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Acompanhamento

de Práticas Clínicas
Supervisionadas
Prática Fisioterapêutica em Geriatria, Saúde
da Mulher e do Homem e Saúde do Trabalhador

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Prática Fisioterapêutica em
Geriatria, Saúde da Mulher e
do Homem e Saúde do Trabalhador

• Observação de Prática Fisioterapêutica no Campo da Geriatria;


• Observação de Prática Fisioterapêutica no Campo da Saúde Feminina;
• Observação de Prática Fisioterapêutica no Campo da Saúde do Homem;
• Observação de Prática Fisioterapêutica no Campo da Saúde do Trabalhador.


OBJETIVO

DE APRENDIZADO
• Permitir que os estudantes tenham subsídios para compreender a atuação fisioterapêutica
nas áreas da geriatria, saúde da mulher, do homem e do trabalhador.
UNIDADE Prática Fisioterapêutica em Geriatria, Saúde
da Mulher e do Homem e Saúde do Trabalhador

Observação de Prática Fisioterapêutica


no Campo da Geriatria
O envelhecimento humano é um fenômeno mundial, definido pela Organização
Mundial da Saúde (2005), sendo idoso o indivíduo com 60 anos ou mais em países
em desenvolvimento, como o Brasil, e com 65 anos ou mais em países desenvolvidos.

Esse processo é caracterizado como ação espontânea, inerente e irreversível aos


seres vivos. Nos seres humanos, esse processo se caracteriza pela influência de as-
pectos fisiológicos, psicológicos e sociais.

As mudanças fisiológicas na terceira idade estão relacionadas às limitações advin-


das das funções celulares, mecânicas, físicas e bioquímicas dos indivíduos.

As alterações psicológicas, por sua vez, surgem a partir de alterações afetivas,


mentais e dificuldades no enfrentamento de situações que requerem apoio, bem
como baixa autoestima, depressão, e outros efeitos deletérios comuns no processo
de envelhecimento. Já as alterações de cunho sociais estão relacionadas às diminui-
ções das relações dos indivíduos da terceira idade com a Sociedade em que estão
inseridos (GANDRA, 2012).

Em sua prática clínica, você poderá perceber que


o envelhecimento não será um processo homogêneo,
ou seja, cada pessoa vivenciará essa fase do ciclo vi-
tal de uma maneira, visto que deverá ser visualizada
sua história individual, bem como todos os aspectos
estruturais que compõem o ser humano, como: clas-
se, gênero e etnia a eles relacionados, como saúde,
educação e condições econômicas.

O envelhecimento é um processo complexo, cujas


alterações vivenciadas durante a trajetória de vida
causam interferência na maneira individual do sujeito.

Assim, as particularidades irão influenciar no es-


tilo de vida de cada um. Com isso, a repercussão do
Figura 1 – Processo de envelhecimento
envelhecer é compreendida pelos idosos de diferen- Fonte: Getty Images
tes maneiras, considerarando-se a história e o estilo
de vida, as redes sociais, a disponibilidade de suporte afetivo e os valores entendidos
por eles como importantes para a qualidade de vida em sua essência e o atendimento
da pessoa idosa.

Resolução COFFITO 476, que reconhece e disciplina a Especialidade Profissional de Fisio-


terapia em Gerontologia, foi aprovada em 20 de dezembro de 2016. Saiba mais sobre a
Resolução. D isponível em: https://bit.ly/2Dc8ilH

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O Fisioterapeuta pode atuar na prevenção, na promoção da saúde e na reabili-
tação, com o objetivo de promover a independência funcional do idoso nas tarefas
simples do dia a dia, no intuito de minimizar as consequências das alterações fisioló-
gicas e patológicas do envelhecimento, contribuindo, assim, na melhora da qualidade
de vida, do bem-estar e da autonomia.

O Fisioterapeuta que atua com pessoas idosas pode trabalhar nas áreas: home
care (Fisioterapia domiciliar), Hospitais Públicos e Privados, Instituições de Longa
Permanência, Centros de Reabilitação, Academias, Clínicas, Centros de Beleza e
Bem-estar, Centros de Atenção ao Idoso etc.

A senescência é o processo de envelhecimento natural que se estende por todo o curso da


existência do ser humano. Desde que nasce, o ser humano já inicia seu processo de enve-
lhecimento. Já a senilidade é o processo de envelhecimento patológico, caracterizado por
disfunções orgânicas, debilitação psíquica, modificações somáticas limitantes e enfraqueci-
mento cerebral. Senilidade X Senescência – Você Sabe a Diferença?
Disponível em: https://youtu.be/HOjdApebOPQ

Figura 2 – Fisioterapia na terceira idade


Fonte: Getty Images

O atendimento fisioterapêutico na terceira idade pode ser realizado de forma indi-


vidual ou coletiva, visto que o profissional não deve priorizar somente a queixa que
trouxe o paciente ao atendimento, mas deve estimular a pessoa idosa, seus cuida-
dores e familiares a desenvolverem ações que promovam a saúde frente ao avançar
da idade, podendo contribuir para o envelhecimento saudável, visando à melhora da
capacidade cardiovascular, pulmonar, muscular, óssea, articular e cognitiva.

A prática eficaz de um programa de atenção integral à pessoa idosa, estruturado por um Fi-
sioterapeuta especializado, é capaz de potencializar a máxima funcionalidade, promovendo
a independência e a autonomia do idoso.

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O Fisioterapeuta, durante sua prática de atendimento direcionado à pessoa idosa


pode atuar na prevenção ou no tratamento de alguns dos acometimentos a seguir:
• Síndrome da Fragilidade e alterações de equilíbrio e quedas (frequentemente
encontradas no envelhecimento);
• Fraqueza muscular devido ao imobilismo;
• Alterações posturais, dores articulares, dificuldade para deambular;
• Dificuldades funcionais, demências, incontinência fecal e urinária;
• Doenças cardiovasculares: Infarto, Angina, Insuficiência Cardíaca etc.;
• Alzheimer, Parkinson, Acidente Vascular Encefálico – AVE;
• Cânceres, pneumonia, enfisema, bronquite crônica; etc.
• Diabetes e osteoporose, dentre outras.

Em sua prática clínica, o profissional deve apresentar conhecimento sobre o pro-


cesso de envelhecimento, habilidade para realização de uma avaliação adequada que
identifique todos os aspectos biopsicossociais que acercam o idoso conhecido como
(avaliação geriátrica) e capacidade para identificar a melhor intervenção dentro das
possibilidades terapêuticas do idoso, verificando suas especificidades.

Importante!
Você sabia que existe a Associação Brasileira de Fisioterapia em Gerontologia (ABRAFIGE)?
O objetivo da associação é incentivar a atualização dos Fisioterapeutas atuantes no
processo de envelhecimento, por meio de eventos científicos, envio mensal de artigos e
aulas, entre outros.

Figura 3 – Atendimento fisioterapêutico em grupo


Fonte: Getty Images

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A Fisioterapia geriátrica e gerontológica têm como principais objetivos:
• Promoção da saúde no processo de envelhecimento;
• Subsidiar um envelhecimento o mais ativo possível;
• Preservar e aumentar os aspectos que auxiliam na capacidade funcional do idoso;
• Realizar, de maneira integral, a capacidade motora e funcional da pessoa idosa;
• Elevar os conceitos que promovam a qualidade de vida;
• Estimular a mobilidade, a autonomia e o bem-estar;
• Promover a inserção social;
• Melhorar a vitalidade, a força muscular, a resistência e o equilíbrio;
• Propor e estimular cuidados em relação às doenças que podem acometer a
terceira idade;
• Diminuir dores agudas e crônicas;
• Tratar diversas situações nas quais a capacidade funcional e o equilíbrio do idoso
podem ser comprometidos;
• Atuar na atenção primária, secundária e terciária, bem como na baixa, média e
alta complexidade.

Você sabe a diferença entre geriatria e gerontologia? Geriatria é o campo que estuda os cui-
dados de pessoas idosas. É exercida pelo geriatra. Já a Gerontologia, por sua vez, é o campo
que se dedicado ao estudo dos diversos aspectos acerca do envelhecimento.

Dentro da Fisioterapia gerontológica, podem ser utilizados diversos recursos:


• Eletroterapia;
• Termoterapia;
• Hidroterapia;
• Cinesioterapia;
• Terapias Manuais;
• Recursos lúdicos: musicoterapia, arteterapia, práticas integrativas e complemen-
tares, dentre outros recursos.

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Figura 4 – Hidroterapia na terceira idade


Fonte: Getty Images

E a ludicidade como ferramenta fisioterapêutica na terceira idade?

Uma das estratégias que pode ser inserida na prática fisioterapêutica é o cuidado
de forma lúdica, por meio da utilização de jogos, teatro, danças, corais, arteterapia
e musicoterapia, dentre outros mecanismos que abrangem a interação entre o tra-
tamento indicado pelo profissional, a fim de estimular o sistema cognitivo e motor,
melhorando a qualidade de vida e facilitando a terapia.

Essas estratégias possuem amplo potencial no resgate da manutenção do corpo


humano, como fortalecimento da autonomia, estímulo cerebral e estímulo dos mem-
bros superiores e inferiores, dentre outros fatores.

Figura 5 – Arteterapia como estratégia fisioterapêutica


Fonte: Getty Images

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No link a seguir, você poderá ampliar sua visão sobre a ludicidade na terceira idade. Observe
um exemplo de atividade dinâmica em grupo que pode auxiliar na inclusão social, na afe-
tividade, na interação em grupo, além de trabalhar a parte muscular e cognitiva. Dinâmica
com idosos/O Abraço. Disponível em: https://youtu.be/iZGNK-Ed6y0

Observação de Prática Fisioterapêutica


no Campo da Saúde Feminina
A área da Fisioterapia aplicada à Saúde da Mulher e do Homem tem como ob-
jetivo inserir o profissional da Fisioterapia para atender de maneira integral, para
qualificar e aprofundar conhecimentos específicos, necessários a uma abordagem
no cenário preventivo, investigativo e no campo da reabilitação, nas várias fases do
ciclo vital da mulher e do homem, possibilitando tratamentos fisioterapêuticos por
meio de técnicas e métodos adequados em todas as especificidades da fisiologia do
homem e da mulher.

Vamos falar de maneira global sobre a saúde da mulher?

A Fisioterapia em Saúde da Mulher é uma área de atuação, reconhecida como


especialidade pela resolução do COFFITO nº. 372/2009, que  tem como objetivo
a ampla atuação fisioterapêutica ao longo do ciclo vital feminino: seja na infância,
seja no momento da gravidez, no trabalho de parto, no pós-parto, no puerpério, no
climatério e na terceira idade. 

Esse campo fisioterapêutico se destaca por ser um refinamento da prática do


Fisioterapeuta, voltada às especificidades da saúde feminina,  que vão muito além
das questões meramente reprodutivas, proporcionando atenção integral e um olhar
maximizado para a integralidade e a consideração com os aspectos socioculturais.

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Figura 6 – Atenção fisioterapêutica na saúde da mulher gestante


Fonte: Getty Images

O Fisioterapeuta especialista na saúde feminina é um profissional que possui ha-


bilidades e competências que vão de encontro às necessidades da mulher, estudando
todos os sistemas corporais e fisiológicos, baseadas em evidências científicas, para
atendê-la nos diversos níveis de atenção à saúde.

Esse profissional pode atuar no cenário hospitalar, clínico, Spas de beleza, centros
de reabilitação e academias especializadas, dentre outros.

Figura 7 – Fisiologia e anatomia feminina


Fonte Getty Images

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Importante!
Segundo a resolução do COFITTO que regulamenta esta especialidade na saúde da mu-
lher, ela abrange cinco áreas de atuação: Assistência Fisioterapêutica em Uroginecologia
e Coloproctologia, Assistência Fisioterapêutica em Ginecologia, Assistência Fisiotera-
pêutica em Obstetrícia; Assistência Fisioterapêutica nas Disfunções Sexuais Femininas e
Assistência Fisioterapêutica em Mastologia.

Outra área que possui relação íntima com a saúde da mulher é a Fisioterapia
dermatofuncional, que possibilita ao Fisioterapeuta atuar também nesse campo pro-
fissional, nas seguintes vertentes:
• Flacidez da pele;
• Gordura localizada;
• Estrias;
• Cicatrizes.

Além disso, os profissionais que atuam na Fisioterapia dermatofuncional têm habili-


tação para utilizar recursos e práticas que visam a promover a qualidade funcional do
paciente, associando tratamentos ou agentes de aplicação, podendo ser térmicos, elé-
tricos, mecânicos ou fototerapêuticos, tanto na área estética quanto na de reabilitação.

Vale destacar que uma Equipe Multidisciplinar ampla, com Nutricionistas, Pro-
fissionais de Educação Física, Endocrinologistas, Dermatologistas, Angiologistas e
Cirurgiões Plásticos podem corroborar em melhores benefícios aos pacientes.

Em se tratando da  Fisioterapia dermatofuncional, pode atuar nos seguintes


tratamentos:
• Pré e pós-cirurgia plástica;
• Fibro edema geloide;
• Estrias cutâneas;
• Queimaduras;
• Envelhecimento facial da pele;
• Úlceras de pressão.

Destaca-se que o Fisioterapeuta dermatofuncional está habilitado a utilizar trata-


mentos por meio de:
• Ultrassom;
• Eletroterapia não invasiva;
• Endermologia;
• Radiofrequência;
• Laserterapia;
• Crioterapia.

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da Mulher e do Homem e Saúde do Trabalhador

Importante!
Lembre-se de que qualquer indivíduo pode ser atendido pela Fisioterapia dermatofuncio-
nal, porém a Literatura destaca que a procura por essa área é maior pelo público feminino.

Figura 8 – Procedimento fisioterapêutico estético


Fonte: Getty Images

Outras técnicas utilizadas são os recursos terapêuticos manuais, como a massa-


gem, por exemplo, que tem como finalidade a execução de um efeito mecânico local,
por meio da pressão exercida que, consequentemente, libera substâncias vasoativas
na região aplicada.

As técnicas mais comuns no campo dos recursos terapêuticos manuais são:


• Drenagem linfática manual;
• Massagem clássica;
• Massagem do tecido conjuntivo;
• Massagem reflexa.

Ao indicar um tratamento por meio de recursos terapêuticos manuais, o Fisiote-


rapeuta Dermatofuncional, visa à redução de edemas na pele, melhora a hidratação
e nutrição celular, promove melhora no processo de cicatrização e vascularização
arterial e venosa, proporciona absorção e desaparecimento de hematomas, redução
da retenção de líquido teciduais, além de promover relaxamento do paciente.

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Figura 9 – Recurso terapêutico manual
Fonte: Getty Images

Observação de Prática Fisioterapêutica


no Campo da Saúde do Homem
A Fisioterapia aplicada à saúde do homem é uma área em expansão no que tange
ao cenário fisioterapêutico, que tem como objetivo atender homens a fim de promo-
ver, manter, reabilitar e reorganizar as ações de saúde, por meio de tratamentos e
intervenções fisioterapêuticas, sendo um campo de atuação amplo, porém ainda em
crescimento, pois se faz necessário que reconheçam os homens como sujeitos que
necessitam de cuidados.

A Fisioterapia atua, também, nas doenças prevalentes na população masculina,


buscando o fortalecimento da assistência básica no cuidado à saúde dos homens,
facilitando e garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao enfrenta-
mento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde.

Assim, atua na prevenção e em ações que atendam às demandas da saúde mascu-


lina. O Fisioterapeuta atuante nesse campo do conhecimento deve conhecer a anato-
mia e a fisiologia masculina, pois existem especificidades características masculinas.

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da Mulher e do Homem e Saúde do Trabalhador

Figura 10 – Anatomia e fisiologia masculina


Fonte: Getty Images

Amplie o conhecimento sobre a saúde do homem e acesse o “Glossário temático: saúde


do homem”.
Disponível em: https://bit.ly/2ExiS7y
Acesse também o a “Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem”.
Disponível em: https://bit.ly/3faGNX3

É importante destacar que esse grupo populacional, possui demandas de ações


educativas em saúde e intervenções especializadas, tendo em vista que os homens
apresentam taxas de mortalidade mais elevadas quando comparado às mulheres.
Entre as principais habilidades, o Fisioterapeuta atuante na saúde do homem nas
doenças cardiovasculares, nas neoplasias, nas doenças respiratórias, na saúde geral
e no bem-estar.

A atuação fisioterapêutica na saúde do homem destaca-se como essencial, em


vista de que o profissional possui competência para avaliar e executar suas atividades
com autonomia, em todos os níveis da atenção básica em saúde, tanto no cenário
individual quanto no coletivo.

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Figura 11 – Atuação fisioterapêutica na saúde do homem
Fonte: Getty Images

Você sabia que o Fisioterapeuta pode aplicar uma série de exercícios para auxiliar na redu-
ção dos efeitos deletérios causados pela incontinência fecal e urinária? Um dos exercícios
mais conhecidos é a série de Kegel, que pode ser utilizado na saúde do homem e da mulher.
Na década de 1940, Arnold Kegel foi o primeiro a descrever e a promover exercícios perine-
ais. Amplie seu conhecimento assistindo ao vídeo disponível no link a seguir:
Disponível em: https://youtu.be/9QK8_P4pRRY

O Fisioterapeuta atua como agente promotor de Saúde. No cenário da atenção primária,


o profissional promove ações de conscientização na saúde do homem e da mulher, come-
morando, em outubro, o mês de atenção a prevenção do câncer de mama, conhecido como
Outubro Rosa e, em novembro, o mês de atenção à saúde do câncer de próstata, conhecido
como Novembro Azul.

Observação de Prática Fisioterapêutica


no Campo da Saúde do Trabalhador
A Fisioterapia na saúde do trabalhador teve seu início em meados de 1998.

Fisioterapeutas atuantes na área da Saúde do Trabalhador se mobilizaram para


criar a Associação Nacional de Fisioterapia do Trabalho, visando a organizar e a
normatizar essa área em grande crescimento no Brasil.

Em 2003, o Coffito publicou a Resolução 259/03 sobre a área de atuação da


Fisioterapia do Trabalho, dando referência aos procedimentos em saúde do trabalha-
dor do profissional Fisioterapeuta (BAÚ; KLEIN, 2009).

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A partir desse momento, outros profissionais se reuniram em prol desse objetivo,


realizando, em 2006, durante o II Congresso Brasileiro de Fisioterapia do Trabalho
(FISIOTRAB) em Curitiba/PR, a criação da Associação Brasileira de Fisioterapia do
Trabalho (ABRAFIT), entidade exclusiva existente hoje no Brasil a representar essa
especialidade. Porém, a especialidade em Fisioterapia do Trabalho foi reconhecida
pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) pela Reso-
lução COFFITO n.º 351, de 13 de junho de 2008, garantindo, assim, o direito de os
Fisioterapeutas exercerem tal especialidade.

Leia mais sobre a Resolução que reconhece a Fisioterapia do Trabalho como especialidade
fisioterapêutica e a NR17 sobre ergonomia.
Disponível em: https://bit.ly/3361eSD
Leia sobre NR17 – Ergonomia.
Disponível em: https://bit.ly/30arMjF

Com o objetivo de aumentar e melhorar a qualidade de vida e o desempenho do


trabalhador, a Fisioterapia de trabalho se desenvolveu como um ramo da Fisiotera-
pia, frente às necessidades de acompanhamento do crescimento das tarefas, abor-
dando aspectos como ergonomia, biomecânica e outras ciências (BAÚ, 2002).

O Fisioterapeuta ergonomista avalia, previne e trata lesões decorrentes das ati-


vidades realizadas nos ambientes laborais, além de realizar o estudo ergonômico
junto ao serviço especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT), trabalha na atenção primária com palestras de conscientização, conscien-
tização e também em treinamentos preventivos de doenças relacionadas ao trabalho.
Ademais, realiza avaliação postural e análise das tarefas nos postos de trabalho,
desenvolve programas de ginástica laboral e é responsável pelos tratamentos fisiote-
rápicos com a utilização de todos os recursos fisioterapêuticos disponíveis, com um
ambulatório dentro da própria Empresa (KLEINOWSKI; STURMER 2010).

Principais atividades realizadas pelo Fisioterapeuta do Trabalho


• Prevenir desconforto ou queixas musculoesqueléticas nas atividades laborais;
• Estudar a ergonometria do trabalho, junto à equipe de saúde e segurança
do trabalho;
• Promover palestras de conscientização, capacitação e treinamento preventivo
de doenças ocupacionais de trabalho;
• Realizar orientações posturais e ergonômicas aos trabalhadores (dentro e fora do
ambiente de trabalho e durante a execução de suas atividades ocupacionais);
• Avaliar a postura e a analisar a biomecânica das tarefas nos postos de trabalho,
promovendo a adequação do posto e das posturas para um melhor desempenho;
• Desenvolver programas de ginástica laboral;
• Realizar o tratamento das patologias ou das queixas musculoesqueléticas dos
trabalhadores, dentro ou fora da Empresa.

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Uma das áreas mais atuantes do Fisioterapeuta do trabalho dentro do contexto
laboral é no enfrentamento da redução de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), que se têm constituí-
do em grande problema da Saúde Pública nos países industrializados, sendo conside-
rada uma síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada pela ocorrência de vários
sintomas, concomitantes ou não, geralmente, localizada nos membros superiores
(BRASIL, 2003).

Figura 12 – Fisioterapia e ergonomia


Fonte: Getty Images

Conheça mais sobre a LER e DORT assistindo Ao vídeo a seguir: LER/DORT. O que são e quais
as medidas preventivas para evitá-las? Disponível em: https://youtu.be/sC1Ud4CN6Pc

Várias são as técnicas que podem ser utilizadas na saúde do trabalhador, porém
vamos destacar uma área muito utilizada: a Ginástica Laboral, que se destaca por
possuir uma série de atividades e exercícios específicos de promoção do alongamento,
coordenação motora, além de trabalhar os aspectos mentais e sociais, visto que são
inseridos nos mais variados setores organizacionais com a finalidade de atuar na
prevenção e na minimização dos casos de LER/DORT.
Lima (2007, p. 28) aponta que a “Ginástica Laboral é um conjunto de práticas
físicas elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente,
visando a compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho, relaxando e as tonifi-
cando, e ativar as que não são tão requeridas”.
Quadro 1 – Dicas de alongamento

• Inclinar a cabeça para o lado, puxando-a com uma das mãos;


Pescoço • Manter o outro braço esticado com a mão estendida.

• Puxar com uma das mãos o cotovelo até sentir alongar a região posterior
Ombro do ombro.

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• Manter um dos braços estendidos;


Punho 1 • Dobrar o punho para baixo com auxílio da outra mão;
• Repetir o mesmo com outro punho.

• Flexionar o polegar, segurá-lo com os dedos e realizar um movimento de desvio


Punho 2 para baixo.

• Com os braços retos e para os lados, girar lentamente as mãos em círculo,


Rotação dos Punhos trabalhando os punhos.

• Inclinar a cabeça para esquerda, para a direta, para a frente e para trás;
Relaxar os Músculos do Pescoço • Manter cada posição por alguns segundos.

• Com os braços soltos e com as mãos apontadas para baixo, executar um


Relaxar os Ombros movimento giratório nos ombro para a frente, por três vezes, e para trás, por
também três vezes.

• Com uma das mãos estendidas, dedos juntos e palma voltada para baixo, forçar os
dedos da outra mão contra a palma, mantendo a posição por alguns segundos, e
Flexão das Pontas dos Dedos soltá-los suavemente;
• Repetir a flexão com a outra mão.

Você sabia que, para todas as áreas estudadas, o profissional deve seguir as normas de bios-
segurança? Assim, você pode explorar a importância da biossegurança para a população em
geral. Amplie seu conhecimento assistindo o documentário: Documentário – Césio 137
(30 anos). Disponível em: https://youtu.be/hzCq3OUq4ts

As práticas podem ser realizadas em grupos setoriais e individuais, a fim de aten-


der as especificidades de cada setor e funcionário, as práticas realizadas em grupos
é uma ótima oportunidade para estreitar laços com a equipe, além de otimizar o
contato com os colegas de trabalho.
É fundamental que o profissional se especialize em Fisioterapia do Trabalho, pois,
assim, pode ampliar a visão sobre a saúde do trabalhador, bem como as necessida-
des que estão em constantes transformações no Mercado de Trabalho.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Drenagem linfática na clínica
https://youtu.be/9Pw14SELHSQ
Documentário: Envelhescência
https://bit.ly/3jTWlSs

Leitura
Fisioterapia Na Saúde Da Mulher – CREFITO
https://bit.ly/339bbPk
Manual de Ergonomia: Em direção a uma universidade saudável
https://bit.ly/2EtPKOp
Viagem Fantástica do Corpo Humano, o incrível processo do Nascimento ate a morte
https://glo.bo/30a1ZrH

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Referências
BAÚ, L. M. S; KLEIN, A. A. O reconhecimento da especialidade em Fisioterapia
do trabalho pelo COFFITO e Ministério do Trabalho/CBO: uma conquista para a
Fisioterapia e a saúde do trabalhador. Brazilian Journal of Physical Therapy, São
Carlos, v. 13, n. 2, p. V-VI, 2009.

BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do trabalho: ergonomia, legislação, reabilitação. Curitiba:


Clã do Silva, 2002.

GANDRA, T. K. Inclusão digital na terceira idade: um estudo de usuários sob a pers-


pectiva fenomenológica. 2012. 137f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)
– Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.

KLEINOWSKI, A.; STURMER, C. Atualidades em Legislação do trabalhador para


melhor inserção do Fisioterapeuta do Trabalho no âmbito empresarial. Revista Bra-
sileira de Fisioterapia do Trabalho, v. 1, n. 1, 2010.

LIMA, V. Ginástica laboral: atividade física no ambiente de trabalho. 3.ed. São


Paulo: Phorte, 2007.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Envelhecimento ativo: uma polí-


tica de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.

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