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FACULDADE EBRAMEC

ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA


CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA

ANA CRISTINA DE SOUZA CAIXETA

AURICULOTERAPIA: O EFEITO DO PONTO ENDÓCRINO


NA SÍNDROME DO OMBRO DOLOROSO: ESTUDOS DE
CASOS

SÃO PAULO
2018
ANA CRISTINA DE SOUZA CAIXETA

AURICULOTERAPIA: O EFEITO DO PONTO ENDÓCRINO


NA SÍNDROME DO OMBRO DOLOROSO: ESTUDOS DE
CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós


Graduação em Acupuntura apresentado à
Faculdade Ebramec - Escola Brasileira de
Medicina Chinesa sob orientação do Prof.
Eduardo Vicente Jofre e Co-Orientedor Dr.
Reginaldo de Carvalho Silva Filho.

SÃO PAULO
2018
Caixeta, Ana Cristina de Souza
Auriculoterapia: O Efeito do ponto Endócrino na Síndrome do ombro
Doloroso: Estudos de casos.
Ana Cristina de Souza Caixeta. -- São Paulo:[s.n.], 2018.

36 f; il.; 31 cm

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

Faculdade Brasileira de Medicina Chinesa.

Orientador: Eduardo Vicente Jofre

1. ACUPUNTURA 2. AURICULOTERAPIA 3. OMBRO


DOLOROSO
ANA CRISTINA DE SOUZA CAIXETA

AURICULOTERAPIA: O EFEITO DO PONTO ENDÓCRINO


NA SÍNDROME DO OMBRO DOLOROSO: ETUDOS DE
CASOS

BANCA EXAMINADORA

Orientador

___________________________________
Eduardo Vicente Jofre

Co-Orientador

Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho

Ana Cristina de Souza caixeta

São Paulo, ____ de _______de _____


DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha querida mãe, e aos meus filhos por acreditarem que eu
seria capaz.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida.

A minha família, pela compreensão nas minhas ausências.

Aos meus filhos por toda motivação.

Ao Wander por toda assistência e apoio.

Ao meu orientador Eduardo Vicente Jofre por todo incentivo.

Ao professor João pela força e ajuda.


A ciência é coisa linda, deliciosa, desejável,
lugar do conhecimento, eu não poderia viver
sem ela (ALVES, 2006).
RESUMO

Caixeta, Ana C. de S. Auriculoterapia: O efeito do ponto endócrino na Síndrome do


Ombro Doloroso: Estudo de casos . 2018. nº36 f. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) –
Acupuntura, Faculdade de Tecnologia Ebramec 2018.

O ombro doloroso é uma síndrome caracterizada por dor e impotência funcional de graus
variados, que comete estruturas responsáveis pela movimentação do ombro, incluindo
articulações, tendões, músculos, ligamentos e bursas. A dor no ombro é uma das queixas mais
comuns e incapacitantes do sistema musculoesquelético, na população em geral apresenta
prevalência estimada entre 15% a 25%. Comumente a síndrome do ombro doloroso é tratada
de forma conservadora, com medidas analgésicas e antiinflamatórias, fisioterapia e indicação
cirúrgica para os casos em que o quadro permanece do mesmo modo. Objetivo: Portanto o
presente estudo vem propor a aplicação do ponto endócrino auricular com o intuito de atenuar
a sintomatologia dolorosa do ombro e conseqüentemente reduzir o consumo dos fármacos
pelos pacientes, minimizando os efeitos adversos causados pelos antiinflamatórios sintéticos.
Métodos: Foram estudados 20 pacientes com síndrome do ombro doloroso, sendo 19
mulheres (95%) e um homem (5%), com idade entre 40 e 70anos, média de 55 anos. Após a
realização da anamnese através de uma ficha de avaliação para a coleta de dados, contendo as
principais queixas, os pacientes foram submetidos ao tratamento semanal de Auriculoterapia,
totalizando 10 sessões. E como indicador do resultado foi utilizada a Escala Visual Analógica
da Dor (EVA), sendo avaliados no início e no final do tratamento. Conclusão: Pode-se
constatar que com o tratamento proposto os resultados obtidos foram benéficos a saúde. Os
pacientes obtiveram redução significativa na intensidade da dor, e conseqüentemente
diminuição do uso de analgésicos e antiinflamatórios e seus efeitos danosos a saúde. Através
da modificação da sintomatologia dolorosa os pacientes apresentaram uma média de 70,9%
de melhora no final do tratamento.

Palavras-chave: Acupuntura - Auriculoterapia - Ombro Doloroso


ABSTRACT

Caixeta, Ana C. de S. Auriculotherapy: The effect of endocrine in painful shouder


syndrome: case study. 2018. nº36f. Completion of course work (TCC) - Acupuncture,
Faculty of de Technology Ebramec 2018.

The painful shoulder is a syndrome characterized by pain and functional impotence of varying
degrees, which commits structures responsible for shoulder movement, including joints,
tendons, muscles, ligaments and bursas. Shoulder pain is one of the most common and
disabling complaints of the musculoskeletal system, in the general population it has an
estimated prevalence between 15% and 25%. Commonly, painful shoulder syndrome is
treated conservatively, with analgesic and anti-inflammatory measures, physiotherapy and
surgical indication for cases in which the condition remains the same. Objective: Therefore,
the present study proposes the application of the auricular endocrine point in order to mitigate
the painful symptomatology of the shoulder and consequently reduce the consumption of
drugs by patients, minimizing the adverse effects caused by Synthetic anti-inflammatories.
Methods: Twenty patients with painful shoulder syndrome were studied, 19 women (95%)
and one male (5%), aged between 40 and 70 years, mean of 55 years. After the anamnesis was
performed through an evaluation form for data collection, containing the main complaints, the
patients were submitted to weekly Auriculotherapy treatment, totaling 10 sessions. And as an
indicator of the result was used the Visual analogue scale of pain (VAS), being evaluated at
the beginning and at the end of the treatment. Conclusion: It can be verified that with the
proposed treatment the results obtained were beneficial to health. The patients had a
significant reduction in pain intensity, and consequently a decrease in the use of analgesics
and anti-inflammatories and their harmful effects on health. Through the modification of the
painful symptomatology, the patients had an average of 70.9% improvement at the end of
treatment.

Keywords: Acupuncture – Auriculotherapy - Painful Shoulder


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÂO..................................................................................... 10
2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................... 11
2.1 Ombro...................................................................................................... 11
2.2 Dor na Medicina Ocidental e Medicina Chinesa..................................... 11
2.3 Acupuntura.............................................................................................. 12
2.4 Breve Histórico........................................................................................ 13
2.5 Fundamentos Auricular........................................................................... 14
2.6 Diagnóstico Auricular............................................................................. 15
2.7 Sistema Endócrino.................................................................................. 16
3 OBJETIVO............................................................................................ 18
4 MATERIAIS E MÈTODOS................................................................ 19
5 PONTOS UTILIZADOS....................................................................... 21
6 RESULTADOS..................................................................................... 23
6.1 Análise comparativa entre as Avaliações pré e pós tratamento.............. 23
6.1.1 Gráfico comparativo pré e pós tratamento.............................................. 24
6.1.2 Gráfico comparativo pré e pós tratamento.............................................. 24
6.1.3 Gráfico comparativo pré e pós tratamento.............................................. 25
6.2 Percentual de Melhora............................................................................. 25
6.2.1 Gráfico percentual de melhora................................................................ 25
6.2.2 Gráfico percentual de melhora................................................................ 26
6.2.3 Gráfico percentual de melhora................................................................ 26
6.3 Pacientes com a mesma escala de dor.................................................... 27
6.3.1 Gráfico com a mesma escala dor............................................................ 27
6.4 Pacientes com o mesmo percentual de melhora...................................... 28
6.4.1 Gráfico com o mesmo percentual de melhora......................................... 28
7 DISCUSSÂO.......................................................................................... 29
8 CONCLUSÂO....................................................................................... 31
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 32
10 ANEXOS
10

1. INTRODUÇÃO

A dor no ombro é uma da queixas mais comuns e incapacitantes do sistema


musculoesquelético, devido o acometimento das estruturas relacionadas ao ombro, como
ligamentos, cápsulas e músculos. Na atualidade é a segunda causa de dor no aparelho
locomotor perdendo apenas para a dor na coluna vertebral (ZANELATTO, 2018).
O ombro doloroso pode ser originado por inúmeras etiologias, podendo ser associadas
ou não por degeneração articular. Além das causas articulares como lesões ósseas e
cartilaginosas, outras afecções também promovem dor na articulação do ombro. As lesões no
manguito rotador, no cabo longo do bíceps, capsulite adesiva, tendinite calcárea, osteoartrose
da articulação acromioclavicular, radiculopatia cervical e lesões nervosas são exemplos de
afecções que causam dor no ombro (EJNISMANN, 2008).
A conjunção de fatores mecânicos e biológicos predispõe a articulação do ombro à
degeneração de natureza inflamatória podendo evoluir para um processo crônico diminuindo
a capacidade funcional dos pacientes (RAGASSON, 2001).
A procura por terapias alternativas tem crescido cada vez mais no ocidente, devido à
sua comprovada eficácia na prevenção e tratamento de diversas doenças. Dentro dos
microssistemas da Acupuntura, a Auriculoterapia é um dos métodos mais aceito pelos os
pacientes por ser pouco invasivo e pelos os excelentes resultados obtidos (GARCIA, 1999;
DE ARAUJO et al 2008).
A Auriculoterapia é um ramo da Acupuntura destinado ao tratamento das doenças
através de estímulos de pontos situados no pavilhão auricular, onde a estruturação da
localização da maioria dos pontos auriculares, parte do princípio que a orelha simboliza um
feto de cabeça para baixo (LOPES, 2013; SOUZA, 2001).
11

2. REVISÂO DA LITERATURA

2.1 Ombro

A Síndrome do Ombro Doloroso (SOD) é caracterizada por dor e limitação funcional


decorrente do acometimento de estruturas estáticas e dinâmicas do ombro, como ligamentos,
cápsula e músculos, sendo uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema
musculoesquelético, com uma prevalência estimada entre 15 a 25% (ZANELATTO, 2013).
O ombro é uma juntura móvel, com uma fossa glenóide rasa, com mínimo em suporte
ósseo e a estabilidade da articulação dependem dos tecidos moles como músculos,
ligamentos e cápsula articular. Essa conformação anatômica determina maior mobilidade
articular em troca de menor estabilidade (EJNISMANN, 2008).
O ombro é formado por quatro articulações: glenoumeral, acrômio-clavicular e
esternoclavicular, e escapulotorácica, que são essenciais para todos os tipos de movimentos
realizados pelo ombro, como abdução e adução, flexão e extensão, rotação e circundação. O
principal grupo muscular responsável pela movimentação do ombro é o manguito rotador. O
manguito rotador é formado pelos seguintes músculos: supraespinhoso, infra-espinhoso,
subescapular e redondo menor. O conjunto de movimentos formados por essas articulações e
as estruturas musculares que agem sobre elas tornam o ombro a articulação mais móvel do
corpo humano, no entanto, quanto maior a mobilidade maior será a instabilidade, tornando a
articulação do ombro a mais acometida por patologias (MINORI; MEJIA, 2005; FRANTZ et
al, 2012).

2.2 Dor na Medicina Ocidental e Medicina Chinesa

A dor pode ser definida como uma experiência subjetiva que pode estar associada à
lesão real ou potencial nos tecidos, podendo ser descrita tanto em termos destas lesões quanto
por ambas as características. Independente da aceitação e da amplitude dessa definição, a dor
é considerada como uma experiência sensorial e emocional desagradável, ou seja, uma
12

sensação, genuinamente subjetiva e pessoal (DA SILVA, 2011; GARZENDIN et al 2011).


A dor pode ser classificada de duas formas, crônica e aguda, dor aguda é relacionada a
traumas, inflamações, tende a desaparecer com a cura da lesão. Dor crônica é que persiste
além do prazo esperado para a cura de uma lesão, geralmente há mais de três meses, ou que
está relacionada a um processo patológico crônico (OLIVEIRA, 2011).
Na Medicina Chinesa a dor está relacionada à obstrução da livre circulação de Qi e
Sangue (Xue), ou seja, “Quando os Canais estão desobstruídos não há dor, se estão
obstruídos aparecerá à dor (GARCIA, 1999).

2.3 Acupuntura

A Medicina Chinesa concentra-se na observação dos fenômenos da natureza e nos


estudos e compreensão dos princípios que regem a harmonia nela existente. Na concepção
chinesa o Universo do Ser Humano está submetido às mesmas influências, sendo partes
integrantes do Universo como um todo (YAMAMURA, 2001).
A Acupuntura é uma modalidade terapêutica que tem sido praticada na China há mais
de 4.000 anos, originou-se de um conjunto de conhecimentos teórico-empíricos da Medicina
Chinesa, que através da aplicação de agulhas e Moxas visa à cura e a normalização dos
órgãos doente, podendo ser usada isolada ou de forma integrada com outros recursos
terapêuticos (WEN, 1989; PAI, 2005).
Yamamura (2001) fala que Acupuntura é o recurso terapêutico mais conhecido da
Medicina Chinesa no ocidente, é o meio pelo qual, mediante inserção de agulhas, são feitos a
introdução, a mobilização, a circulação e o desbloqueio da energia além da retirada das
energias turvas (perversas), promovendo a harmonização, o fortalecimento dos órgãos, das
vísceras e do corpo.
Neves, (2009) relata que a Auriculoterapia, assim como a Acupuntura é parte
integrante da Medicina Chinesa. Embora existam evidências de sua utilização por diversos
povos desde a antiguidade, foi na China que se deu maior desenvolvimento, a partir da
relação do pavilhão auricular com os demais órgãos e regiões do corpo.
13

2.4 Breve Histórico

Hipocrates, considerado o “Pai da medicina” já usava a cauterização da orelha na


tentativa de melhorar o orgasmo da mulher e curar a impotência masculina (DAL MAS,
2004).
Na China bem antes do cristianismo e de Hipócrates, o uso terapêutico do pavilhão
auricular era associado ao tratamento de Acupuntura sistêmica. Os primeiros escritos
chineses demonstram a orelha como um órgão isolado que mantém relação com os demais
órgãos e regiões do corpo (NEVES, 2009).
Porém foi a partir de 1951 que Dr. Paul Nogier médico e engenheiro Francês expõem a
relação existente entre o pavilhão auricular e o resto do organismo, onde Nogier através de
seus estudos faz a representação do pavilhão auricular com a figura de um feto em posição
cefálica (DE ARAUJO et al, 2008; LOPES, 2013).
A pratica da Auriculoterapia no Brasil começou por volta dos anos 70, no inicio de
1975, pelo Dr. Olivério Carvalho, que contribuiu para o desenvolvimento da Acupuntura,
ministrando cursos de Auriculoterapia com os princípios de Norgier, sendo, sobretudo o
início da Auriculoterpia no Brasil (DAL MAS, 2004).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990 reconhece a Auriculoterapia como
terapia de microssistema para beneficio, promoção e manutenção da saúde, no tratamento de
diversas enfermidades (NEVES, 2009).
Com o desenvolvimento da Auriculoterapia através de pesquisas e novas publicações a
orelha foi sendo mapeada e utilizada como meio de diagnóstico e tratamento das doenças
(NEVES, 2009).
No entanto, um novo mapa posterior dos pontos auriculares é publicado em 1999 pela
médica chinesa Huang Li Chun na Conferência Mundial de Auriculoterapia, comprovando a
eficácia no estimulo dos pontos pelo uso de sementes, sendo criada a técnica das sementes
duplas. Portanto os 30 anos de experiência em Auriculoterapia dessa médica chinesa deram
importantes contribuições para Auriculoterapia moderna (NEVES, 2009).
A procura por terapias alternativas tem crescido cada vez mais no ocidente, devido à
sua comprovada eficácia na prevenção e tratamento de diversas doenças. Há várias décadas o
mundo ocidental tem buscado na Medicina Chinesa através da utilização de Acupuntura,
Auriculoterapia, reflexologia, entre outras formas alternativas de tratamento, o
14

restabelecimento para suas doenças. Dentro dos microssistemas da Acupuntura, a


Auriculoterapia é um dos métodos mais aceito pelos os pacientes por ser pouco invasivo e
pelos os excelentes resultados obtidos (GARCIA, 1999; DE ARAUJO et al, 2008).

2.5 Fundamentos Auricular

Os princípios teóricos que fundamentam o diagnóstico e tratamento auricular é a


relação dos pontos auriculares com os Canais e Colaterais (Jing Luo); Órgãos e Vísceras
(Zang Fu); Sistema Nervoso Central; Sistema Nervoso Autônomo e Biomoléculas, onde as
somatórias dessas teorias promovem um resultado rápido e efetivo (GARCIA, 1999).
A teoria dos Canais e Colaterais (Jing Luo) na Acupuntura auricular possui uma
enorme aplicação devido aos Canais que chegam até a orelha, onde tem se verificado na
pratica clínica que ao estimular um ponto auricular podemos nos deparar com diferentes
manifestações sentidas e relatadas pelos os pacientes refletindo ao longo de uma região ou
em partes especificas do corpo do paciente (GARCIA, 1999).
Diversas pesquisas já foram realizadas demonstrando a relação entre os pontos
auriculares com a atividade dos órgãos e vísceras (Zang Fu), onde o estado patológico dos
órgãos internos produz uma atividade reflexa que nos permite avaliar o estado do organismo
e dos processos patológicos existentes (GARCIA, 1999).
Os excelentes resultados terapêuticos da Auriculoterapia são justificada através da
grande quantidade de inervação no pavilhão auricular derivada dos nervos trigêmeos, facial,
vago, auriculares maiores e os occipitais maiores e menores, ou seja, os pontos presentes na
região da orelha externa esta associada com uma inervação ligada ao cérebro enviando
informação a determinado órgão ou região do corpo pela rede do sistema nervoso
comandando suas funções (ZANELATTO, 2013).
Os agentes bioquímicos regulam todos os processos fisiológicos do corpo humano,
sendo ratificado através de estudos e experimentos que as biomoléculas desempenham um
importante papel para obtenção dos resultados terapêuticos (GARCIA, 1999).
Como podemos analisar anteriormente, os mecanismos de ação da Auriculoterapia não
se adere a uma só via, sendo que todas as vias antes descritas desempenham um papel de
igual importância para efetividade do tratamento (GARCIA, 1999).
15

2.6 Diagnóstico Auricular

O pavilhão auricular funciona como um receptor de sinais, podendo refletir todas as


mudanças fisiopatológicas de todo organismo, ou seja, ao se produzir um estado patológico
em qualquer parte do corpo humano isto é refletido na orelha com reações positivas de
caráter e localidades diferentes. As reações positivas se apresentam de diferentes formas,
entre as mais comuns estão: mudança na coloração, mudanças morfológicas, mudanças no
limiar doloroso, descamações, eczemas, e presenças de telangienctasias, etc. Portanto
podemos assegurar que os pontos de reação positiva do pavilhão auricular permitem
identificar os sintomas de acordo com a enfermidade, a forma como evoluiu, e a maneira em
que continuará evoluindo, por este motivo o diagnóstico auricular é um importante
instrumento para detectar diversas alterações patológicas (NEVES, 2009; GARCIA, 1999).
Para se obter um bom diagnóstico auricular é necessário seguir quatro etapas
fundamentais, observação, palpação, exploração elétrica e diferenciação de síndromes
(GARCIA, 1999).
A observação do pavilhão auricular é o primeiro passo que realizamos para explorar o
lugar onde aconteceu o processo patológico e o estágio em que se encontra a doença, sendo
nesta etapa que podemos verificar mudanças na coloração, mudanças morfológicas,
descamações, pápulas, telangiectasias. Essas alterações aparecem para indicar a existência de
algum desequilíbrio no corpo, órgãos ou funções que será refletido na orelha (DANTAS,
2017; GARCIA, 1999).
Através do método de palpação auricular é possível identificar os pontos dolorosos,
presença de cistos, tubérculos, cordões, edemas e escamações, é através desse exame que
podemos identificar alterações que não foram visíveis na inspeção. O principal objetivo da
palpação é localizar as regiões ou pontos que sejam reagentes à dor e também observar
possíveis marcas deixadas pelo método de palpação (NEVES, 2009).
O método de exploração elétrica consiste em atingir as reações positivas do ponto
através das modificações auditivas ou visuais do instrumento elétrico usado(GARCIA, 1999).
Na diferenciação de síndromes devemos agregar as informações obtidas pelo o método
de observação, palpação, exploração elétrica, com a história da enfermidade e os princípios
da fisiopatologia, tanto ocidental como tradicional, para então elaborar uma terapêutica
acertada (GARCIA, 1999).
16

Segundo Garcia (1999) a Auriculoterapia constitui um ponto de partida para a


integração da Medicina Chinesa e a Ocidental. O microssistema da orelha nos oferece a
possibilidade de localizar e utilizar pontos sob o respaldo, tanto da teoria dos órgãos e
vísceras (Zang e Fu) e Canais e colaterais (Jing Luo), como sob os princípios da fisiologia
moderna. Assim, desta maneira os pontos auriculares foram classificados e denominados de
acordo com a anatomia, fisiologia dos Zang e Fu e Jing e Luo, sistema nervoso, sistema
endócrino, funções específicas dos pontos, etc.

2.7 Sistema Endócrino

O sistema endócrino é um conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos


hormônios, que são lançados no sangue, onde percorre o corpo até chegar aos órgãos-alvo
específicos sobre os quais atuam, entretanto os hormônios participam da regulação e da
integração dos processos ou funções do corpo e da manutenção da homeostase. Devido a sua
influência nos órgãos, os hormônios são considerados como mensageiros químicos
(SPENCE, 1991).
Os pontos auriculares relacionados com o sistema endócrino representam as diversas
glândulas espalhadas pelo corpo, como a hipófise, tireóide, supra-renais, pâncreas, gônadas,
ovários, próstata, mais o ponto endócrino, que representa todo sistema, sendo empregados
para aumentar ou diminuir a produção e a liberação de determinados hormônios. O ponto do
sistema endócrino representa 5.19% dos pontos auriculares, e podem provocar uma grande
influência na liberação de determinados hormônios, como os corticóides que são secretados
pelas supra-renais e atuam na regulação da atividade intrínseca destas glândulas (GARCIA,
1999).
O córtex supra-renal é responsável pela secreção do hormônio cortisol, sendo chamado
de glicocorticóide, tendo um papel importante de estabilizar a membrana dos lisossomos, ou
seja, diminuir a facilidade com que os lisossomos se rompem no interior das células,
liberando suas enzimas digestivas intracelulares. Onde a intensidade da inflamação dos
tecidos que ocorrem em muitas doenças é reduzido de forma acentuada pela função do
cortisol (GUYNTON, 1988).
Os corticosteróides são hormônios secretados pela região cortical das glândulas supra-
17

renais. O cortisol ou hidrocortisona é o principal glicocorticóide natural circulante no ser


humano. Sua síntese é regulada pelo hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) (ANTI, 2008).
Teoricamente os glicocorticóides sintéticos, desenvolvidos pela indústria farmacêutica,
são muito semelhantes aos naturais. Estes fármacos têm atividade sobre todos os tipos de
reações inflamatórias, sejam elas causadas por patógenos invasores, por estímulos químicos
ou físicos ou por respostas imunes inadequadamente desencadeadas, no entanto apresentam
vários efeitos adversos, como a síndrome de cushing, miopatia, osteoporose, hipertensão
arterial, trombose, glaucoma, hiperglicemia etc., uma vez que eles interferem no
metabolismo geral do organismo (BAVARESCO, 2005).
18

3. OBJETIVO

Este trabalho realizado como estudo de caso teve como objetivo analisar os efeitos
proporcionados pelo o ponto endócrino na síndrome do ombro doloroso, associado ao ponto
da zona correspondente relacionado com a queixa principal do paciente, com o intuito de
atenuar o quadro álgico e o processo inflamatório, diminuindo o consumo dos fármacos,
minimizando assim os efeitos adversos causados pelos antiinflamatórios sintéticos,
melhorando a qualidades de vida dos pacientes.
19

4. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo foi aplicado em 20 pacientes com síndrome do ombro doloroso,


sendo 19 mulheres (95%) e um homem (5%), com idade entre 40 e 70anos, com média de 55
anos. O lado direito esteve envolvido em 6 pacientes (30%), o ombro esquerdo em 2
pacientes(10%), portanto em 12 pacientes (60%) o acometimento foi bilateral.
Foi realizada uma anamnese através de uma ficha de avaliação para a coleta de dados
dos pacientes, contendo dados pessoais, as principais queixas, histórico pessoal e familiar,
hábitos pessoais, medicamentos, tratamentos anteriores, observação do pavilhão auricular,
palpação, e a Escala Visual Analógica de Dor (EVA). O estudo foi realizado na igreja
católica Santa Luiza de Marilac com a permissão dos pacientes para utilização dos dados
coletados através do Termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), devidamente
assinado.
Na avaliação pré tratamento foi constatado que 100% dos pacientes faziam uso
ocasional de analgésicos e antiinflamatórios para melhora da intensidade da dor.
A dor referida pelos pacientes era de evolução longa, com duração superior a três meses
caracterizando dor crônica.
No decorrer da anamnese 70% dos pacientes queixaram de insônia e alteração de
humor.
Na inspeção do pavilhão auricular foi observado alterações na coloração em 12
pacientes (60%), apresentando uma cor marrom na região correspondente ao ombro,
enquanto 8 pacientes (40%) não foi observado mudança na coloração.
No entanto na palpação, 18 pacientes (90%) apresentaram alteração na sensibilidade no
ponto relativo ao ombro, e 2 pacientes(10%) não relataram dor à palpação durante o
atendimento.
O tratamento teve duração de 10 semanas, sendo realizada uma sessão a cada sete dias.
Neste procedimento após a higienização do pavilhão auricular com álcool a 70%, foram
aplicadas as sementes duplas de colza fixadas com esparadrapo bege nos pontos auriculares,
onde a permanência das sementes deveriam ocorrer por um período de 5 dias, e reaplicadas
novamente no 7ª dia, sendo que entre um atendimento e outro o pavilhão auricular deveria ter
um período de descanso de um dia para evitar a acomodação dos pontos estimulados. Os
pacientes foram orientados a estimular os pontos com as sementes três vezes ao dia com
20

pressão moderada por 10 segundos.


E como indicador do resultado foi utilizada a Escala Visual Analógica da Dor (EVA),
que é um método subjetivo, porém validado, no qual consiste em auxiliar na avaliação da
intensidade da dor, e com isso aferir de maneira mais precisa a evolução de cada paciente,
sendo muito importante para verificar se o tratamento esta sendo eficaz.
Escala Visual Analógica (EVA) tem como função avaliar a percepção de dor do
paciente, no qual o terapeuta deve questionar o paciente quanto ao seu grau de dor, por uma
escala de 0 a 10, sendo 10 o valor máximo de dor, e 0 o valor mínimo, sendo usado antes e
após cada intervenção, para catalogar á evolução do paciente.
21

5. PONTOS UTILIZADOS

O ponto endócrino se localiza em um sulco na porção mais profunda e interna da


incisura intertrágica. Este ponto estimula e regulariza a função das glândulas e hormônios,
tem ação antiinflamatória e imunológica. Sendo utilizado no tratamento de enfermidades
causadas por vento-umidade e afecção do colágeno, como artrite reumatóide, lupus
eritematoso etc, além disso, inclui propriedades imunológicas e antiinflamatórias (NEVES,
2009; GARCIA, 1999).
O ponto Articulação do ombro localiza-se entre o ponto ombro e o ponto clavícula.
Sendo usado tanto no diagnóstico como no tratamento de afecções do ombro (GARCIA,
1999).

Fonte: www.acupontolojavirtual.com.br

Segundo Neves (2009) os pontos podem ser classificados em duas etapas. A primeira
representa os pontos principais, que são aqueles que têm importância direta nos tratamentos
das disfunções, ou seja, têm relação direta com a queixa principal do paciente. Nestes são
incluídos os pontos de área correspondente e os pontos de ação específica. Já na segunda
etapa estão os pontos complementares, tendo um papel importante de potencializar a ação
dos pontos da primeira etapa, agindo no organismo como um regulador geral ou direcionando
sua ação para os pontos principais. Nessa etapa estão incluídos os pontos da Medicina
Chinesa, pontos do sistema nervoso e pontos do sistema endócrino.
Pontos da zona correspondente representam a grande maioria dos pontos, com
22

(46,10%) e são os representantes da anatomia corporal dentro do pavilhão auricular,


recebendo os nomes das estruturas anatômicas diretamente relacionadas a eles, como regiões
do punho, cotovelo, articulações, etc. Estes pontos são indicados principalmente para o
tratamento de afecções locais, como síndromes dolorosas, por exemplo, se tornando reativos
diante de um processo patológico. Segundo os critérios da Medicina Chinesa, ativam a
circulação de Qi e Xue liberando as estagnações, dispersam o calor e drenam a umidade
(GARCIA, 1999; NEVES, 2009).
23

6. RESULTADOS

A tabela a seguir elucida a avaliação da intensidade da dor, utilizando a Escala Visual


Analógica (EVA) como indicador do resultado, sendo usada antes e após o tratamento para
catalogar á evolução do paciente de forma individualizada, incluindo o percentual de melhora.

TABELA. 1: Escala visual analógica de dor individualizada por paciente pré e pós tratamento e
percentual de melhora

LADO PRÉ- PÓS- PERCENTUAL DE


PACIENTES
ACOMETIDO TRATAMENTO TRATAMENTO MELHORA %
A.A.B.G D 7 3 56
V.A.T.C D 8 2 75
C.P.O D 8 5 37
A.A.G D 10 4 60
M.C. D 9 3 67
N.T.B D 10 3 70
J.G.T Bilateral D=6 E=5 D=2 E=1 D=67 E=80
M.C.A Bilateral D=8 E=10 D=2 E=0 D=75 E=100
S.M.A Bilateral D=9 E=7 D=5 E=3 D=44 E=57
A.F.S Bilateral D=8 E=6 D=5 E=3 D=37 E=50
M.I.B.F Bilateral D=7 E=5 D=5 E=2 D=29 E=60
S.C.G.S Bilateral D=10 E=5 D=6 E=2 D=40 E=60
S.F.S Bilateral D=6 E=4 D=2 E=0 D=60 E=100
L.M.A Bilateral D=10 E=7 D=5 E=3 D=70 E=86
W.M.S Bilateral D=8 E=5 D=0 E=0 D=100 E=100
C.F.P Bilateral D=8 E=6 D=0 E=0 D=100 E=100
J.S.C Bilateral D=4 E=5 ---------------- -------------------------
M.I.G Bilateral D=4 E=6 ---------------- ------------------------
M.R.N E 8 ----------------
V.F.L E 5 ---------------- -------------------------

6.1. Os Gráficos a seguir fazem uma análise comparativa entre as avaliações pré e pós
tratamento de Auriculoterapia individualizada por paciente utilizando a Escala Visual
Analógica de Dor.
24

Gráfico. 6.1.1

Gráfico.6.1.2
25

Gráfico.6.1.3

6.2. Os Gráficos a seguir demonstram o percentual de melhora individualizada por paciente


após o tratamento

Gráfico.6.2.1
26

Gráfico.6.2.2

Gráfico.6.2.3
27

6.3 Resultados dos pacientes que apresentavam a mesma escala de dor

Ao termino do tratamento podemos evidenciar uma melhora significativa do quadro


álgico, onde os pacientes foram reavaliados utilizando o mesmo método de avaliação inicial,
Escala Visual Analógica de Dor (EVA), obtendo os seguintes resultados:
Dentre os 20 pacientes, foram tratados 32 ombros, sendo que 5 ombros (15,5%)
apresentavam o valor máximo da dor, com escala de 10 (100%), tendo portanto uma média de
68% de melhora.
Já em 2 ombros (6,2%) o resultado final foi de 55,5% de média, apresentando 9 (90%)
na escala de dor.
Em 7 (22,8%) dos ombros tiveram grau 8 na escala de dor (80%), com resultado final
de 70,6% de média.
No entanto o resultado final de 4 ombros (12,5%) foi de 57% de média, numa escala de
dor de 7 (70%).
Em 5 ombros (15,6%) com grau de 6 (60%) na escala de dor, obteve 75% de média ao
final do tratamento.
O resultado final em 6 ombros (18,7%) foi de 70% de média com intensidade de dor
nível 5 (50%).
E por fim em 3 ombros ( 9,3% ) obteve 100% de melhora, numa intensidade de 4(40%)
na escala de dor.
Pode-se constatar que com o tratamento proposto a média do percentual de melhora dos
pacientes foi de 70,9% no final do tratamento.

Gráfico.6.3.1 Final do tratamento com a mesma escala de dor


28

6.4. Resultado dos pacientes que apresentavam o mesmo percentual de melhora

Ao final do tratamento foi obtido 100% de melhora em 6 ombros (18,7%) tratados,


sendo que a mesma quantidade de 6 ombros (18,7%) obteve uma média 76,5% de melhora
após o término do tratamento. Em 9 ombros (28%) a média de melhora foi de 61,5%; e em 4
ombros (12,5%) a média final foi de 39,5% de melhora, e somente 1 ombro (3,1%) teve 29%
de melhora, referindo piora do quadro álgico ao esforço, no entanto a média de desistência foi
de 18, 7% somando um total de 6 ombros em 4 pacientes que realizaram somente 5 sessões,
obtendo 20% de melhora.
Ao término do tratamento os pacientes obtiveram uma média de 61,3%, portanto se
acrescentarmos os pacientes que não concluíram o tratamento a média diminui para 54,5% de
melhora.

Gráfico.6.4.1 Final do tratamento com o mesmo percentual de melhora


29

7. DISCUSSÃO

Sabe-se que a síndrome do ombro doloroso (SOD) é caracterizada por dor e limitação
funcional resultante do acometimento de estruturas estáticas e dinâmicas do ombro, como
ligamentos, cápsula e músculos, sendo uma das queixas mais comuns e incapacitantes do
sistema musculoesquelético (Zanelatto, 2013).
A conjunção de fatores mecânicos e biológicos predispõe a articulação do ombro a
degenerações de natureza inflamatória podendo evoluir para um processo crônico diminuindo
a capacidade funcional dos pacientes (RAGASSON, 2001).
No presente trabalho foram estudados 20 pacientes com síndrome do ombro doloroso,
sendo 19 mulheres (95%) e um homem (5%), com idade entre 40 e 70 anos, com média de 55
anos. Esses dados confirmam as proposições de Facci, (2000) que encontrou na síndrome do
ombro doloroso predomínio em pacientes de meia idade e do sexo feminino. Portanto relata
que isso se deve ao fato das mulheres realizarem atividades repetitivas com elevação do
membro superior, provocando estresse biomecânico no ombro predispondo a lesões
articulares.
Segundo Garcia (1999) e Neves (2009) o ponto da zona correspondente tem relação
direta com a queixa principal do paciente, e são indicados principalmente para o tratamento de
afecções locais, como síndromes dolorosas, por exemplo, se tornando reativos diante de um
processo patológico, representando os pontos principais. Neves (2009) menciona que os
pontos do sistema endócrino agem como um regulador geral ou direciona sua ação para os
pontos principais, tendo um papel importante de potencializar a ação do ponto da zona
correspondente.
Garcia (1999) afirma que o ponto endócrino é um regulador sistêmico da atividade
endócrina e metabólica do organismo, este mantém o equilíbrio funcional das glândulas
vigorizando a função das que hipofuncionam e reprimindo as que hiperfuncionam, razão pela
qual, podemos dizer que é ponto central para o tratamento de qualquer patologia do sistema
endócrino, combinando-se, segundo seja o caso.
A partir da análise dos resultados foi possível identificar a eficácia do tratamento
proposto, onde os pacientes estudados obtiveram uma média de 70,9% de melhora. Todavia o
que foi possível visualizar neste trabalho vai ao encontro com o que Garcia (1999) diz, que os
pontos do sistema endócrino podem causar uma forte influência na liberação de determinados
hormônios, como os corticóides secretados pelas supra-renais, com ação antiinflamatória e
30

imunológica, podendo dessa forma agir no quadro álgico do ombro, diminuindo o processo
inflamatório e conseqüentemente melhorar a limitação funcional decorrente.
Dor com longa duração, superior a três meses, caracterizando dor crônica esteve presente
em 100% dos pacientes, A queixa de insônia e alteração de humor foi relatada em 70% dos
pacientes. Todavia Pai (2005); Calil Sallum (2012) mencionam que a dor crônica pode ser
intensa e persistente. No entanto 75% dos pacientes relatam que essa dor interfere em sua
atividade física, sexual, de lazer, no sono, nas atividades sociais e nas relações familiares.
Cerca de 5% deles tornam-se parcial ou totalmente incapacitados seja temporária ou
permanente. Muitos desses pacientes sofrem de depressão, ansiedade, insônia e alteração de
humor, de memória e de raciocínio, pensamentos negativos, ou suicidas e apreciações
desesperançadas da vida.
Segundo Zanelatto (2013) a dor gera consideráveis prejuízos à saúde para a pessoa que a
vivencia, como por exemplo, a insônia, devendo o terapeuta através da observação fazer
correlações entre os sintomas e as disfunções orgânicas para perceber a totalidade do
indivíduo, ou seja, isso significa que nem sempre é necessário estimular o organismo com
inúmeros comandos, como na Auriculoterapia, inserindo várias esferas ou agulhas para tentar
tratar todos os sintomas. Portanto a Medicina Chinesa ensina que ao equilibrar um elemento,
os demais vão também se equilibrando em um processo harmônico e gradual.
31

8. CONCLUSÃO

Os resultados deste trabalho revelaram que com o tratamento proposto pode-se concluir
efeitos benéficos na síndrome do ombro doloroso. Houve diminuição da dor e o mais
importante sem a presença de efeitos colaterais causados pelos medicamentos
industrializados, diminuindo desta forma os efeitos danosos a saúde, proporcionando aos
pacientes melhora da qualidade de vida.
Através da modificação da sintomatologia dolorosa dos pacientes o presente estudo
pode constatar uma média de 70,9% de melhora no final do tratamento dos pacientes que
apresentavam a mesma escala de dor.
32

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Antiinflamatórios hormonais: glicocorticóides. Einstein, v. 6, n. Suppl 1, p. S159-65, 2008.

BAVARESCO, L; Bernardi A;Battastini AMO.Glicocorticóides: usos clássicos e emprego no


tratamento do câncer.Infarma. 2005; 17(7/9)

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Editora Roca, 2004.

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colza na dismenorreia primaria: relato de caso. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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n. 2, p. 138-151, 2011.

DE ARAÚJO, Ana Paula Serra; ZAMPAR, Rosângela; PINTO, Sandra Mara E.


Auriculoterapia no tratamento de indivíduos acometidos por distúrbios osteomusculares
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Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 10, n. 1, 2008.

EJNISMANN, Benno; MONTEIRO, Gustavo Cará; UYEDA, Luis Fernando. Ombro


doloroso. Einstein, v. 6, n. Suppl 1, p. S133-7, 2008.

FACCI, Ligia Maria. Síndromes dolorosas do ombro: análise de sua incidência e


características. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 4, n. 3, 2000.

FRANTZ, Ana Cristine et al. Efeito do tratamento fisioterapêutico em paciente com suspeita
de síndrome do impacto do ombro: estudo de caso. Revista Caderno Pedagógico, v. 9, n. 2,
2012.

GARCIA, Ernesto. Auriculoterapia. São Paulo, Roca, 1999.


33

GARZEDIN, Daniela Dias da Silva et al. Intensidade da dor em pacientes com Síndrome do
Ombro Doloroso. Acta Ortop. Bras, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 165-167, 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/aob/v16n3/a08v16n3.pdf>. Acesso em: 28 abr. 2011.

GUYNTON. Arthur Clifton. Fisiologia Humana. 6ª Ed,São Paulo, Guanabara1988

MINORI, Andrea Emiko Tavares; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Atuação da acupuntura para
o tratamento de LER/DORT no ombro. Trabalho de Conclusão de Pós-Graduação em
Acupuntura–Faculdade Ávila, p. 09-10, 2005.

NEVES, M. L. Manual prático de auriculoterapia. Porto Alegre. Ed. Do autor, 2009.

OLIVEIRA, Márcia Mabel et al. Controlando a dor: benefícios da acupuntura auricular e


auriculoterapia em idosos. TEMA-Revista Eletrônica de Ciências (ISSN 2175-9553), v. 11,
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PAI, Hong Jin. Acupuntura: de terapia alternativa a especialidade médica. São Paulo: Ceimec,
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RAGASSON, Carla Adriane Pires; STABILLE, Sandra Regina. Tratamento fisioterapêutico


conservador em 14 pacientes portadores da síndrome de impacto do ombro. Arquivos de
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SILVÉRIO-LOPES, Sandra; SEROISKA, Mariângela Adriane. Auriculoterapia para


analgesia. Analgesia por acupuntura. Curitiba (PR): Omnipax, p. 1-22, 2013.

SOUZA, Marcelo Pereira. Tratado de auriculoterapia. Brasília: Look, 2001.

Spence, Alexandre P. Anatomia Humana Básica 2ª Ed. São Paulo: Manole, 1991.

Wen, Tom. Sintam. Acupuntura clássica chinesa (2ª ed.). São Paulo: Cultrix,1989.

YAMAMURA, Ysao. Acupuntura Tradicional: a arte de inserir. São Paulo: Roca, 2001.

ZANELATTO, Ana Paula. Avaliação da acupressão auricular na Síndrome do Ombro


Doloroso: estudo de caso. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 66, n. 5, 2013.
34

10. ANEXOS

Ficha de Avaliação

Nome:_____________________________________________________________
Data de nascimento:___/___/___ Idade:_________ Sexo:______________
Endereço:__________________________________________________________
Telefone: ________________________
Ocupação: ________________________

1. Principasi Queixas: __________________________________________________


___________________________________________________________________

2. Histórico pessoal:___________________________________________________
___________________________________________________________________

3. Faz uso de medicamentos:____________________________________________

4.Histórico Familiar:___________________________________________________
___________________________________________________________________

5. Hábitos Pessoais:___________________________________________________
___________________________________________________________________

6. Tratamentos anteriores:______________________________________________
___________________________________________________________________

7. Observação do pavilhão Auricular:______________________________________


___________________________________________________________________
35

8. Palpação do Pavilhão auricular:________________________________________


___________________________________________________________________

9. Escala Visual Analógica de Dor (EVA)

0--------------------------------------------------------------------------------------------------10
Dor ausente Dor insuportável
36

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Eu,_________________________________________________________________,
portador(a) do CPF __________________-___, aluno (a) e devidamente instruído(a) à pesquisa científica sobre
o tema: ______________________________________________________________,torno-me responsável por
todos os objetivos legais à conclusão da pesquisa quanto à PROIBIÇÃO de cobrança sobre a pesquisa, a
utilização de materiais devidamente autorizados, a preservação legal voluntário em pesquisa humana e todas as
diretrizes que levam à conclusão do trabalho de campo, devidamente ciente e com a contribuição da instituição
de ensino EBRAMEC – Escola de Medicina Chinesa, a qual me respalda como aluno(a).

De acordo com as práticas envolvidas e devidamente explicadas ao voluntário sobre os termos descritos
pela resolução 466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, este aceita por livre vontade e descrita a próprio
punho a CONSENTIMENTO para a pesquisa, sendo ciente de tudo e tendo o livre arbítrio de desistir da
pesquisa quando lhe for cabível por razões pessoais ou por negligência e/ou imprudência e/ou imperícia do
aluno(a) pesquisador.

Nome do Voluntário:___________________________________________________
Data de Nascimento: ____/____/________. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino
RG:___________________-_____ e CPF: ___________________-_____

*Se menor de idade:


Nome do Responsável: _________________________________________________________________
RG:___________________-_____ e CPF: ___________________-_____

Sendo de livre acordo na pesquisa, firma-se o contrato em Termo de Consentimento Livre e


Esclarecido (TCLE), garantindo a integridade física, psicológica e emocional do voluntário, seguindo todos os
padrões morais e legais que refere-se à Pesquisa em Seres Humanos.

________________________________
Aluno Responsável

________________________________
Voluntário (ou Responsável)
Dr. Reginaldo de C. S. Filho – Diretor Geral
João Carlos Felix – Coordenador de TCC

EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina Chinesa


Rua Visconde Parnaíba, 2727 - Bresser Mooca - São Paulo - SP - Fone: 0xx11 2605-4188/ 2155-1712/2155-
1713 - ebramec@ebramec.com.br

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