomar cuidado ao
responder perguntas das crianças para não confrontar as crenças familiares; *no enquadre esclarecer
que os brinquedos serão utilizados por outras crianças também e por isso a criança não pode levar para
casa.
Brinquedos: família, bonecas, bonecos, carrinhos, panelinhas, bichos diversos, fantoches, dominó, jogo
da memória, dama, lápis de cor, hidrocor, giz de cera, papel A4, lápis preto, borracha, apontador,
massinha de modelar, etc.
ARTETERAPIA
O que é arteterapia
Arteterapia é o processo que utiliza recursos artísticos em contextos terapêuticos; o processo do fazer
artístico tem o potencial de cura quando o cliente é acompanhado pelo arteterapeuta experiente, que
com ele constrói uma relação que facilita a ampliação da consciência e do auto-conhecimento,
possibilitando mudanças. É um campo de interface com especificidade própria, pois não se trata de
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As pessoas que se preocupam por que julgam que não são capazes de desenhar ou pintar, são
tranqüilizadas já no início do trabalho, pois que recebendo materiais diversos e conhecendo técnicas
variadas têm a oportunidade de se expressarem espontaneamente resgatando o lado lúdico da infância,
muitas vezes esquecido e abandonado à medida que cresceram e se tornaram adultos. Tais técnicas se
tornam poderosas aliadas no processo de cura e reequilíbrio emocional.
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Desenho livre – a criança pode se expressar livremente com materiais diversos (papel, lápis preto,
borracha, lápis de cor, hidrocor e giz de cera) – é importante avaliar por onde a criança começa o
desenho, as cores que utiliza, os elementos do desenho, tamanho, localização na página, o que quer
expressar. Nunca escrever no desenho da criança (apenas no verso).
Outdoor – “meu mundo” - a criança revela o que mais gosta e o que não gosta no seu mundo através
da escolha de figuras e palavras em jornais e revistas – recorte e colagem. Em uma cartolina, a criança
organiza o que gosta e o que não gosta; depois fala sobre o que produziu.
Corpo humano - em duas folhas de papel pardo coladas (ou presas com durex), pedir para a criança se
deitar nas folhas e fazer o contorno do corpo dela. Depois a criança completa o desenho como se vê –
olhos, boca, nariz, orelhas, cabelo, roupas, sapatos, unhas, acessórios etc – com tinta ou giz de cera.
Depois fala sobre o que produziu. Observar como a criança se sente diante da sua produção.
Argila – construção com argila – os materiais necessários são: argila, pote com água, plástico para
forrar o chão ou a mesa. Pode-se começar com um exercício simples de sensibilização com a argila,
solicitando à criança que faça uma bola com um pedaço de argila e deixe-a lisa, depois que a corte em
pedaços, que soque... para que se possa avaliar que emoções surgem e como a criança lida com a
expressão de suas emoções. Depois pede-se para que a criança construa algo com a argila e ao final
que fale sobre sua produção.
Desenho em quadrinhos – Oferecer uma folha A4 para a criança já com quadros e solicitar que a
criança monte uma estória em quadrinhos de como é a sua vida. Pode ter super-herói, bandido, arqui-
inimigos, pessoas que são salvas, um animal de estimação, qualquer coisa. Os personagens criados
devem ter nome. Ao final a criança conta a estória que criou.
Fantoches – os fantoches permitem que a criança conte sua história em terceira pessoa ou através de
um personagem. Devemos participar conforme a solicitação da criança e o papel que ela nos oferece.
Envelope das emoções – oferecer um envelope A4, revistas, tesoura e cola. Solicitar que na parte de
fora cole imagens e palavras relacionadas a partes de si que se revela aos outros; e do lado de dentro do
envelope, colar imagens e palavras relacionadas a partes de si que esconde dos outros.
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TESTE ETDAH-AD
Escala de Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade
Aplicação
avaliação TDAH adolescentes e adultos
Objetivo
A Escala de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – ETDAH-AD, tem por objetivo captar
de forma breve, rápida e prática os vários sintomas envolvidos no TDAH, e não apenas os sintomas
considerados nucleares ou primários.
População
Para adolescentes e adultos com idade compreendida entre 12 e 87 anos.
Aplicação
Individual ou coletiva. A escala é autoadministrável (o próprio avaliando a responde).
Tempo
Não há limite de tempo de aplicação.
Correção
Manual.
Descrição
A Escala ETDAH-AD surgiu em função da carência de instrumentos brasileiros validados e
padronizados que auxiliem na captação de informações relevantes para auxiliar no diagnóstico e na
elaboração de um plano de intervenção destinado ao adolescente e ao adulto com TDAH, transtorno
que apresenta uma problemática com consequentes implicações em termos de saúde mental, prejuízos
funcionais, ocupacionais, sociais e familiares, afetando, sobremaneira, o funcionamento do portador
em vários contextos de sua vida.
A escala conta com 69 itens organizados em cinco subescalas, denominadas como fatores, sendo elas:
- Desatenção,
- Impulsividade,
- Aspectos Emocionais,
- Autorregulação da Atenção, da Motivação e da Ação, e
- Hiperatividade.
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22
Aplicação
avaliação da atenção concentrada, dividida e alternada
Objetivo
A Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção BPA, tem como objetivo realizar uma avaliação da
capacidade geral de atenção, assim como uma avaliação individualizada de tipos de atenção
específicos, quais sejam, Atenção Concentrada (AC), Atenção Dividida (AD) e Atenção Alternada
(AA).
População
Destina-se a crianças, adolescentes, adultos e idosos, de ambos os sexos e diferentes níveis de
escolaridade, com idade variando entre 06 e 82 anos.
Aplicação
Individual ou coletiva. A sequência de aplicação deve seguir a ordem utilizada para a construção da
BPA, ou seja, primeiro deve ser aplicado o de Atenção Concentrada, depois o de Atenção Difusa e, por
fim, o de Atenção Alternada.
Tempo
Há um tempo específico para cada teste que compõe a BPA, mas no geral, o tempo total de aplicação
da bateria não excede os 20 minutos, sendo necessários 2 minutos para responder o teste de Atenção
Concentrada, 4 minutos para o de Atenção Dividida e 2 minutos e 30 segundos para o de Atenção
Alternada.
Correção
Manual e informatizada (gratuita, mediante a compra do bloco de aplicação AC, AD e AA).
Descrição
A Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção – BPA está composta por 03 de tipos de atenção
específicos, quais sejam:
- Atenção Concentrada (AC): capacidade de selecionar apenas uma fonte de informação diante de
vários estímulos distratores em um tempo predeterminado.
- Atenção Dividida (AD): capacidade para procurar dois ou mais estímulos simultaneamente em um
tempo predeterminado, e com vários distratores ao redor.
- Atenção Alternada (AA): capacidade em focar a atenção e selecionar, ora um estímulo, ora outro, por
um determinado período de tempo e diante de vários estímulos distratores.
A BPA pode servir como instrumento para auxiliar na avaliação de aspectos atencionais em diversas
áreas, como nos contextos clínico, escolar, organizacional e do trânsito, assim como na seleção de
pessoal, no auxílio ao diagnóstico de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, em avaliações
neuropsicológicas dentre outros.
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38
Exemplo de Síntese:
Indivíduo apresenta Atenção Concentrada (AC) Média Superior para sua mesma faixa etária (Pc 75) e
Superior para sua escolaridade (Pc 80); Atenção Dividida Média Superior para sua mesma faixa etária
(Pc 75) e Superior para sua escolaridade (Pc 80); Atenção Alternada Média Superior para sua mesma
faixa etária (Pc 70) e Superior para sua escolaridade (Pc 80); Atenção Geral Superior para sua mesma
faixa etária (Pc 80) e também Superior para sua mesma escolaridade (Pc 90). Demonstra boa
capacidade para trabalhos que exigem atenção.
Teste BDI-II
Inventário de Depressão de Beck
Aplicação
avaliação da intensidade da depressão
Objetivo
O Inventário de Depressão de Beck – BDI II tem por objetivo medir a intensidade da depressão.
População
Indicado para adultos ou adolescentes a partir dos 10 aos 79 anos de idade.
Aplicação
Individual ou coletiva.
Tempo
Não há tempo limite para preenchimento do protocolo, mas, em geral, requer entre 05 e 10 minutos
para ser completado, podendo levar mais tempo para em pacientes com depressão grave ou transtornos
obsessivos.
Correção
Manual.
Descrição
O Inventário de Depressão de Beck - Segunda Edição - BDI-II - é uma ferramenta de avaliação
consolidada no meio científico internacional, para medir a presença e gravidade de sintomas
depressivos, correspondentes aos critérios diagnósticos dos transtornos depressivos, descritos no
Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais - Quarta Edição (DSM-IV), em pessoas de
diferentes faixas etárias, tanto da população clínica como da população geral.
Instrumento de autoaplicação composto por 21 itens, apresenta poucas dificuldades em relação à
aplicação, sendo de fácil manuseio pelo usuário. Nesta versão revisada, quatro itens foram retirados e
substituídos por outros quatro, com o objetivo de identificar sintomas típicos de depressão grave ou de
depressão que requer hospitalização.
Mínimo: 0-13
Leve: 14-19
Moderado: 20-28
Grave: 29-63
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Por mais de 50 anos, os clínicos têm usado a técnica projetiva de desenho da Casa - Árvore - Pessoa
(House-Tree-Person, H-T-P) para obter informação sobre como uma pessoa experiência sua
individualidade em relação aos outros e ao ambiente do lar. Como todas as técnicas projetivas, o H-T-
P estimula a projeção de elementos da personalidade e de áreas de conflito dentro da situação
terapêutica, permitindo que eles sejam identificados com o propósito de avaliação e usados para o
estabelecimento de comunicação terapêutica efetiva. O uso do HTP é mais adequado para indivíduos
com mais de 8 anos de idade.
O cliente deve sentar-se em frente a uma mesa, em uma posição confortável para desenhar. A sala ou
área onde o desenho será feito deve ser silenciosa e sem distrações. Dependendo do número de fases
incluídas, o procedimento pode levar de 30 a 90 minutos. No mínimo podem ser pedidos três desenhos
(casa, árvore e pessoa) e conduzido um inquérito sobre cada desenho.
O HTP é composto de no mínimo duas fases: 1) Não-verbal (desenho a mão livre de uma casa, uma
árvore e uma pessoa); 2) Verbal (inquérito posterior ao desenho – perguntas sobre os aspectos de cada
desenho); 3) o indivíduo desenha novamente uma casa, uma árvore e uma pessoa (usando cores); 4)
realiza-se perguntas (inquérito) sobre os desenhos da fase 3. Pode-se solicitar ainda desenho livre.
Os desenhos, então, são avaliados pelos sinais de psicopatologia existente, características do desenho
como tamanho, localização, presença ou ausência de determinadas partes e as respostas do indivíduo
durante o inquérito.
Materiais do teste: Lápis preto nº 2, borracha, giz de cera ou lápis de cor (caso seja solicitado desenho
colorido), relógio.
Aplicação do HTP:
PARTE ACROMÁTICA
Disponibilizar na mesa 1 lápis preto nº 02 e uma borracha.
1) Entregar a folha em branco na horizontal e solicitar que desenhe uma casa (marcar o tempo de
latência e total para completar o desenho). Ao final do desenho proceder com o inquérito.
2) Entregar a folha em branco na vertical e solicitar que desenhe uma árvore (marcar o tempo de
latência e total para completar o desenho). Ao final do desenho proceder com o inquérito.
3) Entregar a folha em branco na vertical e solicitar que desenhe uma pessoa (marcar o tempo de
latência e total para completar o desenho). Ao final do desenho proceder com o inquérito.
DESENHO LIVRE
O desenho livre pode ser feito imediatamente após a parte acromática do teste ou pode ser aplicada
após a parte cromática, caso dê tempo e a pessoa se disponibilize.
Disponibilizar os mesmos materiais da parte cromática e ao final pedir para a pessoa explicar o
desenho e perguntar acerca dos elementos desenhados (não fique com dúvidas acerca do desenho e seu
conteúdo – anote os dados em uma folha a parte).
DESENHO DA FAMÍLIA
Muito importante para o psicodiagnóstico clínico. Pode ser solicitado após o desenho livre na parte
acromática ou ao final de todo o processo quando dá tempo de fazer a parte cromática.
Disponibilizar os mesmos materiais da parte cromática e ao final pedir para a pessoa explicar o
desenho e perguntar acerca dos elementos desenhados (não fique com dúvidas acerca do desenho e seu
conteúdo – anote os dados em uma folha a parte).
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OBS 1: A avaliação é realizada por comparação dos desenhos, então, você pode obter as seguintes
combinações:
3 desenhos acromáticos (mínimo exigido no teste)
3 desenhos acromáticos + desenho livre
3 desenhos acromáticos + desenho livre + desenho da família
3 desenhos acromáticos + 3 desenhos cromáticos
3 desenhos acromáticos + 3 desenhos cromáticos + desenho livre
3 desenhos acromáticos + 3 desenhos cromáticos + desenho livre + desenho da família
Os desenhos livre e da família são opcionais e enriquecem o teste.
OBS 2: Caso a pessoa faça alguma pergunta, do tipo: “É para usar lápis de cor?”, “Posso desenhar um
cachorro perto da árvore?”, “Posso apagar?”, ou qualquer outra pergunta, apenas responda: “Como
você quiser” ou “Como você preferir”.
OBS 3: Atenção para o último item do inquérito: caso em algum desenho a pessoa não tenha
desenhado sol e linha de solo, solicite para que desenhe e anote em quais desenhos isso foi solicitado.
OBS 4: Caso a pessoa vire a folha no ato da entrega, você pode virar a mesma apenas uma vez e se for
questionado se pode virar a folha, responda: “Como você quiser” ou “Como você preferir”.
OBS 5: Não anote nada no desenho que foi feito, pois é um teste projetivo. Pode anotar no verso do
desenho ou em folha separada.
Avaliação do desenho:
Tempo, latência pausas: os 3 desenhos levam normalmente até 30 minutos para serem completados.
Aqueles que desenham com rapidez incomum parecem fazê-lo para se livrarem de uma tarefa
desagradável. Os que levam um tempo excessivo em um desenho podem fazê-lo devido a sua
relutância para produzir algo. Indivíduos maníacos podem levar muito tempo em função da riqueza de
detalhes irrelevantes desenhados, bem como os obsessivo-compulsivos. Se um indivíduo não começar
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Indicativos de psicopatologia:
• indivíduos com deterioração psicótica frequentemente localizam seus desenhos no quadrante
superior esquerdo da folha;
• obsessivos-compulsivos tendem a desenhar uma maior número de detalhes não essenciais (ex:
folhas nas árvores)
• indivíduos em estado maníaco geralmente desenham um grande número de detalhes
irrelevantes e, frequentemente, incluem palavras, comentários e títulos (ex: pássaros em
árvores).
• Detalhes bizarros indicam contato com a realidade gravemente comprometido e a presença de
psicopatologia. (ex: pernas humanas sustentando uma casa).
Detalhes essenciais: uma porta, uma janela, uma parede, um telhado e uma chaminé.
ÁRVORE: a árvore parece estimular menos associações conscientes e mais inconscientes do que os
outros dois desenhos. É uma expressão gráfica da experiência de equilíbrio sentida pelo indivíduo e da
visão de seus recursos de personalidade para obter satisfação no e do seu ambiente. A qualidade do
desenho da árvore reflete uma capacidade do indivíduo para avaliar criticamente suas relações com o
ambiente.
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PESSOA: o desenho da pessoa estimula mais associações conscientes do que a casa ou a árvore,
incluindo a expressão direta da imagem corporal. A qualidade do desenho reflete a capacidade do
indivíduo para atuar em relacionamentos e para submeter o “self” e as relações interpessoais à
avaliação crítica objetiva.
Detalhes essenciais: uma cabeça, um tronco, duas pernas e dois braços. Os traços faciais devem incluir
dois olhos, um nariz, uma boca e duas orelhas.
A cabeça representa a área da inteligência, controle e fantasia. Olhos representam o contato visual com
o mundo externo e interno; orelhas grandes podem representar alucinações auditivas; a boca representa
prazer, mas pode representar agressividade quando acompanhada de dentes. O tronco é a sede das
necessidades dos impulsos físicos básicos. Os braços são vistos como instrumentos de controle ou para
fazer mudanças no ambiente. As pernas representam locomoção e autonomia no ambiente.
Obs: o parecer deve ser construído levando em conta os aspectos positivos dos desenhos e depois os
negativos, sempre utilizando palavras como “apresenta”, “demonstra”, “caracteriza-se, no momento,
por...” etc.
56
Foi projetado para crianças entre 5 e 10 anos de idade. É aplicado em uma única sessão em
aproximadamente 10 minutos. Possui poucas questões, mas o suficiente para se ter uma avaliação
bastante razoável das principais tendências das crianças em termos de grandes características de
personalidade.
A escala de Traços de Personalidade para Crianças (ETPC) foi construída para ser usada com grupos e
pode ser aplicada em salas com 20 a 30 crianças que saibam ler e escrever ou pelo menos reconhecer
números e as palavras sim e não. Caso não tenham esse conhecimento mínimo será necessária
aplicação individual, em que o aplicador lerá as questões para a criança e anotará suas respostas.
Instruções específicas:
Depois de distribuídos os lápis e o instrumento, pede-se às crianças que anotem seus dados na folha. O
aplicador deverá ler cada informação solicitada, indicando o local onde colocar as informações. Caso a
aplicação seja coletiva, o aplicador deverá colocar em uma lousa ou cartaz as possíveis respostas da
criança: sim ou não. Caso seja individual, usará o próprio instrumento para mostrar. Depois o aplicador
deverá ler em voz alta a primeira pergunta e dirá: Se eu gosto de subir em árvore, eu respondo sim, se
não gosto, eu respondo não. Mostrar onde colocar o X. Repetir o mesmo procedimento com a segunda
pergunta. Por fim, perguntar se alguma criança tem alguma dúvida, caso alguém tenha dúvida repetir o
procedimento, do contrário, as crianças vão continuar fazendo.
O aplicador dará as seguintes instruções: Agora serão feitas algumas perguntas sobre o que vocês
pensam ou sentem. Vocês deverão responder cada uma delas com um SIM ou um NÂO. Por favor,
respondam todas as questões. Não se preocupem em acertar ou errar, pois não há uma resposta certa
ou errada. Vocês devem responder conforme sentem ou gostam de fazer alguma coisa. Sejam bastante
sinceros ao responder. Caso não entendam a questão ou alguma palavra, por favor, perguntem que eu
explicarei.
Critérios de correção:
As respostas das crianças são pontuadas atribuindo-se um ponto a cada resposta que caracteriza um
traço de personalidade específico. Quando a resposta daquele traço for “sim”, atribui-se um ponto e
quando a resposta for “não”, também se atribui um ponto.
O critério de correção é em forma de quartis, isto é, as crianças foram divididas em quatro grandes
grupos: 25% das crianças com as menores pontuações, 25% das crianças com as pontuações logo
abaixo da média, 25 % das crianças com as pontuações logo acima da média e 25% das crianças com
as maiores pontuações.
61
As quatro escalas de ETPC apontam dimensões funcionalmente independentes, cuja natureza foi
estabelecida mediante investigação fatorial. Apesar disso, cada uma delas é mais que uma escala
fatorial, representa um constructo que demonstrou ter valor geral como estrutura psicologicamente
significativa dentro da personalidade.
Extroversão – A criança com uma classificação no quartil acima de 75% nesse traço pode ser descrita
como impulsiva, despreocupada, agressiva, em busca de sensações, otimista, espontânea e aberta às
relações interpessoais. As pessoas extrovertidas têm muitos amigos e gostam de conversar e não
gostam de ler ou estudar sozinhas. Contrariamente, uma criança com pontuação abaixo do quartil de
25% tende a ser tranqüila, retraída, introspectiva e reservada; de poucos amigos, reflete antes de agir,
desconfia dos impulsos e não gosta de se divertir, sua vida é bastante ordenada, controla
cuidadosamente seus sentimentos e é um pouco pessimista. São sujeitos tímidos e solitários.
Neuroticismo – A criança com uma classificação acima do quartil de 75% nesse traço pode ser descrita
como ansiosa, depressiva, com sentimentos de culpa, baixa autoestima, timidez, melancolia, tristeza,
temor, nervosismo, inquietação, oscilações de humor e emotividade. Contrariamente, uma criança com
pontuação abaixo do quartil de 25% tende a ser pouco impulsiva e recupera com facilidade o
autocontrole.
Psicoticismo – A criança com uma classificação no quartil acima de 75% nesse traço pode ser descrita
como dura, sem preocupação com os outros, solitária, antissocial e criadora de problemas; cruel,
desumana e insensível, hostil e com inclinação por coisas raras e extravagantes; depreciam o perigo e
sentem prazer em perturbar os outros. Contrariamente, uma criança com pontuação abaixo do quartil
de 25% tende a ter sensibilidade afetiva, ser preocupada com os outros e convencional.
Sociabilidade – A criança com uma classificação no quartil acima de 75% nesse traço pode ser descrita
como adequada e ajustada às regras sociais. Contrariamente, uma criança com pontuação abaixo do
quartil de 25% pode indicar condutas que merecem ser observadas e avaliadas mais detalhadamente,
pois podem estar relacionadas a condutas antissociais.
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67
6 anos – sexo M
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69
Aplicação
avaliação da personalidade
Objetivo
O Questionário de Personalidade para Crianças e Adolescentes – EPQ-J tem por finalidade a avaliação
psicológica de traços de personalidade.
População
Para crianças a partir dos 10 anos de idade até os 16 anos, com escolaridade mínima correspondente ao
terceiro ano ou que tenham domínio de leitura.
Aplicação
Individual ou coletiva.
Tempo
Tempo de aplicação variável, não existe limite de tempo para preenchimento do teste, sendo
necessários, em média, entre 15 e 20 minutos.
Correção
Manual.
Descrição
O Questionário de Personalidade para Crianças e Adolescentes – EPQ-J vem sendo uma das escalas de
personalidade mais estudadas nos últimos anos, haja vista a alta precisão e validade do instrumento
encontrada em diferentes países, sendo consideradas como consistentes e robustas as três dimensões da
personalidade propostas.
A versão adaptada para uso no contexto brasileiro, composta por 60 itens, apresenta adequados
parâmetros psicométricos.
Para a correção e interpretação do teste deve-se utilizar a folha de perfil. Nela serão transcritas as
respostas de cada um dos itens, sendo obtidos os totais de pontos para as escalas do teste (escores
brutos), realizando-se a seguir a conversão para percentis. Um gráfico do perfil poderá ser desenhado
para visualizar os escores do indivíduo.
73
Aplicação
perfil de auto-avaliação
Objetivo
A Escala Feminina de Autocontrole – EFAC & Escala Masculina de Autocontrole - EMAC tem por
objetivo estimar a percepção que a criança e o adolescente têm de si mesmos em relação a dois núcleos
de conduta: um se refere a regras e condutas socais e o outro a sentimentos e emoções. A soma desses
dois núcleos possibilita também uma pontuação total.
População
As escalas foram construídas para pessoas de 08 a 15 anos, com escolaridade de 2ª à 8ª série do Ensino
Fundamental.
Aplicação
Individual ou coletiva.
Tempo
Em geral não ultrapassa 10 minutos, embora não haja limite de tempo para a aplicação.
Correção
Manual.
Descrição
A Escala Feminina de Autocontrole – EFAC & Escala Masculina de Autocontrole – EMAC é um
instrumento que baseia sua avaliação na análise ou julgamento do próprio indivíduo sobre si mesmo.
Ao buscar avaliar a percepção do indivíduo sobre seu comportamento e atitudes em situações que se
considera que exigiriam do mesmo um controle de seus impulsos, tem-se a expectativa de que, no
cotidiano, essas informações sirvam para auxiliar na obtenção de melhores resultados do ponto de vista
pessoal e do convívio social.
Em sua proposta inicial a escala foi elaborada com vistas a uma avaliação independente para quatro
contextos, sendo eles: o familiar, o pessoal, o escolar e o social. As análises e os estudo estatístico
revelaram que existiam diferenças significativas entre os sexos na resposta das questões, o que deu
origem às duas escalas, EFAC e EMAC, sendo uma destinada ao sexo feminino e outra ao sexo
masculino.
Nas escalas EFAC & EMAC podem ser identificados dois fatores relacionados à variável autocontrole:
o autocontrole relacionado às regras e condutas sociais diz respeito a situações presentes no dia-a-dia
em casa, com os amigos e na escola, como o cumprimento de deveres, rotinas e obrigações. O
segundo fator se refere ao autocontrole em relação a sentimentos e emoções e tem como foco de
avaliação sentimentos de vergonha, raiva ou descontentamento em relação ao próprio comportamento
ou às situações de fracasso experimentadas no dia a dia com os pais, amigos e professores.
Não se recomenda a aplicação deste instrumento em pessoas com algum tipo de patologia psicológica
ou psiquiátrica que afete seu estado de ânimo, sua organização perceptiva da realidade, que esteja com
estado alterado de consciência, e em outras condições não adequadas para respostas sinceras.
83
87
91
Objetivo
O Teste Gestáltico Visomotor de BENDER tem por objetivo avaliar a maturação percepto-motora por
meio da análise da forma.
População
Destinado a crianças com idade entre 06 e 10 anos.
Aplicação
Individual ou coletiva (nesta opção por meio de transparências).
Tempo
Em geral a aplicação não ultrapassa 15 minutos, embora não haja limite de tempo para a reprodução.
Correção
Manual.
Descrição
O Teste Gestáltico Visomotor de BENDER está associado a medidas de inteligência (como fator g) e
também mostra relação com a aprendizagem (aquisição da escrita e diferenciação de séries). O
Sistema de Pontuação Gradual (B-SPG) está baseado nos pressupostos teóricos preconizados por
Bender, de que por meio da reprodução de desenhos pode-se estabelecer o nível de maturação da
função gestáltica visomotora.
Para Bender a função gestáltica estaria associada a diversas funções intelectuais, tais como percepção
visual, habilidade motora manual, conceitos temporais e espaciais e organização ou representação.
Considerava ainda a percepção e a reprodução das figuras gestálticas determinadas por princípios
biológicos e de ação sensório-motora, que podem variar de indivíduo para indivíduo, em razão do
padrão de desenvolvimento de cada um, bem como de eventuais alterações patológicas funcionais ou
orgânicas.
O teste está composto por 09 desenhos modelos, os quais devem ser reproduzidos pela criança. A
correção é realizada pelo total de pontos atribuídos aos desenhos realizados e pela análise quantitativa
e qualitativa. Quanto maior a pontuação do desenho, mais erros foram cometidos pela criança.
101
102
De modo geral:
0 – qualidade perceptiva boa
1 – qualidade perceptiva média
2 - qualidade perceptiva ruim
109
Exemplo: se uma criança fez 12 pontos no teste e tem 6 anos de idade, ela encontra-se no quartil 25,
contudo, se ela tem 10 anos de idade, encontra-se no quartil 90.
Ou seja, a idade faz toda a diferença neste teste! Pressupõe-se que quanto mais idade, melhor a
percepção visomotora.
Exemplo de síntese:
Indivíduo com 6 anos de idade, fez 12 pontos no Teste Bender, com Pc 76 e quartil 25, de acordo com
sua idade. Apresenta capacidade gestáltica visomotora acima da maioria das crianças de sua mesma
faixa etária, com bom resultado no teste.
WISC IV
Escala de Inteligência Wechsler para Crianças - 4ª edição
Aplicação
avaliação da inteligência infantil / neuropsicológica
Objetivo
A Escala de Inteligência Wechsler para Crianças – WISC IV tem como objetivo avaliar o desempenho
cognitivo, a capacidade intelectual e o processo de resolução de problemas em crianças.
População
Crianças na faixa etária entre 06 anos e zero meses e 16 anos e 11 meses.
Aplicação
Individual.
Tempo
A aplicação é realizada em aproximadamente 67 minutos.
Correção
Manual e informatizada (gratuita, mediante a compra do protocolo de registro).
Descrição
A Escala de Inteligência Wechsler para Crianças - WISC-IV é um instrumento clínico que pode ajudar
a diagnosticar potenciais problemas nos processos cognitivos das crianças, o que pode ser usado para
determinar se há necessidade para uma intervenção como acompanhamento pedagógico ou tratamento
psicológico, tudo isso planejado de acordo com as necessidades individuais da criança.
É composto de uma série de subtestes desenvolvidos para medir diversos aspectos da inteligência:
- compreensão verbal
- raciocínio abstrato
- organização perceptual
- raciocínio quantitativo
- memória
- velocidade de processamento
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• O ICV é formado por subtestes que se destinam à aferição das habilidades verbais por meio do
raciocínio, da compreensão e da conceituação;
• O IOP mede a organização perceptual;
• O IMO analisa atenção, concentração e memória operacional;
• O IVP analisa a agilidade mental e o processamento grafomotor.
Os 10 subtestes principais:
ICV = semelhanças, vocabulário, compreensão
IOP = Cubos, conceitos figurativos, raciocínio matricial
IMO = Dígitos, sequência de números e letras
IVP = Código, procurar símbolos
Os 5 subtestes complementares:
ICV = informações, raciocínio com palavras
IOP = completar figuras
IMO = aritmética
IVP = cancelamento
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Substituições aceitáveis:
ITEM DE ENTRADA
• A aplicação de cada subteste começa pelo item de entrada correspondente à idade da criança.
Ex: 6 anos; 8 a 16 anos.
• Para as crianças que apresentam algum tipo de deficiência, o início será sempre com 6 anos de
idade (a menor díade), independente de sua idade cronológica. Exceções a essa regra são os
subtestes Código e Procurar Símbolos, aplicados sempre de acordo com a idade da criança, sem
considerar suas habilidades intelectuais.
• O subteste Sequência de números e letras possui alguns itens de qualificação para crianças
pequenas – se elas não se qualificarem nestes itens, não se deve aplicar o subteste.
SEQUENCIA INVERSA
• Quando a criança obtém pontuação máxima dos dois primeiros itens de um subteste de seu
item de entrada, conceda pontuação total para os itens anteriores não aplicados e continue a
aplicação.
• Itens abaixo do item de entrada para determinada idade são considerados itens que compõem a
sequência inversa, que não serão aplicados para a maioria das crianças, pois se destinam a
crianças pequenas ou com déficit intelectual.
117
118
Vocabulário – Subteste principal. Nos itens figurativos, a criança deverá nomear as figuras à medida
que vão aparecendo no livro de estímulos. Nos itens verbais, a criança deverá dar uma definição
quando as palavras são lidas em voz alta pelo aplicador. O objetivo é medir o conhecimento de
palavras e a formação de conceitos verbais, bem como o nível de conhecimento, habilidade de
aprendizado, memória de longo prazo e nível de desenvolvimento linguístico. (36 itens).
Compreensão – Subteste principal. O objetivo é que a criança responda a perguntas com base em seu
entendimento dos princípios gerais e vivência social. Mede raciocínio verbal e conceituação,
compreensão verbal e expressão, habilidade para avaliar e utilizar experiências anteriores e habilidade
para transmitir informações em ordem prática. Envolve, ainda: conhecimento de padrões de
comportamento, julgamento, maturidade e bom senso. (21 itens)
Informação – Subteste suplementar. A criança deverá responder perguntas que cobrem um amplo
leque de conhecimentos gerais. O objetivo é medir a capacidade de adquirir, reter e recuperar
conhecimentos factuais. Envolve inteligência, memória de longo prazo, capacidade de reter e recuperar
informações adquiridas na escola e no ambiente em que vive. (33 itens).
Raciocínio com palavras – Subteste suplementar. É solicitado à criança que identifique conceitos
comuns por meio de uma série de pistas que lhe são fornecidas. O objetivo é medir a compreensão
verbal, habilidade de raciocínio analógico e geral, abstrações verbais, conhecimentos do assunto,
capacidade de sintetizar vários tipos de informação e habilidade de criar conceitos alternativos. (24
itens).
Cubos – Subteste principal. Os itens são compostos por modelos ou figuras do Livro de Estímulos. A
criança deverá reproduzi-los, utilizando cubos brancos e/ou vermelhos, dentro de um limite de tempo
preestabelecido. O objetivo é medir a habilidade de analisar e sintetizar estímulos visuais abstratos.
Envolve também a criação de conceitos não verbais e organização, processamento simultâneo,
coordenação visual e motora, aprendizado e habilidade de separar figura e fundo por estímulos visuais.
(14 itens).
Conceitos Figurativos – Subteste principal. Em cada item mostra-se para a criança duas ou três
fileiras de figuras e ela deve escolher uma figura de cada fileira que tenha alguma característica em
comum. Visa medir o nível de abstração e habilidade de raciocinar, fazendo montagem conforme uma
classe específica. (28 itens).
Raciocínio Matricial – Subteste principal. Em cada item é mostrada à criança uma matriz incompleta
e ela deverá encontrar a parte que falta, dentre as cinco opções de resposta que lhe são apresentadas.
Visa medir o processamento visual das informações, raciocínio abstrato, fluidez da inteligência,
habilidade intelectual.
121
Dígitos - Subteste principal. Divide-se em duas partes: Dígitos Ordem Direta e Dígitos Ordem Inversa.
Em Dígitos Ordem Direta a criança deverá repetir números que são lidos em voz alta pelo aplicador,
na mesma ordem. Em Dígitos Ordem Inversa, ela deverá repetir em ordem decrescente. O objetivo é
medir a memória auditiva de curto prazo, sequenciamento, atenção, concentração. (8 itens cada).
Sequência de Números e Letras - Subteste principal. O aplicador lê em voz alta para a criança, uma
série de números e letras; ela deverá repeti-los, colocando os números em ordem crescente e as letras
em ordem alfabética. Avalia sequenciamento, agilidade mental, atenção, memória auditiva de curto
prazo, imagens visuais e espaciais e velocidade de processamento. (10 itens).
Aritmética – Subteste suplementar. A criança deverá resolver, mentalmente, uma série de problemas
aritméticos que lhe são apresentados oralmente, dentro de um limite de tempo preestabelecido.
Envolve agilidade mental, concentração, atenção, memória de curto e longo prazo, habilidade de
raciocínio numérico e atenção. (34 itens).
Código - Subteste principal. A criança deverá copiar símbolos que se relacionam às formas
geométricas simples ou numéricas. Usando um gabarito, a criança deverá desenhar esses símbolos
junto à figura geométrica ou retângulo correspondente, dentro de um limite de tempo preestabelecido.
O objetivo é avaliar a velocidade de processamento, memória de curto prazo, aprendizado, percepção
visual, coordenação visual e motora, amplitude visual, flexibilidade cognitiva, atenção e motivação. A
Forma A ou Forma B do teste são utilizados conforme a idade da criança.
Procurar Símbolos - Subteste principal. A criança indica se o símbolo alvo combina com algum dos
que estão no grupo de busca, dentro de um limite de tempo preestabelecido. Além de velocidade de
processamento, este subteste também envolve memória visual de curto prazo, coordenação visual e
motora, flexibilidade cognitiva, discriminação visual e concentração. É apresentado em duas formas A
e B, de acordo com a idade da criança.
APLICAÇÃO
Aplicação:
Antes de aplicar o primeiro subteste, apresentar o WISC-IV, dizendo:
122
123
Escores:
Total de pontos brutos = Total de pontos incluindo os pontos de bonificação
Cubos sem tempo de bônus (CUSB) – total de pontos sem os pontos de bonificação. Atribuir 2, 1 ou 0
aos itens 1-3, Nos itens 4-14 atribuir 4 pontos se o examinando reproduzir o modelo corretamente e
dentro do tempo. Atribuir 0 se não reproduzir corretamente ou no limite de tempo. Máximo de pontos
em CUSB = 50.
124
CORREÇÃO:
ITENS1-2
Avaliar a resposta do examinando de acordo com os exemplos e os princípios gerais da avaliação e
atribuir 1 ou 0 ponto para cada item.
ITENS 3-23
Avaliar a resposta do examinando de acordo com os exemplos e os princípios gerais da avaliação e
atribuir 2, 1 ou 0 ponto para cada item.
Máximo de pontos = 44
126
129
132
134
135
137
139
140
Correção:
• Atribuir 2, 1 ou 0 a cada item;
• Somar as respostas encontrar o total de pontos.
141
Correção:
• Atribuir 1 ponto para cada resposta certa e 0 para cada resposta errada;
• Somar o total de pontos e obter o total.
144
146
152
155
CORREÇÃO:
• Atribuir 1 ponto para cada resposta correta e 0 para cada resposta errada;
• Somar os pontos e colocar no Total de pontos brutos.
158
APURAÇÃO DOS
RESULTADOS:
2 – fazer a apuração dos acertos e erros dos subtestes conforme o manual. O total dos acertos
corresponde ao resultado bruto.
3 – transcrever os resultados brutos dos subtestes para a coluna pontos brutos, da folha de registro (o
resultado bruto corresponde à soma dos acertos de cada subteste).
4 – Para fazer a conversão dos pontos brutos em pontos ponderados por faixa etária correspondente,
consultar o Anexo A, tabela “A1 Pontos Ponderados equivalentes aos Resultados Brutos nos Subtestes,
por Grupo Etário” página 218 e seguintes do manual, e transcrevê-los nas colunas pontos ponderados
da folha de registro (observar que transcreve duas vezes cada subteste, uma vez para as escalas Verbal
e de Execução e outra em função dos Índices Fatoriais).
6 – A partir desse momento não usar mais pontos brutos, todas as operações futuras serão realizadas
com os pontos ponderados.
7 – Para converter os resultados ponderados em QIs, Índices Fatoriais com os respectivos intervalos de
confiança (95%) e percentis de interpretação, consultar o manual do WISC IV nas seguintes páginas:
8 – Transferir para o protocolo de registro (canto inferior esquerdo da folha) a soma dos pontos
ponderados das escalas, os resultados em QIs, os Índices Fatoriais, os percentis, os intervalos de
confiança e a interpretação.
9 – Transferir para a folha de registro (parte superior direita da folha) os pontos ponderados dos
subtestes da escala verbal e de execução e traçar o gráfico, observar que os gráficos são independentes
e a média das duas escalas é 10.
159
11 – Passar os pontos ponderados dos índices e dos subitens, conforme indicado na página de análise
(Comparação entre discrepâncias). Achar a diferença, o valor crítico, indicar se a diferença é
significativa ou não (em relação ao valor crítico) e a frequência acumulada (quando é significativo).
[Ver as tabelas B1, B2, B3 e B4 no manual].
4,4
19,0
---
0,5
8,7
18,9
------
----------
12,6
160
Realizar a conversão dos pontos brutos em frequência acumulada de UDIOD e UDIOI – anotar pontos
brutos e frequência acumulada (ver tabela B7). Depois fazer a comparação das discrepências:
UDIOD – UDIOI = ____ (diferença) / _______ (frequência acumulada)
[Ver Tabela B8]
Por último, fazer a comparação entre as discrepâncias: anotar os pontos ponderados de Cubos (CB) e
Cubos sem Tempo de Bônus (CUSB), Dígitos Ordem Direta (DIOD) e Dígitos Ordem Inversa (DIOI),
Cancelamento Aleatório (CAA) e Cancelamento Estruturado (CAE). Depois ver a diferença nas
tabelas B9 e B10.
161
162
192
193
IDENTIFICAÇÃO
Nome: XXXXXXXXXXX Sexo: M Idade: 6 anos D.N.:XXXXXXX
Solicitante: os pais em função de indicação da escola
Finalidade: avaliação psicológica com fins de psicodiagnóstico infantil.
Autor: XXXXXXXXXXXXX – Psicólogo – CRP XXXXX
DESCRIÇÃO DA DEMANDA:
Os pais relataram que XXXXXX estava iniciando o primeiro ano do ensino fundamental e que
demonstrava alguma dificuldade de adaptação e no início do processo de alfabetização. A escola
recomendou avaliação psicológica em função de timidez e adaptação ao ambiente escolar.
PROCEDIMENTO:
Entrevista com os pais DATA
Hora do jogo diagnóstica DATA
Teste WISC – IV DATA
Teste WISC – IV DATA
ANÁLISE:
A avaliação da capacidade intelectiva, cognição e suas funções foi realizada através da Escala
Wechsler de Inteligência para Crianças – 4ª Edição - WISC-IV e os resultados encontrados foram:
ICV (Índice de Compreensão Verbal) 101 Pc 53 Média
IOP (Índice de Organização Perceptual) 96 Pc 39 Médio inferior
IMO (Índice de Memória Operacional) 100 Pc 50 Média
IVP (Índice de Velocidade de Processamento) 95 Pc 37 Médio inferior
QI total 97 Pc 42 Médio inferior
XXXX apresenta um QI total de 97, com percentil 42, o que representa capacidade intelectual
mediana. As habilidades de raciocínio verbal, mensuradas pelo Índice de Compreensão Verbal, são
medianas. O ICV avalia raciocínio verbal e formação de conceitos.
As habilidades de raciocínio não verbal, mensuradas pelo Índice de Organização Perceptual são
médio inferiores, denotando certa dificuldade. O IOP avalia formação de conceitos não verbais,
percepção e organização visual, processamento simultâneo, coordenação visomotora, aprendizagem e
habilidade de separar figura e fundo de um estímulo visual.
198
Conclusão:
Os resultados encontrados mostram que XXXX é uma criança em pleno desenvolvimento
cognitivo-afetivo, que no presente momento apresenta dificuldades: visomotoras; de compreensão da
relação das partes e do todo; de habilidades sociais, principalmente no que diz respeito à afetividade e
desenvoltura social; organização perceptual e velocidade de processamento; conceitos figurativos e
compreensão.
RJ, XX/XX/XXXX
XXXXXXXXXX
Psicólogo – CRP XXXXX
199
Após completar as etapas de coleta de dados (entrevista inicial, hora do jogo, testes, etc.) o psicólogo
precisa dedicar-se a tabular alguns testes, classificar e interpretar suas respostas para poder usar suas
conclusões e integrá-las ao resto do material. De cada entrevista realizada deve ter feita uma leitura, de
maneira a extrair certos padrões de conduta do sujeito e de sua família, certas condutas chamativas,
comentários significativos, etc.
Em primeiro lugar começaremos fazendo uma listagem de tudo o que o paciente traz como motivo da
consulta, assim como o que preocupa seu pai, sua mãe e irmãos. Depois, estuda-se o material coletado
para encontrar um grau de certeza tal que suas hipóteses sejam convincentes.
ENTREVISTA DE DEVOLUÇÃO
O psicodiagnóstico clínico acaba com uma entrevista (ou com o número de entrevistas que for
necessário) na qual o profissional explica ao entrevistado as conclusões extraídas e conversa sobre
isso. A técnica da devolução de informação é feita em primeiro lugar para a pessoa ou as pessoas que
consultaram em primeiro lugar ou que solicitaram o psicodiagnóstico. O ponto de partida da devolução
deve ser o que o consultante mencionou como motivo da solicitação de psicodiagnóstico. O papel do
psicólogo nesta entrevista não é nem um pouco fácil. Não está somente transmitindo os seus
resultados, mas também escutando a resposta do outro e observando as suas reações.
É possível que algum material novo surja diante de informações passadas na entrevista de
devolução. É importante acolher o novo material e analisar sua relevância diante do que já foi
analisado anteriormente.
Se for necessário fazer alguma alteração no resultado do processo de avaliação, agende uma nova
entrevista para finalizar o processo.
A escola geralmente ocupa uma boa parte do tempo da criança e do adolescente e é lá que ela
interage e faz trocas sociais. Por isso é importante conversar com o professor, psicólogo ou
pedagogo da escola para passar informações que considere relevante.
Geralmente os pais ficam apreensivos para ouvir o que está acontecendo com seus filhos, por isso é
preciso ter habilidade para falar e passar as informações.
A entrevista de devolução não deve ser uma leitura do laudo, mas um momento de trocas de
informações, onde os pais vão ouvir, mas também podem fazer perguntas, interagir e entender
como devem agir em função do comportamento de seu filho.
Quando o psicólogo for procurado especificamente para a realização de uma avaliação psicológica
de uma criança ou adolescente, é essencial compreender que a entrevista de devolução pode ser
mais demorada que as outras, pois é o momento de finalização de uma série de encontros não
terapêuticos e que tiveram um fim específico.
Os pais precisam ter espaço par serem ouvidos e para tirar dúvidas, bem como compreender o
melhor tipo de tratamento possível, encaminhamentos e novas avaliações futuras.
Mantenha-se disponível para tirar dúvidas após a entrevista de devolução, pois muitas vezes leva-
se um tempo par digerir as informações, podendo surgir dúvidas posteriores.
201
Laudo Psicológico
Conceito e finalidade
Art. 13 - O laudo psicológico é o resultado de um processo de avaliação psicológica, com finalidade de
subsidiar decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda, e a quem o solicitou. Apresenta
informações técnicas e científicas dos fenômenos psicológicos, considerando os condicionantes
históricos e sociais da pessoa, grupo e instituição atendida.
I - O laudo psicológico é uma peça de natureza e valor técnico-científico, devendo conter narrativa
detalhada e didática, com precisão e harmonia, tornando-se acessível e compreensível ao destinatário,
respeitando os preceitos do Código de Ética Profissional.
II - Deve ser construído com base no registro documental elaborado pela(o) psicóloga(o), em
conformidade com a Resolução CFP nº 01/2009, ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la, bem
como na interpretação e análise dos dados obtidos por meio de métodos, técnicas e instrumentos
psicológicos reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional, conforme Resolução CFP
nº 09/2018, ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la.
III - Deve considerar a demanda, os procedimentos e o raciocínio técnico-científico do profissional,
fundamentado teórica e tecnicamente, bem como suas conclusões e recomendações, considerando a
natureza dinâmica e não cristalizada do seu objeto de estudo.
IV - O laudo psicológico deve apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo da
avaliação psicológica, relatando o encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico,
hipótese diagnóstica e evolução do caso, orientação e sugestão de projeto terapêutico, limitando-se a
fornecer somente as informações necessárias relacionadas à demanda.
V - Nos casos em que as(os) psicólogas(os) atuem em equipes multiprofissionais, e havendo
solicitação de um documento decorrente da avaliação, o laudo psicológico ou informações decorrentes
da avaliação psicológica poderão compor um documento único.
VI - Na hipótese do parágrafo anterior, é indispensável que a(o) psicóloga(o) registre informações
necessárias para o cumprimento dos objetivos da atuação multiprofissional, resguardando o caráter do
documento como registro e forma de avaliação em equipe, isto é, considerando o sigilo profissional
com base no Código de Ética Profissional da Psicologia.
Estrutura
§ 1º - O laudo psicológico deve apresentar todas as informações da estrutura detalhada abaixo, em
forma de itens.
I - O Laudo Psicológico é composto de 6 (seis) itens:
a) Identificação
b) Descrição da demanda
c) Procedimento
d) Análise
e) Conclusão ou considerações finais
f) Referências bibliográficas Identificação
Descrição da demanda
§ 3º - Neste item, a(o) psicóloga(o) autora(or) do laudo deve descrever as informações recebidas que
motivaram a busca pelo processo de trabalho prestado pela(o) psicóloga(o), tomando o cuidado para
indicar as fontes para obtenção das informações, bem como as expectativas que produziram a
solicitação do documento.
I - A descrição deve apresentar o raciocínio técnico-científico que justifica o processo de trabalho
utilizado na prestação do serviço psicológico.
II - A descrição constitui requisito indispensável para a justificação dos procedimentos utilizados,
conforme o parágrafo 4º deste artigo.
Procedimentos
§ 4º - Neste item a(o) psicóloga(o) autora(or) do laudo devem apresentar os recursos técnico científicos
utilizados no processo de avaliação psicológica, especificando o referencial teórico metodológico que
norteou suas análises, interpretações e conclusões.
I - Cumpre à autora(or) do laudo citar as pessoas ouvidas no processo de trabalho desenvolvido, as
informações objetivas, o número de encontros ou tempo de duração.
II - Os procedimentos adotados devem ser pertinentes à complexidade do que está sendo demandado, e
a(o) profissional deve orientar-se pela Resolução CFP nº 09/2018, que estabelece diretrizes para a
realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da(o) psicóloga(o), e regulamenta o
Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI, ou resoluções que venham a alterá-la ou
substituí-la.
Análise
§ 5º - É a parte do documento na qual a(o) psicóloga(o) faz uma exposição descritiva de forma
metódica, objetiva e coerente com os dados colhidos e das situações vividas relacionados à demanda
em sua complexidade, lembrando que não se trata da descrição da sessão ou atendimento. O laudo
psicológico, portanto, deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu
objeto de estudo.
I - Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica que sustenta o instrumental técnico
utilizado, bem como princípios éticos e as questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve
ser relatado o que for necessário para informar o encaminhamento, como disposto no Código de Ética
Profissional do Psicólogo.
II - A(o) psicóloga(o), ainda nesta parte, não deve fazer afirmações sem sustentação em fatos ou
teorias, devendo ter linguagem precisa, especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva,
expressando-se de maneira objetiva.
Conclusão
§ 6º - Neste item, a(o) psicóloga(o) autora(or) do laudo deve descrever suas conclusões a partir do que
foi relatado na análise, considerando a natureza dinâmica e não cristalizada do seu objeto de estudo.
I - Na conclusão indicam-se os encaminhamentos e intervenções, diagnóstico, prognóstico e hipótese
diagnóstica, evolução do caso, orientação ou sugestão de projeto terapêutico.
II - O documento deve ser encerrado com indicação do local, data de emissão, carimbo, em que conste
nome completo ou nome social completo da(o) psicóloga(o), acrescido de sua inscrição profissional,
com todas as laudas numeradas, rubricadas da primeira até a penúltima lauda, e a assinatura da(o)
psicóloga(o) na última página.
III - É facultado à(ao) psicóloga(o) destacar, ao final do laudo, que este não poderá ser utilizado para
fins diferentes do apontado no item de identificação, que possui caráter sigiloso, que se trata de
203
Referências
§ 7º - Na elaboração de laudos, é obrigatória a informação das fontes científicas ou referências
bibliográficas utilizadas, em nota de rodapé, preferencialmente.
O prazo de validade dos documentos escritos decorrentes das Avaliações Psicológicas deverá
considerar a legislação vigente nos casos já definidos.
Não havendo definição legal, o psicólogo, onde for possível, indicará o prazo de validade em função
das características avaliadas, das informações obtidas e dos objetivos da avaliação.
Quando não for possível a indicação do prazo, informará o caráter situacional e temporal dos dados de
uma avaliação psicológica.
Ao definir o prazo, o psicólogo deve dispor dos fundamentos para a indicação, devendo apresentá-los
sempre que solicitado.
Os documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica bem como todo o material que os
fundamentou, deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5 anos, observando-se a responsabilidade
por eles tanto do psicólogo quanto da instituição em que ocorreu a avaliação psicológica.
Este prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei, por solicitação judicial, ou ainda em casos
específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo.
São pré-requisitos importantes para os que iniciarão essa prática clínica, os conteúdos referentes a:
Psicologia do Desenvolvimento, Noções de Psicopatologia, raciocínio clínico e fundamentalmente, o
conhecimento dos testes psicológicos mais usados em nossa sociedade (Testes de Nível Intelectual,
Testes Projetivos e Testes Psicomotores).
De acordo com a Resolução CFP N.º 012/00: "... os testes são de uso exclusivo de psicólogos.
Qualquer pessoa que não seja psicólogo, ao aplicar um teste, pratica o exercício ilegal da profissão, o
que caracteriza contravenção penal, punível com prisão de 15 (quinze) dias a 03 (três) meses e
multa."
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Nesse sentido, todo psicólogo DEVE, conforme resolução CFP N.º 010/00, para realizar a
psicoterapia: I - buscar constante aprimoramento; II - pautar-se em avaliação diagnóstica; III -
esclarecer sobre o método e as técnicas utilizadas; IV - fornecer informações sobre o
desenvolvimento da psicoterapia; V - garantir a privacidade das informações da pessoa atendida;
VI - estabelecer contrato; VII - Dispor de um exemplar do Código de Ética. O psicólogo que não
seguir essa resolução sofrerá as medidas cabíveis (ex.: processos disciplinares).
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LAUDO PSICOLÓGICO
IDENTIFICAÇÃO
Cliente: XXXXXXXX Sexo: M Idade: 12 anos D.N.: XXXXXXX
Solicitante: o pai
Finalidade: avaliação psicológica com fins de psicodiagnóstico infantil.
Autor: Nome do psicólogo(a) – Psicóloga – CRP XX/XXX
DESCRIÇÃO DA DEMANDA: pais separados há 3 anos, em situação de litígio na justiça pela guarda
dos filhos. A justiça determinou que XXXXX e sua irmã de 10 anos ficassem 6 meses com a mãe e 6
meses com o pai, para posterior deliberação acerca da guarda das crianças. Além de sua irmã, de 10
anos, XXXXX tem uma irmã de XX anos por parte de pai e um irmão recém-nascido por parte de mãe.
O último laudo psicológico data de 2012 e avalia XXXXX com TDAH, destacando que “nas
atividades que exigiam atenção, inteligência, concentração, memorização e capacidade intelectiva,
apresentou bons resultados e bom desempenho na execução de todas as tarefas.” (MARTINS, E.,
2012). Em 2012, quando XXXXX tinha 9 anos, os pais já relatavam queixas na escola e
comportamentos que incluíam “desatenção, aceleração, inquietude, resistência às normas,
desobediência, agressividade, comportamento autoritário, atitudes impulsivas e compulsivas norteadas
por sentimentos de ansiedade e agitação, dificuldades para dormir no seu quarto.” (MARTINS, E.,
2012). Agora, com 12 anos, XXXXX encontra-se no 7º ano do Ensino Fundamental da Escola
XXXXXXXXXX, apresentou queda no desempenho no ano de 2015 nas disciplinas de matemática e
português, fazendo aulas de reforço escolar. Os pais relatam que ele apresenta comportamentos de
agitação e agressividade, principalmente quando é contrariado, com baixa tolerância à frustração;
medo de escuro e de espírito; quando fica nervoso tende à agressão verbal, podendo se autoagredir e se
fazer de vítima; na escola termina as tarefas rapidamente e não fica quieto, implicando com os colegas
e em alguns momentos tendendo a chegar à agressão física; apresenta dificuldades com regras e limites
em casa e na escola.
Procedimentos:
Entrevista com o pai 10/12/15
Hora do jogo diagnóstica 17/12/15
Teste HTP 21/12/15
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Análise:
As entrevistas com os pais revelaram que estes são comprometidos com o bem-estar e
desenvolvimento de XXXXX., se preocupando com as questões relacionadas ao seu comportamento,
educação, rotina. Relatam dificuldades em gerenciar as dificuldades do filho em relação ao
cumprimento de regras, agitação e agressividade.
Na hora do jogo diagnóstico, XXXXX demonstrou-se interessado, compreendendo bem as
regras e concluindo todas as tarefas propostas. Apresentou-se organizado, se disponibilizando a tirar e
guardar os brinquedos e jogos nas caixas sem que isso fosse solicitado. Demonstrou, ainda alta
excitação e competitividade, querendo vencer todos os desafios lançados, contudo exibindo respeito e
alegria em realizar as tarefas. Exibiu boa capacidade de atenção, cumprimento das regras dos jogos,
inteligência, percepção, memória, julgamento crítico, ordenação, visão global e para detalhes.
Seu relato verbal evidenciou: medo de escuro e de espíritos; insatisfação com a situação atual
de ter que passar 6 meses com a mãe e 6 meses com o pai, afirmando que gostaria de ter a liberdade de
ver e estar com cada um a hora que quisesse, demonstrando tristeza pela situação judicial que se
instalou; dificuldade de dormir em função dos medos.
Na avaliação da personalidade, o teste HTP revelou necessidade de se exibir para obter
reconhecimento, labilidade emocional, sentimento de oposição, preocupações, pressões ambientais,
problemas no que diz respeito à estruturação familiar com tendência à autoproteção e sentimento de
tristeza/mágoa, tendência a esconder o que sente, isolamento. Visão dividida e segmentada da família,
exibindo dificuldade em delimitar seus elementos e relações, com tristeza relacionada.
O EPQ-J, que avalia a personalidade quanto a neuroticismo, psicoticismo, extroversão e
sinceridade, revelou que XXXXX. tende à estabilidade, mostrando resposta emocional tênue, sem
frequentes mudanças de humor (Neuroticismo – Pc 30); apresenta características medianas quanto à
extroversão, mostrando sociabilidade regular (Extroversão – Pc 50); demonstra características
medianas quanto à necessidade de correr riscos, prudência e quebra de regras e normas (Psicoticismo –
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A entrevista com a mãe se deu na quarta sessão porque a mesma estava de resguardo, em função do nascimento do seu 3º
filho.
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Todas as dimensões da escala superam a média da amostra da população para a mesma faixa
etária de XXXXX. A habilidade cognitiva geral supera aproximadamente 98% das crianças de sua
idade (QIT = 131; intervalo de confiança de 95% = 125-135).
As habilidades de raciocínio verbal, mensuradas pelo Índice de Compreensão Verbal, estão
acima de aproximadamente 97% das crianças com a mesma idade (ICV = 128; intervalo de confiança
de 95% = 119-133). O ICV avalia raciocínio verbal e formação de conceitos.
As habilidades de raciocínio não verbal de XXXXX., mensuradas pelo Índice de Organização
Perceptual são superiores a aproximadamente 61% das crianças com a mesma idade (IOP = 104;
intervalo de confiança de 95% = 96-111). O IOP avalia formação de conceitos não verbais, percepção
e organização visual, processamento simultâneo, coordenação visuomotora, aprendizagem e habilidade
de separar figura e fundo de um estímulo visual.
As habilidades de memória operacional, mensuradas pelo Índice de Memória Operacional,
estão acima de 99,7% das crianças de sua mesma faixa etária (IMO = 141; intervalo de confiança de
95% = 131-145). O IMO avalia as habilidades do examinando de sustentar a atenção, concentração e
exercer controle mental.
As habilidades de velocidade de processamento, mensuradas pelo Índice de Velocidade de
Processamento, são superiores a aproximadamente 96% das crianças com a mesma idade (IVP = 126;
intervalo de confiança de 95% = 114-132). O IVP é um indicador da velocidade com a qual a criança
pode processar mentalmente uma informação, simples ou rotineira, sem errar. Desempenhos em
tarefas dessa natureza podem ser influenciadas pela discriminação visual e coordenação visuomotora.
Na comparação dos resultados das discrepâncias dos índices da escala, e levando em
consideração os altos percentis encontrados, destaca-se:
• maior habilidade de compreensão verbal que organização perceptual e memória
operacional;
• maior memória operacional do que organização perceptual e velocidade de processamento
• maior organização perceptual do que velocidade de processamento.
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Conclusão:
Os resultados encontrados mostram que XXXXX apresenta sinais de tristeza com tendência a à
autoproteção. O quadro emocional atual tem relação direta com a separação dos pais, a necessidade de
ser aceito, querer agradar e as dificuldades quanto à dinâmica familiar.
A avaliação da atenção revelou que não há déficit de atenção, mostrando boa capacidade de
atenção em todos os testes aplicados, sendo preciso em suas marcações, cometendo poucos erros e,
praticamente, sem oscilações no ritmo de concentração e atenção.
A análise da capacidade intelectual mostrou que todas as funções cognitivas estão em
desenvolvimento normal, com excelentes resultados e até mesmo acima da média em relação com
outras crianças de sua mesma idade. Seu QI é de 131.
XXXXX. demonstra características de impulsividade e hiperatividade, o que de acordo com o
DSM-5 (314.01), que toma como base o critério CID-10 F90.1, caracteriza o subtipo: Apresentação
predominantemente hiperativa/impulsiva.
A associação entre hiperatividade e elevado QI, promove rapidez das ações e tarefas, o que faz
com que XXXXX. termine rapidamente as atividades em sala de aula e comece a se movimentar e a
querer brincar. O comportamento hiperativo, associado com a dificuldade de um sono tranquilo e alto
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Indicações clínicas:
Terapia Cognitivo-Comportamental
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