Você está na página 1de 7

Cinesioterapia: O que é e para que serve

Você já ouviu falar em cinesioterapia? O termo significa terapia do movimento e


se refere a um tratamento recomendado para prevenção e recuperação de lesões
osteoarticulares e musculoesqueléticas, lesões bastante comuns em clínicas de
fisioterapia e dor. 

Se não tratados da maneira adequada, esses problemas sobrecarregam outros


membros, gerando cada vez mais complicações. Este tipo de terapia é muito
indicado para pacientes que sofrem com hérnia de disco, lombalgia, dor ciática,
bico de papagaio, artrose do joelho, tendinites, entorse, dentre outras condições
envolvendo principalmente o sistema locomotor. 

Além do risco de evolução do quadro patológico, a cinesioterapia é importante


para proteção da qualidade de vida do paciente. A limitação física provocada por
tais doenças pode afetar diretamente a rotina das pessoas, impedindo que
atividades simples como andar e dirigir sejam mantidas. 

O tratamento é uma excelente alternativa, inclusive age preventivamente. Que


tal conhecermos melhor o método, sua aplicação e seus benefícios? Acompanhe!

O que é a cinesioterapia?

A cinesioterapia é um tipo de terapia focada nos movimentos, por isso é também


reconhecida como um exercício terapêutico. 
O fisioterapeuta realiza uma minuciosa avaliação do estado físico do paciente,
seu histórico de saúde e sua condição física atual, identificando os melhores
exercícios para cada caso, e em seguida aplica-os para efetivação do objetivo
proposto. 

Dentre os objetivos do método, podemos citar: 

 Tratar e prevenir comprometimentos no sistema locomotor


 Melhorar, restaurar ou otimizar a função física 
 Otimizar o preparo físico
 Melhorar a saúde do indivíduo de maneira geral 

Em suma, o movimento é trabalhado para recuperação da capacidade do


paciente de realizar atividades básicas ou mais específicas, reabilitando o corpo. 

No que consiste o tratamento?


Como vimos, todo o processo se baseia no movimento. Após análise da situação
do paciente, o profissional produz um planejamento terapêutico personalizado. 

Neste plano, o fisioterapeuta irá definir que tipos de exercícios cada pessoa irá
realizar, se com foco em resistência, flexibilidade, coordenação e força
muscular, ou focados em mobilidade articular.

Exstem diversas formas de mobilizar os segmentos do corpo, os exercícios


geralmente são discriminados em dois grandes grupos: 

Exercícios ativos
Os exercícios ativos são realizados voluntariamente pelo paciente, por isso, a
musculatura a ser trabalhada precisa estar em condições de realizar os
movimentos. 

Tais movimentos ajudam a manter a amplitude de movimentação das


articulações, a fortalecer a musculatura e os ossos, a melhorar a flexibilidade
muscular, a desenvolver força e coordenação motora e ainda beneficiam os
sistemas cardiovascular e circulatório. 

Exercícios passivos
Neste caso, o fisioterapeuta é quem realiza as movimentações no corpo paciente,
sem que ele tenha que realizá-las ativamente. São exercícios recomendados para
pessoas impossibilitadas, seja por terem se submetido a cirurgias ou por
apresentarem inflamações e hipotrofias musculares agudas. 

O objetivo desse tipo de atividade é prevenir contraturas musculares e


aderências capsulares, principalmente, protegendo a integridade das
articulações e a elasticidade muscular. Os exercícios passivos ajudam ainda a
fortalecer a cartilagem e os tecidos moles.

Técnicas relacionadas eram usadas entre 4000 a.C. e 395


d.C. e faziam parte das funções dos sacerdotes.
Histórico
A compreensão de que o movimento humano pode ser utilizado no tratamento
de disfunções já tem alguns bons anos, técnicas relacionadas eram usadas
entre 4000 a.C. e 395 d.C. e faziam parte das funções dos sacerdotes.

Durante a Idade Média os estudos na área da saúde foram interrompidos devido


à prevalência da crença de que os problemas de saúde tinham relação com o
espírito e com a alma.

Mas não demorou para o homem voltar a tentar entender melhor o corpo
humano e suas funções. Estudos relacionados ao movimento se tornaram muito
comuns durante o Renascimento, quando houve uma grande exaltação ao
corpo.

No final desse período, Don Francisco e Ondeano Amorós (1779-1849)


dividiram a ginástica em quatro pontos, e o terceiro deles era o que conhecemos
como cinesioterapia. Na época, o objetivo do método era a manutenção de um
corpo saudável e forte, mas também era aplicado para reeducação de
convalescentes e correção de deformidades

Com o processo de industrialização, aumentou-se a prevalência de doenças


relacionadas ao trabalho, gerando epidemias de condições que afetavam o
sistema musculoesquelético. Para atender às novas demandas, foram criadas
tecnologias que pudessem ser empregadas na melhoria da saúde,
principalmente direcionadas a assistência curativa, recuperativa e reabilitadora.

As guerras só aumentaram o interesse de todos por terapias como a


cinesioterapia, devido a um grande número de casos de lesões, mutilações,
alterações físicas de vários tipos e graus.

Ainda hoje, este tratamento está em constante evolução, tornando-se cada vez
mais popular. 
Quais são os tipos de cinesioterapia?
Existem 4 tipos de cinesioterapia: motora, postural, respiratória e laboral.
Entenda quando cada um deles é indicado. 

Cinesioterapia motora
Sem dúvidas, o tipo mais conhecido. A cinesioterapia motora tem aplicações
diversas, dentre elas: 

 Artrose
 Artrite
 Espondilite
 Tendinite

Não se engane, mesmo pessoas acamadas podem realizar os exercícios, nesses


casos, exercícios passivos, recomendamos para manutenção da força muscular e
da amplitude dos movimentos articulares, principalmente. 

Cinesioterapia postural
A cinesioterapia postural tem como objetivo melhorar a postura corporal, e é
muito recomendada para pessoas que sofrem com dores frequentes nas costas e
no pescoço. 

O profissional orienta exercícios específicos para fortalecimento muscular, em


especial das costas e do abdome, fazendo com que músculos encurtados sejam
alongados. 

Cinesioterapia respiratória
Este é um método indicado para estimulação da inspiração máxima e da
expiração forçada. Os exercícios são realizados em pé, sentado ou deitado, e
podem ainda contar com equipamentos que auxiliam os músculos respiratórios. 

Certos casos exigem até mesmo o uso de medicamentos, capazes de ampliar os


resultados do tratamento. 

Cinesioterapia laboral
A cinesioterapia laboral tem como objetivo otimizar o desempenho do indivíduo
em seu trabalho. Sendo assim, são utilizados exercícios capazes de alongar
especificamente a musculatura requerida por suas atividades laborais. 

Tais exercícios podem ser realizados todos os dias por apenas 10 minutos.
Quais são os benefícios da
cinesioterapia?

Os benefícios da cinesiterapia são muitos e variados, não é a toa que o


tratamento tem sido tão requisitado. Veja abaixo alguns exemplos: 

 Aumentar a força muscular


 Aumentar a coordenação motora
 Aumentar a flexibilidade e a mobilidade
 Aumentar a amplitude dos movimentos articulares 
 Melhorar o sistema cardiopulmonar
 Melhorar a postura esquelética
 Promover o equilíbrio
 Promover o treino de marcha/caminhada
 Promover reeducação postural 
 Reduzir dores musculares 
 Tratar disfunções ortopédicas
 Tratar problemas neurológicos 
 Tratar lesões envolvendo o sistema musculoesquelético

Para quem é indicada a cinesioterapia?


Na maioria das vezes para pacientes com dor e inflamação em alguma
articulação. Qualquer lesão ou desordem de movimento com origem no sistema
musculoesquelético pode ser tratada com cinesioterapia. 

O tratamento ajuda a controlar o desconforto muscular, eliminando também


toxinas que reforçam o incômodo, ajuda a reajustar a musculatura e ainda
promove a correção de problemas de postura. 

Dentre as principais causas de encaminhamento à terapia, podemos citar:


 Lesões em ligamentos, tendões e músculos (síndrome dolorosa
miofascial)
 Bloqueios articulares
 Perda funcional dos movimentos
 Hipotrofia muscular (sarcopenia)
 Patologias reumatológicas como espondilite anquilosante.

O tratamento proporciona alívio de dores e ajuda na recuperação da autonomia


de pacientes antes debilitados protegendo seu bem-estar, satisfação e qualidade
de vida.

A técnica é essencial para execução de movimentos corriqueiros e simples,


indispensáveis à rotina diária das pessoas. 

Redução de gorduras localizadas, melhora da flacidez e da


postura estão entre os benefícios estéticos do tratamento.
Aplicação estética da cinesioterapia
Embora menos falados, os benefícios estéticos da cinesioterapia também
merecem ser descritos aqui. Por outro lado, precisamos destacar que a avaliação
para o tratamento deve ser específica, individual e minuciosa. 

O fisioterapeuta deve estudar o paciente como um todo, considerando, por


exemplo, que o acúmulo de gordura em uma determinada região do corpo, pode
estar agravado por alterações posturais, fraqueza muscular, encurtamento de
músculos, dentre outros fatores. Assim, trabalhará exercícios que atendam as
diversas demandas apresentadas.  

Dentre os benefícios estéticos do tratamento podemos citar, claro, minimização


de gorduras localizadas e melhora significativa da postura corporal, além de
redução da flacidez, inclusive na mímica facial, controle da flacidez glútea, em
áreas do braço e abdome, e liberação de cicatrizes que geram aderências ou são
imóveis e prejudicam o movimento de uma determinada área.

Quais são as contraindicações da cinesioterapia?


A cinesioterapia é um tratamento bastante seguro e com comprovações
científicas. Porém, a técnica só deve ser aplicada após uma avaliação completa
do fisioterapeuta. 

Em geral, não é indicada para quem:

 Tem dor intensa


 Passa por processo inflamatório muito agudo
 Tem problemas sistêmicos, como labirintite, cardiopatia, infecções
e hipertensão arterial

Se você é portador de alguma condição para qual está terapia é indicada,


converse com o seu médico sobre o tratamento e veja se este é mesmo o melhor
método terapêutico para o seu caso. 

Você também pode gostar