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PROCEDIMENTOS DE
AJUSTES, VERIFICAÇÃO E
VALIDAÇÃO DAS PRÓTESES
AUDITIVAS
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 8
UNIDADE I
ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI.......................................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
ATUALIZAÇÃO SOBRE AS TECNOLOGIAS DOS APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA............................................... 11
CAPÍTULO 2
SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA EM CRIANÇAS................................................... 26
CAPÍTULO 3
SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA EM ADULTOS E IDOSOS................................ 32
UNIDADE II
MÉTODOS PRESCRITIVOS............................................................................................................................................................................................... 35
CAPÍTULO 1
MÉTODOS PRESCRITIVOS NA TECNOLOGIA ANALÓGICA............................................................................................................... 36
CAPÍTULO 2
MÉTODOS PRESCRITIVOS NA TECNOLOGIA DIGITAL........................................................................................................................ 39
CAPÍTULO 3
PRINCIPAIS DIFICULDADES NA ADAPTAÇÃO DO APARELHO AUDITIVO................................................................................... 42
UNIDADE III
VERIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO DAS PRÓTESES AUDITIVAS................................................................................................................................. 46
CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DAS PRÓTESES AUDITIVAS............................................................................................................ 46
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO DE RESULTADOS DA ADAPTAÇÃO: AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE FALA E QUESTIONÁRIOS DE
AVALIAÇÃO DE RESULTADOS......................................................................................................................................................................... 69
CAPÍTULO 3
ORIENTAÇÃO AO USUÁRIO DE PRÓTESES AUDITIVAS E FAMÍLIAS DE USUÁRIOS............................................................... 74
UNIDADE IV
BIOÉTICA E ÉTICA NORMATIVA NA FONOAUDIOLOGIA..................................................................................................................................... 79
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA E PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA....................................................................................................................................................... 79
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTOS DA ÉTICA NA FONOAUDIOLOGIA: LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL, NOÇÕES DO CÓDIGO DE
ÉTICA PROFISSIONAL...................................................................................................................................................................................... 85
CAPÍTULO 3
NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA NA FONOAUDIOLOGIA..................................................................................................................... 96
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................................................... 100
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
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ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
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Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
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INTRODUÇÃO
A opção mais pensada, e também indicada para a maioria dos casos de reabilitação da
perda auditiva, é o uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI). Nessa
atuação, o fonoaudiólogo está totalmente inserido, sendo o profissional que participa
de todas as etapas: diagnóstico auditivo, indicação do AASI, seleção e adaptação.
Ainda pensando na tecnicidade que os AASI possuem, outro ponto importante que
necessita ser conhecido pelo profissional que irá trabalhar com ele é como o aparelho
auditivo calcula o quanto de som será fornecido ao paciente, os chamados métodos
prescritivos. Existem métodos para tecnologias analógicas e digitais e precisamos
saber em qual momento usar cada um deles; será esse assunto que abordaremos na
segunda unidade. Também discorreremos sobre as principais dificuldades normalmente
encontradas nas regulagens e adaptações, uma vez que essa discussão é uma das maiores
demandas para quem trabalha nessa área.
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orientações corretas (apesar de esse ponto ser, em muitas situações, negligenciado).
Dada essa importância, tal aspecto também será abordado aqui.
Por fim, precisamos lembrar-nos da importância de, durante toda nossa prática
fonoaudiológica, independentemente da área de atuação, termos uma atuação ética. A
bioética e a ética devem sempre estar presentes e devemos ter conhecimento do nosso
código profissional, de ética e de bioética. Quando falamos de aparelho auditivo, ainda
temos a adição da vertente comercial, de venda, o que nos obriga a estarmos ainda
mais atentos a esses aspectos. Por esse motivo, terminaremos este estudo abordando
tal assunto em nossa última unidade.
Todos esses assuntos são muito importantes para nossa prática clínica e serão abordados
neste material, conforme os objetivos a seguir.
Objetivos
» Compreender as características específicas da utilização do AASI nas
diferentes idades.
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ATUALIZAÇÃO
EM SELEÇÃO E UNIDADE I
ADAPTAÇÃO DE AASI
CAPÍTULO 1
Atualização sobre as tecnologias
dos aparelhos de amplificação
sonora
É bom sempre destacar que precisamos entender como a evolução acontece e continua
acontecendo e ter em mente que o que era feito antigamente era o melhor possível
para a época.
Quando os aparelhos auditivos começaram a ser inventados, não tínhamos uma boa
qualidade sonora do som fornecido ao paciente. O som tinha um caráter metálico,
mas já trazia um grande benefício àquele que não conseguia ouvir em razão da perda
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
auditiva. Por isso, a primeira corrida tecnológica aconteceu para melhorar a qualidade
do som fornecido ao paciente.
Para que essa automatização ocorra, é necessária uma grande evolução dos processadores
do AASI. Eles precisam conseguir captar o som, analisá-lo e então decidir o que precisa
ser feito na amplificação para aquele paciente específico. Essa tomada de decisão
precisa ser extremamente rápida, não pode consumir energia demais para não se
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
Todo esse desenvolvimento tem de também ser interessante e de fácil uso do paciente,
facilitando seu dia a dia, em vez de complicá-lo. Nesse sentido, a seguir, veremos as
principais atualizações na seleção e adaptação do AASI, sempre trazendo exemplos
práticos de quando cada uma delas é indicada.
Conectividade
Com o advento da tecnologia wireless, que pode ser definida como a tecnologia que
permite que dados possam ser transmitidos, a conexão do aparelho auditivo com o
computador para regulagem ou com algum dispositivo auxiliar se tornou possível.
No caso dos AASI essa conexão é realizada, em sua maioria, através do Bluetooth, que
utiliza uma frequência de rádio de ondas curtas (2.4 GHz) nas conexões com a maioria
dos dispositivos, como quando pareamos nosso celular com o som do carro. Atualmente,
algumas empresas estão fazendo uso de outras frequências a fim de evitar interferência.
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
A desvantagem do seu uso acontece quando se trabalha com mais de uma marca.
Quando fazemos a regulagem com cabo para realizar a conexão, podemos usar a mesma
interface para todas as marcas, o Hipro. Já quando a conexão é feita sem fio cada marca
possui a sua interface, como demonstrado na figura a seguir. Dessa forma, precisamos
ter vários dispositivos e, muitas vezes, não temos tantas entradas para conectá-los ao
computador, sendo necessário ficar trocando a entrada USB para aquele que você irá
usar no momento.
Fonte: https://husale.2021outletfactory.ru/category?name=noahlink%20wireless.
Podemos conectar o AASI com um controle remoto para fazermos ajustes de volume
ou mudar programa. Podemos também, com o uso de uma interface, conectar com a
televisão e ouvir o áudio da TV direto no celular sem interromper o áudio normal da
televisão, assim várias pessoas na sala assistem a um programa juntas. Além disso, é
possível conectar o aparelho a um microfone, que pode ser colocado perto do falante,
e também enviar direto para o aparelho o som captado, da mesma forma que o Sistema
FM faz.
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
alterar seu volume ou o programa por meio de um aplicativo. Esse aplicativo também
pode nos mostrar quanto de carga a bateria tem. Além disso, essa conexão faz a
transmissão de áudio, fazendo com que todos os sons (uma ligação, um vídeo ou até
uma mensagem de voz gravada) cheguem direito ao aparelho, como o que acontece
com um fone de ouvido.
Aparelhos auditivos com mais tecnologia conseguem, por meio do aplicativo e do GPS
do celular, determinar qual programa você deseja usar em cada situação. O celular
analisará a sua localização e, ao perceber, por exemplo, que você entrou na faculdade,
dará o comando para que o aparelho auditivo mude para o programa de sala de aula.
Dois microfones
O uso de dois microfones vem contribuindo para o desenvolvimento de uma audição
mais natural. No início da amplificação sonora, o foco era amplificar fala, pois o principal
de qualquer reabilitação auditiva é proporcionar que o paciente volte a se comunicar. É
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
Nesse sentido, começou a se entender que, para a amplificação se tornar mais natural,
seria necessário que os sons de fundos também fossem bem amplificados. A tecnologia
desenvolvida para fornecer essa profundidade ocorreu pela utilização de dois microfones.
Desse modo, é como se houvesse dois aparelhos em um só, um para a fala e outro para
o ambiente. Tudo isso demanda tecnologia, e é por isso que esse recurso, atualmente,
está apenas disponível nos aparelhos top de linha.
Recarregável
A tecnologia do aparelho recarregável é provavelmente a que mais tem tido tem
tido demanda por parte dos pacientes, seja porque o paciente não deseja ter um
inconveniente de ficar trocando a pilha do aparelho, seja porque ele tem uma
preocupação de não gerar lixo e não acabar prejudicando o meio ambiente, uma vez
que se sabe que baterias precisam de um descarte especial, pois podem ser muito
prejudiciais ao meio ambiente.
Aqui também vale entender como foi o processo de desenvolvimento dessa tecnologia.
No começo, o aparelho auditivo não era recarregável, mas a pilha sim. Essas pilhas
eram muito parecidas com as convencionais, mas poderiam ser recarregadas. O
inconveniente disso é que não se conseguia armazenar muita energia em uma pilha,
e, por isso, essa pilha recarregável só podia ser utilizada em aparelhos com potências
baixas, como, por exemplo, aparelhos para perdas auditivas leves.
Quando essa tecnologia era utilizada em aparelhos que precisavam de mais potência,
rapidamente elas descarregavam, sendo necessário recarregar durante o dia, o que
tornava o uso dessa tecnologia pouco prático e não funcional no dia a dia.
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
Para que a recarga aconteça, o aparelho tem de ser acoplado a um dispositivo que
parece uma caixinha, esse dispositivo se conecta à tomada. O carregamento do
aparelho é feito por indução e, normalmente, deixa-se o celular carregando, o que
já é suficiente para o uso diário. Na imagem a seguir, podemos ver um exemplo de
carregador com o aparelho.
Fonte: https://www.resound.com/pt-br/hearing-aids/rechargeable-hearing-aids.
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
Fonte: https://br.linkedin.com/company/oto-care-aparelhos-auditivos.
Apesar de ser muito atrativo, como tudo no aparelho auditivo, a tecnologia do aparelho
recarregável tem as suas indicações e contraindicações. Um fato que tem de se levar
em conta é o custo agregado. Além do valor do aparelho auditivo, é necessário fazer a
compra do seu carregador (o valor pago pelo carregador não é menor do que o que se
gastará de pilha durante cinco anos de uso de um aparelho com pilhas convencionais,
por esse motivo comprar um aparelho recarregável acaba sendo um pouco mais caro do
que quando se compra um aparelho convencional). Além disso, existe um dispositivo
a mais para se fazer uso, que é o carregador.
Em prática clínica, uma dificuldade observada está na indicação do uso dos aparelhos
recarregáveis na questão de o aparelho positivo não desligar. Quando se fala de adaptação
de um aparelho auditivo com pilhas convencionais, sempre se orienta ao paciente
que, ao retirar o aparelho do ouvido, abra a gaveta de pilha, dessa forma o aparelho
vai desligar, uma vez que não há motivo para o aparelho fora do ouvido continuar
amplificando. A grande questão dos aparelhos recarregáveis é que a gaveta de pilha não
abre. Com isso, a opção que resta é colocar a opção do botão de, ao apertar, desligar
o aparelho. É importante ter essa opção porque, em alguns momentos no dia a dia, é
necessário retirá-lo.
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
Parece uma dificuldade muito boba, mas é preciso lembrar que a maneira de se usar o
aparelho auditivo até pouquíssimo tempo atrás era colocando e tirando pilha, abrindo
e fechando a gaveta de pilha. Além disso, apertar o botão às vezes é algo que requer
uma destreza manual, e o paciente tem de prestar atenção para ver se o botão realmente
foi acionado ou não.
Autonomia
Como vimos, houve corrida para se desenvolver aparelhos auditivos autônomos, que
se adéquem ao ambiente sem que o paciente tenha de ficar mexendo e trocando o
programa o tempo todo. Este tópico objetiva ressaltar a importância dessa autonomia
e explicar como ela é concretizada. Todo o processamento do som, seja a análise sejam
as modificações, acontece por meio de algoritmos.
Contudo, para que o processador do aparelho saiba o que fazer com o som, é preciso
informar, essa informação de como proceder é que se chama de algoritmos. Estes
podem ser definidos como uma estruturação passo a passo de como um determinado
problema deve ser resolvido de forma não ambígua (ou, como muitos comparam,
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
“uma receita de bolo”). É por intermédio dos algoritmos que falamos ao aparelho para
amplificar menos sons fortes e mais sons fracos, por exemplo.
Cada marca de aparelho auditivo possui seus próprios algoritmos e investe pesado em
aperfeiçoá-los de forma a processar o som de modo mais eficaz possível (tornando
mais natural). É por isso que o paciente, muitas vezes ao trocar de marca de aparelho
auditivo, sente uma diferença no início da adaptação. E é também pelo mesmo motivo
que é contraindicado que o paciente use um aparelho de cada marca em uma adaptação
bilateral, já que cada marca possui os seus algoritmos e sua forma de modificar o som.
A autonomia do aparelho está intrinsecamente ligada aos seus algoritmos, bem como
o desenvolvimento tecnológico do processamento do som. Queremos um aparelho
cada dia que passa mais independente, e, para que isso aconteça, ele precisa saber o
que fazer em todas as situações. São os algoritmos que irão dizer como agir e, por isso,
eles são o maior foco do desenvolvimento tecnológico atual.
A partir de agora, quando alguém falar com você sobre algoritmo em aparelhos
auditivos, já saberá que se refere à instrução de como o aparelho deve agir.
Controle de saúde
Fazendo uso da conectividade bem desenvolvida e presente em grande parte dos AASI
e tentando tornar o aparelho auditivo mais integrado ao dia a dia do paciente, hoje
em dia existem marcas de aparelhos auditivos que foram além da amplificação sonora.
Algumas conseguem, por meio do aplicativo, monitorar, por exemplo, a ocorrência de
quedas e então enviar uma mensagem para um contato de emergência já pré-cadastrado.
Também é possível fazer monitoramento de passos e de horas de sono.
Aqui é importante destacar que não é o aparelho auditivo em si que realiza esses
monitoramentos, mas sim o aplicativo do celular. A ideia é integrar várias atividades
em um local só (aparelho auditivo e monitoramento de saúde), a fim de tornar mais
fluido o uso dos dispositivos.
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
Esse tipo de tecnologia possui um valor agregado alto e ainda está sendo inserido no
dia a dia da indicação, seleção e adaptação do aparelho auditivo.
Cross/Bicross
O sistema Cross/Bicross surgiu como uma alternativa de reabilitação auditiva para os
pacientes que apresentam uma perda auditiva não amplificável (que não se beneficiam
do uso do aparelho) unilateralmente. O intuito dessa adaptação é fazer com que se
tenham de volta as habilidades auditivas perdidas com um lado não amplificável. Aqui
é importante ter em mente que apenas um lado pode ser não amplificável, o outro
precisa ser normal ou possuir uma perda auditiva que se beneficie do uso do AASI.
A diferença entre um lado não amplificável e outro normal ou com perda auditiva é
que determinará se o sistema é Cross ou Bicross. O sistema Cross é empregado quando
um lado é normal e o outro não se beneficia de amplificação. Enquanto no sistema
Bicross um lado não tem benefícios com o uso do AASI e o outro possui uma perda
auditiva que se beneficia. Na imagem a seguir, vemos um exemplo da diferença entre
os sistemas Cross e Bicross.
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
O microfone/transmissor que está na orelha que não tem indicação do uso de AASI
capta o som que chega desse lado e o transmite para o receptor que está na outra orelha
melhor. Esse sinal é processado, então, nesse aparelho auditivo e enviado ao ouvido
do paciente. Até este momento não importa se o paciente possui uma perda auditiva
ou tem audição normal do lado melhor, o processamento foi igual. A partir daqui é
que a diferenciação acontece.
Se o paciente possuir audição normal, o som que foi transmitido do outro ouvido será
fornecido ao ouvido bom sem amplificação alguma, apenas na intensidade de que foi
captado. Já se a orelha amplificável possuir uma perda auditiva, então o som captado
do outro lado será fornecido junto com a amplificação de que essa orelha necessita. Ou
seja, no sistema Cross há o envio da informação anacúsica, mas não há amplificação.
Enquanto no sistema Bicross, além da informação contralateral enviada, há também
a amplificação do som de acordo com a perda auditiva.
Esse envio de sinal do dispositivo que possui o microfone para o aparelho auditivo do
outro lado é realizado através de conectividade sem fio. Por esse motivo, quando falamos
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
Um cuidado bem importante que devemos ter na indicação desse sistema é ter a
certeza de que a orelha realmente não se beneficia do uso do AASI. Isso porque,
quando adaptamos o sistema Cross/Bicross, a orelha dita pior é deixada de lado e
não recebe amplificação, não sendo estimulada. Todo o som captado desse lado é
enviado para o ouvido contralateral. Deixar de estimular a audição de um ouvido
pode gerar consequências importantes e, por isso, é preciso ter certeza de que esse
ouvido não se beneficia de uma amplificação dita convencional. Caso haja dúvida,
é indicado que se faça um teste realizando a adaptação de um aparelho auditivo e
medidas de validação e verificação (que veremos mais adiante) para se ter a certeza
do não benefício desse ouvido.
Posto isso, o sistema Bicross acaba tendo uma maior aceitação que o sistema Cross.
Isso acontece porque no Bicross o paciente já terá de usar um AASI no lado com perda
auditiva amplificável, enquanto no sistema Cross o paciente terá de usar um aparelho
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
em um lado normal. Além disso, quando o lado não amplificável é normal, o paciente
consegue ter um melhor desempenho auditivo comparado a quando o outro lado
possui uma perda auditiva.
Acesso remoto
O acesso remoto é o mais atual avanço tecnológico dos AASI, e, no contexto atual de
pandemia, a possibilidade de realizar, por exemplo, um ajuste remoto de um aparelho
auditivo se mostrou fundamental e fez diferença na adaptação ao aparelho auditivo.
Esse acesso remoto acontece por meio de um aplicativo de celular. O paciente acessa
o aplicativo e relata sua queixa, como, por exemplo, que o aparelho está baixo. Essa
queixa é enviada através do aplicativo ao programa de regulagem que a fonoaudióloga
tem acesso. A partir da queixa, a profissional faz a regulagem no programa e envia para
a nuvem. O aplicativo do paciente acessa informação da nuvem, baixa, e ele recebe uma
mensagem dizendo que o ajuste está disponível e se gostaria de instalar no aparelho
auditivo. Quando este aceita, os ajustes são realizados.
É importante ressaltar que algumas queixas auditivas não podem ser resolvidas pela
sessão remota, por isso, antes de o paciente enviar a solicitação pelo aplicativo, é
realizada uma triagem. Caso seja observado que a queixa precisa de um atendimento
presencial, o paciente é orientado via aplicativo a marcar uma consulta.
Caso a solicitação possa ser resolvida por acesso remoto, após a fonoaudióloga enviar
os ajustes para os aplicativos e o paciente tiver instalado, é feito um questionamento
para que ele decida se a regulagem ficou boa ou não. Caso a regulagem tenha ficado
ruim, ele tem opção de voltar para a regulagem anterior.
Saliente-se que o acesso remoto não substitui o contato do fonoaudiólogo com paciente,
mesmo que a distância, mediante um aplicativo de mensagens, por exemplo, esse
contato tem de acontecer até para que possa se entender melhor qual é a queixa.
No entanto, é preciso valorizar as possibilidades abertas pelo uso do acesso remoto,
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
A utilização do acesso remoto também faz com que reflitamos sobre o uso dos dados
do paciente, pois se tem que colocar dados dos ajustes, da audiometria e pessoais na
nuvem. O paciente precisa estar ciente de onde seus dados fornecidos serão empregados,
e é preciso assegurar que haja uma boa segurança.
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CAPÍTULO 2
Seleção e adaptação de aparelhos de
amplificação sonora em crianças
Estudos demonstram que a criança começa a ouvir desde a vigésima quinta semana
de gestação, o que nos diz que a estimulação auditiva dela acontece antes de nascer.
Havendo uma criança que apresenta uma alteração auditiva na triagem neonatal, é
necessário ter em mente que ela já está em privação sensorial da audição há algum
tempo, antes mesmo de nascer e que isso precisa ser levado em conta.
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
Ao pensar nessa reabilitação, existem algumas etapas que, apesar da urgência, precisamos
levar em conta para que se faça uma reabilitação de forma correta. Veremos a seguir
quais são esses aspectos.
Avaliação da audição
Diferentemente do que acontece quando um paciente adulto faz uma seleção e
adaptação do aparelho auditivo, muitas vezes com a criança não existe uma audiometria
completamente fechada, com todos os limiares auditivos determinados com precisão.
Muitas vezes, recebe-se uma audiometria comportamental ou de reforço visual com
os exames complementares para fechamento de diagnóstico. Mas, quando falamos de
uma criança maior, em quem foi possível realizar audiometria lúdica, é realizada uma
audiometria com pesquisa de limiar, sendo possível se basear nela para adaptação.
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
adaptada unilateralmente. A criança precisa ouvir dos dois lados para que algumas
habilidades auditivas se desenvolvam.
Quando se tem uma perda auditiva bilateral e se realiza uma adaptação unilateral, o lado
que não usa aparelho apresenta uma degradação do reconhecimento devido à ausência
de estimulação. Isso não é interessante para a criança, portanto, quando falamos de
adaptação da criança com perda bilateral, ela deve usar aparelho de ambos os lados
sempre. E, se a perda auditiva for unilateral, será preciso testar a adaptação unilateral.
Tipo de aparelho
Apesar da grande variedade de tipos de aparelhos auditivos disponíveis no mercado,
quando pensamos na população infantil, é necessário considerar o uso de um aparelho
portátil, que possua bobina telefônica e entrada direta de áudio, além de ser compatível
com o sistema. Atualmente, o tipo de aparelho auditivo que mais se encaixa nessa
descrição são os aparelhos retroauriculares. Apesar de serem pequenos, devido à
evolução da tecnologia, ainda são do tamanho que não se torna perigoso para o uso
da criança e mais resistentes. É preciso lembrar que o uso do aparelho auditivo não
pode ser impeditivo para o desenvolvimento da criança, ela tem de correr, brincar e
explorar o ambiente.
Com efeito, a criança pode não apresentar um cuidado efetivo com o aparelho, além
de poder cair, assim não é indicado o uso, por exemplo, de aparelhos intra-aurais. Eles
apresentam um manuseio mais difícil. Pelo mesmo motivo também não são indicados
os receptores no canal, pois são aparelhos mais frágeis.
Ainda falando da escolha do tipo de aparelho, a criança pode tirá-lo e jogá-lo no chão
ou, durante uma brincadeira, corre-se o risco de que ele se desprenda do ouvido, por
isso é sempre interessante realizar adaptação do aparelho retroauricular com o uso
de um prendedor de aparelho auditivo, como podemos observar na figura a seguir.
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
Fonte: https://shopee.com.br/Prendedor-Para-Aparelho-Auditivo-Kit-Com-3-Unidades-i.323758919.9261566239.
Tipo de molde
A escolha do tipo de molde do aparelho é uma etapa muito importante. Como vimos,
a indicação do aparelho para a criança é o retroauricular; com isso, é necessário o uso
do molde. Todo molde adaptado em criança deve ser de silicone, pois é mais maleável.
Caso a criança bata a cabeça, o risco de se machucar é muito menor. Além disso, também
proporciona maior vedação desse conduto. É preciso lembrar que a criança apresenta
um crescimento facial muito rápido, assim, quanto mais esse molde conseguir vedar
o ouvido, mais tempo levará para que a troca seja necessária.
Em um paciente adulto, é indicado que seja feita a troca do molde a cada um ano, mas,
em criança, justamente pelo rápido crescimento facial, é indicado que ocorra a cada
seis meses. A indicação do molde de acrílico só será realizada para as crianças que
possuem uma alergia a silicone e otites de repetição.
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
invasivo, é necessário que a criança esteja calma e quieta durante a realização, não
sendo possível fazer com ela chorando e agitada.
Tecnologia
Como vimos, a tecnologia digital é a amplamente utilizada nos aparelhos auditivos,
tanto nos mais básicos quanto nos mais tecnológicos. Essa também é a tecnologia
indicada para adaptação em criança, tanto pela qualidade sonora fornecida ao paciente
quanto pela precisão de regulagem que a tecnologia nos proporciona.
Além disso, a tecnologia digital proporciona maior foco na fala, não deixando que o
paciente perca informações importantes. Não obstante, ouvir os sons do ambiente é
também fundamental para crianças, porque, além de desenvolver a fala, de aprender os
fonemas e de desenvolver a linguagem, funções superiores, como habilidades auditivas
de figura-fundo, também se desenvolvem a partir da exposição ao som.
Regra prescritiva
Apesar de ainda não termos conversado sobre métodos prescritivos, vale a pena fazer
um destaque para qual escolha de amplificação sonora devemos fazer para a população
infantil. Em razão da dificuldade de se obter informações dessa população, no sentido
de nos informar como o som está, a amplificação sonora de um aparelho auditivo na
criança deve ser feita de forma cautelosa e cuidadosa.
É preciso escolher métodos que intensifiquem bastante as frequências de fala, mas que
não excluam completamente os sons do ambiente; escolher uma regra aplicável que
30
ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
não forneça uma intensidade muito alta ao paciente; e ser conservador, uma vez que
não podemos ter certeza se o som dado no ouvido do paciente está muito alto ou não.
A regra prescritiva DSL surgiu em 1985 e tinha como principal característica realizar
uma amplificação da fala sem desconforto e sem distorção, o que é uma característica
muito importante para essa população. Por causa disso, essa regra passou a ser utilizada
na adaptação de aparelhos auditivos em crianças. Devido a isso, estudos foram realizados
e, em 1985, ela foi aperfeiçoada, sendo criada a DSL-o, que foi especificamente pensada
para ser usada nessa população. Essa última versão pode ser utilizada em crianças de
qualquer idade e tem apresentado na prática clínica um ótimo desempenho. Por esse
motivo, quando falamos de adaptação de aparelho auditivo infantil, a regra prescritiva
a ser priorizada é DSL-o.
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CAPÍTULO 3
Seleção e adaptação de aparelhos
de amplificação sonora em adultos e
idosos
Avaliação da audição
Na maioria dos casos, a determinação do limiar auditivo na população adulta e idosa
é realizada por audiometria. A audiometria em adultos é um exame que apresenta
boa confiabilidade e, na maioria dos casos, é suficiente para realização de uma boa
adaptação. Aqui precisamos ter cuidado com as perdas auditivas sensorioneurais, em
que é preciso observar se há a presença de Recrutamento Objetivo de Metz. Nesses
casos, é indicada a pesquisa do limiar de desconforto. Como já conversado antes, é
necessário diferenciar se a perda sensorioneural não é uma alteração retrococlear,
uma vez que perda auditiva central, na maioria dos casos, não tem indicativo de uso
de aparelho auditivo.
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ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI | Unidade i
população adulta e idosa que a adaptação ocorra nas duas orelhas. A principal diferença
é que, quando temos uma perda auditiva unilateral, principalmente quando há uma
importante assimetria, precisamos avaliar se realmente haverá uma adaptação do uso
do aparelho de um lado só. Em casos de perda auditiva unilateral muito assimétrica,
a informação sonora fornecida pelo aparelho auditivo do lado com a perda auditiva
pode ser conflitante quando comparada ao lado normal.
Tipo de aparelho
Quanto ao tipo de aparelho auditivo, a princípio, todos podem ser utilizados na
população adulta e idosa. A determinação de qual tipo será escolhido vai depender de
aspectos audiológicos e não audiológicos. O quanto o paciente escuta será fundamental,
mas também sua capacidade intelectual, seu desenvolvimento da destreza manual e,
no caso de aquisição particular, o quanto de dinheiro pode ser investido, tudo isso
determinará qual tipo de aparelho será adaptado.
Tipo de molde
A escolha do tipo de molde é muito parecida com a escolha do tipo de aparelho. A
princípio todos os tipos de molde podem ser adaptados à população adulta e idosa,
levando sempre em conta aspectos fisiológicos e não fisiológicos. Para sua escolha,
também na população idosa, precisamos ter o cuidado de não utilizar moldes muito
pequenos, receptor no canal ou adaptação aberta nos casos de dificuldades de manuseio.
Temos de lembrar que os aparelhos receptores no canal ou BTE com adaptação aberta
são mais discretos e, por isso, muitas vezes desejados pela população adulta, mas sua
indicação também tem de ser feita de modo criterioso.
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Unidade i | ATUALIZAÇÃO EM SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE AASI
Tecnologia
Quanto à escolha da tecnologia para a população adulta e idosa, em alguns casos, há a
possibilidade do uso da tecnologia analógica. Como já vimos, nos casos de componente
condutivo, para perda auditiva profunda, essa tecnologia pode ser indicada. No entanto,
esse tipo de tecnologia está cada vez mais em desuso, então, muitas vezes, só temos à
disposição a tecnologia digital.
A função laboral é outra questão que deve ser considerada na escolha da tecnologia do
aparelho auditivo, principalmente na população adulta. Existem profissões que exigem
que o paciente escute bem, porque apresentam um ambiente auditivo difícil, por isso,
sempre que formos escolher um aparelho auditivo para o adulto, precisamos investigar
bem como é o ambiente auditivo em que ele trabalha. Já na população idosa, caso o
envelhecimento cause um rebaixamento da discriminação ou haja algum rebaixamento
cognitivo, a tecnologia digital ajudará bastante.
Regra prescritiva
Quanto aos métodos prescritivos, como na população adulta e idosa, na maioria das
vezes, conseguimos ter um retorno fidedigno de como está a amplificação, a princípio,
devemos utilizar a regra prescritiva da própria marca. Alguns casos específicos podem
sugerir a troca do método prescritivo, porém, em momento posterior, trataremos
desse assunto e veremos cada um desses casos.
34
MÉTODOS
PRESCRITIVOS UNIDADE II
35
CAPÍTULO 1
Métodos prescritivos na tecnologia
analógica
Em 1963, esse mesmo autor forneceu uma atualização da sua regra. Ele reconheceu
que os 15 dB de reserva eram excessivos e acabou simplificando a fórmula para um
36
Métodos prescritivos | Unidade ii
Em 1988, a fórmula POGO sofreu uma modificação para poder atender aos casos de
grau severo a profundo, sendo então chamada de POGO II. Essa alteração fez com que
o ganho do aparelho auditivo fosse maior e, com isso, conseguisse atender a perdas
auditivas mais profundas.
Apesar de ainda ter uma amplificação sonora parecida com o método prescritivo de
meio ganho, por fazer uma redução de amplificação nas frequências mais graves, o uso
da POGO acaba trazendo uma amplificação mais confortável para o paciente.
Após diversos estudos com o método proposto inicialmente, os autores viram que ele
não cumpriu o objetivo de amplificar todas as faixas de frequência da fala para fornecer
o mesmo nível de sensação sonora. Por isso, em 1986, criaram uma nova regra, ainda
com o mesmo nome de NAL. Nessa mudança, outra modificação foi realizada para
atender a pacientes com perdas auditivas severas a profundas, fornecendo maior ganho.
37
Unidade ii | Métodos prescritivos
É importante entendermos essa regra desde agora, pois seu uso na amplificação não
linear em crianças, por meio de uma modificação realizada, é bem presente até os
dias atuais.
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CAPÍTULO 2
Métodos prescritivos na tecnologia
digital
Entre as diversas regras prescritivas na tecnologia digital, temos como destaque a DSL-o
e a NAL-NLI, além das regras prescritivas criadas pelas próprias marcas. Veremos
cada uma delas a seguir.
Por fim, outra vantagem dessa regra é que, apesar de focar nos sons da fala, ela não
desconsidera o restante dos sons, fornecendo uma boa amplificação de todas as
frequências à criança.
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Unidade ii | Métodos prescritivos
40
Métodos prescritivos | Unidade ii
41
CAPÍTULO 3
Principais dificuldades na adaptação do
aparelho auditivo
Ao realizar uma adaptação de aparelho auditivo, uma das maiores preocupações, além
da escolha correta do aparelho auditivo, é pensar quais as principais dificuldades que o
paciente pode apresentar durante o processo. Tais dificuldades podem ser de diferentes
naturezas, motora, de percepção ou relacionada ao desconforto.
Por fim, as dificuldades relacionadas ao conforto estão mais ligadas à adaptação física,
seja do molde, do receptor do canal ou do aparelho intra-aural. É preciso lembrar que,
mesmo com uma pré-moldagem bem-feita e com a escolha correta do dispositivo, o
paciente passará a ter algo dentro do ouvido, algo que não é natural, sendo necessário
tempo para essa adaptação.
» Efeito de oclusão
Outra queixa muito comum é o efeito de oclusão, que pode ser definido como
a sensação que temos da voz presa na cabeça. Podemos simular a sensação
tampando os nossos ouvidos com o dedo, que é a mesma coisa que o molde ou
a cápsula do intra-aural irá fazer.
A questão é que não temos como não utilizar o aparelho no ouvido do paciente,
por isso, para esses casos, podemos lançar mão da ventilação, que normalmente
auxilia muito na redução da queixa, além de também diminuir o tamanho do
molde (quando possível) ou diminuir o ganho nas frequências graves.
» Microfonia
Outra queixa comum é a de microfonia. Ela pode ser interna, quando só o paciente
escuta, e normalmente indica um dispositivo defeituoso, sendo necessário
enviar para reparo, ou pode ser externa, quando outras pessoas conseguem
ouvir. Nessa última ocorre a retroalimentação do som em virtude de o conduto
auditivo do paciente não estar bem vedado. Nesses casos, o som amplificado vaza
e é novamente captado pelo aparelho, gerando um ciclo de retroalimentação.
43
Unidade ii | Métodos prescritivos
Também aqui o paciente precisa ser bem orientado. Precisa ser explicado que
esses sons são naturais, que o mundo tem muito barulho e que, com o uso
gradativo do aparelho, ele irá se acostumar. Isso ocorrerá quando ele conseguir
restabelecer as habilidades auditivas perdidas.
Em face de tudo o que vimos até agora, é possível compreender que o raciocínio
clínico e uma escuta atenta da queixa do paciente são fundamentais para realizar as
modificações necessárias e proporcionar uma boa adaptação. A rapidez em que a
adaptação acontecerá depende de diversos aspectos, tanto relacionados à perda auditiva
quanto às características pessoais de cada um. O que precisamos é estar com paciente
bem orientado e com a escolha do aparelho correta, além de realizar as modificações
sempre que necessário, entendendo que o processo vai muito além do uso de um
aparelho auditivo, que é apenas uma parte da reabilitação.
44
Métodos prescritivos | Unidade ii
auditivo. Mas precisamos ir além disso. Pode ser sim que o paciente tenha alguma
dificuldade, mas também pode ser que tenha sido cometido algum erro, que o
profissional tenha feito as escolhas erradas. Então, é preciso parar e fazer ampla
reflexão sobre as nossas escolhas. Caso a questão ainda seja o paciente, será
necessário compreender por que isso está acontecendo e, a partir daí, pensar
em estratégias que possibilitem uma efetiva reabilitação e participação dele no
processo.
45
VERIFICAÇÃO E
VALIDAÇÃO DAS UNIDADE III
PRÓTESES AUDITIVAS
Além disso, neste momento, veremos mais duas avaliações muito importantes de realizar
na avaliação dos AASI: avaliação da percepção de fala e questionários de avaliação de
resultados. Por fim, um fator que influencia diretamente tanto na adaptação do paciente
quanto na manutenção do aparelho em uma reabilitação eficiente é a orientação do
paciente e dos seus familiares, por isso encerraremos nosso assunto de aparelho auditivo
conversando sobre as orientações.
CAPÍTULO 1
Avaliação do desempenho das próteses
auditivas
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
Métodos de verificação
Para avaliar o desempenho do aparelho auditivo, é possível realizar esse procedimento
a partir de dois processos: os comportamentais, sendo o de uso comum o ganho
funcional, e os eletroacústicos, no qual estão as medidas de inserção. Veremos cada
um desses processos separadamente, entendendo quais dados cada um fornece e como
podemos usá-los no dia a dia de trabalho com aparelhos auditivos.
Orienta-se que qualquer teste de verificação seja realizado após findas as regulagens
iniciais, isto é, após o paciente ter ido para casa, relatado suas principais queixas e,
assim, tivermos feitos os ajustes a partir daí. Nesse momento, é que teremos certeza
de que encontramos a regulagem ideal e poderemos conferir se está tudo certo. Claro
que existem exceções, por exemplo, um paciente com muita dificuldade de se adaptar.
Nesses casos, o uso da avaliação de verificação antes do fim da regulagem inicial pode
nos ajudar a entender como a amplificação está acontecendo e nos auxiliar a realizar
os ajustes. Contudo, na maioria das verificações do desempenho do aparelho, devemos
realizá-las após todas as regulagens iniciais estarem ok.
Campo livre
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
Outro conceito importante ainda sobre campo livre é a distância do trabalho, ou seja,
a distância em que colocaremos o paciente da fonte sonora.
Estímulo
No entanto, quando falamos de estímulo, também estamos nos referindo à força externa
(ou de entrada) aplicada ao sistema que gera uma resposta deste. Nesse sentido, o nível
de estímulo será o NPS (nível de pressão sonora) no ponto de referência do campo.
Medidas
Após vermos e definirmos esses conceitos importantes, vamos estudar dois métodos
de verificação: ganho funcional e medidas de inserção.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
Ganho funcional
O ganho funcional (GF) nos indica como está o desempenho dos aparelhos auditivos
de acordo com a percepção do paciente. Diferentemente do ganho de inserção, em
que fazemos uma medida da amplificação que está acontecendo no meato acústico
do paciente, o GF tem suas medidas obtidas a partir de um teste que se assemelha à
audiometria de campo livre.
Por ser uma medida subjetiva, dependemos totalmente da colaboração do paciente. Isso
apresenta vantagens e desvantagens. A vantagem é poder ver como está a amplificação
a partir do sujeito. A principal desvantagem é ser muito difícil de realizar com pacientes
não colaborativos, com algum rebaixamento intelectual ou com crianças muito pequenas.
Para que possamos obter lineares de forma confiável em campo livre, ou seja, com o
uso de caixas acústicas, alguns cuidados devem ser tomados e fazem toda diferença
para uma boa realização do procedimento. Primeiro, precisamos escolher um ambiente
acústico que seja tratado acusticamente. Por isso, a orientação é que seja feito dentro de
cabines acústicas. As cabines não podem ser pequenas (muito comum na audiometria
adulto), pois é necessário conseguir colocar o paciente sentado a 1 metro da caixa.
Outra opção é se houver uma sala acusticamente tratada.
Para realizar o GF, o paciente deve estar posicionado a uma distância de 1 metro do
alto-falante, que deve estar na altura do seu ouvido. Quanto à posição do paciente em
relação à caixa acústica, deve ser de 0º azimute, conforme podemos observar nesta
figura:
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
O paciente também deve ser orientado a não mexer a cabeça quando os sons são
apresentados, visto que, ao realizar qualquer movimento, poderá mudar a angulação
em relação às caixas acústicas (pode parecer bobo, porém muitos pacientes se viram
para procurar a fonte sonora). Para um GF completo, devemos realizar pesquisa dos
limiares auditivos com uso de tom puro, mas a possibilidade do uso de tom modulado
para alguns casos não está descartada.
O paciente receberá orientação muito parecida com audiometria em que ele deve
sinalizar toda vez que escutar o som. A partir daí, será feita uma pesquisa de limiar
conforme se realiza normalmente na audiometria. É preciso ter em mente que, quando
estamos fazendo em campo livre, a resposta a ser obtida será sempre da melhor orelha.
Entretanto, não há como utilizar fones com o paciente que usa aparelho auditivo. Além
disso, o que queremos avaliar é como está o desempenho desse aparelho no dia a dia do
paciente, que ouve como se fosse “em campo livre”, ao mesmo tempo, das duas orelhas.
Depois que os limiares são obtidos sem e com o aparelho, assinalam-se as respostas
no audiograma, conforme esta figura:
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
Nos resultados encontrados, é possível ver que os limiares obtidos sem aparelhos são
marcados com quadrados abertos, enquanto os obtidos com aparelhos são marcados
com um triângulo preenchido.
Uma coisa importante de se lembrar é que analisamos as duas orelhas ao mesmo tempo,
uma vez que o exame é realizado em campo livre. Então, caso queiramos analisar uma
orelha separadamente, por alguma questão específica, ou que o paciente apresenta um
lado normal, precisamos de alguma forma isolar essa orelha a não ser testada. Para
isolá-la, podemos empregar duas técnicas: a de mascaramento ou a de massa de molde.
51
Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
o ruído pelo fone. Poucos equipamentos permitem essa realização, por isso essa técnica
é pouco utilizada.
A segunda opção é utilizar a massa de molde e fazer um tampão na orelha que não
queremos avaliar. Não é necessário ser uma pré-moldagem perfeita, apesar de todos
os cuidados, inclusive com o uso do otoblock, mas aqui só precisamos tampar o ouvido.
Por ser mais simples e exigir materiais comuns a um local que trabalha com AASI,
essa é a técnica amplamente utilizada.
Assim, é possível concluir que o ganho funcional é uma medida psicoacústica, pois
ela leva em conta o processamento que o indivíduo faz do som com e sem o uso do
aparelho. Devido a isso, o GF deve ser uma medida amplamente valorizada, pois nos
mostra como o paciente está ouvindo.
Por ser uma medida subjetiva, é possível que tenhamos dificuldade de realizar o exame
em crianças menores ou em pacientes com rebaixamento intelectual ou com alguma
dificuldade de entendimento. Se observarmos, seriam aquelas pessoas em que realizar
uma audiometria naturalmente seria difícil também. Nesses casos, como fazemos no
diagnóstico audiológico, podemos renunciar ao ganho funcional e utilizar apenas as
medidas objetivas. Principalmente nesses casos, precisamos saber avaliar muito o dia
a dia do paciente, para poder saber como a amplificação sonora está sendo recebida
por ele.
Medidas de inserção
Outro método que pode e deve ser utilizado para a verificação dos aparelhos auditivos
são as chamadas medidas de inserção. Elas foram descritas pela primeira vez em 1994
e foram definidas como sendo a diferença entre o nível de pressão sonora de um
ponto específico do meato acústico externo com e sem o aparelho auditivo. Seu uso
só passou a ser inserido na prática clínica de forma efetiva nos anos 2000, quando foi
possível desenvolver um microfone em miniatura, possibilitando que fossem inseridos
no meato acústico junto com os aparelhos auditivos.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
Essa mensuração realizada com microfone sonda vem sendo descrita na literatura desde
os anos 50, mas em caráter experimental. Nessa época, foram obtidas informações
importantes sobre variações acústicas que acontecem no meato acústico externo.
Observou-se que o som captado próximo à membrana timpânica era mais alto que o
captado em campo livre, concluindo que a orelha externa agia como um amplificador
acústico. Assim, a evolução dos microfones miniaturizados proporcionou o registro
das variações que acontecem no meato acústico externo, tanto com quanto sem o uso
do aparelho auditivo, foi possível então compará-las.
Essas medidas também são chamadas de medições in situ, pois são realizadas no local,
em que se permite avaliar o nível de pressão sonora que pode ser alcançado pelo
aparelho auditivo, sempre relacionando com o nível de pressão sonora de entrada.
A grande vantagem desse método é sua objetividade, uma vez que exige apenas que
o paciente fique parado, podendo ser feito, por exemplo, em uma criança dormindo.
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
REOG (real ear occluded gain, em português, ganho de oclusão da orelha externa)
REAR (real ear aided response, em português, resposta com o aparelho auditivo
na orelha externa)
A REAR refere-se à resposta obtida com o uso de aparelho auditivo ligado, ou seja, o
nível de pressão sonora captado em um ponto específico do meato acústico externo
para um determinado som.
REAG (real ear aided gain, em português, ganho com o aparelho auditivo na
orelha externa)
O REAG é ganho com prótese auditiva na orelha externa. Será essa diferença em
dB em função da frequência do som apresentado do som captado no meato acústico
externo sem amplificação para o som captado dentro do meato acústico externo com
molde e complicação, ou seja, veremos efetivamente quanto de amplificado está sendo
fornecido.
Por fim, temos o REIG, que é o ganho de inserção. Ele se refere à diferença entre o que
se obtém no REAG, ou seja, com aparelho auditivo ligado, e o que se obtém na REUG,
que é obtido com o ouvido não ocluído, conforme observamos na fórmula abaixo:
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
Com esses conceitos bem estabelecidos, agora veremos os aspectos técnicos para a
realização das medidas, começando pelo equipamento.
É preciso ter um aparelho específico para realizar o exame, como podemos observar
nas figuras a seguir. No mercado, atualmente, existem alguns modelos, porém todos
obedecem ao mesmo princípio de possuírem uma interface que será ligada ao computador
e fará a análise de todo o sinal captado. Também é necessário um microfone que captará
o som em campo livre e que será inserido no meato acústico, além de uma caixa de
som. No computador, haverá o programa em que serão dados os comandos para a
realização dos testes.
Sempre temos de seguir o que o fornecedor sugere para que se tenha um exame de
qualidade. Por ser um exame que não temos tanto contato, como a audiometria, por
exemplo, precisamos sempre ler cuidadosamente o manual. Além disso, precisamos
lembrar sempre de realizá-lo em um ambiente acusticamente tratado, uma vez que os
sons serão fornecidos em campo livre.
A seguir, veremos quais são os procedimentos que devem ser realizados para termos uma
medição de ganho de ação de qualidade. Antes de realizarmos efetivamente avaliação
da amplificação do aparelho auditivo, precisamos realizar alguns procedimentos
preliminares para garantir uma qualidade do exame.
55
Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
É importante destacar que essa equalização não é necessária para as medidas de ganho,
ou seja, REUG, REAG, REOG e REIG, se o equipamento estiver funcionando de forma
linear. Isso porque elas dependem apenas da escolha do ponto de referência.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
metro, pois ela reúne mais vantagens fornecendo a precisão de medida e o ângulo de
posicionamento da cabeça do paciente a 0º azimute, conforme observado na figura a
seguir. Esses dois últimos parâmetros são muito parecidos com o usado no GF. Como
o exame não é realizado em cabine, a localização do paciente deve ser no meio da sala,
pois assim estaremos no ponto de melhor localização sonora.
Fonte: https://fissuraeaudicao.wordpress.com/adaptacao-de-aasi/verificacao-do-aasi/.
Para termos uma maior segurança na inserção do microfone, podemos usar como
referência o anel marcado que normalmente existe em todos os tubos sonda (visto
como um pedacinho preto no tubo). A sonda é inserida até que o anel chegue na
entrada do MAE. Esse método não deve ser utilizado em crianças, pois possuem um
MAE menos comprido.
Um cuidado especial deve ser tido quando falamos de aparelhos CIC, uma vez que são
dispositivos posicionados muito perto da membrana timpânica. Além disso, a inserção
57
Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
Quando realizamos um exame com o estímulo de faixa estreita, o ambiente deve ser
acusticamente tratado com alta absorção sonora. Se isso não for possível, devemos
fazer a escolha de outros estímulos sonoros. Por sua vez, com sinais complexos, como
o ruído de banda larga, existe a vantagem de se ter mais precisão na sua medida, além
de ser mais útil, pois avalia uma maior diversidade de frequência. Em continuidade,
o ruído de espectro de fala nos ajuda a prever como o aparelho auditivo amplificará
os sons da fala, muitas vezes é a medida mais importante, principalmente quando o
paciente apresenta uma importante dificuldade de discriminação.
Apesar da grande variedade de tipos de sinais testes, nem todo ruído é apropriado
para ser utilizado. O estímulo clique, por exemplo, não é recomendado, pois sua
apresentação abrupta e rápido tempo de ataque fazem com que o sistema não realize
medidas precisas. É importante destacar isso, pois sabemos que o clique é muito utilizado
em diversos exames para avaliação auditiva, porém, para as medidas de inserção, não
é recomendado.
Além de todos os tipos de ruído que se podem utilizar, também é interessante empregar
uma amostra de fala real, principalmente se o aparelho que estivermos avaliando for
um AASI que possui compressão WDRC. Outro detalhe simples é que o nível de
pressão sonora da saída máxima de um aparelho auditivo será sempre mais elevado
quando testarmos com tons puros se compararmos ao teste realizado com banda larga.
Ainda falando de seleção do sinal, outra questão a que devemos ficar muito atentos
na escolha é a intensidade do sinal de entrada, ou seja, a intensidade em que o sinal
será dado. A maioria dos equipamentos possui uma grande variedade de intensidade
disponível, variando entre 50 e 90 NPS. A intensidade que escolheremos dependerá do
objetivo para o qual estamos fazendo a medida, devendo sempre, independentemente
do objetivo, ser mais alto do que o ruído ambiental existente na sala, porém não tão
alto a ponto de causar desconforto para o paciente.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
Agora que sabemos como o exame deve ser realizado, vamos falar sobre qual protocolo
e quais procedimentos devemos realizar durante o teste. A escolha do protocolo de
teste determinará os procedimentos a serem seguidos para obtenção das medidas de
inserção. Essas escolhas dependerão do tipo de aparelho auditivo a ser avaliado, dos
equipamentos que temos à nossa disposição, além do ambiente. É importante lembrar
que muitas variáveis podem interferir na nossa medida, portanto o que devemos fazer
é minimizar os erros desse registro ao máximo. Por isso, nessa tentativa de não ter
erros, será sugerido aqui um protocolo de teste a ser aplicado para grande parte da
população avaliada na clínica.
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
Seguindo esse passo a passo de forma metódica, é muito provável que você consiga
obter uma medida de confiança. A partir daí, você terá de analisar cada resposta obtida,
sabendo interpretá-las e para que elas servem. Vamos estudar cada uma delas a partir
de agora.
Essa medida reflete a amplificação natural que acontece por meio das estruturas da
orelha externa. Pelo fato de o MEA ser um tubo fechado em uma extremidade, ele
acaba agindo como ressonador e amplifica os sons que foram fornecidos no campo
livre, produzindo o que chamamos de curva de ressonância. Geralmente, essa curva tem
picos de amplitude nas frequências altas e tem relação direta com o tamanho do MAE.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
Como mãe de todas as medidas de inserção, o paciente deve ser orientado a não se mover
enquanto o som é fornecido. Após isso, é preciso inserir o tubo sonda corretamente
no MAE, instrumento acústico externo, uma vez que essa medida servirá de referência
para outras medidas, como para o cálculo do ganho de inserção. Vale destacar que o
ponto de mensuração realizado aqui para o REUR ou para o REUG deve ser o mesmo
para todas as outras medidas.
Após todos esses cuidados, um som será emitido em campo livre na posição e distância
já comentadas anteriormente, e os microfones captarão as respostas. Nessa medida o
nível de sinal de entrada não é tão importante, apenas sendo necessário que seja acima
do nível de ruído do ambiente (normalmente entre 60 e 70 dB já é o suficiente para
se atingir bons critérios).
Pensando na aplicação clínica dessas medidas, o uso mais comum é servir de valor de
referência para quando mais à frente formos determinar o ganho de inserção, visto
que, para determinar o ganho que o AASI está fornecendo, subtrairemos o som captado
amplificado da curva de ressonância do indivíduo.
Uma segunda opção de uso para esse teste é servir de base para as escolhas eletroacústicas
do aparelho auditivo intra-aural, levando em conta quais aspectos de ressonância serão
perdidos com seu uso (essas escolhas devem ser feitas antes da sua confecção).
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
Uma “dica”, que seria uma aplicação indireta dessas medidas, seria o fornecimento de
dados em casos de anormalidade de orelha externa e média do paciente, principalmente
se essas anormalidades tiverem passado despercebidas. Em casos, por exemplo, de
perfuração timpânica ou de uma cirurgia ampla de orelha média, uma ressonância
atípica com duplo pico pode ser encontrada. Além disso, alterações de orelha média,
como, por exemplo, uso de tubo de ventilação ou algumas modificações de impedância
podem provocar mudanças importantes da ressonância. Então, em caso de perdas
auditivas condutivas, precisamos ficar atentos a analisar se essa alteração que causa o
componente condutivo não irá interferir na medida.
Para realizar esse teste, após obtenção da REUR, o aparelho auditivo desligado deve
ser colocado no meato acústico externo do paciente, seja por meio do molde seja
de um aparelho intra-aural, sempre tomando muito cuidado para não modificar o
posicionamento do microfone sonda. Na imagem a seguir, é possível observar um
exemplo de como deve ficar o posicionamento.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
Figura 13. Posicionamento do AASI e do microfone sonda para obtenção do REOR e do REOG.
Em casos em que se observa ganho negativo, isso significa uma perda de amplificação
devido ao uso do aparelho auditivo e deve ser levado em conta na hora da amplificação.
Pensando nas aplicações clínicas, temos de lembrar que essa medida reflete a perda que
acontece devido à inserção do aparelho e sua realização, apesar de não ser obrigatória,
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
Apesar de muitas vezes ser útil, é importante lembrar que com o REOG não conseguimos
medir o efeito de oclusão que a colocação do aparelho de causa. Isso porque a medida
vai refletir a transmissão por via aérea e sua amplificação, enquanto sabemos que o
efeito de oclusão ocorre em virtude da transmissão por via óssea do som, ou seja, através
da vibração. É por esse motivo que o efeito de oclusão é sentido mais comumente em
homens ou pessoas que precisam projetar a voz.
Podemos medir esse efeito de oclusão quando realizamos medidas de microfone sonda
durante a missão de vocal em duas situações diferentes: com e sem orelha ocluída pelo
aparelho auditivo, a diferença que se encontrar entre as frequências graves nas duas
respostas será o efeito de oclusão.
Essa resposta é a medida do nível de pressão sonora que pode ser tanto em dB, relativa
ao sinal de entrada, ou em NPS, referindo-se à saída da prótese auditiva medida no
meato acústico externo do paciente. No passado, essa medida era chamada de ganho
ou de resposta in situ, porém, como ela não é comparada com sons de entrada, não
podemos dizer que corresponde à medida de ganho de inserção.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
O aparelho deve, então, ser ligado e, a partir disso, realizada a medição do som amplificado
através do microfone sonda inserido do meato acústico do paciente. É nesse exame
que poderá ser avaliada, por exemplo, a saturação máxima do AASI, uma vez que é
nele que observamos como o som amplificado está sendo fornecido ao paciente. Aqui
também precisamos lembrar que essa medida pode ser feita com diferentes níveis de
intensidade de entrada.
As respostas que obtivermos nessa medida servirão como base para cálculo do ganho
de inserção que será a diferença de amplificação do aparelho e o ganho de ressonância
da orelha externa.
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
microfone sonda não é uma variável tão crítica para sua análise. O que é mais importante
é que a sua posição seja mantida durante todas as medidas e que a intensidade do sinal
utilizada seja a mesma durante todas as medidas.
A seguir, analisaremos três respostas de ganho de inserção realizadas para sons fracos,
sons médios e sons fortes através do estímulo de fala. Precisamos lembrar que, como
a maioria dos aparelhos auditivos hoje em dia é digital, eles possuem a compressão, e,
por isso, a medida deve ser feita para sons médios, para sons fracos e para sons fortes.
O paciente no qual a medida foi realizada apresenta uma perda auditiva sensorioneural
de configuração descendente. Por esse motivo, o alvo (ou a resposta ideal esperada)
apresenta uma resposta maior para agudos, se comparado aos graves. Esse paciente
analisado já fazia uso de aparelho digital há quase 1 ano e tinha queixa de compreensão,
mesmo após diversas regulagens.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
sons fracos, tanto em sons graves quanto em sons agudos, na tentativa de atingir a
amplificação ideal.
Para amplificação de sons médios, observa-se na figura anterior que o padrão de uma
baixa amplificação para sons graves e sons agudos se mantém. Contudo, observamos
que, para frequências médias, a amplificação está ultrapassando a ideal. Por isso, o
indicado seria aumentar a amplificação para sons graves e para sons agudos e na
frequência em que ultrapassa o alvo abaixar um pouco.
67
Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
Uma das principais amplificações desse ganho é verificar se o aparelho auditivo está
amplificando da forma desejada. A equivalência entre os resultados obtidos por meio
do ganho funcional e do ganho de sessão tem sido estudada de forma extensiva, de
modo a tentar criar um critério que se possa fazer uma relação entre as duas medidas.
Pesquisas já realizadas mostram que existe uma forte correlação entre as duas medidas,
ou seja, quando se há um ganho de inserção atingindo o alvo, atingindo a meta, observa-
se um ganho funcional satisfatório. Mas é preciso sempre ser ressaltado que o ganho
de inserção nunca vai substituir o ganho funcional, principalmente se temos perdas
auditivas com alguma ausência de frequência.
Métodos de validação
As medidas de validação de uma amplificação sonora são aquelas que realizamos sobre
o benefício fornecido pela amplificação, mas que se refletem na melhoria de qualidade
de vida do paciente. Essa avaliação pode ser realizada de uma forma subjetiva da
escuta do paciente, por intermédio de seu relato social ou emocional, ou por métodos
objetivos, como, por exemplo, questionários. Além disso, testes de fala também podem
ser usados como um instrumento importante de validação, mas os questionários de
autoavaliação são meios mais eficazes e muito utilizados para avaliar subjetivamente
como está acontecendo a reabilitação auditiva.
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CAPÍTULO 2
Avaliação de resultados da adaptação:
avaliação da percepção de fala
e questionários de avaliação de
resultados
Questionário de autoavaliação
Muitas vezes os procedimentos de verificação não são suficientes para avaliar o sucesso
da amplificação, visto que no final de tudo o importante é que aquele indivíduo que
recebe a amplificação esteja satisfeito e consiga fazer uso contínuo. Por conta disso
e pensando na necessidade de pesquisa, sempre houve um grande interesse de se
conseguir realizar medidas de validação de forma relativamente objetiva, em que
se pudesse caracterizar o benefício do aparelho auditivo levando em consideração a
percepção do paciente.
Em 1982, foi criado o primeiro questionário, chamado de HHIE (hearing handicap inventory
of the elderly), composto de 25 questões que abrangem tanto aspectos psicossociais da
deficiência auditiva quanto dificuldades de comunicação e suas consequências no dia
a dia do paciente. Esse questionário foi amplamente utilizado por diversos autores e
fonoaudiólogos na sua prática clínica, uma vez que trazia o diferencial de considerar
aspectos sociais e emocionais. Em 1997, houve adaptação para o português, o que o
tornou possível de ser utilizado na nossa prática clínica. O questionário possui duas
escalas: uma social situacional e uma emocional. O ideal é que o apliquemos antes e
depois do uso do aparelho auditivo com paciente bem adaptado.
69
Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
Em 1990, esse questionário foi modificado para que pudesse ser aplicado em deficientes
auditivos com idades inferiores a 65 anos. Isso porque o HHIE foi pensado para ser
aplicado em idosos, mas, por ser um dos poucos disponíveis, era utilizado para todos. A
modificação deu origem ao HHIA (hearing handicap inventory of the adults). A principal
diferença é que passou a ter aspectos sobre a influência da perda auditiva nas questões
laborais.
O HHIE e o HHIA são os dois mais utilizados na prática clínica. Mas ainda podemos
citar o HAPI (hearing performace inventory) que avaliava o aparelho em diversas situações
da vida diária, porém possuía 64 questões (era bem extenso) e muitos aspectos não
eram padronizados.
Na nossa prática diária, é muito difícil fazer uso do questionário padronizado para
todos os pacientes. Isso não quer dizer que não avaliamos a percepção do paciente,
mas que essa avaliação pode ser realizada por meio de uma anamnese aberta guiada
pelo profissional. Normalmente, as perguntas são feitas de forma a avaliar como estão
o paciente, o aparelho auditivo e os benefícios que trouxe para a vida.
Pode ser interessante que, no local onde trabalha, você possua uma anamnese pré-
estruturada para que não se esqueça de perguntar e investigar nenhum tópico importante.
Os questionários, no entanto, devem ser utilizados em casos mais difíceis em que é
necessária uma avaliação mais precisa.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
uma regulagem mais precisa. Contudo, precisamos também utilizar testes de fala. Essa
ideia de que a fala vai muito além de detectar o tom já pode ser vista na audiometria, na
qual, além da audiometria tonal, também realizamos as audiometrias tonais, inclusive
o teste de reconhecimento de fala, em que avaliamos a discriminação auditiva.
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
» Teste de sentença:
Um teste que se tornou bastante popular foi o SSI (teste de identificação de sentenças).
Ele é um teste de identificação e não de repetição correta. Um conjunto de sentenças é
apresentado de forma escrita ao paciente e ele precisa identificar qual das frases foi dita
(apresentada de forma oral). Essas sentenças são ditas artificiais e sintéticas, pois não
possuem lógica, mas respeitam o princípio da sintaxe. Nesse teste, também avaliamos
se o paciente com o uso do aparelho auditivo tem o desempenho melhor.
Outro teste de realização de fala que existe é o SPIN (speech perception in noise), constituído
por oito listas com 50 sentenças, contendo cada uma entre cinco e oito palavras. Essas
palavras são apresentadas com ruído competitivo de fala ininteligível. A resposta do
paciente deve ser a última palavra da sentença.
Independentemente do teste de fala que foi escolhido, para que sejam realizados,
alguns aspectos têm de ser levados em consideração. Sempre devemos fazer o teste de
frente para o paciente, tampando a sua boca. É interessante também assinalar quais
são os erros, na tentativa de avaliar se há mais alguma frequência acometida ou não.
A avaliação é realizada em campo livre, portanto as duas orelhas ao mesmo.
Pacientes que possuem uma discriminação boa, apesar da perda auditiva, como, por
exemplo, aqueles com componente condutivo ou com perdas auditivas leves, podem,
a princípio, apresentar um desempenho bom nos testes de fala mesmo sem uso do
aparelho. Nesse caso, precisamos tornar a situação de teste difícil. Isso pode ser feito
colocando um ruído de fundo enquanto falamos a sentença ou as palavras. Como essa
situação é mais difícil e exige um processamento maior, os pacientes com perda auditiva
tendem a ter o desempenho prejudicado. Vale ressaltar que, quando formos realizar o
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
teste com aparelho, ele tem de ser nas mesmas condições do que realizado sem. Então,
caso utilizemos ruído, ele deve ser empregado na testagem com esse aparelho auditivo.
Vimos que é possível realizar uma medida subjetiva chamada de ganho funcional
e uma medida objetiva chamada de ganho de inserção. Além disso, vimos que
está se tentando criar, por meio de pesquisa, uma correlação entre ambos os
exames. No entanto, nem sempre os dois exames serão compatíveis entre si, e
pode acontecer de termos um paciente que diz estar bem adaptado, mas que seu
ganho de inserção não atinge o alvo, ou um paciente que está bem adaptado, mas
que o ganho funcional não é satisfatório. Outro exemplo de incompatibilidade é
ter um paciente que possui má adaptação, sem conseguir usar o aparelho, mas
que suas medidas de verificação são consideradas boas.
73
CAPÍTULO 3
Orientação ao usuário de próteses
auditivas e famílias de usuários
Essas orientações não são só sobre como manusear, mas sobre todo o passo a passo e
todos os processos da reabilitação auditiva, ela precisa ir além do simples manuseio.
Precisamos lembrar que estamos fazendo uma reabilitação. A seguir, serão descritos
quais são os principais aspectos julgados fundamentais na orientação.
Outro ponto que merece destaque é sempre orientar a necessidade de uso bilateral para
perdas auditivas bilaterais. É muito comum o desejo de usar em apenas um lado, numa
tentativa de que apareça menos. Contudo, se o paciente possui uma perda bilateral, a
adaptação deve ser bilateral, a fim de favorecer todo o processo de reabilitação auditiva.
Nesse mesmo sentido, com relação às orientações, é preciso deixar claro para o paciente
que, no processo de adaptação, serão necessários retornos para ajustes e que ele precisa
analisar em que situações consegue ou não ter um bom desempenho com o aparelho
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
auditivo. Quanto mais precisa for a análise dele das dificuldades apresentadas, mais
dados teremos para realizar os ajustes. Além disso, mesmo após estar bem adaptado,
o paciente terá de retornar para acompanhamentos em novas avaliações.
É muito importante deixar claro que a adaptação demora um tempo, e é preciso explicar
o que são as habilidades auditivas, além de lembrar que essas habilidades foram perdidas
devido à perda auditiva. Elas serão novamente desenvolvias à medida que seja utilizado
o aparelho auditivo. Ademais, os casos de perdas auditivas severas e profundas e de
discriminação ruim precisam ter as expectativas alinhadas, já que, provavelmente, os
pacientes continuarão com o aparelho auditivo bem regulado.
Os cuidados com os aparelhos auditivos são fundamentais para que ele dure mais tempo
e esteja sempre funcionando. É necessário deixar bem claro que sempre que estiver
fora do ouvido o aparelho deve ter a gaveta de pilha aberta. Dessa forma, evita-se que
a pilha gaste e que oxide dentro do aparelho.
Outro cuidado é que o aparelho sempre esteja guardado dentro da caixa apropriada,
disponibilizada no ato da adaptação, como podemos observar no exemplo abaixo. Pode
parecer uma orientação simples, porém é muito comum o paciente ir à clínica com o
aparelho embrulhado em um guardanapo ou em caixas não apropriadas onde ele fica
batendo durante o transporte.
Fonte: https://www.museudoaparelhoauditivo.com.br/acervo-aparelhos-auditivos-eletricos-aparelhos-auditivos-retroauriculares-aparelho-
auditivo-retroauricular-omni-a13-hdp-super.php.
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
Mais um aspecto é evitar que ele caia e que molhe. Os aparelhos devem ser retirados
para tomar banho e para dormir. O uso do desumificador é essencial para a durabilidade
dos aparelhos. Ele deve ser colocado no desumidifcador todas as noites, sem a pilha.
Esse ato evitará a oxidação dos dispositivos internos. Abaixo, podemos observar um
exemplo de desumidificador. Vale ressaltar que a sílica deve ser trocada, em média, a
cada quatro meses.
Fonte: http://www.audiototal.com.br/acessorios/desumidificador-de-aparelhos-auditivos-audiototal/.
Fonte: https://menthel.com.br/desumidificador-eletrico-o-que-e-e-para-que-serve/.
As orientações acerca desses cuidados básicos e da cor de cada lado podem ser fornecidas
por escrito para que o paciente sempre tenha acesso. Além disso, é possível treinar o
abrir e fechar da gaveta de pilha e a troca das pilhas. Outro treino é como se coloca e
tira o aparelho auditivo do ouvido. Pode-se orientar a realizar inicialmente de frente
para o espelho. Também é importante informar que as mangueiras do molde devem
ser trocadas todas as vezes que ficarem rígidas, pois podem alterar o som amplificado.
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Verificação e validação das próteses auditivas | Unidade iii
O último cuidado essencial – e que, por isso, precisa de uma boa orientação – é
sobre a higienização constante. Os aparelhos intra-aurais e retroauriculares (exceto
moldes e tubos finos) devem ser limpados todos os dias com um pano seco, não
podendo ter contato com água. Caso seja necessária uma limpeza mais específica,
o fonoaudiólogo deve realizá-la no consultório com álcool isopropílico (que não
contém água em sua composição).
Os moldes e os tubos finos devem ser lavados uma vez por semana com sabonete
neutro. Após a lavagem, deve-se esperar secar bem antes de colocar no aparelho.
No molde, após a lavagem, deve-se usar a bombinha para retirar água da mangueira
(observada na figura a seguir). Já no tubo fino, o fio de náilon deve ser passado para
assegurar que não terá água impedindo a passagem do som. É indicado lavar um lado
e, só após secagem, lavar o outro. Isso evita que haja troca dos lados dos aparelhos.
Fonte: http://www.audiototal.com.br/acessorios/bombinha-de-limpeza-de-moldes/.
Fonte: http://www.fearsom.com.br/site/acessorios.asp.
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Unidade iii | Verificação e validação das próteses auditivas
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BIOÉTICA E ÉTICA
NORMATIVA NA UNIDADE IV
FONOAUDIOLOGIA
Em tudo que estudamos até agora, principalmente quando falamos de aparelho auditivo,
em que, muitas vezes, além da parte de reabilitação, também estamos lidando com a
parte de venda, observamos a importância da ética na nossa prática clínica. Não importa
se você será um audiologista que trabalhará com venda ou não, ou até mesmo se você
será um fonoaudiólogo atuante em outra área, a ética e a bioética têm de sempre estar
inseridas em todas as práticas.
Existe o código de ética da fonoaudiologia que traz todos os nossos direitos e deveres, os
quais estudaremos durante esta unidade. Veremos desde a sua história, seus princípios
e seus fundamentos na fonologia. Além disso, falaremos também sobre biossegurança,
um tópico bem importante, que merece mais destaque ainda quando falamos no
contexto de pandemia em que vivemos.
CAPÍTULO 1
História e princípios da bioética
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Unidade iv | Bioética e ética normativa na fonoaudiologia
Precisamos entender que a ética faz parte da existência humana, sem ela os seres
humanos não conseguiriam conviver de forma social. A ética nos ajuda a perceber o que
é bom ou mau, o que é correto e incorreto, o que é justo e injusto, o que é adequado e
inadequado. Dessa forma, podemos dizer que o grande objetivo dela é buscar as regras
de boa convivência do ser humano na sociedade. Em outras palavras, uma característica
da ética é a reflexão sobre a ação e a conduta humanas.
» Conduta ética:
» Valores:
» Moral:
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Bioética e ética normativa na fonoaudiologia | Unidade iv
» Bioética:
» Ética profissional:
A reflexão deve ter início antes dos estágios práticos, para que, na fase de formação
profissional, o aprendizado das competências e habilidades referentes à prática
seja embasado antes do contato com os indivíduos, porque, ao completar a
formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão
e comprometimento com a categoria profissional em que ingressa.
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Unidade iv | Bioética e ética normativa na fonoaudiologia
Os testes demonstraram que, em 70% dos casos, os pacientes que receberam a vacina
foram curados e ficaram sem sequelas importantes. A princípio, esse resultado parece
muito bom. Entretanto, também se observa que 30% morreram em consequência de
efeitos colaterais do medicamento.
Nesse exemplo, o estudo será interrompido e o medicamento não poderá ser desenvolvido
e produzido, mesmo apresentando um índice alto de cura. O fato de 30% dos pacientes
morrerem é maior que os 70% se curarem e fere o princípio da não maleficência.
Princípio da beneficência
Esse princípio consiste na prática do bem, sempre pensando na virtude de beneficiar
o próximo. Assim, os profissionais que atuam na área de pesquisas e experimentos
devem assegurar a precisão da informação técnica que possuem e estar convictos de
que seus atos e decisões têm efeitos positivos. Dessa forma, espera-se que qualquer
ato tenha como objetivo fundamental o bem, nunca o mal.
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Bioética e ética normativa na fonoaudiologia | Unidade iv
Princípio da autonomia
A ideia central desse princípio é de que todos têm capacidade e liberdade de tomar
suas próprias decisões. Assim, qualquer tipo de procedimento a ser realizado no corpo
de um indivíduo e/ou que tenha relação com a sua vida deve ser autorizado por ele.
Princípio da justiça
No domínio da bioética, esse princípio se baseia na justiça distributiva e na equidade.
Ele defende que a distribuição dos serviços de saúde deve ser feita de forma justa e
que deve haver igualdade de tratamento para todos os indivíduos. Tal igualdade não
consiste em dar o mesmo para todos, mas sim em dar a cada um o que cada um precisa.
Esse princípio é bem presente no SUS.
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Unidade iv | Bioética e ética normativa na fonoaudiologia
Dessa forma, foi possível realizar uma distribuição mais alargada dos recursos disponíveis
de modo a ajudar a solucionar os problemas de uma parcela maior da população.
É importante constatar que os quatro princípios não estão sujeitos a qualquer disposição
hierárquica. Se houver conflito entre si, no sentido de aplicá-los corretamente, deve-se
estabelecer como, quando e o quê determinará o predomínio de um sobre o outro.
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CAPÍTULO 2
Fundamentos da ética na
fonoaudiologia: lei do exercício
profissional, noções do código de ética
profissional
Cada profissional está sujeito a uma deontologia própria que regula o exercício de
sua profissão, conforme o Código de Ética de sua categoria. A deontologia pode ser
definida como um conjunto de princípios e regras de conduta – deveres – inerentes
a uma determinada profissão. Vamos nos aprofundar um pouco mais nesse conceito
tão importante.
Essa deontologia se manifesta, por exemplo, no juramento que realizamos quando nos
formamos profissionais, no nosso caso, fonoaudiólogos. Você se lembra do juramento
que fez quando se formou? Vou listá-lo novamente aqui e peço que leia atentamente,
refletindo se tudo que foi jurado tem sido cumprido:
Neste momento, ao assumir a profissão de fonoaudiólogo, obrigo-me
solenemente a dedicar meu trabalho à Humanidade, utilizando o domínio
desta ciência em todas as suas formas de expressão, prevenindo, orientando
e tratando todos aqueles que o necessitarem.
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Unidade iv | Bioética e ética normativa na fonoaudiologia
Sobre a importância do que foi dito acima, sobre termos consciência do que
estamos jurando na colação de grau, sugiro a leitura da matéria a seguir para
melhor ilustração da importância do juramento: http://oglobo.globo.com/sociedade/
educacao/juramento-inusitado-suspende-formatura-na-puc-8159113.
Agora que sabemos do nosso juramento, precisamos falar do nosso código de ética.
Atualmente, estamos na quarta edição do Código de Ética da Fonoaudiologia. Ela foi
elaborada por um grupo de trabalho composto de membros do Sistema de Conselhos
de Fonoaudiologia, norteada pela Declaração Universal sobre Bioética e Direitos
Humanos da Unesco (DUBDH), que comporta quinze princípios e resgata a necessidade
de contemplar a sobrevivência do planeta como um todo.
Além disso, nosso código caracteriza-se, também, pela defesa aos vulneráveis e pelo
respeito ao pluralismo, tão necessários a países como o Brasil, onde a diversidade
cultural, social e econômica promove injustiças.
O nosso código de ética está disponível na biblioteca virtual e não é a ideia aqui
simplesmente copiá-lo. Contudo, precisamos saber quais tópicos estão presentes. Por
isso, vamos ver um resumo do que é abordado.
A que se destina.
A quem se destina.
Art. 1 a 3
Art. 4
Art. 5
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Bioética e ética normativa na fonoaudiologia | Unidade iv
Art. 6 e 7
Seção I
Com o Cliente
Art. 8 a 11
Seção II
Art. 12 a 1.
Seção III
Art. 15 a 17
Seção IV
Art. 18 e 19
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Unidade iv | Bioética e ética normativa na fonoaudiologia
Seção V
Art. 20 a 22
CAPÍTULO VI
DO SIGILO PROFISSIONAL
Art. 23 e 24
CAPÍTULO VII
DA REMUNERAÇÃO PROFISSIONAL
Art. 25 a 28
CAPÍTULO VIII
Art. 29 a 31
CAPÍTULO IX
Art. 32 a 34
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Bioética e ética normativa na fonoaudiologia | Unidade iv
CAPÍTULO X
Seção I
Da Propaganda e da Publicidade
Art. 35 a 37
Seção II
Estabelece os direitos, deveres e infrações quanto ao uso das redes sociais pelo profissional.
Art. 38 a 40
CAPÍTULO XI
Art. 41 e 42
CAPÍTULO XII
Art. 43 e 44
Podemos observar que nosso código apresenta diversos conceitos e se preocupa tanto
em delimitar nossos direitos quanto deveres. Pode ser uma leitura um pouco difícil,
89
Unidade iv | Bioética e ética normativa na fonoaudiologia
por não apresentar uma linguagem comum ao nosso dia a dia, pois precisamos sempre
ter a certeza de que nosso exercício da profissão está correto.
I - advertência;
II - repreensão;
Dois pontos abordados no código de ética e que precisamos destacar de forma mais
detalhada é o teleatendimento e a netiqueta. O primeiro merece um destaque, pois,
diante do nosso contexto atual pandêmico, o teleatendimento passou a ser permitido
e apresenta regras próprias que, muitas vezes, diferem do atendimento presencial.
Enquanto o segundo tópico é importante, pois, apesar do grande aumento de uso
das redes sociais, poucas pessoas sabem que existem regras para usá-las de forma
profissional. Vemos muitos profissionais cometendo infrações sem nem saberem que
estão fazendo, mas o desconhecimento não isenta a culpa.
Teleatendimento
Até o início do ano de 2020, o teleatendimento era proibido para a profissão de
fonoaudiólogo. No entanto, com o surgimento da pandemia de covid-19 e a necessidade
de isolamento social, ele se tornou regulamentado pela Recomendação 18-B, de 17
de março de 2020.
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Bioética e ética normativa na fonoaudiologia | Unidade iv
Além disso, outros dispositivos e diretrizes que regem as boas práticas em fonoaudiologia
devem ser respeitados.
Um importante cuidado que devemos ter é com a manipulação dos dados diante do
atendimento remoto. O respeito à privacidade e à confidencialidade são princípios
éticos adotados pela fonoaudiologia, portanto, a sua não obediência é uma infração
ética, ainda que a atuação seja mediada pelas tecnologias de informação e comunicação
(TICs). Do ponto de vista legal, a Lei Geral de Proteção de Dados prevê multas
quando ocorre o uso indevido de dados sensíveis de pacientes ou o vazamento dessas
informações. Considera-se uso indevido, entre outros, a falta de cuidado na coleta,
armazenamento, uso ou descarte dos dados.
A escolha criteriosa dos meios pelos quais o profissional prestará os serviços à distância é
um dos elementos determinantes para a prática segura. Sugere-se que o fonoaudiólogo,
minimamente, procure saber quais soluções atendem a protocolos internacionais de
segurança, como o HIPAA (HIPAA compliance). Essa regulação norte-americana (health
insurance portability and accountability act – HIPAA) estabelece um conjunto de padrões
de segurança para proteger informações de saúde.
Atendimento pelas mídias sociais, entre outras ferramentas de comunicação que não
garantam sigilo, confidencialidade ou proteção de dados para processar, armazenar e
transmitir as informações de saúde, não é considerado oferta de serviço em telessaúde.
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Unidade iv | Bioética e ética normativa na fonoaudiologia
Netiqueta
A netiqueta foi um termo cunhado para se referir às regras que devem ser cumpridas
quando envolvem o ambiente da internet. Aqui é onde mais encontramos infrações
sendo realizadas por desconhecimento da regra (lembrando que isso não exime a
culpa). É cada dia mais comum a realização de publicações, muitas vezes com intuito
informativo. Mas, mesmo nesses casos, as regras precisam ser cumpridas. Nosso código
de ética possui um tópico específico para esse tema, no capítulo X, sendo uma sessão
exclusiva para redes sociais.
As principais informações a serem seguidas são que, nas redes sociais, o fonoaudiólogo
deve manter o respeito às normas e aos princípios éticos de sua profissão. Por isso,
é necessário ficar atento a algumas normas estabelecidas no Código de Ética da
Fonoaudiologia.
Outra questão, contida no artigo 28, inciso I, muitas vezes desconsiderada, é condenado
o oferecimento ou a prestação de serviços fonoaudiológicos gratuitos (exceto nos casos
previstos na legislação e nos preceitos do próprio Código).
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Bioética e ética normativa na fonoaudiologia | Unidade iv
Seção I
Da propaganda e da publicidade
VI – heráldico da Fonoaudiologia.
I – fazer constar seu nome civil ou social, sua profissão e o número de inscrição no
Conselho Regional de Fonoaudiologia de sua jurisdição em anúncios, placas e impressos
e em qualquer registro em mídias digitais e demais meios de comunicação;
III – induzir a opinião pública a acreditar que exista reserva de atuação clínica para
determinados procedimentos;
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Unidade iv | Bioética e ética normativa na fonoaudiologia
SEÇÃO II
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Bioética e ética normativa na fonoaudiologia | Unidade iv
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CAPÍTULO 3
Noções de biossegurança na
fonoaudiologia
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Bioética e ética normativa na fonoaudiologia | Unidade iv
› lavagem periódica dos coxins com água e sabão, a fim de retirar a sujidade;
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Unidade iv | Bioética e ética normativa na fonoaudiologia
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PARA (NÃO) FINALIZAR
Neste material, foi possível ver o quão complexa é a reabilitação auditiva do paciente
por meio dos aparelhos auditivos. Por ser um dispositivo altamente tecnológico, o
trabalho com o AASI nos exige atualização constante, sempre em busca das melhores
opções para o paciente, considerando as especificidades de cada público atendido.
Por fim, apesar de nossa área de atuação, precisamos ter atitudes éticas e seguras.
Conhecer bem nosso código de ética e o manual de biossegurança é nossa obrigação.
Temos de lembrar do nosso juramento e agir de forma a realizar boas práticas no
nosso dia a dia.
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REFERÊNCIAS
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Referências
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