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Pindamonhangaba – SP
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNVIC
Pindamonhangaba – SP
2021
Carvalho, Emily Ramos de; Rabelo, Nicoly Corrêa.
A atuação da fisioterapia na prevenção de quedas em idosos: Revisão
bibliográfica / Adrian Emily Ramos de Carvalho; Nicoly Corrêa Rabelo/
Pindamonhangaba-SP: UniFUNVIC Centro Universitário FUNVIC, 2021.
49f: il.
Monografia (Graduação em Fisioterapia) UniFUNVIC-SP.
Orientador: Prof. MSc. Keyleytonn Sthil Ribeiro
Data: ___________________
Resultado: _______________
BANCA EXAMINADORA
Assinatura_________________________________
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, todas nossas conquistas são fruto de muita fé e perseverança.
Agradecemos as nossas famílias pelo amor e ajuda nos momentos em que necessitamos, e por
sempre acreditarem em nós.
Ao nosso orientador Professor MSc. Keyleytonn Sthil Ribeiro, pela ajuda e continuidade na
nossa pesquisa. Obrigada por nos ajudar em mais um passo dos nossos sonhos.
Aos amigos que nesta etapa podemos contar, com uma palavra de ânimo e cumplicidade nos
momentos necessários.
“Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais e, sendo maduro, não insista
em rejuvenescer, e que sendo velho, não se dedique ao desespero. Porque cada idade tem o
seu prazer e a sua dor e é preciso que eles escorram entre nós.”
Victor Hugo
RESUMO
Envelhecer faz parte do processo da vida e acontece de forma gradual, caracterizado pela
mudança no funcionamento do organismo, debilidade do sistema imunológico e necessidades
nutricionais. A queda entre idosos caracteriza um problema de saúde pública, com alta
mortalidade e está dentre as causas de óbitos em idosos, dentre elas a hospitalização. É certo
que a prática de atividades físicas continuamente aprimora a saúde do idoso, ajudando a
prevenir quedas, dando uma maior segurança na execução das atividades diárias, permitindo o
contato social, minimizando o risco de doenças crônicas. O trabalho tem como objetivo geral
analisar a literatura sobre o processo de envelhecimento e a importância do fisioterapeuta, na
prevenção e tratamentos de quedas dos idosos com o acometimento de doenças. O
envelhecimento é gerado pelos processos orgânicos, como a perda de controle postural devido
as mudanças nos sistemas e no qual o tratamento fisioterápico ajuda trabalhando a mobilidade,
força, verticalização da postura e resistência muscular, entre outros que ajudam a prevenir
possíveis quedas. A função da fisioterapia busca nortear o idoso, para que ele identifique
possíveis quedas, prescrevendo e realizando exercícios físicos, como fortalecimento muscular,
propriocepção e alongamentos. Sendo assim, o idoso busca promover a melhoria na capacidade
funcional e proporcionar maior independência. Portanto, o fisioterapeuta precisa ser um
profissional capacitado para atuar no tratamento e na prevenção, já que essa assistência
multifatorial minimiza a chance de quedas. Logo, é o profissional que detém os conhecimentos
relevantes para nortear os pacientes e familiares, com formas seguras de prevenção das quedas,
além de maneiras de ampliar a capacidade funcional, suporte muscular e independência.
Aging is part of the life process and happens gradually, characterized by changes in body
functioning, weakness of the immune system, and nutritional needs. Falling among the elderly
is a public health problem, with high mortality and is among the causes of death in the elderly,
including hospitalization. It is certain that the practice of physical activities continuously
improves the health of the elderly, helping to prevent falls, providing greater safety in
performing daily activities, allowing social contact, and minimizing the risk of chronic diseases.
The general objective of this paper is to analyze the literature on the aging process and the
importance of the physiotherapist in the prevention and treatment of falls in the elderly with the
affliction of diseases. Aging is generated by organic processes, such as the loss of postural
control due to changes in the systems, in which physiotherapy treatment helps by working on
mobility, strength, posture verticalization, and muscle resistance, among others, which help to
prevent possible falls. The function of physical therapy seeks to guide the elderly, so that they
can identify possible falls, prescribing and performing physical exercises such as muscle
strengthening, proprioception, and stretching. Thus, the elderly seeks to promote improvement
in functional capacity and provide greater independence. Therefore, the physical therapist needs
to be a skilled professional to act in the treatment and prevention, since this multifactorial
assistance minimizes the chance of falls. Therefore, it is the professional who holds the relevant
knowledge to guide patients and families with safe ways to prevent falls, as well as ways to
increase functional capacity, muscle support, and independence.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8
2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 10
2.1 ENVELHECIMENTO E SEU PROCESSO .............................................................. 10
2.1.1 Envelhecimento do Tecido Muscular ......................................................................... 13
2.1.2 Envelhecimento do Tecido Ósseo .............................................................................. 14
2.1.3 Envelhecimento do Tecido Articular .......................................................................... 15
2.2 SÍNDROME DE QUEDAS EM IDOSOS ................................................................. 16
2.3 SÍNDROME DA FRAGILIDADE EM IDOSOS ...................................................... 18
2.4 DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO E RISCOS DE QUEDAS ........................... 19
2.4.1 Vertigens e tonturas .................................................................................................... 19
2.4.2 Doenças cardiovasculares ........................................................................................... 20
2.4.3 Doença de Alzheimer ................................................................................................. 20
2.4.4 Doença de Parkinson .................................................................................................. 21
2.4.5 Osteoartrite ................................................................................................................. 22
2.4.6 Osteoporose ................................................................................................................ 22
2.5 IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE
QUEDAS NOS IDOSOS.......................................................................................................... 23
2.5.1 Testes fisioterapêuticos para avaliação de pacientes idosos acometidos de quedas ... 24
2.5.1.1 Teste Timed Up and Go (TUG) .................................................................................. 24
2.5.1.2 Avaliação de risco de queda ....................................................................................... 25
2.5.1.3 Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) ........................................................................... 25
2.5.1.4 Marcha Tandem (MT) ................................................................................................ 25
2.5.2 Práticas de prevenção e tratamento fisioterápicos a pacientes idosos ........................ 26
2.5.2.1 Prática de exercícios físicos ........................................................................................ 26
2.5.2.2 Fortalecimento muscular ............................................................................................ 27
2.5.2.3 Treinamento de equilíbrio .......................................................................................... 28
2.5.2.4 Treinamentos proprioceptivos .................................................................................... 29
2.5.2.5 Treino de marcha ........................................................................................................ 29
2.5.2.6 Hidroterapia na recuperação e prevenção de quedas .................................................. 29
3 MÉTODO...................................................................................................................31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... ........33
5 CONCLUSÃO............................................................................................................39
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 40
8
1 INTRODUÇÃO
A sociedade tem envelhecido em escala global, gerando uma maior vulnerabilidade para
distúrbios do equilíbrio, multimorbidade crônica e quedas.1 O envelhecimento é considerado
um processo natural no que diz respeito à diminuição funcional do organismo, ocorrendo de
maneira inevitável com o passar do tempo Essa modificação na capacidade funcional torna os
idosos mais vulneráveis a influência de fatores extrínsecos e intrínsecos, bem como aos agravos
decorrentes das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).2 O envelhecimento está
fisiologicamente relacionado ao declínio cognitivo e à resposta prejudicada ao estresse,
mediante a degeneração do circuito espinhal gerando mudanças progressivas do desempenho
motor.3
Com o envelhecimento, é comum a redução da massa muscular que, por consequência,
reduz a força, bem como a redução da massa óssea, o que afeta no enfraquecimento esquelético.
São fatores que podem comprometer a postura, marcha, equilíbrio e a propriocepção, condições
essas que irão favorecer a queda.4 Conforme ocorre o envelhecimento, os sistemas do corpo
humano mudam em relação a sua morfologia e funcionalidade, perdendo gradualmente os
mecanismos que mantem a homeostasia do organismo. São mudanças que, em geral, começam
no início da vida adulto, porém se intensifica conforme os anos passam. Portanto, não são
mudanças consideradas como enfermidades, pois são esperadas pela ação do tempo nos
tecidos.5
A quantidade de quedas cresce em idosos, ambos o sexo, a partir dos 65 anos de idade
e em torno de 30% das pessoas nesta faixa etária caem pelo menos uma e vez ao ano. 6 A queda,
em geral, está relacionada ao aumento da fragilidade e vulnerabilidade do indivíduo. Contudo,
alguns comportamentos de risco, como falta de atividade física e sedentarismo, podem
aumentar o risco de quedas e reduzir a capacidade funcional dos idosos. Além disso, existem
transtornos cognitivos e mentais, como demência e depressão.2
O envelhecimento promove a redução da força muscular, perda de equilíbrio, dentre
outras características que influenciam na locomoção. Em torno de 40 a 60% das quedas entre
os idosos geram ferimentos.7 O equilíbrio é resultado da interação entre diversos sistemas do
corpo humano. Cada sistema possui componentes que podem sofrer perdas funcionais com o
envelhecimento, o que acaba dificultando o funcionamento da resposta motora, que é
responsável pela manutenção do equilíbrio de postura. Sendo assim, pode acontecer prejuízos
funcionais devido as quedas.5 O distúrbio do equilíbrio é um grande fator de risco para as quedas
e caracteriza um dos motivos recorrentes da busca por cuidados médicos.1
9
2 REVISÃO DA LITERATURA
níveis de desempenho, o que reflete numa complexidade que, geralmente, torna difícil
diferenciar processos patológicos dos considerados como “normais”.21
Os idosos são mais suscetíveis aos efeitos do estresse em relação aos jovens. Quanto
melhor o sistema de reservas, melhores serão as respostas mediante o estresse, compreendendo
que essas são definidas por vários sistemas funcionais. O envelhecimento tem associação com
as mudanças do sistema imunológico que é classificado como envelhecimento, que aumentaria
o índice de adoecimento por infecções, bacterianas ou virais câncer e doenças autoimunes.
Dentre os biomarcadores usados entre a relação de jovens e idosos o processo imunológico é a
menor parte em números totais de células T CD8+ de memória. A capacidade de proliferação
dos linfócitos T sendo prejudicada, corrobora para reduzir a capacidade dos idosos em instalar
uma imunidade eficaz mediante os novos antígenos.13
O envelhecimento acontece mediante as inúmeras transformações no sistema
imunológico. Esse estado é caracterizado por mudanças no tamanho das células T, padrão de
secreção de citocinas, capacidade celular e geração de anticorpos, que geram um estado pró-
inflamatório e uma capacidade menor de responder a antígenos. Além das interações junto aos
patógenos, o microbioma e a nutrição do hospedeiro, exercício e estresse, e demais
determinantes externos, modular o processo de imunossenescência. 22 É um processo com
muitas mudanças gradativas e se manifestam intensamente durante os anos, as quais
consideram, entre as mudanças, transformações estruturais que constituem o sistema
musculoesquelético e composição corporal.5
As mudanças geradas por essa fase, podem gerar déficits do equilíbrio e distúrbios da
marcha que permitam as quedam e limitações nas funções, como fraturas, imobilidade, que
influenciam nas atividades diárias. Sabe-se que a população idosa tem crescido durante os anos,
por conta da maior expectativa de vida, possível diante do combate à desnutrição, redução da
mortalidade materna e infantil, acesso a vacinas e medicamentos gratuitos, dentre demais
ações.23 Os constantes declínio da função fisiológica que, em geral, acontecem durante os anos
estão relacionadas a caminhada mais vagarosa e as dificuldades para se levantar e se
equilibrar.24 Além dos riscos de fraturas relacionadas a quedas, o equilíbrio caracteriza uma das
características das atividades diárias, profissionais ou recreativas; portanto, um
comprometimento dessa habilidade pode afetar toda a qualidade de vida.9
13
em idosos está relacionada aos altos riscos, como baixa qualidade de vida e
morbimortalidade.33 que eleva o risco de eventos adversos em idosos, como quedas e fraturas,
perda de qualidade de vida e funcionalidade, entre outras.30 Além disso, eleva o risco de
limitações física e incapacidade. As estatísticas epidemiológicas apresentam que a sarcopenia
afeta em torno de 50% dos idosos, conforme o país, etnia, critérios diagnósticos e ambiente de
saúde.31
Portanto, a perda muscular parece ser inevitável, iniciando em adultos com idades entre
30 e 40 anos. Progride com redução da massa muscular em média 8% por década entre as idades
de 40 a 70 anos, e acelera para 15% por década a partir de 70 anos, variando entre homens e
mulheres. A sarcopenia tem diversas causas, como genética, distúrbios metabólicos,
deficiências nutricionais e limitações físicas.31
A queda é definida pelo deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior
ao inicial, sem correção hábil, tendo como causa circunstancias multifatoriais intrínsecas ou
extrínsecas que influenciam na estabilidade. Pode gerar comprometimentos funcionais, físicos
e psicossociais, além de reduzir a qualidade de vida e capacidade de executar as tarefas do dia
a dia.9 A queda é qualquer contato acidental com superfícies próximas. Diversos fatores de risco
para quedas podem ser encontrados.5
A causa de quedas tem relações com fatores delimitados em extrínsecos e intrínsecos.
Os extrínsecos são as condições de infraestrutura do meio ambiente, como piso e iluminação
dos ambientes, o que se torna perigo para os indivíduos. Já os intrínsecos estão vinculados às
mudanças fisiológicas que alcançam o organismo humano, provenientes da idade. Portanto, é
preciso identificar precocemente o risco de queda de idosos.43
Dentre os fatores intrínsecos, um dos mais complexos, porém tratável por meio de
exercícios físicos, é o equilíbrio, pois os déficits na capacidade motora aumentam o risco de
queda.43
A menor flexibilidade nos membros inferiores também é um fator de risco para as
quedas. Estudos enfatizam que a redução da amplitude do movimento e força muscular nos
movimentos ocasionam mudanças nos padrões de marcha e dificuldades para realizar atividades
diárias.8
As quedas podem gerar lesões de partes moles, escoriações, ferimentos, fraturas, trauma
com ou sem lesões neurológicas e até a morte. Além disso, podem gerar consequências
psicológicas e sociais, como tristeza, depressão, menor prática de atividades físicas e sociais.25
A gravidade gerada pelas lesões decorrentes de quedas varia; logo, os pacientes com
Osteoporose, sofrem com o risco de fraturas do fêmur ou do corpo vertebral, principalmente
para quedas no nível do solo ou em escadas. O risco de traumatismo craniano é alto para todos
os idosos, e tais lesões podem resultar em patologia intracraniana com sequelas funcionais. 9 As
quedas podem ocasionar grandes consequências, como perturbação na mobilidade, lesões
permanentes, declínio funcional e internação do asilo, além de ser uma das causas de eventos
traumáticos.8
Apesar das quedas terem causa única, grande parte possui circunstâncias multifatoriais,
intrínsecas, extrínsecas ou, em grande parte, pela relação das duas. Porém, as quedas graves são
comuns em idosos frágeis, com múltiplas doenças e polifármacos, diferente das quedas que
acontecem pelo comportamento de risco.44 Diversas condições clínicas estão relacionadas aos
17
principalmente a fratura óssea. Entre os resultados está a imobilização prolongada, que pode
gerar úlceras de pressão, infecções urinárias, trombose venosa e espasmos.46
Estudos apresentam que, depois da primeira queda, acontece um declínio da capacidade
funcional dos idosos, fazendo com que entrem num círculo vicioso. Em geral, a síndrome pós-
queda é uma síndrome de estresse pós-traumático.47 Essa síndrome e o medo de cair afetam
cerca de 73% dos que sofreram esse evento no ano interior, pois dentre os idosos sem relato de
quedas, a prevalência foi de 46%.48 Além disso, gera perda de autonomia, isolamento,
dependência e depressão, além disso em alguns casos necessita de imobilização que restringem
as atividades diárias.25
Estima-se que pelo menos 30% dos idosos com acima de 60 anos sofram com vertigem
e tontura, aumentando para 50% para os com acima de 85 anos. Em torno de 22 milhões de
adultos norte-americanos, segundo a National Health Interview Survey de 2008, tinham
distúrbios de equilíbrio, sendo que 26% eram idosos. 1 A tontura é um preditor para as quedas,
sendo a principal causa de morte acidental em idosos com mais de 65 anos. 55 Especialmente
nos idosos, o impacto da tontura pode ser significativo, já que está associada a questões como
depressão, isolamento e autocontrole.56
O aumento da suscetibilidade a quedas provém das mudanças fisiológicas associadas
as a tontura, desequilíbrio e vertigem; são sintomas que pioram o equilíbrio precário dos
idosos.57 Os sintomas de tontura são um problema prevalente em cerca de 30% dos idosos com
mais de 60 anos, já tontura é um preditor de quedas em idosos, bem as causas da vertigem que
se manifestam de várias maneiras.58
Apesar das causas de tontura sejam multifatoriais, a disfunção vestibular periférica está
entre as mais comuns. A vertigem posicional paroxística benigna é a maneira mais recorrente
de disfunção vestibular nos idosos, seguida da doença de Ménière. O desequilíbrio e a tontura
podem ser gerados por mudanças em qualquer um dos fatores relacionados ao sistema de
equilíbrio, tanto de origem sensorial, quanto vestibular, visual, muscular e neurológica. 59
Resulta nos idosos a dificuldade em executar tarefas, além de gerar a deficiência no controle do
equilíbrio corporal, como transferências posturais, marcha e demais tarefas dinâmicas que
necessitam da flexão do tronco e da cabeça diante da variabilidade de contextos ambienteis. Os
pacientes experimentam esses sintomas de várias maneiras: falsa sensação de movimentação
do corpo, sensação de desmaio iminente, desequilíbrio corporal, dificuldade na marcha, dentre
outros; geradas por disfunções vestibulares ou extravestibulares, como cardiovasculares,
20
A doença cardiovascular considera diversas doenças que podem elevar o risco de queda
e são prevalentes em idosos, como síncope hipotensiva postural, arritmias, distúrbios da
tireoide, infarto agudo do miocárdio anterior, insuficiência cardíaca, diabetes mellitus 2; levam
ao aumento do risco de quedas. Idosos com pelo menos 4 desses fatores demonstram um risco
de 60% maior do que a população em geral.61
A hipertensão compõe um fator de risco para quedas, já que para controlar o nível de
pressão arterial é preciso utilizar anti-hipertensivos que geram hipotensão postural.62 Os
pacientes com doenças cardiovasculares demonstram uma relação com risco de quedas, já que
o débito cardíaco menor reduz o fluxo cerebral e declínio cognitivo, tidos como fatores de risco.
Os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) podem gerar hemiplegia ou paresia, gerando
mudanças na marcha, bem como disfunção visual e lesão espaço-visual.63
2.4.5 Osteoartrite
2.4.6 Osteoporose
O osso consegue adaptar a estrutura aos sinais mecânicos por meio da remodelação
óssea norteada por osteócitos mecanossensíveis. A partir do envelhecimento, um desequilíbrio
nessa remodelação gera a osteoporose.37 A osteoporose é uma doença óssea disseminada pelo
esqueleto, conhecida pela baixa massa óssea e mudança na microarquitetura do tecido ósseo. 33
É conhecida pela OMS como a mais frequente; sendo assim, é necessário compreender que
diminui a densidade e qualidade dos ossos, pois eles se tornam mais porosos, o que,
consequentemente, enfraquece o esqueleto.73
Por conta do envelhecimento podem surgiu patologias como osteoporose, que reduz a
massa óssea, permitindo que os idosos fiquem suscetíveis a quedas e fraturas. 74 As fraturas
acontecem no colo do fêmur, punho e vértebras, porém todos os ossos são suscetíveis.29 A mais
23
grave é a de fêmur, pois 5 a 20% das vítimas falecem no mesmo ano que o acidente e em torno
de 50% das que sobrevivem ficam incapacitadas.30
A perda ocorre em indivíduos com mais de 70 anos e alcança o osso trabecular e cortical
caracterizando a osteoporose grau II.20
A Fundação Internacional de Osteoporose (FIO) apresenta que há uma estimativa que
cada três segundos acontece uma fratura osteoporótica. Depois dos 50 anos de idade, uma em
cada três mulheres e um em cada cinco homens sofrerão pelo menos uma fratura. Além disso,
em torno de 50% das pessoas que sofreram uma fratura osteoporótica sofrerão mais uma no
futuro e o risco de demais fraturas aumenta a cada ocorrência.73
O fisioterapeuta tem uma função importante para prevenir quedas em idosos por meio
da orientação e execução de atividades físicas, visando a manutenção ou melhoria da
capacidade funcional.75 É um dos profissionais de saúde essenciais nas ações para uma melhor
qualidade de vida e saúde do idoso, tendo como objetivos preservar a função motora, prevenir
as incapacidades do envelhecimento, podendo atuar na prevenção de quedas. 76
O fisioterapeuta tem, em sua principal função social, ampla participação na saúde da
população, tanto na prevenção de quedas em idosos quanto no seu tratamento. 56 Para a
prevenção de quedas, é preciso aprimorar as condições de recebimento das informações
sensoriais para ativação muscular.10
O ramo de atuação do fisioterapeuta tem crescido. Além da reabilitação, atua prevenindo
doenças e promovendo a saúde, tanto individual, quanto coletivo. Considerando-se a
contribuição desse profissional na atenção primária, é preciso que este desenvolva atividades
visando estimular hábitos saudáveis, como a prática de atividades físicas. 75
O fisioterapeuta tem ampla possibilidades de técnicas e modalidades de tratamento
eficientes para promover a melhora da qualidade de vida e prevenção de quedas nos idosos,
como a cinesioterapia, exercícios de fortalecimento, exercícios proprioceptivos, entre outros. 33
A OMS ressalta a importância dos fisioterapeutas relacionados ao cuidado das pessoas idosas
visando assegurar uma assistência adequada, já que atuam em vários órgãos e sistemas
humanos, buscando prevenir e tratar distúrbios cinéticos funcionais.10
A Fisioterapia tem uma função importante na prevenção de quedas, reabilitação, usando
técnicas como fortalecimento muscular, treino de marcha e equilíbrio, alongamentos, visando
24
a melhora na capacidade funcional. Além disso, considera orientações além da assistência para
o desenvolvimento de atitudes, pois está apto a avaliar, tratar e prevenir distúrbios
cardiovasculares, neurológicos, respiratórios e musculoesqueléticos que influenciam e
promovem limitações funcionais.20
O fisioterapeuta é responsável por escolher os exercícios adequados para cada paciente
e cada fase da desordem vestibular, tanto na aguda, quanto na crônica. Para entender uma
avaliação clínica é necessário considerar as mudanças dos sistemas corporais. 39 A fisioterapia
busca introduzir exercícios que asseguram a melhora na força muscular e do equilíbrio. 46
Esse profissional tem em sua formação conhecimentos específicos, já que entende das
mudanças fisiológicas do envelhecimento nos níveis fisiológicos e anatômicos, auxiliando na
prevenção e tratamento. Os profissionais da área devem se atentar para está questão, cada qual
atuando em suas especificadas, e todos contribuindo para uma melhor condição de vida.8 Os
fisioterapeutas atuam na educação em saúde, passando os conhecimentos em motricidade,
cognição, consciência do corpo, ajudando os idosos a serem responsáveis por sua saúde. 23
No desenvolvimento da terapia, é necessário analisar a dificuldade e escolher um
programa de exercícios interessante para o paciente receber, buscando incentivar o aluno a
continuar treinando.77 A aptidão física e a atividade física são importantes na qualidade de vida
dos iodos, principalmente os que possuem dificuldades funcionais.15 O fisioterapeuta organiza
uma proposta que promove a saúde do idoso mediante a observação feita previamente, a partir
das mudanças encontradas. É preciso considerar, que a percepção desse idoso comparado às
atividades básicas diárias, bem como os instrumentos, buscam contextualizá-las na realidade.8
Os danos das funções musculares são inevitáveis no envelhecimento, porém podem
reduzidas e até revertidas, a partir do condicionamento físico. Logo, exercícios a longo prazo
podem prevenir deficiências musculares. A atividade física constante, logo, aprimora as
funções mentais e físicas, além de reverter efeitos de doenças crônicas. 36
Gomes et al.16 apresenta que vários modelos de instrumentos foram e estão sendo
gerados para que os profissionais da saúde detectem precocemente os idosos que demonstram
maior risco de quedas.
A escala TUG (Timed up and go), possibilita a análise do risco de queda de um paciente,
bem como a capacidade de transferência, associando com o equilíbrio dinâmico. É basicamente
25
levantar-se de uma cadeira, sem auxílio dos braços, andar a uma distância de três metros, dar
volta e sentar-se.4
O teste TUG avalia a velocidade da marcha e o equilíbrio dinâmico. 31 O risco de uma
queda é maior quando o teste TUG necessita de ≥13,5 segundos para ser encerrado, a velocidade
de marcha é de <1m/s.9
As dores crônicas do corpo estão dentre os entraves apresentados pelos idosos para não
praticar exercícios físicos regularmente. A prática de exercícios físicos permite reduzir a dor
por meio da liberação de endorfinas, responsáveis por aumentar a tolerância a dor.76 Além disso,
considera planejamento e sistematização, para manter ou aperfeiçoar a aptidão física. 27
Está prática de exercícios físicos ajudam no tratamento das doenças crônico-
degenerativas, além de possuir um efeito neuroprotetor e preventivo no desenvolvimento de
doenças neurodegenerativas é relacionada à melhoria das funções executivas e cognitivas. 75 A
prática de exercícios físicos gera melhores aspectos na flexibilidade, equilíbrio, funcionalidade
e maior resistência muscular, minimizando o risco de quedas. O tipo de exercício mais eficiente
na prevenção é o treino de equilíbrio.8
Depois da queda, o idoso restringe sua atividade por medo, dor ou pela incapacidade
funcional.33 Sendo assim, as ações preventivas são necessárias para suprir as demandas dos
idosos, tornando-se importante os programas de promoção, prevenção e educação em saúde. 46
O planejamento de um programa de treinamento físico para idosos precisa considerar suas
finalidades e motivações para a prática de atividades físicas.15
O exercício físico ajuda a reduzir muitos efeitos adversos, como saúde mental precária,
fragilidade, reduz o número de quedas e da função cognitiva, pulmonar e cardíaca. São
evidências acumuladas que apresentam que o exercício, tanto aeróbico, quanto de força, é
recomendado para os idosos saudáveis ou com doenças crônicas. 50 No começo do exercício, o
esqueleto é exposto a várias tensões geradas por forças de tração, cisalhamento e compressão.35
A promoção de atividades físicas e hábitos alimentares saudáveis ao longo do
desenvolvimento ósseo amplia as chances de acúmulo ósseo, retardando a osteoporose. 35 A
atividade física e o treinamento físico corroboram com a manutenção e aumento da força
muscular.31
A prática de atividade física regular consegue reduzir os efeitos deletérios do
envelhecimento, corrobora com a manutenção e/ou melhora da força muscular, coordenação e
velocidade do movimento. Logo, é uma potente estratégia para prevenção de quedas. 25 O
treinamento físico regular preveni lesões como quedas; elevar a mobilidade e reduzir a
mortalidade.79
27
O treinamento de equilíbrio tem sido analisado como uma intervenção para retardar o
declínio fisiológico do controle do equilíbrio em idosos, e tem se apresentado com uma
alternativa eficaz na melhora do equilíbrio e controle postural.9 Esse treino é fundamentado em
exercícios específicos, buscando elevar a estabilidade da postura, aprimorar as atividades
diárias e reduzir os sintomas.1
O treinamento de equilíbrio é importante para reduzir as taxas de quedas em idosos. 83
Além disso, neutraliza a inatividade gerada pelo medo de cair, portanto é necessário considerar
exercícios para deslocamento do centro de gravidade e redução da base de apoio.84
Os elementos dos exercícios físicos, e alguns programas alternativos, consideram
exercícios que visam simular atividades diárias, bem como um programa com circuito de
exercícios, onde conterá treinamento de força e equilíbrio. Um programa de fisioterapia
convencional considera exercícios de equilíbrio, que foram relacionadas a vários exercícios. 6
O treinamento de equilíbrio desafiador é eficaz para aprimorar o equilíbrio, marcha e
desempenho da tarefa quando administrado numa dose viável, numa amplitude de ambientes
de reabilitação.85 Além disso, são atividades voltadas para elevar a força da parte inferior do
corpo e minimizar a probabilidade de queda.86
Muitos relatam que o treinamento de equilíbrio é benéfico na redução de quedas. Porém,
alguns desses exercícios possuem desafios físicos inerentes que impedem os idosos de realiza-
los de maneira eficaz. Outras doenças concomitantes associadas à idade são desafios para a
execução desses exercícios.87 Nesse exercício é preciso fazer uma atividade onde a superfície
de apoio sofre perturbações, seja instável, promovendo as reações posturas, ativação muscular
adequada e ganho de força.88 Além disso, é preciso citar que um treino de base para poder ficar
em pé e mover-se, logo, é necessário na prevenção de quedas.27 Quando associado a um
programa de fisioterapia convencional, incluem exercícios de equilíbrio como alongamento,
força e coordenação motora.8
29
3 MÉTODO
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
que apresentam que o mecanismo pelo qual as quedas acontecem é por conta de um fenômeno
de baixa perfusão cerebral, levando a lesão cerebral crônica nos locais relacionados à
estabilidade e marcha por neurodegeneração, além da relação entre Acidente Vascular Cerebral
(AVC) e prejuízo cognitivo.
Vaceli e cols.6 após um levantamento literário apontam que é muito importante abordar
sobre a queda em idosos, pois o tratamento fisioterápico corrobora com a gerontologia e a saúde
do idoso, trabalhando aspectos que consideram a força, mobilidade e postura visando
aperfeiçoar o equilíbrio com exercícios e atividades.
Mesmo que hajam perdas comuns relacionadas ao envelhecimento, conforme Rodrigues
e Homem23, é necessário promover os idosos visando estimular um envelhecimento ativo, com
uma melhor qualidade de vida. A queda em idosos pode gerar muitas sequelas, que influenciam
fisicamente e psicologicamente, bem como a ajuda de fisioterapeutas, que contribuem para uma
velhice saudável e feliz. Portanto, aproveitar de uma velhice saudável e ativa tem relação com
o estilo de vida levado. Nascimento, Maggi e Helena 39 apresentam que o risco de quedas pode
ser menor por programas de exercícios que focam nos exercícios de equilíbrio e ganho de força.
As intervenções, em geral, em idosos, que visam reduzir as quedas e melhorar a qualidade de
vida, apresentam grandes resultados.
Dentro da análise da pesquisa de Teixeira e cols.2 aplicada em um município do sudoeste
baiano, teve-se como público-alvo idosos residentes na abrangência de uma ESF. Analisou-se
as respostas dos entrevistados e obtidas informações sobre 10 participantes, predominantemente
feminino, com idade entre 62 e 90 anos, evidenciando a feminização do envelhecimento e suas
consequências. Todas as quedas acontecem no domicílio, principalmente no quarto e/ou
banheiro. Dos entrevistados, somente dois praticavam atividade física constantemente, como
andar de bicicleta. Logo, diante das mudanças funcionais do envelhecimento, as quedas tornam-
se comuns, sendo uma preocupação para os idosos, podendo, entretanto, gerando o declínio na
capacidade, fragilização, entre outros fatores que caracterizam um problema público.
Os estudos de Chavez e cols.61 apresentam que nos últimos anos, a fragilidade tem
impactado na saúde cardiovascular dos idosos, elevando o risco de desfechos adversos, bem
como a redução da marcha e sarcopenia.
Segundo estudos de Thomas e cols.27 os altos níveis de atividade física reduzem a
morbidade e mortalidade, bem como o risco de queda entre 30 e 50%. Os principais treinos são
o de força e equilíbrio, que buscam reduzir o risco de quedas. Entretanto, o equilíbrio é a base
da capacidade de ficar em pé e mover-se, logo, o treinamento também é muito importante na
prevenção de quedas. Também se comprovou que idosos com equilíbrio deteriorado são mais
35
ser considerados em protocolos de treinamento para idosos, visando prevenir o risco de quedas,
e precisam ser feitas em toda a população saudável. Entretanto, é preciso que haja mais estudos,
de maior tempo para estimar os efeitos de longo prazo dos programas de equilíbrio na redução
da taxa de quedas.
Shamsi e cols.46 apresentam que existem inúmeros exercícios que buscam não somente
aumentar o equilíbrio, bem a flexibilidade, coordenação e tempo de resposta. Ademais, a
atividade física influencia positivamente nas funções cognitivas. É muito importante ensinar o
paciente como mudar a posição do corpo com segurança, isso o preparará para possíveis quedas.
Todas as ações feitas precisam evitar quedas e reduzir a taxa de lesões, além de prevenir
possíveis deficiências, dependência da família e a quantidade de pacientes hospitalizados.
Orsano, Moraes e Prestes81 a potência e força muscular são elementos necessários para
a preservação da capacidade funcional e independência para executar as atividades diárias em
idosos, pois o envelhecimento parece minimizar a força e potência muscular, geradas pelo
declínio das funções morfológica e neuromuscular. Essa força e potência podem reduzir em
média de 20 a 40% entre os 70 e 80 anos e 50% depois dos 80 anos.
Estudos de Oliveira e Vieira80 apresenta que entre os tratamentos disponíveis, o
exercício resistido é o que demonstra maiores resultados na prevenção e retardo da Sarcopenia,
responsável pelas vantagens que devolvem a independência aos idosos, aumento da massa e
força muscular, desenvolvimento do equilíbrio, prevenção de doenças cardiovasculares,
respiratórias e neuromusculares. Portanto, os exercícios resistidos são importantes no
tratamento fisioterapêutico, comprovando a necessidade de prevenir e controlar a Sarcopenia.
Os autores Oliveira e cols.93 concluíram em seus estudos que os tratamentos
hidroterápicos são relevantes, pois são feitos em meio aquático, sendo assim, são menos graves.
Isso pode ajudar na capacidade atlética de indivíduos com funções físicas e fazer com que
percam algumas habilidades motoras. A hidroterapia ajuda os idosos que sofrem com doenças
que geram desgaste articular ou distúrbios do movimento, bem como as pessoas com doenças
neurológicas. Entretanto, os pacientes com doenças pulmonares e cardíacas graves, bem como
incontinência urinária ou intestinal são contraindicados.
Santos e Miranda94 delimitam que a partir dos resultados dos estudos, é possível reduzir
os riscos de quedas, com treinos de força muscular e exercícios de equilíbrio. A força muscular
está associada a saúde e função fisiológicas positivas, especialmente para o idoso pela relação
direta com o equilíbrio, locação e, redução dos riscos de quedas.
Conforme McPhee e cols.24, existem inúmeras evidências que a atividade física regular
é segura para idosos saudáveis e frágeis, além disso, os riscos para desenvolver doenças
37
assistência de idosos senis, bem como idosos cujo envelhecimento ocorre fisiologicamente.
Logo, são profissionais que corroboram com a saúde dos idosos em geral.
O estudo limita-se apresentar sobre a atuação do profissional fisioterapeuta na
prevenção de quedas em idosos, motivada por inúmeros fatores, as síndromes e doenças do
envelhecimento.
39
5 CONCLUSÃO
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