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Manual de

BOAS PRÁTICAS EM FISIOTERAPIA

Março | 2021
1- Definição

A Fisioterapia é uma ciência tão antiga quanto o homem. Surgiu com as primeiras tentativas dos
ancestrais de diminuir uma dor esfregando o local dolorido e evoluiu ao longo do tempo com a
sofisticação, principalmente, das técnicas de exercícios terapêuticos.

A Fisioterapia como profissão nasceu em meados do século XX, quando as duas guerras mundiais
causaram um grande número de lesões e ferimentos graves que necessitavam de uma abordagem
de reabilitação para reinserir as pessoas afetadas novamente em uma vida ativa. Inicialmente
executada por voluntários nos campos de batalha, a Fisioterapia acompanhou as grandes mudanças
e transformações do século XX e os profissionais que a desempenhavam souberam agregar novas
descobertas e técnicas às suas práticas, sofisticando e desenvolvendo uma ciência própria e um
campo específico de atuação, independente das outras áreas da saúde.

Ainda uma ciência em construção, os paradigmas da profissão se encontram abertos e em franca


evolução, sempre em busca de mais conhecimento cientifico, revertendo-o em prol da comunidade.

No Brasil, a Fisioterapia iniciou-se dentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 1929, mas foi
só em 1951 que foi criado o primeiro curso para formação de fisioterapeutas, na época denominados
técnicos, com duração de um ano.

Em 1959 foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapeutas (ABF), que se filiou a WCPT (World
Confederation for Physical Therapy), cujo objetivo era buscar o amparo técnico-científico e sócio-
cultural para o desenvolvimento da profissão. Somente no dia 13 de outubro de 1969, a profissão
adquiriu seus direitos, por meio do Decreto-lei nº 938/69, no qual a Fisioterapia foi reconhecida como
um curso de nível superior e definitivamente regulamentada.

Fisioterapia é a ciência que estuda, diagnostica, previne e recupera pacientes com distúrbios cinéticos
funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano. Trabalha com doenças geradas por
alterações genéticas, traumas ou enfermidades adquiridas.

O bacharel em Fisioterapia atua no tratamento e prevenção de doenças


e lesões, decorrentes de fraturas ou má-formação ou vícios de postura.
Tem como aliados, técnicas como massagens e exercícios que
restaurem a capacidade física e funcional do pacientes.

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2- Quando é preciso procurar
um fisioterapeuta:

Pensar em fisioterapia, para muitas pessoas é sinônimo de algum acidente ou contusão sofrida por
alguém, mas a fisioterapia vai além disso, porque ela pode resolver problemas ortopédicos e até
mesmo complicações respiratórias.
Dessa forma, cada vez mais é preciso que sejam encontrados matérias e textos falando sobre esse
assunto para explicar a população que a fisioterapia não é apenas indicada para quadros acidentais,
como quando um jogador de futebol sofre algum tipo de contusão, por exemplo, mas também pode
ser uma grande aliada no tratamento de diversos tipos de demais complicações.

Lista dos mais variados tipos de causas que podem ser solucionados com as sessões de fisioterapia:

• Problemas ortopédicos.
• Tratamentos de pacientes internados em estado grave.
• Pessoas que tiveram os movimentos comprometidos por acidente vascular cerebral.
• Distúrbios de quadros respiratórios crônicos.
• Contusões.
• Má postura.
• Gestantes.
• Portadores de deficiência física e mental.

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A finalidade de todas as técnicas e também os exercícios laborais praticados é de poder devolver
ao paciente toda a capacidade física e funcional. Dessa maneira, muitos médicos recomendam a
fisioterapia para tratar diversos tipos de quadros diferenciados; gestantes, por exemplo, são pessoas
que devem fazer a fisioterapia para poder ter uma gravidez mais tranquila.

Além disso, portadores de deficiência física e mental também podem praticar as sessões de fisioterapia.

Muitos médicos realmente recomendam as sessões para os pacientes, porém, se você se enquadra
em algum desses itens da lista vista acima, você deve fazer sessões de fisioterapia. Existem diversas
clínicas especializadas no Brasil que contam com uma alta qualidade no tratamento.

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3- FISIOTERAPIA MOTORA

A fisioterapia motora possui o objetivo de otimizar as funções motoras do paciente, lentificando as


contraturas, deformidades, encurtamentos musculares, pressão por longos tempos em decúbitos,
compressões nervosas, maximizando a força muscular e a independência para as atividades de vida
diária (AVD´s) do paciente. Complicações secundarias a imobilidade como: constipação intestinal,
edemas, atelectasias, dores localizadas ou generalizadas, também são possíveis de amenizar com a
fisioterapia motora.

As sessões de fisioterapia são acompanhadas, também, por orientação ao paciente, familiares e


cuidadores para a conservação de energia, evitando assim a fadiga. Isso é importante, pois, exercícios
excessivos além de fadigar, podem levar à progressão da doença, com maior degeneração do neurônio
motor, segundo estudos.

A fisioterapia motora deve ser realizada de 2 a 3 vezes na semana, em dias intercalados. O número
de repetições, bem como a intensidade dos exercícios e duração da sessão, dependerá do quadro
clínico do paciente. Exercícios domiciliares diários também são orientados pelo fisioterapeuta,
principalmente os alongamentos.

Os exercícios com carga, mesmo que seja uma carga mínima, não devem ser realizados em pacientes
com ELA, pois sobrecarregam o neurônio motor, favorecendo a progressão da doença. Exercícios

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isométricos não são indicados. Bem como, o uso de estimulação elétrica funcional, mais conhecido
como FES.

São indicados exercícios de moderada à baixa intensidade, exercícios ativos, ativo-assistido ou passivo,
técnicas proprioceptivas neuromusculares, relaxamento muscular, exercícios de equilíbrio postural e
dinâmico, alongamentos, massagens e acupuntura (quando realizada por profissionais especializados).

É fundamental observar e, recomenda a fisioterapia motora, para evitar durante a realização das
atividades: quadros de fadiga, cansaço, desconforto respiratório, dor; evitar os gastos energéticos de
maneira geral.

Sempre considerar o conforto do paciente e respeitar suas limitações.

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4- FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA

A fisioterapia respiratória pode definir-se como uma especialidade da fisioterapia que utiliza
estratégias, meios e técnicas de avaliação e tratamento que buscam a otimização do transporte
de oxigênio.

4.1 O que é fisioterapia respiratória?

A fisioterapia respiratória é um tratamento especializado que contribui para prevenir e tratar


vários aspectos das desordens respiratórias, tais como obstrução do fluxo aéreo, retenção de
secreção, alterações da função ventilatória, dispneia, melhora na performance de exercícios
físicos e da qualidade de vida.

As técnicas manuais na fisioterapia respiratória são amplamente empregadas nos distúrbios


respiratórios e visam à liberação das vias respiratórias, a fim de retirar os impedimentos que o
ar encontra ao passar por elas e minimizar os desconfortos.

O fisioterapeuta aumenta a capacidade ventilatória dos pulmões de seu paciente, utilizando-


se de aparelhos específicos para a mobilização da secreção a fim de facilitar sua eliminação,
trabalha de forma direta com os músculos que auxiliam na respiração, deixando-os mais aptos
a realizarem suas funções no sistema cardiorrespiratório.

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Os exercícios respiratórios são de extrema importância para o andamento do tratamento junto à
aplicação das demais técnicas da Fisioterapia Respiratória podendo ser orientados a realizarem de
forma não supervisionada para englobar e ampliar o tratamento. Os exercícios propõem a melhora na
condição respiratória do paciente a partir da mobilização dos músculos ventilatórios.

4.2 Objetivo da fisioterapia respiratória

O objetivo da fisioterapia respiratória não se restringe apenas ao tratamento, engloba também


a prevenção às doenças respiratórias principalmente na época mais crítica do ano – o inverno,
prevenir o acúmulo de secreções nas vias aéreas, que interfere na respiração normal; favorecer
a eficácia da ventilação; melhorar a resistência e a tolerância à fadiga, durante os exercícios e
nas atividades da vida diária; melhorar a efetividade da tosse; além de melhorar a qualidade na
execução das vidas diária atual e futura do indivíduo.

4.3 Indicação da fisioterapia respiratória

A fisioterapia respiratória é voltada para as doenças que apresentam limitação crônica do fluxo
aéreo (asma, enfisema, fibrose pulmonar, insuficiência respiratória, tuberculose, pneumonias,
bronquite crônica e bronquiectasias), é indicada em praticamente todas as doenças respiratórias,
nas unidades de terapia intensiva, pré e pós-operatório e no nível ambulatorial para adultos,
idosos e crianças.

Tem também uma indicação preventiva para evitar doenças e/ou complicações respiratórias,
sobretudo nos pacientes submetidos a cirurgia abdominal, ortopédica, torácica ou cardíaca além
de prevenir e corrigir possíveis as deformidades posturais, associadas ao distúrbio respiratório.

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5- Fisioterapia em pacientes com Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

O documento de consenso da Organização Mundial de Saúde - Global Initiative for Chronic


Obstructive Lung Disease (GOLD) - usa a seguinte definição: a Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica é uma doença prevenível e tratável com alguns efeitos extrapulmonares significantes
que podem contribuir para a gravidade individualmente. O componente pulmonar da doença é
caracterizado pela limitação ao fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A limitação ao fluxo
aéreo é geralmente progressiva e associada à resposta inflamatória anormal dos pulmões a
partículas nocivas ou gases. Além da dispneia, tosse, sibilância, produção de secreção e infecções
respiratórias de repetição, consequências sistêmicas, tais como descondicionamento, fraqueza
muscular, perda de peso e desnutrição são frequentemente observadas. A atividade física na
vida diária está significativamente reduzida em comparação com indivíduos saudáveis pareados
para a idade. Problemas emocionais como depressão, ansiedade e isolamento social também são
observados. Todos esses fatores contribuem para o estado de saúde dos pacientes e incluem alvos
tratáveis importantes para fisioterapeutas. O guia objetiva fornecer respostas às perguntas clínicas
em dois grandes domínios de sintomas na DPOC relacionados à fisioterapia: (1) dispneia, redução na
performance de exercício e inatividade física na vida diária; e (2) depuração mucociliar prejudicada
(Figura 1).

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Abordagem fisioterápica Paciente com DPOC

Depuração mucocilar Dispneia, capacidade de exercício


prejudicada, infecções e atividade física

Encaminhamento
Testes de função pulmonar e
Testes de função pulmonar Teste de exercício

Infecções respiratória de repetição/ Dispnéia aos esforços Pouca atividade


História do caso exacerbações com hipersecreção física na vida diária (MRC>OU=2), <30
Aderência ao tratamento min/dia Comorbidades (doença)

Qualidade e quantidade do muco Capacidade de exercício Atividade


Avaliação física Tosse prejudicada: colapso da via física Função muscular respiratória
aérea, fraqueza muscular e periférica Qualidade de vida

Causas da limitação ao exercício / inatividade Causas da tosse


prejudicada Motivação / Autocuidado

Análise
Tratamento médico otimizado
Dados de encaminhamentos NÃO
suficientes Encaminhar ao médico

Educação de saúde - Autocuidado

Tratamento
Expiração forçada Tosse Adjuntos Treinamento físico Treinamento
(PEP, DP) muscular Exercícios respiratórios

Número de infecções Capacidade de exercício /


Desfecho respiratórias com retenção de atividade física, força muscular.
muco - Sintomas qualidade de vida

PEP= Pressão expiratória positiva; DP = drenagem postural


Figura1. Fluxograma para intervenção fisioterápica

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5.1 Epidemiologia

A prevalência da DPOC aumenta gradualmente com a idade. Sete a cada 1000 pessoas com
idade de 40 a 45 anos (0,7%) sofriam da doença em 2003, enquanto a prevalência entre pessoas
de 80 a 85 anos foi de 150 a cada 1000 (15%). Como resultado do envelhecimento da população,
a prevalência da DPOC continuará a crescer nas próximas décadas. A DPOC é mais prevalente
em membros de classes sociais mais baixas. A prevalência do diagnóstico de DPOC diminuiu
discretamente entre homens nas últimas três décadas, enquanto um acréscimo considerável
foi observado entre mulheres nos mesmo período. Isso está relacionado provavelmente
ao aumento da prevalência de fumantes entre mulheres nos últimos 30 anos. O tabagismo
continua o fator de risco mais importante para o desenvolvimento da doença, e em torno de 10%
a 15% dos fumantes são diagnosticados com DPOC. É aceito que a DPOC continua largamente
subdiagnosticada.

5.2 Prognóstico

Os preditores de mortalidade na DPOC são idade, VEF1 , tabagismo, hipoxemia, hipersecreção


crônica, dispneia, capacidade de exercício e atividade física na vida diária reduzidas, massa e
força muscular reduzidas, baixo índice de massa corpórea e perda de peso excessiva. Um
maior declínio anual no VEF1 é observado em fumantes e em pacientes com hipersecreção
crônica e baixo nível de atividade física. Pacientes com hipoxemia ao repouso se beneficiam de
oxigenioterapia a longo prazo (domiciliar). O uso de oxigenioterapia domiciliar em pacientes
que dessaturam somente com o exercício é controverso. Pacientes com fraqueza muscular mais
evidente e reserva ventilatória pouco prejudicada podem ser melhores candidatos a programas de
treinamento físico. Idade avançada, comprometimento pulmonar grave, presença de hipercapnia,
condição psicossocial e tabagismo são pobres preditores de desfecho na reabilitação pulmonar.
Além disso, comorbidades que estão comumente presentes em pacientes com DPOC, tais
como, doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose e doença vascular periférica também se
beneficiam do treinamento físico. Pacientes com tais comorbidades e/ou doença avançada não
deverão ser excluídos dos programas de exercício. Após exame cuidadoso e testes de exercício,
esses pacientes devem ser incluídos em programas de treinamento adaptados de acordo com
suas necessidades e capacidades.

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5.3 Diagnóstico

A avaliação do fisioterapeuta inclui a coleta da história e o exame clínico para se determinar


os objetivos da fisioterapia. Além disso, a avaliação objetiva da capacidade de exercício, da
função muscular respiratória e periférica, da atividade física e da qualidade de vida são partes
integrantes da fisioterapia. A compreensão da gravidade da condição do paciente, incluindo
comorbidades e seu prognóstico é importante para delineamento de um plano de tratamento
apropriado. Portanto, informações relevantes ( função pulmonar, saturação de oxigênio,
capacidade de exercício, tratamento medicamentoso) devem estar inclusas na carta de
encaminhamento (Tabela 2). Dados psicossociais devem ser colhidos para auxiliar na análise
dos problemas de saúde do paciente, na interpretação de resultado de exames e na formulação
dos objetivos de tratamento fisioterápicos. Atenção especial deve ser dada aos pacientes
com história recente de exacerbação aguda. Esses pacientes estão em risco para deterioração
adicional de sua capacidade de exercício, qualidade de vida e atividade física na vida diária e
necessitam de apoio, principalmente em programas multidisciplinares para prevenir a entrada
em uma espiral negativo de deterioração.

TABELA 2 .

Informação mínima requerida que deve estar inclusa na carta de


encaminhamento ao fisioterapeuta

1) Diagnóstico Médico.

2) Medicação.

3) Comorbidades (especificamente relacionadas ao exercício).

4) Relatório de exames laboratoriais: teste de função pulmonar, teste de exercício com


eletrocardiograma e dados da saturação de oxigênio.

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5.4 Exame físico

O exame físico foca a performance ao exercício, força muscular, dispneia e retenção e depuração
mucociliar. O exame físico dos pacientes com dispneia, redução da atividade física e diminuição
da capacidade de exercício envolve a inspeção clínica (velocidade do movimento, esforço,
dispneia, uso de deambulador de rodas, posicionamento com inclinação anterior de tronco,
cianose, atrofia muscular, edema periférico),

5.5 Análise

A análise inclui a identificação dos problemas de saúde relacionados com a DPOC, confirmação
ou rejeição da indicação de fisioterapia, determinação dos objetivos do tratamento, identificação
dos fatores que poderão melhorar ou prejudicar o tratamento e decisão sobre aplicar ou não
as recomendações deste guia no tratamento individual. Os dados do encaminhamento e
os resultados da coleta da história e exame físico devem fornecer uma indicação clara para
fisioterapia. Assumindo que o médico que encaminhou o paciente tenha diagnosticado a DPOC
corretamente e que o tratamento medicamentoso tenha sido otimizado, as seguintes perguntas
devem ser respondidas:

1. Existe a presença de problemas de saúde relacionados à DPOC?

2. Quais funções ou atividades corporais estão diminuídas e quais problemas de participação o


paciente apresenta?

3. Quais são os principais objetivos do tratamento?

4. Quais queixas, funções e atividades corporais podem ser influenciadas pela fisioterapia?

5. Quais fatores podem prejudicar ou melhorar o tratamento (motivação, confiança na mudança,


comorbidades e condições psicossociais, etc.)? Os dados obtidos devem possibilitar ao
fisioterapeuta avaliar se a indicação para a fisioterapia se justifica. Se existe qualquer dúvida
sobre a gravidade ou a natureza da alteração ou sobre qualquer problema de saúde associado,
o médico que encaminhou o paciente ou outro membro do time multidisciplinar (enfermeira
respiratória, nutricionista, psicólogo e terapeuta ocupacional) devem ser consultados. Após a
conclusão de que a fisioterapia é indicada, deve-se determinar
se o paciente individual pode ser tratado de acordo com as recomendações deste guia prático
ou se outras opções podem ser adotadas. Dois domínios principais de sintomas na DPOC são de
importância para fisioterapeutas:

(1) dispneia, redução da performance ao exercício e atividade física e


(2) depuração mucociliar prejudicada.

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A análise da dispneia ao esforço e da gravidade e causas das limitações na performance ao
exercício e atividade física é baseada nos dados derivados da coleta da história, exame
físico, testes de função pulmonar, teste incremental máximo de esforço e testes musculares
respiratórios e periféricos. Pacientes potenciais para a fisioterapia são pacientes com sintomas
da DPOC e qualidade de vida diminuída, redução da performance ao exercício e atividade
física na vida diária e fraqueza muscular. Essa informação é válida na elaboração do plano de
tratamento para intervenções específicas da fisioterapia.

Mais detalhes na escolha das intervenções específicas são discutidos na seção de recomendações
para o tratamento. A análise da depuração mucociliar prejudicada foca a qualidade e a
quantidade de secreção e eficácia da tosse (obstrução brônquica, colapso aéreo, força muscular
respiratória). O colapso aéreo resultante de expiração forçada deve ser especialmente checado
em pacientes com redução no recolhimento elástico (enfisema). Itens típicos na avaliação da
função pulmonar desses pacientes são elevação da capacidade pulmonar total (> 110% do
predito), capacidade residual funcional (> 150% do predito), índice VEF1 /CVF reduzido (< 40%)
e forma da curva fluxo-volume forçada.

Pacientes considerados elegíveis para intervenções fisioterápicas são aqueles com grande
produção de secreção, especialmente se associada a exacerbações frequentes. Além
disso, pacientes com exacerbações frequentes e com depuração mucociliar comprometida
(bronquiectasia) devem também ser triados para aderência com instruções de autocuidado no
que diz respeito à remoção de secreção.

5.6 Plano de tratamento

Objetivos individuais de tratamento são formulados em consulta com o paciente, e o


plano de tratamento é elaborado. O objetivo geral do tratamento é reduzir ou eliminar os
comprometimentos da função corporal do paciente e melhorar atividades e participação,
melhorando, assim, a qualidade de vida. Os objetivos mais comuns para intervenção fisioterápica
são:
1. reduzir a dispneia;
2. melhorar a capacidade de exercício e atividade física;
3. melhorar a higiene brônquica;
4. melhorar conhecimento, autocuidado e autoeficácia

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5.7 Duração dos programas de exercício

Embora alguns estudos sugiram que os efeitos benéficos persistam mais com programas longos
(com duração maior que 12 semanas), programas mais curtos (1 a 2 semanas) também resultaram
em benefícios clinicamente relevantes. Dessa forma, é possível atualmente recomendar uma
duração ideal de um programa de exercícios físicos. Para se determinar a duração apropriada de
programas de reabilitação, as características do paciente, objetivos individuais de tratamento e
o custo-benefício devem ser levados em consideração.

Após este período não havendo melhora, o paciente deve rever o tratamento.

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6- Fisioterapia aquática - Hidroterapia

6.1 Fisioterapia Aquática: prevenção e reabilitação


através da água

Devido às propriedades físicas da água, há menor sobrecarga sobre as articulações e também pode
ser mais fácil andar e realizar os movimentos. No entanto, dependendo do equipamento utilizado
e da técnica empregada, é possível fortalecer os músculos, melhorar o equilíbrio, a coordenação,
o condicionamento cardiorrespiratório e até a postura. Além disso, dependendo da temperatura
da água e da profundidade da piscina pode haver redução da dor e do edema (inchaço)”, disse Dra.
Samira, que atualmente é professora de Fisioterapia Aquática na UFES.

As indicações mais comuns para um tratamento hidroterápico são para os pacientes que apresentam
os seguintes sinais e sintomas:

• Elevado nível de dor;


• Edema de extremidades;
• Alterações da marcha
• Diminuição da mobilidade;
• Fraqueza muscular

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• Baixa resistência muscular;
• Impossibilidade de sobrecarga nos membros inferiores;
• Resistência cardiovascular e respiratória diminuída;
• Diminuição da flexibilidade;
• Disfunções posturais;
• Habilidades diminuídas;
• Interação social do paciente.

A Fisioterapia Aquática é considerada uma Especialidade Profissional pelo Conselho Federal de


Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) e pode ser encontrado em clínicas de fisioterapia e
centros de reabilitação.

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7- Fisioterapia Esportiva

A fisioterapia esportiva é uma modalidade específica onde o profissional fisioterapeuta atuará


dentro do ambiente desportivo e em consultório, estando capacitado para atuar nos primeiros
socorros assim como no período pré e pós lesão, a fim de reabilitar o esportista a retornar à prática
da atividade desportiva, assim como trabalhar no tratamento preventivo às lesões que a sua
modalidade esportiva provocar.

Devido às exigências do mercado esportivo, da modalidade de elite desportiva, os atletas devem


estar cada vez mais preparados para poder praticar a modalidade com maior desempenho e com
mais preparo preventivo de lesões, para que os clubes possam contar com atletas de alto nível e
alto desempenho, tendo o maior aproveitamento para participar de campeonatos e competições. A
fisioterapia desportiva vem atuar no preparo físico, na prevenção e tratamento de lesões associadas
ao esporte, fazendo com que o atleta possa ter alto nível de rendimento e alto grau de performance,
além de um melhor potencial de recuperação de lesões, diminuindo o tempo de afastamento por
lesões.

A fisioterapia trabalha diretamente junto ao departamento médico do clube, onde ambos atuam
de forma direta no desempenho físico do atleta, preparando, prevenindo e tratando possíveis
lesões que possam se instalar. Sendo assim, a decisão de participação ou veto do jogador é feito

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em conjunto com o atleta, médico e fisioterapeuta, onde buscarão qual será a melhor atitude a
ser tomada, a fim de respeitar o tempo de recuperação do atleta para poder devolvê-lo o gesto
esportivo sem maiores riscos.

Durante o trabalho de preparo físico e preventivo do atleta, são desenvolvidos pelo fisioterapeuta
algumas valências importantes para o rendimento do jogador, para que o mesmo possa desenvolver
melhor preparo físico e ter maiores condições de executar sua modalidade com maior rendimento.
As valências a serem desenvolvidas são: coordenação, descontração, equilíbrio, flexibilidade, força
dinâmica, força estática, força explosiva, resistência muscular, resistência anaeróbia, resistência
aeróbia, velocidade de movimentos, velocidade de reação. No que tange à reabilitação de lesões,
incluindo o atendimento realizado em campo, destaca-se a prática de exercícios específicos para
melhora da mobilidade, ganho de força, desenvolvimento proprioceptivo além do uso de recursos
analgésicos com gelo, calor, ultrassom, eletroterapia e outros equipamentos específicos para o
alívio de dor.

Para que o trabalho seja de alto desenvolvimento e efetividade, o profissional deverá estar habilitado
para executar tais práticas, sendo este formado em fisioterapia, podendo apresentar especialização
em fisioterapia desportiva, fisiologia do exercício, entre outras formações que irão agregar à prática
para que os resultados sejam sempre os melhores, devolvendo ao atleta a autonomia e a prática
dos gestos em seu maior grau de funcionalidade e especificidade. Atualmente muitos profissionais
tem buscado especializar-se e buscar as melhores e mais atuais técnicas e tratamentos, a fim de
buscar sempre pelo melhor em preparo e reabilitação dos atletas. Cada vez mais esse profissional
tem ganhado espaço no mercado, tornando-se cada vez mais valorizado e requisitado nos meios
desportivos. Devido ao seu diferencial no preparo e desempenho dos atletas, os clubes e empresas
têm percebido e valorizado cada vez mais a presença do profissional na formação e aperfeiçoamento
do atleta.

7.1 Lesões mais comuns:


• Lesões do Futebol (Joelho, Quadril, Coluna, Concussão, Cervicalgias...)
• Lesões da Natação (Ombro, Cervical, Cotovelo...)
• Lesões do Basquete (Ombro, Tornozelo, Dedos, Mão...)
• Lesões de Volei (Ombro, Joelho, Coluna...)
• Lesões de Lutas (Torções, impactos, Punho...)
• Lesões de Corredores(Joelho, pé, Tornozelo...)
• Lesões de Tenistas / Golfistas (Ombro, cotovelo...)
• e Outras

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8- Fisioterapia Ortopédica

A fisioterapia em ortopedia e traumatologia atua na prevenção e tratamento de problemas nos


ossos, tendões, músculos, articulações e ligamentos em crianças, jovens e adultos. Estas alterações
podem levar a fraturas, luxações, entorses, traumas ou contusões musculares, amputações,
distúrbios mecânicos da coluna vertebral, pós-cirurgias, doenças congênitas, dentre outras. Diante
disto, o tratamento fisioterapêutico visa recuperar a função do paciente com o intuito de retornar
as suas atividades do dia a dia. Se realizado no domicílio, facilita a percepção dos exercícios a ser
indicada, a interação paciente-terapeuta, além de proporcionar maior comodidade.

8.1 Lombalgias / Lombociatalgias e Cervicalgias /


Cervicobraquialgias
Dores na coluna são os principais motivos que levam as pessoas aos consultórios de ortopedia.
Lombalgias e cervicalgias atingem mais de 80% da população mundial, mas muitas vezes suas
causas não são corretamente diagnosticadas ou o tratamento é inadequado. É preciso haver
colaboração principalmente do paciente, que deve tornar-se o principal responsável pela sua saúde,
não negligenciando sua dor e se prontificando a procurar ajuda profissional logo nos primeiros
sintomas.

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As lombalgias e cervicalgias podem transformar a vida de uma pessoa em um martírio diário. Dores
constantes com limitações de atividades simples passam a fazer parte da rotina de pacientes com
estes diagnósticos. Os sintomas geralmente iniciam-se lentamente e desenvolvem-se ao longo de
anos, piorando cada vez mais, o que leva o paciente a acreditar que seu problema não têm cura e que
eles terão que se “acostumar com a dor”’. A fisioterapia é o recurso mais utilizado para tratar dos
sintomas de disfunções na coluna, sendo que, se realizada de forma correta e com responsabilidade,
pode devolver a qualidade de vida perdida ao paciente.

A fisioterapia vai ajudar a corrigir e tratar a disfunção que está causando a lombalgia ou a cervicalgia.
Serão desenvolvidos exercícios para melhorar a flexibilidade, força, estabilização, mobilização ou
para correção da postura. O plano de tratamento vai variar de acordo com o diagnóstico principal e da
fase em que o paciente se encontra (aguda ou crônica). Por isso é tão importante o acompanhamento
com um bom ortopedista e que o paciente não demore para procurar pelos cuidados necessários.

O número de sessões irá variar de acordo com a fase da doença (aguda ou crônica), adaptação do
paciente às mudanças de estilo de vida e frequência da fisioterapia por semana, sendo passando as
10 sessões e não havendo melhora, o paciente deve rever o tratamento.

8.2 Hérnia de disco

A hérnia de disco é um tipo de disfunção na coluna que geralmente é bastante dolorosa, sendo
raramente assintomática. Na maioria das vezes, causam sintomas nos Membros superiores,
quando a hérnia está localizada na cervical ou nos Membros inferiores quando está na coluna
lombar. Geralmente há grandes restrições de alguns movimentos com acentuação dos sintomas
dolorosos, enquanto que outros movimentos os sintomas são atenuados. O tratamento de hérnias
de disco deve ser cauteloso e realizado com muita responsabilidade e dedicação do paciente e do
profissional responsável. A fisioterapia é o tratamento de primeira escolha, sendo a cirurgia apenas
em casos extremos.

Dores na coluna devem ser sempre um alerta de que algo não vai bem e que precisamos mudar
determinados hábitos errados que possuímos diariamente, principalmente quando se trata de
uma hérnia de disco. Cuidar de uma hérnia de disco não é uma tarefa nada fácil, primeiro porque o
paciente geralmente sente muita dor e muitas limitações de movimento. Assim, é extremamente
importante que o mesmo confie no profissional responsável pelo seu caso, siga suas orientações e
estabeleça uma relação co-participativa durante todo tratamento.

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A hérnia de disco é o deslocamento do núcleo pulposo, uma substância gelatinosa que se localiza
dentro do disco intervertebral. Este disco tem como função amortecer o contato entre as vértebras e
reabsorver o impacto durante os movimentos na coluna. A hérnia pode acontecer na coluna cervical
ou lombar, pois são regiões da coluna que apresentam maior movimentação.
Dores na coluna, geralmente em queimação e choques, irradiando para membros superiores ou
inferiores. Há também fraqueza muscular, dormência, limitação nos movimentos e dificuldade para
trabalhar.

Movimentos bruscos e rápidos no tronco ou na cabeça, atividades repetitivas, desvios posturais,


carregar peso excessivo, atividade física executada de maneira incorreta, doenças degenerativas,
etc. Os eventos que levam às hérnias de disco são diversos, mas o que acontece, é um deslocamento
do núcleo pulposo, que pode chegar a extrusão, causando um pinçamento de alguma raiz nervosa
próxima ao local acometido.

Como a fisioterapia pode ajudar no tratamento da hérnia de disco:

A fisioterapia deve ser iniciada logo nos primeiros sintomas e atuar diretamente na causa principal do
aparecimento da hérnia. O método utilizado pela fisioterapia é o Mackenzie, que realiza exercícios a
fim de reposicionar a hérnia, proporcionando analgesia e retorno às atividades. A fisioterapia inclui
ainda o esclarecimento ao paciente dos movimentos que podem ajudar ou prejudicar o quadro
clínico e quais medidas ele deve tomar para não permitir a exacerbação dos sintomas. No seu
próprio lar, a interatividade e aceitação do tratamento acontecem de forma mais eficiente e torna a
vida do paciente mais fácil e cômoda.

O tempo do tratamento varia de acordo com a condição de evolução da hérnia, do comprometimento


do paciente com o tratamento e de mudanças no estilo de vida do mesmo. Após a realização de 10
sessões e não havendo melhora, o paciente deve rever o tratamento.

8.3 Fraturas

Os ossos embora muito resistentes apresentam uma capacidade de deformação com a finalidade de
conseguirem absorver impacto, voltando à sua forma original, após a dissipação do agente causador.
Caso não ocorra uma dissipação adequada, ocasiona-se a fratura, que vai variar de acordo com cada
tipo de acidente, resultado de maior ou menor dano. Esta lesão pode acarretar em dificuldade
na realização das atividades do dia a dia. Assim a fisioterapia se torna uma grande aliada, já que
restabelece a funcionalidade e melhora a qualidade de vida.

Manual de boas práticas em fisioterapia 22


A fratura óssea é uma lesão na qual ocorre perda da continuidade óssea, geralmente com separação
de um osso em dois ou mais fragmentos. A gravidade pode variar e até mesmo levar a morte, sendo
considerada uma emergência médica.

• Sinais e sintomas
Dor, incapacidade ou dificuldade de movimentar o local da enfermidade, presença de edema,
hematoma, entre outras

• Causas de fratura
Trauma (queda, acidente, golpe)
• Degeneração
• Fadiga (fratura por estresse)
• Doença (fratura patológica)
• Combinações das causas acima

A fisioterapia irá restabelecer a função do paciente, com o objetivo de fazer com que ele retorne
as suas atividades do dia a dia o mais rápido possível. Assim, atua na melhora da dor e edema,
realiza mobilização da articulação e massagem cicatricial para ganho de movimento, treinamento
de força muscular, flexibilidade e de funcionalidade. Logo, o tratamento fisioterapêutico promoverá
a melhora da qualidade de vida do paciente.

8.4 Tendinopatias

A maior parte das tendinites surgem em pessoas de meia-idade ou idade avançada, dado que com
a idade os tendões são mais propensos às lesões. Contudo, também aparecem em jovens que
praticam exercícios intensos e em pessoas que realizam tarefas repetitivas. Esta patologia pode
levar a piora da funcionalidade. Diante disso, a fisioterapia se torna uma grande aliada, já que pode
trabalhar em cima das causas.

Os tendões são estruturas compostas de fibras de tecido colágeno na sua composição principal
e tem uma importante participação nos movimentos do ser humano. Não há movimento sem que
ocorra sua participação na transmissão de forças geradas nos músculos. Lesões nestas estruturas
são conhecidas como tendinopatias. Estas alterações implicam na presença de uma inflamação ou
degeneração nos tendões.

Manual de boas práticas em fisioterapia 23


• Tipos de tendinopatias
Tendinite: inflamação ou irritação no interior dos tendões

• Paratendinite: inflamação na camada externa do tendão


• Tenosinovite: inflamação de um tendão e da estrutura que o envolve
• Tendinose: processo degenerativo do tendão

• Sinais e sintomas das tendinopatias

Dor aos movimentos ativos, piorando em descarga de peso, dor ao alongamento passivo, tensão
muscular localizada, possível edema, rigidez durante a manhã ou após o período de inatividade,
assintomática na fase crônica.

A fisioterapia estabelece objetivos para cada fase do tratamento, ou seja, na fase aguda e na fase
crônica. Na fase aguda o paciente terá que interromper temporariamente as atividades que agravam
os sintomas, o fisioterapeuta realizará técnicas para desativação dos pontos de dor, crioterapia
(gelo), alongamentos, uso de eletroterapia e se necessário órteses. O objetivo desta fase é melhorar
o ciclo dor – espasmo – dor, dificultar um maior encurtamento do tendão e preparar os mesmos
para alongamentos específicos. Na fase crônica é indicado um programa de exercícios de contração
excêntrica. Assim, inicia-se com aquecimento da musculatura, em seguida realiza exercícios para
ganho de flexibilidade, exercícios específicos, alongamentos e por fim usa-se a crioterapia para
aliviar a dor. Logo, o tratamento fisioterapêutico será mais eficaz, melhorando os sinais e sintomas
apresentados e a qualidade de vida do paciente.

8.5 Osteoartrite (Artrose)

A osteoartrite ou a osteoartrose é a doença articular mais comum em idosos acima de 60 anos,


sendo, geralmente as articulações dos joelhos, da coluna, do quadril (articulações que suportam
muitas cargas), e a dos dedos (devido aos esforços e movimentos repetitivos) as mais acometidas.
É uma das causas mais frequentes de dor do sistema músculo-esquelético e de incapacidade para
o trabalho no Brasil e no mundo.

No entanto, hoje é vista como uma enfermidade em que é possível modificar o seu curso evolutivo,
tanto em relação ao tratamento sintomático imediato, quanto ao seu prognóstico. Diante disso, a
fisioterapia se torna uma grande aliada, já que pode trabalhar em cima dos fatores de risco. Este
atendimento pode ser realizado em domicílio ou em consultório.

Manual de boas práticas em fisioterapia 24


A fisioterapia é um dos tratamentos indicados para osteoartrite, pois atua na prevenção, no
tratamento e no pós-operatório dos pacientes submetidos à artroplastia. O atendimento
fisioterapêutico tem o intuito de minimizar os sinais e sintomas apresentados quebrando o ciclo
vicioso (dor – incapacidade funcional – queda das atividades de vida diária – piora da qualidade
de vida – dor) e restabelecer a função. Para tanto, atua em cima dos fatores de risco. Utiliza-se de
treinamento de força muscular, ganho de flexibilidade, minimização dos vícios posturais, correções
de posicionamento quanto à realização dos exercícios repetitivos, melhora da funcionalidade,
consequentemente, da qualidade de vida.

Estudos relatam que se deve evitar usar calor na articulação com osteoartrite, pois este acelera o
processo de degeneração da doença, principalmente na fase aguda. Já na fase crônica, o profissional
avaliará as vantagens do uso do calor para alívio da dor e tensão muscular.

Manual de boas práticas em fisioterapia 25


9- Fisioterapia do trabalho

9.1 Fisioterapia do Trabalho: conheça os benefícios


e técnicas utilizadas
Para muitas pessoas o ambiente de trabalho acaba sendo um local de pouco conforme e bastante
desgaste emocional e físico, o que pode ocasionar problemas físicos e mentais aos trabalhadores e
prejudicar a vida pessoal e profissional.

Na busca de solucionar alguns problemas decorrentes do trabalho e estresse do dia a dia, temos a
Fisioterapia do Trabalho, que tem como foco principal resolver problemas de baixo rendimento por
dores, mal estar corporal e desconforto no ambiente de trabalho.

O Fisioterapeuta do Trabalho atua dentro das empresas e organizações com o objetivo de melhorar
a qualidade de vida dos profissionais, resolvendo questões de ergonomia, implantando programas
de cinesioterapia laboral, resolvendo questões judiciais relacionadas ao LER/DORT – (As Lesões
por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)
são as doenças que mais afetam os trabalhadores brasileiros). Com esse tipo de acompanhamento
os profissionais conseguem melhorar o rendimento e produtividade dentro da empresa, além do
bem estar físico e social fora dela.

Manual de boas práticas em fisioterapia 26


9.2 As principais atividades realizadas por um
fisioterapeuta dentro do ambiente de trabalho são:
• Prevenir desconforto ou queixas musculoesqueléticas nas atividades laborais;
• Estudar a ergonometria do trabalho, junto à equipe de saúde e segurança do trabalho;
• Promover palestras de conscientização, capacitação e treinamento preventivo de doenças
ocupacionais de trabalho;
• Realizar orientações posturais e ergonômicas aos trabalhadores (dentro e fora do ambiente de
trabalho e durante a execução de suas atividades ocupacionais);
• Avaliar a postura e a analisar a biomecânica das tarefas nos postos de trabalho, promovendo a
adequação do posto e das posturas para um melhor desempenho;
• Desenvolver programas de ginástica laboral;
• Realizar o tratamento das patologias ou das queixas musculoesqueléticas dos trabalhadores,
dentro ou fora da empresa.

9.3 Como é realizada a Fisioterapia do Trabalho:


A Fisioterapia do Trabalho é desenvolvida por fisioterapeutas, porém a atuação destes depende e
muda de empresa para empresa. Alguns fisioterapeutas acompanham o seu paciente no seu local
de trabalho uma ou duas vezes por semana, outros com menor frequência. Porém, é importante que
o acompanhamento seja contínuo, dessa forma é possível alcançar melhores resultados.

9.4 Quais são os benefícios:


A Fisioterapia do Trabalho é gera muitos benefícios, tanto para os profissionais como para as
empresas. Para os trabalhadores que realizam muitos movimentos repetitivos no trabalho ou
então aqueles que passam a maior parte do tempo de trabalho sentados, e não praticam atividade
física fora do expediente, sem algum tipo de acompanhamento especializado podem ser sérios
problemas de saúde e funcionais.

É importante que os gestores e diretores das empresas entendam que a Fisioterapia do Trabalho
não auxilia somente na vida do trabalhador, mas também, e principalmente, contribui no
desenvolvimento da empresa como um todo. Tendo em vista que colaboradores com alguma
doença relacionadas ao corpo ou mente, apresentam diversos problemas, como:
• Baixa produtividade
• Possibilidade de acidentes no trabalho

Manual de boas práticas em fisioterapia 27


• Grande número de faltas
• Gastos com assistência médica
• Má relação entre os funcionários

9.5 Como surgiu a Fisioterapia do Trabalho:

No início do processo de industrialização do Brasil (1879), em decorrência do aumento de acidentes


de trabalho, surgiu o profissional especializado em fisioterapia para dar assistência na recuperação
de acidentados do trabalho. Em 1968 o Centro de Reabilitação Profissional do Rio de Janeiro – RJ,
ganhou, dos Estados Unidos, um prêmio internacional de centro de referência em reabilitação de
saúde do trabalhador do mundo.

Foi criada em 1998 a ANAFIT – Associação Brasileira de Fisioterapia do Trabalho, para normatizar
a atuação do profissional no mercado. Já em 2002, surge a SOBRAFIT – Sociedade Brasileira de
Fisioterapia do Trabalho, com a intenção de divulgar a pesquisa e intercambiar conhecimento nesta
área, agregando profissionais de todo território nacional.

Assim, com a crescente ampliação no mercado de trabalho, a especialidade em Fisioterapia do


Trabalho foi regulamentada em 2003, através da resolução COFFITO 259, de 18 de dezembro
de 2003. Em 2006, no Congresso Brasileiro de Fisioterapia do Trabalho ocorreu a fusão das
duas entidades ANAFIT e SOBRAFIT com o apoio do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional.

Em 2007 foi realizado um projeto de lei para inclusão do fisioterapeuta do trabalho na NR4, para
que seja obrigatório em todas as empresas a presença de um fisioterapeuta do trabalho no quadro
de colaboradores.

9.6 Quais são as técnicas utilizadas na Fisioterapia


do Trabalho:

Existem várias técnicas para a realização da Fisioterapia do Trabalho, que variam de acordo com a
situação em que o colaborador se encontra, se trabalha muito tempo sentado ou fica mais tempo
em pé, dentre outros fatores. Atualmente existem diversas técnicas que são utilizadas e a cada dia
surge uma nova modalidade, visando aumentar o bem-estar do colaborador e a produtividade da
empresa. Vejamos algumas:

Manual de boas práticas em fisioterapia 28


9.7 Ginástica laboral:
Contempla a realização de atividades físicas de curta duração realizadas no ambiente de trabalho.
Nela são aplicados exercícios preventivos de preparação, compensação e relaxamento das
estruturas musculares envolvidas das tarefas diárias dos colaboradores.

9.8 Prevenção de lesões ocupacionais:


Desenvolvida através de cinesioterapia preparatória e compensatória.
*A cinesioterapia é um conjunto de exercícios terapêuticos que ajudam na reabilitação de diversas
situações, fortalecendo e alongando os músculos, e também podem servir para otimizar o estado
de saúde geral e prevenir alterações motoras.

Podemos concluir que a Fisioterapia do Trabalho busca cumprir um papel muito importante não
relação dos profissionais com o desempenho de suas atividades de trabalho, garantindo boas
condições de trabalho e a saúde dos profissionais. Da mesma forma é fundamental que os gestores
entendam a importância dessas práticas, para criar boas condições de trabalho, manter seus
colaboradores saudáveis e motivados.

Manual de boas práticas em fisioterapia 29


10- Fisioterapia Neurofuncional

10.1 O que é a Fisioterapia Neurofuncional


É a área da fisioterapia que visa o estudo, diagnóstico e tratamento de distúrbios neuromotoras.
Surgiu no final da década de 40, através das pesquisas de Rood, Kabat, Brunnstrom e Bobath, com o
objetivo de desenvolver, restaurar ou manter a capacidade funcional do indivíduo. Para isso, realiza-
se técnicas motoras e respiratórias específicas para cada paciente, respeitando a individualidade, as
limitações e expectativas de cada um.

Algumas doenças que afetam o sistema nervoso, como o acidente vascular cerebral (AVC), podem
causar problemas temporários ou permanentes e afetar as funções do dia a dia da pessoa. Para que
esse quadro seja revertido é usada a fisioterapia neurofuncional.
A fisioterapia neurofuncional é uma área de especialidade da fisioterapia que atua nas doenças
que afetam o Sistema Nervoso Central ou Periférico e causam distúrbios neurológicos, motores e
cognitivos. Nela, o fisioterapeuta irá avaliar, dar o diagnóstico cinético funcional, designar qual o
melhor tratamento para o paciente e realizá-lo.

O principal objetivo do tratamento é diminuir as sequelas em pacientes que possuem algum tipo
de alteração em seus movimentos ou que apresentam paralisia em algum membro do corpo. Na
maioria dos casos são utilizados recursos como a eletroestimulação, fortalecimento muscular e
outros tipos de terapias manuais e simuladores de movimento.

Manual de boas práticas em fisioterapia 30


Além do acompanhamento do fisioterapeuta, o paciente deverá ser atendido por uma equipe
multidisciplinar, englobando os trabalhos de terapia ocupacional, fonoterapia, psicoterapia, médico
neurologista e médico fisiatra. Assim ele terá a reabilitação completamente assistida por uma
equipe integrada que acompanhará seu caso com tratamento individualizado.

10.2 Neuroplasticidade e reabilitação


A plasticidade neural é a capacidade que os neurônios têm de formar novas conexões (sinapses)
a cada momento. Após uma lesão encefálica, há perda de função dos neurônios doentes, porém,
àqueles que estão ao redor da lesão acabam assumindo a função perdida. Para isso, são necessários
estímulos adequados que são fornecidos pela reabilitação neurofuncional.

10.3 Doenças tratadas


• Acidente vascular cerebral
• Atraso no desenvolvimento neuromotor
• Distrofias musculares
• Doença de Alzheimer
• Doença de Parkinson
• Esclerose lateral amiotrófica
• Esclerose múltipla
• Lesão medular
• Malformações cerebrais
• Paralisia braquial periférica
• Paralisia cerebral
• Paralisia facial
• Pé torto congênito
• Síndromes neurológicas
• Traumatismo crânio-encefálico

10.4 Tratamento
A fisioterapia neurológica deve ser realizada de 2 a 3 vezes na semana, em dias intercalados. Tendo
avaliação do fisioterapeuta a cada 10 sessões.
Passando 06 meses da lesão neurológica, não havendo prognóstico o tratamento deverá seguir
somente com orientações baseado nos protocolos do fisioterapeuta.

Manual de boas práticas em fisioterapia 31


11- Fisioterapia Cardiovascular

As lesões cardiovasculares estão entre as doenças que mais causam mortalidade no mundo. A
capacidade física e funcional são as principais causas de incapacidade em realizar as atividades
laborais e pessoais. Além de fatores psicológicos que influenciam em uma má qualidade de vida
em cardiopatas.

Assim, um programa de Reabilitação Cardíaca abrange atividades com exercícios aeróbicos e


resistidos proporcionando à reversão ou controle do sedentarismo. Atuação do Fisioterapeuta na
Cardiologia vem crescendo e em 1993 foi fundado o Departamento de Fisioterapia da SOCESP.

11.1 O que é fisioterapia cardiológica:


A Fisioterapia Cardiológica está relacionada à prevenção e ao tratamento das doenças cardíacas
através do exercício físico, proporcionando uma série de benefícios como:
• Melhora na capacidade funcional
• Redução de fatores de risco
• Redução dos sintomas
• Melhora na qualidade de vida e detecção precoce de sinais
• Sintomas que antecedem importantes complicações e descompensações.

Manual de boas práticas em fisioterapia 32


É um tratamento considerado eficiente para pacientes diagnosticados de insuficiência cardíaca,
infarto agudo do miocárdio, cardiopatias congênitas, entre outras. A Fisioterapia Cardiológica
permite que o paciente retorne gradativamente as suas atividades básicas do cotidiano.

11.2 Aspectos da reabilitação cardíaca


A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Reabilitação Cardíaca como atividades necessárias
para assegurar da melhor maneira possível às condições físicas, mentais e sociais do cardiopata,
possibilitando o seu retorno à comunidade e proporcionando vida ativa e produtiva.
Os programas de reabilitação cardíaca foram desenvolvidos com o propósito de trazer os pacientes
cardiopatas de volta às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática do exercício físico,
acompanhada por ações educacionais voltadas para mudanças no estilo de vida.
A Reabilitação Cardíaca tem sido recomendada para pacientes após infarto agudo do miocárdio e
após cirurgia de revascularização do miocárdio, pós-operatório de cirurgias cardíacas, insuficiência
cardíaca crônica, pré e pós transplante cardíaco, intervenções percutâneas do miocárdio, doenças
valvares e doença arterial periférica.

11.3 As fases da reabilitação cardíaca


A intervenção fisioterapêutica na Reabilitação Cardíaca pode ser dividida em 3 fases:
• Hospitalar
• Ambulatorial
• Manutenção, que pode ser supervisionada ou não supervisionada.

11.4 Fase hospitalar


Engloba atitudes tomadas desde o início da internação à alta hospitalar. O fisioterapeuta poderá
atuar no pré ou pós-operatório e também na fase de compensação cardíaca. Assim é possível
evitar complicações dos efeitos deletérios do repouso, mantendo ou melhorando a amplitude de
movimento e força muscular. Também é possível realizar orientações quanto à prevenção de fatores
de risco a quedas, entre outros.

Nos pacientes cirúrgicos, o fisioterapeuta trata principalmente do sistema respiratório,


realizando higiene brônquica e promovendo a reexpansão pulmonar através de manobras ou
uso de incentivadores respiratórios. Também são oferecidos suportes e cuidados em ventilação
mecânica, determinando parâmetros adequados caso o paciente esteja ou necessite de intubação
endotraqueal.

Manual de boas práticas em fisioterapia 33


11.5 Fase ambulatorial
Corresponde ao processo de reabilitação fora do hospital, indo da alta hospitalar até aproximadamente
a três meses após a internação. Os programas de Reabilitação Cardíaca ambulatorial foram
desenvolvidos com ênfase no exercício físico e são acompanhados de ações educacionais para
mudanças e adaptação no estilo de vida.
O objetivo é melhorar a funcionalidade e qualidade de vida, principalmente manutenção do
programa de exercícios. Assim é possível manter força muscular, flexibilidade e condicionamento
cardiorrespiratório, evitando descompensações.

A Reabilitação Cardíaca na fase ambulatorial abrange atividades com exercícios aeróbicos


associados a exercícios resistidos, proporcionando condicionamento físico e reversão ou controle
do sedentarismo. A intensidade do exercício deve ser suficiente para aumentar a força e resistência
muscular dos principais grupos musculares. Recomenda-se um conjunto de 8 a 10 exercícios com
frequência de 2 a 3 vezes por semana.

11.6 Fase de manutenção (supervisionada ou não


supervisionada)

Considerada a fase da recuperação e manutenção da capacidade funcional, a qual é muito importante,


sendo o paciente responsável por dar continuidade a todo treinamento aprendido e orientado pelo
fisioterapeuta, realizando sozinho ou em grupo, podendo ser realizado com ou sem a supervisão de
um profissional.

A Reabilitação Cardíaca não supervisionada pode ser alternativa para aumentar a adesão ao
treinamento físico em pacientes de baixo risco. Além disso oferece custos inferiores quando
comparados à Reabilitação Cardíaca supervisionada.

Caso o paciente optar e tiver condição financeira, ele também poderá continuar o seu programa de
exercícios com a supervisão de um fisioterapeuta ou personal trainer qualificado. O paciente ainda
poderá realizar atividades em grupo, o que pode trazer um ânimo a mais nessa fase.

Independentemente, se supervisionada ou não supervisionada, a da prática regular e contínua de


exercício físico impede o descondicionamento tanto físico quanto cardiorrespiratório, evitando a
descompensação cardíaca.

Manual de boas práticas em fisioterapia 34


11.7 A importância das coletas de dados

O fisioterapeuta exerce um papel primordial na Reabilitação Cardiológica. Ao primeiro contato


com o paciente, ele analisa as capacidades e limitações, sempre com base na avaliação funcional
e clínica. Em seguida, desenvolve um plano de tratamento com objetivos a serem alcançados e as
condutas que serão realizadas.

Os exercícios realizados na fisioterapia visam melhorar a mobilidade e a condição física, social


e mental dos pacientes para que sejam capazes de retornar as suas atividades de vida diária. A
frequência a ser realizada dependerá do estado clínico do paciente, e pode ainda, ser feita juntamente
com a equipe multidisciplinar para melhores resultados.

Manual de boas práticas em fisioterapia 35


12- Fases de tratamento através de exercícios

12.1 Fase hospitalar


Nesta fase inicia-se o aconselhamento do paciente e familiar quanto aos fatores de risco e mudanças
de hábitos. Os principais procedimentos utilizados nesta fase são os da fisioterapia respiratória,
que utiliza manobras respiratórias que consistem em técnicas manuais, posturais e cinéticas, para
evitar infecções respiratórias, atelectasias e acúmulo de secreção em vias aéreas. As técnicas mais
aplicadas são:

12.2 Exercícios respiratórios


Os exercícios respiratórios visam promover a aprendizagem de um padrão respiratório normal
englobando a conscientização do movimento toraco-abdominal, ganho de força da musculatura
respiratória, além de favorecer a reexpansão pulmonar, o aumento da ventilação e da oxigenação, e
a melhora da mobilidade da caixa torácica.

12.3 Tapotagem ou percussão pulmonar


São manobras realizadas com a mão em concha sobre a superfície externa do tórax do paciente
proporcionando vibrações mecânicas, as quais são transmitidas aos pulmões, gerando mobilização
das secreções pulmonares.

Manual de boas práticas em fisioterapia 36


12.4 Vibração manual pulmonar
A vibração é a aplicação de movimentos ritmados durante a expiração, aumentado o fluxo expiratório
e conduzindo as secreções já soltas para serem expectoradas.
Nessa fase, também é importante realizar fisioterapia motora para manutenção e/ou ganho de força
muscular, amplitude de movimento, treino de equilíbrio e marcha. Alguns exemplos:

• Movimentação passiva ou ativo-assistida:


• Movimentação ativa de membros superiores:

A fisioterapia deve se iniciar nas primeiras 24 horas após cirurgia com exercícios passivos, evoluindo
para movimentação ativa e uma deambulação lenta, até chegar à fase ambulatorial.

12.5 Fase Ambulatorial


Esta fase tem um importante papel na manutenção do bem-estar do transplantado, favorecendo
maior tempo de sobrevida com melhor qualidade de vida. Esta fase está relacionada com a ausência
dos sintomas da insuficiência cardíaca, responsável por promover a adequada readaptação
e o retorno das atividades básicas e instrumentais de vida diária, e possivelmente, para as suas
atividades laborais.

Na fase ambulatorial ainda ocorre a necessidade de monitorização, podendo ser realizada fora do
ambiente hospitalar, em ambulatório ou em clínica de reabilitação especializada, cujo principal
objetivo é evitar a evolução da patologia, rejeição do novo coração, e o aparecimento de um novo
acometimento cardiovascular.

Nessa fase destaca-se a combinação do exercício aeróbico e do resistido como protocolo ideal,
demonstrando maiores benefícios a curto e longo prazo.

12.6 Treino aeróbico


Pode ser realizado em esteira ou bicicleta ergométrica, e ainda, através de circuitos ativos que
associam deslocamentos ântero-posterior e látero-lateral.

Há comprovação cientifica que os exercícios aeróbicos promovam um aumento do VO2 de pico,


traduzindo-se em aumento da capacidade de suportar esforços prolongados, além de redução do
colesterol total, LDL e níveis séricos de glicose.

Manual de boas práticas em fisioterapia 37


Já os exercícios resistidos são capazes de incrementar o tempo de exercício aeróbico, além de
promover o aumento de força muscular dos membros superiores e inferiores, refletindo na melhora
da capacidade física. Por isso é muito importante continuar realizando-os na próxima fase, a qual
deverá ser “eterna”.

Os exercícios resistidos devem ser realizados tanto para os membros superiores quanto inferiores,
através da resistência manual, de molas ou elásticos, auxiliando no aumento da massa muscular e
da densidade óssea. Este tipo de treinamento é particularmente importante, porque neste grupo de
pacientes ocorre perda de massa magra e óssea em consequência da insuficiência cardíaca e dos
medicamentos utilizados no pós-transplante.

12.7 Fase de manutenção ou não supervisionada


É a última e a principal fase, onde o paciente já está apto a realizar suas atividades diárias e ainda
praticar os exercícios de forma independente, sozinho ou em grupo, com ou sem supervisão,
realizando de forma consciente em qualquer ambiente (clínicas, clubes, academias), inclusive em
seu domicílio.

É importante que o paciente tenha acompanhamento da equipe multiprofissional, a qual irá realizar
avaliações semestrais para realizar atualização do programa de orientações e de treinamento
físico, além dos exames de rotina. Portanto, é de extrema importância que os pacientes continuem
realizando o programa de treinamento com exercícios aeróbicos e resistidos para manter os
benefícios alcançados durante a Reabilitação Cardíaca por mais tempo.

Independentemente do método de Reabilitação Cardíaca pós-transplante, os pacientes têm obtido


resultados benéficos. A intensidade do exercício deve ser suficiente para manter e/ou aumentar a
força e resistência muscular dos principais grupos musculares, de acordo com a avaliação prévia do
fisioterapeuta. Os transplantados submetidos a programas de Reabilitação Cardíaca, que realizam
sessões de exercício quatro vezes por semana com intensidade moderada, apresentaram melhora
da capacidade aeróbia entre 20 e 50%.

Manual de boas práticas em fisioterapia 38


13- Fisioterapia reeducação
postural global - RPG

A reeducação postural global (RPG) é um dos métodos da fisioterapia que trata das desarmonias do
corpo humano levando em consideração as necessidades individuais do paciente.
A RPG visa o equilíbrio entre as forças musculares que compõem o corpo humano, devolvendo a
capacidade de movimentação normal das articulações e a manutenção de uma boa postura, por
meio de alongamentos, tração e respiração.

De acordo com os fundamentos da RPG, os músculos são interligados e trabalham em cadeia. A


deficiência de qualquer músculo pode causar uma desarmonia em outro ponto do corpo, por isso
é uma técnica que visa tratar não só a dor, mas as causas, pela modulação do tônus muscular e
estímulos proprioceptivos. Utilizada em conjunto com outras técnicas de terapia manual, combate
dores nos músculos, nas articulações e na cabeça, melhora o funcionamento do sistema respiratório
e realinha a coluna, proporcionando liberdade e leveza de movimentos.

Manual de boas práticas em fisioterapia 39


13.1 Benefícios
• Liberação de toxinas.
• Fortalecimento do sistema imunológico.
• Retardo do processo de envelhecimento.
• Estimulação do sistema circulatório.
• Cura dos distúrbios do sistema nervoso.
• Melhora a visão e o sono.

13.2 O Tratamento
A diferença entre o tratamento clássico e o tratamento usando o método RPG se resume no fato
de que o tratamento clássico trata o corpo de forma segmentar, por exemplo, se o paciente vai ao
consultório com lombalgia, o terapeuta vai tratar só a coluna lombar. Enquanto isso, o método de
RPG identifica o comprometimento da cadeia muscular a qual o segmento enfermo pertence e, a
partir daí, trata as causas e as consequências do problema.

A sessão de RPG dura cerca de uma hora e deve ser feita uma vez por semana. A duração do
tratamento varia de acordo com os problemas de cada paciente. O tratamento é indicado para todas
as faixas etárias.

A reeducação postural global tem sido aceita como eficaz no tratamento de patologias que requerem
fisioterapia. Podem ser tratados com RPG os problemas ortopédicos, neurológicos, reumatológicos,
respiratórios e somáticos.

13.3 Posturas
A RPG deve ser realizada de 2 vezes na semana, em dias intercalados. Tendo avaliação do
fisioterapeuta a cada 10 sessões. Após este período não havendo melhora, o paciente deve rever o
tratamento.

13.4 Tratamento
A RPG deve ser realizada de 2 vezes na semana, em dias intercalados. Tendo avaliação do
fisioterapeuta a cada 10 sessões. Após este período não havendo melhora, o paciente deve rever o
tratamento.

Manual de boas práticas em fisioterapia 40


14- Fisioterapia Uroginecológica

A fisioterapia uroginecológica é uma especialidade da fisioterapia que tem como objetivo tratar
várias alterações relacionadas ao assoalho pélvico, como incontinência urinária, fecal, disfunção
sexual e prolapsos genitais, por exemplo, melhorando a qualidade de vida e o desempenho sexual.

Os músculos que constituem o assoalho pélvico têm como objetivo controlar a urina e as fezes e
sustentar vários órgãos, mas devido ao envelhecimento, doenças, cirurgias ou partos múltiplos, os
músculos perdem força e resultam em vários problemas que podem ser bastantes desconfortáveis
e, até mesmo, limitantes. Dessa forma, a fisioterapia ginecológica é realizada para fortalecer esses
músculos e tratar essas alterações.

A fisioterapia uroginecológica pode ser feita com o auxílio de vários recursos de acordo com o
objetivo do tratamento, podendo ser utilizada eletroestimulação, biofeedback ou exercícios
específicos.

Objetivo
A fisioterapia uroginecológica tem como objetivo fortalecer os músculos pélvicos de modo a trazer
benefícios para a saúde. Assim, esse tipo de fisioterapia pode ser recomendado no caso de:
• Incontinência urinária e fecal, sendo essas as principais razões pelas quais esse tipo de fisioterapia
é realizado.

A incontinência urinária é a perda involuntária de urina que pode afetar homens e mulheres, e
embora possa atingir qualquer faixa etária, é mais frequentemente na gravidez e na menopausa.

Manual de boas práticas em fisioterapia 41


A fisioterapia possui exercícios e aparelhos como Biofeedback e eletroestimulação que são capazes
de curar, ou no mínimo, melhorar em mais de 70% a perda da urina, em homens, mulheres ou crianças.
Mas além disso, existem remédios e a cirurgia pode ser indicada como forma de tratamento, mas em
todo caso a fisioterapia é necessária.

Situações de stress podem dificultar o controle da urina, por isso quem tem incontinência deve se
lembrar de ir urinar sempre 20 minutos depois de ingerir líquidos, e a cada 3 horas, não esperando
somente pela vontade de urinar.

Em mais de 50% dos casos os sintomas da incontinência urinária voltam após 5 anos da realização
da cirurgia, isso indica a necessidade de realizar a fisioterapia, antes e depois da cirurgia, sendo
importante ainda a manutenção dos exercícios, pelo menos 1 vez por semana para sempre.

• Prolapsos genitais, que corresponde à descida dos órgãos pélvicos, como bexiga e útero, por
exemplo, devido ao enfraquecimento dos músculos.

O prolapso uterino corresponde à descida do útero para o interior da vagina causada pelo
enfraquecimento dos músculos que mantém os órgãos dentro da pelve na posição correta, sendo
assim considerada a principal causa de útero baixo.

Apesar de ser mais comum em mulheres idosas ou que tiveram vários partos normais, esta alteração
também pode ocorrer antes da menopausa ou durante a gravidez.

O prolapso uterino pode ser classificado de acordo com o nível de descida do útero pela vagina em:

Prolapso uterino de grau 1, em que o útero desce, mas o colo do útero não aparece na vulva;

Prolapso uterino de grau 2, em que o útero desce e o colo do útero aparece junto com a parede
anterior e posterior da vagina;

Prolapso uterino de grau 3, em que o útero está fora da vulva até 1 cm;

Prolapso uterino grau 4, em que o útero se exterioriza mais de 1 cm.

Outros órgãos da região da pelve como as paredes da vagina, bexiga e reto também poderão sofrer
este deslocamento devido ao enfraquecimento dos músculos de sustentação da pelve.

Manual de boas práticas em fisioterapia 42


• Dor pélvica, que pode acontecer devido à endometriose, dismenorreia ou durante a relação sexual;

• Disfunções sexuais, como anorgasmia, vaginismo, dor durante a relação sexual e, no caso dos
homens, disfunção erétil e ejaculação precoce;

• Constipação intestinal, que também pode acontecer devido a disfunções do assoalho pélvico.

Além disso, a fisioterapia uroginecológica pode ser útil na preparação para o parto e na recuperação
pós-parto, pois permite que a mulher assimile as modificações do seu corpo e facilita a recuperação
após o parto. No entanto, é preciso que esse tipo de fisioterapia seja feito com acompanhamento
de um profissional qualificado e é contraindicado para mulheres que tenham algum problema na
gravidez.

A fisioterapia uroginecológica também é recomendado para pessoas que foram submetidas a cirurgias
pélvicas, pois auxiliam na sua reabilitação, mas também pode ser realizada de forma preventiva.

14.1 Como é feita


A fisioterapia uroginecológica é realizada por um fisioterapeuta especializado e com o auxílio de
vários recursos de acordo com o objetivo do tratamento, como por exemplo:

• Eletroestimulação, que é feita com o objetivo de promover a tonificação do assoalho pélvico,


diminuindo a dor perianal e diminuindo a atividade da musculatura da bexiga durante o seu
enchimento, podendo então ser recomendado no tratamento da incontinência urinária, por exemplo;

• Biofeedback, que tem como princípio medir a atividade da muscular da região, avaliando a
contração, coordenação e relaxamento dos músculos;

• Cinesioterapia, que é baseada na prática de exercícios, como os exercícios de Kegel, que promovem
o ganho de força nos músculos pélvicos.

Manual de boas práticas em fisioterapia 43


15- Fisioterapia Linfologia

15.1 O que é linfedema


O linfedema é definido como o acúmulo de um líquido, rico em proteínas e fluídos, no interstício
devido a uma deficiência do sistema linfático. Apresenta-se na forma de um edema crônico, podendo
gerar desconforto, deformidade e fadiga. A Sociedade Internacional de Linfologia, classifica o
linfedema em 3 graus.

Grau I: edema suave e sem regiões endurecidas na pele (fibrose), reversível por posicionamento
elevado do membro, cuidados com a pele, cinesioterapia e auto-massagem;

Grau II: edema irreversível às medidas do grau I e presença de fibrose;

Grau III: irreversível às medidas do grau I, presença de fibrose acentuada e pele endurecida com
aspecto de casca de laranja.

Manual de boas práticas em fisioterapia 44


15.2 Fisioterapia
O tratamento de fisioterapia indicado e apoiado pela Sociedade Internacional de Linfologia, como
padrão ouro, para o controle do linfedema é a Terapia Complexa Descongestiva (TCD), que, constitui
um conjunto de recursos divididos em um programa de tratamento de duas fases: intensiva e
manutenção.

Fase 1 – Intensiva: tem como objetivo a redução máxima de volume do membro através da
mobilização da linfa e da redução de fibroses. Nesta fase é realizada a drenagem linfática manual,
o enfaixamento compressivo, a cinesioterapia (exercícios funcionais) e os cuidados com a pele. A
frequência é diária ou em dias alternados e tem duração de 2 a 6 semanas.

Fase 2 – Manutenção: Tem como objetivo a manutenção e o controle do linfedema, ou seja, manter
ao máximo a redução do edema obtido na fase 1. Nesta fase é realizada a drenagem linfática manual
e o uso contínuo de meias ou braçadeiras de compressão. A frequência é primeiramente semanal,
depois quinzenal, e posteriormente reavaliações mensais.
O linfedema não tem cura, mas com o uso de técnicas adequadas e comprometimento, o tratamento
pode ter sucesso e promover uma melhor qualidade de vida.

15.3 Tratamento
O tratamento consiste basicamente em mudança do estilo de vida, fisioterapia, drenagem linfática
manual, terapias compressivas e exercícios miolinfocinéticos.

O tratamento medicamentoso do linfedema/ edema é realizado com drogas vasoconstritoras


linfáticas e venosas, que só devem ser utilizados com indicação médica.

O tratamento cirúrgico deve ser preconizado pela equipe medica quando há risco a vida do paciente,
assim como a melhora da qualidade de vida.

A automedicação gera danos à saúde.

Manual de boas práticas em fisioterapia 45


15.4 Terapia contensiva/ compressiva
É necessária para melhorar a absorção dos capilares, isso significa que com a associação da DLM o
edema e o linfedema são tratados.

A realização de DLM desvinculada a terapia compressiva é insuficiente, já que nos casos de


linfedema e de grande edemas é necessária uma pressão contínua durante todo o dia.

A terapia compressiva é feita com bandagens de compressão, cintas e meias de compressão, cada
uma deve ser prescrita pelo fisioterapeuta habilitado.

15.5 Cuidados com a pele


Cuidados com a pele são importantes para pessoas que sofrem com edemas e linfedemas, uma
única lesão muito pequena, pode desencadear uma infecção piorando a melhora.

Para manter a pele bem hidratada prefira os hidratantes que oferecem água e não óleo mineral.
Com fragrâncias neutras, por conter menor quantidade de álcool.

As atividades que envolvam objetos cortantes, muito aquecimento também deve ser evitado, elas
podem ser modificadas para uma melhora da qualidade de vida e não abolidas. Uma conversa clara
e objetiva com o fisioterapeuta deve ser realizada para que o paciente continue com as atividades
que lhe dão prazer sem colocar em risco o sucesso do tratamento.

O uso de antibióticos também pode ser recomendado, porem essa medida será escolhida quando
necessário e com acompanhamento médico.

15.6 Linfedema/ Edemas e a Atividade Física


Para um tratamento completo de linfoterapia é recomendável à inclusão de um exercício físico
orientado pelo profissional de fisioterapia. O exercício deve ser adaptado para cada necessidade
do paciente, com segurança e disciplina. Os estudos comprovam que os exercícios físicos
personalizados e estruturados, para cada necessidade promovem melhoram de qualidade de vida,
nos edemas e linfedemas ajudam no retorno linfático e venoso, melhoram a força, diminuem os
níveis de inflamação do organismo, preveni infarto agudo do coração, diminui os níveis de açúcar no
sangue sendo um ótimo controle para o diabetes, controlam a pressão arterial, diminuem risco de

Manual de boas práticas em fisioterapia 46


quedas e fraturas, diminuem as dores, osteoporose e osteopenia, diminuem a tristeza e a depressão
etc.

Todos os passos do tratamento foram estudados e comprovados por centros de referência mundiais
no estudo do Sistema Linfático, e estes devem ser orientados e seguidos pelo fisioterapeuta
responsável em comunhão com o paciente para que o sucesso do tratamento seja alcançado.

Manual de boas práticas em fisioterapia 47


16- Fisioterapia Queimados

Atualmente, uma das maiores preocupações no âmbito da saúde no mundo, é a lesão que ocorre
resultado da queimadura ou lesão térmica da pele. As lesões por queimaduras são um dos principais
problemas de saúde do mundo industrializado.

Recentes avanços médicos reduziram significativamente o número de mortes por lesões causadas
por queimadura, e melhoram o prognóstico e a capacidade funcional dos pacientes que sobrevivem
às lesões por queimadura. A taxa de sobrevivência prospera anualmente, graças a melhoria das
técnicas clínicas, cirúrgicas e reabilitativas, e à contínua pesquisa sobre o tratamento e cuidados do
paciente por lesões de queimaduras.

Procura-se descrever a natureza das contraturas em seguida à lesão por queimadura, e o tratamento
e reabilitação destas perturbações, identificando o papel do fisioterapeuta na equipe de tratamento
do paciente com lesões por queimaduras.

16.1 Lesões por queimaduras


Embora o prognóstico e expectativa de vida dos indivíduos com lesões por queimadura tenham
melhorado muito nos últimos, a epidemiologia das queimaduras permanece basicamente a
mesma. Há uma incidência grande em crianças com 1 a 5 anos de idade, devido primariamente às
queimaduras por líquidos quentes. A causa primária das lesões por queimadura em adolescentes

Manual de boas práticas em fisioterapia 48


e adultos se deve a acidentes com líquidos inflamáveis, e homens entre as idades de 17 e 30 anos
apresentam a mais elevada incidência de lesões. Incêndios ocorrentes em casas são responsáveis
por menos de 5% das admissões hospitalares para lesões por queimaduras, mas respondem por
perto de 45% das mortes. A maioria destas se deve a fumaças e a outras lesões por inalações.

A consideração fisiopatológica básica na lesão por queimadura é a destruição da integridade capilar


e vascular, o que resulta na formação de edema, com a concomitante perda do fluido intravascular,
rico em proteína, para os espaços intercelulares. A destruição da integridade vascular e a formação
de edema na área da queimadura, bem como nos tecidos adjacentes. Uma das maiores preocupações
do fisioterapeuta é a imobilização ocorrente da parte lecionada (por parte do paciente) para impedir
o movimento por causa da dor.Isto resulta numa acumulação ainda maior do edema na região, bem
como na rigidez da articulação e na imobilidade dos tendões e músculos existentes na região
queimada.

A partir do exsudato rico em proteínas, haverá a tentativa de formação de fibras colágenas, e de sua
organização em aderência que irão limitar ainda mais a amplitude de movimento e a mobilização
dos tecidos envolvidos, caso não seja implementada uma ativa intervenção fisioterápica.

As lesões por queimaduras são classificadas tanto pela profundidade quanto pelo grau de espessura
do tecido destruído.

16.2 Tratamento fisioterápico


A reabilitação do paciente queimado começa no momento em que o paciente chega ao hospital,
sendo um processo sempre mutável, que é modificado diariamente. Com um trabalho duro e
dedicação ao programa de reabilitação, o paciente queimado pode, certamente, retornar a uma vida
produtiva. Para a maioria dos pacientes, a fase mais difícil de reabilitação ocorre após o processo de
cicatrização das feridas.

Após a avaliação inicial o fisioterapeuta dará início à avaliação da capacidade do paciente em


movimentar-se, e medirá a amplitude de movimentos disponível do paciente.

Durante cada uma das sessões de hidroterapia, é apropriado e necessário utilizar a flutuabilidade
da água para ajudar na manutenção da amplitude de movimentos em cada membro e articulação. A
água serve para manter a pele úmida que está em processo de cicatrização.

Manual de boas práticas em fisioterapia 49


Enquanto o fisioterapeuta trabalha com o paciente, ele precisa monitorar continuamente os sinais
clínicos do paciente, para que sejam avaliadas as respostas cardiovasculares e respiratórias ao
tratamento.

A avaliação da resistência cardiovascular normalmente não ocorrerá, até que as feridas tenham
cicatrizado. Quando isso ocorrer e o paciente for capaz de andar ou se exercitar sozinho em uma
bicicleta ergométrica, pode ser efetuada uma avaliação por modificados, por meio de uma bateria
de testes monitorada. As cargas devem ser aumentadas por não mais de um MET de incremento a
cada vez, e o período de exercício por carga de trabalho deve Ter l a 2 minutos de duração.

A área da mão também requer muita avaliação, em pacientes que sofrerem queimaduras neste
órgão. Mãos e dedos perderam os movimentos e as funções rapidamente, precisam, pois, ser
diariamente avaliados para que sejam impedidas outras perdas de movimentos.

As metas para o tratamento reabilitativo fisioterápico são contingentes com o prognóstico e


potencial do paciente. O fisioterapeuta tem como metas: obter uma limpa ferida por queimadura,
para o desenvolvimento da cicatrização e aplicação de enxerto; manter a amplitude de movimento;
impedir complicações ou reduzir as contraturas cicatriciais; impedir complicações pulmonares;
promover total dependência na deambulação e a independência das atividades do dia a dia;
melhorar a resistência cardiovascular.

O exercício ativo é encorajado em todas as áreas queimadas. O exercício ativo tem início no primeiro
dia. Outras formas de exercício só devem ser utilizadas apenas se a confusão, dor ou outras
complicações impedem o exercício ativo. Todas as articulações mesmo das regiões não queimadas,
devem passar por exercícios ativos de amplitude integral. Geralmente, a amplitude de movimentos
ativos, são feitas pelo menos três vezes ao dia. Os dispositivos resistidos podem ser usados nas
áreas que não foram queimadas para a manutenção da força muscular. Os períodos durante os
exercícios na piscina são os melhores momentos para as sessões mais agressivas, pôr os curativos
são retirados e a pele está úmida. Se o paciente acabou de receber enxerto de pele os exercícios
ativos e passivos serão suspensos por sete a dez dias.

O paciente de queimadura precisará de toda uma vida de exercícios para impedir contrataras e
perdas de movimentos.

Manual de boas práticas em fisioterapia 50


O paciente queimado perde grande quantidade de massa corporal. O exercício pode lançar mão de
dispositivos de treinamento de exercícios e do incremento da força, mas eles podem depender de
modificações, com base no estágio do paciente e no estágio de cicatrização das feridas.

O paciente deve ser encorajado a iniciar exercícios ativos que enfatizarão o sistema cardiovascular,
como andar desde a unidade de queimadura até a unidade de fisioterapia, andar na bicicleta
ergométrica, entre outros. Estes exercícios não só atuarão no sistema cardiovascular como irão
aumentar a amplitude de movimento das extremidades.

Manual de boas práticas em fisioterapia 51


17- Regras de Intercâmbio Nacional

Manual de Consultas das Normas de Auditoria


Médica e Enfermagem 2018 – MAME

Fisiatria/Fisioterapia

1. Introdução

Existe limitação do número de sessões permitidas para planos não regulamentados por patologia
no ano. Para os planos regulamentados pela Lei 9656/98, não existe o limite de autorização, mas
sugerimos o limite de 20 sessões em cada guia de serviço. Neste caso, ao término das sessões,
novas guias podem ser autorizadas e os resultados e as quantidades de sessões serão avaliados.

A Tabela TUSS apresenta códigos de fisioterapia que são exclusivamente hospitalares ou


Ambulatoriais.

17.1 Fisioterapia Hospitalar

Código Descrição

Assistência fisiátrica respiratória em pré e pós-operatório de condições


2.01.03.06-9
cirúrgicas

Atendimento fisiátrico no pré e pós-operatório de pacientes para prevenção


2.01.03.09-3
de sequelas

Assistência fisiátrica respiratória em paciente internado com ventilação


2.02.03.01-2
mecânica

2.02.03.04-7 Assistência fisiátrica respiratória em doente clínico internado

Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com disfunção


5.00.00.36-5
decorrente de alterações do sistema músculo-esquelético

Manual de boas práticas em fisioterapia 52


Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com disfunção decorrente
5.00.00.38-1
de alterações do sistema cardiovascular

Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com disfunção decorrente


5.00.00.39-0
de queimaduras

Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com disfunção decorrente


5.00.00.40-3
de alterações do sistema linfático e/ou vascular periférico

Atendimento fisioterapêutico hospitalar no pré e pós-cirúrgico e em


5.00.00.41-1
recuperação de tecidos

5.00.00.42-0 Atendimento fisioterapêutico hospitalar por alterações endócrino-metabólicas

Atendimento fisioterapêutico hospitalar para alterações inflamatórias e/ou


5.00.00.45-4
degenerativas do aparelho genito-urinário, reprodutor e/ou proctólogico
Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente independente ou com
5.00.00.79-9 dependência parcial, com disfunção decorrente de lesão do sistema nervoso
central e/ou
Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente dependente com
5.00.00.80-2
disfunção decorrente de lesão do sistema nervoso central e/ou periférico
Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com disfunção decorrente
5.00.00.81-0 de alterações no sistema respiratório com assistência ventilatória 5.00.00.82-9
Atendimento
Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com disfunção decorrente
5.00.00.82-9
de alterações no sistema respiratório sem assistência ventilatória

Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com disfunção decorrente


5.00.01.00-0
de alterações no sistema respiratório sem assistência ventilatória mecânica

Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com disfunção decorrente


5.00.01.01-9
de alterações no sistema respiratório com assistência ventilatória mecânica

Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com dependência parcial


5.00.01.04-3
com disfunção decorrente de lesão do sistema nervoso central e/ou periférico

Atendimento fisioterapêutico hospitalar ao paciente com dependência total


5.00.01.05-1
com disfunção decorrente de lesão do sistema nervoso central e/ou periférico

Contudo, em internações, o CNA definiu o pagamento apenas dos códigos abaixo:

Fisioterapia respiratória

A função da fisioterapia visa ao restabelecimento precoce da função respiratória com exercícios


específicos para a expansão pulmonar, mobilizações de secreções, instalação, fixação e monitorização
da prótese ventilatória.

Manual de boas práticas em fisioterapia 53


Códigos

2.02.03.01-2 - Assistência fisiátrica respiratória em paciente internado com ventilação mecânica:


no máximo 4 sessões ao dia; as demais somente serão remuneradas se houver justificativa médica
aceitável;

2.02.03.04-7 - Assistência fisiátrica respiratória em doente clínico internado: no máximo 2 sessões ao


dia; as demais somente serão remuneradas se houver justificativa médica aceitável.

Fisioterapia motora

A fisioterapia motora visa à execução de exercícios de mobilização global, facilitando o movimento motor
normal, inibindo posições viciosas, prevenindo as sequelas motoras graves devido à prematuridade
e/ou tempo prolongado de internação, além de prevenção de úlceras de pressão e fenômenos
tromboembólicos.

Código

2.01.03.09-3 - Atendimento fisiátrico no pré e pós-operatório de pacientes para prevenção de sequelas:


no máximo 2 sessões ao dia na UTI/unidade coronariana/semi-intensiva (intermediária) e 1 sessão ao
dia nas outras unidades de internação. As demais com justificativa e/ou prescrição médica.

17.2 Fisioterapia Ambulatorial


Código Descrição

2.01.03.02-6 Amputação bilateral (preparação do coto)

2.01.03.03-4 Amputação bilateral (treinamento protético)

2.01.03.04-2 Amputação unilateral (preparação do coto)

2.01.03.05-0 Amputação unilateral (treinamento protético)

2.01.03.07-7 Ataxias

2.01.03.13-1 Biofeedback com EMG

2.01.03.15-8 Confecção de órteses em material termossensível (por unidade)

Manual de boas práticas em fisioterapia 54


2.01.03.16-6 Confecção de prótese imediata

2.01.03.17-4 Confecção de prótese provisória

2.01.03.18-2 Desvios posturais da coluna vertebral

2.01.03.19-0 Disfunção vésico-uretral

2.01.03.20-4 Distrofia simpático-reflexa

2.01.03.21-2 Distúrbios circulatórios artério-venosos e linfáticos

2.01.03.22-0 Doenças pulmonares atendidas em ambulatório

2.01.03.24-7 Exercícios para reabilitação do asmático (ERAC) - por sessão coletiva

2.01.03.25-5 Exercícios para reabilitação do asmático (ERAI) - por sessão individual

2.01.03.26-3 Hemiparesia

2.01.03.27-1 Hemiplegia

2.01.03.28-0 Hemiplegia e hemiparesia com afasia

2.01.03.29-8 Hipo ou agenesia de membros

Lesão nervosa periférica afetando mais de um nervo com alterações


2.01.03.31-0
sensitivas e/ou motoras

Lesão nervosa periférica afetando um nervo com alterações sensitivas e/ou


2.01.03.32-8
motoras

2.01.03.34-4 Miopatias

Paciente com DPOC em atendimento ambulatorial necessitando reeducação


2.01.03.36-0
e reabilitação respiratória

Manual de boas práticas em fisioterapia 55


Paciente em pós-operatório de cirurgia cardíaca, atendido em ambulatório,
2.01.03.37-9
duas a três vezes por semana

Pacientes com doença isquêmica do coração, atendido em ambulatório de


2.01.03.38-7
oito a 24 semanas

Pacientes com doença isquêmica do coração, atendido em ambulatório, até


2.01.03.39-5
oito semanas de programa

Pacientes com doenças neuro-músculo-esqueléticas com envolvimento


2.01.03.40-9
tegumentar

Pacientes sem doença coronariana clinicamente manifesta, mas considerada


2.01.03.41-7
de alto risco, atendido em ambulatório, duas a três vezes por semana

2.01.03.42-5 Paralisia cerebral

2.01.03.43-3 Paralisia cerebral com distúrbio de comunicação

2.01.03.44-1 Paraparesia/tetraparesia

2.01.03.45-0 Paraplegia e tetraplegia

2.01.03.46-8 Parkinson

2.01.03.47-6 Patologia neurológica com dependência de atividades da vida diária

2.01.03.48-4 Patologia osteomioarticular em um membro

2.01.03.49-2 Patologia osteomioarticular em dois ou mais membros

2.01.03.50-6 Patologia osteomioarticular em um segmento da coluna

2.01.03.51-4 Patologia osteomioarticular em diferentes segmentos da coluna

2.01.03.52-2 Patologias osteomioarticulares com dependência de atividades da vida diária

2.01.03.62-0 Reabilitação de paciente com endoprótese

2.01.03.56-5 Processos inflamatórios pélvicos

Queimados - seguimento ambulatorial para prevenção de sequelas (por


2.01.03.61-1
segmento)

2.01.03.62-0 Reabilitação de paciente com endoprótese

Manual de boas práticas em fisioterapia 56


2.01.03.63-8 Reabilitação labiríntica (por sessão)

2.01.03.64-6 Reabilitação perineal com biofeedback

2.01.03.65-4 Recuperação funcional de distúrbios craniofaciais

Recuperação funcional pós-operatória ou pós-imobilização gessada de


2.01.03.66-2 patologia osteomioarticular com complicações neurovasculares afetando um
membro
Recuperação funcional pós-operatória ou pós-imobilização gessada de
2.01.03.67-0 patologia osteomioarticular com complicações neurovasculares afetando
mais de um membro

2.01.03.68-9 Retardo do desenvolvimento psicomotor

2.01.03.69-7 Sequelas de traumatismos torácicos e abdominais

2.01.03.70-0 Sequelas em politraumatizados (em diferentes segmentos)

2.01.03.71-9 Sinusites

Reabilitação cardíaca supervisionada. Programa de 12 semanas. Duas a três


2.01.03.72-7
sessões por semana (por sessão)

Manual de boas práticas em fisioterapia 57


2 Reeducação Postural Global - RPG

Procedimento sem cobertura de acordo com a RN 428 da ANS.


Para as liberações em caráter excepcional, a cobrança deve ser realizada pelo código 5.00.00.44-6
Reeducação postural global.

3 Autorização de fisioterapia para ganho muscular

Sem cobertura pela RN 428 da ANS, por tratar-se de procedimento estético.

4 Hidroterapia

Considerada técnica de fisioterapia e reembolsada de acordo com a patologia a ser tratada, nos códigos
definidos pelo Rol de Procedimentos Médicos Unimed.

Existem dois códigos TUSS referentes à hidroterapia:

5.00.00.83-7 Fisioterapia aquática individual (Hidroterapia)

5.00.00.84-5 Fisioterapia aquática em grupo (Hidroterapia)

5 Fisioterapia uroginecológica

A fisioterapia para incontinência urinária foi discutida na 15ª Reunião do Colégio Nacional de Auditores
Médicos Unimed e ficou decidido:

Para liberação da fisioterapia urológica, é imprescindível a apresentação de laudo do estudo


urodinâmico (código 4.13.01.34-0 Urodinâmica completa) para classificar os tipos de incontinência e
respaldar a liberação da fisioterapia, que estará indicada nos casos de incontinência urinária de esforço
e incontinência urinária mista.

6 Tipos de fisioterapia urológica

Exercício do assoalho pélvico realizado pelo próprio cliente, no domicílio, após orientação médica.

Manual de boas práticas em fisioterapia 58


Código 2.01.03.13-1 Biofeedback com EMG: devem ser liberadas no máximo 10 sessões, que é o tempo
para o correto aprendizado dos exercícios sob acompanhamento especializado. O cliente vai aprender
a força de contração do assoalho pélvico que ele tem de fazer para obter o máximo de resposta para
realizar os exercícios em casa.

Cones vaginais (pouco utilizado) os cones são colocados dentro da vagina e têm peso sucessivamente
maiores, exigindo esforço para expulsá-los.

Eletroestimulação pouco aceita pelo paciente e consiste na colocação de eletrodo anal ou vaginal
conectado à coluna (S1, S2, S3), que faz um arco reflexo estimulando a musculatura anal ou vaginal.
Utilizado para bexiga hiperativa.

Códigos dos procedimentos utilizados para a especialidade:

2.01.03.64-6 Reabilitação perineal com biofeedback

2.01.03.19-0 Disfunção vésico-uretral

2.01.03.13-1 Biofeedback com EMG

7 Reabilitação ortopédica

Conjunto de medidas multidisciplinares de intervenções diagnósticas e terapêuticas, adotadas em prol


de restaurar, adquirir ou recuperar a aptidão funcional do indivíduo portador dos mais variados distúrbios
clínicos e cinético-funcionais musculoesqueléticos, visando ao retorno das atividades de vida diária,
capacidade de atuação profissional, desportiva ou reestabelecimento do indivíduo à interação normal
da comunidade a qual pertence.

Exemplos de códigos dos procedimentos utilizados para a especialidade:

REABILITAÇÃO ORTOPÉDICA

2.01.03.02-6 Amputação bilateral (preparação do coto)

2.01.03.03-4 Amputação bilateral (treinamento protético)

2.01.03.04-2 Amputação unilateral (preparação do coto)

Manual de boas práticas em fisioterapia 59


2.01.03.05-0 Amputação unilateral (treinamento protético)

Atendimento fisiátrico no pré e pós-operatório de pacientes para prevenção


2.01.03.09-3
de sequelas

2.01.03.18-2 Desvios posturais da coluna vertebral

2.01.03.34-4 Miopatias

Pacientes com doenças neuromusculoesqueléticas com envolvimento


2.01.03.40-9
tegumentar

2.01.03.51-4 Patologia osteomioarticular em diferentes segmentos da coluna

2.01.03.49-2 Patologia osteomioarticular em dois ou mais membros

2.01.03.48-4 Patologia osteomioarticular em um membro

2.01.03.50-6 Patologia osteomioarticular em um segmento da coluna

2.01.03.52-2 Patologias osteomioarticulares com dependência de atividades da vida diária

2.01.03.65-4 Recuperação funcional de distúrbios craniofaciais

Recuperação funcional pós-operatória ou por imobilização da patologia


2.01.03.53-0
vertebral
Recuperação funcional pós-operatória ou pós-imobilização gessada de
2.01.03.67-0 patologia osteomioarticular com complicações neurovasculares afetando
mais de um membro
Recuperação funcional pós-operatória ou pós-imobilização gessada de
2.01.03.66-2 patologia osteomioarticular com complicações neurovasculares afetando um
membro

2.01.03.69-7 Sequelas de traumatismos torácicos e abdominais

2.01.03.70-0 Sequelas em politraumatizados (em diferentes segmentos)

Manual de boas práticas em fisioterapia 60


8 Reabilitação neurológica
A área da reabilitação que visa ao estudo, ao diagnóstico e ao tratamento de distúrbios neurológicos
que envolvam as funções neuromotoras. Induz ações terapêuticas para recuperação de funções, entre
elas a coordenação motora, a força, o equilíbrio e a coordenação.

Exemplos de códigos de procedimentos utilizados para a especialidade:

REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA

2.01.03.07-7 Ataxias

2.01.03.26-3 Hemiparesia

2.01.03.27-1 Hemiplegia

2.01.03.28-0 Hemiplegia e hemiparesia com afasia

2.01.03.29-8 Hipo ou agenesia de membros

Lesão nervosa periférica afetando mais de um nervo com alterações


2.01.03.31-0
sensitivas e/ou motoras

Lesão nervosa periférica afetando um nervo com alterações sensitivas e/ou


2.01.03.32-8
motoras

2.01.03.42-5 Paralisia cerebral

2.01.03.43-3 Paralisia cerebral com distúrbio de comunicação

2.01.03.44-1 Paraparesia/tetraparesia

2.01.03.45-0 Paraplegia e tetraplegia

2.01.03.46-8 Parkinson

2.01.03.47-6 Patologia neurológica com dependência de atividades da vida diária

2.01.03.63-8 Reabilitação labiríntica (por sessão)

2.01.03.68-9 Retardo do desenvolvimento psicomotor

Manual de boas práticas em fisioterapia 61


9 Reabilitação cardíaca
Programa multidisciplinar aplicado aos pacientes que sofrem de cardiopatias, com o objetivo de
recuperar a performance cardiopulmonar, promover a prevenção de novos eventos e apoiar o paciente
desenvolvendo ações para a sua reinserção social.

Exemplos de códigos dos procedimentos utilizados para a especialidade:

REABILITAÇÃO CARDIACA

Paciente em pós-operatório de cirurgia cardíaca, atendido em ambulatório,


2.01.03.37-9
duas a três vezes por semana

Pacientes com doença isquêmica do coração, atendido em ambulatório de


2.01.03.38-7
oito a 24 semanas

Reabilitação cardíaca supervisionada. Programa de 12 semanas. Duas a três


2.01.03.72-7
sessões por semana (por sessão)

10 Reabilitação pulmonar
É a intervenção que utiliza estratégias, meios e técnicas de avaliação e tratamento, não invasivas, que
tem como objetivo a otimização do transporte de oxigênio, contribuindo assim para prevenir, reverter
ou minimizar disfunções a esse nível, promovendo a máxima funcionalidade e qualidade de vida dos
pacientes.

Exemplos de códigos dos procedimentos utilizados para a especialidade:

REABILITAÇÃO PULMONAR

2.01.03.22-0 Doenças pulmonares atendidas em ambulatório

2.01.03.24-7 Exercícios para reabilitação do asmático (ERAC) - por sessão coletiva

2.01.03.25-5 Exercícios para reabilitação do asmático (ERAI) - por sessão individual

Paciente com D.P.O.C. em atendimento ambulatorial necessitando


2.01.03.36-0
reeducação e reabilitação respiratória

Assistência fisiátrica respiratória em pré e pós-operatório de condições


2.01.03.06-9
cirúrgicas

Manual de boas práticas em fisioterapia 62


11 Linfologia
A fisioterapia descongestiva complexa consiste na combinação de várias técnicas que atuam em
conjunto para o tratamento do linfedema, incluindo cuidados com a pele, drenagem linfática manual,
contenção na forma de enfaixamento ou por luvas/braçadeiras e cinesioterapia específica ou exercícios
miolinfocinéticos.

Exemplo de código de procedimento utilizado para a especialidade:

REABILITAÇÃO CIRCULATÓRIA

2.01.03.21-2 Distúrbios circulatórios arteriovenosos e linfáticos

12 Queimados
A intervenção fisioterapêutica no tratamento do paciente queimado tem como objetivo a restauração
da mobilidade, da funcionalidade e da amplitude de movimento dos segmentos acometidos.

REABILITAÇÃO DE QUEIMADOS

Queimados - seguimento ambulatorial para prevenção de sequelas (por


2.01.03.61-1
segmento)

13 Parâmetros assistenciais fisioterapêuticos


Representam o quantitativo máximo de cliente/paciente assistido por profissional fisioterapeuta em
turno de trabalho de seis horas, de acordo com deliberações do CREFITO-4 Conselho Regional de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional MG.

Manual de boas práticas em fisioterapia 63


14 Parâmetros de assistência fisioterapêutica hospitalar
Hospitalar: enfermarias/leito comum

Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Cliente/paciente de Consulta por hora


cuidados mínimos (quantitativo)
Cliente/paciente estável 1ª consulta e consultas
sob o ponto de vista clínico posteriores 2

e fisioterapêutico, (anamnese, exame físico


autossuficiente nas e exames
necessidades humanas complementares)
básicas

Atendimento por
turno de 6 horas
(quantitativo)
Assistência prestada pelo
10
fisioterapeuta
ao cliente/paciente
individualmente

Exemplos: clientes/pacientes traumáticos, ortopédicos, reumatológicos, de clínica geral, em


pós-cirúrgico tardio e outros que se enquadrem no perfil de cliente/paciente de cuidados
mínimos

Manual de boas práticas em fisioterapia 64


Hospitalar: enfermarias/unidades especializadas

Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Cliente/paciente de Consulta por hora


cuidados (quantitativo)
intermediários 1ª consulta e consultas
Cliente/paciente posteriores 2

estável sob o (anamnese, exame físico e


ponto de vista clínico e exames complementares)
fisioterapêutico, com
parcial
dependência nas
necessidades Atendimento por turno
humanas básicas de 6 horas (quantitativo)
Assistência prestada pelo
fisioterapeuta
8
ao cliente/paciente
individualmente

Exemplos: clientes/pacientes neurológicos, queimados, com comprometimento


cardiorrespiratório, oncológicos, uroginecológicos e de obstetrícia, pediátricos, geriátricos,
hemofílicos, com distúrbios renais em hemodiálise ou não, em pré e pós-operatório
imediato de todas as clínicas e outros que se enquadrem no perfil de cliente/paciente de
cuidados intermediários

Manual de boas práticas em fisioterapia 65


Hospitalar: unidade de terapia intensiva / semi-intensiva / urgência / emergência (adulto)

Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Cliente/paciente de cuidados Consulta por hora


semi-intensivos (quantitativo)
Cliente/paciente recuperável, 1ª consulta e consultas
sem risco iminente de morte, posteriores 1
passível de instabilidade das (anamnese, exame físico e
funções vitais, requerendo exames
assistência complementares)
fisioterapêutica
individualizada
Cliente/paciente de cuidado Atendimento por turno de 6
intensivo Cliente/paciente horas (quantitativo)
grave com risco iminente Assistência prestada pelo
de morte, passível e sujeito fisioterapeuta
6
à instabilidade das funções ao cliente/paciente
vitais, requerendo assistência individualmente
fisioterapêutica
individualizada

Observação: cliente/paciente com idade igual ou superior a 13 anos

Manual de boas práticas em fisioterapia 66


Hospitalar: unidade de terapia intensiva / semi-intensiva / urgência / emergência (neonatal e pediátrico)

Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Cliente/paciente de cuidados
Consulta por hora
semi-intensivos
(quantitativo)
Cliente/paciente recuperável,
1ª consulta e consultas
sem risco iminente de morte, 1
posteriores
passível de instabilidade das
(anamnese, exame físico e
funções vitais,
exames
requerendo assistência
complementares)
fisioterapêutica
individualizada
Cliente/paciente de cuidado
Atendimento por turno
intensivo
de 6 horas (quantitativo)
Cliente/paciente grave
Assistência prestada pelo
com risco iminente de
fisioterapeuta ao
morte, passível e sujeito à 6
cliente/paciente
instabilidade das funções
individualmente
vitais, requerendo assistência
fisioterapêutica
individualizada

Observação: cliente/paciente neonato e pediátrico até 12 anos e 11 meses

Manual de boas práticas em fisioterapia 67


15 Parâmetros de assistência fisioterapêutica ambulatorial
Ambulatorial: geral

Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Consulta por hora


(quantitativo)
Cliente/paciente de 1ª consulta e consultas
cuidados mínimos Cliente/ posteriores (anamnese, 2
paciente estável sob o exame físico e exames
ponto de vista clínico e complementares)
fisioterapêutico,
autossuficiente nas
necessidades humanas Atendimento por turno
básicas de 6 horas (quantitativo)
Assistência prestada pelo
12
fisioterapeuta ao
cliente/paciente
individualmente

Exemplos: clientes/pacientes traumáticos, ortopédicos, reumatológicos, de clínica geral, em


pós-cirúrgico tardio e outros que se enquadrem no perfil de cliente/paciente de cuidados mínimos

Manual de boas práticas em fisioterapia 68


Ambulatorial: diferenciado / especializado (ambulatórios especializados)

Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Consulta por hora


(quantitativo)
Cliente/paciente de 1ª consulta e consultas
cuidados intermediários posteriores (anamnese, 2
Cliente/paciente estável exame físico e exames
sob o ponto de vista clínico complementares)
e fisioterapêutico, com
dependência parcial nas
Atendimento por turno de 6
necessidades humanas
horas (quantitativo)
básicas
Assistência prestada pelo
fisioterapeuta ao 8

cliente/paciente
individualmente

Nota explicativa: para efeito dessa Resolução, considera-se ambulatório especializado aqueles destinados ao
atendimento exclusivo e diferenciado de clientes/pacientes neurológicos, queimados, com comprometimentos
cardiorrespiratórios, oncológicos, pediátricos, geriátricos e outros que se enquadrem no perfil de cliente/
paciente de cuidados intermediários, atendidos em ambulatórios especializados.

Ambulatorial: diferenciado/especializado - ambulatórios especializados em terapias manuais e manipulativas,


como osteopatia, quiropraxia, crochetagem, cadeias musculares, pilates, terapias de reeducação postural,
recondicionamento funcional, acupuntura, práticas integrativas e complementares em saúde e outras.

Manual de boas práticas em fisioterapia 69


Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Consulta por hora


(quantitativo)
1ª consulta e consultas
Cliente/paciente de
posteriores (anamnese, 2
cuidados mínimos
exame físico e exames
Cliente/paciente estável
complementares)
sob o ponto de vista
clínico e fisioterapêutico,
autossuficiente nas Atendimento por turno

necessidades humanas de 6 horas (quantitativo)

básicas Assistência prestada pelo


fisioterapeuta ao 8

cliente/paciente
individualmente

Ambulatorial: hidroterapia (fisioterapia aquática)

Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Consulta por hora


(quantitativo)
1ª consulta e consultas
Cliente/paciente de posteriores (anamnese, 2
cuidados mínimos Cliente/ exame físico e exames
paciente estável sob o complementares)
ponto de vista clínico
e fisioterapêutico,
Atendimento por turno
autossuficiente nas
de 6 horas (quantitativo)
necessidades humanas
Assistência prestada pelo
básicas 12
fisioterapeuta ao
cliente/paciente
individualmente

Manual de boas práticas em fisioterapia 70


Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Consulta por hora


(quantitativo)
1ª consulta e consultas
Cliente/paciente de posteriores (anamnese, 2
cuidados mínimos Cliente/ exame físico e exames
paciente estável sob o complementares)
ponto de vista clínico
e fisioterapêutico,
Atendimento por turno
com dependência
de 6 horas (quantitativo)
parcial nas necessidades
Assistência prestada pelo
humanas básicas 6
fisioterapeuta ao
cliente/paciente
individualmente

Manual de boas práticas em fisioterapia 71


Ambulatorial: grupo Pilates, terapias de reeducação postural, recondicionamento funcional, práticas
integrativas e complementares em saúde e outras

Perfil do cliente/paciente Período Número de Atendimentos

Consulta por hora


(quantitativo)
1ª consulta e consultas
Cliente/paciente de 1
posteriores (anamnese,
cuidados mínimos
exame físico e exames
Cliente/paciente estável
complementares)
sob o ponto de vista clínico
e fisioterapêutico,
Atendimento por turno
autossuficiente
de 6 horas (quantitativo)
nas necessidades Grupo de 6
Assistência prestada pelo
humanas básicas clientes/pacientes por hora
fisioterapeuta ao
cliente/paciente
individualmente

Notas explicativas: para efeito desta Resolução, os clientes/pacientes aptos ao atendimento em grupo
são aqueles com quadros crônicos, estabilizados, em condições físicas satisfatórias e que concordem em
participar dessa modalidade de atendimento.

Os clientes/pacientes que estão em condição de manutenção do quadro e/ou de prevenção e recondicionamento


funcional também estão aptos ao atendimento em grupo desde que concordem.

Os grupos de clientes/pacientes deverão ser organizados pelo fisioterapeuta de modo que haja um equilíbrio
entre os diversos tipos de perfil de clientes/pacientes e estados de saúde.

Manual de boas práticas em fisioterapia 72


18- Manual de Intercâmbio
Nacional 2020 - MIN

Anexo 1 - Padrão de Coberturas e Exclusões - Contrato Padrão

PRODUTO TRADICIONAL EMPRESARIAL (A e B)

As coberturas do Plano tradicional empresarial contemplam consultas médicas e serviços auxiliares


de diagnóstico e terapia (SADT), bem como internações hospitalares, em enfermaria para o plano
básico (A) e apartamento para o plano especial (B), em todas as especialidades constantes na THM/
AMB-92, incluindo:

Procedimento Quantidade / Limitação


Fisioterapia 20 sessões usuário / ano

PRODUTO NOVO UNIPLAN - Módulo Básico


Assegura assistência médica nas especialidades clínicas e/ou cirúrgicas (exceto cardíacas),
a seguir relacionadas de acordo com o módulo contratado:

Serviços Auxiliares de Diagnose e Terapia

Procedimento Quantidade / Limitação


Fisioterapia 20 sessões por patologia

PRODUTO UNIPLAN - MÓDULO BÁSICO


Assegura assistência médica nas especialidades clínicas e/ou cirúrgicas (exceto cardíacas),
a seguir relacionadas, de acordo com o módulo contratado:

Serviços Auxiliares de Diagnose e Terapia

Procedimentos - Módulo Básico Quantidade / Limitação


Fisioterapia limitada 20 sessões por ano / modalidade e patologia

Manual de boas práticas em fisioterapia 73


ATAS DE REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES (CNA)

ATA DA 103ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS UNIMED

Item de Pauta Nº 06

6.4.f) Fisioterapias
Este serviço aplica-se para teleassistência no Intercâmbio?

Encaminhamento:
O grupo entende que deve ser aplicado somente para adultos. Será estudado pelo Colégio Nacional
de Auditores Médicos protocolo e diretriz para autorização e acompanhamento no Intercâmbio
Nacional.

Deliberação:
Conceitos e regras aprovadas para o Intercâmbio Nacional.

ATA DA 93ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS UNIMED

Item de Pauta Nº 11

11.10 – Dobra de HM para terapia oncológica e fisioterapia realizada por fisiatra em paciente
internado para clientes de plano especial - Dr. Francisco Lima – UNIMED Brasil
É passível de dobra de HM para terapia oncológica, para o oncologista e fisioterapia quando
realizada por fisiatra, em paciente internado, para clientes de plano especial?

Deliberado:
- É de dobra do honorário de terapia oncológica para o médico que faz o procedimento em regime
de internação hospitalar nos casos de planos especial.
- Não é passível de dobra de honorário de fisioterapia para procedimentos realizados por
fisioterapeuta em nenhuma hipótese.

11.15 – Fisioterapia – duas sessões em horários distintos – Dr. Francisco Lima – UNIMED Brasil
Auxílio como orientar os prestadores na cobrança das fisioterapias ambulatoriais, se pode ser
realizada 2x ao dia (em horários distintos)? Ou somente 1x ao dia?

Deliberado que não é permitido a cobrança de mesmo código TUSS mais de uma vez por dia em
regime ambulatorial.

Manual de boas práticas em fisioterapia 74


ATA DA 91ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS
UNIMED

Item de Pauta Nº 03

3.9 - Métodos alternativos em fisioterapia e psicologia – codificação Rol Unimed – Dr. Francisco
Lima

Dr. Francisco apresenta os procedimentos alternativos em fisioterapia e psicologia, que têm sido
motivos de liminares no intercâmbio e não constam na CBHPM nem na TUSS. Na última reunião,
ficou decidida a criação de códigos específicos para esses procedimentos (conforme listado abaixo)
e que constariam da aba cobertos/sem precificação do Rol Unimed, ou na aba sem cobertura,
dependendo de parecer da ANS.

Código Próprio Descrição Contemplados no Rol Através

CONSULTA/SESSÃO COM
PSICÓLOGO E/OU TERAPEUTA
OCUPACIONAL (COM DIRETRIZ
DE UTILIZAÇÃO); ATENDIMENTO/
Método ABA (Analise de
50005103 ACOMPANHAMENTO EM
Comportamento Aplicada)
HOSPITAL-DIA PSIQUIÁTRICO
(COM DIRETRIZ DE UTILIZAÇÃO);
REEDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO NO
RETARDO DO DESENVOLVIMENTO
PSICOMOTOR.

REEDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO NO
RETARDO DO DESENVOLVIMENTO
PSICOMOTOR; REEDUCAÇÃO E
50005111 Método Bobath
REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA;
REEDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO
NEURO-MÚSCULO-ESQUELÉTICA

Manual de boas práticas em fisioterapia 75


Código Próprio Descrição Contemplados no Rol Através

REEDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO NO
RETARDO DO DESENVOLVIMENTO
Método Cuevas Medek
PSICOMOTOR; REEDUCAÇÃO E
50005120 Exercises (CME)
REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA;
REEDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO
NEURO-MÚSCULO-ESQUELÉTICA

CONSULTA/SESSÃO COM
PSICÓLOGO E/OU TERAPEUTA

Método Teacch - Tratamento OCUPACIONAL (COM DIRETRIZ


50005138 e Educação para Autistas e DE UTILIZAÇÃO); ATENDIMENTO/

Crianças com Limitações ACOMPANHAMENTO EM


HOSPITAL-DIA PSIQUIÁTRICO
(COM DIRETRIZ DE UTILIZAÇÃO);
REEDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO NO
RETARDO DO DESENVOLVIMENTO
PSICOMOTOR.

CONSULTA/SESSÃO COM
PSICÓLOGO E/OU TERAPEUTA
OCUPACIONAL (COM DIRETRIZ
DE UTILIZAÇÃO); ATENDIMENTO/
Método PECS - Sitema de
ACOMPANHAMENTO EM
50005146 comunciação por
HOSPITAL-DIA PSIQUIÁTRICO
Troca de Figuras.
(COM DIRETRIZ DE UTILIZAÇÃO);
REEDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO NO
RETARDO DO DESENVOLVIMENTO
PSICOMOTOR.

Manual de boas práticas em fisioterapia 76


Código Próprio Descrição Contemplados no Rol Através

SEM COBERTURA OBRIGATÓRIA


50005154 Pediasuit
PELA ANS.

SEM COBERTURA OBRIGATÓRIA


Método Therasuit
50005162
PELA ANS

Após essa decisão foi solicitado por algumas Federações que o assunto fosse retirado da ata da
reunião 90ª CNA, devido a divergências de informações sobre a cobertura dos procedimentos
solicitados para inclusão no Rol Unimed.

Há preocupação do grupo de inclusão no rol Unimed de procedimentos que possuem uma


variabilidade de preços muito grande e ainda não há uma diretriz definida para autorização. Será
solicitado à Câmara Técnica Nacional de MBE, estudo que contenha as diretrizes para realização
desses procedimentos.

Será feita consulta técnica para referenciar preço médio no Intercâmbio Nacional.

Aprovado não codificar os procedimentos no Rol Unimed até que as demandas solicitadas pelo
Colégio sejam apresentadas.

Manual de boas práticas em fisioterapia 77


ATA DA 80ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS
UNIMED

Item de Pauta Nº 06

Consulta hospitalar em fisioterapia


Não cabe a cobrança da dobra da consulta hospitalar em fisioterapia e outros serviços realizados
por profissionais não médicos, exceto cirurgiões dentistas bucomaxilofaciais, em acomodação
apartamento, por se tratar de serviço auxiliar.

ATA DA 74ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS UNIMED

c) Consulta hospitalar fisioterapia;

Deliberação:
A consulta hospitalar em fisioterapia será remunerada uma por internação quando solicitado pelo médico
assistente e registrada em prontuário.
Não será remunerada concomitante a sessão.
Na necessidade de outra consulta deverá haver justificativa/solicitação do médico assistente.
O código passará para aba cobertos, seguirá as instruções gerais e constará na planilha de racionalização.

ATA DA 68ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS


UNIMED

Item de Pauta Nº 03

Tema: Ata da 16ª Reunião do Comitê Consultivo


Unimed: Brasil
Apresentação: Dr. Francisco José de Freitas Lima

9. Pendências da Comissão Nacional de Adequação do Rol – Dr. Francisco Lima – Unimed do Brasil

a) Cobertura dos novos códigos de fisioterapia


• Demanda da Unimed Curitiba para inclusão dos códigos: 50000152, 50000160, 50000187,
50000195, 50000209, 50000217, 50000225, 50000233.

Manual de boas práticas em fisioterapia 78


• O entendimento da Comissão de Adequação do ROL é que todos aqueles que têm correspondência
AMB devem entrar na aba de SADT cobertos do RPMU, com valorização pela Tabela AMB. Essa
correspondência será feita pela equipe da Unimed do Brasil.

• Aprovada pelos membros do Comitê para próxima versão do ROL de Procedimentos Médicos Unimed.

Item de Pauta Nº 05

Tema: Rotina para consulta em Fisioterapia


Unimed: Brasil
Apresentação: Dr. Francisco José de Freitas Lima
Resenha:

• Dr. Francisco apresentou as seguintes considerações:


- A consulta com fisioterapeuta está prevista no ROL Ambulatorial do anexo I da RN 338.
- No RPMU estão previstas a consulta ambulatorial e a consulta hospitalar.
- No comparativo da ANS entre ROL e TUSS, a ANS considera também a consulta hospitalar
incluída.
- Parecer da ANS por consulta de uma Unimed informa que a cobertura para o atendimento de
fisioterapia em internação está coberta.
- Além disso, a ANS informa que a cobertura é obrigatória para atendimentos solicitados pelo
médico assistente.
- A ANS considera que a cada nova indicação médica, seja considerada uma nova consulta
ambulatorial de fisioterapia.

Proposta (s):
• Não remunerar a consulta de fisioterapia hospitalar no Intercâmbio, retirando da aba de cobertos e
incluindo na aba de não cobertos do RPMU.

Votação:
• Favorável: 13
• Contra: 5

Manual de boas práticas em fisioterapia 79


Deliberação:

• Não remunerar a consulta de fisioterapia hospitalar no Intercâmbio, retirando da aba de cobertos e


incluindo na aba de não cobertos e incluindo na aba de não cobertos do RPMU.
• O pagamento de consulta ambulatorial de fisioterapia deve estar vinculado a cada nova indicação
médica.
Observações: NA
Vigência Específica: Próxima versão do ROL de Procedimentos Médicos Unimed

ATA DA 65ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS


UNIMED

Item de Pauta Nº 03

Tema: Deliberações da 15ª Reunião do Comitê Consultivo - Reunião realizada no dia 01/04/2014
Unimed: Brasil
Apresentação: Dr. Francisco José de Freitas Lima

f) Consulta com Fisioterapeuta em paciente internado – Federação Santa Catarina


Dr. Francisco informa que a ANS ainda não respondeu a solicitação de parecer.
O Comitê entende e define que a consulta de fisioterapeuta não pode ser remunerada em paciente
internado, por constar no Anexo I da RN 338 - Rol de Procedimentos - na aba ambulatorial.

ATA DA 64ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS


UNIMED

Tema: Deliberações da 12ª Reunião do Comitê Consultivo


Unimed: Brasil
Apresentação: Dr. Francisco José de Freitas Lima

5) Pendências do Comitê de Intercâmbio:


a) Codificação e valorização da consulta em fisioterapia:

Manual de boas práticas em fisioterapia 80


Consulta ambulatorial em fisioterapia (com diretriz de
50000144 R$ 24,00
utilização definida pela ANS)

Consulta hospitalar em fisioterapia (com diretriz de


50000349 utilização definida pela ANS) R$ 24,00

Será solicitado parecer a ANS, referente a cobertura de consulta hospitalar em fisioterapia.

ATA DA 40ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS


UNIMED

7. Codificação de fisioterapia motora e respiratória na internação em enfermaria/ apartamento e


UTIs - Dra. Cláudia Rosa e Silva – Fed. Minas Gerais
No Intercâmbio Nacional será pago da seguinte forma:

Fisioterapia Respiratória:
Código CBHPM 2.02.03.01-2, será pago no máximo 04 sessões ao dia; as demais somente serão
remuneradas se houver justificativa médica aceitável.
Código CBHPM 2.02.03.04-7, será pago no máximo de 02 sessões ao dia; as demais somente serão
remuneradas se houver justificativa médica aceitável.

Fisioterapia Motora:
Foi solicitado a Fed. Minas Gerais um estudo mais detalhado sobre o assunto, para futura
apresentação e deliberação do Colégio.

Manual de boas práticas em fisioterapia 81


ATA DA 15ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS
UNIMED

1.Fisioterapia Urológica

Dr. Sebastião Borba apresentou o estudo sobre fisioterapia em patologias urológicas, principalmente
em incontinência urinária feminina esclarecendo os procedimentos usualmente solicitados que
são o biofeedback, exercícios do assoalho pélvico, cones vaginais e eletroestimulação. Salientou
a importância do exame estudo urodinâmico na classificação dos tipos de incontinência urinária
e para liberação da fisioterapia, que está indicada nos casos de incontinência urinária de esforço e
incontinência urinária mista.

O procedimento biofeedback deve ser liberado no máximo de 10 sessões (25.01.011-5) que é o


tempo para o correto aprendizado dos exercícios, sob acompanhamento especializado.

ATA DA 3ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS


UNIMED

3 - Hidroterapia. Remunerar? Quantas sessões? Qual o valor cobrar no Intercâmbio? Qual o código
a ser utilizado?

Ficou definido que o procedimento será liberado por ser considerada uma técnica de fisioterapia,
mas de acordo com a indicação da patologia do paciente e códigos definidos na Tabela da Associação
Médica Brasileira.

ATA DA 1ª REUNIÃO DO COLÉGIO NACIONAL DE AUDITORES MÉDICOS


UNIMED

8. Autorização de fisioterapia para ganho muscular?


Ficou definido que as Cooperativas não irão liberar fisioterapia para ganho muscular, por tratar-se
de procedimento estético.

9. Fisioterapia em paciente internado: existe limite?


Ficou definido que para paciente internado não haverá limitação para este procedimento.

Manual de boas práticas em fisioterapia 82


19 - Elaboração e Colaboração
Elaboração
ADRIANA FRANCISCA DOS SANTOS

Colaboração
EVANDRO SIMÕES DA SILVA
FABIO COTINE PRATES PESSOA – FISIOTERAPEUTA - NAS
MARCELO BENTO DOS SANTOS – FISIOTERAPEUTA - NAS

EQUIPE FESP

MAURO COURI
Superintendente Operacional
mauro.couri@unimedfesp.coop.br

MICHEL ABUD
Gerente de Contas Médicas
michel.abud@unimedfesp.coop.br

ADRIANA FRANCISCA DOS SANTOS


Coord. Adm. Auditoria Técnica de Contas
adriana.francisca@unimedfesp.coop.br

EQUIPE ADMINISTRATIVA

EVANDRO SIMÕES DA SILVA


evandro.silva@unimedfesp.coop.br

Manual de boas práticas em fisioterapia 83


20 - Fontes
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO

https://interfisio.com.br/a-importancia-da-fisioterapia-na-reabilitacao-pulmonar-em-pacientes-

portadores-de-doencas-obstrutivas-cronicas-dpoc/

https://www.scielo.br/pdf/rbfis/v13n3/aop032_09.pdf

https://fisioterapia.com.br/VOLL Fisioterapia

https://www.abrela.org.br/fisioterapia-motora-orientacao

Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física

https://www.sonafe.org.br/

https://www.infoescola.com/educacao-fisica/fisioterapia-esportiva/

https://www.soufisio.com.br/fisioterapia-do-trabalho-conheca-os-beneficios-e-tecnicas-utilizadas/

http://www.neurosnn.com.br/tratamentos/fisioterapia-neurofuncional/

http://www.oncoguia.org.br/conteudo/reeducacao-postural-global-rpg/181/22/

https://www.tuasaude.com/fisioterapia-uroginecologica/

http://www.mariliabelmonte.com.br/linfedema.html

http://www.renann.com.br/?wpsc-product=fisioterapia-do-edema-linfoterapia

https://crefito12.org.br/fisioterapia-nas-lesoes-por-queimadura/

http://www.fisioterapiaembh.com.br/servicos/fisioterapia/fisioterapia-em-ortopedia-e-traumatologia/

fisioterapia-osteoartrite-artrose/

Manual de boas práticas em fisioterapia 84


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