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EMISSÕES OTOACÚSTICAS (EOA)

Emissões otoacústicas é o nome que se dá para a energia sonora


produzida pela Células Ciliadas Externas, a partir de um estímulo sonoro.

Esse som propaga-se pela orelha média até o meato acústico externo.

A presença de EOA é um indicativo da função coclear preservada/normal.

Células Ciliadas Externas são amplificadores do som, em até 50 dB,


estimulando de maneira amplificada as Células Ciliadas Internas, que
realizarão a codificação da mensagem, discriminando por frequência.

O aparelho tem duas sondas: uma para emitir o som, e outra (microfone)
para receber as emissões

Tipos de emissões
● Espontâneas
● Evocadas
○ Transientes
○ Evocadas por produto de distorção

Emissões Espontâneas
São contínuos de banda estreita. Estão presentes apenas em 40% a 60%
das audições normais

Emissões Evocadas
Sons de fraca intensidade produzidos pela cóclea, que se manifestam como
uma onda sonora complexa no MAE durante alguns milissegundos após a
apresentação do estímulo. Estão presente em 90% a 100% das audições
normais. Geralmente não são encontrados em perdas superiores a 30 dB.

O exame é simples, fácil e rápido, porém necessita um ambiente e paciente


silencioso.

Os estímulos:
Tipo CLIQUE na faixa de frequência entre 1 e 5 KHz

Estabilidade: ajuste correto da sonda no MAE


● Ajuste adequado (estabilidade>90%)
● Vedamento instável (estabilidade>70%)
● Ausência de vedamento (estabilidade<70%)
aceitável acima de 70%

1. Os estímulos são transmitidos e os dados da EOA são coletados


2. O microfone no MAE mede o nível de pressão sonora
3. A resposta do primeiro grupo de 4 estímulos são enviados ao banco
de memória denominado A e o segundo ao banco B e assim
sucessivamente
4. As respostas do banco de memória são comparadas e analisadas
5. O formato das ondas A e B correspondem a média das respostas
para cada memória, correspondendo a 2048 estímulos apresentados
no total.

A Reprodutibilidade é o índice de correlação entre os bancos de memória


(coerência nas resposta).

Parâmetros de análise para definir a presença de EOA:

Reprodutibilidade Estabilidade Relação S/R

> 50% (adulto) > 70% Frequência:


> 70% (bebês) 1000/1500Hz: 3dB
Demais frequências: 6 dB
.
tipo Produto de Distorção: ocorrem quando a estimulação é feita com a
apresentação simultânea de dois tons de frequências diferentes (f1 e f2 -
f2/f1 = 1,2)

A cóclea manifesta-se gerando novo som diferentes daqueles


apresentados.

Estão presentes na quase totalidade das audições normais e ausentes


quando os limiares estiverem até 45 a 55 dB

Para Análise e Diagnóstico é importante uma análise conjunta dos exames:


EOA, PEATE e Imitanciometria.

Análise EOA:
EOAT - até 30 dB
EOAPD - de 45 dB à 55 dB

Perda auditiva Leve (inferior a 40dB) apresente EOAT - ausente; EOAPD -


presente.
Principais aplicações clínicas:
● Triagem Auditiva Neonatal
● Triagem Auditiva em Escolares
● Diagnóstico diferencial das perdas auditivas de origem coclear ou
retrococlear
● Avaliação da audição em paciente que não colaboram na realização
da audiometria tonal
● Monitoramento da progressão de déficits já estabelecidos
● Diagnóstico das patologias NOS ESTÁGIOS INICIAIS como: PAIR,
OTOTOXICIDADE

POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO


ENCEFÁLICO - PEATE

Em quem realizar?

O exame PEATE faz parte dos testes eletrofisiológicos realizados para


avaliar o sistema auditivo. É uma opção para avaliar a função específica e
estimar os limiares auditivos, e pode ser realizado para aqueles que não
conseguem responder ao teste comportamental, pois não depende da
resposta.

São realizados em crianças com menos de 6 meses, para diagnóstico


audiológico e em crianças maiores em que a audiometria comportamental
não traz resultados confiáveis, devido a falta de atenção ou questões de
interação e comportamento.

O que são potenciais evocados ?

São mudanças neurais (elétricas) que ocorrem em resposta a uma


estimulação sensorial. Desde o sistema periférico até o central (cóclea até
tronco encefálico)
Sítios geradores
● Onda I - nervo auditivo quando deixa a
cóclea; atividade eferente;
● Onda II - quando o nervo auditivo está
entrando no tronco encefálico. Em
crianças não aparece.
● Onda III - Núcleo coclear é o maior
gerador.
● Onda IV - aparece como uma pequena
elevação da onda V. Tem origem no
complexo olivar superior.
● Onda V - é o componente mais analisado
no PEATE; está relacionado com o
leminisco lateral (pico positivo) ou ao
colículo infeiror contralateral (depressão)

Estímulos
● Clique - Som de início e fim abruptos e de curta
duração; proporciona resposta sincrônica de um
grande número de neurônios; estimula a
região entre 2000-4000 Hz; Não permite
seletividade de frequência.
● Tone Burst - Som de duração longa; maior especificidade de
frequência; 500, 1K, 2K e 4K Hz; Tempos de latência maiores

Mascaramento deve ser utilizado caso a intensidade


for capaz de estimular a cóclea contralateral

Eletrodos
Valor de impedância recomendados abaixo de 5K..; O balanço entre os
pares deve ser observado e equidistantes.

Aplicações clínicas

Diagnóstico diferencial entre alterações cocleares e retrococleares; avalia


a maturação do sistema auditivo central em neonatos; diagnostica
alterações nos limiares auditivos, caracterizando o tipo da perda; paciente
difíceis de serem testados nos métodos comportamentais.
Determinação do Tipo de Perda Auditiva

● Condutiva: Latências das ondas I, III e V aumentadas; intervalos


interpicos normais

● Coclear: Latências das ondas I, III e V dentro da normalidade;


intervalos interpicos e diferença interaural normais; Perda severa:
ausência da onda I e prolongamento das latências das ondas III e V
em alta intensidade; Perda profunda: presença de onda V com
latência aumentada em alta intensidade ou ausência de ondas.

● Retrococlear: Ausência da onda I e III e presença da onda V; Ausência


da onda III e V com presença da onda I; Aumento do interpico I-V:
alteração de tronco encefálico baixo; Aumento dos interpicos I-III e III-
V: alteração de tronco encefálico alto.
PROCESSAMENTO AUDITIVO

Habilidades Auditivas:

Localização Sonora
Ordenação e Resolução Temporal
Refere-se ao processamento de múltiplos
estímulos auditivos e sua capacidade de
organizá-lo na ordem de ocorrência

Fechamento
Síntese Binaural
Figura-Fundo para sons verbais
Figura-Fundo para sons não-verbais
2 ou mais estiverem alterados = Transtorno
Classificação do TPAC

Gnosia auditiva: processo envolvido no conhecimento


de uma dada língua por meio da audição.
É a transformação da linguagem ouvida (externa)
em representações internas dos sons da
fala com padrões organizados e com signifcado

● Decodificação
Dificuldade de dar significado à informação auditiva

● Codificação
Associar com outra área (estímulos visuais); dificuldades em tarefas multi-
modais.

● Prejuízo Gnósico não verbal


Dificuldade em reconhecer aspectos supra segmentais da fala (entonação,
prosódia..)

● Organização
Dificuldade em planejar, sequencializar e organizar as resposta

Se o teste tiver ruído testa FECHAMENTO


Se o teste tiver fala competitiva é FIGURA-FUNDO

OS TESTES:

Podem ser monóticos ou dicóticos (MCI -mesma orelha OU MCC - orelhas


diferentes ):

● PSI - Sentenças Pediátricas

Apresentadas 10 frases junto com uma história infantil. Criança deve


identificar as frases e apontar no quadro de figuras

Primeiramente S/R é igual a zero (as duas mensagens na mesma


intensidade)

O nível de apresentação das sentenças fixa em 40 dB acima dos limiares


tritonais

Na MCC S/R = -40, ou seja, o ruído é apresentado 40 db acima das sentenças


Na MCI S/R varia de 0 -10 e -15

Crianças com mais de 4 anos

● SSI - Sentenças Sintéticas

São utilizadas 10 sentenças com uma história do Brasil como ruído


competitivo

O paciente escuta a frase e aponta para a frase escrita que ouviu

Crianças que dominam a leitura

MONÓTICOS

● Teste de fala filtrada


FECHAMENTO AUDITIVO
MATERIAL : 25 monossílabos distorcidos
INTENSIDADE: 50 dB acima da média tritonal
IDADE: à partir dos 6 anos
INSTRUÇÕES: repetir as palavras que ouvir
NORMALIDADE: >/= 52% acertos para a primeira orelha, e melhora na
segundo orelha

● Teste de fala no ruído


FECHAMENTO AUDITIVO
MATERIAL: IRF + Ruído Branco (na mesma orelha)
IDADE: à partir de 6 anos
INSTRUÇÃO: Repetir as palavras que ouvir e ignorar o ruído
INTENSIDADE DA FALA: 40dB acima da média tritonal. Relação S/R + 5
NORMALIDADE: Resultado normal é maior que 70%; sem ruído e com ruído
não pode dar diferentes maior que 20%

● Teste de fala com ruido com figuras

MATERIAL: 10 palavras + Ruído Branco (na mesma orelha)


IDADE: à partir de 4 anos
INSTRUÇÃO: apontar nas figuras as palavras que ouvir e ignorar o ruído
INTENSIDADE DA FALA: 40dB acima da média tritonal. Relação S/R + 5
NORMALIDADE: Resultado normal é maior que 90% em ambar orelhas.
APLICAÇÃO: Crianças com alterações de fala

PROCESSAMENTO AUDITIVO TEMPORAL

Resolução e Ordenação temporal

O processamento auditivo temporal pode ser definido como a percepção


do som ou da alteração do som dentro de um período restrito e definido de
tempo, ou seja, refere-se a habilidade do sistema auditivo em perceber ou
diferenciar estímulos que são apresentados numa rápida sucessão.

Tarefas que dependem da padronização tempora:


● Percepção e utilização dos aspectos prosódicos da fala (ritmo,
acentuação e entonação)
● Percepção e intenção da mensagem
● Integração não verbal - verbal
● Compreensão da mensagem

● Teste de padrão de frequência (grave/agudo) e Teste de padrão de


duração (curto/longo)
Ordenação e resolução temporal
Vai detectar trocas surdas e sonoras
Prósodia e entonação

TDF: 3 tons puros de 2 frequências diferentes são apresentados em ordens


diferentes, uma orelha por vez.
TPD: 3 tons de 100 hz em sequência que diferem pela duração

Intensidade de 50 dB acima da média tritonal

Instrução: Nomeie ou imite os sons ouvidos na ordem

● RGDT Random Gap Detection Test

Estímulo auditivo: tons puros que são separados entre si por intervalos
(gap) que variam aleatoriamente (0-40msg)
Frequências analisadas: 500-4k Hz

Instruções: falar quando ouvir um ou dois sons

DICÓTICOS

Vão avaliar atividades corticais; são mais sofisticados; são 2 estímulos


diferentes, mesmo nível de intensidade; 50dB acima da média tritonal.
Corpo caloso demora até uns 13 anos para amadurecer

● Dicótico não-verbal

Gato miando, sino, chuva, cachorro


é preciso que a criança compreenda o exame para não afetar os
resultados.

Na etapa de atenção livre espera-se que seja equilibrado as respostas.


Escuta direcionada à esquerda e à direita.

É apresentado 50dB acima da média tritonal

NORMALIDADE: até 1 erro.

A consequência do prejuízo nesta habilidade auditiva (figura-fundo para


sons não-verbais) se refere à compreensão da prosódia de uma mensagem
linguística fornecida pela entonação, tonicidade e intensidade das palavras.

● Dicótico de dígitos

Anotamos os erros.
1ª apresentação são 80
2ª apresentação mais 80
totalizando 160 estímulos, 80 em cada orelha.

ORIENTAÇÃO: repita os 4 números e não precisa ser na ordem que ouviu

Crianças maiores que 5 anos

Habilidade de figura fundo para sons verbais

Cada erro é 1,25%


A partir dos 9 anos não é mais para a direita ter vantagens

● Fusão Binaural
Não é aplicado pq é muito fácil então não vou estudar beijos

● SSW - dissílabos alternados

aplicado 50dB acima da média tritonal.


Os estímulos são dissílabos paroxítonos
40 itens com 4 dissílabos cada
(20 iniciam pela OD e 20 pela OE)

● Dicótico consoante-vogal

Estímulos verbais: /pa/ /ta/ /ka/ …


12 pares de sílabas diferentes
relizada em 3 etapas: atenção livre, OD e OE
Crianças superiores à 10 anos
estímulos em 50 dB acima da média tritonal

Avalia a atenção seletiva = figura-fundo


Verifica a assimetria perceptual para estímulos linguísticos na atenção livre

TREINO AUDITIVO

O que é ?
Conjunto de condições e/ou tarefas (acústicas) designadas para a ativação
do sistema auditivo e dos sistemas associados, para que haja alterações
benéficas no comportamento auditivo e no SNAC.

Estimula as habilidades auditivas através de exercícios de escuta repetitiva

Envolve além das estimulações, orientações aos pais, professores.

Aposta na plasticidade cerebral, uma vez que se muda quando se submete


à muita estimulação; leva à reorganização; aumenta as sinapses;

Quem se beneficia?

● Dificuldade de aprendizagem
● TDAH
● Usuários de AASI e IC
● Idosos
● Dislexia

BOTTOM UP

Processamento atua sobre o sinal auditivo para discriminá-lo e categorizá-


lo

TOP DOWN

Processamento é o uso de conhecimento para extrair significado do sinal da


fala.

Princípios do Treinamento
● ESTÍMULO:
Diversidade; Adequado ao público e linguagem; Deve propiciar participação
ativa;

● HABILIDADE
Graduar o grau de dificuldade; Tarefas desafiadoras e motivadoras.

● FREQUÊNCIA
Intensivo para explorar a plasticidade

Tipos de abordagem

● Acusticamente controlado: audiômetro e cabine

8 a 12 sessões de 45 minutos, a partir dos 7 anos, de 1 a 2 vezes na semana

● Informal: terapia, lúdico, auditivo e linguagem.

Relacionando o diagnóstico com tratamento e orientações:

Decodificação

Localização

Localizar a fonte sonora; Contribui para a manutenção da atenção auditiva.


Estratégias: Localização simples, localização com discriminação, localização
com ruído, rastreamento “gato mia”, uso de instrumentos sonoros, youtube.
Figura- Fundo

● Habilidade de priorizar o estímulos alvo na presença de estímulos


competitivos
● Determinar o que é figura - estímulo alvo e o que é fundo - estímulo
competitivo
● Compreensão de fala em ambientes ruidosos
● Estratégias: atividades com variação da competição sonora
○ Repetir palavras, frases, completar frases.
○ Compreensão de texto com sons competitivos
○ Estímulo de fala com fala
○ Estímulo de fala com ruídos variados (restaurante, chuva,
música, narração de jogo de futebol)
● Grau de dificuldade
● Ruído Branco
● Música instrumental
● Música cantada
● Fala/Fala
● Relação 0 e -15

Fechamento auditivo

Resolução Temporal
Ordenação temporal

Prejuízo Gnósico Não-Verbal


Prejuízo Gnósico Verbal

● Habilidade no reconhecimento e/ou emissão dos aspectos supra-


segmentais da fala.
● Estimular a percepção de estímulos não verbais
● Estratégias: leitura exagerando as características prosódicas do
texto
● Percepção de diferença de significado devido à mudança de
acentuação e entonação das palavras.
● Percepção de intenção da mensagem de acordo com a entonação

Organização

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