Você está na página 1de 40

Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto Executivo nº 44-A/01 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências da Saúde

MONOGRAFIA

ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO


DO FISIOTERAPÊUTA EM PACIENTES COM
HEMIPARESIA, DOS 30 AOS 50 ANOS DE IDADE,
INTERNADOS NO HOSPITAL JOSINA MACHEL
DURANTE O IIIº TRIMESTRE DE 2022

Autor: André Estácio Rocrigues Imbi

Licenciatura: Fisioterapia

Orientador: Dr. Milton Mbinda

Viana, Abril de 2023


Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto Executivo nº 44-A/01 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências da Saúde

MONOGRAFIA

ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO


DO FISIOTERAPÊUTA EM PACIENTES COM
HEMIPARESIA, DOS 30 AOS 50 ANOS DE IDADE,
INTERNADOS NO HOSPITAL JOSINA MACHEL
DURANTE O IIIº TRIMESTRE DE 2022

André Estácio Rocrigues Imbi

Licenciatura: Fisioterapia
EPÍGRAFE

«A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém
ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê».

Arthur Schopenhauer

iii
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, pois sem ele nada seria possível.

iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado muita saúde, força para superar as dificuldades
e determinação para concluir o curso de fisioterapia.

Meu Deus muito obrigado pelos teus planos na minha vida, pois são sempre
maiores que os meus próprios sonhos.

v
DECLARAÇÃO DE AUTOR
Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os
regulamentos da Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular do
Regulamento de Elaboração do Trabalho de Fim de Curso. O trabalho é original excepto
onde indicado por referência especial no texto. Quaisquer visões expressas são as do
autor e não representam de modo algum quaisquer visões da UniPiaget. Este trabalho,
no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação noutras instituições de ensino
superior nacionais ou estrangeiras. Mais informo que a norma seguida para a elaboração
do trabalho é a Norma APA.

Assinatura:
________________________________________________________________

Data: _____/_____/__________

vi
ABREVIATURAS, SIGLAS
% - Percentgem;

ADM – Amplitude de Movimento;

APA – American Pshycal Association;

AVC – Acidente Vascular Cerebral;

AVD - Atividades da Vida Diária;

AVE – Acidente Vascular Encefálico;

MMII – Membros inferiores;

MMSS – Membros superiores;

OD – Ombro Doloroso;

ODH – Ombro Doloroso Do Hemiplégico;

OMS – Organização Mundial da Saúde;

PC – Paralisia Cerebral;

SN– Sistema Nervoso;

SNA– Sistema Nervoso Autônomo;

SNC – Sistema Nervoso Central;

SNP – Sistema Nervoso Periférico;

TENS - Estimulação elétrica transcutânea;

TV – Trombose Venosa;

TVC – Trombose Venosa Cerebral.

vii
ÍNDICE GERAL
EPÍGRAFE ...................................................................................................................... iii

DEDICATÓRIA .............................................................................................................. iv

AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... v

DECLARAÇÃO DE AUTOR ......................................................................................... vi

ABREVIATURAS, SIGLAS ......................................................................................... vii

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1

IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................................... 2

OBJECTIVOS ........................................................................................................................ 2

Objetivo geral: .............................................................................................................. 2

Objetivos específicos: .................................................................................................. 2

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ............................................................................................. 2

1. CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO- CIENTÍFICA ........................................... 3

1.1 SISTEMA NERVOSO ..................................................................................................... 4

1.1.1 Sistema nervoso central ................................................................................................. 5

1.2 HEMPARESIA ................................................................................................................. 7

1.3 Hemiparesia infantil ........................................................................................................ 10

1.4 Tipos de hemiparesia ...................................................................................................... 11

1.5 Etiologia da hemiparesia ................................................................................................. 12

1.1- Acidente vascular cerebral ......................................................................................... 14

1.6 PERFIL DE PACIENTE COM HEMIARESIA ............................................................ 17

1.2- Ombro doloroso em pacientes hemiparéticos ............................................................ 18

1.7 AVALIAÇÃO DOS PACIENTES COM HEMIPARESIA ........................................... 21

1.8 TRATAMENTO DA HEMIPARESIA .......................................................................... 25

1.3- Tratamento fisioterapeutico da hemiparesia .............................................................. 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 29

viii
ix
INTRODUÇÃO
O cérebro é o orgão mais importante do sistema nervoso, sendo o centro do
pensamento, da emoção, da memória e do controle de vários processos orgânicos do
nosso corpo. Juntamente com a medula espinhal e os nervos cranianos, eles enviam e
recebem mensagens transmitidas entre o cérebro e as outras partes do corpo humano. O
cérebro possui diversas funções no nosso corpo e as principaís áreas do cérebro
incluem os hemisférios cerebrais, os gânglios basais, o cerebelo e o tronco cerebral.
Cada uma dessas partes tem a sua função especifica, que serão responsáveis pelas ações
voluntárias e involuntárias do nosso corpo.

De certo, as ações voluntárias são aquelas que nos permitem ter vontade própria
como comer, mexer os membros superiores e inferiores, falar, brincar, mexer os dedos e
muitas outras funções que nos conseguimos realizar por vontade própria. As ações
involuntárias são aquelas que realizamos sem perceber, como bater o coração e respirar.

Ainda, Wolpert, em 2011 apud Alves (2020), se referiram que os seres vivos que
se movimentam possuem cérebro o que significa que nós de facto so nos
movimentamos porque temos cérebro e só temos cérebro porque nos movimentamos.

Além do cérebro comandar os movimentos musculares esquéleticos do corpo


humano, também recebem as informações sensoriais, como visão, audição, olfato,
paladar, tato e a dor e, sendo um orgão com várias funções indispensáveis para a vida
humana, qualquer dano neste orgão pode afetar significativamente a qualidade de vida
do indivduo.

Alves (2020), ainda afirma que o nosso cérebro está pronto a aprender, pois o
sangue que chega ao cérebro, em maior quantidade e mais oxigenado, fá-lo funcionar ao
seu melhor nível. Pelo que, compreendemos que a falta de oxigénio no cérebro é
bastante perigoso para a vida humana podendo trazer danos cerebrais irreversivíveis
como uma hemiparesia ou uma hemiplegia e por vezes a ausência de oxigénio no
cérebro pode levar o paciente á obito. São várias as causas que podem levar a uma
anoxia cerebral, mais as principais vitimas são aquelas que possuem maior risco de um
ataque cardíaco ou AVC. A hemiparesia é uma sequela resultante de um AVC
isquemico, baseada na paralisia parcial de um dos lados do corpo humano.

1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
A hemiparesia é uma sequela fisiologica que atinge todas as idades mas
frequentemente individuos em idade avançada como os idosos por exemplo.

De acordo o Jornal de Angola (2022), no Hospital Josina Machel, no banco de


uegências de medicina foram atendidos 294 pacientes, com realce para os casos de
malária, AVC e pneumonia. Dos pacientes que tiveram AVC a sua maioria são jovens, e
tiveram como sequela a hemiparesia.

Durante o estágio realizado no Hospital Josina Machel, em 2022, foi notório o


número elevado de casos em pacientes que tiveram como sequela a hemiparesia motivo
pelo qual surgiu-nos a seguinte pergunta de partida: Qual é a importância da
intervenção do fisioterapêuta em pacientes com hemiparesia, internados no
Hospital Josina Machel?

OBJECTIVOS
O presente estudo surge das insuficiências na reabilitação física dos pacientes
hemiparéticos internados no Hospital Josina Machel. Com isso elaborou-se os seguintes
objetivos:

Objetivo geral:
Estudar a importância da intervenção do fisioterapêuta em pacientes com
hemiparesia, dos 30 aos 50 anos de idade, internados no Hospital Josina Machel durante
o IIIº Trimestre de 2022.

Objetivos específicos:
1. Caracterizar a amostra segundo a Idade e o Sexo;
2. Identificar as principais causas de hemiparesia;
3. Determinar os recursos fisioterapêuticos mais utilizados em paciente com
hemiparesia.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
O presente estudo é de extrema importância, porque trata-se de um tema muito
relevante na nossa sociedade Angolana, ajudará todos que entrarem em contato com
este estudo a ter informações aprofundadas e atualizadas sobre a importância da
intervenção fisioterapêutica em pacientes com hemiparesia.

2
CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO- CIENTÍFICA

3
1.1- SISTEMA NERVOSO
Durante a evolução do ser vivo os primeiros neurônios surgiram na superfície
externa do organismo. O sistema nervoso é formado basicamente por um dos quatro
tipos básicos de tecidos do corpo, o tecido nervoso, encontrando-se distribuído por todo
organismo. É formado por neurônios e as células glia ou neuróglia, os quais possuem
origem no ectoderma. Dos três folhetos embrionários, o ectoderma é aquele que está em
contato com o meio externo do organismo e é deste folheto que se origina o sistema
nervoso.

«O tecido nervoso é composto principalmente por: neurônios, células geralmente


com longos prolongamentos, e vários tipos de células da glia ou neuroglias, que
sustentam os neurônios e participam de outras funções importante.» (Junqueira &
Carneiro, 2011, p. 1)

Conforme a ideia acima citada podemos dizer que o sistema nervoso é um dos
sistemas mais importantes do corpo humano, responsáveis pela maioria das funções de
controle em um organismo, coordenando e regulando as atividades corporais.

O sistema nervoso consiste em um conjunto de órgãos responsáveis pela


coordenação e integração funcional dos demais sistemas orgânicos, relacionando o
organismo com as variações do meio externo e controlando as funções viscerais,
mantendo a homeostase. (Fagundes, 2011, p. 3)

De acordo o autor, o sistema nervoso é constituído por diferentes tipos celulares


as quais desempenham diversas funções dependendo de sua localização. Não somente
formado por células neuronais, o sistema nervoso humano também é composto por
células do tecido conjuntivo e epitelial, as quais não são a sua maioria, mas que
desempenham funções primordiais no corpo humano.

Sendo considerado um sistema indispensável para o corpo humano, permiti o


controle, e a funcionalidade de todos os outros sistemas do corpo humano, como o
respiratório, muscular, circulatório e sensorial. O mesmo sistema possui uma grande
diversidade de variações que permite controlar as informações do meio externo e
controlando as funções viscerais, mantendo o estado de condições internas, físicas e
químicas constantes mantidas pelos sistemas vivos.

Uma das mais importantes funções do sistema nervoso é a de processar a


informação aferente, de modo que sejam efetuadas respostas mentais e motoras
apropriadas. Mais de 99% de toda a informação sensorial é descartada pelo cérebro

4
como irrelevante e sem importância. Por exemplo, em geral, não percebemos as
partes do corpo que estão em contato com nossas vestimentas, assim como a
pressão que a cadeira exerce sobre o nosso corpo quando sentamos. Da mesma
forma, a atenção é atraída apenas para objeto ocasional em nosso campo de visão e
mesmo o ruído perpétuo que nos cerca é normalmente relegado ao subconsciente.
(Hall, 2011, p. 572)

Como carateriza o autor, o sistema nervoso tem a função de processar, toda a


informação que o corpo humano vai obter, para que sejam efetuadas respostas mentais e
motoras apropriadas. Por carecer de interesse ou importância o cérebro descarta 99% de
toda a informação sensorial.

Segundo Junqueira e Carneiro (2011), o sistema nervoso tem como função receber
e transmitir impulsos elétricos. Ele é dividido, anatomicamente, em sistema nervoso
central (SNC), formado pelo encéfalo, constituintes neurais do sistema fotorreceptor e
medula espinhal; e sistema nervoso periférico (SNP), constituído por nervos e gânglios.
Anatomicamente o sistema nervoso esta constituído por duas partes principais, que são:
O sistema nervoso central (SNC) que compreende o cérebro e a medula espinhal; e o
sistema nervoso periférico (SNP) que são os nervos.

Os mesmos autores, garantem ainda que o cérebro está contido na cavidade


craniana e a medula espinhal está contida no canal vertebral da coluna vertebral. O
sistema nervoso periférico tem esse nome porque está na periferia, ou seja, além do
cérebro e da medula espinhal..

1.1.2- Sistema nervoso central

No sistema nervoso central estuda-se a superfície externa, com elevações ou


sulcos que se relacionam com nervos e vasos. A vascularização sanguínea é extensa e
seu fluxo somente perde para o renal e o cardíaco. O sistema nervoso central,
anatomicamente faz parte da devisão do sistema nervoso, cuja função é analisar e
integrar varias informações intra e extrapessoais, assim como gerar uma resposta
coordenada aos estimulos recebidos.

«A informação é transmitida para o sistema nervoso central em sua maior parte


na forma de potenciais de ação, chamados simplesmente de “impulsos nervosos” que
se propagam por sucessão de neurônios, um após o outro.» (Hall, 2011, p. 574)

Na visão do autor citado acima, afirmamos que os impulsos nervosos são ligações
ou conexões entre um neurônio e outros neurônios, permitindo o processo de

5
transmissão de informação, e geralmente este processo ocorre ao longo da membrana do
neurônio.

Dois sistemas arteriais destacam-se na vascularização do SNC: o sistema carotídeo


interno e o sistema vértebro-basilar. Ambos se encontram na base craniana para
formar o polígono de Willis ou círculo arterial cerebral, o qual dá origem a artérias
profundas e às artérias cerebrais (corticais ou superficiais). A drenagem venosa
também se faz através de sistemas profundo e superficial, mas ambos passam pelos
seios da dura-máter para sair do crânio e tomar as veias jugulares internas em
direção ao coração. A barreira hematoencefálica está constituída de um endotélio
capilar fechado e um neurópilo (prolongamentos gliais espesso). (Ramalho, 2012,
p. 218)

Como carateriza, o SNC está constituído por encéfalo e medula espinal, o


encéfalo é vascularizado por dois sistemas que são: Vértebro-basilar (artérias vertebrais)
e carotídeo (artérias carótidas). Estes dois sistemas são responsáveis pela irrigação do
encéfalo e as suas artérias formam o polígono de Willis, de onde saem as principais
artérias para vascularização cerebral. As veias do encéfalo não acompanham as artérias,
pois são maiores e mais calibrosas do que elas. Drenam os seios dura-máter, de onde o
sangue vai convergir para as veias jugulares internas, que recebem o sangue venoso
encefálico.

De acordo Ramalho (2012), o Sistema Nervoso Central (SNC) possui um


envoltório, que é a meninge, com três folhetos membranosos (o externo, dura-máter, a
aracnóide; e o mais interno, pia-máter) e alguns espaços entre eles. Esses três folhetos
membranosos é que vão permitir revestir ou envolver o sistema nervoso central, para a
proteção deste sistema. Destes espaços, o peridural é utilizado em analgesias na região
lombar, e o subaracnóide é o maior e preenchido por vasos, filamentos radiculares de
nervos e líquido encéfalo raquiano (ou líquor).

O sistema nervoso central (SNC) é composto pelo cérebro e pela medula espinhal.
Ambos se desenvolvem a partir do ectoderma embrionário ao lado de outras
estruturas como a pele. Seu desenvolvimento começa já na 3ª e 4ª semanas de vida
embrionária, iniciando com o processo de neurulação, que é o desenvolvimento do
tubo neural. O tubo neural fecha-se espontaneamente rostral e caudalmente. Da
quinta à sexta semana, primeiro aparecimento do cérebro, segue-se o
desenvolvimento prosencefálico. O cérebro primitivo é composto pelo
prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. O prosencéfalo se divide em
telencéfalo e diencéfalo por meio de uma série de estágios de desenvolvimento, a
saber: formação, clivagem e desenvolvimento da linha média. Qualquer forma de
alteração do desenvolvimento nesses locais leva à malformação do cérebro em
desenvolvimento (Dias, Partington, 2015 apud Silveira & Samuel, 2020).

6
Sendo a parte do sistema nervoso que é composto pelo cérebro e pela medula
espinhal, estes dois componentes vão passar por um processo de desenvolvimento para
a sua formação perfeita, e caso houver alguma alteração no seu desenvolvimento,
consequentemente levará a malformação do cérebro e o sistema nervoso central por sua
vez não conseguirá na perfeição executar a sua função, pois o cérebro interpreta as
informações recebidas pela medula espinhal e gera os seus próprios sinais e instruções
para que o corpo as execute. A medula espinhal transmite informações do cérebro para
o corpo e vice-versa.

O sistema nervoso humano herdou capacidades funcionais especiais de cada um


dos estágios evolutivos humanos. Dessa herança, três níveis principais do sistema
nervoso central têm características funcionais específicas: (1) o nível da medula
espinhal, (2) o nível cerebral inferior ou nível subcortical e (3) o nível cerebral
superior ou nível cortical. (Hall, 2011, p. 573)

Desde as primeiras semanas de vida, o ser humano herdou capacidades especiais


que vão se desenvolvendo com o passar do tempo. O processo de desenvolvimento
inclui: o desevolvimento fisico, cognitivo e psicossocial, desde as primeiras semanas as
capacidades de aprendizagem e de memória estão presentes, baseando-se no processo de
desenvolvimento do individuo o sistema nervoso central possui três principais níveis
funcionais que são: o nível da medula espinal, cerebral inferior ou subcortical e o nível
cerebral ou cortical..

1.2- HEMPARESIA

Hemiparesia é a paralisia parcial de um dos lados do corpo, geralmente causada


por lesões da area corticoespinal que corre abaixo dos neurónios motores da coluna
vertebral e é responsavel pelos movimentos dos músculos do corpo humano e seus
membros. O termo “hemiparesia” entrou em desuso, e os pesquisadores referem-se a
hemiplegia parcial como hemiparesia ou seja o termo hemiplegia muitas vezes é
empregado de forma genérica para fazer referência á ampla variedade de problemas
motores, de entre a maioria é resultantes de um Acidente Vascular Encefalico.

Segundo Thinen, Tsukimoto e Tsukimoto (2016), a hemiplegia pós-AVE resulta


em limitações na movimentação do MMSS e MMII, prejudicando as capacidades
funcionais do indivíduo para o desempenho de suas atividades cotidianas.

Deste modo eles referem-se a hemiplegia como um todo ou seja englobando a


hemiparesia dentro da hemiplegia, pois as limitações funcionais que o paciente vai ter,

7
independemente do membro afetado seja no menbro superior ou inferior, e com base á
outros estudos antigos ou recentes referem-se a uma hemiparesia somente se o paciente
apresentar uma perda parcial no movimento do membro afetado e, so será uma
hemiplegia se o paciente apresentar uma perda total no movimento do membro afetado,
é hemiplegia.

De acordo Mingrone (2021) quando falamos de hemiparesia, nos referimos a uma


dificuldade para realizar movimentos que se apresenta em uma das metades do corpo
humano. Por outro lado, isto implica uma perda de força no lado afetado do corpo. Na
maioria dos casos, a hemiparesia está relacionada a uma paralisia cerebral parcial que
incide na mobilidade, saindo da perna, passando pelo tronco e terminando no braço. Em
alguns casos, também é possível que um lado do rosto fique alterado. No entanto,
devemos destacar que a outra metade do corpo permanece sem alterações quanto aos
movimentos que pode realizar.

Como descrito acima, independentemente do lado afetado a hemiparesia vai estar


sempre ligada a uma doença que afeta o sistema nervoso central, principalmente em
indivíduos adultos ou idosos do sexo masculino dependendo muito do estilo de vida de
cada pessoa. Nos finais de 2022, em Angola, província de Luanda, Hospital Josina
Machel houve registos de que muitos jovens têm contraído a hemiparesia, nas maiorias
dos casos resultantes de um AVC Isquémico, isto porque cada vez mais jovens têm
apresentado quadros de obesidade, diabetes, hipertensão e a maioria doenças
diretamente ligadas a casos de AVC. Dificilmente a hemiparesia será nas duas partes do
corpo, mais além de afetar os membros superiores ou inferiores, existem casos em que a
hemiparesia pode se irradiar até a face, levando a uma paralisia parcial da mímica facial.

A hemiplegia é uma alteração neurológica em que há paralisia em um dos lados do


corpo e que pode acontecer como consequência de uma paralisia cerebral, doenças
infecciosas que atingem o sistema nervoso ou Acidente Vascular Cerebral (AVC),
sendo esta a principal causa de hemiplegia em adultos. (Bezerra, 2020, p. 1)

Doenças infecciosas que atingem direitamente o sistema nervoso, como um


Acidente Vascular Cerebral (AVC), a epilepsia, a esclerose múltipla e outras doenças
neurológicas, muitos dos nossos sentidos e funções podem ser comprometidas, em
maior ou menor grau. Com base nos danos causados pelas doenças neurológicas, várias
são as alterações que o corpo humano pode manifestar de entre elas as principais, é a
hemiplegia parcial e a hemiplegia total.

8
Ainda Almeida (2009), afirma que a hemiplegia constitui a mais frequente sequela
motora resultante de eventos isquêmicos ou hemorrágicos no SNC. Na maior parte dos
pacientes, a hemiplegia apresenta-se acompanhada de hipertonia do lado afetado e
provoca um importante déficit motor que compromete o controle do tronco e a
realização dos movimentos que compõem o ciclo respiratório. Uma alteração da função
cerebral, normalmente dura menos de uma hora, e é causada por um bloqueio
temporário do fornecimento de sangue ao cérebro, a este processo podemos chamar de
evento isquêmico. Durante todo o processo do evento isquêmico ou hemorrágico, o
sistema nervoso vai sofrer um bloqueio temporário, afetando toda a funcionalidade
fisiológica do individuo, tendo como sequelas a hemiparesia ou hemiplegia.
Dependendo de cada paciente a hemiparesia/hemiplegia vai estar acompanhada de uma
serie de alterações fisiológicas tais como hipertonia do lado afetado e déficit motor que
compromete o controle do tronco.

«A hemiparesia é uma das consequências do Acidente Vascular Encefálico que


promove alterações na postura do indivíduo e na movimentação do membro afetado,
causando déficits na capacidade funcional.» (Storolli & Silva, 2016, p. 2)

Com isso podemos dizer que os sintomas de hemiparesia estão relacionados com
as alterações neurológicas que levam à paralisia de um dos lados do corpo, podendo ser
caracterizada por dor nas articulações, diminuição da sensibilidade no lado do corpo
afetado e dificuldade para realizar alguns movimentos, gerando alterações na postura do
paciente, limitação funciponais na movimentação do membro afetado e déficits na
capacidade funcional do individuo,

Segundo Mingrone (2021), os sintomas podem variar de acordo com o lado do


cérebro afetado, no entanto, de forma geral, os sinais e sintomas de hemiparesia são:

 Perda do equilíbrio;
 Dificuldade para falar;
 Mudanças de comportamento;
 Alterações na memória e a aprendizagem de novos conteúdos;
 Perda de sensibilidade em um dos lados do corpo e/ou nas extremidades.

9
1.2.1- Hemiparesia infantil
A hemiparesia infantil é a disfunção motora, que afeta parcialmente a mobilidade
funcional de um dos lados do corpo da criança, de origem neurológica que pode afetar a
autonomia e o desenvolvimento da criança.

Segundo Palomo-Carrión e Pinero-Pinto (2021), a hemiparesia infantil pode estar


associada a morbidade significativa e pode ter um impacto profundo no
desenvolvimento físico e social da criança. Além disso, a hemiparesia infantil está
associada à disfunção motora, bem como a deficiências neurológicas adicionais,
incluindo perda sensorial, retardo mental, epilepsia e deficiências de visão, audição e
fala. E, afetando direitamente e significativamente a todas as crianças portadoras de
paralisia parcial, na maioria dos casos esta condição vai afetar o seu desenvolvimento
físico e mental e a criança com hemiparesia infantil será uma criança diferenciada com
base nas limitações que a criança vai apresentar durante o seu desenvolvimento. .

A crescente porcentagem de baixo peso ao nascer e prematuridade está ligada a


todos os subtipos de paralisia cerebral (PC). Nessas crianças, o tipo de lesão
cerebral associada à PC é principalmente leucomalácia periventricular e
hemorragia intraventricular. (Palomo-Carrión, Romero-Galisteo, Romay-Barrero,
Martinez-Galán, Lirio-Romero, & Pinero-Pinto, 2021, p. 2)

Os problemas mais frequentes e relevantes na paralisia cerebral é a percentagem


de baixo peso ao nascer, podendo estar associada a leucomalácia periventricular e
hemorragia intraventricular. Ao longo dos anos, a causa da hemiparesia infantil
permaneceu bastante heterogênea, com possível envolvimento de uma ampla gama de
mecanismos, tanto em recém-nascidos a termo quanto em prematuros.

Ainda de acordo os autores acima, afirmam que o AVC perinatal é definido como
a causa mais comum de hemiparesia infantil. Sua etiologia é multifatorial, e o risco
aumenta quando múltiplos fatores de risco estão presentes, como a alta incidência de
fatores de risco intraparto em bebês a termo, presentes em 68%, 76% e 85% dos bebês
de acordo com diferentes estudos.

Sendo bastante difícil, identificar a principal causa de hemiparesia em crianças, a


fisioterapia terá um papel muito importante no desenvolvimento correto da criança, para
que a mesma possa ter uma passagem para a adolescência e, posteriormente à vida
adulta, de forma saudável e sem problemas motores, respiratórios ou neurológicos.

10
1.2.1- Tipos de hemiparesia

Moura (2013), afirma que a hemiparesia infantil pode ocorrer desde os primeiros
meses de vida fetal até o período pós-natal, podendo ser dividida em hemiparesia
congénita ou adquirida. A hemiparesia atinge todas as idades, crianças, adolescentes,
adultos e idosos, mais frequentemente indivíduos em idades avançadas como por ex: os
idosos.

Seja na hemiparesia congênita ou na adquirida, a apresentação clinica da


hemiparesia vai estar relacionada com a área do sistema nervoso central comprometido
gerando uma deficiência, que pode ser temporária, recuperável, definitiva ou
compensável. A hemiparesia é uma condição fisiológica temporária por permitir que o
individuo volte as suas condições anteriores.

Após a leitura e revisão de artigos e livros recentes constatamos que existem cinco
tipos de hemiparesia de acordo a manifestação clinica que o paciente vai apresentar, são
eles: hemiparesia espática a direita; hemiparesia espática a esquerda; hemiparesia
motora pura; ataxia; hemiparesia atáxica. Os autores abaixo destacam os tipos de
hemiparesia.

A hemiparesia espástica, caracterizada por alterações motoras importantes no


membro superior e inferior contralateral à lesão cerebral, é um dos subtipos de PC
mais comuns, constituindo cerca de 20 a 30% dos casos. A alteração da
funcionalidade manual é um dos sintomas mais incapacitantes da hemiparesia. O
indivíduo pode apresentar alterações neuromusculoesqueléticas na extremidade
superior acometida, como aumento do tônus muscular (espasticidade), diminuição
da força, encurtamentos e deformidades articulares, além de distúrbios sensoriais
que podem afetar a motricidade fina (Cury; Brandão, 2010; Stavsky et al., 2017
apud Paula & Klunck, 2019, p. 132)

Na hemiparesia espástica identifica-se alterações do movimento do corpo humano


num hemicorpo quer seja direito ou esquerdo, e essas alterações geralmente inclui perna
e braços direitos, sendo, ma sua maioria dos casos, o membro superior o mais afetado.
Neste tipo de hemiparesia o paciente pode apresentar alterações
neuromusculoesqueléticas no membro afetado, e essas alterações podem incluir:
aumento do tônus muscular, diminuição da força, rigidez articular e distúrbios
sensoriais.

De acordo Mingrone (2021), na hemiparesia motora pura se manifestam


dificuldades na mobilidade de um braço, uma perna e/ou o rosto de um lado do corpo e
somente considera-se hemiparesia motora pura, quando o paciente começa a apresentar
11
as suas limitações na execução dos seus movimentos fisiológicos como, dificuldade na
movimentação dos membros afetados.

Ainda Mingrone (2021), afirma que lesões no setor inferior do cérebro levam ao
surgimento de uma ataxia, sinal de que algo não esta bem. A ataxia é a incapacidade que
o paciente tem de manter a coordenação motora normal, sendo frequente que existam
dificuldades na coordenação, problemas de vertigem e perda de equilíbrio.

A hemiparesia atáxica é o entorpecimento de um setor do corpo, especialmente a


perna. Este tipo de hemiparesia atinge especialmente os membros inferiores do paciente,
baseada em passos instáveis e irregulares.

1.2.2- Etiologia da hemiparesia

Todas as doenças possuem três causas principais que são: congênita, hereditária e
adquirida e, na hemiparesia apesar de ser uma sequela não se é diferente, pois de acordo
a causa vamos encontra-lá dividida em dois tipos que são: hemiparesia congênita e
hemiparesia adquirida.

A hemiparesia congênita é aquela que já existe no individuo ao nascer, mais


comumente antes de nascer ou seja durante a fase intra-uterina. A hemiparesia adquirida
é aquela ocorre depois do nascimento, ou seja é aquela que ocorre após o nascimento,
principalmente durante o 1º ano de vida da criança. Já na idade adulta, dependendo da
patologia que vai acometer o individuo, a maioria dos casos são do tipo hemiparesia
adquirida.

Vários artigos e livros mostram que existem vários motivos que causam
hemiparesia, tais como: Lesões no cérebro, no tronco cerebral, na medula espinhal,
podem afetar o sistema piramidal e produzir a debilidade numa metade do corpo. A
evolução do quadro dependerá das características de cada individuo isto quer dizer que
a idade, os antecedentes médicos, e o estilo de vida da pessoa influenciam diretamente
no desenvolvimento do tipo de hemiparesia que se apresenta.

Mingrone (2021) afirma que as causas mais frequentes da hemiparesia são as


seguintes:

 Acidentes que causem lesões em alguma área do cérebro, entre eles o AVC
(Acidente Vascular Cerebral) e a trombose venosa cerebral.

12
 Doenças neurológicas que afetem diretamente ao cérebro e/ou a medula óssea.
 Câncer que se estenda ao cérebro.

Doenças neurológicas é uma das causas mais comum de hemiparesia e toda e


qualquer patologia que causa a diminuição de sangue no cérebro, pode levar ao
surgimento de hemiparesia, porque a hemiparesia surge quando a quantidade de sangue
no cérebro diminui, isto pode fazer com que muitos neurônios parem de funcionar
corretamente e algumas áreas do nosso corpo sejam alteradas.

Sousa e Fonseca (2022), afirmam que as principais desordens neurológicas que


causam prejuízos cognitivos e motores, são:

 Doença de Alzheimer (DA);


 Doença de Parkinson (DP);
 Doença de Huntington (DH);
 Atrofia muscular espinhal (AME);
 Esclerose múltipla (EM).

Das doenças discritas acima, constatamos que apenas a doença de Parkinson e a


Esclerose Múltipla podem vir a apresentar como sequela uma hemiparesia.

Os mesmos autores afirmam ainda que doenças, que afetam a qualidade de vida
dos pacientes, classificadas como desordens neuromusculares são:

 Esclerose lateral amiotrófica (ELA);


 Distrofia Muscular de Duchenne e de Becker (DMD);
 Síndrome de Guillain-Barré (SGB);
 Miastenia gravis (MG).

Sousa e Fonseca (2022) confirmam também que as doenças que podem causar
desordens neurológicas, pode acometer qualquer indivíduo ao longo da vida e se
caracterizam por causar danos ou sequelas irreversíveis ao SN, são elas: Acidente
vascular cerebral (AVC) e Traumatismos Crânioencefálicos (TCE). Das duas doenças
mencionadas, o AVC é o mais propenso a apresentar uma sequela de hemiparesia tal
como destaca o autor abaixo citado.

13
Mingrone (2021), destaca que o acidente vascular cerebral é uma das primeiras
principais causas de hemiparesia principalmente em um individuo adulto, pois nos
últimos anos o AVC tem afetado indivíduos de todas as idades, e a hemiparesia é o
déficit mais característico da AVE, que afeta o lado oposto ao da lesão, desenvolvendo
alterações na postura e na movimentação do membro afetado, causando déficits na
capacidade funcional do indivíduo.

A Trombose venosa cerebral (TVC) é uma condição rara, constituindo menos de


1% dos acidentes vasculares cerebrais. A sua incidência anual em adultos é
0,22/100.000 e as mulheres são afetadas três vezes mais que os homens. O
acometimento de mulheres jovens é importante, fato que pode ser atribuído ao uso
de anticoncepcionais orais, principal fator de risco associado. Em 15% dos casos, a
causa pode não ser identificada. Trata-se de uma condição pouco reconhecida, com
múltiplas manifestações clínicas, sendo, muitas vezes, subdiagnosticada. (Oliveira,
Costa, Assis, Santos, & Filho, 2016, p. 108)

De acordo a OMS, as mais de 600 enfermidades caracterizadas afetam tanto a


capacidade motora e habilidades cognitivas como movimentos voluntários, habilidades
para comer, falar, dificuldades de memorização, de aprendizado e aptidão para se
relacionar. Reforçando que é deste modo que as doenças neurológicas estão entre as
principais causas de hemiparesia.

Dornelas (2010), defende que os pacientes que sofreram AVC e que evoluíram
com quadro de hemiparesia, variam em grau de comprometimento motor. Alguns
indivíduos, podem simplesmente demonstrar fraqueza ou tensão local, já outros,
apresentam dificuldades importantes para realizar atividades do dia a dia.

1.2.3- Acidente vascular cerebral

O cérebro é responsável por varias funções do corpo humano tais como: a


inteligência, personalidade, humor e as características que nos tornam diferente uns dos
outros. Perder a função cerebral pode afetar significativamente a vida de uma pessoa,
tornando-a dependente de outros.

Segundo a (OMS) Organização Mundial de Saúde (2006), o AVC é o


comprometimento neurológico focal (ou às vezes global), de ocorrência súbita e
duração de mais de 24 horas (ou que causa morte) e provável origem vascular.

14
O risco de AVC é superior nos homens, exceto após os 85 anos de idade
onde se verifica maior risco nas mulheres. O risco relativo homem/mulher
de AVC é de 1,25 (para idades entre os 55-64 anos), 1,5 (para idades entre
os 65- 74anos), 1,07 (para idades entre os 75-84 anos) e 0,76 (para idades
superiores a 85 anos). Após os 55 anos de idade, o risco de AVC duplica a
cada década e aproximadamente 3/4 de todos os casos AVC ocorrem em
pessoas com idade superior a 65 anos (Piassaroli et al., 2012 apud Esteves,
2018, p. 18)
De acordo os autores, as mulheres têm menos possibilidade de contrair um AVC,
já os homens têm mais possibilidade de contrair um AVC, a maior possibilidade de
ocorrer um AVC é em indivíduos com idade superior á 65 anos.

Quando o cérebro sofre danos graves, automaticamente todas as funções que ele
desempenha são afetadas, trazendo uma mudança drástica na qualidade de vida do
individuo, pois uma pessoa portadora de AVC na maioria dos casos é afetada por uma
sequela coma hemiplegia ou a hemiparesia, fazendo com que a pessoa acometida passa
por um processo de adaptação de modos a se integrar na nova realidade que o mesmo
está a enfrentar.

Pelas alterações neurológicas que causa, o AVC é a principal causa de deficiência a


longo prazo. A incapacidade permanente, pode deixar inúmeras sequelas físicas,
mentais e sociais restringindo a funcionalidade do individuo particularmente no
que se refere à independência nas AVD, causando por isso um enorme impacto
social e econômico (Barbosa, Santos, & Martins, 2015 apud Esteves, 2018, p. 18)

De acordo os autores após uma pessoa passar por um episódio de AVC, o mesmo
pode adquirir uma deficiência ou uma incapacidade permanente, trazendo várias
alterações fisiológicas no indivíduo, causando uma diminuição, na interação social da
pessoa, econômico e na qualidade de vida da pessoa.

Existem inúmeras classificações para o AVC, a mais comum fundamenta-se no


critério etiológico. Desta forma, o AVC pode ser isquémico e hemorrágico. Estima-
se que 87% dos casos de AVC são de origem isquémica, 10% são hemorragia
intracerebral e apenas 3% hemorragia subaracnoídea (Barbosa et al., 2015 apud
Esteves, 2018, p. 19)

O Acidente Vascular Cerebral pode classificar-se em dois tipos que são: acidente
vascular cerebral isquémico e acidente vascular cerebral hemorrágico. Pelas
percentagens apresentada, o acidente vascular cerebral isquémico é o mais comum, pois
segundo o autor 87% dos casos, são de origem isquémica.

15
O AVC isquêmico é causado ou por oclusão súbita das artérias que irrigam o
cérebro, classificado como lacunar, ou devido a processos tromboembólicos no local
ou distantes, classificados em trombóticos e embólicos (Barbosa et al., 2015 apud
Esteves, 2018, p. 19)

A isquêmia, ocorre quando há oclusão de uma artéria, que impede a passagem de


oxigênio para as celulas do cérebro, geralmente pode ser causada por uma trombose ou
embolia, quando uma pessoa é acometida por AVC isquêmico pode desencadear uma
hemiplegia ou uma hemiparesia.. O AVC hemorrâgico ocorre quando há sangramento
no cérebro.

Dentre as disfunções nos indivíduos acometidos pelo AVE, a principal alteração


ocasionada é a hemiparesia, levando o indivíduo à perda de seletividades de
movimentos, ou seja, a ausência do controle motor é visivelmente observada no
hemicorpo afetado, tornando-o incapacitante (Barcala et al., 2011 apud Fernandes,
2017, p. 10)

Mergulhando nos pensamentos do autor, o acidente vascular cerebral encefálico é


a doença neurológica que mais acomete o cérebro, trazendo uma grande disparidade de
disfunções na pessoa acometida por AVE. As disfunções incluém diminuição da
capacidade de suportar esforços, imoblidade dos membros, ausência de controle motor,
todas essas disfunções originadas por acidente vascular encéfalico, na maioria dos casos
causa uma hemiparesia.

A oclusão de diferentes árterias cerebrais origina síndromes vasculares, quando


nos deparamos com hemiparesia ou uma hemiplegia é porque há oclusão nas artérias
cerebrais anterior e média:

Ainda Cancela (2008), defende que, quando há oclusão na artéria cerebral anterior
as possibilidades são:

 Hemiparesia contralateral, mais acentuada no membro inferior;


 Perda sensorial contralateral;
 Alterações do funcionamento esfincteriano anal e vesical;
 Manifestações mentais, que são mais nitidas e estáveis se o AVC for
bilateral;
 Alterações do comportamento, se o AVC do lobo frontal for intenso.

16
Quando há oclusão na artéria cerebral média as possibilidade são:

 Afasia (quando o membro dominante é lesado);


 Hemiplegia e/ou hemiparesia contralateral, mais acentuada na face e
membro superior;
 Hemianópsia homónima;
 Hemihipostesia;
 Apraxia;
 Alexia.

As artérias carótidas são vasos sanguineos, que garantem o transporte do sangue


do coração. O sistema nervoso é formado por estruturas especializadas que exige um
grande suprimento de oxigenio, as artérias carótidas levam sangue rico em oxigenio e
nutrientes para o cérebro. As artérias carótidas anterior e média irrigam o cérebro, se
houver uma oclusão nas árterias que levam oxigenio ao cérebro por um pequeno
periodo de tempo, pode ocasionar sequelas graves no individuo, de entre elas as
principais: hemiparesia e hemiplegia.

1.3- PERFIL DE PACIENTE COM HEMIARESIA

Conhecer bem os pacientes exige tempo e dedicação, é essencial para que se possa
oferecer o melhor tratamento ao paciente. São diversas as variáveis que devemos
avaliar na hora de atender cada paciente individualmente, desde o perfil comportamental
até a situaçãso familiar e socioeconômica, pois todos esses fatores vão influenciar
significativamente no tratamento do paciente.

As deficiências comumente observadas em indivíduos após Acidente Vascular


Cerebral (AVC) incluem a hemiparesia, a hemiplegia, a incoordenação motora, a
instabilidade postural, as afasias e as alterações sensoriais e perceptuais, além de
alterações secundárias ou compensatórias como, por exemplo, dor no ombro
normal, ombro hemiplégico/hemiparético doloroso e subluxado, atrofias, alteração
postural e aumento de tônus (Dobkin, 2004 apud Carvalho, et al., 2020, p. 11)

De acordo os autores, o perfil do paciente a nivel fisiologico tende a mudar, mais


existe alguns perfis preestabelecidos e mais frequentes com os quais se deve ter atenção
especial. Os pacientes hemipareticos ou hemiplegicos tendem a apresentar o seguinte
perfil fisiologico:

 Fraqueza muscular;
 Perda da coordenação motora ou ataxia;

17
 Perda do equilibrio postural;
 Diminuição no esforço para falar ou afasia;
 Dor no ombro;
 Alterações no tõnus muscular.

1.3.1- Fraqueza em pacientes hemiparéticos


Geralmente em pacientes hemiparéticos a fraqueza muscular é um sintoma muito
comum no cotidiano do paciente, causando assim a redução da força em um músculo
específico ou em vários músculos ao mesmo tempo.

Fraqueza é uma das razões mais comuns pelas quais os pacientes procuram
cuidados médicos. Fraqueza é a perda da força muscular, embora muitos pacientes
também usem o termo quando geralmente se sentem cansados ou têm limitações
funcionais (p. ex., devido à dor ou mobilidade articular limitada), mesmo que a
força muscular esteja normal. (Levin, 2021, p. 1)

Com base nas ideias do autor, podemos perceber que muita das vezes
indepentemente da patologia que tenha causado a hemiparesia, vários pacientes
confundem a fraqueza com a fadiga ou com a debilidade de algum músculo.
1.3.2- Ataxia e perda do equilibrio postural em pacientes hemiparéticos

Ter equilíbrio postural é muito importante para o desempenho das atividades de


vida diária e ter distúrbios que acometem o equilibrio posturtal podem comprometer a
independência funcional, o bem-estar e a qualidade de vida do ser humano. A ataxia é
quando o paciente apresenta movimentos descoordenados, desajeitados, e dificuldade de
equilibrio. Na sua maioria pacientes hemiparéreticos apresentam perda de equilibrio e
dificuldades na sua marcha.

O controlo da postura e do equilíbrio necessita de uma complexa e contínua


interacção entre diferentes sistemas, tais como reflexos neuromusculares,
componentes musculoesqueléticos e estímulos aferentes sensoriais. (3) Estímulos
sensoriais provenientes dos sistemas vestibulares, visuais e somatosensoriais/
proprioceptivos são direccionados para núcleo vestibular e para o cerebelo, sendo
processada e integrada pelo sistema nervoso central. Em resposta aos estímulos
aferentes, o complexo do núcleo vestibular gera conexões eferentes imediatas para
os músculos que controlam os olhos, para o pescoço e para a medula espinal.
Assim, os três reflexos vestibulares – vestíbulo-ocular, vestíbulo-espinal e
vestíbulococlear – permitem-nos manter o equilíbrio. (Costa, 2017, p. 6)

18
1.3.3- Diminuição no esforço para falar ou Afasia

Todos os seres humanos usam a linguagem para se comunicar. Geralmente a


comunicação envolve falar, encontrar as palavras certas, compreender, ler, escrever,
bem como usar gestos, tudo isso são parte do uso que fazemos da linguagem. Fala-se de
afasia, se uma ou mais partes da linguagem deixam de funcionar correctamente como
resultado de danos cerebrais.

Segundo Sousa, (2004) a afasia é uma alteração da comunicação verbal ligada a


uma lesão cerebral, dando a perceber que uma pessoa que adqueriu uma afasia é alguém
que já não é capaz de dizer o que pretende. E vários dos pacientes hemiparéticos,
principalmente aqueles que tiveram como causa o AVCI apresentam uma afasia, pois
muitos deles têm dificuldades em usar a linguagem.

1.3.4- Ombro doloroso em pacientes hemiparéticos


É uma sequela muito frequente em indivíduos com hemiplegia ou com
hemiparesia, geralmente causada por alterações neuromusculo-esquéleticas ou
neurológicas a recuperação neuromotora gerando incapacidade ou limitação funcional
no membro acometido.

Segundo Silva, Riberto, et al (2014), apud Santos e Banjai (2020), a espasticidade


é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento da dor no ombro, levando a
um desalinhamento na articulação do ombro, devido à limitação de ADM causada pela
mesma. Sendo causado por um distúrbio no controle muscular, tensão muscular, rigidez,
aumento dos reflexos dos tendões e incapacidades de controlar os músculos, são fatores
que levam a desencadear ou desenvolver uma dor no ombro principalmente em
indivíduos hemiplégicos ou hemipareticos.

O ombro doloroso do hemiplégico (ODH) define-se como a presença de omalgia


no contexto de um acidente vascular cerebral (AVC). (Neves & Barbosa, 2016, p. 29)

A recuperação de pacientes com hemiparesia ou hemiplegia, ainda é um grande


desafio tanto pela complexidade das funções perdidas quanto pelo constante relato de
dores no ombro, podendo aumentar o grau de incapacidade funcional do paciente.

19
Dentre as incapacidades que o individuo pode apresentar, o ombro doloroso
(OD) é provavelmente a complicação musculoesquelética mais comum da
hemiplegia/paresia resultante do AVE (Aras, 2004 & Pinedo, 2001 apud Araújo &
Souza, 2021, p. 63)

A dor no ombro, independentemente da sua etiologia atinge todas as idades, e


pode trazer consequências ou prejuízos que afetam a qualidade de vida da pessoa
acometida por omalgia. Em pessoas com hemiparesia ou hemplegia uma das
complicações mais comum que estes indivíduos podem apresentar é o ombro doloroso,
e esta condição afeta muito na melhoria do paciente.

O mecanismo de produção do ombro doloroso nas hemiplegias pode estar


relacionado a vários fatores: subluxação escápulo-umeral, capsulite do ombro,
síndrome do impacto, síndrome complexa de dor regional, tendinite bicipital,
neuropatia por tração do plexo braquial, espasticidade, mobilização do membro
superior paralisado em torno da amplitude de movimento (ADM), limitação de
ADM, lesões de partes moles, dor central. (Borges et al, 2006 apud Vilela & Méjia,
2014, p. 3)

Vários estudos tentam relacionar as causas dessas dores no ombro que até nos dias
de hoje não foi bem esclarecida. De acordo os autores acima a omalgia advêm de um
fator, e existem vários fatores para o surgimento desta condição em indivíduos
hemiplégicos ou hemiparéticos, são eles:

 A subluxação escápulo-umeral: o ombro é formado pela escápula, o úmero, a


clavícula e as articulações que permitem a união destes elementos. Na
subluxação a escapula e o úmero ficam fora da sua posição anatômica, e sempre
que o individuo tentar movimentar o membro acometido vai sentir uma dor,
dando origem a omalgia. Esta condição da subluxação, dependo da situação da
gravidade, em alguns casos pode ser solucionada por um profissional da saúde
especializado, noutros casos os elementos que encontram-se fora da sua posição,
ela volta ao lugar sozinha;
 Capsulite do ombro: É a inflamação da capsula articular do ombro, existem
vários fatores que podem originar esta condição, pessoas com hemiparesia ou
hemiplegia apresentam rigidez articular, que pode ser provocada por uma
inflamação na capsula articular. É uma condição que pode ser diagnosticada por
meio de uma boa anamnese e um exame físico;

20
 Síndrome do impacto: É uma condição gerada por compressão prolongada. Essa
compressão prolongada pode fazer com que haja inflamação ou degeneração nas
estruturas do ombro;
 Síndrome complexa de dor regional: É uma síndrome caracterizada por dor
continua, geralmente originada por uma lesão no tecido muscular ou no tecido
ósseo;
 Tendinite bicipital: Consiste na inflamação do tendão que une o músculo bíceps
ao ombro;
 Neuropatia por tração do plexo braquial;
 Espasticidade;
 Mobilização do membro superior paralisado em torno da amplitude de
Movimento (ADM);
 Limitação de ADM: Para que haja manutenção de uma articulação sinovial é
necessário que haja movimento. Se o paciente apresenta limitação do
movimento articular é porque algo não esta bem naquela articulação
 Lesões de partes moles;
 Dor central..

1.4- AVALIAÇÃO DOS PACIENTES COM HEMIPARESIA

Em fisioterapia não basta apenas conhecer a causa ou a doença do paciente para


trata-lo, é necessario se fazer uma boa avaliaçao minuciosa para que se de o tratamento
adequado ao paciente e, de acordo as alterações fisiologicas que este paciente vai
apresentar na avaliação. Em outras palavras, a avaliação fisioterapica é uma especie de
investigaçáo sobre o caso do paciente que não substitui ou pode ser substituida pelo
diagnostico medico, mas sim completamente e ajudar a traçar todos os objetivos do
tratamento que será seguido.

«A finalidade da avaliação fisioterapêutica no tratamento de um paciente com


distúrbio neurológico é: 1) estabelecer se há distúrbio de movimento; 2) determinar o
prognóstico funcional; e 3) acompanhar a evolução.» (Stokes, 2000 apud Carvalho &
Gazzola, 2020, p. 41)

Deste modo a avaliação fisioterapica é bastante importante para o tratamento de


pacientes com disturbios neurologicos, desenvolvendo habilidades motoras que façam a
diferença no dia a dia de cada paciente. Todo o paciente com um disturbio neurologico
21
apresenta uma alteração fisiologica e, com uma boa avaliação fisioterapeutica será
posssivel identificar se há distúrbio de moviemento, deterrminar qual será o possivel
estado futuro do paciente e acompanhar a evolução do paciente. Os autores abaixo
destacam que devemos sempre iniciar a avaliação apartir do primeiro contato com o
paciente.

A avaliação do paciente com sequela neurológica se inicia no primeiro contato do


terapeuta, que observa a fala, o posicionamento (deitado, sentado, em pé), a
locomoção (cadeira de rodas, marcha independente, uso de aditamentos, auxílio de
terceiros) e o padrão de marcha (Davies, 1996 apud Carvalho & Gazzola, 2020, p.
42)

Quando pensamos em avaliar um paciente hemiparético/hemiplégico ou todo e


qualquer paciente neurológico, nos preocupamos em geral, em avaliar o tónus, o grau de
força muscular e principalmente a sensibilidade do paciente. O processo de avaliação do
paciente hemiiparético deve ser bastante formal e muito bem estruturado, para garantir
de forma quali-quantitativa o tratamento do paciente.

Carvalho e Gazzola (2020), afirmam que os elementos essenciais na avaliação


fisioterapêutica do paciente neurológico, com os respectivos testes aplicados e
instrumentos, são:

 Dados Pessoais;
 História da Doença Atual;
 Anamnese, Inspeção e Palpação;
 Avaliação da lesão (extensão e topografia);
 Alinhamento Postural e Amplitude de Movimento;
 Teste de Sensibilidade;
 Reflexos tendíneos;
 Coordenação Motora;
 Tônus Muscular;
 Força Muscular;
 Análise da Marcha;
 Trocas Posturais, e outros comprometimentos.

22
Dados Pessoais: Vai envolver todas as informações que permitem identificar e
localizar o paciente, e essas informações pode incluir: Nome completo, sexo, endereço,
numero de telefone para contato, idade, data de nascimento, escolaridade, profissão,
condições socioeconômicas, arranjo de moradia, entre outros.

História da Doença Atual: Neste item faz-se um registro cronológico e detalhado


do real motivo que levou o paciente a procurar os serviços de fisioterapia, como por
exemplo: O relato da ocorrência do AVC, necessidade de internação, tempo de
internação; medicamentos utilizados; necessidade de cirurgia; uso de cadeira de rodas e
ou dispositivos auxiliares para marcha. O registro cronológico deve ser feito desde o
inicio ate ao momento atual.

Anamnese, Inspeção e Palpação: O processo de receber um paciente e atende-lo,


consiste em um registro de dados obtidos numa conversa inicial entre o profissional de
saúde e o paciente. Esta etapa é bastante importante para o tratamento do paciente, uma
vez que orienta os profissionais de saúde sobre o real estado do paciente e identificar
quais outras intervenções deverá ser feitas no tratamento. Neste item é possível obter:
Sinais vitais, Presença de sintomas (dor), comorbidades (diabetes, hipertensão arterial,
entre outras), cicatrizes, edemas, motricidade, histórico das quedas, atividade física, o
relato da queixa principal, a avaliação da lesão, análise da tomografia computadorizada
de crânio ou ressonância magnética de encéfalo.

Alinhamento Postural e Amplitude de Movimento: Na avaliação de um individuo


hemiparético, o alinhamento postural e a amplitude de movimento são de extrema
importância para se der inicio ao tratamento.

Teste de Sensibilidade: O teste de sensibilidade é realizado ao longo das areas


dermatomais. É importante começar o teste sensorial usando uma área de sensibilidade
normal antes de se movimentar na direção da área de sensação alterada, pois assim o
paciente pode ter um ponto de referência apropriado. O teste pode ser feito de forma
superficial e profundo. Com esse teste é possível fazer a comparação dos lados não
plégico e plégico em relação às áreas de hipoestesia ou hiperestesia.

Reflexos tendíneo: São reflexos provocados pelo súbito estiramento de um


músculo, através da percussão de borracha, de seu tendão ou de uma parte do membro

23
onde estes inseridos. Por intermédio dos reflexos tendíneos é possível observar e
constatar: A percussão dos tendões (ausente, diminuído, normal, exaltado).

Coordenação Motora: Capacidade que uma pessoa tem de realizar movimentos


articulados com os músculos esqueléticos. Com este teste é possível observar se há
desempenho normal ou anormal, quais são os danos do paciente ao realizar o
movimento, identificar uma diadococinesia, teste tíbia-calcâneo e fixação postural.

Tônus Muscular: Avaliação do tônus muscular pode ser feita pela palpação dos
músculos e mobilização passiva do tronco, cervical e membros superiores e inferiores.

O tônus muscular é o estado de tensão elástica, que o músculo apresenta estando


em repouso, os estímulos nervosos são os responsáveis por provocar o tônus
muscular. Os mais comuns são hipertonia e hipotonia. Quando o tônus muscular
estiver aumentado ou seja com a musculatura rígida é chamado de hipertonia, e
quando o tônus muscular está diminuído, ou seja, com a musculatura flácida ele é
chamado de hipotonia (Marsura et al.,2013 apud Beatriz & Ricci, 2020, p. 5)

O teste de tônus muscular é feito por escalas, e a mais utilizada é a Escala de


Ashworth Modificada (é uma escala qualitativa do grau de espasticidade, que é medida
com base na resistência oferecida em resposta ao reflexo de estiramento):

Força Muscular: Esta avaliação permite avaliar, identificar e melhorar os grupos


musculares do paciente.

Análise da Marcha: É feita por observação ou filmagem do paciente com a


utilização de marcadores anatômicos.

Trocas Posturais: Para pacientes acamados com hemiparesia a mudança de


decúbitos é bastante importante para a prevenção de possíveis complicações futuras. As
trocas posturais incluem: rolar, decúbito lateral, decúbito dorsal, decúbito dorsal,
sedestação, bipedestação, entre outros.

Outros comprometimentos: Afasia, disfagia, comprometimento motor da face,


disfunção sexual, rede social insuficiente, úlcera por pressão, entre outros.

24
1.5- TRATAMENTO DA HEMIPARESIA

No tratamento fisioterapêutico, o principal objectivo é eliminar a queixa


principal do paciente e as limitações fisiológicas que o paciente apresenta, por meio de
uma boa avaliação fisioterapeutica, isso engloba controlar a dor, a inflamação e garantir
a amplitude de movimento. De acordo as pesquisas eis as diferentes opções terapêuticas
para o tratamento fisioterapeutico do ombro dolorido.

 Cinesiterapia e massoterapia;
 Estimulação elétrica funcional;
 Posicionamentos;
 Fundas (“Slings”);
 Ligaduras funcionais;
 Estimulação elétrica transcutânea (TENS);

Das pesquisas feitas, os recursos fisioterapêuticos acima sitados são os mais


utilizados.

1.5.1- Tratamento fisioterapeutico da hemiparesia

A hemiparesia não tem cura, mais com um acompanhamento de toda a equipe


multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicologos e fisioterapeutas, é
possivel diminuir ou eliminar as limitações fisiológicas que o paciente apresenta.

A fisioterapia neurológica tem como principal objetivo fazer o paciente reabilitar


sua função. Conhecendo os princípios da neuroplasticidade, entendemos que é
possível recuperar funções. Desta maneira, o fisioterapeuta tem um importante
papel no processo de reabilitação dos pacientes com lesão nervosa. Este
profissional deve trabalhar para restaurar a função dos pacientes e para prevenir
lesões secundárias, como encurtamento dos tecidos moles, desenvolvimento de dor
no ombro e negligência de segmentos corporais. A introdução do paciente
hemiplégico à fisioterapia deve ser o mais precoce possível. (Carvalho, et al., 2020,
p. 83)

A falta de irrigação sanguínea no cérebro acarreta inúmeras consequências, dentre


elas, lesão celular, danos às funções neurológicas e morte. Diversas deficiências são
possíveis, inclusive danos às funções motoras, respiratória, sensitivas, mentais,
perceptivas e da linguagem. As deficiências motoras se caracterizam por paralisia
(hemiplegia), ou fraqueza (hemiparesia) normalmente no lado do corpo oposto ao local
da lesão. A localização e a extensão exatas da lesão determinam o quadro neurológico
apresentado por cada paciente.

25
A doença neurológica pode acontecer antes ou depois do nascimento. A
hemiparesia em indivíduos dos 30 aos 50 anos de idade, geralmente é decorrente de um
AVC isquêmico, a lesão pode aparecer no lado esquerdo ou direito do cérebro, sendo
denominada de hemiparesia a esquerda ou a direita, respectivamente, com a fisioterapia
neurológica é possível reabilitar ou recuperar as limitações parcial decorrente de um
AVC. O fisioterapeuta tem um papel muito importante na reabilitação do paciente
hemiparético, porpocionando restaurar a função dos pacientes e prevenir a futuras
lesões secundárias, como por exemplo: encurtamento dos músculos, ombro dolorido e
rigidez articular. Apartir do momento em que o paciente é identificado com
hemiparesia, a intervenção fisioterapeutica deve ser o mais precoce possível.

O tratamento fisioterapeutico para pacientes hemiparéticos vai depender da


avaliação inicial do paciente, as queixas que o paciente vai apresentar e as alterações
físicas do paciente, pois cada paciente é um paciente. Das áreas da fisioterapia, os que
mais se destacam para o tratamento de hemiparesia são:

 Fisioterapia Aquática;
 Fisioterapia Neurofuncional;
 Fisioterapia Respiratória;
 Fisioterapia Cardiovascular.

As áreas acima citadas contribuem bastante para a evolução do individuo com


hemiparesia de modos a trazê-lo o mais rápido possível para as suas atividades laborais.
A escolha da área ideal vai depender de cada paciente, após avaliação e determinação
das necessidades do mesmo.

«A água tem sido utilizada como um recurso terapêutico na abordagem de


diversas disfunções do movimento humano. Porém, pode-se afirmar que seu uso para
essa finalidade é, provavelmente, tão antigo quanto a própria humanidade»
(Mooventhan; Nivethitha, 2014 apud Andrade, 2020, p. 11)

Além de ser um liquido indispensável para a humanida que permite manter as


funções do coração, intestino, cérebro, músculos e pele, ajudando a controlar a
temperatura corporal e não só, também tem uma grande importância quando utilizada
como um recurso fisioterapeutico podendo recuperar ou amenizar diversas disfunções
do movimento humano.

26
Iiyama et al., 2008 apud Andrade (2020), relatam que a hidroterapia, também
conhecida como reabilitação aquática ou fisioterapia aquática (Fornazari, 2012), é o uso
externo ou interno da água em qualquer uma de suas formas (líquida, sólida ou a vapor),
com temperaturas, pressão, duração e localizações variadas, para promover saúde e
prevenir ou tratar várias doenças . A fisioterapia aquática é a área da fisioterapia que
inclui atividades terapêuticas realizadas em piscinas com temperaturas controladas
(35ºC), popularmente conhecidas como aquaterapia ou hidroterapia. A utilização desta
área é baseada em técnicas da fisioterapia ligadas ao contexto aquático, podendo ser um
tratamento principal ou de reforço. Podendo a fisioterapia aquática ser indicada em
casos de:

 Lesões e fraquezas musculares;


 Incapacidades ou limitações na movimentação dos membros inferiores ou
superiores;
 Problemas posturais e falta de equilibrio;
 Problemas cardíacos e respiratórios;
 Ansiedade, estresse e depressão.

Percebe-se que a aquaterapia é uma área com muitos benefícios, pois além de
poder ser usada no tratamento de hemiparesia também é bastante utilizada no tratamento
de outras patologias tais como hérnia de disco, AVC, lombalgias, atletas lesionados,
artrose e paralisia cerebral.

A hidroterapia foi classificada por Forcade (1973), de acordo com o local de


sua aplicação, em artificial, natural e hidrocinesioterapia ou exercício terapêutico
aquático. (Andrade, 2020, p. 15)

De acordo o autor acima citado a hidroterapia artificial também pode ser


chamada de gabinete, este é o tipo de hidroterapia exclusivamente realizada em
hospitais e centros de reabilitação através do armazenamento da água, utilizando-se de
suas propriedades térmicas (compressas ou saunas), mecânicas (turbilhão), químicas
(ingestão) e elétricas.

Na hidroterapia natural, o autor esclarece que é aquela realizada no ambiente


natural, ou seja, é a técnica que utiliza a água como recurso terapêutico sem alterar a sua
estado natural.

27
Bastos, Bezerra, Vasconcelos, Câmara, Sousa, & Macena, (2016), afirmam que
dentre os benefícios da terapia aquática estão as propriedades físicas da água,
exploração da reação do corpo a estímulos quentes e frios e pressão osmótica,
estimulando os nervos a conduzirem esses impulsos para o interior do corpo, onde irão
atuar no sistema imunológico, aumentar a circulação, melhorar a digestão e diminuir a
sensação de dor. O próprio paciente poderá controlar os seus exercícios de acordo com a
velocidade e o braço de alavanca a ser utilizado, ficando assim, mais motivado a realizar
a terapia, pois conseguirá realizar os exercícios com maior facilidade do que no solo e
restaurar a função muscular por meio do aumento da circulação e da amplitude de
movimento articular.

Sendo bastante versátil e muito útil para diferenciados casos a fisioterapia


aquática possui vários benefícios, são eles: reduz dores e inflamação, auxilia o
relaxamento e aumenta a autoconfiança do paciente, melhora o equilíbrio e a capacidade
de locomoção, aumenta a coordenação motora, melhora a circulação sanguínea e
fortalecimento do sistema imunológico.

28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida, I. C. (2009). EFEITO SELETIVO DA HEMIPLEGIA SOBRE A FUNÇÃO PULMONAR E
MOBILIDADE DIAFRAGMÁTICA. Recife – PE: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO.

Alves, J. (2020). Exercício, Cérebro e funcionamento Cognitivo (Vol. 19). IP A Guarda, Portugal:
Cuadernos de Psicología del Deporte.

Andrade, P. R. (2020). Hidroterapia, Teoria e Prática. PARAÍBA: UNIVERSIDADE FEDERAL DA


PARAÍBA.

Araújo, R. C., & Souza, L. S. (2021). EFETIVIDADE DAS TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS NO


TRATAMENTO DO OMBRO DOLOROSO EM PACIENTES HEMIPLÉGICOS/PARÉTICOS PÓS
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO. São Paulo: Faculdade Estácio de Vitória.

Bastos, V. P., Bezerra, M. V., Vasconcelos, T. B., Câmara, T. M., Sousa, C. T., & Macena, R. H.
(2016). BENEFÍCIOS DA HIDROTERAPIA NOS PACIENTES PORTADORESDE SEQUELA DE
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL:uma revisão da literatura. Saúde , julho.

BEATRIZ, M., & RICCI, B. (2020). A HIDROTERAPIA NO TRATAMENTO DE INDIVÍDUOS COM


ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO. Rio de Janeiro: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JALES -
UNIJALES.

Bezerra, D. C. (2020). O que é hemiplegia, causas, sintomas e tratamento. Tua saúde .

Cancela, D. M. (2008). O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - CLASSIFICAÇÃO, PRINCIPAIS


CONSEQUÊNCIAS E REABILITAÇÃO. Porto: Universidade Lusiada do Porto.

Carvalho, A. C., Gazzola, J. M., Kuriki, H. U., BofI, T. C., Barbatto, L. M., Bilheiro, N. C., et al.
(2020). Manobras Fisioterapeuticas em Hemiparético. São Paulo: Unesp - Universidade
Estadual Paulista.

Costa, J. I. (2017). Alterações do equilíbrio em idade . Lisboa: Universidade de Lisboa.

Dornelas, L. d. (2010). Fisioterapia aquática associada á Toxina Botulínica Tipo A na


hemiparesia: relato de caso. Uberlândia-MG: Universidade Federal de Minas Gerais.

Esteves, M. d. (2018). Exercícios terapêuticos no doente após Acidente Vascular Cerebral.


Bragança: Escola Superior de Saúde de Bragança.

Fagundes, P. D. (2011). Neuroanatomia humana. Rio de janeiro: Universidade Federal de Santa


Catarina.

Hall, J. E. (2011). Tratado de fisiologia medica . Rio de Janeiro: Elsevier.

Junqueira, L., & Carneiro, J. (2011). TECIDO NERVOSO. Rio de Janeiro: UNIVERSIDADE FEDERAL
DE PELOTAS.

Levin, M. C. (2021). Sintomas dos disturbios neurológicos/fraqueza. Saskatoon: University of


Saskatchewan.

29
MAGALDI, C. D., BUENO, F. A., MARTINS, F. A., TERRA, S. D., SANT’ANA, M. E., PINTO, M. N., et
al. (2019). TÔNUS MUSCULAR E SUAS ALTERAÇÕES NOS PACIENTES. Revista Perspectivas
Online: Biológicas e Saúde , 17.

Magalhães, J. R. (2009). A importância da intervenção da fisioterapia na fase inicial da


hemiplegia após acidente vascular encefálico. São paulo: Pós-graduação em fisioterapia
neurofuncional – Faculdade Ávila.

Magalhães, L. (24 de Março de 2021). Sistema nervoso. Obtido em 24 de março de 2023, de


Toda Matéria: www.todamateria.com.br

Magalhães, L. (24 de Março de 2023). Sistema nervoso. Obtido em 24 de março de 2023, de


Toda Matéria: www.todamateria.com.br

Mingrone, A. G. (2021). Hemiparesia, o que é, sintomas, tipos, causas e tratamento. São Paulo.

Moura, E. N. (2013). Avaliação Neuropsicológica de Crianças com Hemiparesia Congénita e


Adquirida. Nata-RN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Neto, B. R. (2019). Medicina e Biomedicina 2. Paraná: Atena.

Neto, L., & Orrith, A. (2017). Histologia do Sistema Nervoso: Diversidade Celular e Suas
Localizações. Rio de Janeiro: Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.

Neves, A. F., & Barbosa, A. C. (2016). Ombro Doloroso do Hemiplégico: Da Prevenção ao


Tratamento. São Paulo: Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação.

Oliveira, L. F., Costa, F. O., Assis, E. M., Santos, E. S., & Filho, A. d. (2016). TROMBOSE VENOSA
CEREBRAL E ALTERAÇÕES COGNITIVAS. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Neurologia e
Psiquiatria.

Palomo-Carrión, R., Romero-Galisteo, R. P., Romay-Barrero, H., Martinez-Galán, I., Lirio-


Romero, C., & Pinero-Pinto, E. (2021). Como a causa da hemiparesia infantil influencia outros
fatores? Um estudo preliminar em uma população espanhola. Cidade Real: Silvia Marino.

Paresque, R. (2017). Sistema Nervoso. São Mateus: Universidade Federal do Espiríoto Santo.

PAULA, S. d., & KLUNCK, D. (2019). ANÁLISE DA FUNÇÃO MANUAL DE UMA CRIANÇA COM
HEMIPARESIA ESPÁSTICA PRÉ E PÓS TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO:ESTUDO DE CASO. Rio
Grande do Sul.

PINHEIRO, M. (2011). FUNDAMENTOS DE NEUROPSICOLOGIA - O DESENVOLVIMENTO


CEREBRAL DA CRIANÇA.

Ramalho, A. M. (2012). ANATOMIA BÁSICA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO. São


Paulo.

RAMALHO, A. M. (2012). ANATOMIA BÁSICA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO.


SÃO Paulo.

30

Você também pode gostar