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FISIOTERAPIA EM DOENÇAS DEGENERATIVAS CENTRAIS E

PERIFÉRICAS

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SUMÁRIO

1. CONCEITOS E FUNDAMENTOS ............................................................................ 4

2. FISIOTERAPIA DOMICILIAR ................................................................................... 7

3. FISIOTERAÍA GERONTOLÓGICA .......................................................................... 8

3.1 Quais os Objetivos Dessa Técnica? ............................................................... 10

3.2 Tipos de Fisioterapia Gerontológica ................................................................ 12

4. CARACTERÍSTICAS ............................................................................................... 17

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 27

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino,
de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1. CONCEITOS E FUNDAMENTOS

Figura 1

A fisioterapia geriátrica tem ganhado cada vez mais adeptos pelos resultados
positivos que vem apresentando no tratamento de diversas doenças relacionadas ao
avanço da idade.
A especialidade atua na prevenção e reabilitação do idoso com o objetivo de
melhorar sua autonomia e qualidade de vida. Com exercícios diversificados e
especiais para cada necessidade, a fisioterapia visa a melhorar a força muscular, o
equilíbrio, a capacidade respiratória, a incontinência urinária, dores e a postura, bem
como dar melhor flexibilidade e coordenação motora.
De acordo com a fisioterapeuta Áurea Gonçalves Ferreira, especialista em
fisioterapia geriátrica, atualmente a especialidade consegue obter resultados no
tratamento de portadores da doença de Parkinson e do mal de Alzheimer. “Hoje em
dia, vem se descobrindo com mais frequência o aparecimento dessas doenças
classificadas como patologias geriátricas e, portanto, atingem mais os idosos.
Porém, vem se questionando muito o desenvolvimento dessas doenças
degenerativas também em adultos de faixa etária de 35 a 45 anos, especialmente
Parkinson”, revela.

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A especialista afirma que as duas doenças degenerativas podem levar o
paciente ao óbito, embora o mal de Alzheimer tenha um progresso importante de
cinco a 10 anos após o diagnóstico. Mas Áurea Gonçalves destaca que,
principalmente no caso do Parkinson, a morte acontece se nada for feito para
diminuir a progressão da doença e seus efeitos sobre a vida do portador.
“Enquanto o Alzheimer é uma doença silenciosa, o Parkinson, que tem quatro
fases, é visível a partir da primeira etapa. No caso do Alzheimer, a doença atrapalha
o trabalho dos neurônios na hora que a pessoa busca formar um raciocínio e a
cognição. A doença atua causando degeneração da memória, do raciocínio e da
coordenação motora”, frisa Áurea.
Para a fisioterapeuta, a fim de evitar a progressão e as limitações das duas
doenças, o ideal é buscar um diagnóstico cada vez mais precoce. “Por serem
doenças genéticas, quanto melhor a qualidade de vida, mais tempo se poderá
atrasar seu desenvolvimento, sendo que o diagnóstico precoce é somente com
avaliação física.
O mal de Alzheimer é muito confundido com a demência do envelhecimento,
que todos nós um dia podemos desencadear, através do esquecimento, o que é algo
normal nessa fase da vida. Enfim, é sempre bom buscar o diagnóstico objetivo de
um profissional”, completa.
Cresce o número de pessoas com doenças degenerativas de caráter
progressivo no país, e com ela a expectativa de vida desses pacientes que, além do
mercado farmacêutica que investe bastante em pesquisa de medicamentos que
visam estabilizar essas doenças, outra demanda é a necessidade de profissionais
especializados que proporcionem qualidade de vida.
É o que explica o fisioterapeuta neurofuncional Jorge Alexandre Gomes, que
ministrará aula na Pós-Graduação da Bio Cursos, para os fisioterapeutas que atuam
na área da assistência em hospitais públicos e privados da capital amazonense.
Segundo o fisioterapeuta neurofuncional, as doenças degenerativas de
caráter progressivo geram problemas neuromusculares, ou seja, provocam a
incapacidade funcional, e pode levar o corpo a uma deformidade óssea e também
distúrbios respiratórios. "O fisioterapeuta, assim como toda a equipe de reabilitação,
busca estabelecer uma melhor qualidade de vida, mediante o trabalho com o
paciente e muitas vezes essas orientações são estendidas a família", explica.
Jorge salienta que o tratamento fisioterapêutico em pacientes com doenças

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neuromusculares é realizada pela fisioterapia motora, respiratória e, em alguns
casos, pela hidroterapia. "É importante ressaltar que cada paciente deve ter uma
conduta personalizada de acordo com a sua necessidade.
Com base da avaliação terapêutica, é possível definir metas de avanços na
reabilitação desse paciente em curto, médio e longo prazo", informa e acrescenta
que patologias como as distrofias, esclerose, amiotrofia quando diagnosticadas
precocemente, os exercícios de fisioterapia retardam as sequelas oriundas da
doença.
Diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica (ELA), aos 52 anos, a
professora universitária, Maria do Carmo Cunha, voltou aos estudos para saber mais
sobre a doença e preparar sua família para o que viria depois do diagnóstico.
"Não tive tempo para lamentar, eu precisava tentar retardar o máximo
possível essa doença que não tem cura e o tratamento é sintomático. E ela atacou
todo o meu lado direito do corpo e através da fisioterapia neurofuncional, voltei a
manusear objetos como copo e pente" comemora Maria do Carmo.
Maria do Carmo diz que a falta de eficácia no tratamento curativo definitivo é
um obstáculo que reduz o interesse para outras alternativas de alívio dos sinais e
sintomas da doença.
"Manaus conta com poucos profissionais especialistas e o serviço oferecido à
população ainda é muito limitado, mas ainda assim, eu faço semanalmente os meus
exercícios no setor de fisioterapia da Fundação Hospital Adriano Jorge", diz.

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2. FISIOTERAPIA DOMICILIAR

Diferentes quadros de doenças crônicas e degenerativas costumam obter


uma melhora significativa com auxílio da fisioterapia. Porém, os portadores de
problemas deste tipo nem sempre podem se deslocar aos centros de saúde que
oferecem o tratamento adequado.
Uma alternativa bastante eficiente em casos assim é a fisioterapia domiciliar.
Oferecido via home care, esse tipo de atendimento é realizado de maneira
personalizada, conforme o problema de saúde e as características físicas
específicas de cada paciente.
A partir deste conceito, os fisioterapeutas que atendem em domicílio
promovem diferentes adaptações nos exercícios recomendados. Tudo isso com o
objetivo de proporcionar as condições necessárias para que o doente desempenhe a
atividade física de que necessita.
A cada sessão, os profissionais trabalham não só questões que envolvem
reabilitação musculoesquelética, mas também o fortalecimento físico necessário
para a prevenção de problemas cardiorrespiratórios, comuns em diferentes quadros
crônicos e degenerativos.
Todos estes cuidados, aliados ao fato de poupar os pacientes da necessidade
de locomoção, produzem efeitos capazes de retardar ou mesmo impedir a evolução
da doença em tratamento, o que melhora a qualidade de vida do paciente de
maneira bastante significativa.

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3. FISIOTERAÍA GERONTOLÓGICA

No Brasil, até o ano de 2042 o número de idosos (acima de 60 anos) deve


dobrar. Esses dados são projeções do IBGE e foram divulgadas em julho de
2018.De acordo com o levantamento do instituto o país tinha 28 milhões de idosos
no ano passado e em dez anos, chegará a 38,5 milhões, equivalente a 17,4% do
total de habitantes. Quanto maior a população idosa, mais profissionais
especializados em geriatria, como a fisioterapia gerontológica, serão necessários
para a realização de cuidados dessa população especial.
A fisioterapia em gerontologia é uma das áreas da fisioterapia responsáveis
pelo tratamento de idosos, sendo regulamentada pelo COFFITO (Conselho Federal
de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) desde janeiro de 2017.
A Fisioterapia Gerontológica tem a função de oferecer mais qualidade de vida
à população idosa, promovendo saúde ou implementando tratamentos que visem
uma vida longeva, saudável a autônoma.
Entenda mais sobre a fisioterapia gerontológica e por que ela é tão
importante, continue a leitura!
Envelhecimento
O envelhecimento é um tema tratado com preconceitos, pois a imagem da
velhice que é apontada nas pesquisas é predominantemente ligada a atributos
negativos, em todas as faixas etárias pesquisadas.
Por este motivo, ao trabalhar com idosos, é necessário ter clareza e respeito
das dimensões do envelhecimento e o que isso representa para cada indivíduo.
A medida que os idosos envelhecem, mesmo que apresentem boa saúde e
boa capacidade funcional, acabam sendo acometidos por uma série de doenças
crônicas que podem gerar consequências disfuncionais.
O processo de envelhecer se refere a sintomas clínicos e inclui os efeitos do
ambiente e das doenças, se diferenciando dos processos de envelhecimento que se
referem às alterações universais próprias da idade.
Enquanto a senescência se diz respeito ao envelhecimento natural ou
fisiológico, a senilidade é o envelhecimento que envolve doenças ou que seja
considerado patológico.
O envelhecimento está associado a um declínio de funções orgânicas, das

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capacidades físicas que têm relação com funções psicológicas e comportamentais,
também relacionados às condições socioculturais.
O processo de envelhecimento sofre interferência de características culturais
e de outros fatores como condições socioeconômicas e as condições de gênero.
Todas as interferências das diferenças genéticas somadas às interferências sociais,
culturais e econômicas são determinantes no processo.
Porém, existem alguns temas que são universais para o grupo social idoso,
como enfrentar os problemas de saúde física, de saúde psicológica a questões
relacionadas ao social (aposentadoria, família, viuvez).
No Brasil, o perfil epidemiológico dos idosos é muito diferente dos indivíduos
de faixas etárias mais jovens, apresentando um maior peso as doenças crônico-
degenerativas, as insuficiências cardíaca e respiratória, o AVC e o Mal de Alzheimer.
Os idosos geralmente são portadores de doenças que de forma frequente são
múltiplas, somando-se aos efeitos das alterações fisiológicas próprias do
envelhecimento normal e as modificações funcionais produzidas pela presença de
doenças concomitantes.
As doenças crônicas representam o principal papel das incapacidades, sendo
a maior razão para a demanda por serviços de saúde.
O transtorno psicológico mais comum no idoso é a depressão. Viuvez,
solidão, hospitalização e a exclusão de atividades sociais podem influenciar
negativamente a capacidade funcional do idoso, podendo agravar ou desencadear
quadros depressivos.
Fisioterapia Gerontológica
Inicialmente é preciso entender que existem diferenças entre os termos
geriatria e gerontologia.
O termo gerontologia foi utilizado pela primeira vez em 1903 por Elie
Metchnicoff, sendo a união das palavras gregas gero (velho) e logia (estudo).
A gerontologia estuda o envelhecimento nos aspectos biológicos,
psicológicos, sociais e outros. Os profissionais dessa área têm formação
diversificada, interagindo entre si e com os geriatras. O objetivo é a descrição e a
explicação do processo de envelhecimento nos seus mais variados aspectos, sendo
de natureza multi e interdisciplinar. Visa a prevenção e a intervenção para garantir a
melhor qualidade de vida possível dos idosos até o momento final da sua vida.
Em 1909 o médico Ignatz L. Nascher introduziu na literatura o neologismo

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“geriatria” para denotar o estudo clínico da velhice, por analogia à pediatria, que é o
estudo clínico da infância.
A geriatria é a especialidade médica, integrada a área da gerontologia, que
possui instrumental específico para atender aos objetivos da promoção da saúde, da
prevenção e do tratamento de doenças, da reabilitação funcional e dos cuidados
paliativos.
Agora que as diferenças entre geriatria e gerontologia foram elucidadas, fica
mais fácil entender que existem também diferenças entre elas na área da
fisioterapia:
Fisioterapia geriátrica – área que contempla conteúdos voltados ao processo
de tratamento das doenças e aos métodos e técnicas para preveni-las, da ótica dos
conhecimentos em Fisioterapia.
Fisioterapia gerontológica – área que atua na prevenção e reabilitação do
idoso, com o objetivo de minimizar as consequências das alterações fisiológicas e
patológicas do envelhecimento, tendo como base de conhecimento as técnicas e
métodos aprendidos na Fisioterapia.

3.1 Quais os Objetivos Dessa Técnica?

O objetivo principal da fisioterapia gerontológica é preservar a função motora


do idoso, promovendo o adiamento da instalação de incapacidades decorrentes do
envelhecimento e/ou reabilitar o idoso de forma funcional, dentro de suas
potencialidades, heterogeneidades e especificidades.
Na fisioterapia gerontológica é importante compreender que a técnica não se
baseia apenas no instrumento de reabilitação, mas também pode proporcionar ao
idoso a abrangência de sua totalidade, correlacionando funções físicas,
psicossociais, cognitivas e emocionais.
A fisioterapia também possui grande destaque na área preventiva, evitando
ou minimizando a ocorrência de perdas fisiológicas no sistema ósseo e
neuromuscular associadas ao envelhecimento e também retardando incapacidades
resultantes de doenças crônico-degenerativas que são comuns no envelhecimento.
O fisioterapeuta especialista em gerontologia deve incluir, em seu tratamento,
uma abordagem diferenciada ao paciente, um olhar humanizado e integral pautado
pelo princípio que em sua frente há um sujeito idoso, que possui uma longa história

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de vida. Os idosos podem apresentar grandes variações individuais e
particularidades do processo de envelhecimento.
É necessário observar alguns aspectos centrais como histórico clínico, familiar
e psicológico do idoso, buscando a integração multidisciplinar e o envolvimento com
a família e os cuidadores.
Benefícios para os idosos
É importante envolver os idosos em atividades que ajudem os mesmos a se
sentirem melhor, se aceitarem e aceitarem os demais. Essas atividades podem
melhorar a agilidade do idoso e fazê-lo sentir, valorizar e conhecer o próprio corpo.
A prática de exercício físico orientado por um profissional qualificado é de
extrema importância, visto que cada idoso possui suas particularidades, sendo
necessário um atendimento individualizado e personalizado.
O exercício físico ajuda a minimizar os riscos de desenvolvimento de
doenças, além de agir como forma terapêutica nas já existentes.
A prática de exercício físico no idoso possui como benefícios:
 Melhora a composição corporal;
 Diminui dores articulares;
 Aumenta a massa muscular;
 Ajuda o aumento da densidade mineral óssea;
 Reduz o peso corporal;
 Melhora da pressão arterial em repouso;
 Melhora a função pulmonar;
 Melhora o equilíbrio e marcha, prevenindo quedas;
 Melhora da utilização de glicose;
 Melhor controle da glicemia;
 Melhora do perfil lipídico;
 Aumenta a capacidade aeróbia;
 Melhora de força e de flexibilidade;
 Diminui a resistência vascular;
 Melhor a circulação periférica;
 Ajuda para os benefícios psicossociais;
 Alívio da depressão;
 Aumento da autoconfiança;
 Melhora da autoestima.

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O exercício físico planejado e bem estruturado pode, ainda, retardar o período
de tempo em que a capacidade funcional declina até o limiar crítico para a perda da
independência.
Motivação e aceitação do paciente no que diz respeito às alterações do seu
estilo de vida são os fatores relevantes para o sucesso da reabilitação.
O profissional precisa dominar a capacidade de se comunicar para conseguir
a confiança do idosos, para assim conseguir sua cooperação durante o tratamento.

3.2 Tipos de Fisioterapia Gerontológica

Respiratória
A pneumonia é a doença mais comum entre os idosos, sendo muitas vezes
necessária a internação para o tratamento, com alto índice de mortalidade.
Nesses casos uma conduta de fisioterapia respiratória (hospitalar ou
domiciliar) é primordial para uma melhor e mais rápida reabilitação do idoso.
As manobras de higiene brônquica, aspiração (em pacientes mais graves) e a
tosse assistida são as técnicas mais utilizadas nesses casos.
A fisioterapia respiratória é indicada para todos os idosos que apresentem
algum tipo de comprometimento pulmonar, seja ele agudo ou crônico.
Técnicas de reexpansão torácica, reeducação respiratória e fortalecimento da
musculatura expiratória devem ser realizados para manutenção da função pulmonar.
O fisioterapeuta gerontológico que trabalha a parte respiratória vai também
prescrever exercícios de alongamento e fortalecimento muscular global, junto com
exercícios de condicionamento físico para melhora da função cardíaca a pulmonar,
visando a melhora da funcionalidade como um todo.
Neurológica
Na fisioterapia gerontológica direcionada para idosos com disfunções
neurológicas o objetivo principal é oferecer ao paciente formas de conseguir um
maior grau de independência.
As patologias neurológicas mais comuns nos idosos são o AVC (Acidente
Vascular Encefálico), Doença de Parkinson e Mal de Alzheimer e cada uma
apresenta particularidades, fazendo com que o tratamento nesses casos seja bem
diferente.
No AVC é preciso trabalhar para manter a independência funcional e

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qualidade de vida com as limitações que foram causadas pelas sequelas da doença,
que geralmente são a hemiplegia e ou hemiparesia.
Nesses casos é importante trabalhar o fortalecimento muscular e as
mobilizações articulares, para manutenção da saúde das articulações. Técnicas de
diminuição da espasticidade também são indicadas para auxiliar na reabilitação.
Na Doença de Parkinson o objetivo principal é tratar os distúrbios
apresentados pelo paciente, adiando possíveis complicações causadas pela
progressão da doença.
No Mal de Alzheimer é preciso manter o idoso em atividade e com maior
independência possível, respeitando as limitações das fases da doença e
prevenindo complicações.
Ortopédica
Nos idosos são muito comuns as doenças degenerativas como as artroses,
artrites e osteoporoses.
A fisioterapia gerontológica em pacientes ortopédicos tem como objetivo tratar
a fase aguda da doença, controlando a dor e a inflamação e realização de exercícios
para manter a força e a mobilidade como forma preventiva, para impedir a
progressão da doença ou o desenvolvimento de novos sintomas.
Em pacientes com osteoporose é importante trabalhar o controle de equilíbrio
para evitar as quedas e fraturas decorrentes dessas quedas.
Hidroterapia
A hidroterapia é um excelente recurso da fisioterapia, muito indicado na
reabilitação e prevenção de doenças em idosos.
A água é um meio diferenciado e muito apropriado para a prática de
fisioterapia em pessoas idosas, permitindo um atendimento em grupo e a facilitação
da recreação, socialização e treinos de domínio da água.
A hidroterapia tem como vantagens:
Reduz drasticamente e peso, devido a flutuação, tornando o exercício menos
doloroso;
Permite a capacidade de se movimentar rapidamente na água, permitindo a
realização de exercícios aeróbicos como corridas e até saltos;
Libera endorfinas que ajuda a reduzir sensações de dor e produz sensação de
bem-estar, mesmo após o final da terapia.
Promove relaxamento, diminuindo o estresse e prevenindo a depressão.

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A hidroterapia afeta o comportamento do idoso, aumentando sua autoestima e
confiança com a sensação de ausência de peso e dor, além de ser uma forma de
experimentar uma atividade física diferente nunca antes experimentada, além de
melhorar toda a parte física.
Preventiva
Atualmente as equipes de saúde promovem terapias para a prevenção de
doenças, principalmente nos idosos.
O aumento da expectativa de vida dos idosos hoje é atribuído principalmente
pela prevenção de doenças, levando um melhor controle de doenças
infectocontagiosas e crônico-degenerativas.
Uma das formas de se prevenir essas doenças é através do exercício físico. A
prática de exercício físico regular previne as alterações infectocontagiosas e
degenerativas, além de prevenir doenças como o diabetes, AVC, hipertensão e etc.
O exercício físico também é um fator positivo na melhora da qualidade de vida
dos idosos, sendo também importante para prevenção de quedas e melhora do
equilíbrio.
Além de prevenir problemas físicos, os exercícios também ajudam a promover
a melhora da saúde mental dos idosos.
Os programas de exercícios físicos elaborados por fisioterapeutas são
individualizados para as necessidades particulares de cada paciente, respeitando
seus comprometimentos e limitações funcionais.
Os exercícios de fisioterapia preventiva duram entre 50 e 55 minutos,
devendo ser realizadas de duas a três vezes por semana.
Na sessão são realizados exercícios de aquecimento, fortalecimento
muscular, mobilidade articular, coordenação, agilidade e equilíbrio, com o objetivo de
manter o idoso ativo, com manutenção de suas habilidades funcionais e melhor
qualidade de vida.
Cuidados com os pacientes de terceira idade
Ao tratar um paciente idoso consiste na “escuta”, ou seja, é preciso ouvir o
que o paciente tem a dizer para entender sua história de vida e ajudá-lo. Escutar o
idoso contribui para a orientação do cuidador ou do próprio paciente sobre as
práticas que ele pode fazer, práticas essas que tem como objetivo melhorar a
qualidade de vida.
Durante as conversas é possível ter uma ideia de quais recursos da

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fisioterapia podem ser utilizados, como um alongamento, fortalecimento ou
exercícios respiratórios.
Durante essa prática é possível, por exemplo, observar se o paciente precisa
de um tratamento psicológico ou até uma nova visita ao médico. É importante prestar
atenção aos sintomas depressivos e depressão que o idoso pode vir a desenvolver,
caso não apresente já esse diagnóstico. Por isso é de extrema importância ouvir
tudo o que o paciente idoso tem a dizer, pois assim é possível traçar a conduta ideal
e que vai atingir os objetivos propostos e oferecer uma melhor assistência de saúde
como um todo.
Nesses casos o papel do fisioterapeuta é primordial, já que muitas vezes ele é
o profissional que mais tem contato com o paciente, pois estabelece uma relação de
confiança e criando um ambiente favorável para que durante à terapia sejam
discutidos assuntos que possam auxiliar a elaborar os objetivos, metas e projetos de
vida.
Outro cuidado importante durante a fisioterapia gerontológica é dizer ao
paciente para qual motivo aquele exercício está indicado. Se o fisioterapeuta não
explica o “por que” e o “para que” do exercício proposto, poderá ter como resposta a
desmotivação e o desinteresse do paciente, deixando de estabelecer a relação entre
o que ele faz na terapia e na sua vida.
É importante que o fisioterapeuta dê um sentido para essa atividade,
transformando-a em uma meta a ser atingida, deixando claro que aquela terapia
ajudará o idoso a ter uma melhor qualidade de vida, podendo andar sozinho nos
espaços sem depender de ninguém, conseguir realizar higiene pessoal sozinho e
etc.
Durante as sessões é preciso tomar cuidados especiais, já que os idosos
apresentam certas fragilidades que necessitam de atenção extra.
A pele dos idosos, por exemplo, é muito sensível e se machuca com
facilidade. Ao utilizar eletrodos para tratamento de eletroterapia, por exemplo, ao
invés de prendê-los com fita adesiva comum, é preferível utilizar micropore pois esse
tipo de adesivo não machuca a pele.
Alguns idosos que possuem diabetes podem ter sua sensibilidade alterada,
então a eletroterapia pode não ser uma boa indicação, já que ele não saberá
informar sobre a intensidade ideal para ele. A termoterapia nesses casos também
deve ser feita com cautela, pois muitos não possuem sensibilidade ao calor e podem

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acabar causando queimaduras por usar os aparelhos em altas intensidades (sem
que o idoso perceba que o calor está intenso).
Quando o idoso possui alterações cognitivas é necessária também uma
atenção extra, pois eles podem não conseguir expressar sentimentos de dor ou de
desconforto durante os exercícios. Nesses casos é importante conversar com os
cuidadores e familiares para identificar a melhor forma de comunicação entre o
fisioterapeuta e o paciente.
Antes e depois da terapia deve-se aferir a pressão arterial e conferir os
batimentos cardíacos, sempre analisando para que ao final da sessão não haja
nenhum tipo de alteração fora do considerado normal (aumento da pressão ou dos
batimentos cardíacos em excesso).
Caso haja alguma alteração, é preciso encaminhar o idoso para avaliação
médica.
Segundo o IBGE estima-se que em 2042 a população brasileira atinja 235,5
milhões, sendo que desses, 57 milhões serão idosos.
Como há uma maior expectativa para o aumento da população idosa no
Brasil, é preciso considerar os novos desafios que se apresentam.
Esses desafios se dizem respeito a importância do trabalho preventivo e
educacional em saúde, o controle de patologias crônicas (principalmente as que
afetam a saúde física) e o incentivo a sua reinserção social, com o objetivo de
afastar quadros de transtornos psicológicos.
O envelhecimento e suas sequelas físicas são muito susceptíveis às práticas
de promoção e de prevenção, por isso uma conduta de exercícios físicos é
primordial para a manutenção da função do idoso e para melhorar sua qualidade de
vida como um todo.
A fisioterapia atua em qualquer idade, porém o idoso necessita de uma
atenção maior.

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4. CARACTERÍSTICAS

Para os anatomistas antigos, a divisão do sistema nervoso nas partes central


e periférica foi intuitivamente razoável. Esta divisão não é arbitrária. Existem muitas
diferenças entre o SNP e o SNC consideradas importantes do ponto de vista clínico.
A diferença mais evidente entre ambos reside na simplicidade funcional do SNP.
Em essência, o SNP consiste em um sistema de retransmissão simples que
transporta sinais motores, sensoriais e autonômicos entre o SNC e as estruturas
somáticas. O correlato clínico é o repertório limitado de sinais e sintomas produzidos
pelo mau funcionamento do SNP. É possível inferir relativamente pouco acerca da
causa de um distúrbio de nervo periférico, partindo apenas dos sinais e sintomas.
Uma segunda característica distintiva do SNP é sua acessibilidade. Diferente
do cérebro e da medula espinal, que estão bem protegidos por caixas ósseas, a
maioria dos principais nervos periféricos situa-se logo abaixo da pele ao longo de
grande parte de seu curso. Esta acessibilidade simplifica o exame direto das
características elétricas e histológicas dos nervos periféricos.
A avaliação clínica das doenças do SNP tem sido bastante facilitada pelos
exames de condução nervosa e biópsias de nervo, os quais podem ser realizados
essencialmente sem oferecer nenhum risco ao paciente.
As capacidades regenerativas diferem entre o SNP e o SNC. No SNC
maduro, há pouco recrescimento dos axônios após uma lesão. Entretanto, um nervo
periférico lesado frequentemente regenera em longas extensões e restabelece as
conexões funcionais. Desta forma, muitos distúrbios envolvendo nervos periféricos
apresentam potencial de recuperação significativa da função com o tratamento.
Por muito tempo, a diferença de capacidade regenerativa foi considerada
relacionada a alguma propriedade intrínseca dos neurônios do SNP. Entretanto,
parece que o aspecto crítico é o ambiente ao qual os neurônios são expostos.
Se um feixe de fibras de nervos do SNC (p. ex., nervo óptico ou medula
espinal) é transeccionado e imediatamente reanastomosado, então há pouca
renovação axonal. Entretanto, se a terminação proximal da mesma lesão é
anastomosada a um enxerto de nervo periférico, surgem brotos axonais que se
estendem por muitos milímetros através do enxerto de nervo periférico e podem até
estabelecer conexões funcionais com neurônios-alvo do SNC.
As bases celulares e moleculares desta diferença entre os tecidos de

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sustentação do SNP e do SNC não são totalmente conhecidas. A célula de Schwann
(que é exclusiva do SNP) parece ser decisiva, embora outras células (p. ex.,
fibroblastos e macrófagos) provavelmente também estejam envolvidas. Acredita-se
que a célula de Schwann e o milieu extracelular do nervo periférico fornecem um
ambiente favorável ao crescimento axonal, atraindo e talvez guiando os brotos
axonais.
Duas classes principais de moléculas influenciam o crescimento e
desenvolvimento dos axônios em brotamento in vitro: fatores de crescimento e
moléculas de adesão. Algumas destas moléculas (p. ex., fator de crescimento de
nervo, N-caderina e laminina) foram bem caracterizadas.1 Enfim, nosso
conhecimento sobre os eventos moleculares que intensificam ou inibem o
crescimento axonal após a lesão de um nervo pode resultar em tratamentos que
melhorem o reparo e a recuperação dos nervos em seres humanos, no entanto isso
ainda não é uma realidade clínica.
Abordagem geral das doenças de nervos periféricos
Manifestações clínicas
Os distúrbios do SNP produzem combinações de sintomas motores,
sensoriais e autonômicos. Estes sintomas são essencialmente determinados pela
classe de fibras nervosas afetadas (p. ex., fibras motoras ou sensoriais) e pela
localização das lesões, em vez de pela etiologia do processo.
Os sintomas motores incluem o enfraquecimento (uma queixa comum), atrofia
muscular, fasciculações e cãibras. Estes dois últimos sintomas motores podem ser
descobertos apenas mediante perguntas específicas dirigidas ao paciente.
Os sintomas sensoriais incluem a perda de certos tipos de sensação e a
presença de formigamento, picadas, agulhadas e sensação de queimação. A
descrição da qualidade e distribuição dos sintomas sensoriais fornecida pelo próprio
paciente frequentemente é mais reveladora do que o exame sensorial.
A dor é um sintoma comum em distúrbios de nervos periféricos e muitas
vezes está associada a outros sintomas neuropáticos. Quando a dor é o único
sintoma, sua causa provavelmente está relacionada a outras estruturas, e não aos
nervos periféricos.
Os sintomas autonômicos são heterogêneos, e muitas vezes é possível
descobri-los apenas por meio de perguntas diretas, pois podem não parecer
especialmente neurológicos ao paciente.

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Os sintomas autonômicos comuns são as tonturas ou desmaios ortostáticos,
sudorese excessiva ou diminuída, impotência ou falha ejaculatória, e
comprometimento da motilidade gastrintestinal (em particular o retardo do
esvaziamento gástrico).
Exames laboratoriais
As pesquisas laboratoriais frequentemente são necessárias ao esclarecimento
da natureza de um distúrbio de nervo periférico. Além dos exames empregados na
avaliação de outros tipos de doenças neurológicas (p. ex., punção lombar), também
existem técnicas de exame direto da histologia e fisiologia dos nervos periféricos.
Os exames neurofisiológicos (em especial os exames de condução nervosa)
podem ser considerados uma parte rotineira da avaliação de qualquer paciente com
polineuropatia. A biópsia de nervo, por sua vez, é um procedimento invasivo e está
associada ao aparecimento de sintomas sensoriais problemáticos e persistentes em
alguns pacientes.
Em consequência, recomenda-se que a biópsia de nervo seja reservada para
pacientes com sinais e sintomas neurológicos incapacitantes ou para os casos em
que poucos diagnósticos específicos estão sendo investigados.
Exames de condução nervosa
Os exames de condução nervosa podem fornecer suporte para um
diagnóstico de neuropatia e constituem uma forma relativamente objetiva de seguir o
curso da doença. Estes exames também podem levar o clínico a inferir se a doença
está afetando principalmente os axônios ou suas bainhas de mielina – uma distinção
importante no diagnóstico diferencial da polineuropatia.
Os exames de condução nervosa fornecem uma indicação dos números de
grandes axônios sensoriais e motores mielinizados funcionais em vários nervos, bem
como a velocidade da transmissão de impulsos nestas fibras. O procedimento
consiste na despolarização de um pequeno segmento de nervo com um choque
elétrico rápido e o registro do vale de potenciais de ação resultante, à medida que
estes potenciais se propagam pelo nervo. Ambas as fibras, motoras e sensoriais,
são ativadas por este procedimento.
As respostas motoras e sensoriais são distinguidas umas das outras por meio
do registro feito a partir de um feixe cutâneo do nervo (sensorial) ou a partir de um
músculo inervado (motor). Se os exames de condução nervosa mostrarem a
diminuição das amplitudes motoras e sensoriais aliada à preservação das

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velocidades de condução, é provável que o processo patológico subjacente seja a
perda ou destruição dos axônios.
Em contraste, se as amplitudes estiverem relativamente preservadas e houver
um retardo acentuado da velocidade de condução ou bloqueio de condução, é
provável que exista uma anormalidade envolvendo a bainha de mielina.
Eletromiografia com agulha
A eletromiografia com agulha consiste em uma investigação complementar
que geralmente é realizada em paralelo aos exames de condução. Em um paciente
com neuropatia periférica, a eletromiografia é útil na detecção de pequenos graus de
perda axonal que podem não ser detectados pelos exames de condução nervosa. A
eletromiografia também pode ser útil para indicar a localização precisa da lesão em
uma mononeuropatia. O procedimento requer o registro da atividade elétrica em um
músculo, por meio da inserção de um eletrodo com agulha no músculo.
Os músculos são examinados durante o repouso e na contração voluntária
leve. Quando a atividade elétrica produz um padrão anormal, o eletromicrógrafo
consegue determinar se o enfraquecimento apresentado pelo paciente resulta de um
músculo adoecido ou de um nervo motor comprometido.

20
Figura 2

Neuropatia periférica refere-se a um dano no sistema nervoso periférico, ou


seja, uma vasta rede de nervos que transmite informações do encéfalo e medula
(sistema nervoso central) para o resto do corpo. Nervos periféricos também trazem
informação quanto a sensibilidade para o sistema nervoso central, por exemplo,
quão frios estão os pés ou se um dedo está queimando.
Qualquer dano ao sistema nervoso periférico interfere com essas conexões
vitais. Tal qual uma estática numa ligação telefônica, a neuropatia periférica distorce
e algumas vezes até interrompe as mensagens trocadas entre sistema nervoso
central e a periferia do organismo.

21
Figura 3

Como cada nervo tem uma função altamente especializada em cada lugar do
corpo, um vasta gama de sintomas podem ocorrer quando os nervos são atingidos.
Algumas pessoas podem queixar-se de formigamento temporário (“parestesia”),
sensação de agulhas perfurando corpo, choques ou queimação, bem como fraqueza
da musculatura. Alguns podem se queixar de queimação (especialmente à noite),
paralisia muscular, até disfunção endócrina. Sintomas do tipo dificuldade para
digestão, oscilação da pressão arterial, alterações no suor ou disfunção sexual
podem estar presentes. Em casos extremos, a respiração pode ficar dificultada ou
lesão em órgãos internos.
Algumas formas de neuropatia podem danificar apenas alguns nervos, e são
chamadas de “neuropatias”. Mais frequentemente, múltiplos nervos em diferentes
membros estão atingidos simetricamente, causando a “polineuropatia”. Às vezes,
dois ou mais nervos são isoladamente afetados, em diferentes tempos, em
diferentes áreas, configurando a “mononeurite múltipla”.
Nas neuropatias agudas, do tipo polirradiculoneurite, os sintomas aparecem

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subitamente, são rapidamente progressivos e com resolução lenta. Nas formas
crônicas, os sintomas começam insidiosamente, com progressão muito lenta. Alguns
pacientes percebem períodos de agudização seguidos de melhora.
Outros podem atingir um estágio de estabilização, onde os sintomas ficam
estáveis por meses a anos. Algumas neuropatias crônicas pioram com o tempo,
porém poucas formas mostram-se fatais. Ocasionalmente, a neuropatia é sintoma de
outras doenças sistêmicas.
Nas formas mais comuns de polineuropatia, as fibras nervosas (células
individuais que constituem o nervo) mais distantes do cérebro e medular são as
primeiras a serem atingidas. Dor e outros sintomas aparecem simetricamente; por
exemplo, é comum a sensação de formigamento iniciar-se nos pés e ascender para
as pernas. Evolutivamente, os dedos das mãos, mãos e braços podem ser atingidos,
e os sintomas podem se estender até a região central do corpo. Muitos pacientes
diabéticos experimentam esse padrão de dano ascendente.
Mais do que cem tipos diferentes de neuropatia foram identificadas, cada uma
com suas características próprias: instalação dos sintomas, evolução e prognóstico.
Os sintomas irão depender de qual tipo de nervo foi acometido: motor, sensitivo ou
autonômico. Nervos motores controlam movimentos de todos os músculos sob
controle consciente, tais como aqueles usados para andar, agarrar ou falar. Nervos
sensitivos transmitem informação sobre experiência sensorial, tais como a sensação
de um corte na pele ou um toque leve. Nervos autonômicos regulam atividades
biológicas as quais não são controláveis de forma consciente, do tipo respiração,
digestão, frequência cardíaca, piloereção. Algumas neuropatias podem afetar os 3
tipos de nervos, outros afetam apenas um ou dois tipos. Portanto, a medicina utiliza
termos como “neuropatia predominantemente motora”, “predominantemente
sensitiva”, “neuropatia sensitivo-motora” ou “neuropatia autonômica” para descrever
o quadro clínico do paciente.

23
Figura 4

Sintomas são relacionados ao tipo de nervo afetado e podem acometer ao


paciente num espaço de dias, meses ou anos. A fraqueza muscular é o sintoma
mais comum das neuropatias. Outros sintomas podem ser câimbras dolorosas,
fasciculações (tremor incontrolável visível dos músculos), atrofia muscular,
degeneração óssea, alterações em pele, pelos e unhas. Essas lesões degenerativas
também podem resultar de alterações sensitivas ou autonômicas.
Lesão dos nervos sensitivos pode causar os mais variados sintomas, uma vez
que estes nervos são responsáveis por funções extremamente especializadas. As
fibras mais grossas, cobertas por mielina (proteína que encobre e isola muitos
nervos) registram sensação de vibração e tato, resultando em parestesias,
especialmente nas mãos e pés. É frequente a sensação de "estar usando luvas e
meias", principalmente à noite. Muitos pacientes não reconhecem o toque de
pequenos objetos ou não conseguem distinguir formas pelo tato. Lesão neste tipo de
fibras pode contribuir para perda de reflexos (bem como as lesões em nervos
motores).
Perda da sensibilidade da posição das articulações torna os pacientes

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incapazes de coordenar movimentos complexos do tipo andar, abotoar ou manter-se
em pé de olhos fechados. Dor neuropática é um evento de difícil controle e pode
acometer a esfera psico-afetiva e, consequentemente, a qualidade de vida. Dor
neuropática usualmente piora à noite, interfere na arquitetura do sono, com
sensação de fadiga matinal, adicionando sofrimento psíquico à lesão nervosa.
Fibras mais finas, amielínicas, transmitem sensação de dor e temperatura.
Lesão neste tipo de fibra pode interferir com a capacidade de sentir dores ou
mudanças na temperatura. É comum lesões banais transformarem-se em graves
feridas devido a infecção, absolutamente assintomáticas. Outros pacientes podem
não sentir dores relacionadas a dor isquêmica cardíaca ou outras condições agudas.
Perda de sensibilidade é um problema particularmente sério em pacientes
diabéticos, contribuindo para alta incidência de amputações nesta população.
Receptores de dor na pela podem ficar hiper-sensíveis, causando dores intensas e
insuportáveis, estimulados por estímulos banais indolores (do tipo peso dos lençóis
ou sopro). É a chamada "alodínia".
Sintomas secundários a lesão autonômica são diversos e dependes de quais
órgãos ou glândulas forem afetadas. Disfunção autonômica pode se tornar uma
ameaça à vida e pode necessitar atendimento de urgência em casos de prejuízo
respiratório ou arritmias. Sintomas comuns de disautonomia são: dificuldade para
controle da sudorese, com intolerância ao calor; perda de controle urinário;
alterações da pressão arterial, causando tonturas de repetição e até perdas de
consciência de repetição. Sintomas gastrointestinais frequentemente acompanham
neuropatias autonômicas. Disfunção da musculatura intestinal leva à diarréia,
obstipação ou incontinência fecal. Algumas pessoas podem ter dificuldades para se
alimentar ou deglutir se alguns nervos autonômicos estiverem afetados.
Neuropatia periférica pode ter causas congênitas ou adquiridas. Causas de
neuropatia adquirida incluem trauma direto, tumores, toxinas, doenças auto-imunes,
deficiências nutricionais, alcoolismo, doenças metabólicas ou vasculares.
As neuropatias adquiridas são dividas em 3 grandes grupos: aquelas
causadas por doenças sistêmicas, por traumatismo e aquelas causadas por doenças
infecciosas ou auto-imunes que afetam o tecido nervoso. Um exemplo de neuropatia
adquirida é a "neuralgia de trigêmeo" (também conhecida como "tique doloroso"), na
qual lesão ao nervo trigêmeo (o maior nervo da face) causa ataques de dores
importantes, semelhantes a um choque, em um lado da face. Em alguns casos, a

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causa é uma infecção viral prévia, pressão sobre o nervo causada pela presença de
um tumor ou vaso ou, mais raramente, secundária à esclerose múltipla. Em muitos
casos, entretanto, a causa específica não pode ser determinada (causa "idiopática").
Trauma é causa mais comum de lesão a um nervo. Lesão por trauma súbito,
do tipo acidente automobilístico, quedas, atividades esportivas, podem causar grave
compressão, rompimento ou estiramento, principalmente à altura das raízes dos
nervos, ponto de conexão com a medula. Lesões menos dramáticas também podem
causar danos sérios aos nervos. Fraturas ósseas ou luxações podem exercer
pressão nos nervos vizinhos, bem como discos intervertebrais podem comprimir
fibras nervosas que emergem da coluna.

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