Você está na página 1de 43

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA - UNINTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FRANCISCO EDISAM VASCONCELOS SILVA

PREVENÇÃO E CUIDADOS COM A SAÚDE:


APLICAÇÃO DE TREINAMENTO FUNCIONAL PARA IDOSOS
(PROJETO DE INTERVENÇÃO)

SOBRAL - CEARÁ
2021
FRANCISCO EDISAM VASCONCELOS SILVA
PREVENÇÃO E CUIDADOS COM A SAÚDE:
APLICAÇÃO DE TREINAMENTO FUNCIONAL PARA IDOSOS
(PROJETO DE INTERVENÇÃO)

Projeto de Estágio apresentado ao Centro


Universitário INTA - UNINTA como requisito
parcial para aprovação na disciplina de Estágio
Supervisionado em Saúde Coletiva.

Orientação: Profa. Viviany Caetano Freire Aguiar

SOBRAL - CEARÁ
2021
DEDICATÓRIA

À minha esposa e companheira de todas


as horas, e aos meus filhos, que são
grandes incentivadores e que sempre
acreditaram em meu potencial.
AGRADECIMENTOS

Obrigado Pai!
“O Senhor é a minha força
e a minha canção;
ele é a minha salvação!
Ele é o meu Deus, e eu o louvarei;
é o Deus de meu pai, e eu o exaltarei!”

Êxodo 15:2
EPÍGRAFE

"⁠ Invista na sua saúde para não ter que


gastar com a sua doença".

Phrancys Drake
RESUMO

Naturalmente o corpo humano envelhece, porém o que irá proporcionar um


resultado de tal processo natural, é como o mesmo se dá. A bem da verdade não
existe fórmula mágica, o poço da juventude, porém existem métodos e mecanismos
de conduzir esse processo por uma via mais segura e com reflexos menos
depreciativos. Diante dessa realidade surgiu há poucos anos uma nova técnica que
une bem-estar e saúde, trabalhando o aperfeiçoamento das atividades de
desempenho cotidiano. O Treinamento Funcional é um excelente método para se
trabalhar os interesses específicos desta faixa etária, nos permitindo elaborar de
forma adaptada uma programação de exercícios que nos conduzirá aos objetivos do
idoso, levando em consideração as suas necessidades e limitações.

Palavra-chave: Envelhecimento, Saúde, Treinamento Funcional.


SUMÁRIO

1 Introdução.............................................................................................. 08

2 Problema ................................................................................................ 09

3 Justificativa ........................................................................................... 10

4 Objetivos ................................................................................................ 11

4.1 Objetivo geral ............................................................................. 11

4.2 Objetivos específicos ................................................................. 11

5 Revisão de Literatura ............................................................................ 13

6 Metodologia ........................................................................................... 15

7 Cronograma ........................................................................................... 16

8 Resultados esperados .......................................................................... 17

9 Referências bibliográficas .................................................................. 18

Apêndices (Planos de Aula) ............................................................... 19

Anexos ................................................................................................. 39
8

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento do corpo requer a prática de atividades específicas e


nem todas as modalidades trabalham as necessidades cotidianas deste grupo de
pessoas. Diante dessa realidade surgiu há poucos anos uma nova técnica que une
bem-estar e saúde, trabalhando o aperfeiçoamento das atividades de desempenho
cotidiano. O Treinamento Funcional é um excelente método para se trabalhar os
interesses específicos desta faixa etária.

O Treino Funcional é um método de treino seguro, eficaz e motivador,


pois vários estudos foram feitos sobre o assunto e nenhum mostrou qualquer
malefício quanto aos resultados esperados. Muito pelo contrário, o idoso que pratica
esse método tende a ter uma vida mais saudável e menos propicia a lesões em
relação a outras modalidades.

Uma avaliação prévia do idoso deve ser feita ,assim como a liberação
médica para a prática da atividade física regular. A intensidade dos exercícios deve
ter uma margem progressiva, do simples para o complexo, respeitando sempre o
estágio e a individualidade de cada pessoa.
9

2. PROBLEMA

Durante as etapas do envelhecimento são observados declínios


significativos nos diferentes componentes da capacidade funcional (CF), em
especial, nas expressões da força muscular (força muscular concêntrica, excêntrica
e isométrica máxima, resistência de força, potência muscular, entre outras) e na
flexibilidade, caracterizada pela capacidade de mover uma articulação através de
sua amplitude máxima de movimento. Assim, estudiosos têm utilizado critérios que
combinam status funcional com nível de saúde que correspondem a aplicações
práticas do dia-a-dia. Para isso têm usado como referência as atividades da vida
diária (AVD) para determinar se um idoso é capaz de viver independentemente. As
medidas de AVD permitem saber o que um idoso pode realmente fazer (DIAS,
2011). Afinal, o treinamento funcional vem com uma proposta de construir um
indivíduo preparado para o seu dia-a-dia, prevenindo-o contra lesões, retardando o
processo de envelhecimento e favorecendo as doenças crônicas como a obesidade,
a hipertensão, a diabetes, que são mais acometidas na terceira idade.

O Educador Físico, contudo, segundo a Carta Brasileira de Educação


Física (CONFEF, 2000) deverá que desenvolver e aperfeiçoar as atividades (lutas,
ginásticas, esportes, danças, atividades de aventura, relaxamento, etc.) com o
objetivo de preparar e educar o ser humano para a saúde e um estilo de vida ativo.
Com base nessas diretrizes, é prioridade do mesmo proporcionar métodos que
desenvolvam benefícios para a população, principalmente a idosa (de estimado
número na nossa sociedade).

Temos, portanto, o objetivo de apontar os conceitos do Treinamento


Funcional e os principais pontos positivos que ele pode trazer para os idosos
levando em consideração as suas limitações e necessidades.
10

3. JUSTIFICATIVA

Com o passar das décadas com o aumento da longevidade e a


diminuição da mortalidade no Brasil, o país deixou de ser “de jovens” e passou a ser
“de velhos”, ou melhor, de idosos. Dados do Instituto Brasileiro de Dados
Geográficos e Estatísticos (IBGE) indica o crescimento da população com 65 anos
ou mais passou de 4,8% em 1991 para 7,4% em 2010. Com o aumento da
expectativa de vida crescem o número de pessoas com doenças crônicas e maiores
despesas para o Estado e para a própria estrutura familiar. As doenças crônicas ou
não transmissíveis (DnTs) que surgem durante o envelhecimento são problemáticas
bastante discutidas atualmente para as políticas públicas, onde estas buscam
formas de amenizar essa realidade na sociedade. E como se isso não fosse
suficiente uma pesquisa do Ministério da Saúde em 2002 estima que mais de 22%
da população com idade superior a 20 anos já sejam portadores de hipertensão
arterial, onde esta é responsável por 60% dos casos de infarto agudo do miocárdio,
80% dos casos de acidente cérebro vascular e 40% das aposentadorias precoces,
significando para a saúde pública um custo de 475 milhões de reais por ano. Faz-se,
então, necessário uma concentração de esforços nas diferentes áreas profissionais,
objetivando um maior conhecimento sobre o fenômeno do envelhecimento, e
principalmente como envelhecer de forma saudável priorizando esses esforços na
manutenção da independência e autonomia do indivíduo.

O envelhecimento, no entanto, é um processo natural e nesse processo o


avanço da idade submete o corpo humano a inúmeras mudanças anatômicas e
funcionais. Muitas dessas mudanças são progressivas, ocasionado efetivas
reduções nas habilidades realizadas no cotidiano, desde a sensibilidade para gostos
primários até alterações nos processos metabólicos do organismo. A forma que
cada um envelhece depende da herança genética (genótipo) e dos fatores
ambientais (fenótipo), como o D.N.A (ácido desoxirribonucléico) e o estilo de vida.
11

4. OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

Essa abordagem prática empregando atividades físicas por meio de


circuito, proporcionada pelo Treinamento Funcional, visa possibilitar trabalharmos as
valências, ou seja, equilíbrio, força, flexibilidade, resistência, coordenação e
velocidade, no grupo de alunos, composto por pessoas da 3ª idade, e
consequentemente atingir níveis melhores dos mesmos na qualidade do sono, alívio
de dores musculares e prevenção de doenças, em fim, melhorar sua condição de
saúde global.

4.2 Objetivo específico

 Aumentar do nível de atividade física espontânea;


 Fortalecer músculos e estabilidade articular;
 Melhorae os reflexos, a coordenação motora e o equilíbrio estático
e dinâmico;
 Prevenir na manutenção dos níveis satisfatórios das doenças
crônicas (diabetes, hipertensão, obesidade etc);
 Melhorae a sinergia motora das reações posturais, principalmente
da coluna vertebral;
 Trabalhar e incrementar a flexibilidade;
 Manter equilibrado o peso corporal;
 Melhorar a mobilidade;
 Diminuir o risco de doença cardiovascular;
 Contribuibuir na manutenção e/ou aumento da densidade óssea;
 Melhorar a ingestão alimentar;
 Diminuir a incidência da depressão;
 Diminuir a incidência de lesão;
12

 Melhorar a lateralidade corporal;


 Dentre outras qualidades necessárias e indispensáveis para a
eficiência dos trabalhos diários.
Lembrando sempre que uma avaliação antes de qualquer prática
de uma atividade, inclusive a de TF, deve ser realizada para que se
possam saber quais qualidades, quantidades e padrões de
movimentos necessitarão de mais atenção na prescrição dos
programas de exercícios, e assim, serem estimuladas corretamente
(ARTUR & THIAGO, 2010).
13

5. REVISÃO DE LITERATURA

Esta revisão bibliográfica tem o objetivo de mostrar a importância do


treinamento funcional na terceira idade através de aspectos: a) Os conceitos de
treinamento funcional; b) Envelhecimento e a capacidade funcional; c) As vantagens
do treinamento funcional para os idosos.

O treinamento funcional é um método antigo e surgiu da necessidade de


trabalhar as funcionalidades do corpo humano. Na Grécia ele aparecia como
treinamento para melhorar o desempenho nos Jogos Olímpicos e em Roma como
preparação dos gladiadores para os combates. Depois com o surgimento da
medicina preventiva foi utilizado por fisioterapeutas durante as reabilitações com
pacientes atingidos por lesões ou por perdas de funções do dia a dia. Ganhou o
nome de Treinamento Funcional nos Estados Unidos, onde foi criado e difundido
pelo mundo até chegar ao Brasil, onde passou a ser utilizado como método de
treinamento na Educação Física. De acordo com Ehlert (2011, p. 24):

“Atualmente essa técnica esta sendo bastante utilizada em diversas


áreas das ciências do movimento humano, para reabilitação física, treinamento
esportivo e condicionamento físico em geral, tendo a finalidade de trabalhar a
aptidão física para as diversas modalidades e diferentes grupos devido a sua
característica principal que é a conversão de habilidades bio-motoras
fundamentais do ser humano. O treinamento funcional consiste na avaliação do
nível de independência funcional de um indivíduo fisicamente deficiente, e na
assistência para que este indivíduo obtenha o maior nível de independência em
suas atividades da vida diária”.

Dias (2011), afirma ainda que o Treinamento Funcional refere-se a um


conjunto de exercícios praticados como preparo físico ou com o fim de apurar
habilidades, em cuja execução se procura atender à função e ao fim prático, ou seja,
os exercícios do treinamento funcional apresentam propósitos específicos,
geralmente reproduzindo ações motoras que serão utilizadas pelo praticante em seu
cotidiano. Isso porque ele trabalha todas as valências físicas de forma equilibrada
14

como, por exemplo: Equilíbrio; Força; Flexibilidade; Resistência; Coordenação, e


Velocidade.
15

6. METODOLOGIA

Iremos desenvolver esse projeto com atividades práticas, quando da


aplicação dos circuitos funcionais, bem como, por meio de palestras expositivas,
quando das abordagens de temas relacionados à saúde, prevenção de doenças,
dentre outros.

A frequência dos treinos varia de acordo com o condicionamento físico de


cada praticante, sendo no mínimo uma vez por semana com durabilidade de 30
minutos e no máximo cinco vezes por semana com durabilidade de 1 hora.

Cada nível deve ter no mínimo 08 (oito) semanas de adaptação e as


intervenções serão por meio da programação dos exercícios físicos, ficando à
critério do professor, sendo previamente elaborados, levando em consideração, é
claro, os objetivos e eventuais limitações individuais do grupo de idosos.

A intensidade dos exercícios deve ter uma margem progressiva (do


simples para o complexo, respeitando sempre o estágio e a individualidade de cada
idoso) para que o trabalho não se estabilize, ficando o mesmo sem rendimentos
quanto aos resultados esperados
16

7. CRONOGRAMA

O presente projeto visa possibilitar a aplicação de aulas de


Treinamento Físico por meio de circuitos funcionais em 02 (duas) turmas de idosos,
que participam do programa de Saúde Coletiva do NAPI/UNINTA, quais sejam:
Turma Dom Expedido, com aulas no Clube Palmeiras e Turma NAPI, com aulas no
próprio Núcleo do NAPI, ou na praça pública do Parque da Cidade de Sobral.

As aulas estão previstas para serem executadas conforme Cronograma:

Avaliação
FASE Aulas: Treinamento Funcional
Física
TURMA 01/11 03/11 04/11 05/11 08/11 09/11 10/11 11/11 12/11 15/11

NAPI X X X X

Palmeiras X X X X X X
Tabela 01: Autor

Após a conclusão de 08 (oito) semanas de aulas, serão realizadas novas


avaliações, ajustados os objetivos e aplicado avaliação diagnóstica coletiva das
atividades, para planejamento do ciclo seguinte.
17

8. RESULTADOS ESPERADOS

Com a aplicação deste projeto buscamos por meio da utilização do Treino


Funcional proporcionar melhores condições de vidas aos alunos do grupo da 3ª
idade, demonstrando que o Treinamento Físico é um método de treino seguro,
eficaz e motivador, onde o idoso que prática esse método tende a ter uma vida mais
saudável e menos propício a lesões em relação a outras modalidades, capacitando
e concedendo diversos benefícios para as atividades no dia a dia dos idosos,
resgatando através de um programa de treinamento individualizado e específico, a
capacidade funcional do indivíduo.
18

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, L. C.; LEITE, I. C.; MACHADO, C. J. Conceituando e mensurando a


incapacidade funcional da população idosa: uma revisão de literatura. Ciência e
Saúde Coletiva. 2008.

DIAS, K. A. Treinamento Funcional: Um novo conceito de Treinamento Físico para


os Idosos. Disponível em:<http://www.cdof.com.br/treinamentofuncional2.htm>.

ELLERT, R. A utilização do treinamento físico funcional para a população idosa:


estudo de revisão bibliográfica. 2011. 42p. Monografia. (Graduação em Educação
Física – Bacharelado, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Porto Alegre,
2011. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/32284/000785229.pdfsequence=1
>

SPIRDUSO, W. W. Dimensões físicas do envelhecimento. Barueri: Manole, 2005.


ANEXOS

FOTO 01: Turma de Alunos da Disciplina

FOTO 02: Alunos manuseando a Balança de FOTO 03: Aluno-Estagiário manuseando e


Bioimpedância realizando Avaliação física com Balança de
Bioimpedância
FOTO 04: Material de Apoio e Adipometro utilizado para Avaliação Física

FOTO 05: Alunos manuseando e realizando Availiação FOTO 06: Aluno-Estagiário preenchendo
Física com o auxílio do adipòmetro. Formulário de Avaliação Física.
FOTO 07: Alunos realizando Circuito Funcional para a Turma NAPI.

FOTO 08: Alunos realizando Circuito Funcional para a Turma NAPI.


FOTO 09: Alunos realizando Circuito Funcional para a Turma NAPI no Parque da Cidade

FOTO 10: Alunos-Estagiários após concluir Circuito Funcional para a Turma NAPI no Parque da Cidade

FOTO 11: Orientação sobre modo correto do exercício


FOTO 12: Alunos realizando Circuito Funcional para a Turma Palmeiras.

FOTO 13: Momento de deconstração após a aula de Circuito Funcional para a Turma Palmeiras.

Você também pode gostar