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E BIOÉTICA EM
FONOAUDIOLOGIA
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA...................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA DA BIOÉTICA...................................................................................................................................................................................... 9
UNIDADE II
BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA.................................................................................................................................... 40
CAPÍTULO 1
NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA APLICADA À FONOAUDIOLOGIA................................................................................................. 40
UNIDADE III
GERENCIAMENTO DE CARREIRA EM FONOAUDIOLOGIA................................................................................................................................ 44
CAPÍTULO 1
MARKETING EM FONOAUDIOLOGIA........................................................................................................................................................... 44
CAPÍTULO 2
EMPREENDEDORISMO EM FONOAUDIOLOGIA..................................................................................................................................... 50
CAPÍTULO 3
USO DO MARKETING DIGITAL COMO FERRAMENTA........................................................................................................................... 61
UNIDADE IV
POSICIONAMENTO ESTRÁTEGICO E ADMINISTRATIVO.................................................................................................................................... 70
CAPÍTULO 1
REGIMES ADMINISTRATIVOS........................................................................................................................................................................ 70
CAPÍTULO 2
CULTURA ORGANIZACIONAL ........................................................................................................................................................................ 79
CAPÍTULO 3
ESTRUTURAS E CONTROLES E AS POLÍTICAS PÚBLICAS............................................................................................................... 84
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................................................................... 92
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
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ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
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Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
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INTRODUÇÃO
Bons estudos!
Objetivos
» Descrever a importância do marketing dentro da aplicabilidade da
fonoaudiologia.
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BIOÉTICA E ÉTICA
NORMATIVA EM UNIDADE I
FONOAUDIOLOGIA
CAPÍTULO 1
História da bioética
Figura 1. Bioética.
A etimologia da palavra Bioética é uma junção dos radicais – bio – que vem do grego
bios, significando vida, no sentido fisiológico e animal do termo, e ética – ethos –
também de origem grega que diz respeito à conduta moral.
A Bioética, nesse contexto, surge a fim de evitar os horrores que vinham sendo
exercidos pela Medicina desde os tempos da escravidão até os abusos e atrocidades
dos campos de concentração nazistas e das técnicas médicas que feriam os princípios
vitais das pessoas.
Rego (2009) dá importantes ensinamentos ao situar sobre o surgimento das reflexões que
foram se conformando com a Bioética no âmbito das preocupações com as repercussões
das pesquisas com seres humanos, nas quais, a associação entre epidemiologia e clínica
ocupam um lugar de destaque tanto no que se refere à frequência quanto à relevância,
seriam os indícios da construção de uma ponte entre a clínica e a saúde pública.
Na história da Bioética, as primeiras preocupações centravam-se na avaliação das
intenções dos agentes profissionais, mas, também, já anunciavam a interface que vinha
se configurando entre Bioética, Saúde Pública e Cuidado da Saúde.
Deste modo, cabem apontamentos de alguns dos mais relevantes fatos que possibilitaram
a compreensão da evolução da Bioética no passar do tempo.
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
Temos dois exemplos interessantes desse momento. Pasteur, que propôs a Dom Pedro
II que autorizasse o uso de prisioneiros brasileiros condenados à pena de morte como
cobaias na testagem das vacinas antirrábicas.
As pesquisas no século XIX não conheceram e nem foram submetidas às normas que
disciplinavam a realização de pesquisas com seres humanos, especificamente. Havia o
padrão de utilizar os próprios pacientes como sujeitos das pesquisas, buscando
tratamentos ou recorrendo à autoadministração de medicamentos, em casos onde os
médicos ou dentistas recebessem as drogas para teste.
Podemos considerar que, muito do que foi realizado em termos de pesquisa na época
usavam como justificativa o “progresso da ciência” e a evolução dos estudos médicos.
Foi na Prússia na virada do século XIX para o XX que foi criada a primeira regulamentação
que disciplinava a realização de pesquisas não terapêuticas em humanos, tornando o
consentimento dos participantes como requisito obrigatório para o seu desenvolvimento.
Nos anos 1930, na Alemanha, foi realizado um teste com a vacina BCG direcionada
para a prevenção da tuberculose em cem crianças, sem a obtenção do consentimento
de seus responsáveis para a participação na pesquisa, no final mais de 70 dessas crianças
morreram no transcorrer do projeto. Tal acontecimento ficou amplamente conhecido
como “o desastre de Lubeck”, episódio que levou o Ministro do Interior do país a
obrigar, em 1931, as Diretrizes para Novas Terapêuticas e Pesquisa em Seres Humanos,
as quais não foram suficientes para impedir as pesquisas abusivas com africanos, judeus,
ciganos e prisioneiros em geral, durante a Segunda Guerra Mundial.
Nos EUA, em 1932, foi iniciada a pesquisa sobre a história natural da Sífilis, na cidade de
Tuskegee, com cerca de quatrocentas pessoas negras com sífilis que não foram tratadas
quando a penicilina passou a estar disponível para o tratamento desta enfermidade,
como também foram impedidas de acessar tal intervenção médica.
Mais de quarenta anos depois, em 1972, com a denúncia do episódio pela impressa o estudo
foi suspenso. Os autores observam que neste episódio o estudo foi permanentemente
acompanhado e avaliado pelas autoridades sanitárias nos Institutos Nacionais de
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
Medicina do país que, além disso, publicaram diversos artigos ao longo dos anos da
pesquisa.
Diversas outras pesquisas foram feitas e continuam sendo realizadas, sem que os riscos
sejam considerados de forma séria.
Neste sentido, Rego (2009) questiona criticamente acerca dos riscos aceitáveis para
aqueles que participam de pesquisas científicas. Mas, pondera que essa pergunta tem
modificado e recebido diversas respostas desde o início do século XXI.
Ao reconhecer que tais mudanças não partem exclusivamente das populações envolvidas
nos estudos, ainda que estas aceitem, cada vez menos, ser usadas de forma indiscriminada
como cobaias em pesquisas das quais não podem obter benefícios.
Podemos observar essa pressão social por mudanças nas pesquisas, por exemplo,
nas denúncias do caso visto acima, da pesquisa americana de Tuskegee, bem como
na reportagem que foi publicada pelo jornal Correio Braziliense em 2002, na qual o
jornalista Solano Nascimento apresenta alguns exemplos de pesquisas com caráter
abusivo realizadas no Brasil por pesquisadores brasileiros.
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
Casos de pacientes com síndrome do pânico que tiveram crises induzidas pelos
pesquisadores com o intuito de observar a crise ao vivo e outros que foram tratados
com placebo, já com o conhecimento de medicamentos eficazes reconhecidos.
Cabe a nós reconhecermos, aqui, que não foi apenas no campo das pesquisas científicas
que utilizavam humanos que ocorreram mudanças no que se refere à definição e
aceitação destas, mas, definitivamente, por parte da sociedade que evocou o que não
pode mais ser tolerado.
Vemos nos casos atuais que a realização de pesquisas envolvendo animais também
estão sendo, cada vez mais, questionadas e rechaçadas por parte da sociedade em geral.
Assim, questiona-se não apenas o sofrimento ao qual animais são submetidos, mas,
também, a impossibilidade de que estes se beneficiem nos procedimentos dos quais
fazem parte.
Desde 2008, no Brasil existe um instrumento legal que disciplina o uso de animais
em pesquisas, a Lei Arouca. Entende-se que pelo fato de o Congresso Nacional ter se
sensibilizado e discutido a pauta da necessidade de regulamentar tal prática atesta-se
a relevância e urgência do tema.
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
No ano de 1996, após anos de debates pelo país, o CNS aprovou a Resolução 196/1996,
a qual regulamentou a realização de pesquisas que envolviam seres humanos como
sujeitos no Brasil.
Tal resolução é uma das ferramentas que mais têm contribuído para difundir as
reflexões sobre Bioética no meio acadêmico. Rego (2009) pondera que, por um lado,
essa difusão é extremamente positiva, bem como o seu impacto nas pesquisas, por outro,
ocorre o que parece ser uma simplificação extrema da Bioética que é, muitas vezes,
compreendida ou confundida com o conceito de principialismo, o que abordaremos
brevemente nos próximos parágrafos.
Ademais, cabe pontuar aqui acerca dos processos educativos como, por exemplo, a
decisão de incluir a Bioética nas diretrizes norteadoras para a organização dos cursos
superiores nas áreas da saúde como um dos conteúdos e competências desejáveis para
os estudantes e futuros profissionais.
Segundo o autor, um problema percebido é que quando essas diretrizes foram criadas
não existiam ainda cursos de pós-graduação em nível stricto sensu, como mestrado e
doutorado, dirigidos especialmente para este campo, mas, apenas especializações nos
estados do Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e em Porto Alegre.
A título de informação, a citação a seguir apresenta alguns dados colhidos por Figueiredo
(2011) sobre o ensino da Bioética nos cursos de pós-graduação stricto sensu, nas áreas
de Ciências da Saúde no Brasil:
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
Nas profissões que lidam com seres humanos, a criação e a manutenção dos Códigos de
Ética estão alicerçadas na necessidade de se manter a harmonia e respeito dos grupos
de profissionais e, assim, poder exercer controle sobre o exercício da profissão.
Após a publicação deste primeiro Código, houve uma fase de questionamentos quanto
aos hábitos, práticas, costumes e sobre o exercício da cidadania por meio da profissão.
Nesse sentido, cabe ressaltar que apesar de o Código de Ética do Fonoaudiólogo ser
bastante recente, isso não quer dizer que ele seja superior ou inferior aos outros Códigos
de outras profissões, é evidente.
O que irá aperfeiçoar e tornar um Código de Ética útil e que atinja os objetivos aos
quais foi concebido será a leitura, a consonância com a prática profissional, a sua
aplicabilidade e cuidado com as especificidades dos contextos em que será aplicado.
Deste modo, a formalização das regras de conduta oferece parâmetros para que os
membros desse grupo, no caso os fonoaudiólogos, sintam-se seguros sobre a maneira
correta de agir e permitir que sejam determinadas as penalidades aos infratores que,
porventura, estejam ferindo este equilíbrio.
Por isso, no ano de 2004, após anos de discussões em fóruns, encontros, congressos e
reuniões da categoria com profissionais da área e professores e estudiosos do ramo da
Ética, buscou-se conjugar unidades de pensamento da classe que pudesse promover
subsídios para a reformulação do texto, quando se publica o Código de Ética da
Fonoaudiologia e não mais do fonoaudiólogo.
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
Neste percurso, entendemos que os Códigos de Ética não são permanentes, podendo ser
modificados à medida que os valores sociais e padrões da própria sociedade mudam, o
que acaba por ajudar a construir e modificar os preceitos éticos da profissão. Por meio
dessas modificações, o Código de Ética do fonoaudiólogo foi reformulado algumas
vezes, sendo a última versão de 2016.
No Capítulo dois, estão alocados os Princípios Gerais, que são aqueles responsáveis
por estabelecer as diretrizes da profissão, bem como as condutas e comportamentos
aceitáveis e os reprováveis, devendo estes últimos estarem sujeitos à lei e caracterizados
como infrações.
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
No artigo sexto deste capítulo estão determinados os deveres gerais dos inscritos no
órgão; conforme chamamos atenção acima, é obrigação dos profissionais vinculados
ao Código em destaque que cumpram com responsabilidades e deveres cotidianos
para corresponder com o que foi determinado como correto e como requisito para a
profissão, tais deveres estão divididos em nove incisos, dentre eles:
I - observar e cumprir a Lei n. 6.965/1981, o Decreto n. 87.218/1982, este
Código de Ética, bem como as determinações e normas emanadas dos
Conselhos Federal e Regionais de Fonoaudiologia;
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
o artigo sétimo, do mesmo capítulo neste Código de Ética que estamos estudando,
dispõe acerca das infrações éticas.
IV. agenciar, aliciar ou desviar, por qualquer meio, cliente para si ou para
terceiros;
Ele é dividido em mais cinco seções, que darão conta de legislar sobre os campos de
relacionamento dos Fonoaudiólogos em sua prática profissional, estes grupos são
divididos em:
1. Com os clientes;
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
O artigo décimo terceiro legisla acerca dos deveres dos fonoaudiólogos em relação
a outros profissionais fonoaudiólogos; visando à harmonia e à boa relação entre os
profissionais, os deveres são pensados para prezar pela ética e boa conduta destes.
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
No artigo dezenove são expressas as condutas que deverão ser evitadas nas relações
entre fonoaudiólogos e as organizações da categoria:
Quando houver casos de condutas como as citadas acima, serão consideradas infrações
éticas e poderão recair em penalidades.
A última seção do capítulo cinco vai dissertar acerca das Relações de Trabalho dos
Fonoaudiólogos, do mesmo modo, são dispostas as regras sobre os Direitos, os Deveres
e as condutas entendidas como infrações éticas passíveis de penalização.
No âmbito das relações de trabalho, de acordo com o artigo vinte do Código de Ética
da Fonoaudiologia constituem direitos destes profissionais:
I – dispor de condições dignas de trabalho, assim como remuneração justa,
de modo a garantir a qualidade do exercício profissional;
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
por meio de sua atuação com os clientes; guardar sigilo de informação de outros
profissionais comprometidos com o caso; ao elaborar prontuários, conservá-los em
arquivo próprio, evitando acesso de terceiros; orientar seus colaboradores e alunos
quanto ao dever do sigilo profissional.
O parágrafo terceiro explica que não será enquadrado enquanto quebra de sigilo
profissional nos casos em que haja exposição, perante a justiça, de fatos e dados
relacionados ao cliente em ações das quais for testemunha, informante ou parte, até
mesmo das que visem à cobrança de honorários profissionais.
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
Sabemos que para se fixar os honorários a serem recebidos é preciso levar em conta
alguns critérios específicos da área, é sobre isso que trata o artigo 26, o qual dispõe
sobre os honorários profissionais que poderão ser considerados em seis modalidades
diferentes, dentre elas: a condição socioeconômica do cliente e da comunidade; a
titulação do profissional; os valores praticados pela categoria; o tempo da prestação
do serviço; o caráter do tratamento e os custos operacionais.
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
III – ser imparcial ao indicar outro profissional para realizar perícia, quando
necessário;
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
Nos artigos seguintes são apresentados os deveres em onze incisos e as infrações éticas
em oito incisos relacionadas ao tema, entre elas destacamos:
III. servir-se de sua posição hierárquica para impedir ou dificultar que o colega
utilize as instalações e demais recursos das instituições ou setores sob
sua responsabilidade no desenvolvimento de pesquisa, salvo no estrito
cumprimento do dever legal.
VI – heráldico da Fonoaudiologia.
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
IV. anunciar títulos acadêmicos que não possua ou especialidades para as quais
não esteja habilitado;
V. anunciar produtos fonoaudiológicos ou procedimentos por meios capazes
de induzir ao uso indiscriminado destes.
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
O artigo 44 informa, enfim, que o Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal
de Fonoaudiologia, ao todo ou em partes, por iniciativa própria ou mediante propostas
dos Conselhos Regionais da classe.
Diante de tudo que vimos nesta seção dos nossos estudos, podemos compreender que o
Código de Ética é um livro com diversas normativas que regem o exercício profissional
do Fonoaudiólogo, no caso que estamos estudando, ou de outras categorias profissionais.
Por isso, cabe um adendo aqui de que, assim como na área do Direito, é imprescindível
a leitura da lei “seca”, como se costuma dizer nessa área de conhecimento, pois essas
normativas éticas seguem os mesmos moldes da escrita jurídica, por terem validade
de lei, assim, o conhecimento advém da leitura e da compreensão dos itens que nela
são expressos.
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
Será nosso objeto de estudo, a partir de agora, a Lei que regulamenta o exercício
profissional do Fonoaudiólogo – Lei n. 6.965/1981.
A lei do exercício profissional conta com vinte e nove artigos que versam desde o
reconhecimento da profissão, deveres dos profissionais, áreas de atuação até os limites
e as ações consideradas infrações dentro do exercício profissional. Citaremos aqui, de
maneira geral, alguns dos artigos mais relevantes para a nossa compreensão e estudo.
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
Os artigos onze até dezesseis são para legislar acerca da organização e competência
dos Conselhos Regionais; acerca das responsabilidades administrativas dos Presidentes
dos Conselhos Federal e Regional e, para legislar sobre a constituição das rendas do
Conselho Federal e Regional.
O artigo dezessete atesta que o exercício da profissão objeto desta lei, somente será
permito no território nacional aos portadores da carteira profissional expedida pelos
órgãos competentes, reconhecidos em lei.
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Unidade I | BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA
Ademais, o artigo dezoito impõe que para o exercício de qualquer atividade relacionada
à profissão em modalidade trabalhista ou empregatícia, será exigida a apresentação da
carteira emitida pelo respectivo Conselho ao qual faça parte.
O artigo vinte dá a condição de que o pagamento da anuidade ao Conselho Regional
da respectiva jurisdição constitui a legitimidade para o exercício da profissão.
O artigo vinte e um dispõe sobre os atos considerados infrações disciplinares em oito
incisos que vemos a seguir:
I - transgredir preceito do Código de Ética Profissional;
O parágrafo único do artigo ainda informa que as faltas deverão ser apuradas levando-
se em conta a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso particularmente.
No artigo vinte e dois são definidos os tipos de penas disciplinares relacionadas às faltas
trazidas no artigo anterior, entre elas estão: advertência; repreensão; multa equivalente
a parcelas da anuidade; suspensão do exercício profissional pelo prazo de até três anos
e cancelamento do registro profissional.
No parágrafo primeiro está disposto que nos casos de gravidade manifesta ou reincidência,
a imposição da penalidade deverá obedecer à gradação presente no artigo, observando
as normas estabelecidas pelo CFF, as quais irão disciplinar o processo de julgamento
das infrações.
Ademais, o parágrafo dois determina o que deverá ser considerado na fixação da pena,
os antecedentes profissionais do infrator, o grau de culpabilidade, as circunstâncias
atenuantes e agravantes, bem como as possíveis consequências da infração.
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BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA EM FONOAUDIOLOGIA | Unidade I
O parágrafo três decide que as penas de advertência, repreensão e multa deverão ser
comunicadas por instância própria, por meio de ofício, não se fazendo constar dos
assentamentos do profissional punido, a não ser em casos de reincidência. No parágrafo
quatro, fica resguardada a opção de quando da imposição de qualquer penalidade deverá
caber recursos, com efeito suspensivo à instância imediatamente superior.
O artigo vinte e três dispõe sobre o pagamento da anuidade fora do prazo, que sujeitará
o devedor à multa prevista. O artigo vinte e quatro refere-se a respeito da exigência
da Carteira Profissional, que trata o artigo dezoito da referida lei.
O artigo vinte e cinco determinou que o primeiro Conselho Federal fosse constituído
pelo Ministério do Trabalho, lembrando que estamos analisando uma lei promulgada
no ano de 1981.
Por fim, os artigos vinte e seis a vinte e nove dão as disposições finais como o presente
no artigo vinte e sete, o qual determinou que a lei fosse regulamentada pelo Poder
Executivo dentro do prazo de noventa dias de sua publicação.
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BIOÉTICA E ÉTICA
NORMATIVA EM UNIDADE II
FONOAUDIOLOGIA
CAPÍTULO 1
Noções de biossegurança aplicada
à Fonoaudiologia
Fonte: https://bancariosdf.com.br/portal/sindicato-alerta-sobre-importancia-do-cumprimento-das-orientacoes-de-biosseguranca-para-
evitar-o-contagio-da-covid-19/. Acesso em: Jun. 2021.
Assim, pôde ser verificado em um dos estudos da literatura pesquisada pelos autores
que o documento também aborda itens como a imunização dos profissionais da área
de saúde, a higienização das mãos, o uso de equipamentos de proteção individual, o
processamento de superfícies, o processamento de artigos, entre outros.
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Bioética e Ética Normativa em Fonoaudiologia | Unidade II
Ainda de acordo com Albuquerque et. al. (2013) é possível encontrar na literatura estudos
que analisam as limitações do conceito de biossegurança, que partem da premissa de que
os riscos à saúde pública podem ser identificados, avaliados e controlados pela ciência.
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Unidade II | Bioética e Ética Normativa em Fonoaudiologia
As vias de transmissão de doenças são: por contato direto com lesões infecciosas
(sangue ou saliva contaminados) – ou seja, transferência entre um possível hospedeiro
e um indivíduo infectado – e por contato indireto (transferência de micro-organismos
presentes em objetos contaminados, por respingos de secreções contaminadas e
transferência de micro-organismos por aerossóis).
Destacam ainda que o hábito de lavagem das mãos é muito pouco aderido pelos
profissionais da saúde. O maior desafio é nas unidades de neonatologia, nas quais os
processos infecciosos são os principais responsáveis pela elevada morbidade e mortalidade.
Ainda há poucos estudos sobre o impacto dos jalecos, mas algumas pesquisas revelam
o risco de infecção por meio destes, quando usados dentro e fora de ambientes clínicos.
Além dos cuidados com a higiene pessoal dos profissionais, é importante priorizar a
limpeza do ambiente, visto que a transmissão de infecções hospitalares, por via cruzada
ou ambiental, é facilitada pela sobrevivência de micro-organismos em superfícies secas,
podendo ser favorecida pela presença de fluídos biológicos.
Tendo em vista que são poucos os estudos realizados sobre as medidas de precaução
específicas para atuação fonoaudiológica, esse estudo teve como objetivo pesquisar, por
meio de um questionário, o grau de conhecimento de um grupo de Fonoaudiólogos
sobre as recomendações de Biossegurança e a utilização dessas recomendações como
imunização individual, higienização das mãos, uso de equipamentos de proteção
individual, manejo adequado de resíduos e o processamento de artigos e superfície
na rotina clínica.
Tal estudo realizado por Albuquerque et. al. (2013) permitiu concluir que a maioria
dos profissionais entrevistados conhece e aplica as medidas de biossegurança, porém
é importante destacar que dos cem profissionais que participaram da pesquisa, apenas
4% seguem satisfatoriamente essas medidas.
Tal resultado leva à reflexão de que mesmo sendo utilizadas algumas ações, outras podem
estar sendo descartadas, ou ainda, não utilizadas adequadamente como exemplo, os
cuidados pessoais (ter uma boa higiene pessoal, retirar adornos antes de atendimentos,
evitar o uso de esmaltes escuros...), usar equipamentos de proteção individual e ter
cuidados com eles, fazer a lavagem correta de mãos e antebraços, fazer o processo de
desinfecção e esterilização de artigos adequadamente etc.
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GERENCIAMENTO
DE CARREIRA EM UNIDADE III
FONOAUDIOLOGIA
CAPÍTULO 1
Marketing em Fonoaudiologia
Essas atitudes são essenciais para o vínculo da aprendizagem entre as pessoas envolvidas,
pois, assim, a abordagem do aprender flui com mais garantias de sucesso, sendo incorporada
ao cotidiano daqueles que estão incluídos no processo de ensino e aprendizagem.
A autora explica que, por meio dessa interação, a criança passa de um estado em que a
afetividade e a inteligência se unem para que aconteça a construção da sua identidade,
permeada pela afetividade. Assim, a criança pode acessar o mundo simbólico, originando
a atividade cognitiva e possibilitando que avance. São os desejos, as intenções e os
motivos que vão mobilizar a criança na seleção de atividades e objetos.
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Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
Para que a empresa possa tomar decisões assertivas, é necessário que ela tenha
acesso a informações abrangentes e atualizadas sobre o mercado. Para chegar
a essas informações, ela terá que lançar mão de um Sistema de Informações de
Marketing.
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
A coleta de informação interna realizada pelo SIM é feita junto aos sistemas de registros
internos da Fonoaudiologia, entre eles:
O SIM fornece também dados sobre eventos que ocorrem no ambiente de marketing.
Diferentemente do banco de dados, por exemplo, que oferece dados internos da
empresa, o sistema de inteligência de marketing oferece informação junto a clientes,
fornecedores e outras empresas. Essas informações podem ser coletadas externamente
à empresa, seja por meio de fontes de dados governamentais, de relacionamento entre
vendedor e cliente ou de dados da concorrência.
46
Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
A esse contexto, dá-se o nome de ambiente de marketing, o qual pode ser dividido
em macroambiente e microambiente. O macroambiente no qual a empresa está
inserida diz respeito, principalmente, às questões demográficas, econômicas,
políticas, tecnologias, culturais e do meio ambiente natural, que interferem no
andamento dos negócios.
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
Suas variáveis podem significar uma ameaça ou uma oportunidade aos objetivos das
organizações e, portanto, a compreensão e análise constante desse macroambiente
é fundamental para o desempenho e manutenção no mercado onde estão inseridas.
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CAPÍTULO 2
Empreendedorismo em Fonoaudiologia
Além do estudo do mercado, também é possível utilizar essa técnica para o levantamento
das informações do próprio produto, como a sua aceitação e problemas que pode
apresentar após o uso. Para todos os fins, a pesquisa busca dar uma visão mais ampla
do ambiente mercadológico, gerando bases para as atitudes da empresa e fomentando o
seu desenvolvimento. Porém, por se tratar de uma técnica especializada, as companhias
costumam terceirizar sua elaboração ao invés de contratar recursos humanos capazes
de estruturá-las e conduzi-las internamente.
A fonte de dados pode ser primária (dados novos a serem coletados para um projeto
de pesquisa específico), secundária (dados já coletados anteriormente e que podem ser
acessados em algum lugar) ou ambos.
Se escolhida uma fonte de dados primária, é necessário definir qual o tipo de abordagem
será utilizado para a coleta, que pode ser feita de cinco maneiras: pesquisa por
observação, por grupo focal, por levantamento, por dados comportamentais e por
pesquisa experimental.
50
Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
Por último, o método de contato a ser empregado é definido, que pode ser realizado
por meio de entrevistas pessoais, por correio, por telefone ou pela internet.
Nessa fase, algumas falhas podem ocorrer e comprometer o resultado da pesquisa, tais
como a veracidade das informações passadas pelos entrevistados, a indisponibilidade
dos entrevistados ou até falhas de registro das informações pelo entrevistador. Todos
estes problemas irão afetar de forma negativa o resultado do projeto.
As etapas descritas acima definem uma metodologia para a elaboração de uma pesquisa
de mercado, o que é de extrema importância, assim como para qualquer outro tipo
de pesquisa. O uso de uma metodologia pré-definida para a elaboração das pesquisas
é fundamental para garantir a relevância, clareza e segurança dos resultados obtidos.
Etapa 4 – Análise das informações: esta etapa envolve a consolidação das informações
coletadas. Nesse momento, é importante a validação das informações antes de serem
analisadas, para garantir a credibilidade dos dados. Algumas atitudes podem ser tomadas,
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
Depois de apresentados os resultados das pesquisas, cabe aos dirigentes da empresa adotar
ou não as informações obtidas como verdades para guiar suas ações de planejamento.
Em geral, a confiabilidade dos dados coletados no estudo determinará seu sucesso, ou
não, junto aos tomadores de decisão.
A utilização da pesquisa de mercado tem como objetivo principal fornecer a alta gestão
com informações suficientes para a tomada de decisão. Portanto, é fundamental que
a pesquisa seja desenvolvida como um instrumento científico, estruturado, planejado
e testado, pois somente assim poderá gerar informações confiáveis. A pesquisa
mercadológica pode colaborar para a avaliação e controle das ações de marketing da
empresa, como veremos a seguir.
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Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
› Conscientização.
› Participação de mercado (volume ou valor).
› Preço relativo (participação de mercado em valor ou volume).
› Número de reclamações (nível de instalação).
› Satisfação do cliente.
› Distribuição/disponibilidade.
› Número total de clientes.
› Fidelidade/retenção.
› Qualidade relativa percebida.
II. Externos:
A avaliação de resultados de marketing é cada vez mais exigida por todas as empresas,
independentemente do seu porte. Esse olhar mais analítico para os resultados de
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
marketing deve-se muito pela complexidade das ações, as quais tendem a ser cada vez
mais integradas, mas, também, pela crescente possibilidade de utilização de sistemas
de coletas de dados mais automatizados e inteligentes.
A busca por resultados deve ser constante e envolver toda a equipe nas organizações,
principalmente na área da saúde, onde, por exemplo, um bom atendimento cria um
facilitador entre o consultório e os pacientes. Para Bueno (2015), as estratégias de
sucesso são frutos de processos decisórios de executivos que desenvolvem habilidades
de intuição coletiva, estimulam conflitos construtivos, mantêm o ritmo das decisões e
evitam politicagem, fazendo escolhas rápidas, de alta qualidade e amplamente apoiadas.
Seguindo esse princípio, as empresas devem tentar identificar quais novas competências
terão que desenvolver e que modificações terão que incorporar à sua definição de
mercado-alvo, para aumentar sua participação nas oportunidades futuras e gerar
impactos no ambiente. O desenvolvimento de uma competência específica equivale
à soma do aprendizado tanto dos indivíduos quanto das unidades organizacionais e,
para validá-la, são necessários três testes, como exposto a seguir.
» Gerar valor percebido pelo cliente: uma competência fundamental,
deve-se oferecer um benefício essencial ao consumidor, gerando uma
contribuição positiva que supere as expectativas do consumidor quanto ao
valor percebido.
» Gerar diferenciação entre concorrentes: a competência deve ser única
entre a concorrência, para ser designada como uma vantagem de diferenciação.
» Gerar capacidade de expansão: a competência desenvolvida deve ter a
capacidade de expansão de sua aplicação em novos ramos de produtos ou
serviços no portfólio da empresa.
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Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
Bueno (2015) sugere que o gerenciamento dos processos internos visa ir além dos
processos existentes, sendo necessário, muitas vezes, mapear novos processos.
Para tanto, os autores identificaram quatro níveis de interesse para desenvolver essa
perspectiva: a construção do negócio via inovação de produtos e serviços e por meio
da penetração em novos mercados ou segmentos de clientes; o aprofundamento do
relacionamento com os clientes existentes; a obtenção de excelência operacional,
por meio de fornecimento, custos, qualidade e tempo de ciclo de produção; a ótima
utilização dos ativos e a capacidade de gerenciamento.
Por fim, a mensuração de resultados é uma tarefa essencial para controlar o desempenho
da empresa ao longo do tempo e verificar se os objetivos planejados estão sendo
cumpridos de forma eficiente, eficaz e efetiva. Como metodologia, o BSC é um sistema
que vincula o desempenho de suas quatro perspectivas, apresentando como os objetivos,
as metas e os indicadores estão conectados em cada uma das dimensões propostas e
são essenciais para a garantia do progresso da organização.
Por outro lado, dependendo dos objetivos, do público e do produto, pode existir a
necessidade de elaborar um conteúdo de acabamento profissional, um vídeo de alta
qualidade com profissionais para a gravação e edição, atores e diretores.
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Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
» Por quê: Como essa mensagem está justificada pelos objetivos de marketing.
Esse, normalmente, é alvo de diversas discussões, pois não existia, de forma objetiva,
no marketing tradicional, uma ferramenta para esse tipo de acompanhamento.
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
Ou seja, o número de conversas frequentes diárias por comunidade (por rede social
monitorada), multiplicado pela quantidade de redes sociais, esse resultado multiplicado
por 20, que representa os minutos, em média, necessários para procurar, entender e
responder, quando necessário, cada postagem em rede social, dividido por 60 minutos,
para deixar em unidade de horas. O cálculo de vinte minutos pode variar e é importante
que seja registrado para um controle mais aproximado da realidade (COSTA, 2015).
O resultado é uma quantidade de horas diárias, que irá ajudar a planejar quantas pessoas
serão necessárias para o acompanhamento, ou mesmo justificar a necessidade de
terceirizar (mesmo não sendo a prática mais recomendada) ou contratar mais pessoas.
Simulando um cenário, se o objetivo for monitorar duas redes sociais (B), e em cada
rede, em média, são 10 (A) postagens relevantes diárias (entre as da própria empresa
e geradas por visitantes), o cálculo seria:
((10 * 2) * 20) / 60 = 6,66
Para essa situação, uma pessoa levaria praticamente 7 horas para monitorar duas redes
sociais com uma média de 10 postagens relevantes por dia.
Outra medida relevante para esse planejamento é o barômetro social, proposto por
Azevedo (2015), composto pela exposição, engajamento, influência e ação.
Para o autor, existiriam três zonas de medição em que esses componentes poderiam
ser verificados: os sites da internet, as redes sociais e as informações off-line.
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Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
Algumas boas práticas no uso dessas ferramentas, em geral, podem ser descritas e
envolvem principalmente orientações sobre o uso.
A pessoa que estiver monitorando a rede social precisa ter ciência de quais serão as
próximas postagens, do horário e do conteúdo para interferir no caso de algum tópico,
ou de alguma postagem polêmica estar contaminando o ambiente, prejudicando a
atenção dos usuários, antes ou logo após a postagem programada. Por exemplo, um
cliente está fazendo uma reclamação na rede social e aguardando uma resposta.
Ele deve receber essa resposta antes da postagem automática agendada, pois, caso
contrário, ficará com a impressão de que a empresa não tem tempo para responder
às reclamações, mas pode postar um anúncio. Se é a mesma pessoa, ou se as pessoas
responsáveis pelo agendamento e pelas respostas na rede social estiverem interagindo
e sincronizadas com suas tarefas, a postagem automática pode ser postergada até que
o momento na rede social esteja mais receptivo. No exemplo citado, até que o cliente
tenha sua reclamação respondida.
Uma outra situação que pode fugir ao controle é se a campanha a ser postada
automaticamente utiliza alguma referência de pessoa ou de situação que possa gerar
uma comoção negativa. Exemplo disso poderia ser uma campanha desenvolvida,
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
aprovada e agendada para publicação com um ator famoso, que se envolve em alguma
polêmica, depreciando gravemente seu nome e imagem.
Nesse caso, a postagem precisa ser postergada ou até cancelada para uma nova análise.
Eventualmente, essa situação pode não envolver uma pessoa, mas uma conjuntura,
por exemplo: uma promoção de viagem, ou pacote de turismo para uma cidade, que
no dia em que seria postada, coincide com um desastre natural, um terremoto ou um
furacão. A postagem, também, precisa ser analisada novamente. O objetivo dessa boa
prática é manter as vantagens de produtividade da postagem automática agendada,
mas sem perder de vista a sensibilidade de verificar se o conteúdo e o momento são
adequados para aquilo que está agendado.
Por fim, uma boa prática é, também, analisar os relatórios disponíveis, os quais
poderão informar quantas pessoas comentam, encaminham ou classificam a postagem,
dependendo da ferramenta e da rede social utilizada, ajudando a mudar a estratégia
atual ou mesmo fornecer informações importantes para definir a próxima estratégia
de campanha.
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CAPÍTULO 3
Uso do marketing digital como
ferramenta
O mundo digital gera grande impacto sobre a sociedade, em âmbito geral. É evidente
que as tecnologias digitais estão cada vez mais presentes na vida humana e é inegável
sua influência na maneira como vivemos e interagimos com o mundo. Entretanto,
onde tudo isso começou?
Nos últimos anos, a palavra digital se tornou, por assim dizer, um “sobrenome” para
identificar as novas tecnologias. Temos televisões digitais, redes digitais, livros digitais
e uma infinidade de outros produtos que compartilham essa denominação. Mas, o que
realmente quer dizer o termo digital? E o termo analógico, que parece ser quase um
sinônimo de algo antigo, obsoleto, o que significa?
Tudo aquilo que é analógico é uma representação, ou seja, não é o objeto real, mas
possui uma estreita ligação com a realidade. Além disso, sua reprodução pode ser
trabalhosa e, quando é copiado sucessivamente, é possível, e até esperado, que se perca
a qualidade. Lembrando que essa qualidade da reprodução, muitas vezes, é tratada
como a fidelidade de uma cópia.
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
No entanto, é importante lembrar que nem sempre foi assim. A impressora com
tipos móveis, inventada por Gutenberg em 1439, foi a primeira grande revolução
nas mídias. Anteriormente, os livros eram escritos à mão por monges e escribas em
um processo lento e caro. Gutenberg deu início à possibilidade de produzir mídia em
massa com maior velocidade (BUENO, 2015). Telefone e rádio também trouxeram
importantes contribuições e podem ser considerados mídias que conseguiram, ao
longo do tempo, aproximar pessoas e reduzir distâncias. A sequência de avanços na
eletrônica, com a criação de semicondutores, válvula, microchip, satélites, fibra ótica,
estruturas internacionais de telecomunicações, entre outras, foram imprescindíveis
para o desenvolvimento das grandes redes, como a internet e a telefonia fixa e móvel.
Nas últimas décadas, cada avanço trouxe seu impacto, mas, em especial, a combinação e
recombinação das tecnologias permitiram infinitas possibilidades de serviços, produtos
e formas de comunicação. Diversas áreas do conhecimento humano aproveitaram
cada onda de novas tecnologias disponíveis. No entanto, nesta obra, concentraremos
nossas observações nas possibilidades que essas mudanças trouxeram para o marketing.
Para entendermos as possibilidades que temos à disposição atualmente e, por que não,
também estarmos preparados para as que ainda vão surgir, é importante consolidarmos
as diferenças entre o marketing digital e as formas tradicionais de mercadologia.
Os objetivos estratégicos são a tradução de uma visão de longo prazo da empresa e orientam
a ação da estrutura organizacional no presente. A observação extraorganizacional, ou
análise do ambiente, dá suporte à criação desses objetivos, analisando o contexto em
que a empresa está inserida. Uma metodologia relevante para avaliar esse cenário é a
análise das cinco forças competitivas de Porter.
Vimos que uma empresa pode sobreviver sem analisar seu mercado, de forma passiva
e reativa aos eventos externos. Contudo, sem planejamento, há maior probabilidade de
fracassar, pois os concorrentes se organizam para obter vantagem competitiva nesse
mercado. O entendimento das características das forças competitivas, nessa situação,
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Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
Alguns tipos de estratégias que as organizações podem buscar para seu desenvolvimento
são as estratégias de crescimento intensivo, integrativo e conglomerado. Também há
as estratégias de vantagem competitiva, como liderança em custo, diferenciação e
enfoque.
Vimos ainda que uma ferramenta relevante apresentada para auxiliar o desenvolvimento
do planejamento e desenvolvimento das competências internas da firma é o Balanced
Scorecard, uma metodologia que visualiza a organização em quatro dimensões (financeira,
clientes, processos internos e aprendizado e crescimento) e auxilia a busca por resultados
de todos os envolvidos. Isso ocorre por meio da corresponsabilização interna de
funcionários, gerentes e proprietários, reduzindo possíveis conflitos entre esses
usuários na organização.
Cada uma dessas forças tem intensidade variável, devido ao tipo de negócio da empresa,
e pode, inclusive, representar uma séria ameaça. A análise estrutural, por meio das
cinco forças competitivas, auxilia a compreensão do ambiente em que a empresa está
inserida e a antecipar movimentos do mercado pela análise de fatores externos do
macroambiente ou pelo posicionamento dos concorrentes.
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Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
Por sua vez, esses grandes objetivos devem ser repartidos em metas menores, encadeadas
ao longo de toda a estrutura da organização, para que a soma dos esforços do conjunto
gere um ganho maior do que o esforço individual. Uma metodologia para esse processo
é o Balanced Scorecard.
Para o monitoramento dos objetivos estratégicos, uma boa prática de gestão é a realização
de reuniões periódicas de monitoramento da estratégia. Essas reuniões podem controlar
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Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
» Produtos/Serviços atuais.
» Novos produtos/serviços.
Integração vertical: estratégia para investir na aquisição de negócios, que são fontes
de fornecimento de insumos, ou dos canais de distribuição.
Por seu turno, as estratégias competitivas, segundo Dutra (2004), consistem em:
liderança em custo, diferenciação e enfoque. Na liderança em custo, o foco central é
o baixo custo em relação às empresas concorrentes. Essa vantagem competitiva pode
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Unidade III | Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia
ser alcançada por meio do controle dos fatores de custo e da reconfiguração da cadeia
de valor em que a empresa está inserida. Os principais fatores de custo da cadeia de
valor de uma empresa são: padrão de utilização da capacidade, custos de economias
de escala, de aprendizagem organizacional, de ligação entre atividades na cadeia de
valor, de timing ou logística, de regulamentações etc.
Da mesma maneira, o valor pode ser criado pelo aumento do desempenho do cliente
na utilização do produto ou serviço. A percepção do valor, nesse caso, está ligada a
fatores como: imagem ou reputação da empresa; publicidade e propaganda; aparência
do produto e da embalagem; experiência e tempo de atuação da empresa no ramo
de negócio; infraestrutura das unidades de negócio; carteira de clientes; estabilidade
financeira da empresa.
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Gerenciamento de Carreira em Fonoaudiologia | Unidade III
O plano é uma ferramenta que estabelece uma perspectiva comum para a ação de
agentes ou da organização, a partir de uma leitura da realidade (ou do diagnóstico).
Para Azevedo (2015), o plano é um produto momentâneo, resultado do processo pelo
qual um ato seleciona uma cadeia de ações para atingir seus objetivos. A utilidade
desse plano para as organizações corresponde ao apoio para a tomada de decisões dos
indivíduos.
Segundo Azevedo (2015), desenvolvido por Kaplan e Norton (1992; 1997), com o
intuito de compreender toda a complexidade existente na avaliação de desempenho
organizacional, o BSC é orientado para quatro dimensões relacionadas à estratégia:
aprendizado e crescimento, processos internos, cliente e financeiro. Essa metodologia
sistematiza o processo de planejamento em um mapa que relaciona as quatro dimensões
citadas e desdobra cada uma delas em objetivos, indicadores, metas e iniciativas (plano
de ação).
» quais processos internos são críticos para o sucesso e nos quais os indivíduos
devem se sobressair (perspectiva interna)?
» como os clientes devem enxergar a empresa (perspectiva de cliente)?
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POSICIONAMENTO
ESTRÁTEGICO E UNIDADE IV
ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO 1
Regimes administrativos
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Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
O processo faz com que as empresas realizem os procedimentos e as tarefas com maior
agilidade, usando recursos ilimitados para atender a um segmento, podendo assim, se
forem bem-sucedidas, penetrar em outros segmentos. Os mercados-alvo podem ser
selecionados em quatro níveis principais: massa, segmentos múltiplos, segmentos ou
nichos únicos e indivíduos.
A estrutura linear tem como característica uma única fonte de autoridade, na qual as
linhas de comando e a responsabilidade ocorrem de maneira escalar ou hierárquica.
Assim, entre o nível superior e o nível inferior existem linhas diretas de comunicação
com a autoridade. Nesse modelo, a comunicação e a responsabilização dos indivíduos
se tornam claras (cada um cumpre sua função); porém, a estrutura organizacional se
torna rígida. A estrutura linear é baseada na organização clássica do exército.
72
Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
Dessa forma, a coordenação lateral (entre áreas) tende a ser melhorada, enquanto a
comunicação hierárquica de comando (entre níveis superiores) tende a ser enfraquecida.
A estrutura do tipo comissão ou colegiado é uma união de indivíduos que dividem
responsabilidade, porém sem o poder de tomada de decisão maior.
Esse grupo é formado para unir o maior número de especialistas para julgar um objeto
e propor alternativas de decisão a serem tomadas; porém, o nível superior é quem
decide. A estrutura divisional se refere à organização da empresa em um conjunto de
divisões da produção em um mesmo setor, equivalentes a subáreas. Por exemplo, é
possível existir uma grande área de produção em uma indústria que se subdivide em
subáreas de materiais e suprimentos, produção e logística.
A estrutura com base em função é a organização da estrutura em uma unidade segmentada,
por atividades em comum, em funções ou setores específicos e interdependentes. Nesse
espectro de modelos de estrutura organizacional, não há um modelo exclusivo que
atenda de forma ciente a todas as unidades de negócio. Cada organização deve buscar
criar uma estrutura que adapte as características internas e a cultura de seus usuários
ao ambiente em que está inserida, de forma mais efetiva, visando ao alcance de seus
objetivos estratégicos.
Podemos, inclusive, utilizar de uma auditoria para conferência destas estruturas e para
manutenção do controle das atividades. A palavra auditoria remete a termos como
controladoria e fiscalização, entre outros, representando invariavelmente o controle.
Além disso, o senso comum julga que a finalidade de auditar é unicamente encontrar
a falha e ter uma ação punitiva sobre as incoerências encontradas.
Isso pode gerar, em instituições que passam por auditorias e em seus respectivos gestores,
um certo receio de que erros sejam encontrados, pois muitos não compreendem que
a auditoria poderá fornecer insumos para melhorias diversas.
Aqui, veremos um pouco sobre auditoria em saúde, os principais tipos de auditoria
em saúde e a sua importância para o alcance de bons resultados. A auditoria tem
origem no início da atividade mercantil, tendo como objetivo principal conferir os
registros das transações comerciais para encontrar e punir os infratores, conforme
dados históricos do século XIII. Com o início do capitalismo, no século XIX, e a
crescente exploração dos mercados consumidores, surgiu a necessidade de aumentar
a capacidade produtiva das empresas, ou seja, começaram os anseios da produção em
larga escala para o alcance desse objetivo. Consequentemente, houve uma necessidade
de aparelhamento industrial que permitisse tal demanda, assim como a necessidade
de investimentos (SOUZA, 2006).
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Unidade IV | Posicionamento estrátegico e Administrativo
Contudo, para que houvesse investimento, também era preciso confiança, afinal de
contas, os rendimentos aplicados só teriam retorno em virtude do sucesso da produção.
Mas, como obter confiança? Daí se origina o termo auditoria, com caráter meramente
fiscalizador, ou seja, visando a encontrar erros ou fraudes e punir os responsáveis por
tais atos cometidos. Portanto, a palavra auditoria, termo do latim que significa “ouve”,
remete à função de colher informação dos registros para elaboração de relatórios,
permitindo a emissão de um parecer para o solicitante (SOUZA, 2006).
Diante das definições apontadas, podemos observar que a auditoria tem uma postura
observacional e analítica perante o objeto auditado, seja ele um demonstrativo, um
registro, um dado, um documento, entre outros. Resumidamente, a auditoria tem
um princípio controlador e carece de algo que possa ser medido, para a emissão de
relatórios e pareceres, visando à proteção de bens e direitos das instituições contra
danos como fraudes, desvios e desfalques.
Com isso, podemos inferir que o conceito de auditoria para a utilização em saúde assume
função de fiscalização e regulação, levando em consideração o alcance da qualidade
do componente (órgão, setor, instituição etc.) auditado. Atualmente, a auditoria em
saúde está amplamente voltada para as contas hospitalares, com objetivos comumente
financeiros.
Com base em todos os conceitos aqui apresentados, pode-se constatar que a auditoria
em saúde, de forma geral, proporciona benefícios a instituições de saúde devido à
amplitude de seu conceito. Este abrange desde o controle financeiro, passando pela
verificação, quanto à qualidade do atendimento e chegando à adequação às normas e
legislações pertinentes à assistência em saúde prestada pelo conjunto de profissionais
de saúde envolvidos. Para além disso, a auditoria oferta qualidade nos serviços à
população, sejam estes fornecidos por serviços públicos ou privados.
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Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
Essas pesquisas servem para que os gestores identifiquem áreas do negócio que carecem
de investimentos para melhoria na condição de trabalho, na motivação, na retenção e
no engajamento de equipes. Aqui, o BP deve atuar no sentido de, por exemplo, capturar
e corrigir eventuais desconfortos ou desconfianças que os colaboradores possam ter
demonstrado com relação a uma dada situação vivenciada na empresa.
Na busca por acordos eficazes, muitas organizações têm adotado sistemas de gestão
do desempenho (SCD) materializados na figura do controller (controlador), como um
75
Unidade IV | Posicionamento estrátegico e Administrativo
O controller pode contribuir para a definição de metas, que pode ocorrer de maneira
consultiva ou participativa, na busca por parâmetros que possam ser traduzidos em
metas de desempenho organizacional. Outra atividade que pode ser desempenhada por
este profissional como BP é a avaliação de desempenho. Neste caso, o profissional deve
mensurar e analisar o desempenho dos profissionais envolvidos em uma dada atividade,
identificando possíveis desvios e julgando o desempenho destes. Posteriormente,
retomaremos as discussões sobre as metas e resultados organizacionais, bem como o
estabelecimento de formas de mensuração dos resultados.
Para tanto, você viu que as organizações poderão adotar a possibilidade do modelo
atomizado de trabalho, os squads, à luz da experiência que foi compartilhada da empresa
sueca de música Spotify.
Nos squads, que são unidades básicas de organização das equipes em torno de objetivos
específicos, claramente definidos, a figura do product owner (gerente de produtos) é
muito importante, pois é este indivíduo que terá a incumbência de contribuir para
que a equipe constituída se atenha aos objetivos a serem alcançados.
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Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
Foi visto como é importante demonstrar confiança na sua equipe e conceder a ela
autonomia para a tomada de decisões, despertando engajamento, sentimento de
pertencimento, responsabilidade. Acerca das ferramentas de gestão utilizadas pelo
business partner, você viu que muitas das metodologias utilizadas pelas organizações
atualmente emergem do design, a exemplo do design thinking, a fim de aperfeiçoar a
comunicação e a colaboração entre os parceiros e áreas de um negócio etc.
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Unidade IV | Posicionamento estrátegico e Administrativo
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CAPÍTULO 2
Cultura organizacional
Assim, a cultura organizacional influencia a ação humana nos colaboradores, pelo fato
de estes conviverem no ambiente de trabalho (SOUZA, 2006).
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Unidade IV | Posicionamento estrátegico e Administrativo
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Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
Ainda, segundo a literatura, existe uma outra visão sobre o posicionamento estratégico,
baseada na inovação do valor entregue no segmento de mercado, sugerida por Azevedo
(2015). Para esse autor, o mercado no qual uma organização está inserida pode ser
interpretado pela metáfora dos oceanos azuis e vermelhos.
Oceanos azuis são novos espaços ou nichos de mercado que ainda não foram explorados,
os quais surgem muito provavelmente dentro dos oceanos vermelhos, e que oferecem a
possibilidade de criar uma nova demanda e altas taxas de lucratividade para a empresa.
Nesse local, a firma cria valor quando consegue obter economias de custo por intermédio
da eliminação e da redução de atributos da competição no setor, para ampliar o valor
entregue aos clientes, aumentando e/ou criando o número de atributos dos produtos
e serviços que nunca foram entregues pelos rivais no setor.
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Unidade IV | Posicionamento estrátegico e Administrativo
82
Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
Estratégia tradicional: essa estratégia remete a empresas que optam por uma estratégia
de não mudar seus produtos sem que haja uma demanda de mudanças no mercado ou
de inovação de seus concorrentes. São empresas que, de forma habitual, não possuem
competência técnica para iniciar mudanças, restando a possibilidade de desenvolver
inovações incrementais em sua oferta de valor ao segmento-alvo.
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CAPÍTULO 3
Estruturas e controles
e as políticas públicas
Isso talvez pode ocorrer por uma experiência de compra ruim, pelo fato de o produto
não possuir certificação de qualidade ou procedência adequada, ou ainda pelo fato de
a imagem da marca estar associada a escândalos mundiais, dentre outros fatores.
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Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
A segmentação de mercado pode ser realizada por meio de variáveis das seguintes
categorias: geográfica: divisão do mercado em unidades geográficas diferentes, tais como
países, unidades federativas, mesorregião, municípios ou bairros; socioeconômica:
divisão do mercado baseada em variáveis socioeconômicas, como idade, sexo, renda,
ocupação, tamanho da família, ciclo de vida da família, formação educacional, religião,
raça, geração, nacionalidade ou classe social; psicográfica: divisão do mercado em
grupos distintos baseada em estilo de vida, hábitos de consumo, temperamento ou
personalidade.
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Unidade IV | Posicionamento estrátegico e Administrativo
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Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
cautela no momento de avaliação das incertezas; e tomar decisões para mudar o curso
da estratégia em meio às mudanças no ambiente.
Dessa forma, a gestão estratégica passa a ser um desafio constante, em que os gestores
devem buscar um equilíbrio entre os processos de planejamento, o controle de recursos,
a tomada de decisão e a gestão de pessoas.
O valor de um produto ou serviço reside na expectativa do cliente em receber benefícios
ou não, no processo de consumo ou experimentação. O que conta é a percepção de valor
do cliente. Dentre as diferentes opções de produtos em um determinado mercado, o
cliente compra o produto que acredita possuir o maior valor; sua percepção, porém,
pode ser alterada para bem ou mal, dependendo da experiência de consumo envolvida.
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Unidade IV | Posicionamento estrátegico e Administrativo
O valor está relacionado aos atributos que a empresa consegue embutir em seu produto
ou serviço. O produto oferecido no mercado é chamado oferta de valor. O valor vai
além de suprir as necessidades básicas da função de um produto, estando relacionado
com as necessidades psicológicas e os desejos internos do consumidor. A probabilidade
de satisfação depende do atendimento ou não da expectativa de valor que o cliente
tinha antes e após a compra.
Alguns conceitos importantes são: valor percebido pelo cliente: refere-se à avaliação que
o cliente faz de todos os benefícios e custos relativos a um produto e as outras opções
disponíveis no mercado; benefício total para o cliente: o que, na troca, é expresso em
moeda, e refere-se a um conjunto de benefícios econômicos, funcionais e psicológicos
que os clientes esperam do produto ou serviço, em função de atributos da oferta de
compra; custo total para o cliente: é o total de custos que os consumidores esperam
ter para avaliar, obter, utilizar e descartar um produto, incluindo os custos monetário,
de tempo e de energia física e psicológica (SOUZA, 2006).
Os principais benefícios das ofertas dos concorrentes analisados, que são suas
características intrínsecas, são: imagem da marca, serviços de garantias extras no
produto, treinamento e explicações de funcionamento do bem ou serviço, atendimento
recebido durante o processo de decisão das opções de compra, vantagens do local em
que é efetuada a compra (infraestrutura da loja física ou do marketplace), conquista de
status etc.
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Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
Quanto maior o valor agregado ao produto, maiores os custos, sejam estes financeiros
ou não, como o preço monetário, a carga tributária, o custo de entrega, o tempo de
aquisição de insumos, dentre outros riscos envolvidos na operação.
Para compreender melhor o valor percebido pelo cliente, devemos entender o processo
de criação de valor, que pode ser dividido em três fases: selecionar o valor, fornecer
o valor e comunicar o valor.
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Unidade IV | Posicionamento estrátegico e Administrativo
um conjunto de processos internos que visam contribuir com essa geração de valor e
alinhar a estratégia com as demais áreas da organização.
A legislação tem avançado bastante, incorporando, ao longo dos anos, ações de saúde
do trabalhador no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo, assim, a
discussão sobre a importância desta temática para a Saúde Pública no Brasil.
Desta forma, logo em seguida, foi promulgada a Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080, de
19 de setembro de 1990), que regula as ações e os serviços de saúde em todo o território
nacional e considera o trabalho como um dos fatores determinantes da saúde (SOUZA,
2006). As condições sociais, econômicas, culturais, ambientais, étnicas, psicológicas
e comportamentais foram vistas como elementos que influenciam na ocorrência de
problemas ou na promoção de saúde da população.
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Posicionamento estrátegico e Administrativo | Unidade IV
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REFERÊNCIAS
Figuras
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Figura 2. Estudos da Bioética. Fonte: https://upis.br/blog/bioetica/. Acesso em: jun. 2021.
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br/evento/bioetica2019/programacao/gradeatividades/32. Acesso em: jun. 2021.
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Figura 7. Lavagem das mãos pré e pós-procedimentos médicos. Fonte: https://sandramerlo.com.
br/biosseguranca-iv/. Acesso em: jun. 2021.
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