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1ª Edição
Brasília/DF - 2020
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marjorie Gonçalves Andersen Trindade, CRB-1/2704
A525e
99 p.
Recurso online: e-book
Modo de acesso: world wide web
ISBN 978-65-89227-11-3
CDU 658
Autores
KOFFI DJIMA AMOUZOU
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático........................................................................................................................................4
Introdução...............................................................................................................................................................................6
Capítulo 1
TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES.............................................................................8
Capítulo 2
DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE
SUPRIMENTOS.............................................................................................................................................................. 33
Capítulo 3
NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS............................................................................. 48
Capítulo 4
MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO................................... 61
Capítulo 5
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS............................................... 71
Capítulo 6
CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA
CADEIA DE SUPRIMENTOS....................................................................................................................................... 85
Referências........................................................................................................................................................................... 99
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também,
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem,
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio.
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas
conclusões.
4
Organização do Livro Didático
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Saiba mais
Sintetizando
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
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Introdução
Se você perguntasse a um amigo onde se encontra o maior número de administradores, ele
provavelmente responderia: “nas fábricas”. Contudo, podemos observar que encontramos mais
administradores nas empresas prestadoras de serviços do que nas fábricas e em outros tipos de
indústria em geral. Note que um em cada quatro empregados em logística, recursos humanos,
marketing, finanças, corretores de imóveis e seguros estão classificados como administradores.
Em outras palavras, são necessários administradores em todas as organizações, sejam micro,
pequenas e grandes empresas.
Mas a questão que se coloca aqui é: o que fazem os administradores nas empresas?
Provavelmente você deve responder que eles tomam as decisões na empresa, identificando
os problemas e projetando as estratégias para minimizar as incertezas do futuro, garantindo,
assim, o futuro da empresa por meio de desenvolvimento de estratégias competitivas e
sustentáveis de planejamento, gestão e controle das operações.
O conteúdo deste Livro Didático consolida todos os conceitos estudados nas disciplinas da
grade curricular do curso para permitir ao egresso produzir relatórios de estudo de casos
empresariais, trabalhos de consultoria, e análise de informações para tomada de decisão.
Os seis capítulos aqui desenvolvidas destacam os instrumentos de tomada de decisão
com base nos conceitos de análise, diagnóstico, planejamento e controle necessários para
administradores tomarem decisões certas e reduzir o risco de retorno sobre investimentos.
6
Objetivos
» Entender com todos os detalhes possíveis os métodos PEPS, UEPS e CUSTO MÉDIO.
» Identificar os níveis de atividade ou de produção que uma empresa deve alcançar ´para
obter lucro.
7
CAPÍTULO
TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO
NAS ORGANIZAÇÕES 1
Apresentação do capítulo
Todos os setores da administração de empresas exigem decisões. Na verdade, pode-se dizer que
administrar é tomar decisões. Se você não consegue tomar decisões eficazes, provavelmente
será um péssimo administrador. Como muitas decisões se relacionam ao planejamento de
soluções, colocamos o processo de tomada de decisão nas organizações neste primeiro capítulo
de disciplina de Estudo de Casos Empresariais como um instrumento de gestão eficaz nas
organizações.
Para tanto, serão discutidos neste capítulo cinco conceitos importantes de gestão estratégica
de negócios:
Objetivos do capítulo
Com certeza, você já tomou algum tipo de decisão importante na sua vida, como, por exemplo,
a decisão sobre o que fazer depois que terminou o nível médio, ou qual curso deve fazer na
universidade. Na verdade, todas as pessoas devem tomar decisões, tanto indivíduos como
administradores, e isso se refere ao aproveitamento de oportunidades e à resolução de problemas.
Cada um de nós toma muitas decisões diariamente. Temos que decidir quando levantar, quais
8
TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
roupas usar, o que comer, aonde ir, como chegar, além das inúmeras decisões no trabalho ou na
faculdade. A maioria dessas decisões, segundo Megginson (2015), estão na categoria de rotineiras
e não exigem muito esforço analítico. Ocasionalmente, entretanto, aparece uma escolha que
apresenta risco maior e, portanto, exige maior empenho do que decisões rotineiras.
Dessa forma, é importante entender o que é tomar decisões empresariais nas organizações em
que trabalhamos ou pretendemos trabalhar.
Note, então, que na Figura 1, existem os vários aspectos dessa definição. Primeiro, a tomada de
decisão envolve uma escolha consciente, não uma reação involuntária ou inconsciente; segundo,
deve haver duas ou mais alternativas disponíveis, ou não haverá necessidade de decidir; terceiro,
o rumo de ação escolhido leva ao resultado desejado.
ESCOLHA
CONSCIENTE
TOMADA DUAS OU
RESULTADO MAIS
DE ALTERNATIVAS
DESEJADO
DECISÃO DISPONÍVEIS
RUMO DE
AÇÃO
ESCOLHIDO
Você sabia que o método mais amplo de classificar as decisões é verificar se a decisão é ou
não programada, como mostrado na Figura 2?
9
CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Programada
Não
programada
Método de
Classificar as
decisões
Decisões programadas
As decisões são consideradas programadas quando são rotineiras e repetitivas. Assim como
ilustrado na Figura 3, o administrador, para facilitar a tomada de decisão, estabelece diretrizes
sistemáticas para enfrentar situações que exigem uma decisão.
Rotineiras
Decisões
Programadas
Repetitivas
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TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
» Decisões sobre a quantidade de itens a serem pedidos quando o nível do estoque atinge
certo ponto em uma mercadoria.
» Decisões sobre a ação disciplinar a ser tomada contra um empregado que trabalhe
embriagado.
As decisões não programadas são aquelas que não ocorrem com frequência e, por
causa de variáveis diversas, exigem uma resposta separada cada vez que ocorram.
(MEGGINSON, 2015).
» No caso de uma vaga de um cargo, quem deve ser promovido a gerente de um dos
escritórios da empresa.
» De que forma programar as férias dos empregados, no verão, levando em conta seus
pedidos, e de modo que o departamento funcione 90% de sua capacidade todas as
semanas.
11
CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Saiba mais
Tomar decisões é uma maneira natural de agir para os administradores, e a qualidade das decisões torna-se um
fator preponderante na maneira pela qual a alta administração visualiza o desempenho dos níveis inferiores da
organização.
As decisões recebem muita cobertura nos meios de comunicação e têm papel fundamental em nossas vidas.
Porém, não são unicamente os altos executivos das empresas que tomam decisões consideradas importantes. Os
administradores de nível médio e baixo também enfrentam essas decisões.
De acordo com Megginson, 2015, a capacidade de tomar decisões eficazes é um fator primordial para subir aos
escalões mais altos da administração. Um estudo feito por Norma Carr-Ruffino, mostra que 110 administradores de
alto nível entrevistados identificaram a capacidade de tomar decisões e solucionar problemas como o segundo fator
mais importante que as levaram a atingir sua posição atual (MEGGINSON, 2015).
Você deve ter deparado com várias situações em que ocorrem processos de tomada de
decisão em empresas em que pessoas se tornaram heróis como os casos de controladores
de voo e inspetores de aeronaves, por exemplo, que tomam diariamente decisões de vida
ou de morte.
Importante
Lembre-se de que a capacidade de tomar decisões eficazes é um fator primordial para subir aos escalões mais altos
da administração. As organizações estão aumentando o uso do trabalho em equipe na tomada de decisões e na
resolução de problemas.
Uma das primeiras coisas a fazer ao tentar tomar uma decisão é saber por onde começar para
que sua decisão seja eficaz. Portanto, não existe um procedimento certo ou errado para se tomar
uma decisão, a única coisa que podemos fazer é evitar erros nas decisões que tomamos.
Veja bem, o chefe de departamento de logística da Amazon ou do Walmart tem que pensar
transfuncionalmente, e focalizar nas atividades-fim que agreguem mais valor à empresa
12
TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
para tomar uma decisão sobre criação de novos centros de distribuição (CD) numa política
de ampliação dos negócios da empresa em determinada região do Brasil, relacionando os
demais setores, encontrando soluções aos problemas tais como:
» Quantidades de pedido.
» Seleção de funcionários.
» Produção e distribuição.
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CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Reconheça o
problema ou
oportunidade
Avalie os Elabore
resultados da alternativas
decisão de ação
Escolha e
implemente a Avalie as
alternativa alternativas
preferida
Um erro que muitos cometem é observar sintomas e tratá-los como causas. Vejamos o exemplo
de uma empresa. Suponha que você tem uma miniempresa e seu lucro caiu bastante nos últimos
meses. Você seria muito ingênuo se fizesse suposições sobre as causas sem uma investigação (a
não ser que haja prova concludente de que um fator óbvio causou o problema – por exemplo:
um desastre natural ou um concorrente que é agora seu vizinho). De acordo com Megginson
(2015), as causas possíveis podem incluir as seguintes:
» Custos mais altos (aumento do aluguel, das taxas públicas, da folha de pagamento,
horas extras).
14
TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Além dessas, pode haver outras causas. Os administradores eficazes, ao tomar decisões,
reconhecem a importância de compreender e definir adequadamente uma situação. Essa
abordagem é a base do método de tomada de decisão de Kepner-Tregoe, aplicada à resolução
de problemas.
Reconhecimento
do
problema
Definição de
qual é o
Tomar a
problema, e
decisão
não do que
não é.
Procurar a
Prioridade
relação de
do
causa e
problema
efeito
Desde que você tenha definição e compreensão claras da situação, estará em condição de
gerar alternativas. Lembre-se de que: se não houver escolha de alternativas, não há decisão a
ser tomada. O desenvolvimento de assessores, grupos ou outras pessoas interessadas, pode
levar à elaboração de alternativas que o administrador talvez não tivesse possibilidade de
identificar sozinho.
Havendo muitas alternativas, será necessário usar uma árvore de decisão, como mostrado na
Figura 6. Mas o que é uma árvore de decisão?
15
CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
A1R1
A1
A1R2
A2 Fora de Cogitação
A3R1
S A3
A3R2 A3
A3R3
A4
A4R1
Vale lembrar aqui que mesmo que o administrador fosse capaz de pensar em todas as
alternativas possíveis, algumas não poderiam ser usadas, pelas seguintes razões destacadas
a seguir:
» A exiguidade de tempo para tomar a decisão talvez não permita uma busca de todas
as alternativas.
» A alta administração já pode ter dado a entender que certas alternativas estão fora de
cogitação como mostrado na Figura 6.
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TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Uma abordagem usada para avaliar as alternativas é designar para um indivíduo uma ou mais
alternativas, que, então, identifica os prós e os contras e os apresenta a quem for tomar a decisão
final. Dessa forma, uma pessoa, ou talvez uma equipe, será responsável pela exploração total da
alternativa como uma decisão em potencial.
Entretanto, há vários instrumentos que não serão detalhados aqui, tais como: programação
linear que será vista em um capítulo desta disciplina, já que não temos pesquisa operacional na
matriz curricular, teoria das filas, já vista na disciplina de Administração da Produção, análise
de regressão linear, vista em Estatística, que podem ser usados para avaliar as alternativas. Mas
saiba que a intuição também pode ser eficaz.
Depois de tomar e implementar uma decisão, o trabalho não está terminado. Agora, você
deve desempenhar a função de “controle”. Isto é, deve avaliar se a implementação está
ocorrendo sem tropeços, ou de acordo com o previsto e se os resultados desejados estão
sendo atingidos. Se a decisão apresentar defeitos, não há nenhuma regra que imponha sua
manutenção. Muitas vezes, custa menos admitir ter tomado uma decisão errada, e voltar
atrás, do que tentar salvar a reputação e o amor próprio, levando adiante uma decisão que
não vai atingir o objetivo. Isso pressupõe, naturalmente, que a decisão não seja irreversível.
Se for, você terá que mantê-la e fazê-la vingar.
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CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Atenção
O feedback, sob a forma de avaliação de resultados, permite modificar a decisão ou tomar outra, se a original estiver
errada.
Você deve se lembrar de que a procura de alternativas é bastante influenciada pela maneira
como o administrador define ou encara a situação. Por exemplo, suponha que as vendas do
varejo do Pão de Açúcar estão diminuindo e a causa parece ser a baixa motivação do pessoal
de vendas.
» Chegar até os clientes não só através dos vendedores, mas, também, por outros meios,
como catálogos de mala direta;
Nesse exemplo aqui, cabe aos gerentes de Pão de Açúcar, desenvolver e implementar todas as
etapas do processo de tomada de decisão para chegar à decisão mais viável, usando todos os
instrumentos possíveis.
Importante
Quase todas as decisões na administração exigem alguma criatividade, que, por sua vez, usa conhecimento,
avaliação, inovação e inspiração para converter algo em outra coisa qualquer. Quanto maior o nosso conhecimento,
temos mais ideias; quanto mais ampla nossa experiência, temos mais imaginação; se temos mentes mais abertas
para explorar novas ideias, será maior a nossa criatividade. Então, a ideia nova deve ser avaliada e desenvolvida até
chegarmos a uma alternativa útil.
Raramente os administradores tomam decisões sem envolver outras pessoas, de uma forma
ou de outra. Esse envolvimento pode ser formal, como na decisão em grupo, ou informal,
pedindo sugestões. Essa ajuda pode ocorrer em qualquer etapa do processo de decisão.
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TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Alguns administradores concordam plenamente que as decisões tomadas por grupos, como
as comissões, são mais eficazes porque usam o conhecimento diferenciado de mais uma
pessoa. Outros evitam completamente o envolvimento grupal, achando que o processo
assim é mais vagaroso e embaraçoso, levando, muitas vezes, as decisões diluídas para tentar
acomodar todos os pontos de vista.
Para tanto, a seguir vamos entender melhor que vantagens e desvantagens implicam o
envolvimento do grupo na tomada de decisão e quais as principais técnicas ou instrumentos
podem ser usados para obter mais vantagens ao tomar decisões em grupo.
Existem várias razões a favor do envolvimento grupal no processo de tomada de decisão, entre
elas, encontramos:
MAIOR
QUANTIDADE DE
CONHECIMENTO
PONTOS DE
MAIOR
VISTA MAIS
APOIO
AMPLOS
VANTAGENS
DA TOMADA
DE DECISÃO
GRUPAL
INTERAÇÃO ACEITAÇÃO
DE PONTOS DE
DE VISTA MAIORES
DIFERENTES RISCOS
MAIOR
CRIATIVIDADE
19
CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Ainda assim, a tomada de decisão grupal apresenta algumas desvantagens que não podemos
aqui descartar:
» Maior dispêndio de tempo e de esforço. As decisões grupais são mais caras em relação
a tempo e esforço.
DESPERDÍCIO
DE TEMPO E
ESFORÇO
DESVANTAGENS
DA DECISÃO
GRUPAL
IRREPONSABILIDADE
DECISÕES DO GRUPO EM
INDESEJÁVEIS IMPLMENTAR
AS DECISÕES
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TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Técnica
Delphi
Técnica
Indicador
Nominal de
Myers-Briggs
Grupo TNG
Técnicas
Modelo
Vroom-Yetton de Decisão Brainstorming
Grupal
Advogado do
Consenso
Diabo
Indagação
Dialética
Com certeza você deve ter ouvido falar em situações diferentes de algumas dessas técnicas,
entretanto, nós as abordaremos com todos os detalhes possíveis aqui. Essas técnicas são
citadas na Figura 9 somente para você saber de que se trata cada uma, apenas definiremos;
na maioria das vezes elas são usadas em treinamento de equipes.
Técnica Delphi
É um processo estruturado pelo qual pequenos grupos (de cinco a nove membros) fazem
sugestões e depois discutem-nas todas até chegar a uma decisão. Nesta técnica, cada participante
anota as sugestões, que depois são colocadas em um quadro, uma de cada vez, sendo, então,
discutidas e votadas, em votação secreta, até se chegar a um consenso.
Brainstorming
Envolve um pequeno grupo de empregados criativos em uma reunião para gerar ideias, sob
condições rigidamente controladas. Todos são encorajados a apresentar ideias, mesmo que
21
CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
sejam incomuns e devem se abster de criticar as ideias dos outros. As ideias são registradas e
discutidas em reuniões posteriores até se chegar a uma decisão.
Consenso
Indagação dialética
Método no qual os grupos são designados para desafiar os valores e suposições subjacentes,
associados com a definição da situação. A indagação dialética começa tipicamente pela
identificação da visão predominante da situação, da forma pela qual o grupo a vê. Então,
pede-se a um grupo diferente para desafiar essas suposições, definindo outra situação que é
também importante e deveria receber a atenção do grupo. Isso força o administrador e os outros
envolvidos a reconsiderar suas suposições sobre a importância da situação.
Advogado do diabo
Método em que alguém assume o papel de desafiar as suposições e declarações feitas pelo
grupo. Essa pessoa força o grupo a repensar sua abordagem da situação e evita um consenso
prematuro ou suposições irreais, antes de encontrar a solução do problema.
Modelo Vroom-Yetton
Ele tenta identificar quando os subordinados devem ser envolvidos na decisão ou resolução
de um problema, e até que ponto devem participar. Supõe que uma decisão eficaz é
alcançada em função da qualidade da informação disponível, da importância da aceitação
dos subordinados e do tempo que leve para ser tomada.
Para refletir
Na tomada de decisão o método usado também sofre a influência do tipo ou estilo pessoais de se dar solução a
um problema. De acordo com o Indicador Myers-Briggs, que veremos adiante os indivíduos têm duas maneiras de
perceber a informação e duas maneiras de avaliá-las.
A Tabela 1 define cinco alternativas de estilo de participação, desenvolvidos por Vroom e Yetton. Há duas abordagens
autocráticas (A e B), duas abordagens consultivas (C e D) e uma abordagem de consenso em um grupo (E). Essas
cinco abordagens representam os vários graus de participação que um administrador usa ao tomar uma decisão.
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TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
ESTILO DE
DESCRIÇÃO
PARTICIPAÇÃO
Importante
Não há dúvidas de que em certas ocasiões o administrador não terá todo o conhecimento ou toda a informação
necessária para tomar uma decisão inteligente sem a ajuda dos outros. Em outras situações, o administrador pode
conhecer tão bem a situação que ganharia muito pouco com o envolvimento de outros na tomada de decisão.
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CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Compra de
um novo
equipamento
ou instação
Adição ou
eliminação de Substituição
um produto de um
ou linha de equipamento
produto
Decisões de
Investimento
Fechamento
Temporário Produzir ou
ou Abandono comprar
de uma planta
Arrendar e
comprar
As decisões de investimento são normalmente feitas com relação à menor taxa aceitável de
retorno sobre o investimento, isto é muitas vezes, referido como taxa “limiar” de retorno. Como
ponto de partida, a taxa limiar de retorno pode ser considerada como o custo do capital investido,
necessário para subscrever às despesas. Certamente, um investimento não será feito caso ele
não retorne, no mínimo, o custo do capital.
24
TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Existem diversos métodos para avaliar alternativas de investimento, entretanto, os três mais
importantes a serem destacados são:
» Período de payback.
Valor
Presente
Líquido
Métodos para
Avaliar
Alternativas
de
Taxa
Interna de
Investimento Período
de
Retorno Payback
O valor presente líquido é utilizado comumente em negócios. Com esse método, as decisões
são baseadas na quantia pela qual o valor presente de uma série projetada de renda excede
o custo de um investimento.
1 1 1 1
VPn =R + + +…+
1+i 1+i 2 1+i 3 1+i n
VPL = VPn - Vo
Onde:
VPn = Valor Presente de uma anuidade de n anos
V0 = O investimento inicial
R = Recebimento periódico
n = duração de anuidade em anos
i = custo do capital ou taxa de juros
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CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Período de Payback
A taxa interna de retorno, ou TIR, pode ser definida como a taxa de juros que iguala o valor
presente de um fluxo de renda com os custos de um investimento. Não há nenhum procedimento
ou fórmula que possa ser usado diretamente para calcular a taxa interna de retorno. Ela deve ser
encontrada por interpolação ou avaliação interativa (em outras palavras, tentativa e erro, que
pode ser facilmente desenvolvida com o auxílio de um computador.)
Para refletir
Retorno líquido é o lucro gerado pelo investimento após o lucro bruto ter sido reduzido do custo dos fundos,
utilizados como financiamento. Em geral, os investimentos não devem ser feitos a menos que o retorno em fundos
exceda o custo marginal do investimento de capital (custo marginal é o custo incremental de cada nova aquisição de
fundos de fontes externas).
Para ilustração de um exemplo prático, suponha que uma firma está avaliando duas
alternativas de investimento: Alternativa A custa R$30.000,00 e a segunda, alternativa B,
custa R$50.000,00. Os fluxos de caixa de entrada para os rendimentos esperados em cada
uma das alternativas são mostrados na Tabela 2:
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TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Para escolher qual é a melhor alternativa, precisamos determinar qual delas possui o maior
valor presente líquido. Para este cálculo, precisamos de custo do capital; vamos supor que
este seja 8%.
Resolução
Análise da alternativa A
Vamos usar a equação do Valor Presente para determinar o Valor Presente Líquido. Se
considerar aqui que os recebimentos periódicos são constantes no valor de R$10.000,00 ao
longo de cinco anos, e que o custo do capital é de 8% a.a.
1 1 1 1 1
VP5 =10.000 + + + + 5
(1+0,08 ) (1+0,08 ) (1+0,08 ) (1+0,08 ) (1+0,08 )
2 3 4
Análise da alternativa B
Vamos adotar os mesmos procedimentos usados na A para calcularmos o VPL do Projeto B
1 1 1 1 1
VP5 =15.000 + + + + 5
(1+0,08 ) (1+0,08 ) (1+0,08 ) (1+0,08 ) (1+0,08 )
2 3 4
Tomada de decisão
27
CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
» Sentidos versus
» Intuição
» Pensamento versus
» Sentimento
Sentidos
Sentimento
MBTI Intuição
Pensamento
28
TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Sentidos
Intuição
Pensamento
Sentimento
Por outro lado, os que confiam e preferem os sentimentos, ou usam processos inatos que
levem em conta os valores e crenças próprias ou de outros, tendem a ser aptos a trabalhar
com outras pessoas e têm sucesso em aplicar suas habilidades em relações humanas e
interpessoais. Essas pessoas são discretas e compreensivas e têm a capacidade de simpatizar
com os problemas e sentimentos dos outros. Os sentimentos entram em ação quando é
necessário examinar os valores e éticas dos outros, bem como o impacto que a decisão final
terá sobre eles. Isso garante sensibilidade na seleção de alternativas e em sua implementação.
29
CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
» Defensor
» Explorador
» Reator
» Pesquisador
Defensor
Estratégias
do Modelo
Pesquisador adaptativo Explorador
de Miles e
Snow
Reator
Estratégia do defensor
Ela enfatiza os produtos existentes e a porção do mercado atual, sem procurar crescer e se
expandir. Adapta-se melhor a ambientes estáveis e talvez a empresas em declínio. Os defensores,
como pequenos varejistas locais e empresas de serviço, tentam manter seus domínios de
operação quase sem modificações durante certo tempo. Portanto, muitos podem declinar a
longo prazo, em face da concorrência de cadeias nacionais e de franquias.
Estratégia de explorador
Procura inovação e novas oportunidades com riscos, mas, também, expectativas de
crescimento. Essa estratégia se adapta melhor a ambientes dinâmicos e de crescimento
rápido. Um explorador, como a Sony, do Japão, ou a Philips, da Holanda, está quase sempre
na liderança, desafiando sua indústria ao usar a nova tecnologia para criar produtos. Os
concorrentes, então, devem responder a esse desafio.
30
TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES • CAPÍTULO 1
Estratégia do reator
Estratégia do pesquisador
Atenção
Embora as quatro dimensões da personalidade usem as duas maneiras de percepção sentido versus intuição, Myers-
Briggs afirma que desde os primeiros anos de vida desenvolvemos preferência por um dos métodos. Portanto, temos
tendência a usar nossa função favorita e desprezar a que nos agrada menos. Assim, as pessoas desenvolvem um
conjunto de traços baseado na preferência pelos sentidos ou pela intuição.
31
CAPÍTULO 1 • TÉCNICAS DE TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Atenção
As diferentes abordagens para enfrentar desafios e oportunidades afetarão o estilo de decidir de toda uma
organização, da mesma forma que os administradores de nível mais baixo são afetados pela filosofia dos que estão no
alto. Porém, mesmo a estratégia mais prudente e um método de tomada de decisões aparentemente eficaz ainda não
são a resposta toda. Às vezes, não há resposta certa, e qualquer que seja a decisão da empresa, estará errada.
Reflexão crítica
Quais decisões as seguintes pessoas poderiam ter que tomar: segurança de banco, caminhoneiro,
engenheiro de manutenção, empregado de loja, enfermeira de hospital.
Sintetizando
Neste capítulo aprendemos todas as abordagens do processo decisório, que é a seleção consciente de um rumo de
ação entre várias alternativas disponíveis para se chegar a um resultado. E que todo o pessoal e mais especialmente
um administrador, devem tomar decisões. Vimos os conceitos de tomada de decisão, destacamos as etapas do
processo de tomada de decisão, identificamos o comportamento das pessoas envolvidas no processo de tomada
de decisão grupal, analisamos os métodos de tomada de decisão econômica e, por fim, explicamos os métodos de
alguns estilos populares de tomada de decisão.
32
CAPÍTULO
DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO
DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA
CADEIA DE SUPRIMENTOS 2
Apresentação do capítulo
Entretanto, para se tomar uma decisão com redução dos riscos operacionais de perdas, é
imprescindível usar indicadores que permitam a medição do desempenho ou da performance
da empresa por meio de indicadores de controle do processo de produção. Assim, para garantir
uma redução de custos operacionais na cadeia de suprimentos, logística e transportes, por
exemplo, é imprescindível uma gestão correta de estoques, da armazenagem, do tempo médio
de entrega das mercadorias, do giro de estoque, o ciclo de pedido, da quantidade ideal de pedido
no processamento de pedidos e compras e outros indicadores, mantendo a quantidade dentro
dos limites mínimos, permitidos para atender à demanda sem ruptura de produção.
A gestão do estoque, por exemplo, é uma das atividades mais importantes do processo de
produção da cadeia de suprimentos, já que os produtos representam um capital investido e são
ativos circulantes, qualquer falha na gestão de estoque levará à perda dos ativos, para tanto, os
melhores métodos de gestão de estoque devem ser muito bem conhecidos pelos gestores. Além
disso, os indicadores de desempenho como, por exemplo, o giro de estoque, o custo por pedido,
a taxa de atendimento por pedido, custo de transporte por vendas e outros, são indicadores
relevantes para se medir o desempenho da cadeia de suprimento.
33
CAPÍTULO 2 • DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Objetivos do capítulo
Antes de tomar qualquer decisão sobre serviços ao cliente e transportes de cargas na cadeia
de suprimentos, é importante identificarmos as atividades- chave que compõem o sistema de
gerenciamento de serviços de transportes na cadeia de suprimentos. É obvio que essas atividades
variam de acordo com as empresas, dependendo, entre outros fatores, do tamanho da empresa, das
diferentes conceituações dos respectivos gerentes sobre o que constitui a cadeia de suprimentos,
e da importância das atividades específicas para suas operações e das relações com os clientes,
assim como a classificação do commodity do produto.
ATIVIDADES-FIM
ATIVIDADES DE
SUPORTE
34
DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 2
Grupos de atividades-fim
GERENCIAMENTO
DE SERVIÇOS AO GERENCIAMENTO
CLIENTE DE ESTOQUE
GERENCIAMENTO GERENCIAMENTO
DE TRANSPORTES DE PEDIDOS
» Elementos de pré-transação.
» Elementos de transação.
35
CAPÍTULO 2 • DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
» Elementos de pós-transação.
» Elementos de pré-transação.
Os elementos de pré-transação são aqueles que propiciam um ambiente para um bom serviço
ao cliente. São esses elementos que definem como o serviço será prestado ao cliente. Eles
representam um compromisso formal sobre as modalidades do serviço ao cliente como, por
exemplo, o tempo máximo de entrega das mercadorias após a formalização da encomenda, os
procedimentos relativos a eventuais devoluções, pedidos em aberto e, também, os métodos de
embarque. Em suma, os elementos de pré-transação permitem à empresa prestadora de serviço
estabelecer planos de contingência para evitar qualquer imprevisto que possa causar prejuízos
ao andamento normal do serviço. Para garantir e incentivar um bom relacionamento comprador-
vendedor, recomenda-se a criação de estruturas organizacionais para a implementação de
políticas de serviço aos clientes e a criação de planos de treinamento técnico e de manuais de
serviços aos compradores.
Elementos de transação
Elementos pós-transação
Eles representam o conjunto dos serviços necessários para dar suporte ao produto em campo
como, por exemplo, assegurar aos clientes a reposição de mercadorias danificadas, providenciar
a devolução de embalagens (garrafas retornáveis, câmaras frias reutilizáveis, paletes etc.) e para
evitar reivindicações, queixas e devoluções. Esses elementos se fazem necessários depois da
venda do produto, mas devem ser planejados nas fases de pré-transação e transação.
Atenção
Nem todos os elementos têm o mesmo nível de importância. Em vista disso, é importante identificar qual deles seria
mais lucrativo gerenciar de acordo com o nível de exigência do cliente e do tipo de produto ou de encomenda. Nesse
caso, recomenda-se uma pesquisa para identificar os elementos pertinentes.
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DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 2
Os pontos as seguir são considerados os mais importantes elementos logísticos dos serviços
aos clientes e que determinam o nível de satisfação dos clientes e sua fidelização: quando esses
indicadores forem maiores, melhor nível de satisfação do cliente e sua fidelização.
» Entrega pontual.
» Exatidão da documentação.
Índice de
Atendimento dos
Pedidos
Entrega Pontual
Exatidão da
Documentação
Nível do Satisfação do
Cliente
Gerenciamento de transportes
O transporte é essencial, como destaca Ballou (2017), pelo fato de não haver empresa moderna
capaz de operar sem adotar as providências necessárias para a movimentação de suas matérias-
primas ou produtos acabados. Essa importância é destacada pelas limitações impostas a muitas
empresas por desastres – como greve nacional da categoria, como aconteceu em 2018, a greve
geral rodoviária que paralisou o Brasil durante um mês, ou um boicote dos transportadores
rodoviários, independente do transporte de mercadorias, em consequência de conflitos sobre
frete. Em ocasiões como essas, é impossível atender os clientes, e os produtos ficam retidos no
canal da logística até provocar sua deterioração ou obsolescência, ou até o atraso na entrega.
37
CAPÍTULO 2 • DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Fase de preparação
Ela consiste na chegada ao guiché no pátio dos caminhões de um terminal onde se faz o check-in
de pedido de vendas e o checklist dos pedidos.
Fase de operação
Fase de expedição
Esta fase começa com o faturamento seguido da expedição e impressão da nota fiscal, envelope
de segurança.
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DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 2
» Custos de Transporte.
Custos de transportes
TIPO DE COMMODITY DO
LOCALIZAÇÃO PRODUTO
TAMANHO DA MODALIDADE DE
CARGA TRANSPORTE
Os padrões de demanda e custos de transportes mudam com o passar do tempo, e, por isso,
implementar um modelo de solução de localização única com base nos dados do cliente pode
deixar de ser a melhor solução de redução dos custos de transportes sob as condições econômicas
no futuro.
Assim, o problema de localização é uma questão de compensação dos custos relevantes para
a localização, que incluem:
Cada uma dessas categorias de custos deveria refletir diferenças geográficas, características de
volume e desempenho, variações de diretrizes e economias de escala.
39
CAPÍTULO 2 • DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Joseph Martha (2018) sugere algumas medidas a seguir como formas possíveis de diminuir ou
evitar o impacto de rupturas súbitas da cadeia de suprimentos:
» Modificar a demanda.
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DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 2
» Nível de confiabilidade.
» Tempo em trânsito.
Importante
As compensações básicas de custos de transportes são importantes na escolha do modal de transporte tendo em
vista que quando o serviço de transporte não é utilizado de maneira a proporcionar vantagem competitiva, a melhor
opção é aquela obtida mediante a compensação do custo da utilização de um serviço de transporte com o custo
indireto do estoque ligado ao desempenho do modal selecionado. Ballou (2017) enfatiza em seus estudos que a
rapidez e a confiabilidade afetam os níveis de estoques do embarcador e comprador, principalmente o estoque de
pedido e o estoque de segurança, tanto quanto o nível dos estoques em trânsito entre as sedes do embarcador e do
comprador. Ou seja, quando se escolhem serviços menos ágeis e de menor confiabilidade, mais estoques em trânsito
aparecerão no canal. O custo de manutenção dos estoques pode estar compensado como menor custo do serviço de
transporte. Na visão de Ballou (2017), dadas as alternativas, o serviço preferido será aquele que oferecer os menores
custos totais compatíveis com os objetivos do serviço aos clientes e ao mesmo tempo, se mostrar capaz de concretizar
tais objetivos. Os efeitos do desempenho do serviço de transporte, similares aos dos de estoques, podem ser vistos na
programação da produção. Os serviços de produção que operam com pouco ou escasso estoque de matéria-prima
são altamente vulneráveis a atrasos e paradas decorrentes da variabilidade do desempenho dos transportes.
41
CAPÍTULO 2 • DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Roteirização de embarques
Pesquisas mostram que o custo de transporte representa normalmente entre um e dois terços
dos custos totais da cadeia de logística é por esse motivo que aumentar a eficiência do sistema
de transporte por meio da maximização da utilização dos equipamentos e pessoal de transporte
tornou-se uma das maiores preocupações do setor de transportes de qualquer empresa da cadeia
de transporte. O tempo que as mercadorias passam em trânsito tem reflexos no número de fretes
que podem ser feitos por veículo em determinado período de tempo e nos custos integrais do
transporte para todos os embarques de mercadorias.
» Escolher uma rota de embarque ao longo de uma rede em que o ponto de origem seja
diferente do ponto de destino do embarque.
» Escolher uma rota de embarque quando os pontos de origem e destino são o mesmo.
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DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 2
Caso em que a cada ponto de origem, um ponto de destino diferente, o método de caminho
mais curto é recomendável como o mais simples e direto para a escolha da melhor rota. Esse
método pode ser explicado da seguinte forma: uma rede representada por ligações e nós, sendo
os nós os pontos de conexão entre as ligações. Os custos (distâncias, tempos ou uma combinação
desses dois formada como uma média ponderada entre tempo e distância a serem percorridos)
entre os nós. Inicialmente, todos os nós são considerados não resolvidos, ou seja, não estão
ainda numa rota definida. Um nó resolvido é aquele que está na rota. No entanto, partindo do
ponto de origem como um nó resolvido, temos:
» Candidatos para o enésimo nó mais próximo: cada um dos nós resolvidos que seja
diretamente ligado por um ramo a um ou mais dos nós não resolvidos fornece um
candidato ao nó não resolvido com ramo de conexão mais curto. Os empates proporcionam
candidatos adicionais.
» Calculo do enésimo nó mais próximo: para cada um dos nós resolvidos e seus
candidatos, acrescente a distância entre eles e a distância da rota mais curta a este
nó resolvido a partir da origem. O candidato com a menor dessas distâncias totais é
o enésimo nó mais próximo (os empates proporcionam nós resolvidos adicionais), e
sua rota mais curta é a que gera essa distância.
43
CAPÍTULO 2 • DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Figura 21. Uma Representação Esquemática da Rede de Estradas entres Amarillo e Fort Worth, no Estado de
Texas, com os Respectivos Tempo de Ligação Rodoviária.
Todas as vezes que existirem origens múltiplas das frotas com múltiplos destinos haverá problema
de combinar os destinos com as origens e encontrar as melhores rotas entre eles. Esses casos
ocorrem quando há mais de um fornecedor, fábrica ou armazém para servir a mais de um cliente
com o mesmo produto como, por exemplo, a fábrica de Coca-Cola. Ballou (2017) enfatiza que
a situação se complica ainda mais quando os pontos de origem são limitados ao montante da
demanda total do cliente que pode ser suprida a partir de cada localização. Hoje, com o uso da
tecnologia de sistemas de informação, é recomendável resolver esse caso com uma programação
linear do método de transporte frequentemente usada pelas grandes empresas transportadoras.
Ocorrem também muitos casos em que o operador de transporte se depara com a situação de ponto
de origem ser igual ao destino. Isso ocorre frequentemente em casos em que os equipamentos e
veículos de transportes são da propriedade das empresas. Ballou (2017) destaca alguns exemplos
muito comuns dessa situação:
» Gerenciamento do estoque.
44
DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 2
» Entrega de jornais.
Esse modelo de roteirização é uma extensão da questão dos pontos distintos de origem e destino,
com a dimensão complicadora, segundo Ballou (2017), representada pelo fato de que a viagem
não é considerada completa até o retorno do veículo ao ponto de partida. O principal objetivo
disso é achar a sequência na qual os pontos visitados minimizam a distância ou o tempo total
da viagem.
» Cada escala pode ter tanto coleta quanto entrega de volumes de mercadorias.
» Múltiplos veículos com capacidade limitada tanto de peso quanto de volume podem
ser usados.
» As coletas são permitidas num roteiro apenas depois da efetivação das entregas.
45
CAPÍTULO 2 • DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Para se resolver esses problemas de restrições, é importante o uso de alguns princípios para
uma boa roteirização e programação.
Princípios de RPV
Para encontrar uma rota ótima de veículo, os programadores de rota de veículo entre
outros expedidores, devem usar oito princípios de Roteirização e Programação de Veículos,
conhecidos como princípios RPV:
» Carregar caminhões com volumes destinados a paradas que estejam mais próximas
entre si.
» O sequenciamento das paradas num roteiro de caminhões deve ter forma de lágrimas.
» Os roteiros mais eficientes são aqueles que fazem uso dos maiores veículos disponíveis.
» A coleta deve ser combinada nas rotas de entrega em vez de reservada para o final dos
roteiros.
Métodos de RPV
Para as inúmeras restrições impostas pelos problemas de uma boa roteirização e programação
de veículos, Ballou (2017) destacou dois importantes métodos de RPV: o método da varredura
e o método das economias. Ainda assim, existem outros métodos indicados por outros autores
que são usados com algoritmos como: algoritmos construtivos, algoritmos de duas fases,
algoritmos de otimização incompleta.
Método da varredura
46
DECISÕES SOBRE GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 2
Consolidação de frete
A consolidação de frete é uma estratégia de redução das tarifas para embarques de maior
volume em transporte e representa um fator que incentiva os gerentes a optar pelos embarques
de maior volume. Consolidar pequenos fretes em fretes maiores é uma maneira fundamental
de conseguir custo menor de transporte por unidade de peso. Segundo pesquisas já realizadas
por especialistas, a consolidação de frete pode ser realizada de quatro maneiras:
» Consolidação temporal: usada nos casos em que pedidos de clientes são retidos até
se tornar viável uma remessa única, em lugar de vários despachos de pequeno porte,
permitindo, assim, economias de transporte por meio da melhoria da roteirização dos
fretes maiores, e, também, mediante tarifas mais baixas por unidade. Considere-se que
esses custos devem compensar, naturalmente, os efeitos da deterioração do serviço
resultante do fato de não despachar os pedidos à medida que são recebidos e completados.
Sintetizando
Neste capítulo aprendemos sobre as decisões acerca da escolha da modalidade de transporte. Vimos os elementos-
chave que direcionam a escolha da modalidade de transporte. Avaliamos os métodos de seleção de serviços de
transportes. Examinamos os métodos de roteirização de veículos, analisamos os princípios de uma boa RPV e, por
fim, a consolidação de fretes.
47
CAPÍTULO
NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA
DE SUPRIMENTOS 3
Apresentação
Objetivos do capítulo
48
NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 3
» Estoque.
» Serviços ao cliente.
» Transportes.
» Distribuição.
De acordo com Juran (2014), um produto é o fruto, ou resultado, de qualquer atividade ou processo.
O produto é composto por uma parte física e outra intangível, que, juntas, completam a oferta
total de produtos de uma empresa.
PARTE
INTANGÍVEL
PARTE
FISÍCA
COMPOSIÇÃO DA
OFERTA DE
PRODUTO
» A parte intangível da oferta de produtos tanto pode ser o suporte pós-vendas, a reputação
da empresa, a comunicação destinada a proporcionar informação correta e atualizada
(por exemplo, rastreamento de uma encomenda), quanto a flexibilidade.
A oferta total de produtos de qualquer empresa será um misto tanto de características físicas
quanto de serviços.
49
CAPÍTULO 3 • NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
PRODUTO
INDUSTRIAL
PRODUTO
DE
CONSUMO
CLASSIFICAÇÃO DO
PRODUTO
Produtos de consumo
CONVENIÊNCIA
PRODUTOS
DE
CONSUMO
ESPECIALIDADE CONCORRÊNCIA
50
NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 3
Produtos de conveniência
São os bens e serviços adquiridos rotineiramente, com frequência e sem grandes comparações.
Esses itens, em geral, dependem de uma ampla distribuição e de inúmeros pontos de venda.
Os custos de distribuição são quase sempre altos, e acabam se justificando pelo potencial de
vendas que uma distribuição cada vez mais ampla e de maior alcance proporciona. Os níveis
de serviço ao cliente, definidos em termos de disponibilidade e acessibilidade dos produtos,
precisam ser consideráveis a fim de funcionar como incentivo a um índice razoável de preferência
entre os clientes. Exemplos: telefone público, serviços bancários, cigarros, charutos, inúmeros
produtos alimentícios.
Produtos de concorrência
Produtos de especialidade
São aqueles pelos quais os clientes se dispõem a fazer sacrifícios e, inclusive, a esperar o
tempo que for necessário pela respectiva compra. Os custos da distribuição física podem ser
os menores entre todas as categorias de produtos. Exemplos: raridades culinárias, automóveis
encomendados, serviços como consultoria especial de gestão.
São aqueles dirigidos para indivíduos ou organizações que deles fazem uso na elaboração
de outros bens ou serviços. São os vendedores que normalmente procuram os compradores.
É uma classificação muito diferente da de produtos de consumo. Como são os vendedores
que normalmente produram os compradores, não seria aqui relevante uma classificação
com base em padrões de compra ou escolha.
51
CAPÍTULO 3 • NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Características do produto
» Peso.
» Volume.
» Valor.
» Perecibilidade.
» Inflamabilidade.
» Substituibilidade.
PESO
SUBSTITUIBILIDADE VOLUME
INFLAMABILIDADE VALOR
PERECIBILIDADE
» Armazenagem.
» Estocagem.
» Transporte.
» Manuseio do material.
52
NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 3
ARMAZENAGEM
PROCESSAMENTO
ESTOCAGEM
DE PEDIDOS
MANUSEIO DO
TRANSPORTE
MATERIAL
» Quociente peso-volume.
» Quociente valor-peso.
» Substituibilidade.
» Características de risco.
QUOCIENTE
PESO-VOLUME
QUOCIENTE VALOR-PESO
SUBSTITUIBILIDADE
CARACTERÍSTICAS DE RISCO
53
CAPÍTULO 3 • NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
» Produtos que são densos, isto é, que têm alto quociente peso-volume (por exemplo, aço
laminado, materiais de impressão e alimentos enlatados) mostram uma boa utilização
do equipamento de transporte e instalações de armazenagem com ambos os custos
tendendo a ser baixos.
» Produtos de baixa densidade (bolas de praia infladas, barcos, batatas fritas e abajures),
o volume de capacidade do equipamento de transporte é totalmente utilizado antes
que se atinja o limite de peso transportável. Da mesma forma, os custos de manuseio
e de espaço, baseados no peso, tendem a ser elevados em relação ao preço de venda
dos produtos.
» Embora o preço possa vir a ser reduzido em função dos menores custos de armazenagem
e transporte, estes representam apenas dois dentre os muitos fatores de custo que influem
na formação do preço de venda. Por isso os custos logísticos totais podem reduzir-se
mais rapidamente que os preços.
Produtos com alto quociente valor-peso (por exemplo, equipamentos eletrônicos, joias e
instrumentos musicais) mostram um padrão oposto, com custo alto de armazenagem e
menor custo de transporte. Isso tem como resultado uma curva total dos custos logísticos
em formato de U.
54
NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 3
Substituibilidade
» Sempre que os clientes veem pouca ou nenhuma diferença entre os produtos por ela
oferecidos e os de provedores concorrentes, diz-se que os produtos são altamente
substituíveis. Ou seja, o cliente muito facilmente se disporá a comprar uma marca
secundária quando não houver disponibilidade imediata daquela que é a sua primeira
escolha.
Características de risco
As características de risco do produto são. entre outras:
» Perecibilidade.
» Inflamabilidade.
55
CAPÍTULO 3 • NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
» Valor.
» Tendência a explodir.
Quando qualquer produto mostra alto risco em um ou mais desses itens, é natural que se
imponham determinadas restrições sobre os sistemas de distribuição. Os custos de transportes
e os de armazenagem tornam-se logicamente mais altos tanto em termos financeiros absolutos
quanto como percentagem de preço de venda.
Exemplos:
Tomem-se produtos como canetas, relógios ou cigarros, que apresentam alto risco de roubo.
Cuidados especiais devem ser adotados no seu manuseio e transporte. No interior dos depósitos,
áreas especiais cercadas e cadeados precisam ser criadas para cuidar desses produtos e similares.
Produtos altamente perecíveis (por exemplo, frutas, frescos e sangue) precisam de estocagem
e transporte refrigerados, e produtos capazes de contaminar alimentos perecíveis, como pneus
de automóveis, não podem ser armazenados perto daqueles nos depósitos. Em transporte,
armazenagem ou embalagem, tratamento especial representa aumento dos custos de distribuição.
São várias as razões pelas quais se incorre na despesa com embalagem. A motivação pode ser a de:
56
NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 3
Armazenagem de produtos
O funcionamento adequado do armazém exige que este disponha de um sistema rápido para
transferência da carga, imobilizando o veículo durante o menor tempo possível. Quer seja próprio
ou de terceiros, o funcionamento adequado do armazém requer que ele seja projetado de forma
a considerar todo o sistema, da origem dos produtos até o seu destino.
Se todo o estoque será guardado em espaço próprio ou alugado, então as facilidades deverão
ser suficientes para atender ao nível máximo de estoque para uma temporada. Caso seja
utilizada uma combinação dessas modalidades, então o espaço alugado deve atender aos
picos de armazenagem, ou seja, ser utilizado apenas quando necessário, tendo em vista que
é mais caro.
» Abrigo.
» Consolidação.
57
CAPÍTULO 3 • NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
» Transferência e transbordo.
Há uma série de serviços adicionais que podem e são oferecidos frequentemente pelos armazéns
públicos e são os seguintes:
» Armazenagem alfandegada.
» Inventário físico.
» Empacotamento e montagem.
» Emissão de warrant.
» Estufagem de contêineres.
» Pátios de estocagem.
Todo produto nasce e morre e as empresas devem ficar atentas para que o produto não
entre na fase de declínio, como ilustrado na figura a seguir. Um conceito muito importante
e conhecido na cadeia de suprimento é o ciclo de vida dos produtos. Em geral, os
produtos não geram seu volume maior de vendas imediatamente após o lançamento,
tampouco mantêm indefinidamente um volume de pico de vendas. É característico que
os produtos sigam um padrão de volume de vendas com o passar do tempo, que pode
ser dividido em quatro fases ou estágios, como mostrado na figura a seguir: lançamento,
crescimento, manutenção e declínio. A estratégia de distribuição física é diferente em
cada uma dessas fases.
58
NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 3
Crescimento
Volume de vendas
Lançamento Declínio
Maturidade
Tempo
Fonte Elaborada pelo autor.
Fase de lançamento
A fase de lançamento ocorre imediatamente após a introdução de um novo produto no
mercado. As vendas não estão em nível elevado porque a aceitação do produto ainda não é
generalizada. A estratégia típica de distribuição física é cautelosa, com os estoques restritos
a um número relativamente pequeno de locais. A disponibilidade do produto é limitada.
Fase de crescimento
Se o produto é bem aceito pelo mercado, as vendas tendem a crescer rapidamente.
O planejamento da distribuição física é extremamente complexo na fase de crescimento. É
comum não se dispor de um histórico de vendas pelo qual orientar o melhor nível de estocagem
em determinados pontos, muito menos o número de locais de estocagem a serem usados.
Nesse caso, a distribuição fica frequentemente na dependência da opinião e sob controle
da administração nessa fase expansão. Assim, a disponibilidade do produto vai também
aumentando rapidamente numa ampla área geográfica para corresponder ao crescente
interesse do cliente pelos produtos.
Fase de maturidade
A fase de crescimento pode ser, muitas vezes, bem rápida, seguida por uma mais prolongada,
chamada de fase de maturidade. Nesta fase, o aumento das vendas pode ser bem mais lento
ou estabilizado num nível de pico. O volume da produção não está mais sujeito a mudanças
rápidas, e, assim, pode ser acomodado, quase sempre, aos padrões de distribuição dos
produtos existentes. A essa altura, o produto tem sua distribuição mais ampla. Muitos pontos
de estocagem são utilizados com bom controle sobre a disponibilidade do produto ao longo
do mercado.
59
CAPÍTULO 3 • NATUREZA DO PRODUTO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Fase de declínio
Atenção
Existe uma grande relação entre o ciclo de vida dos produtos e a cadeia de suprimento, pois o fenômeno do ciclo
de vida dos produtos influencia a distribuição dos produtos na cadeia de suprimento. Sendo assim, o profissional
de logística precisa estar constantemente a par da fase do ciclo de vida dos produtos a fim de adaptar os padrões da
distribuição a cada fase em busca da vantagem competitiva pela eficiência máxima. O fenômeno do ciclo de vida nos
produtos permite que esse especialista anteveja necessidades de distribuição e planeje adequadamente semelhantes
circunstâncias. Como normalmente os diversos produtos de uma empresa se encontram em fases diferentes dos
respectivos ciclos de vida, o ciclo de vida do produto serve como base a curva 80-20, que será vista na disciplina
posterior.
Sintetizando
Neste capítulo apresentamos a natureza dos produtos, identificamos a classificação dos produtos e as características
do produto com base nos critérios de comportamento do cliente. Vimos que o ciclo de vida dos produtos tem uma
grande relação com a cadeia de suprimento, pois influencia na distribuição dos produtos e que o profissional de
logística precisa estar atento às fases do ciclo do produto para obter resultados competitivos no seu modelo de gestão
de logística.
60
CAPÍTULO
MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE
ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO
MÉDIO 4
Apresentação do capítulo
Objetivos
» Entender com todos os detalhes possíveis os métodos PEPS, UEPS e Custo Médio.
61
CAPÍTULO 4 • MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO
Todos os gastos necessários para a aquisição de mercadorias e para torná-las disponíveis para
venda são incluídos no custo de estoque. Os custos de estoque podem ser considerados um
conjunto de custos que consiste em dois elementos:
A soma desses dois elementos é igual ao custo das mercadorias disponíveis para venda. Em
termos conceituais, os gastos dos departamentos de compra, recebimento e armazenagem
(cujos esforços fazem com que as mercadorias se tornem disponíveis para venda) também
deveriam estar incluídos nos custos de estoque. Entretanto, Weygandt (2015) explica que devido
às dificuldades práticas de alocar esses gastos ao estoque, eles são geralmente registrados como
despesas operacionais no período em que incorreram.
Importante
Os custos de estoque são alocados ao estoque final e ao custo das mercadorias vendidas. Pelo método de controle
de estoque periódico, a alocação é feita ao final do período contábil. Em primeiro lugar, determinam-se os
custos atribuídos ao estoque final. Em segundo, subtrai-se o custo do estoque final dos custos das mercadorias
disponíveis para venda para determinar o custo das mercadorias vendidas. O custo das mercadorias vendidas é,
nesse caso, deduzido das receitas de vendas conforme o princípio da confrontação das despesas com receitas.
(WEYGANDT, 2015).
Para entender melhor a estimativa dos custos das mercadorias disponíveis para vendas,
considere que as Lojas Americanas têm um custo de mercadorias disponível para venda de
R$120.000,00, com base em um estoque inicial de R$20.000,00 e em mercadorias adquiridas
no valor de R$100.000,00. A contagem física de estoques indica que 5.000 unidades estão
disponíveis. Os custos aplicáveis às unidades são de R$3,00 por unidade. A alocação do total
dos gastos é mostrada na tabela de avaliação de estoque a seguir, que dos R$120.000,00 em
mercadorias disponíveis para venda, R$15.000,00 são alocados no estoque final e R$105.000,00
ao custo de mercadorias vendidas.
62
MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO • CAPÍTULO 4
Weygandt (2015) afirma que o custeio de estoque é complexo porque as unidades disponíveis
para um item de estoque podem ter sido adquiridas a preços diferentes. Por exemplo, em
um período de inflação, uma empresa pode sofrer vários aumentos no custo de mercadorias
idênticas dentro de determinado ano. Por outro lado, os custos unitários podem decrescer. Em
tais circunstâncias, como os diferentes custos unitários no custo das mercadorias disponíveis
para venda devem ser alocados entre o estoque final e o custo das mercadorias vendidas?
(WEYGANDT, 2015).
Uma resposta seria utilizar o preço específico das unidades adquiridas. Este método rastreia
o fluxo físico efetivo das mercadorias. Cada item de estoque é marcado, etiquetado ou
codificado com seu custo unitário “específico”. Os itens ainda em estoque ao final do ano são
especificamente custeados para se chegar ao custo total do estoque final.
Para ilustrar o método de preço específico das unidades adquiridas considere, por exemplo, que
as Casas Bahia comprem três aparelhos de televisão de 46 polegadas no valor de R$700, R$750
e R$800, respectivamente. Durante o ano, são vendidos dois aparelhos a R$1.200 cada. Em 31
de dezembro, as Casas Bahia concluem que o aparelho no valor de R$750 ainda está disponível.
Portanto, o estoque final é de R$750 e o custo das mercadorias vendidas é de R$1.500 ($700 + $800).
O método do preço específico é possível quando uma empresa vende uma variedade limitada
de itens de custo unitário elevado que podem ser claramente identificados desde o momento
63
CAPÍTULO 4 • MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO
Por exemplo, farmácias, mercearias e lojas de ferragens vendem milhares de itens de estoque de
custo unitário relativamente baixo. Muitas vezes, esses itens não se distinguem uns dos outros,
o que torna impossível ou impraticável rastrear o custo de cada item.
Quando possível, o preço específico parece ser o método ideal de alocação do custo de
mercadorias disponíveis para venda. Por esse método, o estoque final é informado a preço de
custo real e o custo real das mercadorias vendidas é confrontado com as receitas de vendas.
Esse método, no entanto, pode permitir que a direção da empresa manipule o lucro líquido.
Por exemplo, considere que uma loja de instrumentos musicais tenha três pianos de cauda
Steinway idênticos que foram comprados a preços diferentes. Ao vender um piano, a direção
da empresa pode maximizar seu lucro líquido selecionando o piano de custo mais baixo para
confrontar com as receitas. Como alternativa, pode minimizar o lucro líquido escolhendo o piano
de custo mais elevado. (WEYGANDT, 2015).
Para evitar esses problemas de influência sobre o lucro da empresa é que foram instituídos os
métodos PEPS, UEPS e Método de Custo Médio, que vamos analisar a seguir.
O método PEPS considera que as mercadorias adquiridas há mais tempo são as primeiras a
serem vendidas. O PEPS frequentemente se iguala à movimentação física real das mercadorias,
porque geralmente é uma boa prática comercial vender as unidades mais antigas primeiro. Em
consequência disso, pelo método PEPS os custos das mercadorias adquiridas há mais tempo são
os primeiros a serem contabilizados como custo de mercadorias vendidas (WEYGANDT, 2015).
64
MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO • CAPÍTULO 4
A alocação do custo das mercadorias disponíveis para vendas nas Casas Bahia pelo método PEPS
é mostrada na tabela a seguir.
Observe que no caso do método PEPS os primeiros a entrar são os primeiros a sair no cálculo
do custo das mercadorias.
Observe que o estoque final se baseia nas mercadorias adquiridas por último. Isto é, o custo do
estoque final é calculado a partir do custo unitário da compra mais recente para o custo unitário
de compra mais antigo, até que todas as unidades em estoque sejam custeadas. Podemos
verificar a exatidão do custo das mercadorias vendidas ao reconhecer que as primeiras unidades
adquiridas são as primeiras unidades vendidas. Os cálculos para as 550 unidades são mostrados
na tabela a seguir:
O método UEPS considera que as últimas mercadorias adquiridas são as primeiras a serem
vendidas. O UEPS raramente se iguala à movimentação física real de estoque. Pelo método UEPS,
os custos das últimas mercadorias adquiridas são os primeiros a serem reconhecidos como custo
65
CAPÍTULO 4 • MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO
de mercadorias vendidas. A alocação do custo das mercadorias disponíveis para venda nas Casas
Bahia pelo UEPS é mostrada na tabela a seguir.
Pelo método UEPS, o custo do estoque final é calculado a partir do custo unitário de compra
mais antigo para o custo unitário de compra mais recente até que todas as unidades do estoque
sejam custeadas. Em consequência, os primeiros custos atribuídos ao estoque final são os custos
do estoque inicial. A conferência dos valores alocados ao custo das mercadorias vendidas é
mostrada na tabela a seguir.
Observe que o custo das últimas mercadorias é o primeiro a ser atribuído ao custo das mercadorias
vendidas. Pelo método de controle de estoque periódico, que estamos utilizando aqui, todas as
mercadorias adquiridas durante o período são consideradas disponíveis para a primeira venda,
não importando a data da compra.
O método de custo médio considera que todas as mercadorias disponíveis para venda têm o
mesmo custo (médio) por unidade; geralmente as mercadorias são similares em natureza (isto
66
MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO • CAPÍTULO 4
é, são homogêneas). Por esse método, a alocação do custo das mercadorias disponíveis para
venda é feita com base na média ponderada do custo unitário em que se incorreu. A fórmula e
um exemplo de cálculo da média ponderada do custo unitário vêm a seguir:
A média ponderada do custo unitário é, neste caso, aplicada às unidades disponíveis para se
determinar o valor do estoque final. A alocação do custo das mercadorias disponíveis para venda
nas Casas Bahia utilizando-se custo médio é mostrada na tabela abaixo.
Podemos verificar os dados do custo das mercadorias vendidas apresentados pela tabela
acima por esse método multiplicando as unidades vendidas pela média ponderada do custo
unitário (550 x $12 = $6.6600). Observe que esse método não utiliza a média dos custos
unitários. Tal média seria $11,50 ($10 + $11 + $12 + $13 = $46; $46 ÷ 4 = 11,50). O método
de custo médio, em vez disso, utiliza a média ponderada pelas quantidades adquiridas a
cada custo unitário.
67
CAPÍTULO 4 • MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO
Como apresentado no caso ilustrativo, as Casas Bahia utilizam o método de controle periódico
e o método de avaliação do custo médio ponderado.
Os três métodos de avaliação de estoque são aceitáveis. Por exemplo, Casas Bahia, Ricardo
Eletro, Ponto Frio e outras grandes lojas de departamento atualmente utilizam o método PEPS
de avaliação de estoque. Uma empresa também pode utilizar mais que um método de avaliação
de estoque ao mesmo tempo. A Del Monte Corporation, por exemplo, utiliza o método UEPS
para estoques de mercadorias de consumo próprio e o método PEPS para estoques disponíveis
para vendas. A seguir analisaremos três tipos de efeitos desses métodos:
Para compreender por que as empresas escolhem um critério de avaliação de estoques específico,
vamos examinar os efeitos dos diferentes métodos estimados sobre as demonstrações financeiras
das Casas Bahia. As demonstrações de resultado sintéticas que a tabela a seguir apresenta
consideram que as Casas Bahia venderam suas 550 unidades por $11.500, suas despesas
operacionais foram de $2.000 e sua alíquota de imposto de renda é de 30%.
68
MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO • CAPÍTULO 4
Embora o custo das mercadorias disponíveis para venda ($12.000) seja o mesmo nos três
métodos de avaliação de estoque, tanto os estoques finais como o custo das mercadorias
vendidas são diferentes. Essa diferença deve-se aos custos unitários que são alocados ao custo
das mercadorias vendidas e ao estoque final. Cada unidade monetária de diferença no estoque
final resulta em uma diferença de unidades monetárias correspondente no lucro antes do
imposto de renda. Para as Casas Bahia, há uma diferença de $800 entre PEPS e UEPS.
Em um período de inflação, PEPS produziu um lucro líquido mais elevado porque os custos
unitários mais baixos das primeiras unidades adquiridas são confrontados com as receitas.
Em um período de inflação (como é o caso aqui), PEPS apresenta o lucro líquido ($2.310) mais
elevado e UEPS o mais baixo ($1.750); o custo médio apresenta-se no meio ($2.030). Se os preços
estão decrescendo, os resultados da utilização de PEPS e UEPS são invertidos, PEPS apresentará
o lucro líquido mais baixo e UEPS o mais elevado.
Para a direção da empresa, o lucro líquido mais elevado é uma vantagem: faz com que os
usuários externos vejam a empresa de modo mais favorável. Além disso, se as bonificações
administrativas forem baseadas no lucro líquido, PEPS levará a bonificações mais altas.
PEPS UEPS
Vendas (200 x $30) $6.000 $6.000
Custo das mercadorias vendidas 4.000 (200 x $20) 4.800 (200 x $24)
Lucro bruto $2.000 $1.200
Fonte: Adaptada de Weygandt (2015).
Pelo UEPS, a empresa recuperou o custo corrente de reposição ($4.800) das unidades vendidas.
Desse modo, o lucro bruto em condições econômicas é real. Porém, pelo PEPS, a empresa
recuperou apenas o custo de 10 de janeiro ($4.000). Para substituir as unidades vendidas, a
empresa tem que reinvestir $800 (200×$4) do lucro bruto. Desse modo, $800 do lucro bruto são
considerados fictícios ou ilusórios. Em consequência, o lucro líquido registrado também está
superavaliado em condições reais.
69
CAPÍTULO 4 • MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES: PEPS, UEPS E CUSTO MÉDIO
Inversamente, uma grande falha do método UEPS é que, em um período de inflação, os custos
alocados ao estoque final podem estar significativamente subavaliados no que se refere ao custo
real. Isto se aplica às Casas Bahia, onde o custo do estoque final inclui o custo unitário de $10
do estoque inicial. A subavaliação torna-se maior durante períodos prolongados de inflação,
caso o estoque inclua mercadorias adquiridas em um ou mais exercícios contábeis anteriores.
Vimos que tanto o estoque no balanço patrimonial quanto o lucro líquido na demonstração
do resultado do exercício são mais elevados quando o PEPS é utilizado em um período de
inflação. Todavia, muitas empresas mudam para UEPS. A razão é que o UEPS resulta em
impostos de renda mais baixos (devido ao lucro líquido menor) durante períodos de aumento
de preços. Por exemplo, nas Casas Bahia, o imposto de renda é de $750 pelo UEPS, comparados
ao valor de $990 pelo PEPS. A economia tributada no valor de $240 faz com que haja mais
dinheiro em caixa disponível para utilização da empresa.
Sintetizando
Neste capítulo estudamos os métodos de avaliação de estoque pelo método de controle de estoque periódico;
apresentamos o princípio contábil que serve de base para a contabilização dos estoques e descrevemos os critérios
de avaliação de estoque. Vimos que a base fundamental para registro dos estoques é o custo. O custo inclui todos os
gastos necessários para adquirir mercadorias e colocá-las em condições de venda. Os gastos inventariáveis incluem
(1) valor do estoque inicial e (2) o valor das mercadorias adquiridas. Os métodos de avaliação de estoque abordados
são: preço específico, PEPS, UEPS e custo médio.
70
CAPÍTULO
ANÁLISE DE VIABILIDADE
ECONÔMICA E OPERACIONAL DE
NEGÓCIOS 5
Apresentação
Toda empresa precisa definir metas de produção e saber as quantidades ótimas de produção
para obter lucro ou saber quando está atuando em zona de prejuízo. A análise mais básica de
viabilidade econômica e operacional de negócios se faz por meio do resultado de uma empresa,
é a técnica “custo-lucro-volume”, ainda conhecido como análise CLV, baseada no cálculo do
ponto de equilíbrio econômico, operacional e financeiro da empresa em determinado período
de produção de curto prazo. O ponto de equilíbrio representa o volume de produtos produzidos
e vendidos ou o nível de atividade da organização para o qual os gastos (custos + despesas)
se igualam às suas receitas. Em outras palavras, o ponto de equilíbrio serve para calcular o
volume de negócios que a organização deve realizar para atingir o equilíbrio, ou seja, não ter
lucro nem prejuízo.
Objetivos
» Identificar os níveis de atividade ou de produção que uma empresa deve alcançar para
obter lucros.
71
CAPÍTULO 5 • ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS
Ponto de equilíbrio
O cálculo do ponto de equilíbrio compara custos produtivos com a receita obtida para os diversos
volumes de produção/vendas, procurando determinar a quantidade para a qual a receita equivale
aos custos incorridos. A figura a seguir ilustra isto.
R = Q.PVu
CT = CF + CV
Onde:
Custo
Ponto de Equilíbrio R = Receita
Como dito, o ponto de equilíbrio acontece quando a receita é igual ao custo total:
Ponto de Equilíbrio
R = CT Q× PVu = CF + Q× CVu
72
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
Fórmula do ponto de equilíbrio: observe que o ponto de equilíbrio é o nível de vendas em que
o lucro é zero.
CF
QE =
PVu − CVu
Atenção
Uma vez alcançado o ponto de equilíbrio, a receita operacional líquida aumentará no valor da
margem de contribuição por unidade para cada unidade adicional.
Exemplo 1
A Deli de Juju vende garrafas de água mineral de 5 litros. O preço pago por garrafa para seu
fornecedor é de R$ 2,50 por unidade. A Deli de Juju vende cada garrafa d’água por R$ 5,00.
Considerando que as despesas fixas com aluguel, eletricidade, salário do atendente etc., completam
um montante de R$ 2.500,00. Quantas garrafas de água mineral a empresa precisa vender para
começar a obter lucro?
Resolução:
Este exercício expressa as metas de vendas da Deli de Juju. Mas antes de encontrar o volume
mínimo de vendas que garante o lucro, será importante identificar no enunciado, as variáveis
de custos fixos e custos variáveis e o preço de venda unitário.
CF 2.500
QE
= = = 1.000 garrafas por mês
PVu − CVu 5 − 2,5
A Deli de Juju deve vender, no mínimo, 1.000 garrafas de água por mês para começar e
lucrar. Podemos ainda expressar o ponto de equilíbrio em volume de vendas ou em nível
de receita. Nesse caso, consideramos que a Deli de Juju deve faturar, no mínimo, R$5.000,00
para começar a lucrar Isso significa que qualquer excedente acima de 1.000,00 torna-se
lucro para a Deli de Juju.
Margem de contribuição
A margem de contribuição reflete o quanto cada unidade vendida contribui para a cobertura
dos custos e despesas fixas da organização. A fórmula a seguir ilustra a margem de
contribuição.
73
CAPÍTULO 5 • ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS
MC
= u PVu − CVu
Onde:
CF
QE =
MCu
Atenção
A margem de contribuição é o montante restante da receita de vendas depois que as despesas variáveis foram
deduzidas.
Saiba mais
Estudos de especialistas em economia, finanças e auditoria contábeis sobre a margem de contribuição revelam
que no Brasil não é raro confundir o termo margem de contribuição com margem de lucro. É comum as pessoas
comentarem que determinado produto dá mais ou menos lucro que outro. Na verdade, um produto pode ter maior
ou menor margem de contribuição. Se ele dá lucro ou não, isto depende da quantidade produzida e vendida. Não
obstante, convém lembrar que a margem de contribuição também é chamada por alguns autores de lucro marginal.
Assim é importante compreender o que representa o lucro marginal por produto e o que representa o lucro da
empresa como um todo.
Atentos à diferença entre margem de contribuição e lucro, muitos fabricantes produzem uma linha de produtos
composta de produtos de maior preço, ou seja, mais luxuosos, e de outros produtos de preço mais acessível, mais
simples e de preço mais baixo para o consumidor. Isto acontece com fabricantes de automóveis, fogões, bicicletas,
roupas, alimentos, produtos de linha branca, de linha marrom etc. Em regra, o produto mais luxuoso tem elevada
margem de contribuição, mas vende menos que o produto mais simples. É possível que o lucro gerado por um
produto de menor margem de contribuição seja maior que o lucro gerado por um produto de maior margem de
contribuição, o que motiva, inclusive, certas empresas a se concentrarem na produção e comercialização de produtos
de baixa margem, mas alto volume de vendas.
74
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
Do ponto de vista analítico de resultados, existem três tipos de ponto de equilíbrio. Peinado e
Graeml (2017) explicam que, dependendo do objetivo, pode-se calcular o ponto de equilíbrio
de diferentes maneiras. Dentre elas, destacam-se: o ponto de equilíbrio operacional, o ponto de
equilíbrio econômico e o financeiro. Veremos, a seguir, a diferença entre cada um deles:
Ponto de
Operacional
Ponto de Equilíbrio
Econômico
Ponto de Equlíbrio
Financeiro
Fonte: Elaborada pelo autor.
Também conhecido como ponto de equilíbrio contábil, é exatamente a forma com que o
ponto de equilíbrio foi tratado até então, representado pelas fórmulas:
CF CF
PEO
= = e QO
MCu PVu − CVu
Considera no cálculo do ponto de equilíbrio, além dos custos e despesas fixas do período, o
custo de oportunidade ou custo de capital investido na empresa. A fórmula a seguir ilustra o
ponto de equilíbrio econômico:
CF + CustodeCapital CF + CustodeCapital
=QE = ⇔ QE
PVu − CVu MCu
Onde:
75
CAPÍTULO 5 • ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS
Q = Quantidade de produtos
CF = Custo Fixo
Também conhecido como ponto de equilíbrio de caixa, desconsidera no cálculo, os custos não
desembolsáveis. Como, por exemplo, os custos de depreciação. A seguir a formula do ponto de
equilíbrio financeiro.
Onde:
Q = quantidade de produtos
CF = Custo Fixo
De acordo com Peinado e Graeml (2017), quando se deseja saber a quantidade de produtos
que deve ser vendida, ou o volume de negócios que a empresa precisa realizar para obter
determinado lucro, pode-se adicionar este valor de lucro ao valor do custo fixo. A fórmula,
então, fica:
CF + Lucro CF + Lucro
PE LP
= =⇔ PE
PVu − CVu MCu
Exemplo 2
76
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
financeiro. Ele também gostaria de saber o volume de produção necessário para obter um
lucro de R$50.000,00. O valor da taxa de custo de capital é de 2% ao mês e o patrimônio
líquido da empresa avaliado no período é de R$ 800.000,00.
Resolução
CF 48.743
PE O=
⇔ Q = = 3.605 unidades
PVu − CVu 45,50 − 31,98
MC
GAO =
ReceitaOperacioal Líquida
Peinado e Graeml (2017), por sua vez, definem a alavancagem operacional como uma análise
sobre os efeitos de mudanças nos custos fixos e variáveis, fornecendo índices para o auxílio
77
CAPÍTULO 5 • ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS
» Empresas de alta alavancagem: são empresas bem equipadas e com alto grau de
automação, que possuem alto custo fixo devido, principalmente, aos altos custos de
suas instalações. Por outro lado, estas empresas possuem custos variáveis menores
por unidade, já que são projetadas para grandes volumes de produção. Estas empresas
possuem ponto de equilíbrio elevado, porém, uma vez atingido, o lucro obtido aumenta
rapidamente com o aumento das unidades vendidas além do ponto de equilíbrio, ou
seja, pequenas mudanças no volume de vendas resultam em grandes variações no lucro.
A seguir, ilustramos o comportamento dos custos de duas empresas distintas sendo uma
com maior grau de alavancagem operacional e a outra com menor grau. A empresa A, com
baixo grau de alavancagem, possui custo fixo de apenas R$ 3.000,00, porém, apresenta custos
variáveis de R$ 1,00 por unidade. A empresa B apresenta um custo fixo de R$ 12.000,00 e um
custo variável por unidade de apenas R$ 0,50. As vendas esperadas para ambas as empresas
são de 30.000 unidades a R$ 1,60 por unidade (PEINADO E GRAEML, 2017).
78
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
Receita
Custo Total A
Custo Total B
PEA PEB X
Podemos explicar a figura acima da seguinte forma: 5.000 unidades já o ponto de equilíbrio da
empresa B, com maior alavancagem operacional é de 10.909 unidades. Porém, o lucro obtido
pela empresa A, com a venda de 30.000 unidades é de R$ 15.000, enquanto o lucro obtido pela
empresa B é de 21.000.
Peinado e Graeml (2017) ainda mostram que as empresas mais alavancadas operacionalmente,
como a empresa A, apresentam desempenho melhor quando o volume de produção/vendas
é grande, mas são incapazes de manter o bom desempenho para volumes baixos. O ponto
X de alavancagem pode ser calculado por meio da fórmula a seguir, como o volume de
produção/vendas para a qual o custo total de produção na empresa A é o mesmo que na
empresa B, ou seja:
CF − CFA
Pontodealavancagem ⇔ X = B
CVu A − CVuB
Onde:
79
CAPÍTULO 5 • ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS
Importante
Empresas que possuem alto grau de alavancagem operacional correm um risco maior, pois, da mesma forma que
o lucro aumenta rapidamente com o aumento das vendas acima da quantidade do ponto de equilíbrio, o prejuízo
também aumenta rapidamente à medida que as vendas diminuem abaixo da quantidade representada pelo ponto de
equilíbrio.
Os cálculos apresentados até agora servem para empresas que fabricam ou vendem apenas
um produto. Mas, na prática, isso não acontece, sendo, assim, uma rara exceção.
Dessa forma, em empresas que vendem mais de um produto, como um supermercado, por
exemplo, ou uma loja de departamento como Casas Bahia, Ponto Frio, Lojas Americanas ou ainda
Ricardo Eletro, e outros que temos no Brasil, é inviável trabalhar com o preço e o custo variável
unitários, porque segundo Peinado e Graeml (2017), nenhum único preço ou custo variável se
aplica a todos os produtos.
Dessa forma, fica impossível encontrar uma quantidade de produtos vendidos que represente
o ponto de equilíbrio. Nos casos de lojas acima citadas em que há uma grande variedade
de produtos, a empresa usa o total das vendas e o total dos custos variáveis para calcular a
porcentagem de margem de contribuição de cada unidade monetária de venda, por exemplo:
a cada R$ 10,00 vendidos tem-se R$3,00 de margem de contribuição.
A seguir, uma aplicação desse caso em que a empresa apresenta grande variedade de produtos.
80
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
Considerando que a loja possui um custo fixo de R$1.200,00 por mês representado por
despesas de aluguel, seguros, água e energia elétrica, que não existem outras despesas e que
a loja não possui empregados, uma vez que os clientes são atendidos pelo próprio dono e
sua esposa, qual o ponto de equilíbrio da loja?
Resolução da aplicação
Como já comentado, o ponto de equilíbrio pode ser calculado como a quantidade de produtos
que devem ser vendidos ou o faturamento que deve ser obtido.
CF 1.200 1.200
PE Refrigerantes ⇒ Q R= = = = 1.000 garrafasderefrigerantes
PVu − CVu 3 − 1,80 1, 20
CF 1.200 1.200
PEChá ⇒ QC= = = = 48 garrafasdechá
PVu − CVu 40 − 15 25
Também é preciso considerar que o faturamento necessário para atingir o ponto de equilíbrio
será diferente para cada produto, se a Deli de Juju vender apenas refrigerante deverá faturar um
valor diferente do que se ela vender apenas chá no período, a saber:
Faturamento da venda de 100 garrafas de refrigerantes: 1.000 garrafas multiplicadas pelo preço
unitário de venda de R$ 3,00 representam R$ 3.000,00 de faturamento.
81
CAPÍTULO 5 • ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS
Ou seja, quanto a Deli de Juju precisaria vender de cada produto se ele fosse o único produto
da empresa.
Quando a Deli de Juju trabalha com vários produtos com margens de contribuição diferentes,
é necessário considerar o mix de vendas ou de fabricação para se obter um valor único que
sirva de referência para representar a quantidade de produtos que deve ser vendida ou o
faturamento que deve ser atingido para alcançar o ponto de equilíbrio.
Para tanto, será necessário utilizarmos um preço médio de venda e uma margem de
contribuição média. Estes valores médios são a média ponderada do mix de vendas. Suponha
que a média histórica de vendas dos últimos períodos seja dada na tabela a seguir:
82
ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS • CAPÍTULO 5
Com base nas informações contidas na tabela acima, a Deli de Juju pode considerar que, se a
venda acontecer dentro do mix esperado, a margem de contribuição média de cada produto
vendido é R$ 3,31. Assim, a quantidade de produtos que deve ser vendida para alcançar o ponto
de equilíbrio é:
CF 1.200
QE
= = = 362,5, ou seja, 363 unidades de produtos
MCu 3,31
Mix de Margem de
Vendas Preço de % do Mix
Produto Vendas Contribuição Faturamento
(unidades) Venda (quantidade)
(Unidades) (R$)
Água Mineral 180 65 R$2,50 R$1,50 18% R$163,35
Com base nas informações contidas na tabela acima, podemos deduzir que o faturamento
necessário para a loja atingir o ponto de equilíbrio será de R$ 2.374,75. Isto significa que o preço
médio unitário de venda pode ser considerado como R$ 6,5 por produto (2.374,75 ÷ 363). Estas
informações permitem raciocinar o motivo de, em algumas situações, a empresa obter um
faturamento maior, mas amargar um resultado pior.
O valor do faturamento pode ser maior, porém resultar da venda de produtos com menor
margem de contribuição. Com as informações geradas por um estudo de custos, a empresa
passa a ter subsídios adequados para a tomada de decisões e acompanhamento dos resultados.
O trabalho do setor de administração comercial da empresa junto aos seus vendedores,
gerentes ou representantes de vendas é importante para garantir que eles compreendam
que produtos do mix fornecem melhor margem, definindo estratégias diferenciadas para
sua comercialização.
83
CAPÍTULO 5 • ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E OPERACIONAL DE NEGÓCIOS
Sintetizando
Neste capítulo analisamos os métodos de avaliação da capacidade de produção de uma empresa e os principais
fatores para se determinar o ponto de equilíbrio. Os métodos estudados neste capítulo permitem avaliar a
performance da empresa e de determinar as estratégias de expansão de negócios. Outro ponto relevante que cabe
lembrar é a margem de contribuição que reflete o quanto cada unidade vendida contribui para a cobertura dos custos
e despesas fixas da organização. O ponto de equilíbrio representa a quantidade de produtos produzidos e vendidos
ou o nível de atividade da organização para o qual os gastos (custos + despesas) se igualam às suas receitas. Em outras
palavras, o ponto de equilíbrio serve para calcular o volume de negócios que a organização deve realizar para atingir
o equilíbrio, ou seja, não ter lucro nem prejuízo. Vimos, ainda, classificação das empresas e suas características com
base no GAO.
84
CAPÍTULO
CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE
REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA
DE SUPRIMENTOS 6
Apresentação
Nas indústrias, os custos do tempo de preparação inicial (ou custos de setup), custos de preparar
as instalações para mudar da fabricação de um produto para outro serão consideráveis quanto
ao estoque de segurança que representa a diferença entre o consumo médio dos materiais e
o consumo máximo razoavelmente esperado durante o tempo de ressuprimento. Também
serão discutidos neste capítulo, o lote econômico (LE) ou lote econômico de compra (LEC),
como o tamanho do pedido de materiais que resulta da minimização dos custos do pedido
e de estocagem. Assim, com o sistema de produção enxuta adotado pelas empresas hoje,
por uso da técnica de produção JIT, será importante entender melhor a questão do ponto de
reposição (ou de reencomenda), que é o ponto em que deve ser efetuado o pedido de reposição
do estoque, determinado multiplicando-se o tempo de ressuprimento pelo consumo médio
diário ou semanal. Desta forma, tamanho econômico do lote de produção, ou seja, o número
de unidades produzidas em um lote, ou em uma série de produção, que permite a minimização
dos custos de setup e de armazenagem e o tempo de ressuprimento (ou lead time), intervalo
entre o momento em que o pedido é feito e o momento em que ele finalmente é fornecido,
serão os temas principais deste capítulo.
85
CAPÍTULO 6 • CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Objetivo
Atividades logísticas
Logo, atividades logísticas são conjunto de atividades ligadas aos materiais físicos
necessários ao funcionamento de operações logísticas de uma empresa. São atividades
que envolvem três processos logísticos-chave: Suprimento; Produção e Distribuição.
86
CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 6
VMI: Vendor Managed do estoque ficam a cargo do fornecedor. Este conceito se baseia na
Inventory confiança mútua entre fornecedor e cliente com busca de ganhos conjuntos
que possam ser compartilhados pelas partes.
Envolve os esforços desenvolvidos para proporcionar uma rápida resposta
às exigências do mercado, no caso do desenvolvimento e lançamento de
1992
E-business: Comércio
a transação via e-business acontece entre empresa e o consumidor, é
eletrônico
denominada B2C (Business to Consumer). Quando o e-business diz respeito
às transações entre empresas, denomina-se B2B (Business to Business).
Fonte: Adaptada de Graeml (2018).
87
CAPÍTULO 6 • CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Os custos de emissão de ordem de pedido ocorrem sempre que um item do estoque é pedido,
e podem incluir os custos administrativos associados ao pedido e alguns custos de manuseio
e de transporte. Eles são deflagrados pelo ato da ordem do estoque e são basicamente os
mesmos, quer sejam pedidos de 1 ou 10.000 unidades; esses custos são direcionados pelo
número de pedidos efetuados – e não pelo tamanho deles. Se os custos de pedido de itens do
estoque forem grandes, o gerente pode preferir fazer um pequeno número de pedidos com
intervalos de pedidos grandes, em vez de um grande número de pequenos pedidos.
88
CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 6
O nível conceitualmente “correto” do estoque a manter é o nível que minimiza o total desses
três grupos de custo. O problema é decomposto em duas partes – Quanto pedir? (ou produzir
em uma série ou um lote) e a que frequência pedir. Essas duas decisões – Quanto pedir e a que
frequência – determinam o nível médio do estoque e a probabilidade de faltar estoque.
A indagação (quanto pedir?) é respondida pelo lote econômico de compra (LEC) ou apenas
LE (Lote Econômico), que é o tamanho do pedido que minimiza a soma dos custos do pedido
e da armazenagem. Vamos, a seguir, analisar dois dos métodos de determinação do LEC: o
método tabular e o método da equação.
Atenção
O LEC é o tamanho do pedido que vá equilibrar de maneira ótima os custos de efetuar o pedido e de manter estoque,
ou seja, o custo total de estocagem.
Método Tabular
Vamos supor que anualmente sejam necessárias 12.000 unidades de determinado item de
materiais. Os gerentes poderiam pedi-las todas de uma só vez ou em menores quantidades ao
longo do ano / por exemplo, 1.000 unidades por mês. Fazer somente um pedido minimizaria
o custo total do pedido, mas teria como resultado altos custos de armazenagem, uma vez que
o nível médio do estoque seria muito grande. Por outro lado, pequenos pedidos teriam como
resultado altos custos de emissão, mas pequenos custos de armazenagem, já que o nível médio
do estoque seria reduzido. Como dissemos anteriormente, o LEC é o tamanho do pedido que
vá equilibrar de maneira ótima esses dois custos de efetuar o pedido e de manter estoque,
como visto também na disciplina de Logística.
Exemplo 1
Para mostrar como se calcula o LEC, vamos supor que, por ano, um fabricante utilize 3.000
subconjuntos no processo de produção, comprados em um fornecedor ao custo de $20 cada.
Apresentamos, a seguir na tabela, outras informações de custo da empresa:
89
CAPÍTULO 6 • CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
A tabela a seguir contém a tabulação dos custos totais associados aos diversos tamanhos
dos pedidos de compra dos subconjuntos. A maior parte da tabela é direta, mas o estoque
médio precisa ser explicado. Se 50 unidades são pedidas de uma vez somente quando o
estoque chega a zero, então o tamanho do estoque varia de 50 para 0 unidades. Desse modo,
em média, haverá 25 unidades em estoque. Observe que o custo anual total é menor (ou
igual) para pedidos de 250 e 300 unidades. O LEC está localizado em um lugar entre esses
pontos. Podemos situá-lo com precisão acrescentando mais colunas à tabulação, e finalmente
chegando ao LEC de 274 unidades.
Símbolo:
90
CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 6
ponto em que os custos anuais de armazenagem e de emissão de pedido são iguais. Note
que o LEC desses dois custos estão exatamente equilibrados.
Saiba mais
Observe, a partir do gráfico, que o custo total apresenta a tendência de ficar constante entre 200 e 400 unidades. A
maioria das empresas procura essa faixa de custo mínimo e escolhe um tamanho de pedido que esteja dentro dela,
em vez de escolher o LEC exato. O principal motivo disso é que os fornecedores muitas vezes embarcam os bens
apenas em quantidades completas. Como mostrado na figura.
Método da Equação
O LEC também pode ser encontrado por meio de uma equação dedutível pelo seguinte
cálculo:
2QP
LEC =
C
Em que:
400
Cus
to
(R$)
300
200
91
CAPÍTULO 6 • CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Atenção
Exemplo 2
Suponhamos, por exemplo, que uma companhia tenha utilizado os seguintes dados na
determinação do LEC:
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CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 6
Suponha agora que, em decorrência da compra JIT, a companhia possa reduzir o custo de
emissão de pedido para somente R$3,00 e que, devido ao desperdício e à ineficiência causados
pelos estoques, o custo real da armazenagem de uma unidade seja de R$8 por ano. Qual seria
então o novo LEC?
LEC = 60 unidades
Na compra JIT, a companhia não faria necessariamente pedidos em lotes de 60 unidades, uma
vez que as compras estão vinculadas à demanda corrente. Não obstante, esse exemplo mostra,
de modo contundente, a economia que a redução do tamanho do pedido esconde.
A título de ilustração, a Philips apurou que os seguintes custos estavam associados a um dos
seus produtos:
Qual é o tamanho ótimo do lote de produção desse produto? A resposta pode ser determinada
pela fórmula de LEP, o mesmo que a fórmula do LEC:
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CAPÍTULO 6 • CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
A Philips minimizará os seus custos gerais produzindo lotes de 1.500 unidades cada.
Importante
Ao calcular o tamanho econômico do lote, observe outra vez o impacto dos métodos modernos de fabricação.
Primeiro, os administradores sabem que os custos de armazenagem são muito maiores do que anteriormente se
supunha. Estoques excessivos de produtos semiacabados tornam muito difícil operar com eficiência e, assim, geram
muitos custos desnecessários. Os gerentes e empregados estão reduzindo o tempo de setup de muitas horas para
poucos minutos, aplicando de modo inteligente técnicas como troca de matrizes em um minuto. A vantagem da
redução do tempo de setup é que ela toma economicamente viável que a empresa produza em lotes menores e possa
responder muito mais rapidamente ao mercado. De fato, a redução do tempo de setup ao mínimo possível é, sem
dúvida, uma etapa essencial em qualquer implantação bem-sucedida do JIT.
Exemplo 2
Para ilustrar como esses aspectos dos métodos modernos de fabricação afetam o tamanho
econômico do lote de produção, vejamos os dados da Philips. Suponhamos que a companhia
tenha conseguido reduzir o custo de setup para R$3,00. Suponhamos também que, após
análise mais cuidadosa de todos os custos de estocagem, ela verifique que o custo real de
estocagem de uma unidade seja de R$36,00 por ano. O novo tamanho econômico do lote de
produção será:
O tamanho econômico do lote da empresa, portanto, diminuiu de 1.500 unidades para apenas
50 – uma redução de aproximadamente 97%, gerando, assim, economias no custo total de
produção.
Os gerentes envolvidos na teoria das restrições iriam até mais longe na redução do tamanho
dos lotes. Quando determinado centro de trabalho não é um gargalo de produção, o único
custo significativo envolvido nos setups costuma ser a remuneração da mão de obra direta.
Contudo, uma vez que, pela teoria das restrições, essa remuneração é considerada custo fixo e
não custo variável, o custo incremental dos setups é considerado zero. Nos centros de trabalho
que não são gargalos de produção, portanto, o tamanho econômico do lote, de acordo com a
teoria das restrições, é de apenas uma unidade. (GARRISON, 2018).
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CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 6
Dissemos que o problema do estoque tem duas dimensões: quanto comprar? e a que frequência
comprar? A “frequência à qual comprar” envolve aquilo que comumente se denomina ponto de
reposição ou de reencomenda e o estoque de segurança. A ideia básica é minimizar os custos de
armazenagem e ao mesmo tempo assegurar que não haverá faltas (i.e., situações em que ocorre
insuficiência de estoque para atender às necessidades atuais da produção ou da demanda).
Primeiramente, vamos analisar o ponto de reposição e, depois, o estoque de segurança.
O ponto de reposição indica ao gerente quando fizer um pedido ou iniciar a produção para repor
o estoque. Ele depende de três fatores – o LEC (ou lote econômico de produção), o tempo de
ressuprimento e a taxa de consumo durante o tempo de ressuprimento.
O tempo de ressuprimento (lead time) pode ser definido como o intervalo entre o momento
em que a ordem é efetuada e o momento em que ela finalmente é recebida do fornecedor ou
da linha de produção.
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CAPÍTULO 6 • CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Exemplo 3
Para ilustrar o emprego dessa fórmula, vamos admitir que o LE de uma empresa seja 500 unidades,
o tempo de ressuprimento seja três semanas e o consumo semanal seja 50 unidades.
O ponto de reposição seria 150 unidades. Isto é, a empresa automaticamente faria uma nova ordem
de 500 unidades quando o estoque caísse para 150 unidades, ou o suprimento de três semanas.
O exemplo anterior supôs que a taxa de consumo de 50 unidades por semana era constante e
conhecida com precisão. Embora algumas empresas desfrutem do luxo da certeza, a situação
mais comum é encontrar variação considerável, período a período, na taxa de consumo dos
itens em estoque. Se o consumo varia de período a período, a empresa que refaz a ordem, como
indicamos anteriormente, logo poderá ficar com falta de estoque. Aumento brusco na demanda,
atraso na entrega ou imprevisto no processamento de uma ordem podem fazer com que os níveis
de estoque se esgotem antes da chegada de uma nova remessa.
Excesso 15 unidades
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CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS • CAPÍTULO 6
195
45
Estoque de
Segurança 5 semanas 10 15 20
Fonte:
TempoElaborado
de Esperapelo autor.
3 semanas
Fonte: Elaborado pelo autor.
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CAPÍTULO 6 • CONTROLE DE PEDIDO E PONTO DE REPOSIÇÃO DE ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Sintetizando
Neste capítulo vimos vários conceitos de gestão de estoque e estratégias de gestão do lote econômico de produção
muitos outros temas de administração de materiais e patrimônio da organização.
Custos de emissão de ordem de estoque, custos associados à aquisição de estoque, tais como custos administrativos e
de transporte.
Custos de estocagem (ou de armazenagem), custos resultantes da posse de estoque, tais como aluguel de área de
armazenagem, custos de manuseio, impostos prediais, seguro e juros sobre recursos imobilizados no estoque.
Esses custos devem incluir também os custos do excesso de estoque de produtos semiacabados, como produção
ineficiente, tempo de ressuprimento excessivo, altas taxas de defeitos e riscos de obsolescência. Custos de não
existência de estoque, custos decorrentes da inexistência de estoque suficiente para atender às necessidades dos
custos compreendem os custos de vendas perdidas, da má vontade do cliente e de emissão de ordens para itens em
falta no estoque.
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Referências
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2017.
BOWERSOX, Donald J. Logística empresarial: processo de integralização da cadeia de Suprimento. 2. ed. São Paulo:
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BRUNI, Adriano Leal. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2016.
GAITHER, Norman e FRAZIER, Greg. Administração da produção e operações. 9. ed. Belo Horizonte: Pioneira, 2016.
GARRISON, Ray H. Contabilidade Gerencial. 14. ed. Porto Alegre: AMGH, 2018.
GRAEML, Reis Alexandre. Administração da produção: operações industriais e serviços. Curitiba: UnicenP, 2018.
JOSEPH, Martha. Targeting a Just-in-Case Supply Chain for the Inevitable Next Disaster. In: Supply chain Review, 2018.
JURAN, Joseph, M. In: Leadership for quality. New York: The Free Press, 2014.
NIGEL Slack ... [et al.]. Gerenciamento de operações e de processos: princípios e práticas de impacto estratégico.
2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
NOGUEIRA, Armando de Souza. Logística empresarial: uma visão local com pensamento globalizado. 1. ed.
São Paulo: Atlas, Rio de Janeiro, 2016.
PEINADO, Jurandir e GRAEML, Alexandre Reis. Administração da produção: operações industriais e serviços. Curitiba:
UnicenP, 2017.
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