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O DEFICIENTE AUDITIVO
UNIDADE I
PRÓTESE AUDITIVA
Elaboração
Hélen Kopper Brasil
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE I
PRÓTESE AUDITIVA............................................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1
PRÓTESES AUDITIVAS: COMPONENTES E CARACTERÍSTICAS.................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
MOLDES, PROCESSO DE MOLDAGEM E SONDAS......................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................33
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PRÓTESE AUDITIVA UNIDADE I
CAPÍTULO 1
PRÓTESES AUDITIVAS: COMPONENTES E
CARACTERÍSTICAS
Pessoas com perda auditiva têm, na maioria das vezes, dificuldade em escutar sons de
fracos. Porém, quanto mais grave a perda auditiva, maior a dificuldade. A deficiência
auditiva é considerada uma doença incapacitante e que pode acarretar ainda mais
problemas, como depressão e até um processo demencial. Por isso, para minimizar
esses efeitos, sistemas de amplificação têm sido desenvolvidos e aprimorados.
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
São próteses auditivas que ficam localizadas atrás do pavilhão auricular, onde um
tubo em forma de gancho liga a prótese ao conduto através de um molde (acrílico ou
silicone), ou através de um tubo fino com uma oliva na ponta, ou ainda com um fio ligado
a um receptor (RIE). Este tipo de prótese ainda é muito usado, já que são facilmente
adaptadas a graus de perdas auditivas variáveis de leve a profundo e permitem muitas
possibilidades de controles com uma estética aceitável. Têm o formato de uma vírgula,
podem ter diversos tamanhos, algumas com design bem avançado.
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
Como já vimos na introdução, uma prótese auditiva é um sistema que amplifica o som
ambiente para permitir sua audição por um indivíduo com uma perda auditiva. As
próteses são compostas de diversas partes e possuem vários controles que permitem
ajustar os parâmetros de amplificação (ou características eletroacústicas) para que o
usuário receba o som da forma mais adequada possível. (LOPES FILHO, 2013)
Microfone
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
Amplificador
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
O amplificador Classe B – push-pull, por sua vez, é caracterizado pela baixa distorção,
sendo capaz de fornecer um maior ganho, melhor resposta de frequências e maior saída
máxima, com menor consumo de pilha, do que o amplificador Classe A. Sua grande
desvantagem é o espaço necessário na prótese para sua construção. (LOPES FILHO, 2013)
Sendo assim, foi possível produzir próteses auditivas menores e mais eficientes.
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
Controle de volume
Outros aparelhos, por sua vez, não possuem nenhum tipo de controle de volume aparente.
Nestes casos, o volume é ajustado automaticamente dentro do aparelho conforme o nível
de sinal, em um sistema conhecido como controle automático de volume. O controle
automático de volume é um tipo de sistema de processamento automático de sinal e
será discutido adiante. (LOPES FILHO, 2013)
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
Controle de tonalidade
Controle de saída
Conforme foi referido, é importante que a prótese auditiva jamais se torne desconfortável
ao seu usuário. Assim, um parâmetro muito importante na adaptação é o controle da
saída máxima. (LOPES FILHO, 2013)
Existem basicamente dois modos de se realizar este controle: mediante a corte dos
picos de intensidade ou por meio da compressão. A compressão é como uma forma de
processamento automático de sinal e será discutida adiante.
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
O mesmo ocorre com as próteses auditivas. Quando os sons atingem o limite de saturação,
eles têm seus picos de intensidade simplesmente eliminados, enquanto os sons menos
intensos são reproduzidos normalmente. Este modo de amplificação é denominado
amplificação linear, pois a pressão sonora de saída da prótese aumenta na mesma medida
que a pressão de entrada até que o nível de saturação seja atingido. (LOPES FILHO, 2013)
Receptor
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
KHz. Seu maior problema, atualmente, em função de suas dimensões reduzidas, é evitar a
presença de picos de ressonância em frequências excessivamente altas (KILLION, 1993).
Além disso, os receptores saíram de dentro do aparelho auditivo e foram para dentro
do conduto em alguns modelos (RIE), isso fez com que os aparelhos auditivos ficassem
menores e mais discretos, mesmo em perdas auditivas muito grandes. Além de que, os
receptores têm vários tamanhos e consecutivamente várias potências, o que em pacientes
com perdas auditiva que estão progredindo facilita a possibilidade de não precisar trocar
de aparelho caso a perda auditiva venha aumentar muito. (LOPES FILHO, 2013)
A régua também auxilia na medida para definir qual o tamanho do tubo fino a escolher,
uma vez que, dependendo do caso, não há necessidade de molde, somente uma sonda
em casos de pacientes que não tem indicação de RIE.
Baterias
Hoje em dia existe algumas fontes de energia para o sistema funcionar. A pilha é uma
delas, sendo conceitualmente um reservatório de energia química que pode ser convertida
em energia elétrica quando desejado.
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
A grande vantagem das pilhas especiais usadas em próteses auditivas é o fato de elas
manterem uma tensão praticamente constante durante toda sua vida útil. Isto evita que
a saída e o ganho da prótese diminuam progressivamente, conforme a pilha se desgasta
(LOPES FILHO, 2013).
A duração das pilhas de prótese auditiva varia conforme o tipo do amplificador usado.
Já foi comentado que o amplificador Classe A, tem um consumo relativamente alto
em relação aos demais tipos de amplificadores. Isto acontece porque, neste tipo de
amplificador, o consumo é constante, não importando se há ou não som entrando na
prótese. Os amplificadores Classe B – push-pull, e Classe D, por sua vez, não consomem
em locais silenciosos, sendo o Classe D ainda mais econômico (KILLION, 1993). A maioria
das pilhas especiais utilizadas em próteses atualmente é do tipo zinco-ar. As pilhas de
zinco-ar são as mais usadas, pois têm custo menor e maior durabilidade. Possuem
pequenos orifícios que permitem a entrada de ar após a retirada de um selo de segurança,
o que faz com que comecem a funcionar. Seu inconveniente é, após a entrada de ar, não
ser mais possível evitar o desgaste, mesmo sem uso. (LOPES FILHO, 2013)
Existem ainda alguns outros tipos de pilhas para próteses auditivas, tais como os
acumuladores de níquel – cádmio, recarregáveis, ou as pilhas de óxido de prata. Entretanto,
estas pilhas são pouco usadas. (LOPES FILHO, 2013)
Uma outra bateria cada vez mais utilizada nos últimos tempos é a bateria de íons de
lítio. São os chamados aparelhos recarregáveis. Essa bateria é fixa dentro do aparelho
auditivo, não necessitando de abertura de gaveta para a troca. O que facilitou muito
o manuseio dos aparelhos principalmente para aqueles usuários que possui alguma
falta de habilidade para tal, como tremor, paralisia etc. Esses aparelhos acompanham
carregadores ligados à luz ou à pilha. O tempo de bateria para a utilização dos aparelhos
auditivos, bem como o tempo de carregamento varia de acordo com o fabricante. Outra
grande vantagem é que o próprio carregador já serve como desumidificador.
Entradas alternativas
Em algumas situações pode ser desejado que o som não entre através do microfone, mas
seja captado diretamente de um sistema específico para melhor aproveitamento. Este
é o caso típico do telefone e de alguns sistemas de áudio usados tanto para recreação
como na educação. Além disso, hoje em dia, os aparelhos auditivos possuem entradas
alternativas com conectividades de televisão e telefone celular, utilizando bluetooth
(LOPES FILHO, 2013).
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
Este sistema é importante no uso do telefone para alguns indivíduos e também permite
utilizar os chamados circuitos de indução eletromagnética em salas de aula, conferências
e determinadas salas de espetáculo (LOPES FILHO, 2013).
Algumas próteses auditivas também possuem encaixes para a adaptação de fios que
trazem sinais elétricos gerados por outros equipamentos de áudio, chamados de entrada
direta de áudio. Estes sinais são processados normalmente pela prótese auditiva.
(LOPES FILHO, 2013).
A grande vantagem tanto da bobina telefônica como da entrada direta de áudio é a redução
da interferência do ruído ambiente, fazendo com que o som de interesse chegue “limpo”
ao usuário. São importantes também na utilização de certos sistemas educacionais,
tais como o FM e determinadas formas de amplificação coletiva em salas de aula.
(LOPES FILHO, 2013)
Com a utilização cada vez maior dos smartphones e outras tecnologias como wireless e
o bluetooth, os aplicativos se tornam muito comuns no atendimento do telefone direto
pelo aparelho auditivo, bem como conectividades que fazem a função de microfone de
lapela, enviando o som diretamente ao aparelho auditivo, substituindo o sistema FM.
Sistemas de programação
As próteses auditivas programáveis permitem que o processamento do sinal acústico
seja controlado digitalmente. Isto pressupõe a existência de componentes específicos,
tanto dentro como fora da prótese. (LOPES FILHO, 2013)
Para permitirem o funcionamento deste tipo de prótese auditiva, além de todo circuito
normal da prótese, é necessário basicamente um sistema controlador e um sistema de
memória. A memória permite que os dados utilizados pelo controlador para regularem
os parâmetros de amplificação sejam disponíveis e modificáveis sempre que necessário.
(LOPES FILHO, 2013).
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
aparelhos auditivos. Hoje em dia a maioria dos programadores não necessitam de fio, ou
seja, a maioria dos aparelhos auditivos são programados via bluetooth , o que possibilita
também ajustes remoto, em usuários em outro ambiente ou até mesmo em outra cidade
utilizando a rede de internet de um telefone celular e o bluetooth dos aparelhos auditivos
e do smartphone.
Ganho acústico
Um indivíduo que tem dificuldade em escutar sons de baixa intensidade precisa que
estes sons sejam amplificados, conforme foi dito. Quanto maior a perda de audição,
maior será a amplificação necessária. A quantidade de amplificação fornecida por uma
prótese auditiva é o seu ganho acústico. (LOPES FILHO, 2013).
Tecnicamente, o ganho acústico é a diferença em decibéis entre o som que sai e o som
que entra na prótese auditiva. Desta forma, para uma prótese auditiva com 40 dB de
ganho, um som ambiente de 60 dB será fornecido ao usuário com uma intensidade de
100 dB. (LOPES FILHO, 2013).
O ganho de uma prótese deve ser fornecido pelo fabricante na ficha técnica que acompanha
a mesma. Entretanto, nenhuma prótese auditiva tem um ganho acústico perfeitamente
igual em todas as frequências e existem controles que permitem modificar este ganho.
(LOPES FILHO, 2013).
Assim, o ganho pode vir descrito como um valor único, representando toda a faixa de
frequências através de uma média ou de uma única frequência considerada representativa.
Idealmente, o ganho deve ser analisado por meio de um gráfico, representando o valor
de ganho em cada frequência para que possa ser verificado. (LOPES FILHO, 2013).
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
O ganho acústico fornecido por uma prótese auditiva para um determinado indivíduo com
algumas tecnologias pode ser verificado diretamente por meio de medidas específicas.
Quando o ganho de uma prótese é definido em termos da diferença dos limiares de
audibilidade em campo livre com e sem a prótese auditiva, dá-se a este valor o nome
de ganho funcional (COSTA; COLS., 1993). Porém este tipo de medida só é possível em
aparelhos analógico, uma vez que aparelhos auditivos de tecnologia digital possuem
filtros e tecnologias que amenizam os ruídos e focam na fala. (LOPES FILHO, 2013).
Já o ganho de inserção é uma simulação do resultado em uma orelha. Nas fichas técnicas
dos aparelhos auditivos, geralmente vêm os resultados em ganho de inserção ou acoplador
de 2ml.
Nos tempos mais atuais, a forma que temos de testar a eficácia imediata dos aparelhos
auditivos digitais é o teste com palavras (IPRF) com e sem aparelhos auditivos e também
o mapeamento de fala. O mapeamento de fala é o registro de cada frequência amplificada
pelo aparelho auditivo captada diretamente de dentro da orelha. Sendo assim, é possível
verificar se a fala está sendo amplificada em todas as frequências e se está de acordo
com a audiometria.
Resposta de frequências
Conforme foi comentado anteriormente, quanto maior o grau de perda auditiva, maior
a amplificação necessária. Entretanto, a maioria dos indivíduos com perda de audição
não possui exatamente o mesmo nível de audição em todas as frequências. Assim, cada
frequência necessitaria de um grau de amplificação diferente, representado por um ganho
acústico diferente. Por outro lado, nenhuma prótese auditiva apresenta exatamente o
mesmo ganho acústico para todas as frequências. (LOPES FILHO, 2013).
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
Variações na resposta de frequências das próteses auditivas permitem fornecer uma ênfase
nos sons graves ou agudos, por meio do destaque das baixas ou altas frequências em
relação ao todo do sinal complexo do ambiente. Esta resposta também pode ser alterada
em algumas próteses auditivas, conforme o necessário, mediante sistemas específicos
ou modificações acústicas nos moldes auriculares. (CARDOSO, 2007).
Saída máxima
Nos indivíduos com perdas auditivas, particularmente aqueles com perdas neurossensoriais,
o nível de desconforto não se altera na mesma proporção que o limiar de audibilidade,
fazendo com que os sons muito intensos sejam tão desconfortáveis para os mesmos
quanto são para indivíduos normais (recrutamento). (LOPES FILHO, 2013).
Assim, uma prótese auditiva não pode amplificar indefinidamente os sons, sob pena
de estes sons se tornarem insuportáveis. Do mesmo modo, todos os aparelhos sonoros
possuem limitações inerentes à sua construção que limitam a intensidade máxima que
conseguem reproduzir. (LOPES FILHO, 2013).
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
Assim, a saída máxima de uma prótese auditiva é o maior nível de pressão sonora que
ela deve ou é capaz de produzir. Novamente, a saída máxima é um dado que costuma ser
fornecido em uma frequência em particular ou por um gráfico, em função da frequência
nas fichas técnicas. (LOPES FILHO, 2013).
Figura 7. Saída máxima. Observa-se a saída máxima em 1000 Hz de aproximadamente 124 dB.
Se a saída máxima de uma prótese auditiva não for adequada, pode impedir a utilização
da prótese ou, ainda, gerar um deslocamento temporário, ou mesmo permanente, dos
limiares de audibilidade. (LOPES FILHO, 2013).
Distorção
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
Realimentação acústica
A realimentação acústica é um processo que ocorre quando o som liberado pelo receptor é
captado novamente pelo microfone da prótese auditiva, gerando um “apito” audível tanto
para o usuário da prótese (em alguns casos) como para aqueles que estão ao seu redor.
Este mesmo fenômeno é conhecido popularmente como “microfonia”. Este problema
é especialmente grave para aqueles indivíduos com perdas auditivas importantes, que
necessitam de grandes valores de ganho e, normalmente, os maiores problemas com
realimentação acústica ocorrem com próteses auditivas com ênfase nas altas frequências
(POLLACK, 1988). Entretanto, com técnicas adequadas, estes problemas podem ser
resolvidos na maior parte dos casos. (LOPES FILHO, 2013).
Nos aparelhos auditivos mais modernos, os softwares são capazes de filtrar as frequências
que estão tendo microfonia e cancelar esta realimentação.
Fichas técnicas
Como já citado, estes dispositivos padronizados podem ser peças de metal, denominados
acopladores, ou sistemas mais aperfeiçoados, como um manequim, o KEMAR (BURKHARD;
SACHS, 1975), que simula as características acústicas de um ser humano adulto normal.
Os acopladores são os sistemas normalmente utilizados para a confecção das fichas
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
Assim, em 1974, segundo Kasten e Franks (1986); Pollack (1988); Libby e Westermann,
(1988) e Staab e Lybarger (1994), foi introduzido o simulador de ouvido, com uma
cavidade de 1,2 ml (valor bem mais próximo do real nas orelhas adultas) e uma série
de outros dispositivos destinados a simular as características acústicas de uma orelha.
(LOPES FILHO, 2013).
Apesar disso, nenhum dos sistemas consegue fazer uma previsão exata dos resultados
obtidos com a prótese auditiva em um determinado indivíduo, pois inúmeros fatores
interferem nesta reposta. De uma forma geral, pode-se dizer que a interação entre cada
prótese e cada indivíduo é única e leva a resultados únicos. (LOPES FILHO, 2013).
Para que as fichas técnicas das próteses auditivas possam ser comparadas, é preciso
que tenham sido confeccionadas de um modo padronizado. Assim, as fichas técnicas
são construídas de acordo com normas nacionais ou internacionais que padronizam as
medidas a serem apresentadas e o modo de realizá-las.
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
Sistema de compressão
O modo como as alterações são feitas é descrito por meio das características estáticas
da compressão: limiar de compressão que representa o menor nível de pressão sonora
de entrada na prótese que ativa o sistema; e razão de compressão – que demonstra a
proporção de redução do ganho a partir do limiar de compressão.
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
Os sistemas de compressão são sistemas que funcionam no tempo. Assim, além das
características estáticas, os sistemas de compressão também podem ser analisados em
função de suas características dinâmicas. As características dinâmicas dizem respeito ao
tempo que o sistema leva para ajustar o ganho após verificar um nível de sinal excessivo
(tempo de ataque), e o tempo que o ganho leva para voltar a seus níveis habituais após
a redução do sinal ambiente (tempo de recuperação). (LOPES FILHO, 2013).
Para evitar que sons muito intensos atinjam o indivíduo e provoquem o desconforto, o
tempo de ataque costuma ser muito curto (entre 1 e 10ms). Já o tempo de recuperação
costuma ser mais longo, podendo atingir mais de 1s, para evitar redução de inteligibilidade
e oscilação demasiada do ganho do aparelho. (LOPES FILHO, 2013).
Importante ainda ressaltar que os sistemas de compressão podem atuar tanto em toda
a faixa de frequências da prótese auditiva, da mesma maneira como só em uma faixa
determinada, ou de formas diferentes nas diversas faixas.
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
Expansão
Sistema aplicado em aparelhos digitais, em que é fornecido mínimo ganho para sons
de baixa intensidade, máximo ganho próximo ao limiar de compressão e um ganho
progressivamente menor para os sons acima do limiar de compressão estabelecido.
Sendo assim, sons muito fracos (ruídos ambientais e de funcionamento da prótese) têm
pouca amplificação, reduzindo a possibilidade de incômodo.
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CAPÍTULO 2
MOLDES, PROCESSO DE MOLDAGEM E SONDAS
Além disso, deve ser esteticamente aceito pelo seu usuário e confortável, para ser
utilizado por longos períodos. Moldes auriculares são parte importante no processo
de seleção e adaptação de próteses auditivas. Se as funções descritas anteriormente
não forem satisfatoriamente realizadas, a prótese auditiva pode não ser usada pelo
deficiente auditivo. (ALMEIDA; LÓRIO, 2003).
Neste capítulo, quero fornecer noções básicas e práticas sobre os moldes auriculares,
ressaltando a seleção do tipo e das características dos moldes; as modificações
acústicas que podem ser realizadas e a confecção da impressão.
Histórico
No final da década de 20, um dentista usuário de prótese auditiva, Mayer Schier,
confeccionou seu próprio molde auricular sob medida, que ficou conhecido como molde
regular.
A partir daí, surgiram firmas que confeccionavam moldes de tamanhos diferentes, com
individualização das orelhas. Estes moldes eram fabricados com material de borracha e
mais tarde passaram a fazer uso do plástico, até chegarem aos moldes hipoalergênicos
de acrílico ou silicone, utilizados nos dias de hoje.
Com a invenção das próteses auditivas retroauriculares, grande importância foi dada
aos moldes auriculares individuais, não só em relação aos aspectos estéticos, mas,
principalmente, às modificações acústicas.
Tipos de molde
Canal
Tem toda a área da concha e da hélix removida restando apenas o canal. É discreto
e fácil de inserir, mas a retenção no meato acústico externo pode ser um problema,
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
Invisível simples
A área da hélix e parte da concha são removidas, tornando-o mais fácil de ser inserido
e retirado da orelha. Por isso, é especialmente indicado para idosos ou pessoas com
problemas de destreza manual. Molde bastante utilizado, porque veda com eficiência
o meato acústico externo, deixando um espaço aberto na concha, o que o torna mais
estético.
Invisível duplo
A duplicidade das hastes permite maior fixação e estabilidade. É similar ao molde concha,
sendo removida a parte central, fornecendo melhor conforto e menor volume.
Concha
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
De forma geral, quanto maior o grau da perda auditiva, maior deverá ser o ganho
acústico da prótese e, consequentemente, maior a necessidade de vedação acústica
(já que a ocorrência de microfonia é diretamente proporcional à potência da prótese).
Material de molde
Os materiais tradicionalmente utilizados são o acrílico e o silicone.
Modificações acústicas
As modificações nos moldes auriculares têm como finalidade incrementar o ganho
acústico da prótese, promover melhor inteligibilidade de fala e/ou facilitar o processo
de adaptação do usuário, tornando a amplificação mais natural. Qualquer modificação
nos moldes poderá alterar a curva de resposta das próteses auditivas, independente da
posição de seus controles internos.
Ventilação
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
Sua função é suavizar as respostas das frequências médias de 1000Hz a 3000Hz. São
utilizados nos tubos plásticos dos moldes auriculares e, mais frequentemente, nos
ganchos das próteses retroauriculares.
Efeito corneta
Consiste num tubo em forma de corneta, com aumento gradativo de diâmetro, que
enfatizará as altas frequências.
A limpeza deve ser feita lavando-se os moldes com água e sabão neutro, somente.
Podemos também utilizar uma escovinha para facilitar a remoção de resíduos acumulados
e, depois de lavados, os moldes devem estar completamente secos (inclusive o interior
do tubo plástico), antes de serem reconectados às próteses auditivas.
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
Em relação à troca dos moldes, em média costuma ser necessário a cada 1 (um) ano
para adultos, a cada 6 (seis) meses para crianças em idade escolar e a cada 3 (três)
meses para crianças pequenas, devido ao crescimento acelerado. Mas sempre que
houver danos nos moldes, mudança nos limiares auditivos, mudança brusca de peso
(sim, o meato muda de tamanho com ganho ou redução de peso!), crescimento da
orelha externa ou alargamento do meato acústico pelo uso do próprio molde, se faz
necessária a troca dos moldes.
Além disso, o tubo plástico que conecta os moldes às próteses auditivas deve sempre
estar flexível, transparente e em bom estado, devendo ser trocado a cada 3 (três) meses,
aproximadamente.
O processo de moldagem
Agora que você já entende um pouco mais sobre os moldes auriculares, vamos discutir
sobre como a impressão deles deve ser feita, já que dela dependerá a qualidade final
dos moldes.
Você precisará de: otoscópio, tampão (feito de algodão ou espuma preso a uma linha
resistente, como fio dental), lanterna com ponta de acrílico, seringa e massa para
pré-moldagem (a base de acrílico ou de silicone).
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
» Pedir ao paciente que fale ou mastigue enquanto o material enrijece; isso assegurará
uma adaptação mais confortável dos moldes.
» Remover a impressão iniciando pela hélix, girando levemente para frente, soltando
a concha e, por último, o conduto.
Observe a imagem abaixo, pois o primeiro molde não atingiu a segunda curva, no segundo
há espaços vagos, no terceiro, há falta de preenchimento, o quarto não atingiu a segunda
curva, o quinto possui uma fenda interna, no sexto há espaços vagos, no sétimo falta
preenchimento, e no ultimo falta preenchimento da segunda curva.
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Prótese Auditiva | UNIDADE I
Para que o processo de pré-moldagem fique mais claro, sugiro que assistam ao vídeo
“XtremeEars: Pré-moldagem do Ouvido”, disponível no seguinte link:
http://www.youtube.com/watch?v=88B5PpCmAUU.
Algumas crianças se sentem seguras se permitimos que elas brinquem com o otoscópio,
lanterna e seringa antes do processo de impressão. Além disso, a massa excedente pode
lhe ser dada como “massinha de modelar”. O objetivo é estabelecer uma relação de
confiança com a criança, para que futuras impressões ocorram tranquilamente.
Sondas.
Com o lançamento dos aparelhos com receptor dentro do conduto auditivos (RIE), os
moldes se tornaram peças cada vez mais escassas na prática clínica, uma vez que estes
receptores deixam os aparelhos menores, mais discretos e muito potentes. Dependendo da
marca, tem receptores para perdas auditivas até severas, podendo chegar até profundas.
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UNIDADE I | Prótese Auditiva
Na ponta de cada receptor, é necessário o uso de Olivas, as quais fixam o receptor dentro
do conduto e auxiliam na melhor adaptação e conforto.
http://www.audioclean.com.br/audicao/aparelhos-auditivos-com-olivas-domos-estao-certos-para-meu-caso.
Acesso em: 12 jul. 2020.
A escolha da melhor sonda deve ser feita de acordo com a maior necessidade de vedação
da orelha, sendo necessário a avaliação da perda auditiva, do receptor e do tamanho do
conduto. Esses modelos possuem vários tamanhos, dando possibilidade de adequar ao
tamanho do conduto do usuário de aparelhos auditivo.
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REFERÊNCIAS
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certos-para-meu-caso. Acesso em: 12 jul. 2020.
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Referências
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