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AMPLIFICAÇÃO E REABILITAÇÃO PARA

O DEFICIENTE AUDITIVO
UNIDADE I
PRÓTESE AUDITIVA
Elaboração
Hélen Kopper Brasil

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE I
PRÓTESE AUDITIVA............................................................................................................................................................................... 5

CAPÍTULO 1
PRÓTESES AUDITIVAS: COMPONENTES E CARACTERÍSTICAS.................................................................................... 5

CAPÍTULO 2
MOLDES, PROCESSO DE MOLDAGEM E SONDAS......................................................................................................... 25

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................33
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PRÓTESE AUDITIVA UNIDADE I

CAPÍTULO 1
PRÓTESES AUDITIVAS: COMPONENTES E
CARACTERÍSTICAS

Pessoas com perda auditiva têm, na maioria das vezes, dificuldade em escutar sons de
fracos. Porém, quanto mais grave a perda auditiva, maior a dificuldade. A deficiência
auditiva é considerada uma doença incapacitante e que pode acarretar ainda mais
problemas, como depressão e até um processo demencial. Por isso, para minimizar
esses efeitos, sistemas de amplificação têm sido desenvolvidos e aprimorados.

A prótese auditiva (também conhecida como aparelho auditivo ou Aparelho de


Amplificação Sonora Individual - AASI) é um sistema que aumenta a intensidade
dos sons do ambiente, para que sejam percebidos pelo seu usuário.

As próteses auditivas são basicamente compostas por: microfone, sistema de


amplificação e receptor. O microfone capta o som do meio ambiente e o transforma
em uma onda elétrica equivalente; o amplificador modifica esse sinal (principalmente
sua intensidade); o receptor atua como um alto-falante, transformando novamente
o sinal elétrico em onda sonora, agora amplificada, enviando-a para o usuário. E para
que todo o sistema funcione, é necessária uma bateria, seja ela de zinco-ar (pilhas
próprias para aparelhos auditivos) ou baterias de lítio (recarregáveis).

Juntamente aos componentes básicos, outros sistemas podem estar presentes:


chave liga-desliga, controle de volume, controles de características de amplificação
(saída, compressão, tonalidade), bobina telefônica, entrada direta de áudio e outros.

Tipos de próteses auditivas


Existem diferentes tipos de próteses auditivas, que são classificados basicamente como
próteses auditivas retroauriculares e intra-aurais.

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Próteses auditivas retroauriculares

São próteses auditivas que ficam localizadas atrás do pavilhão auricular, onde um
tubo em forma de gancho liga a prótese ao conduto através de um molde (acrílico ou
silicone), ou através de um tubo fino com uma oliva na ponta, ou ainda com um fio ligado
a um receptor (RIE). Este tipo de prótese ainda é muito usado, já que são facilmente
adaptadas a graus de perdas auditivas variáveis de leve a profundo e permitem muitas
possibilidades de controles com uma estética aceitável. Têm o formato de uma vírgula,
podem ter diversos tamanhos, algumas com design bem avançado.

Próteses auditivas intra-aurais

As próteses auditivas intra-aurais são aquelas inteiramente inseridas dentro do meato


acústico externo. Elas são construídas dentro do molde auricular do indivíduo (cápsula),
confeccionados com materiais rígidos. As próteses auditivas intra-aurais são subdivididas
em intra-auricular, intracanal e microcanal, conforme o espaço da orelha externa
que ocupam.

A prótese intra-auricular ocupa parte do meato acústico externo e do pavilhão auricular. Se


ocupar totalmente a concha do pavilhão, será chamada de prótese tipo concha e, se ocupar
somente parte da concha, prótese tipo meia-concha. A prótese intracanal localiza-se
inteiramente dentro do meato acústico externo, sem invadir a concha. Finalmente, se
o meato acústico externo é ocupado somente em sua porção mais profunda, a prótese é
chamada de microcanal ou CIC. Além disso, atualmente no mercado de AASI, algumas
marcas vem desenvolvendo aparelhos CIC de adaptação imediata, onde não é necessário
o pré molde. É um tipo de aparelho auditivo para uma orelha "universal".

Próteses auditivas de condução óssea (tipo especial de


adaptação)

Segundo (LOPES FILHO, 2013), as próteses auditivas normalmente enviam o som


amplificado ao seu usuário por meio da condução aérea, pelo molde ou receptor.
Entretanto, em alguns casos especiais, pode ser desejável que esta transmissão se dê por
condução óssea. Nestes casos, no lugar do receptor da prótese é acoplado um vibrador
ósseo, normalmente aplicado na mastoide, que transmite o som amplificado. Antigamente,
este tipo de adaptação era feito mediante de uma prótese auditiva convencional, acoplada
a um vibrador ósseo muito semelhante ao encontrado nos audiômetros. Já hoje, temos
próteses osteancoradas, compostas por um pino de titânio implantado cirurgicamente na
mastoide e uma prótese vibratória. Existem vários modelos de acordo com a gravidade
da perda auditiva.

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No quadro a seguir, pode-se observar alguns modelos: os instracanais estão divididos em


microcanal e intracanal; em seguida, estão os RIC, com receptor no canal; e, por último,
os retroauriculares, divididos em BTE (tubo fino), power BTE e SP-BTE (super power)

Figura 1. Tipos de próteses auditivas

Fonte: adaptado de http://www.audioclean.com.br/perda-auditiva/10-dicas-para-voce-se-adaptar-melhor-aos-seus-aparelhos-


auditivos. Acesso em: 12 jul. 2020.

Figura 2. Prótese Osteoancorada.

Fonte: adaptado de https://fonoaudiologiacampinas.com/implantes-osseos/. Acesso em: 12 jul. 2020.

Como já vimos na introdução, uma prótese auditiva é um sistema que amplifica o som
ambiente para permitir sua audição por um indivíduo com uma perda auditiva. As
próteses são compostas de diversas partes e possuem vários controles que permitem
ajustar os parâmetros de amplificação (ou características eletroacústicas) para que o
usuário receba o som da forma mais adequada possível. (LOPES FILHO, 2013)

Microfone

Qualquer sistema que transforme um tipo de energia em outro é denominado transdutor.


O microfone, que converte o sinal acústico do ambiente em um sinal elétrico equivalente,
é denominado transdutor de entrada da prótese auditiva. (LOPES FILHO, 2013)

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Existem vários materiais possíveis para a confecção de microfones (carbono, cristal,


cerâmica) e vários deles foram utilizados em aparelhos auditivos. Praticamente só é
utilizado o microfone de eletreto, um material sintético com propriedades elétricas
especiais. Este tipo de microfone tem sido utilizado em função de suas vantagens, tais
como uma resposta de frequências plana e ampla, pouca sensibilidade a vibrações,
impacto e variações de temperatura e, ainda, pequena possibilidade de interferência
por parte dos outros componentes das próteses (LOPES FILHO, 2013).

Os microfones podem apresentar características especiais no que diz respeito à


sensibilidade, à direção da fonte sonora e à resposta de frequências transmitidas.
Quanto à sensibilidade e à direção da fonte sonora, os aparelhos mais simples e mais
antigos possuem microfones omnidirecionais ou direcionais. Porém, algumas
marcas de aparelhos já desenvolveram microfones mais dinâmicos, os quais, com ajustes
via software e algoritmos, muitas vezes patenteados pelas empresas, são capazes de se
adaptarem aos ambientes e até mesmo escanear os ambientes, separando o que é fala
e o que é ruído. (LOPES FILHO, 2013)

Os microfones omnidirecionais captam da mesma forma os sons vindos de qualquer


direção, sendo atualmente os mais utilizados. Podem ser reconhecidos pela existência
de uma única abertura para a entrada do som. (LOPES FILHO, 2013)

Os microfones direcionais captam melhor os sons frontais, até um ângulo de 45°, e, em


função de suas características, atenuam a resposta de baixa frequência da prótese auditiva.
Este tipo de microfone pode ser reconhecido por suas duas entradas de som: a dianteira,
comum, e uma segunda abertura na parte de trás da prótese. (LOPES FILHO, 2013)

Além dos microfones direcionais, algumas outras construções especiais de microfones


permitem que estes sejam mais sensíveis a determinada região de frequências. Com
isto, os microfones podem alterar de forma efetiva a resposta de frequências da prótese.
Assim, os microfones podem ter uma resposta semelhante para todas as frequências,
sendo chamados de microfones de resposta linear. Se, por outro lado, apresentarem
uma sensibilidade menor para as baixas frequências, têm-se os microfones em rampa
ou meia-rampa. (LOPES FILHO, 2013)

Amplificador

O amplificador também é o sistema que tem a função de aumentar a intensidade do


sinal elétrico gerado pelo microfone, ou seja, ele recebe a informação do microfone e
potencializa sua intensidade. É o responsável pelo ganho dos aparelhos auditivos.

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Os sistemas amplificadores são componentes montados em circuitos integrados, o que


permite alta complexidade em um espaço muito reduzido, como pedem as próteses
auditivas mais modernas. Os circuitos de amplificação podem ser analógicos,
programáveis ou digitais, dependendo de como o som é processado.

Prótese auditiva analógica


É aquela que converte o sinal sonoro em um sinal elétrico equivalente. Tem baixo custo,
baixo consumo de pilha e é ajustada com o auxílio de uma chavinha de fenda.

Possui uma sequência de amplificadores. O tipo do último amplificador do conjunto


(STAAB; LYBARGER, 1994) identifica algumas características da prótese auditiva. Os
amplificadores usados em próteses auditivas se dividem em Classe A, Classe B –
push-pull e Classe D.

O amplificador Classe A é normalmente usado em próteses auditivas de pequeno ganho


e saída máxima reduzida. Apresenta um nível importante de distorção quando usado
em altas intensidades de saída e possui um consumo de pilha bastante grande. (LOPES
FILHO, 2013)

O amplificador Classe B – push-pull, por sua vez, é caracterizado pela baixa distorção,
sendo capaz de fornecer um maior ganho, melhor resposta de frequências e maior saída
máxima, com menor consumo de pilha, do que o amplificador Classe A. Sua grande
desvantagem é o espaço necessário na prótese para sua construção. (LOPES FILHO, 2013)

Os amplificadores Classe D são de alta eficiência e fornecem uma melhor resposta de


frequências, mais ganho e mais saída e, ainda, consomem menos pilha. Sua principal
diferença entre o Classe B – push-pull é o tamanho, permitindo que as próteses como
as intracanais incorporem os benefícios anteriormente descritos.

Prótese auditiva digitalmente programável


É essencialmente analógica, mas com alguns componentes digitais, utiliza o circuito
analógico e o aprimora com os benefícios da eletrônica digital. Não converte o sinal sonoro
em dígito, mas seu circuito digital faz alterações no modo como o som será amplificado.
Mais versátil que o sistema analógico; é possível termos mais de uma programação
(conjunto de ajustes) em uma mesma prótese. Seus ajustes são feitos rapidamente por
meio de uma unidade externa de programação conectada à prótese. Uma vez programado,
o aparelho é desconectado e usado, assim como a prótese analógica.

Sendo assim, foi possível produzir próteses auditivas menores e mais eficientes.

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Prótese auditiva digital


É um aparelho com circuitos eletrônicos, transdutores (hardware) e também programadores
(software) para controlar tais circuitos. O sinal sonoro captado pelo microfone passa
por um conversor analógico/digital e é transformado em uma sequência de dígitos,
que então serão enviados ao microprocessador para serem amplificados. Entre suas
vantagens estão à miniaturização, as muitas possibilidades de programação, o baixo
consumo de pilhas, maior estabilidade, menor ruído interno e melhor complexidade
de processamento.

Controles dos parâmetros de amplificação


Os parâmetros de amplificação precisam ser ajustados para que a prótese tenha o
desempenho adequado ao seu usuário. Assim, diversos controles eletrônicos existem
para a regulagem destes parâmetros. Entretanto, outras modificações também são
possíveis por meio dos moldes auriculares, conforme será visto no próximo capítulo.
(LOPES FILHO, 2013)

Controle de volume

O controle de volume regula a quantidade de amplificação fornecida. Dessa forma, o


controle de volume determina o ganho da prótese auditiva. Normalmente, quanto mais
baixa a posição do controle de volume, menor o ganho da prótese; quando o controle
está na sua posição máxima, todo o ganho possível ao amplificador é liberado. (LOPES
FILHO, 2013)

A principal função do controle de volume colocado em uma posição de fácil acesso ao


usuário é permitir ao indivíduo ajustar a intensidade em que o mesmo está recebendo o
som, adaptando-se aos diferentes ambientes acústicos. Por este motivo, recomenda-se
que uma prótese auditiva nunca seja usada com o controle de volume em uma posição
máxima ou mínima, pois isto impediria o referido ajuste.

Algumas próteses auditivas possuem um segundo controle de volume interno, denominado


geralmente de controle de ganho. Este controle funciona, nestas próteses, em conjunto
com o controle de volume externo. (LOPES FILHO, 2013)

Outros aparelhos, por sua vez, não possuem nenhum tipo de controle de volume aparente.
Nestes casos, o volume é ajustado automaticamente dentro do aparelho conforme o nível
de sinal, em um sistema conhecido como controle automático de volume. O controle
automático de volume é um tipo de sistema de processamento automático de sinal e
será discutido adiante. (LOPES FILHO, 2013)

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Controle de tonalidade

Conforme foi comentado, é necessário que a resposta de frequências da prótese auditiva


seja adaptada à configuração da perda auditiva do usuário da prótese. Entretanto, existem
inúmeras configurações de audiograma, sendo improvável encontrar duas exatamente
iguais. Seria impraticável ter-se uma prótese auditiva para cada configuração possível
de audiograma. Assim, o controle de tonalidade tem a função de alterar a resposta de
frequências da prótese auditiva, permitindo um ajuste mais particularizado da mesma.
(LOPES FILHO, 2013)

O controle de tonalidade atua filtrando regiões de frequência, de forma que exista um


destaque para os sons graves e/ou agudos. Quando é desejada uma ênfase nos sons
agudos, é usado um filtro passa-alto, que reduz a amplificação das baixas frequências.
Para ênfase em sons graves, é usado um filtro passa-baixo, que reduz a amplificação das
altas frequências. A frequência de corte é a frequência a partir da qual a amplificação
começa a ser atenuada (no caso dos filtros passa-baixo, as frequências menores que
a frequência de corte serão atenuadas, o inverso acontecendo no caso dos filtros
passa-alto.) (LOPES FILHO, 2013)

Os controles de tonalidade habitualmente se localizam em chaves internas específicas


dentro da prótese, normalmente com nomes como high ou bass. Entretanto, é necessário
que se analise cuidadosamente a ficha técnica da prótese antes de qualquer ajuste, pois
muitas vezes o controle que o nome da chave sugere à primeira vista não corresponde
à realidade.

Controle de saída

Conforme foi referido, é importante que a prótese auditiva jamais se torne desconfortável
ao seu usuário. Assim, um parâmetro muito importante na adaptação é o controle da
saída máxima. (LOPES FILHO, 2013)

Existem basicamente dois modos de se realizar este controle: mediante a corte dos
picos de intensidade ou por meio da compressão. A compressão é como uma forma de
processamento automático de sinal e será discutida adiante.

O modo mais tradicional de se efetuar o controle de saída máxima da prótese auditiva


por corte dos picos de intensidade (PC - Peak Clipping). Todos os equipamentos sonoros
possuem um limite máximo para a intensidade que conseguem reproduzir. Os sons mais
intensos que este valor, simplesmente são “cortados” para que se encaixem dentro do
limite. Isto é conhecido como nível de saturação do equipamento. (LOPES FILHO, 2013)

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Figura 3. Corte de picos.

Fonte: Almeida e Lório, 2003.

O mesmo ocorre com as próteses auditivas. Quando os sons atingem o limite de saturação,
eles têm seus picos de intensidade simplesmente eliminados, enquanto os sons menos
intensos são reproduzidos normalmente. Este modo de amplificação é denominado
amplificação linear, pois a pressão sonora de saída da prótese aumenta na mesma medida
que a pressão de entrada até que o nível de saturação seja atingido. (LOPES FILHO, 2013)

Para inúmeras pessoas, especialmente aqueles indivíduos com perdas auditivas


não-recrutantes, este tipo de amplificação apresenta resultados satisfatórios, embora
tenda a aumentar o nível de distorção a que o indivíduo está exposto, especialmente com
próteses de grande ganho ou em locais ruidosos, e piorar a relação sinal/ruído (pois os
sons de maior intensidade são cortados, enquanto que os sons de menor intensidade,
como o ruído de fundo, são amplificados normalmente). (LOPES FILHO, 2013)

Apesar de o nível de saturação ser uma característica de todas as próteses auditivas, em


algumas é possível ajustar, normalmente reduzindo, este nível por meio de um controle
específico, o controle de saída (PC). Vale a pena salientar que este controle de saída,
muitas vezes, ajusta a saída máxima pelos mecanismos de compressão, conforme será
visto adiante. Assim, uma análise cuidadosa da ficha técnica é necessária para que se
saiba exatamente o tipo de sistema que se está utilizando. (LOPES FILHO, 2013)

Receptor

O receptor é o componente da prótese auditiva que tem a função de retransformar o sinal


elétrico amplificado em sinal acústico. Sendo assim, tal qual o microfone, é um transdutor,
no caso o transdutor de saída da prótese auditiva. Todos os receptores utilizados em
próteses auditivas são magnéticos, embora exista mais de um tipo. (LOPES FILHO, 2013)

Até pouco tempo atrás, os receptores eram os grandes limitadores da resposta de


frequências (especialmente de alta frequência) dos aparelhos auditivos. Entretanto, os
receptores mais modernos têm a possibilidade de transmitir frequências até acima de 6

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KHz. Seu maior problema, atualmente, em função de suas dimensões reduzidas, é evitar a
presença de picos de ressonância em frequências excessivamente altas (KILLION, 1993).

Além disso, os receptores saíram de dentro do aparelho auditivo e foram para dentro
do conduto em alguns modelos (RIE), isso fez com que os aparelhos auditivos ficassem
menores e mais discretos, mesmo em perdas auditivas muito grandes. Além de que, os
receptores têm vários tamanhos e consecutivamente várias potências, o que em pacientes
com perdas auditiva que estão progredindo facilita a possibilidade de não precisar trocar
de aparelho caso a perda auditiva venha aumentar muito. (LOPES FILHO, 2013)

Ademais, com a tecnologia RIE, os receptores viraram um acessório a parte, onde é


necessário conhecimento técnico para escolher a potência e o tamanho. Para isso as
empresas desenvolveram uma régua para avaliar o tamanho da orelha em relação a
entrada do conduto e assim escolher o tamanho adequado para cada orelha.

Figura 4 - Régua medidora para tamanho de receptor ou tubo fino.

Fonte: acervo pessoal da autora, 2020.

A régua também auxilia na medida para definir qual o tamanho do tubo fino a escolher,
uma vez que, dependendo do caso, não há necessidade de molde, somente uma sonda
em casos de pacientes que não tem indicação de RIE.

Baterias

Hoje em dia existe algumas fontes de energia para o sistema funcionar. A pilha é uma
delas, sendo conceitualmente um reservatório de energia química que pode ser convertida
em energia elétrica quando desejado.

As próteses retroauriculares e intra-aurais podem necessitar de baterias. Estas baterias


são em forma de botão de diversos tamanhos, sendo que cada prótese deve usar a
pilha de um tamanho específico. Assim, temos a pilha 675, 13, 312 e 10, da maior
para a menor. De uma forma geral, quanto menor a pilha, menor a sua capacidade
(LOPES FILHO, 2013).

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A grande vantagem das pilhas especiais usadas em próteses auditivas é o fato de elas
manterem uma tensão praticamente constante durante toda sua vida útil. Isto evita que
a saída e o ganho da prótese diminuam progressivamente, conforme a pilha se desgasta
(LOPES FILHO, 2013).

A duração das pilhas de prótese auditiva varia conforme o tipo do amplificador usado.
Já foi comentado que o amplificador Classe A, tem um consumo relativamente alto
em relação aos demais tipos de amplificadores. Isto acontece porque, neste tipo de
amplificador, o consumo é constante, não importando se há ou não som entrando na
prótese. Os amplificadores Classe B – push-pull, e Classe D, por sua vez, não consomem
em locais silenciosos, sendo o Classe D ainda mais econômico (KILLION, 1993). A maioria
das pilhas especiais utilizadas em próteses atualmente é do tipo zinco-ar. As pilhas de
zinco-ar são as mais usadas, pois têm custo menor e maior durabilidade. Possuem
pequenos orifícios que permitem a entrada de ar após a retirada de um selo de segurança,
o que faz com que comecem a funcionar. Seu inconveniente é, após a entrada de ar, não
ser mais possível evitar o desgaste, mesmo sem uso. (LOPES FILHO, 2013)

Existem ainda alguns outros tipos de pilhas para próteses auditivas, tais como os
acumuladores de níquel – cádmio, recarregáveis, ou as pilhas de óxido de prata. Entretanto,
estas pilhas são pouco usadas. (LOPES FILHO, 2013)

Uma outra bateria cada vez mais utilizada nos últimos tempos é a bateria de íons de
lítio. São os chamados aparelhos recarregáveis. Essa bateria é fixa dentro do aparelho
auditivo, não necessitando de abertura de gaveta para a troca. O que facilitou muito
o manuseio dos aparelhos principalmente para aqueles usuários que possui alguma
falta de habilidade para tal, como tremor, paralisia etc. Esses aparelhos acompanham
carregadores ligados à luz ou à pilha. O tempo de bateria para a utilização dos aparelhos
auditivos, bem como o tempo de carregamento varia de acordo com o fabricante. Outra
grande vantagem é que o próprio carregador já serve como desumidificador.

Entradas alternativas
Em algumas situações pode ser desejado que o som não entre através do microfone, mas
seja captado diretamente de um sistema específico para melhor aproveitamento. Este
é o caso típico do telefone e de alguns sistemas de áudio usados tanto para recreação
como na educação. Além disso, hoje em dia, os aparelhos auditivos possuem entradas
alternativas com conectividades de televisão e telefone celular, utilizando bluetooth
(LOPES FILHO, 2013).

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Bobina telefônica e entrada direta de áudio

A bobina telefônica é um sistema que capta as variações de um campo eletromagnético


exterior e as converte em um sinal elétrico equivalente, que pode ser processado
normalmente pela prótese auditiva (LOPES FILHO, 2013).

Este sistema é importante no uso do telefone para alguns indivíduos e também permite
utilizar os chamados circuitos de indução eletromagnética em salas de aula, conferências
e determinadas salas de espetáculo (LOPES FILHO, 2013).

Algumas próteses auditivas também possuem encaixes para a adaptação de fios que
trazem sinais elétricos gerados por outros equipamentos de áudio, chamados de entrada
direta de áudio. Estes sinais são processados normalmente pela prótese auditiva.
(LOPES FILHO, 2013).

A grande vantagem tanto da bobina telefônica como da entrada direta de áudio é a redução
da interferência do ruído ambiente, fazendo com que o som de interesse chegue “limpo”
ao usuário. São importantes também na utilização de certos sistemas educacionais,
tais como o FM e determinadas formas de amplificação coletiva em salas de aula.
(LOPES FILHO, 2013)

Com a utilização cada vez maior dos smartphones e outras tecnologias como wireless e
o bluetooth, os aplicativos se tornam muito comuns no atendimento do telefone direto
pelo aparelho auditivo, bem como conectividades que fazem a função de microfone de
lapela, enviando o som diretamente ao aparelho auditivo, substituindo o sistema FM.

Sistemas de programação
As próteses auditivas programáveis permitem que o processamento do sinal acústico
seja controlado digitalmente. Isto pressupõe a existência de componentes específicos,
tanto dentro como fora da prótese. (LOPES FILHO, 2013)

Para permitirem o funcionamento deste tipo de prótese auditiva, além de todo circuito
normal da prótese, é necessário basicamente um sistema controlador e um sistema de
memória. A memória permite que os dados utilizados pelo controlador para regularem
os parâmetros de amplificação sejam disponíveis e modificáveis sempre que necessário.
(LOPES FILHO, 2013).

Um programador possibilita o ajuste do controlador conforme as necessidades do


usuário. Esses programadores variam de acordo com cada marca. Antigamente haviam
fios que os conectavam do computador para o programador e do programador para os

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aparelhos auditivos. Hoje em dia a maioria dos programadores não necessitam de fio, ou
seja, a maioria dos aparelhos auditivos são programados via bluetooth , o que possibilita
também ajustes remoto, em usuários em outro ambiente ou até mesmo em outra cidade
utilizando a rede de internet de um telefone celular e o bluetooth dos aparelhos auditivos
e do smartphone.

Características eletroacústicas das próteses auditivas


As características eletroacústicas de uma prótese auditiva são a descrição de seu
desempenho operacional quando processam o sinal sonoro. Em outras palavras,
correspondem à descrição de o quê a prótese auditiva “faz”. (CARDOSO,2007)

As principais características eletroacústicas das próteses auditivas estão em correlação


direta às características de uma audição deficiente. Elas são basicamente: o ganho
acústico, relacionado ao grau de perda auditiva; a resposta de frequências, relacionada
à configuração do audiograma do indivíduo; e a saída máxima, relacionada ao nível de
desconforto para sons intensos, apresentados pelo seu uso. (LOPES FILHO, 2013).

Ganho acústico

Um indivíduo que tem dificuldade em escutar sons de baixa intensidade precisa que
estes sons sejam amplificados, conforme foi dito. Quanto maior a perda de audição,
maior será a amplificação necessária. A quantidade de amplificação fornecida por uma
prótese auditiva é o seu ganho acústico. (LOPES FILHO, 2013).

Tecnicamente, o ganho acústico é a diferença em decibéis entre o som que sai e o som
que entra na prótese auditiva. Desta forma, para uma prótese auditiva com 40 dB de
ganho, um som ambiente de 60 dB será fornecido ao usuário com uma intensidade de
100 dB. (LOPES FILHO, 2013).

O ganho de uma prótese deve ser fornecido pelo fabricante na ficha técnica que acompanha
a mesma. Entretanto, nenhuma prótese auditiva tem um ganho acústico perfeitamente
igual em todas as frequências e existem controles que permitem modificar este ganho.
(LOPES FILHO, 2013).

Assim, o ganho pode vir descrito como um valor único, representando toda a faixa de
frequências através de uma média ou de uma única frequência considerada representativa.
Idealmente, o ganho deve ser analisado por meio de um gráfico, representando o valor
de ganho em cada frequência para que possa ser verificado. (LOPES FILHO, 2013).

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Figura 5. Ganho acústico. Observa-se o ganho máximo em 1000 Hz de 45 dB.

Fonte: Lopes Filho (1997).

O ganho acústico fornecido por uma prótese auditiva para um determinado indivíduo com
algumas tecnologias pode ser verificado diretamente por meio de medidas específicas.
Quando o ganho de uma prótese é definido em termos da diferença dos limiares de
audibilidade em campo livre com e sem a prótese auditiva, dá-se a este valor o nome
de ganho funcional (COSTA; COLS., 1993). Porém este tipo de medida só é possível em
aparelhos analógico, uma vez que aparelhos auditivos de tecnologia digital possuem
filtros e tecnologias que amenizam os ruídos e focam na fala. (LOPES FILHO, 2013).

Já o ganho de inserção é uma simulação do resultado em uma orelha. Nas fichas técnicas
dos aparelhos auditivos, geralmente vêm os resultados em ganho de inserção ou acoplador
de 2ml.

Nos tempos mais atuais, a forma que temos de testar a eficácia imediata dos aparelhos
auditivos digitais é o teste com palavras (IPRF) com e sem aparelhos auditivos e também
o mapeamento de fala. O mapeamento de fala é o registro de cada frequência amplificada
pelo aparelho auditivo captada diretamente de dentro da orelha. Sendo assim, é possível
verificar se a fala está sendo amplificada em todas as frequências e se está de acordo
com a audiometria.

Resposta de frequências

Conforme foi comentado anteriormente, quanto maior o grau de perda auditiva, maior
a amplificação necessária. Entretanto, a maioria dos indivíduos com perda de audição
não possui exatamente o mesmo nível de audição em todas as frequências. Assim, cada
frequência necessitaria de um grau de amplificação diferente, representado por um ganho
acústico diferente. Por outro lado, nenhuma prótese auditiva apresenta exatamente o
mesmo ganho acústico para todas as frequências. (LOPES FILHO, 2013).

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A resposta de frequências de uma prótese auditiva é, portanto, a relação de amplificação


existente entre as diversas frequências. Este dado é sempre fornecido na ficha técnica
da prótese através de um gráfico.

Figura 6. Resposta de frequência. Observam-se variações obtidas pela variação do controle de


tonalidade.

Fonte: Lopes Filho (1997).

Variações na resposta de frequências das próteses auditivas permitem fornecer uma ênfase
nos sons graves ou agudos, por meio do destaque das baixas ou altas frequências em
relação ao todo do sinal complexo do ambiente. Esta resposta também pode ser alterada
em algumas próteses auditivas, conforme o necessário, mediante sistemas específicos
ou modificações acústicas nos moldes auriculares. (CARDOSO, 2007).

A resposta de frequências também pode ser representada, de forma simplificada, por


meio da faixa de frequências, onde dois números referem os limites menor e maior da
faixa de frequências utilizável da prótese auditiva. (LOPES FILHO, 2013).

Saída máxima

Todos os indivíduos, normais ou com perdas de audição, possuem um limite a partir


do qual qualquer som mais forte se torna desconfortável. Este limite é chamado nível
de desconforto. (LOPES FILHO, 2013).

Nos indivíduos com perdas auditivas, particularmente aqueles com perdas neurossensoriais,
o nível de desconforto não se altera na mesma proporção que o limiar de audibilidade,
fazendo com que os sons muito intensos sejam tão desconfortáveis para os mesmos
quanto são para indivíduos normais (recrutamento). (LOPES FILHO, 2013).

Assim, uma prótese auditiva não pode amplificar indefinidamente os sons, sob pena
de estes sons se tornarem insuportáveis. Do mesmo modo, todos os aparelhos sonoros
possuem limitações inerentes à sua construção que limitam a intensidade máxima que
conseguem reproduzir. (LOPES FILHO, 2013).

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Assim, a saída máxima de uma prótese auditiva é o maior nível de pressão sonora que
ela deve ou é capaz de produzir. Novamente, a saída máxima é um dado que costuma ser
fornecido em uma frequência em particular ou por um gráfico, em função da frequência
nas fichas técnicas. (LOPES FILHO, 2013).

Figura 7. Saída máxima. Observa-se a saída máxima em 1000 Hz de aproximadamente 124 dB.

Fonte: Lopes Filho (1997).

Se a saída máxima de uma prótese auditiva não for adequada, pode impedir a utilização
da prótese ou, ainda, gerar um deslocamento temporário, ou mesmo permanente, dos
limiares de audibilidade. (LOPES FILHO, 2013).

Um fato importante na análise da saída máxima é o fato de o nível de pressão sonora


gerado em uma cavidade (como o formado entre a ponta do molde auricular e a membrana
timpânica) ser dependente do tamanho desta cavidade. Os níveis de saída máxima
fornecidos em fichas técnicas costumam ser medidos em cavidade de 1,26 ou 2 ml
conforme a norma utilizada para a confecção da ficha técnica. Em uma criança, porém,
o volume residual existente entre a ponta do molde e a membrana timpânica pode ser
igual ou inferior a 0,5 ml, o que aumentaria em muito a pressão sonora existente na
cavidade em relação ao descrito na ficha técnica. Este fato exige um cuidado adicional
na análise da saída máxima desejada ou obtida em uma criança pequena, para que se
evitem danos. (LOPES FILHO, 2013).

Distorção

Considera-se distorção qualquer alteração, exclusivamente ao sistema de amplificação,


na onda sonora. Esta alteração pode ser desejada, como no caso das variações na
resposta de frequências importantes para a adaptação da prótese, mas também pode ser
indesejada, como quando a onda é modificada de uma forma desnecessária ou prejudicial.
(LOPES FILHO, 2013).

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UNIDADE I | Prótese Auditiva

Normalmente, as distorções não desejadas geram uma diminuição na qualidade de som do


aparelho, sendo que as distorções mais graves podem até mesmo afetar a inteligibilidade.
Em algum grau, toda prótese auditiva tem distorção, mas quanto menor esta for mais
“limpo” será o som da prótese. (LOPES FILHO, 2013).

Realimentação acústica

A realimentação acústica é um processo que ocorre quando o som liberado pelo receptor é
captado novamente pelo microfone da prótese auditiva, gerando um “apito” audível tanto
para o usuário da prótese (em alguns casos) como para aqueles que estão ao seu redor.
Este mesmo fenômeno é conhecido popularmente como “microfonia”. Este problema
é especialmente grave para aqueles indivíduos com perdas auditivas importantes, que
necessitam de grandes valores de ganho e, normalmente, os maiores problemas com
realimentação acústica ocorrem com próteses auditivas com ênfase nas altas frequências
(POLLACK, 1988). Entretanto, com técnicas adequadas, estes problemas podem ser
resolvidos na maior parte dos casos. (LOPES FILHO, 2013).

A realimentação acústica também se inicia frequentemente por deterioração do molde


auricular ou, no caso das crianças, pelo crescimento da orelha externa. Nestes casos,
a dificuldade pode ser facilmente solucionada com a troca do molde por um novo.
(LOPES FILHO, 2013).

Nos aparelhos auditivos mais modernos, os softwares são capazes de filtrar as frequências
que estão tendo microfonia e cancelar esta realimentação.

Fichas técnicas

Um ponto importante na análise das características eletroacústicas de uma prótese


auditiva é saber como os dados constantes nas fichas técnicas foram obtidos. Existem
vários modos de se verificar estas características e várias normas que regulam a construção
das fichas técnicas. (LOPES FILHO, 2013).

Todas as características eletroacústicas de uma prótese auditiva podem ser medidas da


mesma forma: com os controles adequadamente ajustados, um sinal acústico é aplicado
ao microfone da prótese auditiva, e a saída do receptor é analisada após passar por um
dispositivo padronizado, dentro de uma câmara anecóica. (LOPES FILHO, 2013).

Como já citado, estes dispositivos padronizados podem ser peças de metal, denominados
acopladores, ou sistemas mais aperfeiçoados, como um manequim, o KEMAR (BURKHARD;
SACHS, 1975), que simula as características acústicas de um ser humano adulto normal.
Os acopladores são os sistemas normalmente utilizados para a confecção das fichas

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Prótese Auditiva | UNIDADE I

técnicas e são basicamente de dois tipos: o acoplador de 2,0 ml e o simulador de ouvido.


O acoplador de 2,0 ml é um cilindro simples de metal com 2,0 ml de volume na sua
cavidade interna. Como é possível imaginar, os resultados de medidas das características
eletroacústicas obtidos com este acoplador diferem bastante dos resultados obtidos em
um indivíduo (LOPES FILHO, 2013).

Assim, em 1974, segundo Kasten e Franks (1986); Pollack (1988); Libby e Westermann,
(1988) e Staab e Lybarger (1994), foi introduzido o simulador de ouvido, com uma
cavidade de 1,2 ml (valor bem mais próximo do real nas orelhas adultas) e uma série
de outros dispositivos destinados a simular as características acústicas de uma orelha.
(LOPES FILHO, 2013).

Apesar disso, nenhum dos sistemas consegue fazer uma previsão exata dos resultados
obtidos com a prótese auditiva em um determinado indivíduo, pois inúmeros fatores
interferem nesta reposta. De uma forma geral, pode-se dizer que a interação entre cada
prótese e cada indivíduo é única e leva a resultados únicos. (LOPES FILHO, 2013).

Para que as fichas técnicas das próteses auditivas possam ser comparadas, é preciso
que tenham sido confeccionadas de um modo padronizado. Assim, as fichas técnicas
são construídas de acordo com normas nacionais ou internacionais que padronizam as
medidas a serem apresentadas e o modo de realizá-las.

Atualmente, há basicamente dois grandes grupos de normas técnicas: as normas


internacionais do International Electrotechnical Commission (IEC) e as normas
americanas do American National Standards Institute (ANSI). Como o próprio nome
diz, a norma ANSI é adotada nos EUA e a norma IEC, internacionalmente. O Brasil
não adota oficialmente nenhuma norma, mas existe a preferência de uso pelas normas
internacionais. Entretanto, boa parte da bibliografia sobre aparelhos auditivos, por ser
oriunda dos EUA, faz referência às normas ANSI. (LOPES FILHO, 2013).

As normas ainda apresentam diferenças no tipo de medidas realizadas e outros detalhes,


o que faz com que os dados fornecidos nas fichas construídas de acordo com a norma
americana sejam bastante diferentes dos dados fornecidos nas fichas de acordo com a
norma internacional. Uma discussão mais detalhada sobre as normas existentes e as
diferenças e particularidades de cada uma pode ser encontrada em Menegotto, Almeida
e Lorio (1996). (LOPES FILHO, 2013).

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UNIDADE I | Prótese Auditiva

Sistemas de processamento de sinal


As próteses auditivas processavam grande parte dos sons de entrada de forma linear.
Entretanto, há mais de uma década, foram lançados os sistemas que processam os
sinais de entrada de forma não linear. Nesse caso, a classificação clínica das próteses
auditivas ocorre conforme o processamento do sinal é realizado, principalmente para a
fala. Quando não há variação do ganho, ou seja, a quantidade de amplificação é a mesma
para todas as intensidades sonoras de entrada, as próteses auditivas são lineares; quando
há alteração automática nos parâmetros de amplificação, especialmente do ganho, as
próteses são classificadas como não lineares. (PETRY et al., 2010)

Sistema de compressão

A compressão é um mecanismo de processamento automático de sinal que ajusta


automaticamente o nível de saída da prótese auditiva em função do nível de sinal presente
dentro do aparelho. Isto gera um tipo de amplificação chamada de não-linear, porque
a saída da prótese não aumenta de forma idêntica à entrada (LOPES FILHO, 2013).

AGC (Automatic Gain Control)

No Brasil, os sistemas de compressão são muitas vezes denominados AGC, mas na


realidade, o AGC é apenas um dos tipos de compressão existentes.

O sistema de compressão funciona mediante ao monitoramento do nível de sinal em um


ponto do circuito da prótese auditiva. A partir do nível deste sinal, o sistema faz ajustes
no ganho acústico, de forma que a saída máxima não ultrapasse um nível preestabelecido
(assim, o ganho da prótese auditiva com este tipo de sistema se altera conforme o nível
de sinal acústico do ambiente).

O modo como as alterações são feitas é descrito por meio das características estáticas
da compressão: limiar de compressão que representa o menor nível de pressão sonora
de entrada na prótese que ativa o sistema; e razão de compressão – que demonstra a
proporção de redução do ganho a partir do limiar de compressão.

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Prótese Auditiva | UNIDADE I

Figura 8. Características estáticas da compressão em um gráfico de entrada e saída.

Fonte: Lopes Filho (1997).

Os sistemas de compressão são sistemas que funcionam no tempo. Assim, além das
características estáticas, os sistemas de compressão também podem ser analisados em
função de suas características dinâmicas. As características dinâmicas dizem respeito ao
tempo que o sistema leva para ajustar o ganho após verificar um nível de sinal excessivo
(tempo de ataque), e o tempo que o ganho leva para voltar a seus níveis habituais após
a redução do sinal ambiente (tempo de recuperação). (LOPES FILHO, 2013).

Para evitar que sons muito intensos atinjam o indivíduo e provoquem o desconforto, o
tempo de ataque costuma ser muito curto (entre 1 e 10ms). Já o tempo de recuperação
costuma ser mais longo, podendo atingir mais de 1s, para evitar redução de inteligibilidade
e oscilação demasiada do ganho do aparelho. (LOPES FILHO, 2013).

Importante ainda ressaltar que os sistemas de compressão podem atuar tanto em toda
a faixa de frequências da prótese auditiva, da mesma maneira como só em uma faixa
determinada, ou de formas diferentes nas diversas faixas.

WDRC (Wide Dynamic Range Compression)

No grupo de próteses auditivas não-lineares estão incluídas aquelas com compressão


dinâmica ou WDRC, que costumam fornecer maior ganho para sons mais baixos e menos
perceptíveis, enquanto provem menos ganho para os sons médios e mais intensos.

Os indivíduos com perda auditiva neurossensorial se beneficiam muito com o uso da


amplificação não linear, uma vez que a compressão tenta restabelecer a sensação de
intensidade normal. Amplamente utilizado pela maioria dos fabricantes de próteses

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UNIDADE I | Prótese Auditiva

auditivas, acredita-se que modificação do sinal acústico proporcionada pelo controle


automático de ganho melhore o desempenho em termos de audibilidade, conforto e
reconhecimento de fala (JENSTAD et al., 2000). No entanto, a literatura ainda é controversa
quando se trata deste assunto, já que diversos parâmetros diferentes caracterizam um
sistema de compressão, dentre eles, limiar de compressão, razão de compressão, faixa de
frequências e tempos de ataque e recuperação (COSTA; IÓRIO, 2006).

Dessa forma, entendemos que a adaptação dos dispositivos eletrônicos de amplificação


sonora necessita ser individual e pessoal, respeitando as características audiológicas
de cada indivíduo e suas necessidades auditivas, a fim de proporcionar a amplificação
desejada. (COSTA; IÓRIO, 2006)

Expansão

Sistema aplicado em aparelhos digitais, em que é fornecido mínimo ganho para sons
de baixa intensidade, máximo ganho próximo ao limiar de compressão e um ganho
progressivamente menor para os sons acima do limiar de compressão estabelecido.
Sendo assim, sons muito fracos (ruídos ambientais e de funcionamento da prótese) têm
pouca amplificação, reduzindo a possibilidade de incômodo.

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CAPÍTULO 2
MOLDES, PROCESSO DE MOLDAGEM E SONDAS

Moldes auriculares são peças individualmente confeccionadas em laboratório, a partir


de uma pré-moldagem do meato acústico externo e pavilhão auricular. Podem ser
fabricados em acrílico ou silicone. Suas funções são:

» promover fixação da prótese auditiva à orelha do usuário;

» conduzir o som amplificado pela prótese auditiva até a membrana timpânica;

» modificar acusticamente, se necessário, o sinal produzido pela prótese auditiva;

» promover vedação acústica, reduzindo a ocorrência de microfonia.

Além disso, deve ser esteticamente aceito pelo seu usuário e confortável, para ser
utilizado por longos períodos. Moldes auriculares são parte importante no processo
de seleção e adaptação de próteses auditivas. Se as funções descritas anteriormente
não forem satisfatoriamente realizadas, a prótese auditiva pode não ser usada pelo
deficiente auditivo. (ALMEIDA; LÓRIO, 2003).

Neste capítulo, quero fornecer noções básicas e práticas sobre os moldes auriculares,
ressaltando a seleção do tipo e das características dos moldes; as modificações
acústicas que podem ser realizadas e a confecção da impressão.

Histórico
No final da década de 20, um dentista usuário de prótese auditiva, Mayer Schier,
confeccionou seu próprio molde auricular sob medida, que ficou conhecido como molde
regular.

A partir daí, surgiram firmas que confeccionavam moldes de tamanhos diferentes, com
individualização das orelhas. Estes moldes eram fabricados com material de borracha e
mais tarde passaram a fazer uso do plástico, até chegarem aos moldes hipoalergênicos
de acrílico ou silicone, utilizados nos dias de hoje.

Com a invenção das próteses auditivas retroauriculares, grande importância foi dada
aos moldes auriculares individuais, não só em relação aos aspectos estéticos, mas,
principalmente, às modificações acústicas.

Tipos de molde

Canal

Tem toda a área da concha e da hélix removida restando apenas o canal. É discreto
e fácil de inserir, mas a retenção no meato acústico externo pode ser um problema,

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UNIDADE I | Prótese Auditiva

possibilitando a microfonia durante a fala ou mastigação. Ideal para ser adaptado em


pacientes com um conduto longo e, preferencialmente, com perdas auditivas leves e
moderadas.

Invisível simples

A área da hélix e parte da concha são removidas, tornando-o mais fácil de ser inserido
e retirado da orelha. Por isso, é especialmente indicado para idosos ou pessoas com
problemas de destreza manual. Molde bastante utilizado, porque veda com eficiência
o meato acústico externo, deixando um espaço aberto na concha, o que o torna mais
estético.

Invisível duplo

A duplicidade das hastes permite maior fixação e estabilidade. É similar ao molde concha,
sendo removida a parte central, fornecendo melhor conforto e menor volume.

Concha

Preenche completamente a área da concha, proporcionando maior vedação acústica,


reduzindo o risco de microfonia e incrementando o ganho da prótese. Uma versão mais
leve é a chamada Concha Escavada, que pode ser feita removendo-se parte do material da
concha, deixando esta área escavada. É o tipo de molde mais indicado para as próteses
de grande ganho e saída e também para crianças pequenas.

Figura 9. Tipos de moldes

Fonte: https://prohear.com.br/servicos/confeccao-de-moldes/. Acesso em: 14 dez. 2020.

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Prótese Auditiva | UNIDADE I

De forma geral, quanto maior o grau da perda auditiva, maior deverá ser o ganho
acústico da prótese e, consequentemente, maior a necessidade de vedação acústica
(já que a ocorrência de microfonia é diretamente proporcional à potência da prótese).

Material de molde
Os materiais tradicionalmente utilizados são o acrílico e o silicone.

O acrílico é o mais barato, resistente, de fácil higienização e aceita todos os tipos de


modificações. Ideal para perdas auditivas de grau leve a moderado. Pode ser transparente
ou colorido.

O silicone é um tipo de borracha muito flexível e confortável. Favorece a vedação acústica,


mas permite poucas modificações. Indicado para perdas severas à profundas, crianças
e pessoas com cartilagens do pavilhão muito rígidas. Pode ser claro, opaco ou colorido.

Modificações acústicas
As modificações nos moldes auriculares têm como finalidade incrementar o ganho
acústico da prótese, promover melhor inteligibilidade de fala e/ou facilitar o processo
de adaptação do usuário, tornando a amplificação mais natural. Qualquer modificação
nos moldes poderá alterar a curva de resposta das próteses auditivas, independente da
posição de seus controles internos.

Ventilação

É a modificação acústica mais utilizada. Consiste na abertura de um orifício no canal


do molde ou nas próteses intra-auriculares, para a filtragem de frequências graves.

Indicada quando desejamos reduzir a sensação plenitude auricular e o efeito de oclusão


e/ou ressonância causada pelo efeito do uso do próprio molde, que super amplifica a
própria voz do usuário e outros sons por ele produzidos, principalmente a mastigação
e deglutição. Quanto mais as frequências graves estiverem preservadas, maior será o
desconforto provocado pela amplificação nas baixas frequências.

Para verificar se o usuário se beneficiaria com a ventilação, deve-se puxar ligeiramente


o molde para fora do meato acústico externo, se houver alívio da sensação, é
recomendado providenciar a ventilação no molde.

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UNIDADE I | Prótese Auditiva

Atenuador ou filtro (damping)

Sua função é suavizar as respostas das frequências médias de 1000Hz a 3000Hz. São
utilizados nos tubos plásticos dos moldes auriculares e, mais frequentemente, nos
ganchos das próteses retroauriculares.

Efeito corneta

Consiste num tubo em forma de corneta, com aumento gradativo de diâmetro, que
enfatizará as altas frequências.

Um exemplo do efeito corneta é o Libby Horn, um tubo plástico, com 2 mm de diâmetro


externo (para conexão com o gancho), que vai aumentando até atingir 4 mm na abertura
do molde. Ainda temos outra variação chamada Bakke Horn, que consiste em um
pequeno gancho feito de plástico rígido na forma de cotovelo, conectado de um lado ao
tubo plástico e do outro ao molde. Atua de maneira semelhante ao Libby Horn, porém
com a vantagem de ser de fácil confecção, possibilitando a troca do tubo plástico.

Figura 10. a – ventilação; b – atenuador e c – efeito corneta.

Fonte: Lopes Filho (1997).

Manutenção e troca dos moldes


Por questões tanto de higiene quanto acústicas, os moldes devem ser limpos diariamente,
pois o cerume pode obstruir o canal do molde e interromper a passagem do som
amplificado.

A limpeza deve ser feita lavando-se os moldes com água e sabão neutro, somente.
Podemos também utilizar uma escovinha para facilitar a remoção de resíduos acumulados
e, depois de lavados, os moldes devem estar completamente secos (inclusive o interior
do tubo plástico), antes de serem reconectados às próteses auditivas.

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Prótese Auditiva | UNIDADE I

Em relação à troca dos moldes, em média costuma ser necessário a cada 1 (um) ano
para adultos, a cada 6 (seis) meses para crianças em idade escolar e a cada 3 (três)
meses para crianças pequenas, devido ao crescimento acelerado. Mas sempre que
houver danos nos moldes, mudança nos limiares auditivos, mudança brusca de peso
(sim, o meato muda de tamanho com ganho ou redução de peso!), crescimento da
orelha externa ou alargamento do meato acústico pelo uso do próprio molde, se faz
necessária a troca dos moldes.

Além disso, o tubo plástico que conecta os moldes às próteses auditivas deve sempre
estar flexível, transparente e em bom estado, devendo ser trocado a cada 3 (três) meses,
aproximadamente.

O processo de moldagem
Agora que você já entende um pouco mais sobre os moldes auriculares, vamos discutir
sobre como a impressão deles deve ser feita, já que dela dependerá a qualidade final
dos moldes.

Você precisará de: otoscópio, tampão (feito de algodão ou espuma preso a uma linha
resistente, como fio dental), lanterna com ponta de acrílico, seringa e massa para
pré-moldagem (a base de acrílico ou de silicone).

Passo a passo da impressão:

» Explanar ao paciente como será o procedimento, explicar que o mesmo é indolor


e solicitar a ele que permaneça quieto e comunique qualquer desconforto. Se for
usuário de óculos ou dentaduras, estes deverão ser utilizados enquanto se faz a
impressão.

» Realizar inspeção visual da orelha e do meato acústico externo, utilizando um


otoscópio. Se houver cerume ocluindo o meato, o paciente deverá ser encaminhado
ao médico otorrinolaringologista. O mesmo é válido se houver presença de corpo
estranho, otorréia ou infecções. Cirurgias de mastoidectomia, perfurações de
membrana timpânica ou tubos de ventilação não impedem a impressão, mas
exigem maior atenção e cuidado.

» Introduzir o tampão no meato acústico do paciente, com o auxílio de uma lanterna,


até alcançar a segunda curva do conduto. É importante que seja bem colocado
para delimitar o comprimento da impressão e também evitar que a massa aplicada
atinja a membrana timpânica, causando dor.

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UNIDADE I | Prótese Auditiva

» Inspecionar novamente o meato com otoscópio e certificar-se de que o tampão


está ocluindo-o completamente.

» Misturar rapidamente o material de impressão (massa + catalizador) na palma da


mão, até ficar homogêneo e introduzi-lo na seringa, injetando um pouco de massa
na ponta dos seus dedos, para remover bolhas de ar.

» Colocar a seringa no meato, em contato com o tampão e injetar a massa, tomando


cuidado para que a ponta da seringa não perca o contato com o material injetado,
evitando bolhas e fissuras.

» Preencher completamente o pavilhão auricular com a massa e ao final pressioná-la


suavemente com o dedo, na área da concha, hélix e tragus.

» Pedir ao paciente que fale ou mastigue enquanto o material enrijece; isso assegurará
uma adaptação mais confortável dos moldes.

» Verificar se o material já enrijeceu (o que leva em média 5 minutos). Para isso


tentamos fazer uma marca na massa com a unha, se a massa não ficar marcada
significa que o material está pronto para ser retirado da orelha do paciente.

» Remover a impressão iniciando pela hélix, girando levemente para frente, soltando
a concha e, por último, o conduto.

» Reexaminar o meato e certificar-se de que nenhum material permaneceu em seu


interior.

» Analisar sua impressão e refazê-la se necessário.

» Embalar adequadamente a impressão e enviá-la ao laboratório com suas instruções


referentes ao tipo de molde e modificações necessárias.

Observe a imagem abaixo, pois o primeiro molde não atingiu a segunda curva, no segundo
há espaços vagos, no terceiro, há falta de preenchimento, o quarto não atingiu a segunda
curva, o quinto possui uma fenda interna, no sexto há espaços vagos, no sétimo falta
preenchimento, e no ultimo falta preenchimento da segunda curva.

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Prótese Auditiva | UNIDADE I

Figura 11. Pré-molde adequado

Fonte: https://xtremeears.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Pre-molde_-1024x685.jpg. Acesso em: 8 ago. 2014.

Para que o processo de pré-moldagem fique mais claro, sugiro que assistam ao vídeo
“XtremeEars: Pré-moldagem do Ouvido”, disponível no seguinte link:

http://www.youtube.com/watch?v=88B5PpCmAUU.

Para moldagem em crianças, as mesmas recomendações devem ser seguidas, devemos


solicitar a colaboração dos pais, para que mantenham a criança quieta em seu colo, com
a cabeça apoiada em seu peito.

Algumas crianças se sentem seguras se permitimos que elas brinquem com o otoscópio,
lanterna e seringa antes do processo de impressão. Além disso, a massa excedente pode
lhe ser dada como “massinha de modelar”. O objetivo é estabelecer uma relação de
confiança com a criança, para que futuras impressões ocorram tranquilamente.

Sondas.
Com o lançamento dos aparelhos com receptor dentro do conduto auditivos (RIE), os
moldes se tornaram peças cada vez mais escassas na prática clínica, uma vez que estes
receptores deixam os aparelhos menores, mais discretos e muito potentes. Dependendo da
marca, tem receptores para perdas auditivas até severas, podendo chegar até profundas.

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UNIDADE I | Prótese Auditiva

Na ponta de cada receptor, é necessário o uso de Olivas, as quais fixam o receptor dentro
do conduto e auxiliam na melhor adaptação e conforto.

Os modelos de sonda são: Aberta, Fechada, Dupla e Power.

Figura 12 - Modelos de sonda

http://www.audioclean.com.br/audicao/aparelhos-auditivos-com-olivas-domos-estao-certos-para-meu-caso.
Acesso em: 12 jul. 2020.

A escolha da melhor sonda deve ser feita de acordo com a maior necessidade de vedação
da orelha, sendo necessário a avaliação da perda auditiva, do receptor e do tamanho do
conduto. Esses modelos possuem vários tamanhos, dando possibilidade de adequar ao
tamanho do conduto do usuário de aparelhos auditivo.

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REFERÊNCIAS

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AUDIOCLEAN: http://www.audioclean.com.br/audicao/aparelhos-auditivos-com-olivas-domos-estao-
certos-para-meu-caso. Acesso em: 12 jul. 2020.

Figura disponível em: http://4.bp.blogspot.com/-Ps9OmReRGhs/Ud75yk7t-TI/


AAAAAAAAAVI/0Mm7EZDADJc/s1600/neuroplasticidade+2.jpg. Acesso em: 8 ago. 2014.

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