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POTENCIAIS EVOCADOS

AUDITIVOS DE LONGA
LATÊNCIA
POTENCIAL EVOCADO
 atividade bioelétrica gerada pelo sistema
nervoso central na presença de estimulação
sensorial
POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO -
CLASSIFICAÇÃO
 LATÊNCIA
 Até 10-15 ms - potenciais evocados auditivos
de curta latência ( ABR e ECochG )
 10-50 ms - potenciais evocados auditivos de
média latência
 acima de 50ms -potenciais evocados auditivos
de longa latência
POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO -
CLASSIFICAÇÃO
 RELAÇÃO ESTÍMULO-RESPOSTA
 exógenos: dependem das características físicas
do estímulo ex: complexo N1-P2
 endógenos: dependem da habilidade de
reconhecimento do estímulo ex: P300
POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS
DE LONGA LATÊNCIA
 complexo N1-P2
 MMN
 P300
 N400
LOCALIZAÇÃO
 N1: córtex auditivo primário e associações
no plano supratemporal
 P2: lobos temporais e sistema límbico
 MMN: córtex auditivo primário
 P300: hipocampo e/ou lobo temporal
posterior; áreas do córtex auditivo
 N400: pouco conhecido: córtex frontal?
Resposta maior no hemisfério direito
MATURAÇÃO
 Complexo N1-P2: longo período de maturação
com mudanças na latência, amplitude e
morfologia geral até a puberdade
 MMN: está presente cedo e atinge valores de
adulto na criança em idade escolar
 P300: a latência mais curta é encontrada na
adolescência até início da 3a década,
aumentando 1.25ms/ano a partir desta época
COMPLEXO N1-P2
 N1: latência de 80-100 ms
 P2: latência de 160-200 ms
 amplitude 2-6 microvolts
COMPLEXO N1-P2
APLICAÇÕES CLÍNICAS
N1-P2
 determinação do limiar eletrofisiológico
quando o limiar eletrofisiológico na ABR
elevado ou ausente devido a disfunção de
tronco cerebral
 identificação de lesões cerebrais e
localização de funções cerebrais
 identificação de deficiência de aprendizado
APLICAÇÕES CLÍNICAS
N1-P2
INTERPRETAÇÃO -
LESÕES CEREBRAIS
 Peronet et al (1977 ): alteração de N1-P2
ipsilateral a lesão de um hemisfério
 Knight et al ( 1980 ): N1 mais sensível que
P2 para lesões cerebrais focais na região
temporoparietal
INTERPRETAÇÃO -
LESÕES CEREBRAIS
 Woods et al ( 1987 ); Musiek ( 1991 ): 73%
dos pacientes com lesão bitemporal
demonstraram N1-P2 anormais: 63%
ausência de respostas; 37% alteração de
amplitude e latência
INTERPRETAÇÃO -
LESÕES CEREBRAIS
 Knight ( 1988 ): avaliou pacientes com
lesão do giro temporal superior ( GTS ) e
com lesão parietal inferior ( PI ): amplitude
de N1 significativamente diminuida em
GTS no lado afetado
P300
 depende da atenção e discriminação a
diferentes estímulos
 é obtido através da identificação de um som
raro ( 20% ) em uma série de sons
freqüentes ( 80% ), com uma tarefa sendo
associada à identificação do som raro
P300
P300
P300
 Pode ser obtido por estímulos visuais,
auditivos ou somatossensoriais
 Processos de atenção, memória e
discriminação auditiva parecem estar
envolvidos na geração de P300
 amplitude varia com probabilidade do
estímulo raro ( quanto maior a
probabilidade, menor a amplitude )
P300
P300
P300
APLICAÇÕES CLÍNICAS
P300
 avaliação da capacidade de processamento
do estímulo, importante no
desenvolvimento de fala e linguagem
 diferenciação de desordens cognitivas
orgânicas de funcionais
 monitorização de terapia de disfunção
cognitiva
APLICAÇÕES CLÍNICAS
P300
 auxílio na comunicação de indivíduos que
não podem usar nenhum sistema motor para
comunicação
INTERPRETAÇÃO -
LESÕES CEREBRAIS
 Knight ( 1989 ): 6 pacientes com lesão na
junção temporoparietal e 6 pacientes com
lesões parietais : diminuição da amplitude
de P300 no grupo de lesão na junção
temporoparietal e normal no grupo com
lesões parietais
INTERPRETAÇÃO -
LESÕES CEREBRAIS DIFUSAS
 Goodin et al ( 1990 ): P300 retardada em
pacientes HIV positivo assintomáticos
 Obert et al ( 1990 ): 53% com P300 ausentes
ou retardadas em lesões neocorticais difusas
 Rappaport et al ( 1994 ): P300 retardada em
pacientes com traumatismo craniano
P300
 Jirsa et al (1990): aumento de latência em
crianças com DPAC
 Squires (1983): P300 alterados em crianças
com dificuldade de discriminação e
distúrbio da linguagem
 Loiselle et al (1980): defict de atenção
seletiva em crianças hiperativas, com
aumento de latência
MMN (Mismatch Negativity)
 obtida através da apresentação de estímulos
raros e freqüentes, sendo passiva, não
necessitando de atenção ou realização de
uma tarefa
 resposta automática de pré-atenção a
mudança do estímulo
 negatividade adicional após N1, durando
100ms
MMN (Mismatch Negativity)
MMN (Mismatch Negativity)
MMN ( Mismatch Negativity )
 pode ser encontrado com variações
pequenas entre os estímulos como 8Hz ou
5dB, mesmo próximos do limiar
 útil na avaliação da discriminação auditiva
APLICAÇÕES CLÍNICAS
MMN
 uso clínico potencial em pacientes com
dificuldade de comunicação e onde
discriminação auditiva e memória são
questionáveis ( ex. crianças de risco,
crianças com dificuldade de aprendizado ou
linguagem, pacientes com implante coclear,
adultos com demência ou afasia ) e análise
objetiva de discriminação
APLICAÇÕES CLÍNICAS
MMN
MMN
 Kraus et al (1993): MMN anormal em
pacientes com DPAC e problemas de
discriminação auditiva específica
 Alho et al (1994): diminuição de amplitude
de MMN em lesões de córtex frontal, mais
evidente no lado afetado
N400
 potencial endógeno que parece refletir
processo semântico da linguagem
 pode ser obtido através de estímulos
auditivos, visuais
 quanto mais complexo ou inesperado o
estímulo, maior a resposta de N400
N400
 Ex: percepção da incongruência semântica:
“Eu tomo café com creme e cachorro”
provoca o aparecimento de N400, enquanto
a frase esperada “Eu tomo café com creme e
açúcar” não
APLICAÇÕES CLÍNICAS
N400
 avaliação do processo de linguagem
 Kutas et al. ( 1987 ); Stelmach et al. ( 1988 ):
leitores normais com amplitude de N400 visual
maior que pacientes com desordem de leitura
 Neville et al. ( 1988 ): crianças com alteração da
linguagem com respostas quase normais para
anomalias semânticas e anormais para anomalias
gramaticais
FATORES NÃO PATOLÓGICOS
ASSOCIADOS
 Sono ou sedação afetam N1, P2 e P300
 é possível detectar respostas de longa
latência durante sono REM
 movimentos oculares alteram P300
 tarefas complexas aumentam latência do
P300
LIMITAÇÕES
 Outras doenças não auditivas podem
resultar em potenciais de longa latência
anormais (ex. parkinsonismo), devendo ser
usado outro teste auditivo
P300
 Síndrome de Down, parkinsoninsmo,
desordens psiquiátricas, demência
VANTAGENS
 Pode ser observado na ausência de sistema
auditivo periférico intacto (ex. pacientes
com implante coclear), não dependendo da
presença de potenciais auditivos de curta
latência

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