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A Neuropsicologia do Lobo Frontal

Introdução
É no lobo frontal que se desenvolve a maior parte das
actividades relacionadas com o desempenho de tarefas complexas, que
necessitam da integração de informação provenientes de outras partes
do cérebro. Este é responsável por: aspectos relacionados com o
comportamento social, raciocínio, na resolução de problemas, na
personalidade do indivíduo e até na sua memória. No entanto, também
é responsável pela coordenação dos movimentos corporais.

1. Revisão Anatómica do Lobo Frontal

O córtex cerebral é dividido em quatro lobos e apesar destes


serem unidades distintas, interagem uns com os outros.
O lobo frontal está localizado na parte da frente do cérebro,
ficando situado por cima do lobo temporal, do qual está separado pelo
Rego de Sylvius, e à frente do lobo parietal, do qual está separado pelo
Rego de Rolando.

Figura 1: Lobos cerebrais

2. As Funções do Lobo Frontal


Cada lobo detém funções específicas, no entanto, muitas funções
implicam o contributo de mais de um lobo cerebral.

2.1 Função Motora

Figura 2:
1-Córtex motor primário
2-Córtex motor secundário
A anatomia divide o córtex frontal em três regiões: o córtex motor
que corresponde à circunvolução frontal ascendente e que está
relacionado com a motricidade; o córtex pré-motor que constitui o
córtex secundário (representado por (2) na figura) ou de associação
motora e ocupa a região anterior ao córtex motor e corresponde às áreas
6 e 8 do mapa de Brodmann e o córtex pré-frontal (representado na
figura por (1) que se estende na face dorso-lateral do hemisfério à
frente do córtex pré-motor.
O córtex motor (ver figura 2) foi identificado na sequência de uma
experiência, em que se fez a estimulação do córtex cerebral em
indivíduos que estavam acordados e preparados para serem operados ao
cérebro.

O cortex pré-frontal recebe informação do córtex sensorial de


associação está muito ligado ao sistema limbico e pode afectar o
sistema motor de múltiplas formas.

A estimulação de zonas específicas do córtex motor produz


movimento em zonas particulares do corpo, sempre as mesmas quando
a mesma região é estimulada, repetindo-se o padrão, também, de
indivíduo para indivíduo. Estudos efectuados em doentes com lesões
cerebrais também demonstraram que as lesões ao atingirem
determinadas regiões, perder-se-á o movimento do segmento do corpo
correspondente a essa região. Assim, é no córtex motor ou
circunvolução frontal ascendente que se processam todas as operações
que são responsáveis pelo
movimento, estando
organizadas de acordo com
um arranjo somático
denominado de “homúnculo
cerebral” (ver figura 3). O
homúnculo foi proposto por
Winder Pienfield e sua
equipa e verificou-se que, de
forma a facilitar os
movimentos compostos e
associados, existe grande
plasticidade na representação
consoante o uso excessivo ou desuso da região do corpo, existindo
conexões entre as diversas regiões do homúnculo. Deste modo, ao
realizar-se um movimento com o braço direito, provavelmente terá de
se modificar a postura da perna e dessa forma torna-se necessário que
existam ligações fáceis entre as duas regiões. Ao amputar-se um
membro ao fim de algum tempo vai originar uma diminuição da sua
representação no córtex motor e um aumento da representação do
membro do outro lado, correspondente ao aumento relativo do
movimento por ele produzido.

É no córtex motor que se dá


a programação e onde tem
origem o movimento. É por isso
pertinente fazer uma
representação esquemática das
operações que intervêm na
execução do acto motor.
Observando a figura 4, em (1)
está representado o córtex motor,
os movimentos que dizem
respeito às várias regiões do
corpo estão representados
sequencialmente. Os axónios das células piramidais formam a via
piramidal que converge para a cápsula interna (2). O corpo caloso está
representado em (3) que permite o transporte da informação entre os
dois hemisférios, em (4) está o ventrículo lateral, em (5) o núcleo
lenticular e em (6) a cabeça do núcleo caudado, que constituem parte
do sistema extrapiramidal (tal como é demonstrado com a seta). Ao
aparecer no bulbo raquidiano (8) a via passa para o lado contrário,
terminando o primeiro neurónio no corno anterior da medula,
originando o segundo neurónio (9) que vai estabelecer ligação com o
músculo (10) através da placa neuronal.
Os axónios das células piramidais do córtex motor têm um trajecto
descendente e convergem num estreito espaço entre o núcleo lenticular
e o núcleo caudado – cápsula inetrna. Ao existir uma lesão nesta zona,
geralmente resultado de doenças vasculares, o doente terá uma
hemiplegia (paralisia de segmentos que podem ser a face, membros
inferiores e superiores do outro lado do corpo). Depois da cápsula
interna, a via prossegue o seu trajecto descendente até ao tronco
cerebral, sendo que é no bulbo raquidiano que a via cruza a linha média
e passa a descer pelo lado contrário. A vida continua a descer pela
espinal-medula onde vão terminar os axónios destas primeiras células.
Assim, a terminação do axónio faz-se no corno anterior da medula, no
nível a que corresponde a informação que transporta. A parcela da via
constituída pelos axónios que tiveram origem na região do córtex motor
e onde estavam representados os movimentos do membro superior
termina na espinal-medula cervical e a que transporta a informação
para o membro inferior termina na região lombar. Estes axónios vão
terminar nos músculos onde acontece uma sinapse entre axónio e fibra
muscular (placa neuronal), tendo como mediador químico a
acetilcolina. Como se pôde ver a via piramidal é muito importante, pois
transporta a informação do córtex até ao músculo. Ao ser interrompido
todo este trajecto em qualquer ponto, o movimento perder-se na região
do corpo correspondente aos axónios que foram lesados.
Também é importante referir que o sistema “extrapiramidal”
(núcleos da base) é constituído por um conjunto de estruturas que se
encontram na profundidade dos hemisférios cerebrais, estabelecendo
relações múltiplas entre si numa rede complexa que se destina a
aperfeiçoar o movimento. Ao iniciar-se o movimento no córtex motor,
a programação é um pouco grosseira, sendo que à medida que o
movimento progride o cerebelo compara a sua trajectória e compara-a
com o plano de movimento que foi feito. Deste modo, o movimento é
corrigido de forma a ser cumprido o que estava planeado; ao existir
uma falha (tumor, traumatismo ou patologia vascular) surgem
alterações no movimento denominadas por ataxia. Ao pedir a um
indivíduo para realizar um movimento simples de apanhar, por
exemplo um objecto com a mão este falhar o alvo terá uma dismetria,
se ficar aquém terá hipometria e se o ultrapassar terá uma
hipermetria. Ao pedir ao doente com ataxia um movimento mais
complexo, como por exemplo bater com a palma e o dorso da mão
alternadamente no seu joelho, se o doente ñ conseguir sofrerá de uma
adiadococinésia (impossibilidade de realizar movimentos alternados).

2.1.1) Apraxias e Erros

O termo “apraxia” foi usado pela primeira vez por Steinthal (1871)
e actualmente define-se como uma alteração neurológica da capacidade
do movimento aprendido e proposicional, que não possa ser explicado
através de defeitos elementares da motricidade nem dos sistemas
sensoriais. As primeiras observações sobre apraxias foram efectuadas
por Liepman (1900) em doentes que posteriormente vieram a falecer,
fazendo-se um estudo anátomo-patológico. Liepman descreveu a
apraxia simpática através de inúmeros casos de doentes em tinham
apraxia dos membros esquerdos, acompanhando a parésia dos membros
direitos por impossibilidade de transmitir a informação do corpo caloso
para o hemisfério direito e assim programar os movimentos dos
membros esquerdos. Liepman afirmou ainda a realização de um gesto
depende do hemisfério esquerdo.
Mais tarde do grupo da Flórida baseados nos trabalhos de Liepman,
elaboraram algumas interpretações fisiopatológicas e apontaram a
apraxia cinética dos membros como uma alternação que compromete
predominantemente os movimentos finais das extremidades. Deste
modo, os doentes não são capazes de utilizar o polegar e o indicador,
por exemplo, para fazer o gancho para apanhar uma moeda numa mesa.
A apraxia ideomotora consiste num quadro bastante complexo, pois
os doentes cometem vários erros em inúmeras situações. È frequente o
doente, por exemplo, ao tentar demonstrar o uso de uma tesoura em vez
de simular o gesto de induzir o polegar e o indicador nas argolas da
tesoura e depois fazer o movimento de aproximação e afastamento
destes dedos, tem tendência para simular as lâminas da tesoura com os
dedos indicador e médio. Em relação ao uso real do objecto o
movimento também pode ser defeituoso. Os erros de sequenciação
também são comuns e consistem na troca das etapas necessárias para a
demonstração de o uso de um objecto (por exemplo pôr um cigarro na
boca e acende-lo, o doente vai começar por simular acender o fósforo
antes de por o cigarro na boca).
Heilman refere como mais frequentes os erros relacionados com o
espaço – posturais, orientação espacial e de movimento no espaço. Os
erros posturais dão-se ao pegar num objecto (agarrar a tesoura com a
mão toda sem colocar os dedos nas argolas); os erros de orientação
espacial exemplifica-se com a não manutenção da orientação da faca
quando se está a simular o seu uso a cortar pão; e os erros de
movimento no espaço será fazer por exemplo, fazer movimentos
descoordenados com o pulso e o cotovelo para usar a tesoura,
mantendo os dedos fixos e assim, não utilizando o objecto. Também
podem ocorrer erros de tempo onde o tempo de execução de um
movimento não corresponde ao que seria de esperar.
A apraxia verbo-motora acontece quando existe impossibilidade
de informar o sistema motor através da linguagem. Ao ser dada uma
ordem ao doente para executar um gesto, essa ordem é compreendida
mas o doente não consegue executar o gesto porque existe uma
desconexão entre os dois sistemas (por exemplo doentes com lesão na
porção anterior do corpo caloso). Na apraxia desconectiva visuo-
motora e tacto-motora a informação descodificada pela visão ou pelo
tacto não tem acesso à programação motora; por isto, o doente vê/sente
o objecto mas não consegue activar as áreas de programação motora
para a utilizar. A apraxia ideativa é semelhante à ideomotora, contudo
o desempenho não melhora com a presença do objecto nem com a
imitação. Este quadro é comum nos quadros de demência uma vez que
os doentes perdem todos os esquemas de programação motora. A
apraxia buco-facial consiste na incapacidade de realizar movimentos
com os músculos da face e boca e da boca em semelhança com a
apraxia ideomotora. Esta apraxia acompanha por vezes quadros
afásicos.
Existe também a apraxia da marcha que é a impossibilidade de
realizar os movimentos necessários para caminhar. Esta apraxia é
curiosa porque os doentes conseguem cruzar a perna quando estão
sentados, bater os pés de forma alternada no chão quando estão
sentados e fazer movimentos de bicicleta quando estão deitados, mas
não conseguem realizar movimentos para progredir na marcha. A
apraxia do vestir que também é comum na demência. O doente deixa
de ter conhecimento da sequência correcta com que se vestem as várias
peças do vestuário (vestir a camisa por cima do casaco), veste as peças
de forma errada (vestir a manga da camisola na perna) ou então usar
várias peças de roupa repetidas (várias gravatas). Associada aos
defeitos da linguagem existe a apraxia do discurso que é descrita
como uma alteração da articulação e da prosódia, consequência de uma
lesão cerebral em que a área da programação dos movimentos
articulatórios está perturbada. Deste modo, não existe força muscular,
tonus muscular e coordenação.

2.2 Memória

A palavra memória surge do latim tendo como significado a


capacidade de recordar e também significa conjunto de recordações.
A memória faz com que o indivíduo consiga comparar experiências
do passado com as experiências do presente, conseguindo desta forma
antever o futuro.
Existem dois grupos de memória, designadamente a memória implícita
e a memória explícita. A primeira (implícita ou não-declarativa) está
relacionada com as capacidades adquiridas e é influenciada pela
experiência do sujeito. Está aliada ao subconsciente e usamo-la para
desenvolver tarefas como andar de bicicleta, caminhar, tocar um
instrumento musical, entre muitas outras. As partes do cérebro que
participam neste tipo de memória são o cerebelo e o estriado. Este tipo
de memória, também é designado como memória de procedimento.
A memória explícita ou declarativa está relacionada com
recordação de factos, na aquisição, armazenamento e recuperação de
informação. É este tipo de memória que se usa para a aquisição da
aprendizagem escolar. Dentro desta pode encontra-se a memória
imediata, a memória de curto termo e a memória de longo prazo.
 Memória imediata: aqui fica retida durante alguns segundos a
informação. Esta memória está relacionada com a atenção e
quando há alterações da memória ou lesões esta não se encontra
lesada.

 Memória de curto termo: está ligada ao sistema límbico. Os


acontecimentos podem ser recordados apenas durante minutos.
Neste tipo de memória encontra-se a memória sensorial
(permite ver um filme em movimento, dá continuidade temporal
e espacial ao estimulo).

 Memória de longo prazo: esta é processada nas áreas do


neocortex ficando os acontecimentos guardados durante anos.
Esta tem um carácter estável e também quando há a ocorrência
de lesões graves, esta não parece alterar-se. Aqui encontra-se a
memória semântica (permite-nos reconhecer objectos) e a
memória episódica (permite-nos registar as nossas experiências,
no tempo, com os objectos que nos rodeiam).

Quando existe transferência da memória a curto prazo para a


memória a longo prazo, para que alguma informação se torne
definitiva, estamos a observar uma consolidação. Pensa-se que esta
transferência de informação depende da amígdala e do hipocampo que
integram no sistema límbico e têm ligações ao córtex.
O hipocampo esta situado na porção interna do lobo temporal,
proximo do ventriculo lateral. Este tem como função recuperar
memórias de um contexto temporal ou espacial. Enquanto que, a
amigdala codifica o conteudo emocional das memorias.
O sujeito ao fazer associações de factos e os factores
emocionais podem ajudar as memórias de curto prazo a passarem para
a memória a longo prazo, tornando a informação definitiva.

2.2.1) Síndromes Amnésicas

Após vários estudos conseguiu descobrir-se que existem vários


tipos de amnésia, são estas: Amnésia retrógrada, amnésia anterograda e
amnésia global.
Fazem parte da amnésia retrógrada, todos os acontecimentos que
ocorreram antes de se dar a lesão que o sujeito não se consegue
lembrar.
A amnésia anterograda, é a incapacidade para integrar novas
memórias. E, para finalizar a amnésia global, que inclui os dois tipos de
amnésia antes descritos
Na síndrome de Korsakoff, existe falta de vitamina B1, também
designada como tiamina. Esta é causada pela destruição dos tubérculos
mamilares. Geralmente, os doentes são indivíduos alcoólicos e
apresentam uma amnésia retrógrada e anterograda com confabulação.
A confabulação consiste em o doente recordar factos imaginários.
O doente tenta preencher o vazio que se encontra na sua memória com
a imaginação.
Alois Alzheimer, surge em 1907 e descreve a doença de Alzheimer,
esta trata-se da forma mais comum de demência. Existe uma perda
progressiva da memória de curto prazo, dando-se de seguida uma fase
de deterioração de todas as funções psíquicas com a ocorrência de
amnésia global.

2.2.2) Bases Moleculares da Memória

O neurónio é a unidade base do sistema nervoso e não só tem a


capacidade de acumular informação, mas também transmiti-la.
Os neurónios que produzem acetilcolina têm um importante papel
na memória e, são os mais lesados quando o sujeito tem a doença de
Alzheimer. Quando existe a ocorrência desta doença o cérebro produz
menos serotonina. A noradrelanina para além de ser libertada do
sistema nervoso simpático também é produzida no tronco cerebral e
controla a atenção selectiva que é importante para a memória.
As benzodiazepinas, pertencem ao grupo dos ansióliticos fazem
com que o sujeito tenha amnésias anterogradas. Para finalizar, o Gaba,
ácido gama aminobutírico, tem uma acção inibidora e o seu bloqueio
pode conduzir a quadros convulsivos.
O estriado faz parte integrante dos núcleos de base do cerebro e é
formado pelo caudado e pelo putamen. Neste encontram-se pequenos
neurónios que produzem acetilcolina. É aqui no estriado que se
encontra a memória de procedimento.
É no neocortex, que se encontra a memória declarativa. O córtex
pré-frontal contribui para a formação de memórias e participa nas
memórias de curta duração que é utilizada durante o trabalho.
Estudiosos defendem a ideia que o lobo frontal participa na
autoconsciência e no planeamento.
2.2.3) Lobo Frontal e Memória

Sabe-se já há algum tempo, que o lobo frontal tem muita


importância na memória, perturbações mnésicas, são mais graves
consoante é mais profunda a região basal do lobo frontal atingida pela
lesão.
O córtex frontal, mais propriamente na região dorsolateral tem um
papel deveras importante mas actividades que requerem memorização
da informação. Pois nesta zona do cérebro encontram-se neurónios que
estão activos enquanto se efectua o processo de recordar. Foram feitos
experiências em macaco que vieram mostrar de forma positiva como o
córtex é importante.
Joaquim Futer e Patrícia Goldman-Rakic vieram mostrar os
resultados da sua esperiência. A experiência consistia no seguinte: o
macaco tinha que fixar pontos que apareciam num ecrã de televisão e,
aguardar que neste mesmo ecrã, aparecesse um quadrado luminoso
numa das metades do campo visual. Depois de alguns segundos o
macaco deveria focar o seu olhar para o sítio onde iria aparecer o
quadrado. Os autores puderam concluir que as classes de neurónios pré-
frontais estavam activos durante toda a experiência e que diferentes
células eram activadas conforme a localização do alvo a focalizar. No
Lobo frontal do Macaco existe uma região em que os neurónios têm
como função manter a informação na memória. Estes neurónios depois
estão ligados aos diferentes tipos de memória. Pois quando o macaco
desenvolve uma tarefa de emparelhamento que é activada, põe em
funcionamento a parte dorsal do córtex dorsolateral. Em relação à
informação da cor e da forma do objecto é a parte ventral por baixo do
rego principal.O córtex pré-frontal tem então o papel de processador
central da memória.

No homem, também foram feitas experiências que vieram a


confirmar o que outrora se tinha descoberto nos estudos efectuados no
macaco. Os colaboradores de Leslie Ungerleider, realizaram uma
experiência em que o sujeito teria que observar rostos que ocupavam
determinada posição numa gravura. Para poder analisar a actividade
cerebral usavam uma câmara de positrões (PET) em duas situações,
conforme tinham de memorizar os rostos ou a posição da gravura.
A situação do reconhecimento do rosto activou uma grande parte da
região bilateral occipitotemporal e ainda uma região frontal inferior.
Enquanto que, a situação de recordação de localização das fotografias
provocou uma activação parietal superior e inferior e também do sulco
frontal superior. Outras experiências desta equipa também mostram que
existe um equilíbrio entre as zonas frontais e visuais, o córtex visual
trata a informação e o córtex pré-frontal guarda-a na memória.
Também no homem a área 46 do córtex pré-frontal está implicada
na manutenção da memória. No entanto a imagiologia funcional veio
mostrar-nos que esta é uma parte do cérebro para planificar e realizar
acções, ou seja, assume também uma posição executiva.
O lobo frontal esquerdo está implicado nos processos de
codificação enquanto que o direito nos processos de recordação.

2.3 Olfacto

O olfacto é um sentido que permite distinguir diversificados


cheiros. A maior parte dos sujeitos consegue distinguir 3000 cheiros
mas existe quem consiga triplicar este valor. Até a data estudos revelam
que existem sete tipos de odores básicos que misturados em diferentes
quantidades produzem diferentes cheiros. Estes odores designam-se
como Floral, mentolado, canforado, almiscarado, picante, pútreo e
etéreo. Este sentido pode ter muita importância nas relações sociais e
diversificados estudos revelam que as mulheres são muito mais
sensíveis aos cheiros do que os homens e que durante a ovulação esta
capacidade pode aumentar ainda mais.
Os receptores do olfacto são neurónios bipolares e são cerca e 20
milhões. Estas são células ciliadas que se situam na mucosa que reveste
a parte superior das fossas nasais. Esta mucosa ocupa cerca de 5
centímetros quadrados. A região que separa esta região dos lobos
frontais é muito pequena. Os receptores do Olfacto são os únicos
neurónios que se encontram em contacto com o ar. Estes neurónios
sofrem uma renovação a cada 60 dias.
A informação recolhida pelo olfacto é feita através do nervo
olfactivo, cujas terminações se encontram na mucosa das fossas nasais.
O sei trajecto termina no bulbo olfactivo na região por baixo dos lobos
frontais.

2.3.1 Vias do Olfacto

Os axónios dos neurónios receptores do olfacto abandonam a


mucosa nasal através da lâmina crivosa do etmóide. As meninges em
conjunto com a lâmina crivosa do etmóide separam as fossas nasais dos
lobos frontais. Os axónios das células em mitra continuam pelos nervos
olfactivos e vão penetrar na parte interna dos lobos temporais e na
porção inferior dos lobos frontais. As ligações do sistema olfactivo ao
hipotálamo e à amígdala podem desencadear reacções emocionais.
Quando existe perda de olfacto, estamos na presença de uma
anósmia, esta anósmia pode ser resultado de lesões no cérebro. Há
casos em que um traumatismo craniano provoca uma alteração do
nervo olfactivo, fazendo com que este fique mais estreito (atrofia), o
que muitas vezes acontece como resultado de movimentos bruscos da
massa encefálica no interior da caixa craniana.

2.4 Afasia

Paul broca em 1861 descobriu que a afasia, ou perda da faculdade


da linguagem articulada estava ligada a lesões de uma região muito
particular do córtex do hemisfério esquerdo do cérebro região chamada
mais tarde de «área de broca».
A afasia é a perda da capacidade para utilizar a linguagem devida a
uma lesão na área do cérebro que a controla. A afasia acarreta uma
incapacidade parcial ou total para compreender ou expressar palavras.
Na maioria dos indivíduos, o lobo temporal esquerdo e a região vizinha
do lobo frontal controlam a função da linguagem. Qualquer parte dessa
pequena área que for lesada (por um acidente vascular cerebral, um
tumor, um traumatismo crânio – encefálico ou uma infecção) produzirá
uma interferência em pelo menos um aspecto da função da linguagem.
Os problemas da linguagem podem assumir muitas formas. A
variedade dos defeitos possíveis reflecte a natureza complexa da função
da linguagem. Um indivíduo pode perder apenas a capacidade de
compreender as palavras escritas (alexia) ou somente a capacidade de
recordar ou nomear objectos (anomia). Alguns indivíduos com anomia
não conseguem em absoluto se lembrar da palavra correcta, outros
podem tê-la na ponta da língua, mas são incapazes de dize-la. A
disartria é a incapacidade de articular adequadamente as palavras.
Apesar de parecer um problema de linguagem, a disartria é causada por
uma lesão da parte do cérebro que controla os músculos utilizados na
emissão de sons ou que coordenam os movimentos do aparelho vocal.
Os indivíduos com afasia de Broca (afasia de expressão) consegue
compreender o que lhes e dito e sabem responder, mas eles apresentam
dificuldades para dizer as palavras. As suas palavras são articuladas
lentamente e com grande esforço e, frequentemente, são interrompidas
por algumas sem sentido. A lesão que afecta simultaneamente os lobos
temporal e frontal esquerdo pode produzir inicialmente um
emudecimento quase completo. Durante a recuperação de uma afasia
tão completa (global), o indivíduo apresenta dificuldade para falar
(disfasia), escrever (agrafia ou disgrafia) e para compreender as
palavras. Frequentemente, os fonoaudiólogos podem auxiliar os
indivíduos que apresentam afasia após um acidente vascular cerebral,
um traumatismo crânio-encefálico ou alguma outra causa de
comprometimento da linguagem.
Em geral, o tratamento é iniciado assim que o estado de saúde do
indivíduo permitir.

2.4.1 Afasia de tipo Broca ou anteriores

Os indivíduos que sofrem de uma lesão da parte anterior da zona da


linguagem (área de broca) apresentam uma afasia qualificada de não
fluente, isto é, essencialmente caracterizado por uma redução do débito
verbal ou elocutório (diminuição do número de palavras emitidas por
unidade de tempo) inclusivamente uma supressão de toda a expressão
oral. Neste ultimo caso, a linguagem pode ser substituída por
estereotipos, já não podendo o indivíduo emitir senão uma mesma e
única palavra ou até uma sílaba. Além destas perturbações, o afásico de
Broca apresenta igualmente alterações do aspecto articulatório da
linguagem. Por último a compreensão de linguagem de outrem neste
tipo de afasia é normal ou pelo menos está bem conservada.

2.4.2 Definição da zona da linguagem

Designa-se, de maneira geral, pelo termo de zona de linguagem, um


conjunto contínuo de estruturas corticais do hemisfério esquerdo uma
zona de córtex associativo frontal, que ocupa a parte inferior da zona
pré-motora e designada pelo termo área da Broca (partes opercular e
triangular da 3ª circunvolução frontal, correspondentes às áreas 44 e 45
da classificação de Brodmann) uma zona de córtex associativo
especifico temporal situada atrás da área auditiva primária e que se
projecta no terço anterior da primeira circunvolução temporal formando
a área de Wernicke.

2.4.3 Área motora suplementar

O papel desta região cortical situada a frente da área motora


primaria na face interna do hemisfério pode ser conhecido graças as
experiências de estimulação cortical efectuadas por Penfield. A
estimulação desta zona provoca com efeito uma perturbação da
linguagem, que do tipo de paragem duma produção em curso, que pelo
contrario do tipo de vocalização. Pouco diferente do efeito de
estimulação sobre o cérebro é o que pode realizar espontaneamente
uma crise de epilepsia parcial iniciada a nível desta região. As mesmas
perturbações de linguagem podem acompanhar tais crises. Pode
também assistir – se por vezes a um fenómeno de «iteração palilálica»,
isto é, o individuo repete de maneira continua uma sucessão idêntica de
sílabas, com ou sem significado, enquanto dura a crise. Quanto às
lesões da AMS, elas realizam habitualmente um mutismo completo que
se transforma depois num tipo particular de afasia: a afasia transcortical
motora. Todas estas modificações da linguagem, quer ocorram após
estimulação, crise epiléptica ou lesão da AMS, estão relacionadas
principalmente com o hemisfério esquerdo, mas esta predominância
esquerda é menos exclusiva do que nas afasias por lesões da zona da
linguagem, sugerindo que o papel da AMS na linguagem está melhor
repartido entre os dois hemisférios.

2.4.4 Afasia transcorticais

Afasia transcorticais motora, também chamada afasia dinâmica de


Luria, caracteriza-se por uma linguagem espontânea muito pouco
fluente, às vezes reduzida a um quase mutismo, ao passo que a
compreensão, as capacidades de articulação e a repetição estão
conservadas. Por outras palavras: a linguagem do indivíduo é
estritamente normal, mas ele não a pode utilizar espontaneamente,
perdeu toda a incitação para falar.
As lesões responsáveis por este tipo de afasia, além das que
atingem a AMS, situa-se no lobo frontal esquerdo, à frente da área de
Broca, e dizem respeito ao córtex ou mais frequentemente à substancia
branca que liga o córtex frontal aos gânglios da base e à área de Broca.
A afasia transcortical sensorial é uma entidade mais rara,
caracterizada por perturbação maciça da compreensão da linguagem
oral e escrita, ficando conservada a repetição.

3. Alterações da Personalidade e Alterações Afectivas

Um dos casos mais conhecidos e


extraordinários que nos relatam o
efeito de lesões a nível do lobo frontal
nos comportamentos afectivos é o caso
de Phineas Cage (ver figura 5).
Cage, um homem de 25 anos que
trabalhava na construção de caminhos-
de-ferro algures nos Estados Unidos,
enquanto estava a trabalhar sofreu um
terrível acidente. Uma valente
explosão fez com que uma barra de ferro de 6 kg e 1 metro de
comprimento fosse projectada em direcção à cabeça de Cage, um pouco
abaixo do olho esquerdo, atravessando o lobo frontal e saindo depois
pela parte superior do crânio. O impacto da barra de ferro provocou a
destruição de uma boa parte do crânio e do lobo frontal esquerdo. O
buraco que atravessava a cabeça tinha mais de 9cm de diâmetro.
Phineas Cage sobreviveu miraculosamente a este acidente e
passados alguns meses estava novamente bem. Contudo, notou-se que
este tinha mudado completamente de carácter, a sua personalidade
estava completamente alterada.
Antes do acidente, Cage era considerado como uma pessoa
eficiente, inteligente, capaz, meticulosa e bastante persistente e
empenhado na execução dos seus planos e trabalhos, sendo estimado
por quem o conhecia. Mas depois do acidente tornou-se mal-humorado,
agressivo, indeciso, muito impaciente em relação a obstáculos ou
conselhos que contrariassem as suas ideias, caprichoso, pouco critico
em relação ao trabalho, mudava constantemente de planos e não
conseguia terminar aquilo que começava. Os amigos e pessoas que o
conheciam chegaram a comentar que aquele não era o mesmo Phineas
Cage que conheciam.
Alguns anos mais tarde após a sua morte, mais propriamente no ano
de 1994, Hanna e António Damásio mediram novamente o crânio
utilizando técnicas computorizadas para reconstruir a lesão no cérebro
de Cage. Concluiu-se que a barra de ferro lesou com muita gravidade o
córtex cerebral nos dois hemisférios e em particular o lobo frontal.
Portanto, foi essa lesão que fez com que Phineas Cage demonstrasse
um comportamento de uma criança mal-humorada, provocando uma
sucessão de emoções fortes. Este excesso no comportamento emocional
que ele exprimia pode indiciar que o córtex cerebral desempenha um
papel importante na regulação da expressão emocional.
Assim, o córtex orbito-frontal parece desempenhar o papel de
corrigir as respostas emocionais quando ocorre uma certa modificação
do valor afectivo de um estimulo e também de alterar o comportamento
em função e de acordo com o ambiente. Portanto, isto pode explicar as
perturbações a nível do comportamento de Phineas Cage já atrás
descritos, que ficou incapaz de adaptar as suas respostas emocionais à
variedade de contextos ambientais.
Uma outra teoria mais elaborada do papel do córtex orbito-frontal
na adaptação social foi proposta por António Damásio ( 2000, citado
por Habib in Bases Neurológicas dos Comportamentos). Devido à sua
estreita relação com o resto do sistema límbico e hipotálamo, o córtex
orbito-frontal seria o ponto central da junção e memorização de um
determinado contexto social com uma actividade particular no sistema
neurovegetativo. Então, cada acto ou decisão vai reactivar, num
processo inconsciente, as sensações somáticas que estão associadas a
experiências passadas e encontrar assim o comportamento adequado.
No caso de lesão orbito-frontal, estes processos já não podem ser
reactivados de maneira apropriada, daí a incapacidade de um indivíduo
que padeça deste tipo de lesão de se comportar segundo as regras da
sociedade.
É importante salientar também a importância do lobo frontal na
regulação do humor. Um estudo realizado com feridos de guerra do
Vietname que tinham lesões cerebrais provocadas por estilhaços,
permitiu concluir que lesões na região fronto-orbitária provocaram um
aumento da ansiedade e tendência para comportamentos obcessivo-
compulsivos.
Outro estudo nestas mesmas condições chamou a atenção para o
facto de sentimentos como a euforia, egoísmo e irritabilidade estarem
relacionados com lesões no lobo frontal direito.
No que diz respeito a aspectos cognitivos, concluiu se ainda que a
região orbitária esquerda tem um papel muito importante nas tarefas
que exigem a mediação verbal, enquanto a direita afectam
principalmente a atenção e memória.

3.1 Egas Moniz e a Leucotomia

Ao nos debruçarmos sobre este vasto tema que


é o Lobo Frontal, não podemos deixar de falar
sobre Egas Moniz e o seu grandioso contributo
para a descoberta do valor da leucotomia pré-
frontal no tratamento de certas doenças mentais.
Egas Moniz (1874-1955), um conceituado
neurologista, desenvolveu um importante trabalho
à volta do sistema nervoso e idealizou também uma
cirurgia para o tratamento de algumas doenças
mentais que constituíam um dos pontos prioritários da medicina da
neurológica da época, antes do desenvolvimento da psicofarmacologia.
Este pensava ser possível tratar algumas doenças através de meios
físicos, fazendo um corte das fibras de ligação entre neurónios. Este
tratamento seria efectuado nos lobos frontais.
Esta técnica foi classificada como leucotomia pelo próprio Egas
Moniz, o que lhe valeu um premio Nobel da Medicina em 1949.
A leucotomia pré-frontal consistia numa cirurgia em que, com a
ajuda de um instrumento especial concebido pelo próprio designado por
leucótomo, eram seccionadas fibras do lobo frontal através de uma
trepanação.
A leucotomia produzia nos doentes alívio de tensão emocional
severa, com melhoria dos sintomas externos da doença psiquiátrica.
A leucotomia foi assim a primeira técnica de utilização de
manipulações orgânicas do cérebro para curar ou melhorar sintomas de
uma patologia. O objectivo de Egas Moniz era controlar os
comportamentos agressivos e violentos dos doentes, dada a relação
existente entre o córtex pré-frontal e as faculdades intelectuais dos
humanos.
Apesar de muitos pacientes submetidos a esta técnica não terem
sobrevivido e de outros ficarem com algumas alterações na
personalidade, foi praticada em muitos outros países, principalmente
nos Estados Unidos.
A leucotomia foi então transformada e desenvolvida pelo
americano Walter Freeman, cujo método ficou conhecido por
lobotomia (note-se que existe uma distinção entre leucotomia pré-
frontal e lobotomia frontal.)
Este criou uma variante em que espetava um picador de gelo
directamente no crânio do doente, desde um ponto logo acima do canal
lacrimal ajuda de um martelo, rodando-se depois o mesmo para destruir
as vias aí localizadas. Supostamente a atracção deste procedimento
consistia no seu baixo custo e no desejo social de silenciar doentes
psiquiátricos incómodos. A leucotomia ganhou tal popularidade que foi
inclusivamente praticada em crianças com mau comportamento.
Estes métodos criaram muita controvérsia principalmente a partir
dos anos 50, quando começaram a surgir os primeiros fármacos
antipsicóticos. A imagem negativa e a sua identificação um pouco
abusiva com a leucotomia deve-se á metodologia que Freeman usou
para “publicitar” a sua lobotomia por todo o EUA, de uma forma um
tanto ou quanto excessiva.
Durante muito tempo, foi considerado como um episódio bárbaro
na história da Psiquiatria. È complicado para algumas pessoas, nos dias
de hoje, entender que a destruição de uma parte do cérebro já foi
considerada terapêutica. Embora a leucotomia e lobotomia, hoje em
dia, representem métodos praticamente fora de uso, a controvérsia
parece continuar. Actualmente, o tratamento com fármacos específicos
é o mais usado nos transtornos emocionais graves.
4. Wisconsin Card Sorting Test (WCST)

Este teste é muito utilizado por neuropsicólogos e foi desenhado


por Berg em 1948 para o estudo do comportamento abstracto, vindo a
revelar-se um instrumento de grande utilidade para medir a disfunção
resultante de lesões do lobo frontal.
O WCST é constituído por 60 cartões onde estão impressas figuras
geométricas de um a quatro triângulos, estrelas, cruzes ou círculos. Em
cada cartão as figuras estão pintadas de vermelho, verde, amarelo ou
azul e todos os cartões são diferentes. No inicio da prova o observador
coloca quatro cartões em cima da mesa: um triangulo vermelho, duas
estrelas verdes, três cruzes amarelas e quatro círculos azuis, pedindo
depois ao observando que vá colocando os seus cartões por baixo de
cada um dos cartões-estimulo. O observador limita-se a analisar o que
está certo ou errado e o que significa para o observando, saber se o
critério de associação que utilizou é ou não o desejado para o
observador. Ao fim das dez peças colocadas de acordo com o primeiro
critério, ou seja a cor, o observador muda de opinião, passando o
critério de seguida a ser a forma. O observando terá que reconhecer o
novo critério e passar a colocar os cartões sempre de acordo com a
forma, ou seja triângulos debaixo de triângulos, círculos debaixo de
círculos. Após terminar a colocação destas dez placas correctamente
colocadas, o observador irá novamente mudar de critério. Agora o
critério a ser seguido passa a ser o número, repetindo sempre a mesma
metodologia, quando este critério também estiver acabado o observador
irá regressar novamente à cor, depois à forma e seguidamente ao
número, e assim sucessivamente.
Este teste tem como objectivo medir a capacidade do observando
para compreender critérios abstractos de associação e de mudar de
programa.
Quantos mais grupos de 10 cartões na categoria certa forem
colocados, mais pontuação terá o observando.
Os doentes que possuem lesões frontais cometem mais erros de
preseveração e conseguem fazer menos categorias do que os seus
controlos. No entanto, não existe resultados respeitantes à comparação
de um lado com outro do cérebro.
Conclusão

No decorrer dos dias de hoje já se sabe alguma coisa sobre a


organização da região do lobo frontal. Esta informação que chega até
nós deve-se á utilização de novas tecnologias e dos meios modernos
para medir a actividade cerebral, em indivíduos normais. A partir de
técnicas como o PET e o SPECT, ou como a ressonância magnética
funcional, pode-se quase em tempo real, visualizar a actividade do
córtex motor aquando da realização do movimento ou das áreas da
linguagem no decorrer da conversação, escrita ou leitura. As técnicas
de análise do movimento e da linguagem por meio de computadores
permitem, hoje em dia, recolher informação muito importante sobre as
suas características, o que tem possibilitado a compreensão do
funcionamento do cérebro.
É no córtex frontal que os mecanismos de programação do
movimento e da linguagem se projectam e, é a partir dele que têm
origem.
Com a evolução da tecnologia e sendo os instrumentos de análise
hoje em dia muito sofisticados, quer no que respeita ao movimento
quer à medição da actividade cerebral linguística, tanto a nível de
simulações por computador ou não, que os profissionais desta área
pensam que em breve se saberá novos contributos que esta área do
cérebro.

Bibliografia

Bear, M., Connors, B. & Paradiso, M. (2002). Neurociencias


Desvendando o Sistema Nervoso. 2ª Edição: Porto Alegre. Artmed
Editora

Caldas, A. (2000). A Herança de Franz Joseph Gall. 3ª Edição. Lisboa:


McGraw-Hill

Habib, M. (2000). Bases Neurológicas do Comportamento. 1ª Edição.


Lisboa: Climpsi Editores

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