Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Expediente do IFAM
Reitor
Jaime Cavalcante Alves
Pró-Reitor de Administração
Adanilton Rabelo de Andrade
Pró-Reitora de Ensino
Lívia de Souza Camurça Lima
Pró-Reitora de Extensão
Maria Francisca Morais de Lima
Expediente de produção
Autores Márcia Maria Costa Bacovis
Daniel Nascimento e Silva
Iniciando o diálogo...
Problematiza os conteúdos que serão tratados no capítulo, motivando o(a) estudante-lei-
tor(a) a tentar buscar, na sua experiência, dados de conteúdos científicos que serão abor-
dados no capítulo, criando, dessa maneira, um paralelo significativo e motivador para a
aprendizagem.
Fique Alerta!
Isaias 32:8
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Componente
Curricular 1
INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA (20H)
10
EJA-INTEGRADA - EPT
Olá, estudante!
Para melhor orientação dos seus estudos, fizemos uma divisão dos conteú-
dos das unidades em aulas que precisam de cerca de duas (2) horas de estudo.
A seguir serão apresentados os conteúdos para cada aula. Na Unidade 1 serão
trabalhados:
• Aula 01: 1.1 Conceituando Logística
• Aula 02: 1.2 Missão da Logística
• Aula 03: 1.3 Abordagem histórica: origem da Logística
• Aula 04: 1.4 Escopo das atividades da Logística
• Aula 05: 1.5 O profissional de logística
11
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Dias (2005) afirma que ainda hoje o significado de lógica se associa facilmente
ao desenvolvimento terminológico do que representa a logística enquanto sistema
lógico (racionalizado, coerente, eficiente) de abastecimento (prestação de serviço) às
atividades de criação de valor, de gestão dos recursos considerados estratégicos, de
sustentabilidade de atividades e ações de caráter militar.
12
EJA-INTEGRADA - EPT
De acordo com Ballou (2010), a logística empresarial tem uma missão: “colocar as
mercadorias ou os serviços certos no lugar e no instante corretos e na condição de-
sejada, ao menor custo possível”, pois a logística associa estudo e administração dos
fluxos de bens e serviços e da informação associada que os põe em movimento. Caso
fosse viável produzir todos os bens e serviços no ponto onde estes são consumidos ou
caso as pessoas desejassem viver onde as matérias-primas e a produção se localizam,
então a logística seria pouco importante. Mas isso não ocorre numa sociedade mo-
derna. Uma região tende a especializar-se na produção daquilo que tiver vantagem
econômica para fazê-lo e obter ganhos através das exportações.
13
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
O custo logístico – soma dos gastos com transporte, estoque, armazenagem e serviços adminis-
trativos – consome 12,7% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, que corresponde ao total das
riquezas produzidas pelo país. O índice cresceu no ano passado, frente aos 12,1% registrados
em 2014, e equivale a R$ 749 bilhões. Os números são elevados e impactam na competitividade
da produção brasileira. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, o custo logístico corresponde
a 7,8% do PIB. Os dados são do estudo Custos Logísticos no Brasil, do Ilos (Instituto de Logística
ebSupply Chain).
Fonte: https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/custo-logistico-consome-12-do-pib-do-brasil
a) Era “do campo ao mercado”: (início do século XX até 1940): preocupação com
o transporte das mercadorias produzidas e que necessitavam ser levadas até
seus mercados consumidores, surgiu no início do século XX com o incremento
das atividades agrárias. Figueiredo (2000) afirma que “a principal preocupação,
no caso, era com questões de transporte para escoamento da produção agríco-
la”.
b) Era das “funções segmentadas”: (1940 até início de 1960): Por volta de 1945,
com a necessidade de abastecimento das tropas em diversos lugares do mundo,
surgidas durante a segunda guerra mundial, foi desenvolvida a visão da logísti-
ca militar, surgindo como um pontapé inicial para a utilização dos conceitos de
logística nas empresas (ROCHA, 2001, p.29). Somente depois de muito tempo é
que esse exemplo militar conseguiu influenciar as atividades logísticas das em-
presas comerciais.
14
EJA-INTEGRADA - EPT
c) Era das “funções integradas”: (De 1960 a 1970 ): Até os anos 1950 a logística
das empresas estava voltada apenas para as atividades de transporte e arma-
zenagem. Nas décadas seguintes o quadro mudou; as empresas começam a
perceber a importância da distribuição física dos produtos. Este foi o período de
decolagem entre a teoria e a prática da logística. Aconteceram diversos fatores
que vieram propiciar o desenvolvimento das práticas logísticas. Esses fatores
foram, segundo Ballou (2010), “as alterações dos padrões dos consumidores, a
pressão por redução de custos provocada pela recessão do período pós-guerra,
os avanços na tecnologia da computação e as influências do trato com a logística
militar”.
15
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
16
EJA-INTEGRADA - EPT
envolve manter seus níveis tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo
que provê a disponibilidade desejada pelos clientes.
17
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Considerações da Unidade:
• A conscientização da importância da logística tem crescido devido ao impacto
18
EJA-INTEGRADA - EPT
19
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
2. Responda:
1) Liste e explique as atividades primárias da logística:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_________________________________________
3) A Logística passou por diversas Eras ou fases. Quais são as Eras da Logística?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
________________________________________
20
EJA-INTEGRADA - EPT
21
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Caro aluno nesta segunda unidade iremos aprofundar um pouco mais sobre
uma das atividades principais da Logística, os meios de transportes ou também
chamados de Modais de Transporte. O transporte é um dos elementos com opor-
tunidade para reduzir os custos de operações da empresa na área de logística.
22
EJA-INTEGRADA - EPT
a) Modal Ferroviário: Transporte efetuado por vagões puxados por locomotivas sobre os
trilhos (Trajetos devidamente definidos, pouca flexibilidade e eventuais atrasos nas entre-
gas).
23
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Desvantagens:
• Tem custos altos e baixa segurança (Brasil) para produtos de alto valor
agregado e pequenos.
• Tem frequências de saídas menores em relação ao rodoviário.
• Seu tempo de trânsito é maior.
• Ineficiente para curtas distâncias.
• Os custos de manuseio são altos.
• Não serve para serviço à domicílio.
• É ineficiente para alguns produtos.
24
EJA-INTEGRADA - EPT
Vantagens:
• Possibilidade de transporte integrado porta a porta, adequação aos tem-
pos pedidos, assim como a frequência e disponibilidade dos serviços.
• Flexibilidade do serviço em áreas geográficas dispersas.
• Manipulação de lotes relativamente pequenos.
• Serviço extensivo e adaptável.
• Serviço rápido.
• Entrega à domicílio ou “porta a porta”.
Desvantagens:
• Transporta somente cargas pequenas e médias;
• Custos elevados para longas distâncias.
c) Modal Aéreo: O transporte aéreo tem tido uma demanda crescente pela
vantagem da velocidade, principalmente para longas distâncias. A disponibili-
dade do serviço aéreo pode ser considerada boa sob condições normais de op-
erações. A variabilidade do tempo de entrega é baixa, apesar de o tráfego aéreo
ser bastante sensível a falhas mecânicas, condições meteorológicas e conges-
tionamentos. Keedi (2004) enfatiza que este tipo de modal mostra-se ideal para
produtos que necessitam de extrema rapidez na entrega, de valor elevado/peso
ou altamente perecíveis, com distâncias maiores que 1.000 Km, sendo que neste
último caso, o modal aéreo sofre uma grande concorrência do modal rodoviário.
Classificação:
• linhas-tronco domésticas regulares.
• cargueiros (somente carga).
• locais (principais rotas e centros menos populosos, passageiros e cargas).
• suplementares (charters, não tem programação regular).
• regionais (preenchem rotas abandonadas pelas domésticas, aviões meno-
res).
• táxi aéreo (cargas e passageiros entre centros da cidade e grandes aero-
portos).
• internacionais (cargas e passageiros).
25
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Vantagens:
• Velocidade elevada; distância alcançada, segurança (roubos, danos e ex-
travios); redução de custo com estoque.
Desvantagens:
• Custo alto de frete, tempos de coleta e entrega, manuseio no solo e di-
mensões físicas dos porões de transporte dos aviões.
26
EJA-INTEGRADA - EPT
• Bacia do Sul.
II) Marítimo: Keedi (2004) definem que o transporte marítimo é aquele rea-
lizado por navios a motor, de grande porte, nos mares e oceanos. O meio de
transporte mais utilizado no momento para movimentação no comércio in-
ternacional é o marítimo. Os navios cargueiros apresentam-se em várias for-
mas: os convencionais, de carga geral, os de carga frigorífica, graneleiros, na-
vios-tanque, roll-on roll-of, porta-contêineres, entre outros, para adaptação
dos mais variados tipos de carga. Ainda de acordo com Keedi (2004), o trans-
porte marítimo é o mais utilizado internacionalmente para deslocamento de
mercadorias no planeta. A operação eficiente de navios mercantes está inti-
mamente associada à existência de portos e terminais adequados, tanto do
ponto de vista físico como sob o aspecto operacional. Estas embarcações po-
dem apresentar-se nos mais diversos tipos, podendo ser divididos em navios
de carga geral, especializados, multipropósitos e porta-contêineres. O mesmo
autor classifica a navegação como sendo de “longo curso”- envolve mais de
um país, e a “cabotagem” - apenas dentro do próprio país, entre portos nacio-
nais. O transporte marítimo é o modal mais utilizado no comércio internacio-
nal.
Vantagens:
• Possibilidade de navegação interior através de rios e lagos.
• Maior capacidade de carga.
• Carrega qualquer tipo de carga.
• Menor custo de transporte.
Desvantagens:
• Necessidade de transbordo nos portos.
• Distância dos centros de produção.
• Maior exigência de embalagens.
• Menor flexibilidade nos serviços aliados à frequentes congestionamen-
tos nos portos.
III) Lacustre: De acordo com Keedi (2004), este modal tem as mesmas carac-
terísticas do fluvial, porém consiste no transporte em lagos, podendo ser con-
siderado incipiente, não tendo importância relativa no transporte de cargas
no comércio internacional. As suas rotas são determinadas por vias adequa-
das, providas pela própria natureza e estabelecidas pelo homem.
Utilização:
• Transporte de granéis líquidos, produtos químicos, areia, carvão, cereais
e bens de alto valor (nos operadores internacionais) e em contêineres.
27
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
los.
Vantagens:
• Capacidade de transportar grande quantidade de tonelagem.
IV) Dutoviário:
Quanto à forma, a logística de transporte está dividida em: Unimodal: envolve ape-
nas uma modalidade de transporte; Intermodal: envolve mais de uma modalidade;
Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido por um único contrato.
28
EJA-INTEGRADA - EPT
2.2.3 Corretores:
29
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Considerações da Unidade:
30
EJA-INTEGRADA - EPT
31
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
32
EJA-INTEGRADA - EPT
33
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Para Christopher (1997), para obter vantagem competitiva pode-se dividir estraté-
gia em dois vetores, sendo:
• Vantagem em produtividade: em que a empresa diminui os custos de pro-
dução com um aumento na produção, ou através de um maior volume de
vendas.
• Vantagem em valor: em que a organização deve buscar maneiras de propor-
cionar um valor adicional ao produto ou serviço prestado que a torne difer-
ente da concorrência.
É um conjunto de atividades que devem ser executadas para atender a uma parte
da cadeia de suprimentos. Uma cadeia de suprimentos pode ser dividida, em quatro
grandes grupos:
• Grupo de fornecedores.
• Grupo de empresas manufatureiras, que transformam as MP em produtos
acabados.
• Grupo dos Centros de distribuição: recebem, acondicionam e entregam os
produtos aos clientes.
• Grupo de consumidores finais.
Os suprimentos são os atores principais de toda a cadeia, uma vez que é com base
nas características dos suprimentos que a logística define seus parâmetros (lead
34
EJA-INTEGRADA - EPT
35
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
como:
• Movimentação da linha de produção.
• Expedição.
• Gestão de estoques.
• Gestão de transportes.
• Logística Reversa (reciclagem e devolução).
Considerações da Unidade:
Nesta unidade foram apresentados a divisão das operações logísticas e sua impor-
tância estratégica. Vimos que os objetivos principais das estratégias nas operações
logísticas é melhorar o nível de serviço logístico, reduzir custos e minimizar o capital
investido (investimento em todo o sistema logístico). Agora podemos verificar o que
você aprendeu!
36
EJA-INTEGRADA - EPT
37
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
38
EJA-INTEGRADA - EPT
Uma das consequências da falta de estratégias definidas, por exemplo, é a não pri-
orização das obras de infraestrutura, tais como aeroportos, portos, portos secos, etc.
2) Portos Secos: são terminais aduaneiros de uso público, que prestam serviços pú-
blicos de movimentação e armazenagem de mercadorias que estejam sob controle
aduaneiro. A principal função de um Porto Seco é receber mercadoria importada
39
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
ou exportar sob controle fiscal, utilizando um dos regimes especiais para os quais
está habilitado. O controle dos Portos Secos, bem como o licenciamento de novos
usuários, é feito no Brasil pela Secretaria da Receita Federal.
Considerações da Unidade:
40
EJA-INTEGRADA - EPT
Questão Resposta
1 V, F, F,V, F, V, V, F
Unidade 2
Questão Resposta
1 V, V, F, V, V, F, V
Referências:
BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: Transporte, Administração de Materiais e
Distribuição Física.ٶSão Paulo: Editora Atlas. 2010.
41
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
LAUDON, K.C; LAUDON, J.P. Sistemas de informação gerenciais. 11ª. ed. Rio de Janeiro:
Pearson, 2014.
NORTON, P.. Introdução à informática. Tradução Maria Cláudia Santos Ribeiro Ratto.
São Paulo: Pearson, 2011.
42
EJA-INTEGRADA - EPT
RETTIG, C. The trouble with enterprise software. MIT Sloan Management Review,
v. 49, n. 1, p. 21-27, 2007
43
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Objetivos:
Habilitar alunos em acompanhar processos da cadeia logística referentes à
distribuição de Materiais, a processo de Estocagem e movimentação de pro-
dutos e matéria prima.
Ementa:
Introdução à Administração de Estoques, tipos de estoques, classificação
ABC; Administração de Materiais, classificação de materiais; Técnicas de esto-
cagem. Armazenagem. Tipos de transportes. Modais e intermodalidade.
44
EJA-INTEGRADA - EPT
Geral
Específicos
INTRODUÇÃO:
Não é por acaso, portanto, que a primeira aula de todo e qualquer curso sobre Lo-
gística comece sempre com o conhecimento essencial do que é Administração. É
apenas com o conhecimento desse fenômeno universal e universalizante que pode-
remos compreender não apenas a Logística, mas qualquer ação humana feita de for-
ma associada. É da compreensão do que é Administração que vem o entendimento
do que é Administração de Materiais, Administração de Estoques e Administração de
Transporte. Vamos lá.
45
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
VISÃO DA CIÊNCIA:
Ainda olhando as respostas da tabela 1 podemos ver que a segunda resposta diz
que Administração é utilização (RAGONESI, 2017). Utilização de quê? De recursos. Mas
veja que coisa interessante. Essa segunda resposta é diferente das demais porque as
outras dizem que Administração é um processo. Mas veja que a segunda resposta se
concentra justamente sobre os recursos, que é o que a primeira resposta também faz,
quando diz que Administração é utilização de recursos.
Tabela 1. Administração: visão da ciência
Autores Respostas
Bitar e Vicente Administração pode ser definida como o processo de planejar, orga-
(2021) nizar, dirigir e controlar as atividades de uma organização, p. 377
Ragonesi Administração pode ser definida como a utilização mais eficiente e
(2017) eficaz dos recursos da organização por meio dos processos de planejar,
organizar, liderar e controlar afim de alcançar seus objetivos estabeleci-
dos, p. 15
Carneiro, Sal- Administração pode ser definida como um processo composto por
gado Júnior e quatro etapas interdependentes e cíclicas (planejamento, organização,
Macoris (2016) direção e controle), que visa levar as organizações a utilizarem seus re-
cursos da melhor maneira possível, tornando-as eficientes, para que
consigam atingir seus objetivos, tornando-as eficazes, p. 342
46
EJA-INTEGRADA - EPT
Isso quer dizer, então, que o foco de toda Administração é lidar com recursos. Mas
o que são recursos? Agora você vai entender bem: recursos são tudo aquilo de que a
gente precisa para fazer alguma coisa. Se quero fazer um bolo, os recursos são os ovos,
manteiga, açúcar, farinha de trigo, a forma, as batedeiras, energia, forno e muito mais.
São os recursos que precisamos manusear para que, no final, aquilo que a gente quer
fazer aconteça. É assim não apenas com o bolo, mas com tudo no universo. Tudo con-
some recursos, como mostraremos ao longo deste curso.
Para não nos alongarmos muito, veja que tudo o que a Administração faz está vol-
tado para o alcance de objetivos. O que é um objetivo? É toda situação futura deseja-
da. A gente chama dessa forma para tudo o que a gente quer fazer. Se queremos fazer
um churrasco no final de semana, esse churrasco é uma situação futura desejada. Se
queremos fazer uma viagem de férias no final do ano, essa viagem também é outra
situação futura desejada.
VISÃO DA PRÁTICA:
A segunda resposta diz que Administração é uma tarefa. Uma tarefa é todo traba-
lho obrigatório que temos que fazer. É por isso que dizemos que as tarefas A e B são
do fulano e C e D são de Ciclano. Esse trabalho obrigatório é que faz com que objetivos
sejam alcançados. Veja, aqui, que a finalidade da Administração também é alcançar
objetivos. Mas o que difere é justamente o foco sobre a eficiência. O que é eficiência?
Essa palavra significa, em Administração, “fazer da melhor maneira possível”. Aquela
pessoa que faz as coisas da melhor maneira possível é uma pessoa eficiente. Agora,
uma surpresa: como é que as pessoas conseguem ser eficientes? Simples: planejando,
organizando, dirigindo ou liderando e controlando os recursos que utilizam. Surpre-
47
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
so? Exatamente. A eficiência só é possível com o uso das etapas do processo gerencial.
Autores Respostas
M a rc o n - Administração pode ser definido como sendo ٶo processo de planejar,
des (2020) organizar, dirigir e controlar o uso de recursos com a finalidade de alcançar
os objetivos definidos para uma organização.
Moreira Administração pode ser definida como a tarefa que possibilita alcançar
(2009) os objetivos previamente definidos, com menor dificuldade e maior rapi-
dez, isto é, com maior eficiência.
Paciello Gestão pode ser definida como ٶo atingimento de metas e objetivos com
(2018) recursos limitados com e através das pessoas.
Fonte: dados coletados pelos autores.
A terceira resposta dá muita ênfase aos objetivos e metas. Metas são um tipo muito
especial de objetivos. Elas têm sempre um número e uma data para acontecer. Por
exemplo, o objetivo “Vender picolés” pode ser traduzido em metas assim “Vender 200
picolés no próximo domingo”. Veja o número 200 sinalizando a quantidade do objeti-
vo “vender picolés” e a data de quando isso deve acontecer. Mas objetivos e metas são
impossíveis sem que consumam recursos. E como eles são limitados, precisam ter o
seu uso planejado, organizado, dirigido ou liderado e controlado. Exatamente! Nova-
mente aqui aparecem as etapas do processo gerencial. Mais do que isso, as pessoas
são extremamente importantes na Administração porque tudo é feito por elas e com
elas.
Só para terminar. O que Administração tem a ver com Gestão? Nada. As duas pa-
lavras querem dizer absolutamente a mesma coisa. Administração de Materiais é a
mesma coisa que Gestão de Materiais. Administração de Estoque é a mesma coisa
que Gestão de Estoque. Administração Ambiental é a mesma coisa que Gestão Am-
biental. Simples assim.
RESUMINDO...
48
EJA-INTEGRADA - EPT
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Analise as afirmativas abaixo e assinale com V as verdadeiras e com F, as falsas.
( ) Administração é um processo, para a ciência.
( ) Planejar, organizar, comandar e dirigir são as etapas do processo de Admin-
istração.
( ) Administração é uma coisa e Gestão é outra.
( ) A visão prática da Administração se concentra no alcance de objetivos e me-
tas.
( ) Um objetivo é uma situação futura desejada.
49
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
BITAR, Alan Barros; VICENTE, Kyldes Batista. A EDUCAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO.ٶHu-
manidades & Inovação, v. 8, n. 50, p. 377-385, 2021.
MOREIRA, Bruno Leonardo C. Funções do gestor. 2009. Blog Funções dos Gestores.
Disponível em http://funcoesdosgestores.blogspot.com/.
PACIELLO, Marcelo. Uma análise da gestão esportiva no Brasil. 2018. Blog The 360.
Disponível em https://the360.com.br/blog/62/uma-analise-da-gestao-esportiva-no-
-brasil.
50
EJA-INTEGRADA - EPT
Geral
Saber conceitualmente o que é estoque.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar a visão da ciência sobre o que é estoque;
b) explicar a visão da prática logística sobre o que é estoque.
INTRODUÇÃO:
E o que estoque tem a ver com isso? Simples: estoques são recursos. E como tal,
precisam ser planejados, organizados, dirigidos e controlados. Isso significa que é so-
bre os estoques que aplicamos o processo gerencial para que a logística funcione. Foi
por isso que dissemos na aula anterior que a Logística está na Administração e a Ad-
ministração é Logística. Por isso é muito, muito importante estudar os estoques. Mas
a primeira coisa que devemos saber com exatidão é o que é estoque. Que coisa é essa
que justifica a existência da Logística e da Administração? Vejamos como a ciência e
a prática da logística o veem.
VISÃO DA CIÊNCIA:
Estoque é uma acumulação. Acumular é o mesmo que juntar, unir. No caso do es-
toque, é uma acumulação armazenada. Acumular de forma armazenada quer dizer
51
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
uma série de coisas que são típicas da logística, como vamos explicar depois, sobre
armazenagem. Mas, por enquanto, saiba que o termo “acumulado” quer dizer que o
estoque é cadastrado, registrado, acondicionado e colocado em um lugar adequado,
esperando o momento de ser usado.
Tabela 1. Estoque: visão da ciência
Autores Respostas
Santos (2022) Estoque pode ser definido como a acumulação armazenada de re-
cursos materiais em um sistema de transformação, ou seja, é qualquer
recurso que pertence a uma organização, que, por algum motivo, é ar-
mazenado, p. 3.
Souza, Miranda Estoque pode ser definido como todos e quaisquer bens destinados à
e Cavalcante venda ou produção, os quais possuem referência direta com os objetivos
(2021) das empresas, p. 60236
Ferreira et al. Estoque pode ser definido como acu-
(2021) mulação armazenada de recursos materiais
em um sistema em transformação, p. 3
Fonte: dados coletados pelos autores.
VISÃO DA PRÁTICA:
Agora vamos analisar as respostas obtidas junto a profissionais que lidam com es-
toques. Veja na tabela 2 que as respostas de Casa (2022) e Vhsys (2022) dizem que es-
toques são acumulação, da mesma forma que a ciência diz. A resposta de Vhsys (2022)
acrescenta ainda outros itens, além dos materiais, desde que utilizados diretamente
na produção ou na venda ou itens que não estejam vinculados à produção, mas que
a logística venha a utilizar. Perceba o foco centrado na ideia de produção, operações e
venda. Isso é muito importante para que possamos entender os estoques.
Tabela 2. Estoque: visão da prática
52
EJA-INTEGRADA - EPT
Autores Respostas
Casa (2022) Estoque pode ser definido como a acumulação deٶrecursos materiaisٶem
um sistema de operações ou produção.
Vhsys (2022) Estoque pode ser definido como um acúmulo de materiais e itens que
podem ser usados como matéria-prima na produção, produto direto para
venda, ou até mesmo para uso interno dentro da logística da empresa.
Nutrição Estoque pode ser definido como o somatório de materiais armazenados
e Gestão em uma organização, que permanece reservado para uso oportuno.
(2018)
RESUMINDO...
53
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Analise as afirmativas abaixo e assinale com V as verdadeiras e com F, as falsas.
( ) Estoque é acúmulo desordenado de materiais.
( ) Acúmulo armazenado envolve uma série de operações tipicamente logísticas,
como cadastro e registro de materiais.
( ) Se os materiais não forem utilizados para venda, produção ou operações não
podem ser considerados estoques.
( ) Um sistema de transformação transforma os estoques em produtos ou
serviços.
( ) Os estoques são consumidos em sistemas de transformação.
54
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
CASA DA CONSULTORIA. O que é estoque: veja como organizar a sua empresa. 2022.
Disponível em https://casadaconsultoria.com.br/o-que-e-estoque/.
FERREIRA, Anna Marys Saraiva et al. Estudo do estoque de uma prestadora de servi-
ços.ٶResearch, Society and Development, v. 10, n. 13, p. e476101321478-e476101321478,
2021.
SOUZA, Carlos Victor Lopes; MIRANDA, Taylor de Souza; CAVALCANTE, Zuila Paulino.
Auditoria para o controle do estoque/Stock control audit.ٶBrazilian Journal of Devel-
opment, v. 7, n. 6, p. 60225-60247, 2021.
55
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Geral
Conhecer as técnicas de armazenagem mais comuns.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar a visão da ciência sobre gestão de estoques;
b) explicar a visão dos profissionais de logística sobre gestão de estoques;
c) explicar a diferença entre essas duas visões.
INTRODUÇÃO:
VISÃO DA CIÊNCIA:
A primeira resposta (MOTTA; MARINS, 2012) diz que gestão de estoques é um con-
junto de atividades, a segunda (HARMEN; YUNIASIH, 2017) mostra que é uma soma de
atividades e a terceira (MUFUTAU, 2013) aponta para um processo. As duas primeiras
se referem a atividades. Vamos olhar essas duas com mais detalhes. O que é um con-
junto de atividades? O que é uma soma total de atividades? Perceba que um conjun-
to é a soma total de alguma coisa, de maneira que, de forma diferente, as duas visões
apontam para o mesmo fenômeno: uma série de coisas que precisam ser feitas. Uma
atividade é algo que é necessário que seja feito.
56
EJA-INTEGRADA - EPT
Agora vejamos a terceira, que diz que é um processo. Já sabemos que um proces-
so é um sequenciamento lógico de etapas. Etapas nada mais são do que conjuntos
de atividades. Para fazer um suco de limão, posso dividir as etapas em preparação,
realização e reserva. Na fase de preparação é feita a escolha dos limões, a compra dos
limões, a compra dos ingredientes, a preparação da cozinha, a reserva dos utensílios
e assim por diante. O mesmo acontece com as outras duas etapas. Não fica difícil
perceber, então, que “conjunto de atividades”, “soma total de atividades” são pratica-
mente a mesma coisa que processo, que poderia ser escrito em forma de “sequência
de atividades”.
Essa política, ainda seguindo a segunda resposta, tem que estar voltada para o at-
endimento das necessidades da empresa, o que quer dizer que a empresa não pode
ficar sem material para vender, fabricar seus produtos ou prestar os seus serviços. E o
estoque não pode ser utilizado de qualquer jeito. Tem que ser aproveitado ao máximo
(eficiência) para que o dinheiro investido nele (capital) possa retornar aos seus donos.
Autores Respostas
Motta e Ma- Gestão de estoques pode ser definida como um conjunto de atividades
rins (2012) que visa, por meio de respectivas políticas de estoque, o atendimento das
necessidades da empresa, com a máxima eficiência e ao menor custo, por
meio de maior giro possível para o capital investido em materiais, p. 3
Harmen e Gestão de estoques pode ser definida como a soma total das atividades
Yuniasih necessárias para a aquisição, armazenamento, venda, descarte ou uso de
(2017) materiais, p. 93.
Mufutau Gestão de estoques pode ser definida como um processo de aquisição
(2013) econômica do material necessário para uma organização e a manuten-
ção eficaz desses materiais nos vários níveis de operações da organização,
garantindo uma utilização eficiente dos materiais de forma a aumentar a
lucratividade da organização, p. 8
Fonte: dados coletados pelos autores.
57
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
VISÃO DA PRÁTICA:
58
EJA-INTEGRADA - EPT
Autores Respostas
Sindi (2019) Gestão de estoques pode ser definida como a tarefa de equilibrar com-
pras, armazenagem e entregas para que haja uma perfeita sincronia desde
o momento em que chega uma matéria-prima até o momento de venda do
produto para o consumidor final.ٶ
Fabrimetal Gestão de estoquesٶpode ser definida como o processo que garante o
(2021) armazenamento das quantidades ideais para sustentar as atividades da sua
empresa.
Casa (2021) Gestão de estoquesٶé o processo que garante planejamento, execução
eٶcontroleٶdos recursos armazenados dentro de uma empresa.
O que se pode depreender dessas visões dos profissionais de logística é que o ge-
renciamento de estoques está restrito ao interior das organizações. E não poderia ser
diferente, já que estoque é acúmulo armazenado de materiais e os armazéns são di-
mensões internas das organizações e das empresas. Mas todas as etapas de planeja-
mento, execução e controle é responsabilidade do gestor dessa área.
RESUMINDO...
Qual é a diferença entre essas duas visões? A visão da ciência engloba as atividades
de compras, enquanto a visão dos profissionais de logística vê a gestão de estoques
restrita ao armazém.
59
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Analise as afirmativas abaixo e assinale com V as verdadeiras e com F, as falsas.
( ) Ciência e profissionais de logística têm a mesma percepção do que seja gestão
de estoque.
( ) Para a ciência, gestão de estoque é um processo.
( ) Para os profissionais de logística, gestão de estoque é tomada de decisão.
( ) A gestão de estoque também tem responsabilidade sobre os materiais que
não estão destinadas à produção, como materiais de expediente.
( ) Planejamento, execução e controle dos materiais são responsabilidades da
gestão de estoques.
60
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
CASA Magalhães. Gestão de estoques: o que é, como fazer e principais métodos. 2021.
Disponível em https://www.casamagalhaes.com.br/blog/gestao-de-estoque/gestao-
-de-estoque/.
HARMEN, Ferry Andika; YUNIASIH, Rafika. Inventory management analysis and im-
provement of inventory control procedures: Case study in the secretariat of the tax
court. In:ٶ6th International Accounting Conference (IAC 2017). Atlantis Press, 2017. p.
93-98.
MOTTA, Sinuê Coelho Santos; MARINS, Cristiano Souza. Análise da aplicação da fer-
ramenta MASP no controle de estoque de uma usina siderúrgica.ٶIn: IX Simpósio de
Excelência em Gestão e Tecnologia, Resende, 24 a 26 outubro 2012.
61
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Geral
Conhecer as etapas do processo de gestão de estoques.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) identificar as etapas de gestão de estoques sob o ponto de vista da ciência;
b) identificar as etapas de gestão de estoques sob o ponto de vista de profissio-
nais da logística.
INTRODUÇÃO:
Mas como você pode ver, isso é coisa muito ampla. Realmente, para que esses co-
nhecimentos e habilidades sejam obtidos geralmente são necessários anos e mais
anos de estudos e práticas. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, é possí-
vel planejar todo um curso de graduação apenas com aquelas três grandes atividades
típicas da responsabilidade gerencial de estoques. Mas na prática imediata, é neces-
sário que a gente saiba com exatidão o que precisa ser feito para que se faça de fato
gestão de estoques. Dito de outra forma, que coisas são necessárias para que a gestão
realmente aconteça e alcance os resultados logísticos desejados?
VISÃO DA CIÊNCIA:
62
EJA-INTEGRADA - EPT
Autores Respostas
Marques 1) Planejamento do estoque.
(2020) 2) Gestão da demanda.
3) Controle dos estoques.
4) Avaliação de desempenho.
Gomes et al. 1) Compras: sistema indica os produtos em falta, quantidade a ser com-
(2018) prada e giro da loja.
2) Faturamento: fatura, emite as notas, envia por e-mail às lojas e dá en-
trada no sistema.
3) Recebimento: confee, dá baixa, estoca e disponibiliza para consulta no
sistema.
4) Armazenamento: conforme o tipo, de acordo com o espaço disponível.
5) Reposição – os materiais ficam disponíveis para reabastecimento.
Fonte: dados coletados pelos autores.
As etapas do processo apresentadas por Gomes et al. (2018) começam com as com-
pras, prosseguem com o faturamento, continuam com a recepção dos materiais com-
prados, em seguida são armazenados e terminam com a reposição dos materiais para
o setor de produção. Para que esse sincronismo exista, é necessário que as compras
sejam planejadas, a demanda seja conhecida, os estoques sejam controlados e o de-
sempenho seja continuamente medido e avaliado, exatamente como descrito no es-
tudo de Marques.
VISÃO DA PRÁTICA:
63
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Autores Respostas
Casa (2021) 1) Saber o que suprir.
2) Definir em que quantidade suprir.
3) Determinar em que momento suprir.
Hoinaski 1) Cadastro de todos os itens armazenados: descrição e codificação.
(2022) 2) Desenvolvimento de processos: recepção, inspeção, forma de armaze-
namento, reposição na loja e novos pedidos.
3) Esboço de fluxo de entrada e saída de mercadorias.
4) Registro de todas as movimentações de produtos.
5) Definição das datas de compras.
6) Fazer auditorias frequentes de estoques.
Santana 1) Fazer o inventário de estoques.
(2020) 2) Automatizar o controle de estoques.
3) Capacitação dos colaboradores.
4) Estabelecer limites de perdas e danos.
5) Escolher a metodologia de gestão (PEPS, UEPS, Just in time ou Curva
ABC).
Para Casa (2021), para se fazer gestão de estoques basta saber que material suprir,
a quantidade e quando o suprimento deve acontecer. Se essas três coisas forem feit-
as adequadamente, adequada estará a gestão de estoques. Naturalmente que uma
série de atividades deve ser executada em cada etapa. Mas, em síntese, é isso.
Hoinaski (2022) apresenta uma sequência mais longa e mais operacional. Quan-
do dizemos operacional estamos nos referindo a algo que pode ser operacionalizado,
colocado em prática. É diferente de algo conceitual, que tem um nível muito alto de
abstração. Esta segunda resposta mostra coisas que são passíveis de serem feitas.
Veja a primeira: cadastrar todos os itens que estão no armazém. O que é preciso fazer?
Descrever os itens e colocar um código nele. E pronto. A mesma coisa acontece com
a segunda etapa: desenvolver processos. Como se faz isso? Simples: dizendo, passo a
passo, como receber os materiais, como inspecionar para ver se eles não têm falhas ou
danos, quais são as formas de armazenamento para cada material e como fazer esse
armazenamento, como fazer a reposição de material na loja, como fazer novos pedi-
64
EJA-INTEGRADA - EPT
dos. Esses mesmos procedimentos operacionais continuam a ser listados até o final,
que é a necessidade de auditorias de estoques.
O que se pode concluir é que a falta de estudos sobre as etapas do processo ger-
encial de estoques talvez tenha distanciado a ciência dessa realidade e necessidade
logística. Por outro lado, a prática do gerenciamento logístico tem produzido uma
fertilidade elevada de etapas gerenciais, o que pode representar, talvez, a necessidade
de ordenamento e classificação que quase sempre a ciência faz com bastante ade-
quação e consistência.
RESUMINDO...
65
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Analise as afirmativas abaixo e assinale com V as verdadeiras e com F, as falsas.
( ) As etapas do processo de gestão de estoques são exatamente as mesmas
tanto para a ciência quanto para os profissionais de logística.
( ) Na visão da ciência há a etapa de aquisição dos materiais.
( ) Na visão dos profissionais de logística não há a etapa de aquisição de mate-
riais.
( ) Avaliar o desempenho é uma etapa que aparece apenas na visão da ciência.
( ) Fazer os suprimentos é uma etapa que aparece tanto na visão da ciência
quanto dos profissionais de logística.
Vídeo: Controle de estoque: como fazer uma planilha para gerenciar seu esto-
que de maneira simples
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lLN0-GdTVjk
66
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
CASA Magalhães. Gestão de estoques: o que é, como fazer e principais métodos. 2021.
Disponível em https://www.casamagalhaes.com.br/blog/gestao-de-estoque/gestao-
-de-estoque/.
HOINASKI, Fábio. 6 passos para fazer uma gestão de estoque eficiente. 2022. Dispo-
nível em https://www.ibid.com.br/blog/6-passos-para-fazer-uma-gestao-de-estoque-
-eficiente/.
SANTANA, Asdra. Gestão de estoque: aprenda o que é e como fazer em seu negócio.
2020. Disponível em https://econsult.org.br/blog/gestao-de-estoque-aprenda-o-que-
e-e-como-fazer-em-seu-negocio/.
67
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Geral
Conhecer os diferentes tipos de estoques.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) reconhecer os diferentes tipos de estoques, segundo a visão da ciência;
b) reconhecer os diferentes tipos de estoques, segundo a visão da ciência, sob a
ótica dos profissionais de logística;
c) avaliar as diferenças e semelhanças entre a visão da ciência e a dos profission-
ais de logística sobre os diferentes tipos de estoques.
INTRODUÇÃO:
Também aprendemos que a forma como os estoques são gerenciados e suas eta-
pas dependem do tipo de material que vai ser gerenciado. Uma coisa é gerenciar todo
o estoque disponível no armazém, que é a responsabilidade central da gestão; mas
outra coisa diferente e importante é saber como lidar com cada tipo de material em
particular. Por exemplo, produtos químicos como matéria-prima para determinados
produtos exigem tratamento diferente de madeiras como matéria-prima. Muitas vez-
es as diretrizes e políticas de gestão de estoques dependem, em primeiro lugar, dos
tipos materiais que vão ser estocados. É por isso que é muito importante saber como
os estoques são classificados, ou seja, quais são os seus tipos. É sobre isso que essa
aula vai trabalhar. Vamos lá.
VISÃO DA CIÊNCIA:
e a terceira (FRANKLIN, MASCARENHAS; ISSA JUNIOR, 2018) respostas são muito pare-
cidas. O raciocínio utilizado para essa classificação foi o de pensar os diferentes está-
gios do processo de produção. Tudo começa com a matéria-prima, que é o que vai ser
utilizado para ser transformado em produto final, que é a última etapa do processo.
Muitas vezes, depois que a matéria-prima recebe o primeiro processamento, ela é es-
tocada, guardada, armazenada, que é quando recebe o nome de estoque em proces-
so ou material em processo. Quando esses materiais em processo têm finalizada a sua
transformação, são produtos finais, prontos para serem enviados aos clientes.
Contudo, para que essa lógica seja aplicada (matéria-prima transformada em ma-
teriais em processo transformado em produto final), são necessários os usos de outros
materiais, outros tipos de materiais. Um deles são os materiais de manutenção. Óleos,
graxas, impermeabilizantes e outros produtos podem ser considerados desse tipo
porque são destinados à manutenção de máquinas e equipamentos utilizados na
produção. Os materiais auxiliares muitas vezes são chamados de materiais indiretos
de produção porque, mesmo não fazendo parte do produto, são usados na sua fabri-
cação. Materiais de limpeza e equipamentos de proteção individual são dois exemplos
desse tipo de materiais que precisam ser estocados.
Tabela 1. Tipos de estoque: visão da ciência
Autores Respostas
Figueiredo Estoque de matéria-prima.
et al. (2020) Estoque de materiais auxiliares da produção.
Estoque de materiais de manutenção.
Estoque de materiais em processo ou intermediário.
Estoque de materiais acabados.
Soares, Melo Estoque de segurança: compensa incertezas de demanda e fornecimen-
e Ferreira to.
(2022) Estoque de ciclo: quando só um produto pode ser produzido por vez.
Estoque de desacoplamento: cada processo produtivo se faz indepen-
dente.
Estoque de antecipação: lidar com sazonalidade previsível.
Estoque no canal: fica estocado até o cliente pedir.
Franklin, Estoques de matérias-primas e componentes: itens para a produção.
Mascare- Estoques de material em processo: itens em processamento, em fase de
nhas e Issa produção.
Jr (2018) Estoques de produtos acabados: itens prontos para venda.
Estoques de materiais MRO (manutenção, reparo e operação): itens de
apoio à produção.
69
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Estoques de segurança, como o nome diz, servem para garantir que a produção
não vai parar por falta de material. Os estoques de ciclo são aqueles que permitem
que mudanças na linha de produção não vão parar o processo produtivo global, ou
seja, enquanto as máquinas estão sendo utilizados para a produção do produto A, a
produção do produto B continua porque tem estoque para isso. Os estoques de de-
sacoplamento permitem que os processos produtivos sejam independentes, isto é, a
linha de produção do produto A é planejada para que tenha os materiais necessários
para a geração do produto final de maneira desconectada com as outras linhas de
produção. Os estoques de antecipação são aqueles materiais que são produzidos ou
comprados a mais para que o processo produtivo não pare quando não houver ma-
terial disponível no mercado para abastecer normalmente as linhas de produção. E
os estoques de canal são representados pelos produtos acabados, que estão prontos
para ser enviados aos clientes, bastando apenas a chegada dos pedidos.
VISÃO DA PRÁTICA:
Os tipos de estoques descritos por Marquez (2019) são uma mistura de responsa-
bilidade gerencial, logística e de produção. A responsabilidade gerencial é vista nos
tipos de estoques de antecipação ou sazonal, de segurança, consignado (que é aquele
que está sob o poder ou guarda de terceiros), inativo (que são os que fracassaram nas
70
EJA-INTEGRADA - EPT
Autores Respostas
Marquez Estoque de antecipação ou sazonal.
(2019) Estoque de segurança.
Estoque consignado.
Estoque inativo.
Estoque cíclico.
Dropshipping.
Estoque isolador.
Estoque regulador.
Estoque em trânsito.
Estoque mínimo.
Estoque médio.
Estoque máximo.
Sindi (2019) Estoque de antecipação.
Estoque de ciclo.
Estoque máximo.
Estoque mínimo.
Estoque de proteção.
Mecalux 1) De acordo com a função: segurança, alerta, sazonal, inativo, em trânsito
(2019) e especulativo.
2) De acordo com a data de validade: perecível, não perecível e com data
de validade.
3) De acordo com as operações: adequado, físico, líquido, disponível, mí-
nimo e máximo.
Fonte: dados coletados pelos autores.
Os tipos previstos por Sindi (2019) são mesclas de tipos de responsabilidade geren-
cial do sistema de estoques, como o estoque de antecipação, de ciclo e de proteção,
com estoques de um ponto de vista da produção, como os estoques mínimo e máx-
imo. Como se pode perceber, essa tipologia está contida na visão apresentada por
Marquez (2019), o que é uma feliz coincidência, demonstrando uma certa unidade de
percepção dessas duas respostas.
71
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
dos os tipos de estoques listados também contidos na lista de Marquez (2019). A difer-
ença é o aparecimento do estoque especulativo, que é aquele que é feito para aprove-
itar alguma oportunidade de descontos ou preços baixos em relação ao preço normal
de mercado. A segunda função está vinculada ao prazo de validade dos produtos,
com os tipos perecíveis, não perecíveis e com data de validade (produtos vencidos). A
terceira é a função relativa à organização das operações, com os tipos adequado (que
atendem bem a demanda), físico (aqueles que estão disponíveis no armazém), líquido
(são os estoques físicos menos os pedidos dos clientes), disponível (são os estoques
líquidos mais os pedidos feito aos fornecedores que ainda não chegaram), mínimo e
máximo (que são os quantitativos previstos de produção para a operação racionaliza-
da e eficiente).
RESUMINDO...
Quais são os diferentes tipos de estoques, segundo a visão da ciência? Sob a ótica
da produção, estoque de matéria-prima, produtos em processo, produtos acabados,
materiais auxiliares e de manutenção. Sob a ótica gerencial, de segurança, de ciclo,
desacoplamento, antecipação e de canal.
Quais são os diferentes tipos de estoques, segundo a visão da ciência, sob a ótica
dos profissionais de logística? Sob o ponto de vista gerencial, de antecipação, segu-
rança, consignado, inativo, cíclico e especulativo. Sob o ponto de vista logístico, drop-
shipping, isolador, regulador, em trânsito, adequado, físico, líquido e disponível. Sob a
ótica da produção, mínimo, máximo, médio e adequado.
72
EJA-INTEGRADA - EPT
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
73
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, André Luiz Maciel et al. Aplicação Das Ferramentas De Gerenciamento
E Controle De Estoque Em Uma Distribuidora De Autopeças.ٶSouth American Devel-
opment Society Journal, v. 5, n. 15, p. 135, 2020. https://doi.org/ 10.24325/issn.2446-5763.
v5i15p135-163.
MARQUEZ, Gabriel. 12 tipos de estoque: como usar cada um deles para um gerencia-
mento otimizado. 2019. Blog NF-e. Disponível em https://nfe.io/blog/gestao-empre-
sarial/tipos-de-estoque/.
SOARES, Cilene Rodrigues; MELO, Ana Cristina Inácio; FERREIRA, Leonardo Rodrigues.
Controle interno: um estudo analítico do estoque no posto de combustíveis Rodrigão
em Serra Talhada-PE.ٶRevista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo, v. 7,
n. 4, p. 230-267, 2022.
FRANKLIN, Marcos Antonio; MASCARENHAS, Sidnei Augusto; ISSA JR, Eduardo Neder.
Melhorias no Desenvolvimento do Negócio–Santo Grão.ٶCaderno Profissional de Ad-
ministração da UNIMEP, v. 9, n. 1, p. 188-216, 2020.
74
EJA-INTEGRADA - EPT
Geral
Conhecer as técnicas de armazenagem mais comuns.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é uma técnica de armazenagem;
b) identificar as principais técnicas de armazenagem utilizadas.
INTRODUÇÃO:
Na aula anterior conhecemos muitos tipos de estoques. Vimos que os tipos de es-
toques variam muito, tanto na maneira como são vistos pela ciência quanto pela ma-
neira como eles são utilizados na prática. De uma certa forma, quando falamos de
tipo de estoque estamos falando de uma forma de organização deles. Veja o caso das
matérias-primas, que são estoques assim denominados porque é como elas iniciam
o processo de produção, é dessa maneira que elas entram no processo de produção.
A mesma coisa acontecem com os estoques chamados materiais em processo. Eles
são assim chamados porque vão ter que voltar ao processo de produção para serem
completados. A organização da produção é organizada assim e cada parte dessa or-
ganização dá nome ao estoque. Essa é uma das lógicas que são utilizadas para saber
o tipo de estoque.
Nesta aula vamos tratar da classificação de estoques, que é uma coisa muito dife-
rente. Para que essa diferença fique clara, vejamos alguns tipos de classificações que
usamos no dia a dia. Quando dizemos que a família do nosso amigo é da classe alta,
estamos também dizendo que existe pelo menos outra classe que não é alta, e que
podemos chamar de baixa ou média. Se eu digo que a estatura de Maria é baixa, estou
querendo dizer também que existe pelo menos outra estatura que não é baixa, que
poderia ser chamada de alta ou mediana. Mais alguns exemplos: quando digo que
meu time de futebol é campeão e o do meu pai é vice-campeão, estou me referindo
a um tipo de classificação, da mesma forma que é um tipo de classificação organizar
os clientes de uma loja em bons e maus pagadores.
75
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
VISÃO DA CIÊNCIA:
Autores Respostas
Fernandes, ABC: classes A, B e C.
Araújo e Olivei- PQRS: Classer P (Popular), Q (Mediana), R (Raro) e S (sem demanda).
ra (2020)
Neves (2022) Classificação ABC: classes A, B e C.
Classificação BCG: ponto de interrogação, estrela, vaca leiteira e abacaxi.
Matriz de Kraljic: Itens de alavancagem, itens estratégicos, itens não
críticos e itens de gargalo.
Pavéglio (2018) Classificação ABC: classes A, B e C.
Classificação XYZ: “X” são de aplicação não importante, com possibilida-
de de uso similar na empresa e não acarretam prejuízo para a organi-
zação; materiais “Y” tem uma importância de nível médio, com ou sem
similar na empresa e, os materiais classificados como “Z”, são os consi-
derados mais importantes e imprescindíveis e sem similar na empresa,
são vitais e sua falta gera paralisação de uma ou mais fases operativas,
como também resulta em riscos.
Fonte: dados coletados pelos autores.
76
EJA-INTEGRADA - EPT
A classificação PQR tem o mesmo princípio da classificação ABC, ou seja, está ba-
seada nas quantidades de estoques que são movimentados (entrada e saída), toman-
do sempre como base um determinado período de tempo. Ela classifica a demanda a
partir da popularidade do estoque no tempo, que pode ser semanal, mensal, bimen-
sal etc. A classe P é formada pelos itens que têm maior quantidade de entradas e saí-
das, chamados de populares, porque os clientes compram muito e a empresa repõe
muito o estoque. A classe R é formada de produtos que saem raramente, com saídas
ocasionais. A classe Q é de estoque com média popularidade e por isso são conside-
77
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
rados produtos normais. Uma forma de determinar as classes dos estoques é utilizar
o mesmo esquema de cálculo da curva ABC. A figura 2 exemplifica essa classificação.
Fonte: https://www.danielgasnier.com/post/2016/08/26/taxonomia-dividir-para-conquistar.
Essa classificação é muito útil para a organização do estoque nos espaços dos ar-
mazéns, por exemplo. Produtos que têm muita saída, como é o caso dos estoques
classe P, devem ser colocados de forma que facilite o constante manuseio, enquanto
os produtos classe R, que saem apenas raramente, devem ser colocados mais dis-
tantes. Quando utilizados os cálculos da classificação ABC, os produtos classe P são
os que representam até 5% da quantidade em estoque, mas respondem por 80% da
saída; os classe Q têm até 15% da quantidade estocada, mas alcançam 15% das saídas;
os de classe R são 80% de tudo o que está estocado, mas têm apenas 5% das saídas;
finalmente, os classe S não têm demanda.
A matriz BCG é feita por meio de quadrantes. Em cada um deles são dispostos os produtos
78
EJA-INTEGRADA - EPT
Fonte: https://www.resultadoemfoco.com.br/blog/gestao-estrategica/matriz-bcg-ciclo-de-vida-do-produto/
Vaca leiteira:
Tanto a geração de renda quanto os lucros envolvidos nos produtos são altos. Por
isso eles são chamados assim, porque dão, de fato, o sustento e representam o
básico do negócio. Embora o crescimento de mercado desses produtos não seja
significativo, o investimento também não é. Isso faz a relação compensar.
Estrela:
Abacaxi:
79
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Criança:
VISÃO DA PRÁTICA:
Tabela 1. Classificação de estoques: visão da prática
Autores Respostas
Areco (2017) Curva ABC: classes A, B e C.
Economy (2022) De acordo com o preço: classes alto, médio e baixo preço.
Totvs (2021) ABC: classes A, B e C.
Fonte: dados coletados pelos autores.
80
EJA-INTEGRADA - EPT
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
81
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
ARECO. Curva ABC na gestão de estoque: entenda o conceito. 2017. Disponível em
https://site.areco.com.br/curva-abc-na-gestao-de-estoques-entenda-e-aplique-o-
conceito/.
TOTVS. Curva ABC: como funciona e suas principais aplicações. 2021. Disponível em
https://www.totvs.com/blog/negocios/curva-abc/.
82
EJA-INTEGRADA - EPT
OBJETIVOS:
Geral
Saber como fazer a classificação ABC de estoques.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) identificar as etapas do sistema ABC de classificação de estoques;
b) saber interpretar os itens das classes criadas.
INTRODUÇÃO:
Vimos que a classificação ABC é muito conhecida e difundida, tanto no meio cien-
tífico quanto na prática gerencial logística. As duas principais razões para essa difu-
são e intimidades são a facilidade de aplicação e a precisão que ela proporciona aos
gestores, para que executem esquemas gerenciais capazes de alcançar efetivamente
os objetivos organizacionais e empresariais. Embora essa técnica possa ser aplicada a
todo tipo de material, é recomendado que ela fique restrita aos estoques, para que se
possam conhecer o comportamento dos principais indicadores gerenciais e operacio-
nais de interesse da logística.
Através do conhecimento de cada etapa da aplicação dessa técnica você deve ser
capaz de entender, na prática, a razão de se providenciar o uso de outras técnicas de
gestão de estoques, como o registro e cadastro dos itens, codificação e realização de
inventários periódicos. A finalidade de todo e qualquer esquema classificatório é qua-
se sempre o de permitir a tomada de decisão com base na realidade mais efetiva pos-
sível, a mais precisa que se conseguir alcançar (PEREIRA; BERTEGES, 2022; OLIVEIRA
et al., 2022). Quando registros e cadastros são realizados e atualizados, se a codificação
identificar com precisão cada item e se os inventários forem feitos, provavelmente a
classificação ABC será de uma utilidade sem igual. Agora vejamos como ela é feita.
83
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
trabalho ou de estudo.
A lista que você precisa fazer tem que ter os seguintes dados do item em estoque:
código, preço unitário e quantidade em estoque. O código do item, como você sabe,
é o nome do material e o número da carteira de identidade dele, como consta nos
registros e como foi cadastrado. O preço unitário é aquele mais atual, também em
conformidade com os registros mais recentes. Finalmente, a quantidade é aquela que
foi gerada a partir do confronto dos dados dos registros atuais com os registros físicos
feitos com o uso de inventários. Veja como são importantes essas três atividades de
gestão logística. Sua lista tem que ficar parecida com os que aparecem na tabela 1.
84
EJA-INTEGRADA - EPT
valor total de cada item colabora para a composição do total estocado. Isso é a mes-
ma coisa que saber o quanto cada item representa em dinheiro investido. Isso é feito
através da técnica de regra de três. O valor total de itens em estoque vai ser o 100% (R$
342.000,00) e o valor vai ser a incógnita, que é o valor que queremos saber. Aplicando
esse procedimento a cada item, temos os resultados constantes da tabela 2.
Essa etapa é bem simples de se fazer. Basta colocar o maior valor percentual na
primeira linha, que no nosso caso é o material M-002, o segundo material com maior
valor na segunda linha e assim sucessivamente, até o final. O resultado desse procedi-
mento está apresentado na tabela 3 abaixo.
Veja que interessante. Com essa primeira organização já podemos ver bastante coi-
85
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
sa. Por exemplo, o item M-010 tem uma participação insignificante na composição
dos investimentos em estoque, com apenas 0,2%. Isso significa que, para cada um real
investido em estoque, apenas dois centavos seriam destinados a esse item. É diferen-
te do que acontece com o item M-002. Aqui, para cada um real investido, praticamen-
te 47 centavos seriam destinados para ele.
Essa etapa é ainda mais fácil de ser feita. Na primeira célula da coluna “% acumu-
lado”, deve-se repetir o primeiro valor da coluna “% do item” (46,8). Depois, soma-se
esse valor (46,8) com o segundo valor da coluna “% do item” (23,4), o que deu o total
de 70,2, que deve ser colocado na segunda célula da coluna “% acumulado”. Esse pro-
cedimento deve ser repetido até o final. Veja como ficou o nosso exemplo na tabela 4.
Nesta etapa é preciso muita atenção. A teoria diz que os produtos A geralmente
representam 50% dos valores dos itens em estoque e que os produtos C contribuem
com apenas 5%. Disso vem que, olhando a coluna % acumulado, percebemos que o
produto M-002 tem quase 50% do valor total estocado. Ele será o único item A. Ago-
ra vamos para o final da coluna de % acumulado e percebemos que os itens M-007,
M-006, M-009, M-001, M-003 e M-010 estão todos acima dos 95%. Isso significa que
temos 6 itens C. Os outros itens não são nem A e nem C. Então, só podem ser B, que
são M-008, M-004 e M-005. A tabela 5 mostra os itens classificados.
86
EJA-INTEGRADA - EPT
Aqui está o resultado da classificação ABC. Note que classificar significa organizar
em classes. Descobrimos com esses procedimentos que produtos pertencem a cada
classe. Produtos classe A são os itens em estoque com mais valor agregado, como se
pode ver na tabela 5. Já os itens C têm pouca contribuição, mas isso não quer dizer
que eles não sejam importantes.
RESUMINDO...
Como interpretar os itens das classes criadas? A classe A representa os itens com
maior valor agregado e por isso precisar ser constantemente monitorados; a classe
C representa os itens de menor valor agregado, que podem ter monitoramento com
tempo mais alargado; a classe B representa os itens com valores agregados impor-
tantes, mas que podem ser monitorados com tempo maior que os itens A.
87
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Analise as afirmativas abaixo e assinale com V as verdadeiras e com F, as falsas.
( ) O sistema de classificação ABC é importante ferramenta de gestão logística.
( ) A classificação ABC organiza os itens em estoque em classes iguais.
( ) A classificação ABC toma como base de cálculo o valor total do estoque e os
valores totais de cada item estocado.
( ) Não colocamos no cálculo itens com estoque zerado.
( ) A classe A é composta por itens com alto valor agregado.
88
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
PEREIRA, Jenifer Cristina dos Santos; BERTEGES, Luiz Felipe Caramez. Análise de cur-
va ABC: revisão de estudos de casos. ٶRevista Ibero-Americana de Humanidades,
Ciências e Educação, v. 8, n. 6, p. 385-399, 2022.
OLIVEIRA, Gilberto Francisco et al. Curva ABC e Kanban, Ferramentas De Gestão De Es-
toque: Estudo de Caso em uma Empresa Multinacional de Sistemas de Fixação.ٶJour-
nal of Technology & Information (JTnI), v. 2, n. 2, 2022.
ALMEIDA, Douglas Santos; SILVA, Juliano Domingues; SOUZA, Adalberto Dias. Análise
da Gestão de Estoque de uma micro empresa de autopeças de Campo Mourão-PR:
uso da classificação ABC dos materiais.ٶIX EPCT – Encontro de Produção Científica e
Tecnológica, Campo Mourão, 27 a 31 de Outubro de 2014.
89
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Geral
Saber o que é administração de materiais.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é uma técnica de armazenagem;
b) identificar as principais técnicas de armazenagem utilizadas.
INTRODUÇÃO:
Uma técnica é uma maneira específica de fazer alguma coisa. Utilizamos muitas
delas no nosso
VISÃO DA CIÊNCIA:
Tabela 1. O que é administração de materiais: visão da ciência
Autores Respostas
Cazella (2019) A administração de materiais pode ser definida como um conjunto de
atividades que integram um circuito de reaprovisionamento (compras,
recebimento, armazenagem e produção), ou ainda uma gestão total do
controle de estoques, garantindo a existência contínua do mesmo, p. 1.
Moraes, Du- a administração de materiais pode ser definida como a atividade que
tra e Soares planeja, executa e controla o fluxo de material, desde os produtos a se-
(2018) rem comprados, até a entrega do produto ao cliente, p. 218.
Olanrewaju, A gestão de materiais pode ser definida como um processo de planeja-
Olatunya mento, execução e controle da fonte certa de materiais com a qualidade
e Okedare exata, no momento certo e local adequado para o processo de constru-
(2021) ção de custo mínimo, p. 22.
Fonte: dados coletados pelos autores.
90
EJA-INTEGRADA - EPT
VISÃO DA PRÁTICA:
Tabela 1. O que é administração de materiais: visão da prática
Autores Respostas
Sá (2022) Administração de materiais pode ser definida como um conjunto de ati-
vidades que integram um circuito de reaprovisionamento (compras, recebi-
mento, armazenagem e produção).
M i d a s Administração de materiais pode ser definida como parte do processo da cadeia
(2020) de suprimento que planeja, programa e controla, de modo eficiente e eficaz, os fluxos
adiante e reverso e a estocagem de bens, serviços e informações, do ponto de ori-
gem ao ponto de consumo, a fim de entender as necessidades dos clientes.
Ensino Administração de Materiais é definida como um conjunto de atividades
(2022) desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, des-
tinada a suprir as diversas unidades de materiais necessários para o bom
desempenho das funções.
Fonte: dados coletados pelos autores.
91
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
92
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
CAZELLA, Carla et al. diagnóstico da gestão de materiais da empresa Rotoline.ٶAnuá-
rio Pesquisa e Extensão Unoesc Chapecó, v. 4, n. esp., p. e20159-e20159, 2019.
MIDAS. O que sua empresa perde sem uma boa administração de materiais. 2020.
Blog Midas Solutions. Disponível em https://midassolutions.com.br/blog/administra-
cao-de-materiais/.
MORAES, Wallace Gomes; DUTRA, Edvaldo Silva; SOARES, Cristhiane Rodrigues. A im-
portância da administração de estoques no ambiente corporativo.ٶRevista Multidis-
ciplinar do Nordeste Mineiro–Unipac, v. 2178, p. 51-62, 2018.
93
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer as técnicas de armazenagem mais comuns.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é uma técnica de armazenagem;
b) identificar as principais técnicas de armazenagem utilizadas.
INTRODUÇÃO:
Uma técnica é uma maneira específica de fazer alguma coisa. Utilizamos muitas
delas no nosso
Autores Respostas
Cazella (2019) A administração de materiais pode ser definida como um conjunto de
atividades que integram um circuito de reaprovisionamento (compras,
recebimento, armazenagem e produção), ou ainda uma gestão total do
controle de estoques, garantindo a existência contínua do mesmo, p. 1.
Moraes, Du- a administração de materiais pode ser definida como a atividade que
tra e Soares planeja, executa e controla o fluxo de material, desde os produtos a se-
(2018) rem comprados, até a entrega do produto ao cliente, p. 218.
Olanrewaju, A gestão de materiais pode ser definida como um processo de planeja-
Olatunya mento, execução e controle da fonte certa de materiais com a qualidade
e Okedare exata, no momento certo e local adequado para o processo de constru-
(2021) ção de custo mínimo, p. 22.
94
EJA-INTEGRADA - EPT
VISÃO DA PRÁTICA:
Tabela 1. Etapas do processo de gestão de materiais: visão da prática
Autores Respostas
Sá (2022) Administração de materiais pode ser definida como um conjunto de ativi-
dades que integram um circuito de reaprovisionamento (compras, recebi-
mento, armazenagem e produção).
Midas Administração de materiais pode ser definida como parte do processo da
(2020) cadeia de suprimento que planeja, programa e controla, de modo eficien-
te e eficaz, os fluxos adiante e reverso e a estocagem de bens, serviços e
informações, do ponto de origem ao ponto de consumo, a fim de entender
as necessidades dos clientes.
Ensino Administração de Materiais é definida como um conjunto de atividades
(2022) desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, des-
tinada a suprir as diversas unidades de materiais necessários para o bom
desempenho das funções.
Fonte: dados coletados pelos autores.
95
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Analise as afirmativas abaixo e assinale com V as verdadeiras e com F, as falsas.
( )
( )
( )
( )
( )
96
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
CAZELLA, Carla et al. diagnóstico da gestão de materiais da empresa Rotoline.ٶAnuá-
rio Pesquisa e Extensão Unoesc Chapecó, v. 4, n. esp., p. e20159-e20159, 2019.
MIDAS. O que sua empresa perde sem uma boa administração de materiais. 2020.
Blog Midas Solutions. Disponível em https://midassolutions.com.br/blog/administra-
cao-de-materiais/.
MORAES, Wallace Gomes; DUTRA, Edvaldo Silva; SOARES, Cristhiane Rodrigues. A im-
portancia da administração de estoques no ambiente corporativo.ٶRevista Multidis-
ciplinar do Nordeste Mineiro–Unipac, v. 2178, p. 51-62, 2018.
97
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer as técnicas de armazenagem mais comuns.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é uma técnica de armazenagem;
b) identificar as principais técnicas de armazenagem utilizadas.
INTRODUÇÃO:
Uma técnica é uma maneira específica de fazer alguma coisa. Utilizamos muitas
delas no nosso
VISÃO DA CIÊNCIA:
Tabela 1. Classificação de materiais: visão da ciência
Autores Respostas
Cazella, Dalbosco e Classificação de materiais é um modo de ter uma padronização geral
Martins (2018) de todos os materiais em estoque na empresa
Silva et al. (2021) Classificação de materiais é a atividade responsável por identificar,
codificar e catalogar os materiais de uma organização
Cantizani e Berto- Classificação de materiais é catalogar, simplificar, especificar, normali-
luci (2021) zar, padronizar e codificar todos os materiais componentes do estoque
da empresa
Fonte: dados coletados pelos autores.
VISÃO DA PRÁTICA:
98
EJA-INTEGRADA - EPT
Autores Respostas
Carvalho (2016) Classificação de materiais é o processo de aglutinação de materiais
por características semelhantes.
Qconcursos Classificação de materiais é a atividade responsável pela identificação,
(2018) codificação e catalogação de materiais e fornecedores, dando apoio às
demais atividades de suprimento.
Estude (2022) Classificação de materiais é o processo de aglutinação de materiais
por características semelhantes, e determina grande parte do sucesso
no gerenciamento de estoques.
Fonte: dados coletados pelos autores.
RESUMINDO...
99
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Analise as afirmativas abaixo e assinale com V as verdadeiras e com F, as falsas.
( )
( )
( )
( )
( )
100
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
CANTIZANI, Everton Aparecido; BERTOLUCI, Evandro Antonio. Proposta de implanta-
ção controle de estoque e venda da tabacaria Hookah Vikings Proposal for implemen-
tation stock control and sale of Hookah Vikings tobacco store. ٶBrazilian Journal of
Development, v. 7, n. 12, p. 111742-111755, 2021.
SILVA, José Carlos Guedes et al. Almoxarifados arcaicos. In: CAMPELO, M. L. C. Logís-
tica: contribuições para a melhoria na produção e nos resultados. Guarujá: Científica
Digital, 2021.
101
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer as técnicas de armazenagem mais comuns.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é uma técnica de armazenagem;
b) identificar as principais técnicas de armazenagem utilizadas.
INTRODUÇÃO:
Uma técnica é uma maneira específica de fazer alguma coisa. Utilizamos muitas
delas no nosso
VISÃO DA CIÊNCIA:
Tabela 1. Técnicas de estocagem: visão da ciência
Autores Respostas
Garcia Carga unitária: unitização, transportada com o uso de paletes
(2022) Caixa ou gavetas: para materiais de pequenas dimensões, como parafusos
e botões.
Prateleiras: materiais de tamanhos diversos.
Raques: para materiais longos e estreitos, como canos.
Empilhamento: podem conter caixas ou paletes com materiais, um sobre
o outro.
Contêiner flexível: saco de tecido resistente emborrachado para transpor-
tar grãos e líquidos.
Andrade et Carga unitária (pallet): unitização, transportada com o u so de paletes.
al. (2015) Caixas e gavetas: para materiais de pequenas dimensões.
Prateleiras: materiais de tamanhos diversos.
Raques: para materiais longos e estreitos.
Fonte: dados coletados pelos autores.
102
EJA-INTEGRADA - EPT
VISÃO DA PRÁTICA:
Tabela 1. Técnicas de estocagem: visão da prática
Autores Respostas
IMAM Itens não paletizáveis: Armários modulares, Estanterias dinâmicas, Estan-
(2020) terias deslizantes e Estanterias metálicas leves.
Sistemas de Itens paletizáveis: Blocagem; Estruturas de braços em balanço (cantilever);
estocagem Estruturas porta-paletes convencionais; Estruturas porta-paletes conven-
cionais com empilhadeira trilateral; Mezaninos; Estruturas porta-paletes de
trânsito interno; Estruturas autoportantes; Estruturas porta-paletes desli-
zantes; Estruturas porta-paletes tipo “push back”; Estruturas porta-paletes
de dupla profundidade.
Souza (2012) Carga unitária: unitização e paletes
Caixas ou gavetas: para materiais de pequenas dimensões, como pregos
Prateleiras: com o uso de caixas e gavetas
Raques: peças longas e estreitas
Empilhamento: aproveitamento de espaço vertical com caixas ou paletes
Contêiner flexível: saco resistente e emborrachado
Fonte: dados coletados pelos autores.
RESUMINDO...
103
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
104
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
ANDRADE, Gabriela Borges et al. Proposta de melhoria da gestão de estoques de uma
organização. In: X SAEPRO, Simpósio Acadêmico de Engenharia de Produção, Viço-
sa, 27 a 29 de agosto 2015.
SOUZA, Cláudia Rodrigues de. Técnicas de estocagem. 2012. Blog Miscelânea Concur-
sos. Disponível em http://miscelaneaconcursos.blogspot.com/2012/03/tecnicas-de-es-
tocagem.html#:~:text=%C3%89%20a%20t%C3%A9cnica%20de%20estocagem,u-
ma%20distribui%C3%A7%C3%A3o%20equitativa%20de%20cargas.
105
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Entender os limites conceituais e operacionais da armazenagem.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é armazenagem sob o ponto de vista da ciência;
b) explicar o que é armazenagem sob o ponto de vista da prática logística;
c) perceber as diferenças e semelhanças desses dois pontos de vista.
INTRODUÇÃO:
Uma técnica é uma maneira específica de fazer alguma coisa. Utilizamos muitas
delas no nosso
VISÃO DA CIÊNCIA:
Tabela 1. Armazenagem: visão da ciência
Autores Respostas
Silva e Mar- A armazenagem pode ser definida como o conjunto de atividades para
tins (2020) manter fisicamente estoques de forma adequada, p. 4
Ferreira (2021) A armazenagem pode ser definida como o processo onde ocorrem três
funções principais: receber produtos de uma fonte, armazenar os produ-
tos durante o tempo necessário até que sejam solicitados por um cliente
(interno ou externo) e retirar os produtos quando são requisitados, p. 11
Detofol, Rau- Armazenagem pode ser definida como sendo o conjunto de atividades
ta e Winck para manter fisicamente estoques de forma adequada, p. 5
(2017)
Fonte: dados coletados pelos autores.
106
EJA-INTEGRADA - EPT
VISÃO DA PRÁTICA:
Tabela 1. Armazenagem: visão da prática
Autores Respostas
CargoBR Aٶarmazenagem pode ser definida comoٶo armazenamento de produtos
(2022) prontos.
Garret (2014) Armazenagem pode ser definida como o conjunto de atividades para
manter fisicamente o estoque de forma adequada.
Machado Armazenagemٶé a denominação genérica e ampla que inclui todas as
(2015) atividades de um ponto destinado à guarda temporária e à distribuição
de materiais (depósitos, almoxarifados, centros de distribuição etc.).
Fonte: dados coletados pelos autores.
RESUMINDO...
107
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
108
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
CARGOBR. Conheça a diferença entre armazenagem e estocagem. 2022. Blog da
CargoBR. Disponível em https://blog.cargobr.com/armazenagem-e-estocagem/.
DETOFOL, Daiana Fatima; RAUTA, Jamir; WINCK, César Augustus. Logística aplicada
no processo de produção de ovos comerciais.ٶRevista de Administração Dom Alber-
to, v. 4, n. 2, p. 1-20, 2017.
GARRET, Enio. Armazenagem: função importante para os custos logísticos. 2014. Blog
do Enio Garret Consultor. Disponível em https://logistica-empresarial3.webnode.page/
news/armazenagem-fun%C3%A7%C3%A3o-importante-para-os-custos-logisticos/.
109
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer as técnicas de armazenagem mais comuns.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é uma técnica de armazenagem;
b) identificar as principais técnicas de armazenagem utilizadas.
INTRODUÇÃO:
Uma técnica é uma maneira específica de fazer alguma coisa. Utilizamos muitas
delas no nosso dia a dia, apesar de muitas vezes nem termos ideia de que elas são
chamadas assim. Por exemplo, temos nossa maneira própria de escovar os dentes,
limpar a casa e cozinhar. Cada uma dessas maneiras pode ser chamada de técnica. De
uma forma geral, uma técnica pode ser chamada também de procedimento.
TÉCNICAS DE ARMAZENAGEM:
Como você já sabe, o desafio da armazenagem é fazer bem feita a sequência de re-
ceber, estocar e expedir materiais. Na verdade, essa sequência sintetiza o que chama-
mos de logística interna. Nesta aula vamos mostrar as principais técnicas de armaze-
nagem comumente utilizadas pelos mais variados tipos de empresas e organizações.
As técnicas de armazenagem que serão apresentadas buscam justamente cumprir a
missão de acondicionar adequadamente os materiais e tê-los disponíveis a qualquer
momento ao longo do processo de produção.
110
EJA-INTEGRADA - EPT
PALETIZAÇÃO:
Fonte: https://www.tflogistica.com.br/paletizacao/.
ENDEREÇAMENTO DE ESTOQUE:
Para você compreender bem essa técnica, lembre-se do seu endereço, da casa
onde você mora. Ela tem um número, está situada em uma rua, em uma quadra, de
um bairro, em uma região, de uma determinada cidade. De forma semelhante, os
armazéns são organizados como se fossem uma pequena cidade, com uma pequena
diferença: ao invés de casas, geralmente os armazéns raciocinam com prédios. Isso
quer dizer que o endereçamento de estoque tem ruas, que são os corredores opera-
cionais. Essas ruas são identificadas com números.
Figura 2. Endereçamento de estoque
Fonte: https://seculos.com.br/index.php/arquivos/460.
111
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Agora pense nos prédios. Todos eles têm um número, como a sua casa também
o tem. Da mesma forma, no endereçamento dos armazéns os espaços recebem um
número, exatamente como na sua casa. Por outro lado, como os armazéns raciocinam
com prédios, edifícios, há uma outra numeração, que corresponde à dimensão verti-
cal, como se fossem os andares dos prédios. Geralmente utilizam-se os procedimen-
tos do tipo RPA (Rua, Posição e Altura) e ARMNV (Área, Rua, Módulo, Nível e Vão).
Essa técnica tem seu nome original do inglês First In, First Out (FIFO), que foi ver-
tido para o português como Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS). Ela con-
siste na elaboração de um esquema de armazenamento que permita que o primeiro
material que foi estocado seja o primeiro a sair. Essa técnica é muito útil para lidar com
determinados tipos de produtos que não podem ficar muito tempo estocados, sob
pena de perdas, como é o caso de frutas e verduras.
Figura 3. Operações FIFO/PEPS
Fonte: https://www.openk.com.br/blog/estoque-fifo-e-fefo/.
Essa técnica também é muito utilizada para controlar o prazo de validade dos pro-
dutos em estoque. Como se sabe, quanto mais perto do prazo de validade, maior é a
tendência de os consumidores não o comprarem. Por essa razão, as empresas bus-
cam aplicar um monitoramento e controle mais rigoroso sobre eles. Além disso, essa
técnica é aceita legalmente para avaliação de estoque, mantém o preço de custo dos
produtos atualizados e permite reduzir os custos com a redução dos níveis de esto-
ques.
Esta técnica também tem origem no inglês Last in, First Out (LIFO), que foi traduz-
ida para o português como Último que Entra é o Primeiro que Sai (UEPS). Aqui, há
uma inversão em relação às operações FIFO/PEPS: os primeiros materiais que entram
na armazenagem têm que ser os primeiros a sair. Essa técnica é muito usual e intuiti-
112
EJA-INTEGRADA - EPT
va. Tanto que é mais ou menos assim que gerenciamos os estoques de nossa casa: a
gente consome primeiro o açúcar e o feijão que foram comprados primeiro, para que
não estraguem.
Figura 4. Operações LIFO/UEPS
Fonte: https://lashkar.in/apa-itu-metode-fifo-dan-lifo.
No caso das empresas, essa técnica é muito importante quando o volume de pro-
dutos vendidos em curto período de tempo é elevado, ou seja, quando a rotativida-
de é grande. Também pode ser aplicado quando os materiais têm prazo de validade
mais dilatados (como nos casos de alimentos não perecíveis) ou muito longos (como
eletrônicos, materiais de construção, peças automotivas etc.) porque não correm risco
elevado de perda.
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES:
Fonte: https://maplink.global/blog/exemplos-de-wms/.
113
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
CURVA “ABC”:
Essa técnica é tanto utilizada para a armazenagem quanto para classificar os ma-
teriais de um armazém. Ela parte do princípio que há estoques mais importantes do
que outros, de maneira que há os extremamente importantes, chamados de A, e os
menos importantes, chamados de C. Os produtos intermediários, que têm importân-
cia mediana, são classificados como B. Essa importância é derivada do quão o item
agrega valor ao suprimento das necessidades dos clientes. E isso é medido tanto pelo
volume de vendas quanto pela rentabilidade que eles proporcionam às empresas.
Figura 6. Curva ABC
Fonte: https://www.ccaexpress.com.br/blog/curva-abc-para-estoque-e-vendas-como-fazer/.
Essa técnica segue o princípio de Pareto, que diz que 80% dos lucros de uma em-
presa provêm de 20% de seus itens. Por essa razão, esses 20% de materiais são clas-
sificados como categoria A. Os materiais que fazem parte da classe C somam apro-
ximadamente 50% de todo o estoque, enquanto que os que se enquadram na faixa
B representam 30% do total. Em termos de responsabilidades logísticas, o controle
maior precisa ser feito sobre os materiais classe A, com inventários periódicos curtos.
Os materiais classe B podem ser inventariados com prazos mais dilatados, como men-
salmente ou até mesmo trimestralmente. Já os materiais classe C podem ser inventa-
riados menos vezes ao ano.
UNITIZAÇÃO DE ESTOQUE:
114
EJA-INTEGRADA - EPT
Fonte: http://cinternacionaluni.blogspot.com/2020/07/caso-1-unitarizacion.html,
Imagine ter que transportar diversas caixas de suco de frutas de um lugar para o
outro, individualmente. Se houver 10 mil caixas, será necessário que se façam 10 mil
movimentações de ida e 10 mil movimentações de volta. Com a unitização é possível
reduzir a movimentação para 100 viagens, se cada embalagem tiver 100 caixas ou ap-
enas 50, se cada embalagem unitizada contiver 200 caixas. A paletização é o tipo mais
comum de unitização praticado pelas empresas.
RESUMINDO...
115
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
116
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2012.
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas,
2002.
117
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer os instrumentos de armazenagem mais comuns.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é um instrumento de armazenagem;
b) identificar alguns dos principais instrumentos de armazenagem mais utiliza-
dos.
INTRODUÇÃO:
Vimos que as técnicas de armazenagem são maneiras através das quais os ar-
mazéns gerenciam e manuseiam os seus estoques. Cada técnica é executada a partir
de um conjunto de procedimentos, realizados por pessoas ou máquinas. Para que as
etapas sejam executadas, é necessário o manuseio de determinados instrumentos,
máquinas e equipamentos, que são fundamentais para que os itens sejam transpor-
tados e movimentados com segurança e adequação. Esses instrumentos facilitam as
atividades mais comuns de armazenagem, como descarregar, movimentar, estocar,
separar os pedidos, organizar os espaços internos, colocar os materiais nos veículos e
assim por diante.
Como mostrado antes, os armazéns estão cada vez mais utilizando softwares e me-
canismos inteligentes no processo de armazenagem e gerenciamento. Isso tem re-
duzido os acidentes de trabalho, os riscos de perdas de materiais, a substituição do
esforço humano pelas máquinas nas tarefas que exigem mais esforços físicos, dentre
inúmeras inovações. Cada vez mais os próprios equipamentos estão sendo integrados,
conectados, trocando informações entre si, configurando o que se chama de internet
das coisas. Nesta aula, vamos conhecer um pouco sobre alguns desses instrumentos.
INSTRUMENTOS DE ARMAZENAGEM:
1. Veículos Industriais:
Fonte: https://unipac.com.br/produto/veiculos-eletricos-industriais.
2. Equipamentos de Elevação:
Fonte: https://qualidadeonline.wordpress.com/category/logistica/.
Esses equipamentos geralmente são fixos e são utilizados para o transporte e mo-
vimentação de cargas muito pesadas, que são praticamente impossíveis de serem
movimentadas internamente por outros instrumentos. Seus trajetos são fixos, prede-
terminados. Seus principais exemplos são os guindastes fixos, pontes rolantes, pórti-
cos, semipórticos e talhas.
119
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
3. Transportadores Contínuos:
Fonte: https://www.tecwaysistemas.com.br/transportador-continuo.
Esses instrumentos são similares aos de elevação porque são utilizados para traje-
tos fixos, horizontais, verticais ou diagonais. Mas são diferentes em relação ao trajeto
porque conseguem alcançar distâncias mais distantes que os de elevação. Outra dife-
rença é o local onde é colocado o produto para o transporte, que é em forma de leito,
movimentado por correntes ou por meio de polias. Correias planas e côncavas, corren-
tes, taliscas, elevadores de caçamba contínuo e elementos rolantes são exemplos de
transportadores contínuos.
4. Paletes:
Fonte: https://www.stokki.com.br/es/2020/12/07/o-que-e-um-palete/.
Seu uso universal é facilitado devido à sua padronização. O palete padrão mede
120
EJA-INTEGRADA - EPT
1,20 x 1,0 metro. Essa medida é a utilizada no Brasil, Estados Unidos e Europa. Essa
dimensão permite a otimização dos espaços que os paletes vão ocupar. Dentre os
seus inúmeros benefícios estão a possibilidade de empilhar vários volumes, mexer em
determinada carga sem deslocar as outras, permitem empilhamento sem provocar
danos, libera o esforço físico humano e facilita enormemente a gestão do estoque a
elaboração de inventários.
5. Empilhadeiras:
Empilhadeira retrátil:
Esse tipo de empilhadeira se caracteriza por retrair o seu mastro, como mostra
a figura 5. Geralmente é elétrica e deslocam o seu centro de gravidade quando
realizam o seu deslocamento e manobras de giro.
Figura 5. Empilhadeira retrátil
Fonte: https://www.mecalux.com.br/manual-de-armazenagem/empilhadeiras/empilhadeira-retratil.
Empilhadeira patolada:
121
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Fonte: https://www.mecalux.com.br/manual-de-armazenagem/empilhadeiras/empilhadeiras-eletricas-patoladas.
Empilhadeira contrabalançada:
Fonte: https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/empilhadeiras_paleteiras_e_outros_veiculos/portomaq-equipamen-
tos-e-servios-porturios-ltda-/produtos/empilhadeiras-paleteiras-e-outros-veiculos/empilhadeira-contrabalancada-glp
6. Paleteiras:
Transpalete manual:
122
EJA-INTEGRADA - EPT
Fonte: https://lynus.com.br/produto/pml-685-paleteira-manual-hidraulica.
Transpalete elétrico:
Fonte: https://www.comercialvedovati.com.br/transpalete-eletrico-te18.
123
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Fonte: https://b2b.nowak.com.br/transpaletes/transpalete-paletrans-carrinho-hidraulico-manual-balanca/transpalete-manu-
al-balanca-e-impressora-integrada-2000-kg-tm-2000-ref-28411
Fonte: https://lista.mercadolivre.com.br/paleteira-inox.
7. Guindastes:
Grua:
Fonte: https://brasmetal.com/2020/09/28/mini-grua-ascensional-saiba-tudo-sobre-esse-equipamento/
124
EJA-INTEGRADA - EPT
Pinça ou multiangular:
Esse instrumento apresenta uma extremidade composta por uma pinça eleva-
tória e outra com um contrapeso o suficiente para estabilizar o equipamento e
evitar que desabe, como pode ser visto na figura 13. É muito utilizado na cons-
trução civil e em toda indústria pesada para que possa movimentar materiais de
pesos extremos.
Figura 13. Guindaste pinça ou multiangula
Fonte: https://www.lubrimatic.com.br/materias-diversas/1702-2/
Pórticos:
Fonte: https://www.hndfcrane.com/pt/posts/gantry-crane-parts-diagram-list/.
Munk:
125
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Fonte: https://www.ontruck.com.br/noticia/8560/o-caminhao-munck-conheca-mais-sobre-o-popular-caminhao-guindaste.
8. Comboio:
Esses equipamentos são muito parecidos com trens, como se pode perceber a
partir da figura 16. Eles têm vários compartimentos apropriados para o transporte de
cargas. São utilizados em muitos tipos de armazéns para o transporte de materiais va-
riados, que são acondicionados nos vários vagonetes que os compõem. Há diferentes
tipos e formatos de comboio, dependendo essa variedade dos tipos de materiais que
serão transportados.
Figura 16. Comboio
Fonte: https://www.actio-consulting.pt/post/log%C3%ADstica-interna-mais-eficiente-e-segura
9. Esteira Transportadora:
Esse equipamento é composto de duas ou mais polias que movimentam uma de-
terminada superfície que contêm materiais a serem transportados de um lugar para
outro. Facilitam enormemente a movimentação de materiais, matérias-primas e insu-
mos em diversos tipos de produção, principalmente na indústria da mineração. Con-
seguem transportar com muita eficiência materiais como areia, minérios em grãos
ou em pó, volumes variados, embalados ou não. São muito difundidas e por causa
disso sua variedade é muito grande, como se pode perceber a partir da figura 17. Há
as esteiras transportadoras curvas, esteiras de roletes livres, esteiras motorizadas (com
motor, com rollerdrive e com roletes adicionados) e esteiras de manta.
Figura 17. Esteira transportadora
Fonte: https://daido.com.br/industrial/conheca-os-tipos-de-esteiras-transportadoras-para-industrias/
126
EJA-INTEGRADA - EPT
10. Monovias:
Fonte: http://www.stahl-talhas.com.br/monovias.
Esse equipamento é muito parecido com uma esteira transportadora. Ele funciona
com roletes, que são similares a cilindros, conectados a uma esteira, como se pode
perceber a partir da figura 19. Os cilindros giram acionados pela gravidade ou energia
elétrica, fazendo com que a esteira se movimente e transporte os materiais de um
lugar para outro. São encontrados em vários tipos de armazéns, principalmente de
empresas de bebidas, varejos e fábricas.
Figura 19. Transportador de roletes
Fonte: https://www.kawdemi.com.br/esteira-transportadora-roletes
12. Transelevadores:
Esses equipamentos são utilizados quando os espaços são muito reduzidos e a mo-
vimentação é difícil. Servem para a movimentação interna de materiais, principal-
mente para fazer a acomodação e retirada de materiais de estantes, eliminando a
necessidade de deslocamento humano. São automáticos, acionados por computador
127
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Fonte: https://www.mecalux.com.br/armazens-automaticos-para-paletes/transelevadores
RESUMINDO...
128
EJA-INTEGRADA - EPT
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Analise as afirmativas abaixo e assinale com V as verdadeiras e com F, as falsas.
( ) Um instrumento de armazenagem é qualquer equipamento utilizado para
movimentar e transportar materiais.
( ) Há equipamentos de armazenagem, terrestres, aéreos e aquáticos.
( ) Paletes, transpaletes e transportadores contínuos são exemplos de instru-
mentos de armazenagem.
( ) Há instrumentos de armazenagem manuais, elétricos e a combustão.
( ) A escolha do instrumento de armazenagem precisa levar em consideração o
peso e o volume do material a ser transportado.
129
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 6. ed.
São Paulo: Atlas, 2012.
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas,
2002.
130
EJA-INTEGRADA - EPT
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer os tipos de transportes e modais.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é transporte e os seus tipos;
b) explicar o que é um modal e os seus tipos.
INTRODUÇÃO:
Se tem uma coisa “que tem a cara” da logística é o transporte. Pode ver. Quan-
do você ouve falar em logística, a primeira coisa que vem à sua mente é a imagem
de transporte. Isso acontece mesmo que você não pense na palavra transporte. Por
exemplo, quando você coloca na mente a imagem de alguém lhe entregando algu-
ma coisa, nesse exato instante você está tendo uma imagem de transporte, porque
alguém só lhe entrega alguma coisa se fez algum tipo de transporte com ela, se a
transportou.
Na lição de hoje vamos conhecer o que é transporte e entender por que é impor-
tante saber bem sobre esse fenômeno, se queremos fazer logística com profissionalis-
mo e qualidade. Em seguida, vamos apresentar sinteticamente a ideia de modal, que
é outro termo muito utilizado (talvez muito mais do que transporte) no universo lo-
gístico. A razão dessa brevidade no tratamento do modal nesta lição é que as demais
lições vão aprofundar bastante os conhecimentos sobre os diversos tipos de modais.
131
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
O QUE É TRANSPORTE?
O QUE É UM MODAL?
Em primeiro lugar, modal é uma palavra técnica do campo logístico. E como toda
palavra técnica, seu uso é mais ou menos disciplinado, definido, científica e tecnologi-
camente. Por essa razão, um modal pode ser definido como uma maneira através da
qual uma logística é realizada. Note bem: a logística. Então quando falamos em modal
não estamos falando apenas e simplesmente de movimentar ou locomover materiais
e pessoas. Estamos falando de muito mais coisas. Que coisas? Aquelas dos ramos da
logística: acondicionamento e armazenagem, transporte e movimentação e gestão
do suprimento. É exatamente isso o que você vai aprender nas lições seguintes.
132
EJA-INTEGRADA - EPT
O que queremos que você perceba é que quando falamos em transporte estamos
falando apenas de deslocamento de pessoas e cargas. Quando falamos em logística
estamos nos referindo ao deslocamento e a outras duas coisas: acondicionamento e
armazenagem e gestão de suprimentos. A logística não apenas transporta: ela cuida
de tudo o que é transportado. Por exemplo, pessoas precisam ter conforto e atenção,
materiais precisam ser embalados e acondicionados, dentre inúmeros outros fatores,
que dependem do veículo, distância de deslocamento e assim por diante. Além disso,
é preciso garantir se são as pessoas certas que vão ser deslocadas, se cumprem as
exigências legais, se foram avisadas dos horários de chegada e saída, dos pontos de
paradas e inúmeros outros aspectos que vão além do mero ato de deslocar.
RESUMINDO...
O que é transporte? Quais são os seus tipos? Transporte é todo tipo de deslocamen-
to de pessoas e cargas. São tão variados e diversificados quantos os tipos de veículos
utilizados para fazer os deslocamentos.
O que é um modal? Quais são os seus tipos? Um modal é uma maneira através da
qual uma logística é feita. Os tipos de modais mais comuns são o rodoviário, ferroviá-
rio, aquaviário ou hidroviário, aéreo ou aeroviário, dutoviário e infoviário.
133
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
134
EJA-INTEGRADA - EPT
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALBANO, J. F. Vias de transporte. Porto Alegre: Bookman, 2016.
135
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer os diferentes tipos de modais logísticos.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) citar os tipos de modais logísticos;
b) explicar as principais características dos modais logísticos.
INTRODUÇÃO:
Vimos que transporte e modal são fenômenos diferentes, são coisas distintas. Um
modal é muito mais do que um simples transporte, como aprendemos na aula anteri-
or. Os modais são maneiras específicas de se fazer logística. E logística, por sua vez, é a
somatória de gestão do suprimento, armazenagem e acondicionamento e transporte.
Isso quer dizer que quando a gente pensar ou falar em modal tem que levar em con-
sideração essas três coisas.
Nesta aula vamos ver exatamente as formas através das quais a logística é feita, que
comumente são chamadas de modais ou modais de transporte. Para isso, resolve-
mos classificar os modais de acordo com o meio sobre o qual cada um acontece. Por
exemplo, trens, dutos e rodovias foram chamados de modais terrestres porque acon-
tecem na terra, no chão, dentro ou na sua superfície. Esse procedimento foi utilizado
justamente para você raciocinar a partir desse esquema lógico: que a logística se faz
em determinado meio e esse meio define o tipo de modal que é utilizado. Vamos lá.
MODAL RODOVIÁRIO:
Esse é um modal terrestre que acontece em rodovias, estradas e ruas. São inúme-
ros os veículos utilizados nesse modal, variando desde bicicletas e motos, para a entre-
ga de encomendas locais, até gigantescos comboios de trens, para transporte inter-
continental. É o modal mais utilizado no Brasil, que conta com uma frota de mais de
100 milhões de veículos registrados, que trafegam em mais de 80 mil quilômetros de
malha rodoviária, de norte a sul do país. A região norte é a mais pobre em modais ro-
doviários devido, principalmente, às pressões internacionais, cujos agentes principais
136
EJA-INTEGRADA - EPT
Esse é muito importante para o Brasil. É através dele que são transportados qua-
se todos os tipos de cargas e pessoas, tanto para pequenas quanto para longas dis-
tâncias. O predomínio da malha rodoviária denota um erro gravíssimo de gestão do
transporte nacional, provavelmente premeditado, porque o transporte rodoviário é
geralmente muito mais oneroso do que os aquaviários e ferroviários para o transporte
de cargas pesadas para longas distâncias. É o que acontece para o transporte de pro-
dutos agropecuários, minerais, combustíveis industriais entre as regiões brasileiras,
muito distantes geograficamente.
MODAL FERROVIÁRIO:
Esse é um modal terrestre feito em malhas ferroviárias, tanto para transportar car-
gas quanto pessoas. Os trens utilizam locomotivas, vagões e carros de passageiros
para executar o transporte. No caso brasileiro, o modal ferroviário é o segundo mais
utilizado, principalmente porque cresceram bastante os investimentos governamen-
tais e privados nos últimos anos nesse setor, que foi praticamente abandonado nas
décadas anteriores, em favor da malha rodoviária.
Esse modal é indicado para o transporte de cargas pesadas e para longas distân-
cias, como é o caso do imenso território brasileiro. Apesar desse gigantismo, nosso
país tem pouco mais de 30 mil quilômetros de malha ferroviária, através das quais
cerca de 3 mil locomotivas realizam o transporte de mais de 900 mil passageiros por
ano e cerca de 500 milhões de toneladas de cargas, especialmente minério de ferro e
produtos agrícolas em grãos.
MODAL DUTOVIÁRIO:
Esse é um modal terrestre que é realizado por meio de dutos. Um duto é uma es-
pécie de cano, tubo, cilindro, por meio do qual materiais como líquidos e gases (assim
como minerais, como o ferro e a bauxita) são transportados. Eles podem ser instalados
na superfície, no subterrâneo do solo ou no mar, como os dutos submarinos, aparen-
tes ou não.
O uso desse modal tem crescido lentamente no Brasil. O país tem, atualmente,
uma malha dutoviária de quase 2 mil quilômetros, com destaque para os gasodutos,
minerodutos e oleodutos. É o caso, por exemplo, do gasoduto de Coari-Manaus, que
transporta o gás produzido no campo de Coari para a capital amazonense.
Esse modal é dividido em três subtipos. O primeiro é o marítimo, que acontece nos
mares; o segundo é o lacustre, executado em lagos; e o terceiro é o fluvial, que ocorre
137
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
ao longo da calha dos rios. São inúmeros os veículos utilizados, assim como são muito
diversificados os tipos deles. Por exemplo, navios são utilizados nos modais marítimos,
lacustres e fluviais, tendo diversos tipos, como pesqueiros, frigoríficos, petroleiros, gra-
neleiros e assim por diante.
Esse modal tem um enorme potencial de uso no Brasil, uma vez que o litoral brasi-
leiro é imenso, assim como a sua malha fluvial. Contudo, dadas as pressões pelo trans-
porte rodoviário, esses modais são subutilizados para o transporte de cargas e pas-
sageiros internamente. Ele é mais intensamente utilizado na Amazônia, de maneira
que seus rios se transformaram em verdadeiras rodovias fluviais ou hidrovias. Por esse
meio são transportados minérios de ferro, bauxita, grãos, produtos da zona franca de
Manaus e passageiros, dentre outros.
Esse modal é feito no ar, como o próprio nome sugere. Dentre os veículos utilizados,
predominam os aviões, que transportam passageiros e cargas simultaneamente ou
apenas cargas, como é o caso dos aviões cargueiros. Esses veículos são chamados de
aeronaves, classificadas como privadas (TPP), experimentais (PET/PEX) e táxi aéreo
(TPX), dentre outras categorias. Por esse meio são transportados frutas, verduras e
produtos perecíveis, assim como medicamentos e produtos de pouco volume e peso
reduzido, mas com alto valor agregado, como é o caso de joias.
Está tomando corpo a criação do modal droneviário. Esse modal está sendo de-
senvolvido para operar através de drones, aeronaves guiadas remotamente, principal-
mente para o transporte de materiais de pequeno volume e peso reduzido. Seus usos
experimentais estão consistindo em transportar alimentos e correspondências.
MODAL INFOVIÁRIO:
Esse é um tipo de modal semifísico. Está assim sendo chamado porque o meio
através do qual o transporte é realizado existe fisicamente, mas o que é transportado
não é propriamente físico. Ele usa satélites de comunicação, os meios digitais e vir-
tuais, assim como fibra ótica, que são os meios. Mas o que é transportado são informa-
ções. É como se disséssemos que o “material” são informações, que são coisas que se
podem ver (através de textos ou imagens) e ouvir, mas não se pode tocar.
138
EJA-INTEGRADA - EPT
Os produtos transportados por esse modal são dados e informações. São exemplos
os serviços de telefonia, internet e televisão por assinatura. Esse setor tem crescido
muito no Brasil nas últimas décadas devido ao forte investimento do setor privado.
Estima-se que mais de um trilhão de reais foram investidos nesse tempo, fazendo do
nosso país um dos que têm as maiores infraestruturas infoviárias do mundo, tanto
que o setor financeiro e bancário é um dos mais avançados neste sentido em todo o
planeta.
Todo transporte logístico precisa ter em conta pelo menos o espaço, produto, es-
trutura viária, recursos viários e particularidades do modal. De posse disso, é preciso
que seja elaborado um plano logístico, tanto para a aquisição de materiais (logística
de suprimento), quanto para a entrega dos produtos aos clientes da empresa (logís-
tica de distribuição). A etapa seguinte consiste na roteirização das cargas (ou de pes-
soas), escolhendo-se os trajetos e horários mais adequados para executá-los, desde a
expedição dos fornecedores até a chegada na sua recepção (logística de suprimento)
e desde sua expedição até a recepção pelos seus clientes (logística de distribuição).
RESUMINDO...
139
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
140
EJA-INTEGRADA - EPT
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALBANO, J. F. Vias de transporte. Porto Alegre: Bookman, 2016.
141
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer os modais logísticos terrestres.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) Explicar o que é o modal rodoviário e quando deve ser usado;
b) Explicar o que é o modal ferroviário e quando deve ser usado;
c) Explicar o que é o modal dutoviário e quando deve ser usado.
INTRODUÇÃO:
O MODAL FERROVIÁRIO:
142
EJA-INTEGRADA - EPT
As locomotivas são a parte motriz do trem, que o fazem se movimentar. As cargas são
comportadas nos vagões, enquanto que as pessoas são transportadas nas cabines
especialmente projetadas para isso.
Esse tipo de modal é especializado em cargas de baixo valor agregado. O que isso
quer dizer? Quer dizer simplesmente que os materiais desse tipo geralmente são mui-
to volumosos, mas seus preços são relativamente baixos. É o caso do minério de ferro,
por exemplo, em que uma tonelada custa cerca de 130 dólares em junho de 2022, e da
soja, que custa pouco mais de 1.700 reais. Essa é a primeira característica desse tipo
de modal.
A segunda característica é que ele é muito mais efetivo quando utilizado para per-
correr distâncias médias e longas. Um dos motivos para isso é que o custo de opera-
ção de um trem é muito menor do que o custo de caminhões, no caso do modal rodo-
viário. Vejamos um comparativo simples. Em um vagão de trem cabem 100 toneladas
de carga, contra 28 de um caminhão. Se um vagão tiver 100 vagões, o transporte que
ele faz equivale ao de 357 caminhões.
Figura 1. Malha ferroviária brasileira
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/647462883910960996/.
143
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
MODAL RODOVIÁRIO:
Esse modal é especializado em curtas distâncias, por mais incrível que isso possa
parecer, porque a realidade brasileira distorce completamente a lógica de transportes.
Diversas razões justificam essa especialização. Primeiro é o custo, que é muito eleva-
do, tanto em combustível quanto em manutenção; segundo são os riscos, que são
muito grandes, especialmente na nossa realidade; e terceiro é a pouca capacidade de
carga, uma vez que há a limitação de 35 toneladas, que é o máximo que um caminhão
pode carregar.
Outra especialidade desse modal é o alto valor agregado que ele deve focar. Isso
quer dizer que, na prática, é uma irracionalidade transportar em caminhões grãos
em enormes quantidades, assim como minérios, que são produtos com baixo valor.
Com o perdão do exagero, o modal rodoviário deveria transportar produtos caros e em
quantidade máxima à comportada por alguns caminhões.
Figura 2. Malha rodoviária brasileira
Fonte: https://www.coladaweb.com/geografia-do-brasil/transporte-rodoviario-no-brasil
Outro tipo de carga que é típica do modal rodoviário são produtos perecíveis, desde
que, naturalmente, a sua especialidade não seja ferida, que são as curtas distâncias.
Em resumo, o modal rodoviário é utilizado para entregas rápidas, de produtos que
têm alguma probabilidade de perdas, danos, roubos, furtos e outros incidentes dessa
natureza. Também são o modal ideal quando se exige flexibilidade de tráfego, facilida-
de de adaptação a outros modais e facilidade e rapidez de contratação.
O modal rodoviário só não é mais caro do que o aeroviário, razão de por que deve ser
evitado. Outras desvantagens são o limite de carga, riscos elevados (roubo do produto
e do próprio veículo), acidentes, congestionamentos, poluição, tempo de vida curto
e inviabilidade para longas distâncias. Os veículos utilizados são os caminhões (com-
postos de apenas uma unidade), carretas (com duas unidades), bitrem (com duas ou
três unidades) e treminhão (com três unidades).
MODAL DUTOVIÁRIO:
De uma forma geral, esse modal é feito por dutos e tubos, razão de por que tam-
bém é chamado de tubular. Funciona através da gravidade ou pressão e é aplicado no
144
EJA-INTEGRADA - EPT
Fonte: https://calhambequi.wordpress.com/2013/05/14/modal-dutoviario/
RESUMINDO...
O que é o modal rodoviário e quando deve ser usado? É o modal executado por
caminhões e seus derivados, que deve ser utilizado para curtas distâncias para trans-
portar material de alto valor agregado ou perecíveis.
O que é o modal ferroviário e quando deve ser usado? É o modal executado por
trens, que deve ser usado para transportar grandes quantidades de material de baixo
valor agregado para longas distâncias.
O que é o modal dutoviário e quando deve ser usado? É o modal executado por
tubulações, que deve ser usado para transportar materiais líquidos, gasosos ou quí-
micos.
145
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
146
EJA-INTEGRADA - EPT
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
ALBANO, J. F. Vias de transporte. Porto Alegre: Bookman, 2016.
147
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Gerais
Conhecer os modais logísticos aquaviários ou hidroviários.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) Explicar o que é o modal hidroviário ou aquaviário;
b) Explicar quando o modal hidroviário ou aquaviário deve ser usado;
c) Identificar os tipos de transporte do modal hidroviário ou aquaviário.
INTRODUÇÃO:
Nesta aula vamos conhecer com certa profundidade os tipos e as formas de funcio-
namento do modal logístico que é executado nas águas. Esse modal é chamado de
aquaviário ou hidroviário justamente por isso. Se você lembrar que a maior parte do
planeta é coberta por água, já começa a ter uma ideia da importância desse modal
não apenas para a logística, mas para o desenvolvimento econômico e social de toda
a população do planeta. Vamos refletir sobre isso por um instante.
Veja o caso do Brasil. Temos um litoral imenso, com mais de sete mil quilômetros
de extensão. Mas se forem computadas todas as reentrâncias, que são os contornos
dos mares nas partes de terra, esse total sobe para mais de nove mil quilômetros de
possibilidades de utilização desse modal. Apenas os rios interiores navegáveis contam
com 30 mil quilômetros de águas navegáveis. No total, têm-se próximo de 40 mil qui-
lômetros de possibilidades de uso logístico desse modal no Brasil.
Mas para usar é preciso conhecer. É por isso que nessa lição vamos lhe mostrar as-
pectos fundamentais do modal aquaviário ou hidroviário para que você possa saber
com adequação como aproveitar as inúmeras oportunidades que esse modal apre-
148
EJA-INTEGRADA - EPT
Esse modal é o que apresenta o menor custo dentre todos os outros modais logísti-
cos. Além disso, tem o fator positivo de ajudar a descongestionar as limitadas e inade-
quadas rodovias nacionais e a redução da poluição ambiental. É o meio de transporte
mais limpo que existe. Tudo isso faz dele o mais adequado para o transporte de cargas
para longas distâncias, principalmente onde as estradas de ferro não estão presentes.
O Brasil tem uma riqueza aquaviária incomensurável para aproveitar, mas, por incrível
que pareça, esse é o modal menos utilizado no nosso país. Menos de 10% do que pro-
duzimos é escoado por esse modal.
Transporte Fluvial:
Como o próprio nome indica, é feito nos rios. A logística o utiliza para o transporte
de cargas e passageiros, através de embarcações de diversos calados. Um calado é a
profundidade em que se encontra a quilha da embarcação em relação à linha d’água.
Embarcações que têm grandes calados tendem a ser mais largos. E quanto mais lar-
gos forem, maiores as suas capacidades de transportes de cargas. Por outro lado, em-
barcações com grandes calados exigem cursos de água de rios, lagos e regiões costei-
ras com mais profundidade.
Figura 1. Malha hidroviária interior brasileira
149
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Fonte: https://www.brasil-turismo.com/mapas/hidrovias.htm.
Uma das características das embarcações é que elas não são tão rápidas quanto os
caminhões e aviões, mas não são tão vagarosas quanto os dutos, para o transporte de
cargas. São mais parecidas com a velocidade dos trens. E por isso servem para o trans-
porte de longas distâncias. Como apresentam baixo consumo de combustível, seus
custos operacionais são muito mais baixos que os demais modais. Na região amazô-
nica, por exemplo, quase tudo é transportado por rios. Infelizmente, as embarcações
amazônicas não se comunicam com os cursos d’água de outras regiões, como a re-
gião pantaneira.
Transporte Lacustre:
São os realizados em lagos ou lagoas, como o nome também indica. São os tipos
de transporte menos utilizados no Brasil, principalmente porque são poucos os lagos
e lagoas existentes e porque quase todas as que existem são de pequeno porte. Os
transportes feitos nos lagos com algum aproveitamento econômico são de transpor-
tes de passageiros, principalmente turistas, como é o caso dos lagos de represas, ou
de transporte de pescados, como são os casos de regiões pesqueiras.
Transporte Marítimo:
Esse é o modal que transporta quase toda a produção mundial de bens, o que cor-
responde a cerca de 90% de tudo o que é produzido. E não é por acaso. Basta ver que
a maior quantidade de água que cobre a superfície do planeta é de oceanos, que cor-
responde a mais de 70% do total. Esse modal é tão desenvolvido quanto diversificados
são as embarcações, destacando-se os navios e os transatlânticos. As embarcações
transportam cargas e pessoas para distâncias curtas, médias e longas porque seus
custos operacionais são mais baixos que os custos de outros modais. Essa alta compe-
titividade é percebida e aproveitada há muito tempo. Na verdade, há milênios que o
modal é praticado e desenvolvido, tendo sido decisivo para o próprio desenvolvimen-
to atual do comércio mundial.
150
EJA-INTEGRADA - EPT
De uma forma geral, o modal hidroviário ou aquaviário tem como vantagens o fato
de poluir muito pouco o meio ambiente, ter custos mais baixos que os outros modais,
transportar grandes quantidades de cargas e segurança devida ao rigor de fiscaliza-
ção das autoridades. Como desvantagens principais podem ser citados o fato de que
há pouca oferta desses serviços no Brasil, depende das condições ambientais dos cur-
sos d’água e é lento em relação aos outros modais.
RESUMINDO...
Quando o modal hidroviário ou aquaviário deve ser usado? Deve ser usado quando
houver grande quantidade de carga de baixo valor agregado, precisar ser transporta-
do para longas distâncias, a custo menor que o de outros modais e tempo de entrega
dilatado.
151
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
152
EJA-INTEGRADA - EPT
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALBANO, J. F. Vias de transporte. Porto Alegre: Bookman, 2016.
153
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer os modais logísticos aéreos ou aeroviários.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) Explicar o que é o modal aéreo ou aeroviário;
b) Explicar quando o modal aéreo ou aeroviário deve ser usado;
c) Identificar os tipos de transporte do modal aéreo ou aeroviário.
INTRODUÇÃO:
O modal logístico aéreo ou aeroviário acontece no ar. Pessoas e cargas são trans-
portados em aeronaves, cujas características fundamentais são a rapidez, comodi-
dade, pontualidade e segurança. É isso mesmo. Por mais estranho e surpreendente
que possa parecer, o transporte aéreo é o mais seguro do mundo. Esse modal tem se
desenvolvido com muita rapidez e intensidade nos últimos anos, fazendo do planeta
uma grande teia global. Um aspecto positivo que esse modal traz é a proximidade
entre os povos; um negativo é a possibilidade de disseminação rápida de doenças
endêmicas de uma região, constituindo as chamadas pandemias, como é o caso do
Coronavírus.
Nesta lição, vamos aprender um pouco mais sobre esse modal com dois focos prin-
cipais. O primeiro é saber como ele acontece, quais são os seus tipos; o segundo diz re-
speito a quando ele deve ser utilizado, quais são suas principais características. Esses
conhecimentos são necessários para que você o compreenda como recurso logístico
fundamental, principalmente quando integrado a outros modais, nas chamadas in-
termodalidades, que será o foco da nossa próxima e última lição. Vejamos de perto o
modal aeroviário ou aéreo.
Esse é o mais veloz e dinâmico dentre todos os modais logísticos. É realizado atra-
vés de uma gama cada vez maior e constantemente diversificada de aeronaves, como
aviões e helicópteros, inclusive com as experimentais naves inteligentes, que dispensa
154
EJA-INTEGRADA - EPT
o uso de pilotos, que são chamadas de drones. Há aeronaves que são especializadas
em transportes de cargas e/ou de passageiros. Quando o transporte é apenas de pas-
sageiros, é chamado de full pax, o que significa que o andar de cima é destinado aos
passageiros e o de baixo, para as suas bagagens. Se o transporte for apenas de cargas,
é chamado de full cargo ou all cargo, com os dois andares (decks) destinados apenas
a elas. Contudo, se o transporte for tanto de passageiros quanto de cargas, é chamado
de combi.
Figura 1. Malha aeroviária de carga brasileira
Fonte: https://censoagro2017.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/32525-estudo-mostra-retra-
to-do-setor-aereo-nacional-e-impactos-da-covid-19
A realidade brasileira mostra que esse modal ainda é muito pouco utilizado, princi-
palmente para o transporte de cargas, com aproximadamente 4% do total nacional.
A maior parte do transporte de passageiros é feita por rodovias (com mais de 60% do
total), com exceção da Amazônia, onde predominam os rios. O argumento para essa
baixa demanda são os elevados custos de operação aeroviária no país. Contudo, há
apenas 22 terminais de cargas nos aeroportos brasileiros e há somente cinco aeropor-
tos de cargas: Guarulhos, Viracopos, Manaus, Galeão e Brasília.
Esse modal apresenta os mais elevados custos de transporte dentre todos os mo-
dais. Por essa razão, apenas determinadas cargas podem se dar ao luxo ou à necessi-
dade de serem transportadas por esse meio. Quais são elas? Como já mencionamos,
as perecíveis, principalmente se sua validade for inferior a 72 horas; seres vivos, como
bovinos e caprinos, desde que com a devida anuência dos órgãos de inspeção; as frá-
geis, como pinturas e patrimônios arqueológicos; as de alto valor, como obras de arte
e jóias; as controladas, como remédios, armas e drogas apreendidas; as perigosas, que
podem significar riscos para a saúde; e as secas, que são as cargas comuns.
155
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Chamamos de drones os veículos aéreos não tripulados (do inglês unmanned ae-
rial vehicle). Geralmente são aeronaves muito pequenas, compostas de quatro a oito
hélices, comandadas a distância, com o auxílio de GPS e câmeras. Esses veículos não
são tripulados, mas não significa que sejam autônomos, uma vez que sempre há um
condutor humano para direcionar suas rotas, ainda que sejam utilizados aplicativos
capazes de fazer com que eles sigam determinadas rotas preestabelecidas. Os drones
têm, mais popularmente, imitado os formatos e funcionamento de aviões e de heli-
cópteros, pairando no ar.
Essas aeronaves têm sido muito utilizadas como equipamento militar, tanto em
combate quanto em missões específicas, como o socorro em situações de acidentes
ambientais e desastres. A aplicação militar tem sido bem sucedida porque não colo-
ca em risco a vida de combatentes e nem os caríssimos aviões, helicópteros e outros
veículos de combate.
Uma terceira aplicação é na busca da garantia da satisfação dos clientes. Aqui entra
156
EJA-INTEGRADA - EPT
em cena o que é chamado de last mile, que representa a última etapa do transporte
de cargas, quando sai da empresa fornecedora e se encaminha para a entrega ao
consumidor final. Através dos drones o fornecedor terá a garantia da qualidade do
produto, do cumprimento do tempo da entrega e da entrega no lugar correto. Tam-
bém pode ser utilizado, mas com menos frequência, nas outras partes da trajetória de
entrega: a first mile (primeira milha ou primeira etapa) e middle mile (milha interme-
diário ou etapa intermediária).
RESUMINDO...
Quando o modal aéreo ou aeroviário deve ser usado? Quando é necessário entre-
gar cargas de alto valor agregado ou perecível, com rapidez e segurança.
157
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
158
EJA-INTEGRADA - EPT
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
ALBANO, J. F. Vias de transporte. Porto Alegre: Bookman, 2016.
159
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
OBJETIVOS:
Geral
Conhecer o fenômeno da intermodalidade na logística de transporte.
Específicos
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de:
a) explicar o que é intermodalidade em logística;
b) explicar o que é multimodalidade em logística.
INTRODUÇÃO:
Intermodalidade começa com o termo “inter”. É possível que quando você ouça
essa palavra lhe venha à mente outras palavras que comecem da mesma forma,
como o nome do time do Internacional, do Rio Grande do Sul, o turno Intermediário,
de trabalho, ou até mesmo a ação de Intervenção, como o governo faz muitas vezes.
160
EJA-INTEGRADA - EPT
Em todas essas palavras o termo “inter” significa “entre”. Vejamos. Internacional quer
dizer “entre nações”, intermediário significa “no meio ou entre dois” e intervenção
quer dizer “se colocar no meio”. Se aplicarmos esse significado a intermodalidade, ela
passa a significa “entre modais”.
Agora estamos prontos para entender essas duas estratégias modais logísticas.
INTERMODALIDE E MULTIMODALIDADE:
Vamos um pouco além, para que isso fique muito bem compreendido. No caso do
nosso exemplo, para que a intermodalidade realmente acontecesse, é obrigatório que
haja um primeiro contrato de transporte entre a empresa contratante e a empresa
de transporte hidroviário para que a carga saia de Manaus e seja entregue em Belém.
Outro contrato, agora com outro transportador e a mesma empresa contratante, tem
que ser feito para o trecho rodoviário que sairá com a carga de Belém para ser entre-
gue em Porto Alegre. Resumindo, a intermodalidade exige um contrato para cada
trecho ou modal.
161
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
RESUMINDO...
162
EJA-INTEGRADA - EPT
163
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
164
EJA-INTEGRADA - EPT
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
ALBANO, J. F. Vias de transporte. Porto Alegre: Bookman, 2016.
165
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Componente
Curricular 3
INFORMÁTICA APLICADA À
LOGÍSTICA (40H)
166
EJA-INTEGRADA - EPT
A logística é uma atividade complexa que exige velocidade e precisão nas decisões,
tornando a TI indispensável para tal. De acordo com Carvalho (2006), o mundo se dep-
ara com a Revolução da Informação, no qual o volume e a velocidade das informações
estão em níveis inimagináveis décadas atrás. Esta revolução da informação tornou-se
possível em função da evolução da informática, uma vez que os computadores pas-
saram a ter preços mais acessíveis e capacidade de processamento adequadas ao
nível de complexidade exigido.
167
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
168
EJA-INTEGRADA - EPT
A “Era da Informação” teve início nos anos 2000, devido ao avanço da informática e
do uso da internet, o processamento de grandes volumes de dados ficou mais veloz
permitindo uma melhor gestão dos processos. Uma das áreas mais beneficiadas por
esse avanço foi a de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. O Gerenciamento da
Cadeia de Suprimentos, Supply Chain Management, é peça fundamental para a re-
dução de custos e para a excelência no atendimento ao cliente.
A seguir são elencados e exemplificados alguns dos motivos para se utilizar tecno-
logia no setor logístico:
169
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
importante.
170
EJA-INTEGRADA - EPT
171
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Podemos listar uma série de problemas enfrentados pelas organizações que não
possuem um correto gerenciamento dos seus armazéns, entre os mais comuns estão:
172
EJA-INTEGRADA - EPT
173
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
174
EJA-INTEGRADA - EPT
Considerações da Unidade:
Agora vamos verificar o que você conseguiu assimilar. Vamos lá, tenho certeza que
você vai responder facilmente todas as questões!
175
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Responda:
176
EJA-INTEGRADA - EPT
É um sistema que auxilia diretamente a rotina dos vendedores, pois agiliza o pro-
cesso de comunicação com a empresa na transmissão de dados. Todas as informações
que um vendedor precisa coletar e transferir para a empresa em um segundo mo-
mento, ele faz de forma on-line evitando assim a demora no input do pedido e ele
ainda tem a possibilidade de consultar o estoque da empresa e informar ao cliente a
possibilidade de disponibilizar a mercadoria. A implantação desse sistema, com suces-
so, permite detectar imensuráveis benefícios trazidos por ele à sua empresa. O EDI
permite redução de custos administrativos, redução de estoque (considerando que
estoque parado é capital improdutivo), reduzir custos e desgastes com o cliente com
os itens faltantes, pois se a tecnologia permite transmissão de dados on-line temos a
informação acurada e instantânea da posição de estoque. O EDI é uma tecnologia
chave para o comércio eletrônico, permitindo a troca de informação como, documen-
177
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Tem-se, portanto, que o uso do EDI otimiza o trabalho, reduzindo o tempo de oper-
ação do funcionário, em relação à análise das informações, o que, por consequência,
representa uma maior independência nos processos, com uma atuação mais efetiva
da tecnologia, em prol de uma ação mais indireta dos recursos humanos, para o envio
de dados. Em geral o EDI é usado entre duas empresas, como por exemplo, entre uma
montadora/fábrica e um fornecedor, com o intuito de otimizar o tempo dos processos
e gerar níveis mais eficientes nas transações entre as mesmas, bem como nos proces-
sos diretamente relacionados com o cliente.
178
EJA-INTEGRADA - EPT
O código de barras EAN 13 é representado por 12 dígitos principais mais 1 dígito ve-
rificador. Que tipo de dado pode ser codificado com a simbologia EAN 13?
Figura 2 : Código de barras
Desta forma, o Sistema EAN.UCC indica os tipos de simbologias, que podem ser
reconhecidas nos diferentes ambientes, conforme (GS1 BRASIL, 2006, p.1):
Diversas aplicações estão cobertas pelo Sistema EAN.UCC e incluem os itens com-
erciais, unidades logísticas, ativos e localizações. Essas aplicações dependem de estru-
turas de numeração padronizadas, por meio das quais podem ser identificados todos
os itens envolvidos e seus dados.
179
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
180
EJA-INTEGRADA - EPT
O sistema ERP é uma evolução dos sistemas MRP (Planejamento dos recursos ma-
teriais, informa “o que será produzido”) e MRP II (Planejamento dos recursos de man-
ufatura, recursos que serão usados para produzir os produtos, ou seja, informa “como”
e “quando” serão os recursos serão utilizados), abrangendo o nível de informações
para outros setores da organização, e não só para o setor produtivo, auxiliando a or-
ganização nos processos de gestão das importantes fases do seu negócio. o cálculo
das necessidades de materiais realizado no sistema MRP evoluiu, passando a analisar
a capacidade dos recursos envolvidos, dando assim origem ao sistema MRP II. Visan-
do a diversificação de produtos vendidos, as empresas fornecedoras de sistemas de-
senvolveram módulos adicionais, que ultrapassavam a fronteira de decisões na pro-
dução, mas, que de forma integrada permitia a gestão dos processos da organização
de modo consolidado.
181
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
et al (2008):
182
EJA-INTEGRADA - EPT
Este estágio, que denominaremos aqui como VMI, o fornecedor é responsável pela
verificação do nível de estoques, pela colocação do pedido internamente e reabaste-
cimento, em suma, pela gestão do estoque. Neste primeiro estágio, tem-se verificado
que fornecedores utilizam diversas ferramentas para receber as informações de esto-
que, que são o que geram o início do ciclo de pedido, como:
183
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Algumas literaturas afirmam que a maior parte dos benefícios do VMI é encontra-
da no segundo estágio (eVMI), pois o fornecedor gerencia toda a política de estoque
(ordens, limites de estoque, quantidades de entrega, otimização do transporte, etc.),
uma vez que no primeiro estágio (VMI) o fornecedor é responsável somente pelo rea-
bastecimento, não tendo liberdade sobre a política de estoque do cliente.
As grandes redes de varejistas como Wall Mart, por exemplo, têm centenas de for-
necedores, bem como uma infinidade de produtos diferentes; logo, precisa de uma
cadeia de suprimentos totalmente integrada para poder oferecer aos seus clientes o
produto sempre presente na prateleira. Para isso acontecer, é necessário que a rede
adote algumas práticas de reengenharia de processos e benchmarking, inclusive uti-
lizando-se da tecnologia de informação.
184
EJA-INTEGRADA - EPT
A cadeia produtiva ideal passa por alguns sistemas de informação em uma ordem
lógica:
Figura 1: Fluxo de informações na Cadeia produtiva com apoio do EDI e ECR
Vantagens do E-commerce:1’
185
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Considerações da Unidade:
Que tecnologias você costuma utilizar no seu trabalho? E no seu dia a dia? Você
conseguiria trabalhar ou “viver” sem estas tecnologias? Agora que você já tem um
panorama geral dos softwares importantes para as atividades da Logística, iremos
aprofundar, na próxima unidade, os conteúdos de softwares voltados para o controle
de atividades rotineiras no processo produtivo e nas atividades logísticas, como as
planilhas eletrônicas.
186
EJA-INTEGRADA - EPT
Responda:
2. Que outras tecnologias são utilizadas junto com o WMS (Software de geren-
ciamento de Armazéns) para monitoração eficiente do fluxo de produtos?
187
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
O Big Data, IoT (Internet das Coisas), robôs autônomos colaborativos, realidade au-
mentada, entre outras, fornecem vantagem competitiva a milhares de organizações
da área ao redor do mundo.
Big Data and Analytics: A tecnologia Big Data surgiu nos países desenvolvidos
e está relacionada com grandes conjuntos de dados, buscando aperfeiçoar a
qualidade da produção. Ela atua como um suporte na tomada de decisões em
tempo real e avalia dados de muitas fontes de equipamentos distintos, siste-
mas de produção, sistemas de gestão empresarial e de clientes (RÜßMANN et
al., 2015). É caracterizada por três elementos básicos: volume, variedade e velo-
cidade. O volume diz respeito à quantidade de dados gerada diariamente, dada
a sua alta quantidade produzida atualmente. A variedade é mostrada como
uma solução de análise de grandes volumes de dados considerando todos os
tipos de formatos, já que, atualmente, são geradas muitas bases complexas e
em multiplicidade. Por fim, a velocidade leva em consideração a rapidez com
que as informações são geradas, segundo certo volume e dimensão de varieda-
de (ZIKOPOULOS et al., 2015).
Robôs autônomos: Os robôs autônomos são como máquinas inteligentes ca-
pazes de executar tarefas de forma independente, sem controle humano explí-
cito (BEKEY, 2005). Com capacidade de se comunicar entre si e trabalhar com
humanos de forma segura, os robôs estão se tornando cada vez mais autôno-
mos, independentes e cooperativos (RÜßMANN et al., 2015).
Simulação: É definida como a imitação da operação de um processo ou sis-
tema da vida real ao longo do tempo. Seu uso é essencial para garantir a qua-
lidade e eficiência no desenvolvimento de produtos, pois permite que dados
em tempo real sejam utilizados para espelhar o mundo físico em um modelo
virtual, que pode incluir máquinas, produtos e humanos. A demanda por pro-
dutos com mais qualidade exigiu técnicas de simulação e modelagem, permi-
tindo a flexibilidade e a rápida inovação de produtos (BRETTEL et al., 2017).
Sistemas integrados: Com os sistemas de tecnologia da informação cada vez
mais integrados na Indústria 4.0, os dados evoluem em formato de redes e per-
mitem cadeias de valor verdadeiramente automatizadas (RÜßMANN; LORENZ;
GERBERT; WALDNER et al., 2015). Seu objetivo é gerenciar o fluxo de bens e
informações dentro da cadeia de valor, gerando uma interligação entre a in-
188
EJA-INTEGRADA - EPT
189
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Referências:
BRETTEL, Malte, et al. “How virtualization, decentralization and network building
change the manufacturing landscape: an industry 4.0 perspective.” FormaMente
12 (2017).
http://www.rfidbrasil.com/tecnologia-rfid/o-que-e-rfid.php
RÜßMANN, Michael et al. Industry 4.0: The future of productivity and growth in
manufacturing industries.ٶBoston consulting group, v. 9, n. 1, p. 54-89, 2015.
SANTOS, Beatrice Paiva et al. Indústria 4.0: desafios e oportunidades. Revista Produ-
ção e Desenvolvimento, v. 4, n. 1, p. 111-124, 2018.
ZIKOPOULOS, Paul et al. Understanding big data: analytics for enterprise class ha-
doop and streaming data. New York: McGraw Hill, 2015. 141 p.
190
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Ementa:
191
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
e canais.
Aula 19: Quanto custa fazer: estrutura de custos.
Aula 20: Quanto vai gerar de receita: fontes de receitas.
192
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Compreender o que é um mercado.
Específicos:
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) compreender que o mercado é dialógico;
b) identificar os atores que constituem os mercados;
c) entender qual é a finalidade dos mercados.
INTRODUÇÃO:
Você certamente já ouviu falar muito de mercado. Você mesmo já pronunciou mui-
to essa palavra. É quase certo que você já foi ao mercado público de sua cidade, que
geralmente é conhecido simplesmente pelo nome de mercado.
Quando você liga a televisão para assistir aos noticiários, em um determinado mo-
mento o locutor fala do mercado. Ele se refere, por exemplo, ao mercado de ações,
mercado imobiliário, mercado de capitais, mercado internacional e assim por diante.
Em algum momento você parou para pensar no que é um mercado?
É justamente para lhe dar uma ideia clara e precisa sobre mercado que planejamos
esta aula. No final, você será capaz de dizer o que é um mercado, como a gente sabe
que está diante de um mercado e qual é a finalidade dos mercados. Vamos fazer isso
mostrando duas formas de ver as coisas. Uma delas é o que a ciência diz que seja o
mercado; a outra é a visão prática das empresas, que são grandes forças atuantes no
mercado.
VISÃO DA CIÊNCIA:
A primeira diz que um mercado pode ser definido como contato. Contatar é buscar
193
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
dialogar, se relacionar com alguém. Mas não é qualquer tipo de contato que pode ser
considerado um mercado. Esse contato tem que ser feito entre vendedores e com-
pradores, senão não podemos ter um mercado. Mas não basta que compradores e
vendedores se contatem, se comuniquem. É preciso que eles tenham um objetivo
em comum, que é trocar bens ou serviços por dinheiro. Se eles quiserem apenas tro-
car um celular por um violão, não haverá mercado. Mas se quiserem trocar o celular
por dinheiro e o violão por dinheiro, aí haverá um mercado.
Resposta 1
Um mercado pode ser definido como o contacto entre vendedores e compradores com
o objetivo de trocar bens ou serviços por dinheiro (DUARTE, 2021, p. 20).
Resposta 2
O mercado pode ser definido como uma instituição ou mecanismo onde compradores
(que necessitam adquirir) e vendedores (que produzem) se encontram e trocam conjun-
tamente bens e serviços (MANSYUR, 2021, p. 95).
Resposta 4
O mercado pode ser definido como uma arena institucionalizada para trocas (TERAJI et
al., 2021, p. 75).
194
EJA-INTEGRADA - EPT
A quarta etapa diz que o mercado é uma arena. Agora você deve estar imaginan-
do as arenas de MMC, aquelas lutas sangrentas que muita gente adora. O mercado é
muito parecido com uma arena. Veja na internet como funcionavam antigamente as
bolsas de valores. Você vai ver gente gritando, saltando, berrando querendo vender e
outros querendo comprar. Como no MMC, essa arena tem regras e juízes para que as
coisas que acontecem ali não gerem conflitos. Como tem regras e juízes, seu funcio-
namento é institucionalizado, quase ninguém o contesta.
Apesar de diferentes respostas, a gente pode construir uma lógica entre elas. A
primeira é que o mercado é algo que as pessoas parecem aceitar sem muita contes-
tação (tem gente que faz isso). O mercado é uma espécie de espaço físico, como os
mercados e feiras, ou extrafísico, como as vendas e compras pela internet. No merca-
do as pessoas compram e vendem bens e serviços. Então a gente pode dizer que o
mercado é um espaço onde as pessoas compram e vendem bens e serviços em troca
de dinheiro. Vender é trocar algo por dinheiro.
Agora vejamos como é a visão empresarial, que é a forma como as pessoas que
lidam todo dia com o mercado pensam sobre ele.
VISÃO DA PRÁTICA:
195
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Resposta 1
As respostas 3 e 4 são muito parecidas. Poderíamos dizer que elas são quase iguais.
Há pouquíssimas diferenças entre elas. Aqui o mercado é um grupo. Um grupo é uma
reunião de pessoas. O menor grupo de pessoas é composto de duas pessoas. Isso sig-
nifica que o menor mercado é do tamanho de duas pessoas. Simples assim. Mas esse
grupo tem que ter uma finalidade específica para ser considerado um mercado, que
é comprar e vender pelo menos um bem ou um serviço.
RESUMINDO...
196
EJA-INTEGRADA - EPT
1) Busque pela memória alguma vez que você vendeu alguma coisa. Qual
foi o lugar onde você realizou a venda? Quem foi o comprador?
2) Agora busque pela memória a última vez que você comprou alguma coi-
sa. Qual foi o lugar onde você realizou a compra? Quem foi o vendedor?
197
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
CADERNO de anotações. Oferta e demanda: equilíbrio de mercado. Disponível em
https://caderno.medium.com/oferta-e-demanda-equil%C3%ADbrio-de-mercado-
-e4f347834927. Acesso em 20 de abril de 2022.
Bibliografia básica:
198
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Compreender o que é análise de mercado.
Específicos:
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) explicar o que é análise de mercado;
b) quais são os focos da análise de mercado.
INTRODUÇÃO:
Na lição de hoje vamos conhecer uma coisa extremamente importante para todos
os que querem ser empreendedores e desejam empreender, que é a análise de mer-
cado. Mas, antes, é preciso ter uma ideia do ponto central de todo empreendedoris-
mo: os produtos e serviços. Vamos fazer isso de forma bem simples, mas com a maior
exatidão possível. Vamos chamar de produto a todo bem físico ou revestido de algum
aspecto físico, enquanto serviço é tudo aquilo que satisfaz à necessidade humana
sem assumir a forma física.
Um celular é um produto porque tem uma forma física. É pegando nele que
fazemos com que ele funcione e faça ligações, mande mensagens, assistimos a víde-
os e assim por diante. Um software, que é uma coisa que a gente não vê e portanto
não tem forma física, também é um produto porque ele é revestido de alguma forma
física (como pen drive ou cartão acionador).
199
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
mente paga o ingresso e assiste ao filme. Mas não é o ingresso que queremos e mui-
to menos ver o que se passa na tela, que são coisas físicas, mas o prazer que aquele
ambiente e aquilo tudo que nos é proporcionado nos causa. A mesma coisa acontece
com os hospitais. A gente não paga para estar na cama, enfermaria ou apartamento
do hospital. O pagamento é para uma série de coisas que são feitas que redundam no
prazer desejado, que é a cura de algum mal ou a prevenção dele.
Mas por que estamos falando tanto de produtos e serviços logo na introdução da
aula? Simplesmente porque eles são fundamentais para você compreender o que é
uma análise de mercado. Afinal, são produtos e serviços que são vendidos e compra-
dos no mercado. Lembra? Sem produtos e serviços não há mercado. Sem produtos e
serviços também não há vendedores e tampouco compradores.
Agora, vamos lá. Vamos mostrar apenas o que é análise de mercado porque fazer
análise de mercado é tarefa tão complexa que apenas especialistas conseguem fazê-
lo a contento. Mas, por incrível que pareça, qualquer pessoa pode aprender a fazer à
sua maneira. E essas maneiras diferentes acabam sendo parecidas com o que a ciên-
cia fala.
Só para finalizar. Todas as vezes que você ouvir a palavra análise ou analisar, é pre-
ciso que venha na sua cabeça a ideia de quebrar em partes. É que analisar é somente
quebrar uma coisa em partes. Por isso, análise de mercado significa pegar o mercado
e quebrar em partes. Assim, analisar o mercado é saber o que acontece com cada
parte dele.
VISÃO DA CIÊNCIA:
A primeira resposta do quadro 1 diz que a análise de mercado é uma descrição. De-
screver é perceber e dizer quais são as coisas mais importantes daquilo que a gente
está olhando. Neste sentido, na análise de mercado a gente diz quais são as coisas
mais importantes de três coisas: o mercado-alvo, a indústria e a concorrência.
200
EJA-INTEGRADA - EPT
A segunda resposta diz que análise de mercado é uma coleta. Coletar é catar, recol-
her alguma coisa. Neste caso, o que é catado, recolhido, coletado são informações. Que
informações? Todas aquelas que são necessárias para que sejam tomadas decisões
sobre a compra e a venda de um produto. Note bem: informações de um produto.
Embora seja possível fazer análise de mercado de vários produtos, o recomendável é
fazer apenas de um por vez.
E que informações são coletadas? Agora é que vem a importância daquela expli-
cação sobre o que é produto e serviço. Veja: é preciso saber quem são os compra-
dores do produto, onde eles moram, onde eles compram, que preços eles pagam,
que quantidades eles compram, quando eles compram, quantas vezes eles compram
periodicamente, quem são os vendedores, quais são as margens de lucros dos vende-
dores, quantos vendedores existem e assim por diante. Note: cada detalhe desse é
uma parte. É por isso que análise de mercado é quebrar o mercado em parte e saber
tudo o que for possível sobre ele.
Resposta 1
A análise de mercado é uma estratégia para analisar e descobrir como estão as condi-
ções atuais do mercado, partindo da condição dos concorrentes, parceiros de negócios,
clientes e tendências atuais (PARAMITA et al., 2022, p. 9).
Resposta 4
A análise de mercado diz respeito à pesquisa sobre a tendência atual do mercado, con-
correntes e base de clientes (KHARAT; NAGARE, p. 999).
A terceira resposta diz que a análise de mercado é uma estratégia. Essa palavra tem
mais de dez significados diferentes em gestão e empreendedorismo. Mas, aqui, ela
tem um sentido, digamos, bem brasileiro: é uma inteligência esperta. Essa esperteza
não é sinônima de desonestidade, mas um jeito especial, inteligente, que é utilizado
201
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Essas condições são sempre contrárias umas às outras, ou seja, favoráveis ou desfa-
voráveis. Se valer a pena, são favoráveis; se não valer, são desfavoráveis. Simples assim.
No empreendedorismo, as coisas têm sempre que ser simples, apesar de, na prática,
elas serem complexas. São pelo menos quatro as condições que precisamos ver. A
primeira é se a concorrência é favorável ou desfavorável: será favorável se houver es-
paço para o nosso empreendimento e desfavorável, se não houver. Se houver parcei-
ros para o nosso negócio, como fornecedores com condições especiais de entrega e
pagamento, o mercado será favorável; se não houver, será considerado desfavorável.
Os clientes serão considerados favoráveis, se ficarem satisfeitos com o nosso produ-
to ou proposta de valor (depois mostraremos o que é isso), será desfavorável se não
ficarem satisfeitos. As tendências são outros aspectos fundamentais para o sucesso
das nossas compras ou das nossas vendas, dependendo do papel que queremos de-
sempenhar. Alta tributação pode ser uma condição desfavorável, créditos bancários
facilitados podem ser uma condição favorável, mão de obra especializada disponível
pode ser outra condição favorável e assim por diante.
A quarta resposta diz que análise de mercado é uma pesquisa. Uma pesquisa é
uma forma de saber o que não sabemos. É um tipo de estratégia, para utilizar a pala-
vra aprendida na resposta anterior. Mas pesquisar o quê? Novamente: as tendências
atuais do mercado, os concorrentes e os clientes. Veja que essa resposta é muito pa-
recida com a anterior.
O que podemos concluir sobre a visão da ciência? Primeiro, que analisar o merca-
do significa quebrar o mercado em suas partes fundamentais. Segundo, essas partes
fundamentais são os concorrentes, os parceiros de negócios, os clientes e as tendên-
cias que todo mercado apresenta. Terceiro, a análise de mercado se completa quando
conhecemos cada uma dessas partes em detalhes. E, quarto e último, utilizamos es-
ses conhecimentos para tomarmos decisões sobre o produto e serviço que queremos
colocar no mercado melhorar o seu posicionamento (vamos ver o que é isso mais
tarde).
VISÃO DA PRÁTICA:
202
EJA-INTEGRADA - EPT
Resposta 1
A quarta resposta diz que a análise de mercado é reunião de informações. Veja no-
vamente como analisar é quebrar em partes. Neste exemplo, o mercado foi quebrado
em três partes: clientes, concorrentes e fornecedores. É preciso reunir informações
detalhadas sobre os clientes (faixa etária, escolaridade, sexo, estado civil, renda etc.),
concorrentes (quem são, quantos são, como operam, onde operam, que vantagens
oferecem, que valores entregam etc.) e fornecedores, que são empresas e pessoas
que vão fornecer para você o produto que você pretende vender ou as matérias-pri-
mas que você vai utilizar para produzir alguma coisa.
O que aprendemos com a visão dos especialistas em mercado? Primeiro, que ana-
lisar mercado é ter conhecimentos. Segundo, os focos desses conhecimentos são
clientes, concorrentes, fornecedores e tendências específicas. Terceiro, o resultado da
203
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
análise de mercado é sempre uma situação favorável ou desfavorável, não existe meio
termo. E, quarto, as situações favoráveis e desfavoráveis são utilizadas para tomar de-
cisões sobre o produto que se pretende operar no mercado.
RESUMINDO...
204
EJA-INTEGRADA - EPT
205
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
BLUESOFT. Análise de mercado: o que é e como fazer. Disponível em https://blog.
bluesoft.com.br/analise-de-mercado/. Acesso em 20 de abril de 2022.
PARAMITA, Putu Wila Pradnya et al. Implementation of offline travel agent promotion
model to increase room occupancy. International Journal of Travel, Hospitality and
Events, v. 1, n. 1, p. 7-14, 2022.
SIAHAAN, Sabda Dian Nurani et al. The Business Plan training and mentoring for Bu-
disatrya vocational high school in Medan, North Sumatera, Indonesia. In:ٶ2nd Inter-
national Conference of Strategic Issues on Economics, Business and, Education
(ICoSIEBE 2021). Atlantis Press, 2022. p. 230-235.
206
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Compreender o que é uma visão de negócio.
Específicos:
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) explicar o que é visão de negócio;
b) saber qual é a lógica da visão de negócio;
c) quais são os sinônimos da visão de negócio.
INTRODUÇÃO:
Pense um pouquinho sobre a palavra visão. É isso mesmo, ela se refere aos seus
olhos e a tudo aquilo que eles conseguem ver. Tudo o que você consegue ver ao seu
lado e além é a sua visão de onde você está. Se você está deitado na sua cama, a sua
visão abrange determinados limites, que provavelmente é o seu quarto. Se você sair
para a rua, a sua visão aumenta, você consegue ver mais longe. Se você subisse em
um morro elevado ou um prédio alto, a sua visão conseguiria vislumbrar coisas mais
distantes. É exatamente isso o que você precisa entender sobre visão.
Agora vamos ver o que é um negócio. Isso pode ser visto de duas formas comple-
mentares. A primeira é sinônima daquilo que uma pessoa faz para se sustentar. Se ela
vende produtos, os seus produtos são os seus negócios; de forma mais precisa, a ven-
da desses produtos é o seu negócio. A segunda forma é sinônima de empresa ou em-
preendimento, com os vários produtos ou serviços que são ofertados. É por isso que a
visão de negócios é a mesma coisa que visão de uma empresa, visão organizacional,
visão corporativa e assim por diante. Agora estamos prontos para compreender o que
207
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
VISÃO DA CIÊNCIA:
A primeira resposta para a questão que procurou saber o que é visão de negócios
sob o ponto de vista da ciência diz que é um tipo de promoção. O que é promoção?
Promoção é divulgação, é um esforço de fazer com que alguma coisa seja conheci-
da. Promoção não é sinônimo de queima de estoques, como muita gente imagina
(o nome disso é liquidação). E o que deve ser conhecido? A missão, objetivos, pontos
fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças da empresa. Ter visão de negócios é
conseguir ver longe no tempo como essas coisas poderão se desenrolar. Veremos de-
pois, que tudo isso é sintetizado em uma frase, também conhecida como declaração
de visão.
Resposta 1
208
EJA-INTEGRADA - EPT
opera hoje e como ela quer operar no futuro, como é a estrutura dela hoje como essa
mesma estrutura deve estar no futuro e qual é o nível de eficiência que alcança hoje e
qual será o nível de eficiência que ela pretende alcançar no futuro. Tudo isso compõe
sua visão de negócios.
A quarta resposta diz que a visão de negócios é uma meta imaginada. Veja que
imaginar é criar imagem na mente. Cada imagem é feita de partes. Uma parte pode
ser a eficiência, outra pode ser o processo produtivo, outra pode abarcar as necessida-
des dos clientes e assim por diante. O que importa é que essa imagem seja resultado
da realidade. Se não estiver baseada na realidade, essa visão será apenas um sonho.
Aquela meta imaginada é o futuro que a organização deseja construir.
VISÃO DA PRÁTICA:
Resposta 1
Aٶvisão de uma empresaٶprocura responder onde aٶempresa quer chegar e o que deseja
ser no futuro (SÊNIOR).
Resposta 2
Visão de negócio é a forma como o estrategista vê a empresa como um todo. Dos objeti-
vos, missão, visão e valores, bem como da cultura organizacional e como isso influencia a
forma como a empresa se posiciona no mercado (MODULAR).
Resposta 3
A visão de uma empresa responde onde a empresa quer chegar e o que deseja ser no
futuro. A visão deverá ser e conter o sonho de todos (TODAS).
209
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Resposta 4
A visão de uma empresa representa um estado futuro para o negócio, onde ela deseja
chegar, o que quer alcançar (PAULA, 2015).
A terceira resposta é muito, muito parecida com a anterior. A diferença é que ela
considera que a visão de negócios é um tipo de sonho. É claro que a palavra sonho
aqui está em sentido figurado. Não é aquele sonho que a gente sonha quando está
dormindo. É um sonho acordado. E todo sonho acordado tem sempre uma base de
realidade, de fatos concretos. É justamente isso o que essa resposta contém: a pro-
jeção da realidade atual para o futuro. A recomendação é que essa projeção, o ma-
nuseio dos dados da realidade atual, não seja feita apenas por uma pessoa ou pelo
empreendedor, mas por toda a coletividade, sempre que isso for possível.
A quarta resposta é muito parecida com a terceira. Ela diz que a visão de negócios é
um estado, enquanto a terceira diz que é um sonho. Mas, como dissemos que o sonho
está em sentido figurado, a palavra estado tem o mesmo sentido prático de sonho.
Um estado é uma situação, com suas características peculiares. Veja o caso do estado
de sonolência, cujas características são vontade de dormir, cansaço no corpo, olhos
fechando e assim por diante. A visão de negócios, então, é o estado que se pretende
alcançar como desenvolvimento do estado atual.
RESUMINDO...
210
EJA-INTEGRADA - EPT
Veja como essas visões são escritas. Procure identificar o que elas têm em comum
e no que elas são diferentes.
211
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
JANATYAN, Nassibeh; KARAVAND, Abbas; RAJABI, Mojtaba. Studying the effect of
strategic thinking dimensions on the implementation of the EFQM excellence model.
Journal of Production and Operations Management, v. 11, n. 23, p. 95-114, 2021. http://
dx.doi.org/10.22108/jpom.2022.128989.1378.
PAULA, Gilles B. de. Missão, visão e valores: a forma mais simples e poderosa de inspi-
rar, motivar e engajar todos em sua empresa. Disponível em https://www.treasy.com.
br/blog/missao-visao-e-valores/. Acesso em 20 de abril de 2022.
SÊNIOR Blog. Missão, visão e valores de uma empresa: entenda o que é e como de-
vem ser definidos. Disponível em https://www.senior.com.br/blog/missao-visao-e-va-
lores-de-uma-empresa-entenda-o-que-e-e-como-devem-ser-definidos. Acesso em
20 de abril de 2022.
212
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Saber redigir uma visão de negócio.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) compreender que há diferentes formas de se fazer visão de negócios;
b) identificar os elementos mais comuns em toda visão de negócios;
c) construir visão de negócios com os elementos mais comuns.
INTRODUÇÃO:
VISÃO DA CIÊNCIA:
O quadro 1 foi construído com a resposta de três estudos científicos que apresen-
taram a resposta para a seguinte pergunta: como se constrói uma visão de negócios?
213
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
A segunda resposta apresenta três etapas. Cada etapa segue uma pergunta com as
palavras “quem”, “qual” e “como”. A lógica é dizer qual é o negócio da empresa, quem
a está executando e como os serviços geram valor. Seguindo essas orientações uma
declaração poderia ser “Ser, até dezembro de 2025, a escola com mais aprovações nos
processos seletivos, com professores de elevada capacidade de ensino, cujas avalia-
ções são realizadas constantemente. Visão de negócios: ser a escola com mais apro-
vações; Executores: professores de elevada capacidade de ensino; Operação: testes
constantes para aferir a aprendizagem e a qualidade do ensino docente.
Quadro 1. Etapas para a construção da visão de negócios segundo a ciência
Resposta 1
1) Onde queremos estar daqui a cinco anos? 2) Que novos produtos e serviços devemos
oferecer? 3) Qual é a posição da indústria que queremos alcançar? 4) Quais são as mudan-
ças em nossos clientes-alvo - em quais novos grupos de clientes-alvo devemos nos con-
centrar? (BORA; BORA; CHUNGYALPA, 2021).
Resposta 2
214
EJA-INTEGRADA - EPT
VISÃO DA PRÁTICA:
A segunda resposta já é mais complexa porque tem mais coisas para fazer. São
seis etapas: desejo, tempo, construção, esperança, mercado e impacto nos clientes.
Uma declaração de visão poderia ficar assim “Ser o escritório que mais resolve ações
judiciais em Manaus até dezembro de 2026, auxiliando na concretização do sonho de
justiça por termos os advogados com melhor formação do mercado, atuando na área
trabalhista e previdenciário, tornando nossos clientes felizes”. Vejamos: Desejo: ser o
escritório que mais resolve ações judiciais; Tempo: dezembro de 2026; Construção:
realizar o sonho de justiça de todos; Esperança: termos os melhores advogados; Mer-
cado: área trabalhista e previdenciária em Manaus; e Impacto nos clientes: felicidade
deles.
Quadro 2. Etapas para a construção da visão de negócios segundo os empreendedores
Resposta 1
1) Determine onde a sua empresa deve estar em 2 ou 5 anos; 2) Com base nos objetivos
definidos na etapa anterior, elenque indicadores de avaliação e metas numéricas para
acompanhar o desenvolvimento da empresa; 3) Elabore uma frase ou declaração que
abranja os objetivos a serem alcançados de forma que inspire a todos os envolvidos (ELE-
VON).
Resposta 2
215
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
As respostas da ciência são diferentes entre si da mesma forma que as visões dos
especialistas. Mas pelo menos quatro coisas a gente pode ver ou deduzir de todas es-
sas formas diferentes de construir visão de negócios. A primeira é o desejo da empre-
sa de ser diferente do que é agora em um determinado futuro. O segundo é o próprio
tempo em que esse desejo vai se realizar. O terceiro é o produto, serviços ou grupos
de produtos e serviços que a empresa vai operar. E o quarto é o mercado de operação.
Outros aspectos importantes podem ser incorporados a esse núcleo comum. Veja-
mos um exemplo com o núcleo comum: “Ser a empresa terceirizada que mais clien-
tes tem na cidade de Manaus até dezembro de 2028”. Veja: Desejo: ter mais clientes;
Tempo: dezembro de 2028; Serviço: serviços terceirizados; Mercado: Manaus. A visão
de negócios é uma frase.
RESUMINDO...
a) Só existe uma forma de se fazer visão de negócios? Não. Há muitas e variadas
formas.
b) Quais são os elementos mais comuns em toda visão de negócios: desejo, tempo,
produto/serviço e mercado.
c) Como construir uma visão de negócios? Utilizar as repostas para cada um dos
elementos mais comuns e fazer uma frase com elas.
216
EJA-INTEGRADA - EPT
1) Imagine que você pretende empreender no ramo de padarias. Crie uma vi-
são de negócios com os quatro elementos do núcleo comum: desejo, tempo,
produto/serviço e mercado.
217
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
BORA, B.; BORA, S.; CHUNGYALPA, W. Crafting Strategic Objectives: Examining the
Role of Business Vision and Mission Statements. Entrepren Organiz Manag, v. 6, n. 1, p.
1000205, 2017. https://doi.org/10.4172/2169-026X.1000205.
LINKLAB Acate. Como definir propósito, missão, visão e valores do seu negócio. Dispo-
nível em https://linklab.acate.com.br/como-definir-proposito-missao-visao-e-valores-
-do-seu-negocio/. Acesso em 20 de abril de 2022.
SCHULTZ, Felix. Missão, visão e valores: como criar para a sua empresa. Disponível em
https://blog.bomcontrole.com.br/missao-visao-valores/. Acesso em 20 de abril de 2022.
218
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Compreender o que é networking.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) explicar o que é networking;
b) distinguir as duas formas de networking;
c) caracterizar a finalidade da rede de relacionamento.
INTRODUÇÃO:
Até agora aprendemos o que é mercado, o que é e como fazemos uma visão de
negócios. Agora vamos dar um passo além no mundo do empreendedorismo e da
gestão de negócios entendendo o que é networking, essa palavrinha esquisita, mas
que é muito pronunciada por aí. Comecemos pela sua origem. Essa palavra era muito
utilizada no dia a dia em alguns países de língua inglesa para designar a quantidade
de pessoas com que alguém tinha contato de trabalho. Essa palavra é a junção da
palavra “net”, que significa rede, e da palavra “working”, que significa trabalhando,
ambas do inglês. A gente pronuncia né-ru-ôr-ken., mas os brasileiros geralmente pro-
nunciam netiuôrqui.
Ainda hoje as pessoas que não são empreendedoras, nem empresárias, nem ges-
toras a utilizam com o sentido original. Contudo, essa prática tem se ampliado muito,
adentrando o universo empresarial. Tanto é assim que a ciência apresenta diversas
formas de usos práticos, assim como os especialistas de gestão e empreendedorismo.
Vejamos isso mais de perto.
VISÃO DA CIÊNCIA:
está ligada aos fornecedores de pão, legumes, verduras e tudo o mais que é preciso
para produzir os sanduíches e fazer funcionar a venda. Esses contatos, ligações, cone-
xões, enfim, essa rede é o que é chamado de networking. Quanto maior for a quanti-
dade de organizações unidas nessa rede, maior o networking.
Resposta 1
Uma rede pode ser definida como uma coleção de três ou mais nós (por exemplo, indiví-
duos, equipes e/ou organizações) que trabalham juntos para atingir um objetivo coletivo
(KU; HAN; LEE, 2021, p. 4).
Resposta 3
Uma rede pode ser definida como um acordo de cooperação e colaboração entre orga-
nizações (SHIMBO; JAVED; KOHDA, 2021, p. 93).
Fonte: dados coletados pelos autores.
A terceira resposta diz que networking é um tipo de acordo. Só que esse acordo é
feito entre organizações, não entre pessoas. A finalidade desse acordo é que as orga-
nizações que dele fazem parte cooperem entre si e colaborem para a realização de
determinado objetivo. Neste caso, o networking é a soma de esforços de organizações
para que alcancem algum objetivo que, sozinhas, dificilmente elas conseguiriam. É o
caso, por exemplo, da construção de um prédio. Empresas de engenharia, arquitetura,
cimento, aço, vidro e inúmeras outras cooperam entre si para que o prédio seja cons-
truído, fazendo uma rede de colaboração e cooperação.
VISÃO PRÁTICA:
O quadro 2 mostra as respostas obtidas por pessoas que lidam com gestão e em-
preendimentos. A primeira delas reafirma o caráter original da palavra. Na prática, o
networking é uma rede de relacionamentos pessoal. São relacionamentos de uma
220
EJA-INTEGRADA - EPT
Resposta 1
Networking é uma palavra em inglês bastante utilizada para se referir à rede de relacio-
namento de uma pessoa. Assim, quando alguém participa de um evento corporativo e
conhece outras pessoas da mesma área de atuação e com interesses em comum, diz
que fez networking (LOJA).
Resposta 2
Networkٶé um termo que vem do inglês (“net” é rede e “work” é trabalho) e significa
rede de relacionamentos ou rede de contatos. O que é networking, então: trata-se de
uma rede de pessoas queٶtrocam informações e conhecimentosٶentre si, e que pode ser
muito mais poderosa do que você pensa (NA PRÁTICA).
Resposta 3
Na prática, o network é uma rede de relacionamentos, da qual faz parte as pessoas com
as quais você mantém contato com alguma regularidade e, além disso, possa ser uma
relação que agregue valor mutuamente. Por exemplo, quando vamos a um restaurante
e gostamos do serviço e indicamos para algum amigo ou colega, essa indicação foi
viabilizada pelo network (COUTINHO).
Fonte: dados coletados pelos autores.
A terceira resposta se aproxima mais do original em inglês. Ela mostra que a rede
de relacionamentos, para ser networking, exige regularidade nos contatos. Isso quer
dizer que se sua lista de contatos tiver 100 pessoas, você precisa entrar em conta-
to com elas pelo menos mensalmente. E não basta apenas ligar e conversar com as
pessoas de sua lista. É necessário que você faça alguma coisa por elas, que agregue
valor a elas ou aos negócios com os quais elas operam. Indicar um novo contato, como
exemplificado, é uma forma de agregar valor ao relacionamento.
221
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
RESUMINDO...
Quais são as duas formas de networking apontadas pela ciência e pelos empreen-
dedores? Há o networking como meros contatos e o que se configura como relacio-
namentos intensos efetivos.
222
EJA-INTEGRADA - EPT
1) Faça uma lista das dez pessoas com que você mais se relaciona, com quem
você mais troca mensagens, com quem você mais conversa.
2) Dessa lista, aponte quem são aquelas que agregam valor ao seu trabalho,
que lhe ajudam a melhorar o seu desempenho, que lhe ensinam coisas que
você aplica ao seu trabalho. Essas são a sua rede de relacionamentos.
3) Dessas pessoas que compõem sua rede de relacionamentos, veja que valor
você agrega a elas, que ajuda você dá ao trabalho delas, que ensinamentos
você repassa para elas.
4) Depois pense no que você pode fazer para aumentar a sua rede de relaciona-
mentos e agregar valor a ela.
Vídeo:
Networking: o que é (o que significa?)
https://www.youtube.com/watch?v=HL2IXPmz3rs
223
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
COUTINHO, Thiago. Entenda o que é network e monte uma excelente rede de con-
tatos. Disponível em https://www.voitto.com.br/blog/artigo/network. Acesso em 20 de
abril de 2022.
KU, Minyoung; HAN, Ahreum; LEE, Keon-Hyung. The Dynamics of Cross-Sector Col-
laboration in Centralized Disaster Governance: A Network Study of Interorganiza-
tional Collaborations during the MERS Epidemic in South Korea.ٶInternational Jour-
nal of Environmental Research and Public Health, v. 19, n. 1, p. 18, 2021. https://doi.
org/10.3390/ijerph19010018.
NA PRÁTICA. Networking: saiba como criar uma boa rede de contatos e interagir com
ela. Disponível em https://www.napratica.org.br/networking/. Acesso em 20 de abril de
2022.
SHIMBO, Aki; JAVED, Amna; KOHDA, Youji. The O-Bento Principle for Successful
Multi-sector Collaboration: A Case Study of DMO Roppongi.ٶJournal of Creating Val-
ue, v. 7, n. 1, p. 90-102, 2021. https://doi.org/10.1177/23949643211012130.
224
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Aprender a construir uma networking (rede de relacionamentos).
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) saber que tipo de networking a ciência foca;
b) saber que tipo de networking os empreendedores focam;
c) construir sua rede de relacionamentos.
INTRODUÇÃO:
Vimos na aula anterior que networking é uma palavra inglesa muito utilizada no
Brasil. Essa palavra tem dois significados distintos. O primeiro é sinônimo de lista de
contatos, que são pessoas que se conhecem em algum evento. O segundo é igual a
uma lista de pessoas que agregam valor ao nosso trabalho, que nos ajudam a melho-
rar cada vez mais e nos oferecem oportunidades diversas. Embora as listas de con-
tatos sejam importantes, a rede de relacionamentos é fundamental para qualquer
empreendimento. Esta aula tem caráter técnico. Isso significa que, ao final, você deve
ser capaz de fazer uma rede de relacionamentos que lhe ajuda a ter sucesso em seus
empreendimentos.
VISÃO DA CIÊNCIA:
225
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
da rede.
Quadro 1. Como se faz uma rede de relacionamentos, segundo a ciência
Ao aplicar uma abordagem sistêmica para entender a inovação dentro de uma cidade,
os atores que compõem o sistema são as instituições acadêmicas, políticas e econômicas
da cidade. As atividades dentro do sistema incluem, mas não se limitam a, pesquisa e
desenvolvimento, despesas de capital, desenvolvimento de recursos humanos, desenvol-
vimento de mercado e formulação de políticas. As ligações incluem todas as interações
entre os atores e podem ser evidenciadas na forma de contratos, parcerias, concessões,
compartilhamento de conhecimento, além de muitos outros tipos de interações. Esse sis-
tema em rede de atores, atividades e interações fornece uma visão sistêmica da economia
da cidade, que por sua vez fornece uma base para medição estatística e análise de setores
econômicos que ajudam a explicar o que acontece na rede de inovação da cidade (SA-
BOL, 2021, p. 9-10).
O outro exemplo também é organizacional, uma vez que são raros os casos de ne-
tworking pessoal na ciência. A intenção foi construir uma rede de inovação em de-
terminada cidade. De forma semelhante, foram identificadas as organizações inte-
ressadas na constituição da rede e depois desenvolveram cada uma delas para que
pudessem participar efetivamente da rede, estabeleceram diferentes formas de rela-
ções, como contratos, parcerias, compartilhamentos e outras. Note que cada organi-
zação beneficia as outras organizações e é beneficiada por elas. E todos juntos traba-
lham para o alcance de um objetivo comum.
VISÃO DA PRÁTICA:
226
EJA-INTEGRADA - EPT
periódicos. Uma pessoa nova conhecida é um contato, assim como aquelas que co-
nhecemos no bar, restaurante ou na praia. Todos podem fazer parte dessa rede, basta
pegar o nome, contato e o ramo de atividade que a pessoa desenvolve.
A segunda resposta é bem precisa sobre como se faz uma rede de contatos. Par-
ticipar de grupos sociais na internet (como WhatsApp, LinkedIn, Facebook etc.), de-
senvolver uma marca própria, uma página própria da internet, participar de palestras
e cursos, enfim, estar onde houver pessoas com a possibilidade de obter seu nome,
contato e saber sua área de atuação profissional.
Quadro 2. Como se faz uma rede de relacionamentos, segundo os empreendedores
Para aumentar a rede de contatos, é importante estar aberto a fatores novos, conhecer
novas pessoas, frequentar lugares. Antes de ser uma troca de contatos com profissionais
do seu mesmo patamar, a Network deve ser uma troca com profissionais de competên-
cias e esferas diferentes das suas. Desta forma, temos muito a trocar (THOMAS CASE).
Participar de redes sociais profissionais (LinkedIn), branding pessoal (marca própria),
qualidade dos contatos, palestras e seminários (CH).
Comece pelos contatos pessoais e profissionais que você já tem, invista em encontros
presenciais, frequente locais que incentivam o compartilhamento, utilize as redes sociais
de forma positiva, o poder das instituições de ensino, compartilhe sua experiência e ali-
mente sua rede de contatos (PUC)
Fonte: dados coletados pelos autores.
A terceira resposta é bem didática. Ela começa dizendo que se deve fazer uma aná-
lise dos contatos profissionais que já temos. Em seguida, marcar algum encontro pre-
sencial com quem está nessa lista. Também é importante aumentar o tamanho da
lista frequentando lugares e redes sociais, fazendo cursos e compartilhando experiên-
cias, que pode ser feito pela internet. Novamente, aqui, o importante é ter uma lista de
nomes, contatos e áreas de atuação profissional bem robusta.
Como você pode unir as lições da ciência e da prática empreendedora para a cons-
trução de uma rede de relacionamentos de verdade? Seguindo os seguintes passos.
Primeiro, fazer uma análise dos contatos que você já tem, procurando saber quem
tem lhe ajudado no desenvolvimento de suas capacidades de trabalho e realização.
Segundo, procurando saber de que forma você pode retribuir as ajudas que tem rece-
bido. Terceiro, estabelecer um determinado tempo para entrar em contato com cada
227
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
RESUMINDO...
228
EJA-INTEGRADA - EPT
229
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
ALEENAJITPONG, Natdanai; LEEMAKDEJ, Arnat. Venture Capital Networks in South-
east Asia: Network characteristics and cohesive subgroups.ٶInternational Review of
Financial Analysis, v. 76, n. 7, p. 101752, 2021. https://doi.org/10.1016/j.irfa.2021.101752.
DUXBURY, Nancy; BAKAS, Fiona Eva; PATO DE CARVALHO, Cláudia. Why is research–
practice collaboration so challenging to achieve? A creative tourism experiment.ٶTour-
ism Geographies, v. 23, n. 1-2, p. 318-343, 2021. https://doi.org/10.1080/14616688.2019.16
30670.
PUC Carreiras. Networking: 6 dicas para construir sua rede de contatos. Disponível
em https://carreiras.pucminas.br/https-carreiras-pucminas-br-networking/. Acesso
em 20 de abril de 2022.
THOMAS CASE. Networking: como construir e manter uma eficiente rede de rela-
cionamentos. Disponível em https://thomascase.com.br/2014/08/25/networking-co-
mo-construir-e-manter-uma-eficiente-rede-de-relacionamentos/. Acesso em 20 de
abril de 2022.
230
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Compreender o que é empreendedorismo.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) saber do que trata o empreendedorismo;
b) identificar os requisitos do empreendedorismo;
c) saber quem pode praticar o empreendedorismo.
INTRODUÇÃO:
VISÃO DA CIÊNCIA:
231
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
aplicação. Mas estudo, descoberta e exploração de quê, você poderia perguntar. A res-
posta é: de novas oportunidades de negócios. O empreendedorismo descobre novos
produtos, aprende sobre como fazer novos serviços, explora com mais racionalidade
as oportunidades de mercado, dentre inúmeras outras coisas que só ele é capaz de
fazer.
Resposta 1
VISÃO DA PRÁTICA:
232
EJA-INTEGRADA - EPT
rismo lida com investimentos e por isso precisa descobrir necessidades possíveis de
serem supridas e oportunidades possíveis de serem aproveitadas. Quando essas opor-
tunidades são descobertas, é necessário criar um plano para que elas sejam aprovei-
tadas com o menor risco possível de perda dos investimentos. O impacto que a execu-
ção do plano deve provocar deve ser o mais positivo possível, porque essa positividade
aumenta as chances de sucesso e de retorno dos investimentos feitos.
Resposta 1
233
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
to de algo em troca, que pode ou não ser de ordem financeira, monetária ou econômi-
ca. Quinto, os conhecimentos, capacidades e habilidades são perfeitamente possíveis
de serem aprendidas por qualquer pessoa.
RESUMINDO...
234
EJA-INTEGRADA - EPT
1) Procure alguém por perto de sua residência que tenha um pequeno empreen-
dimento. Converse com ele sobre o que o levou a criar o empreendimento. Se
você trabalha em uma empresa privada, tente conversar com o dono dela para
saber os motivos que o levaram a criar o empreendimento. Você vai se sur-
preender com as respostas que vai obter.
235
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
AMARAL, Thayza Mirela Oliveira et al. Raciocínio pedagógico de professores acerca do
ensino do empreendedorismo na enfermagem. ٶRevista Renome, v. 10, n. 1, p. 01-12,
2021. https://doi.org/10.46551/rnm23173092202100101.
FONTANA, Darah de Mathias et al. Contribuições do uso de redes sociais virtuais para
o empreendedorismo feminino.ٶRevista Ciências Administrativas, v. 27, n. 1, p. 11161,
2021. http//doi.org/10.5020/2318-0722.2020.27.1.11161.
236
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Compreender o que é um empreendedor.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) explicar o que faz de alguém empreendedor;
b) quais são os tipos de empreendedores que existem;
c) quem pode ser empreendedor.
INTRODUÇÃO:
Você vai ver nesta aula, que um empreendedor não é necessariamente alguém
que visa o lucro financeiro com as coisas que faz. Por isso, gostaríamos que você pres-
tasse bastante atenção nas explicações para entender que há inúmeras formas de
empreender, o que implica em admitir a existência de inúmeros tipos de empreende-
dores. Vamos ver isso mais de perto.
VISÃO DA CIÊNCIA:
A primeira resposta obtida para a questão que procurou saber o que é um em-
preendedor diz que é aquele que abre ou cria uma empresa. Uma empresa, quase
sempre, é um empreendimento que faz coisas com a intenção de ter um lucro finan-
ceiro. Se alguém cria uma empresa, quase sempre sua intenção é suprir necessidades
para que, em troca, seus investimentos retornem com um lucro. Nesta primeira res-
posta, o empreendedor é o dono ou o responsável por uma empresa. Empregado, por
exemplo, não pode ser empreendedor.
A segunda resposta sinaliza outro tipo de empresa, uma indústria. Basta ver as ca-
racterísticas do empreendedor, que é aquela pessoa que decide o que, como e quan-
to produzir de um determinado produto. Só indústrias produzem produtos. O em-
237
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Resposta 1
O empreendedor pode ser definido como aquele que cria/abre uma nova empresa, sen-
do proprietário ou principal responsável por ela (FONTANA et al., 2021, p. 2).
Resposta 2
O empreendedor pode ser definido como um indivíduo que toma a iniciativa de orga-
nizar um empreendimento para se beneficiar de uma oportunidade detectada, deci-
dindo o que, como e quanto de um produto deva ser produzido (OLIVEIRA; OLIVEIRA;
SANT’ANNA, 2021, p. 30).
Resposta 3
Um empreendedor pode ser definido como um indivíduo que usa seus recursos para
criar produtos ou serviços e reemprega todo o seu capital para criar um negócio susten-
tável (SAMAME, 2021, p. 3).
Fonte: dados coletados pelos autores.
VISÃO DA PRÁTICA:
A segunda resposta é diferente da primeira. Aqui ela não cita dinheiro, lucro, empre-
sas. Ela diz que empreendedor é quem enxerga, promove e aproveita novas oportuni-
dades de negócios. Veja que negócios são as transações que sustentam um empreen-
dimento. Produzir sapatos é o negócio de uma fábrica de sapatos. Vender sapatos é o
negócio de uma loja de sapatos. Consertar sapatos é o negócio de serviços de sapata-
238
EJA-INTEGRADA - EPT
ria. Saciar a fome de mendigos pode ser o negócio de uma organização de caridade,
assim como curar doenças é de um hospital de caridade. É claro que tudo isso pode
ser feito com a intenção de lucro, mas essa resposta abre espaços para outros
tipos de empreendedores e de empreendedorismo.
Quadro 1. O que é um empreendedor, segundo especialistas em empreendedorismo
Resposta 1
A terceira resposta vai mais a fundo em outros tipos de empreendedores que não
os empresariais, mas que também se aplica para os empreendimentos que visam lu-
cro. É muito importante que essa observação seja feita. Há pessoas que inovam com
a intenção de provocar mudanças sociais, ambientais, legais, dentre outras, utilizan-
do todos os esquemas e práticas empreendedoras, mesmo não sendo empresários,
sem visar lucro. Alguns são chamados de empreendedores sociais, para diferenciar
dos empresariais. Eles colocam muitas vezes suas vidas em risco, como é o caso dos
Médicos Sem Fronteiras e da Cruz Vermelha, organizações compostas de milhares de
empreendedores.
Perceba que a pergunta o que é um empreendedor tem respostas que vão além da
ideia comum de que ser empreendedor é ser empresário. Isso não é verdade. No setor
público, por exemplo, há empreendedores fantásticos, que provocam revoluções que
beneficiam milhares e milhões de pessoas, mas nenhum deles pode ser considerado
empresário. Alguns empreendem dentro das organizações públicas ou dentro das
empresas privadas, e por isso são chamados de endoempreendedores; outros em-
preendem para além das fronteiras dessas organizações, e por isso são chamados de
exoempreendedores.
Indo um pouco além, todas as vezes que alguém percebe uma oportunidade de
fazer alguma coisa interessante para outras, de certa forma também está empreen-
dendo. Todos os que aproveitam as oportunidades de fazer serviços voluntários tam-
bém são empreendedores pela extensão do conceito, de que empreender é aprovei-
tar oportunidade de suprir necessidades.
239
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
RESUMINDO...
Quem pode ser empreendedor? Qualquer pessoa que esteja disposta a aprender e
adquirir as habilidades e capacidades de perceber oportunidades e supri-las.
240
EJA-INTEGRADA - EPT
241
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
FONTANA, Darah de Mathias et al. Contribuições do uso de redes sociais virtuais para
o empreendedorismo feminino.ٶRevista Ciências Administrativas, v. 27, n. 1, p. 11161,
2021. http//doi.org/10.5020/2318-0722.2020.27.1.11161.
OLIVEIRA, Larissa Costa de; OLIVEIRA, Otávio Henrique Ferreira de; SANT’ANNA, An-
tônio Genilton. Modelo de competência intraempreendedora para uma gestão mu-
nicipal efetiva.ٶRevista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo, v. 6, n. 4, p.
22-51, 2021.
242
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Saber quais são as características mais comuns entre os empreendedores.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) compreender que não há uma lista consensual de características empreende-
doras;
b) perceber que as características empreendedoras dependem de situações e
desafios;
c) saber se há alguma lógica entre as características empreendedoras apontadas
pela ciência e pela prática empreendedora.
INTRODUÇÃO:
Mas surge aquela pergunta tão natural: “o que uma pessoa deve ter para ser em-
preendedora?”. Dito de outra forma, quais são as características de um empreende-
dor? Mais tecnicamente, qual é o perfil de um empreendedor? Se você algum dia
pensou em empreender, construir negócio, provavelmente já se deparou com essa
pergunta. Vamos ver o que a ciência e a prática empreendedora têm a nos dizer sobre
isso.
VISÃO DA CIÊNCIA:
243
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
A segunda resposta listou apenas cinco características. Note que, de certa forma,
todas elas estão de acordo com aquelas quatro que listamos no parágrafo anterior
como organização da lista de 16 itens. O empreendedor, aqui, é aquele que procura
fazer coisas, que é suprir necessidades, de forma inovadora e planejada, com intenção
de construir empresa e essa é a sua motivação pessoal, seu grande prazer na vida,
ainda que tenha que correr riscos, só que o faz de forma calculada.
Resposta 1
Visionários; saber tomar decisões; são indivíduos que fazem a diferença; sabem explorar
ao máximo as oportunidades; são determinados e dinâmicos; são dedicados; são otimis-
tas e apaixonados pelo que fazem; são independes e constroem o próprio destino; ficam
ricos; são líderes e formadores de equipe; são bem relacionados; são organizados; plane-
jam, planejam e planejam; possuem conhecimento; assumem riscos calculados e criam
valor para a sociedade (COSTA et al., 2022, p. 12-13).
Resposta 2
244
EJA-INTEGRADA - EPT
VISÃO DA PRÁTICA:
Resposta 1
245
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
RESUMINDO...
246
EJA-INTEGRADA - EPT
247
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
COSTA, Claudio Luiz de Oliveira et al. O Empreendedorismo Corporativo na Atividade
de Estágio Interno não Obrigatório da Universidade Federal Fluminense. ٶExtensão
em Foco, n. 26, 2022. http://dx.doi.org/10.5380/ef.v0i26.77003.
CALIARI, Leonardo; VIANA, João Garibaldi Almeida; HOFF, Debora Nayar. Característi-
cas empreendedoras e desempenho da vitivinicultura na região da campanha gaú-
cha do brasil.ٶRevista Alcance, v. 28, n. 2, p. 225-241, 2021. https://doi.org/10.14210/alcan-
ce.v28n2(mai/ago).p225-241.
COELHO, Talita de Sousa; SOUSA, Milena Nunes Alves de. Empreendedorismo femi-
nino: perfil, características empreendedoras e fatores motivacionais em município do
sertão da Paraíba.ٶBioethics Archives, Management and Health, v. 1, n. 1, p. 115-126,
2021.
248
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Saber definir um objetivo.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) definir um objetivo;
b) definir objetivos estratégicos;
c) definir objetivos táticos;
d) definir objetivos operacionais.
INTRODUÇÃO:
A partir de agora, nosso curso entra em nova fase. Já temos os conhecimentos ne-
cessários para que possamos dar esse salto em direção à prática do empreendedoris-
mo e da gestão de empreendimentos. Em outras palavras, já estamos prontos para
começar a colocar em prática os conhecimentos vistos até aqui. A partir desta aula
vamos deixar um pouco a teoria de lado e nos concentrar apenas nos entendimentos
que permitam compreender a prática que será ensinada logo em seguida.
Já sabemos o que é e como se faz análise de mercado, o que é e como se faz visão
de negócios, o que é e como se constrói uma networking, o que é empreendedorismo,
o que é um empreendedor e quais são as principais características empreendedoras.
Agora vamos conhecer o que é um objetivo e como eles são definidos. Você vai se
surpreender com a lógica que une os objetivos e os diferentes esquemas e níveis de
gestão de empreendimentos.
Duas coisas são necessárias de ser compreendidas para que você possa saber de-
finir um objetivo. A primeira é o que é um objetivo; a segunda, que existem basica-
mente três tipos de objetivos. Vamos proceder da seguinte maneira. Primeiro vamos
explicar o que é um objetivo e depois vamos mostrar os tipos de objetivos primários,
ao mesmo tempo em que ensinaremos a como definir cada um deles.
249
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
futuro desejável (JOHANNESSON; PERJONS, 2021). Note que a palavra “desejado” está
presente em todas as definições apresentadas pela literatura científica citada. De pos-
se dessas três formas diferentes de dizer a mesma coisa, trazida da ciência, podemos
dizer que um objetivo é uma situação futura desejada. Assim, um objetivo é um dese-
jo que a gente quer realizar no futuro. Pode ser amanhã, porque amanhã é futuro, da
mesma forma que pode ser daqui a pouco, porque daqui a pouco também é futuro.
Só não pode ser agora e nem ontem, porque agora e ontem não são futuro.
Vejamos agora o segundo tipo de objetivos, que são chamados de táticos. Esses
objetivos são uma espécie de tradução dos objetivos estratégicos. Também são con-
siderados uma forma de esclarecimento de como os objetivos estratégicos serão apli-
250
EJA-INTEGRADA - EPT
Perceba a sincronia que deve haver entre os diferentes tipos de objetivos. Os objeti-
vos operacionais estão contidos e previstos nos objetivos táticos que, por sua vez, são
a interpretação de como a “ordem” estratégica será obedecida.
Para finalizar, vamos entender a ideia de futuro. Ela está presa à ideia de tamanho.
251
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
A Petrobrás é uma empresa gigante, assim como a Honda. O longo prazo dessas em-
presas vai facilmente a algumas dezenas de anos, talvez até um século. Os objetivos
estratégicos delas são, digamos, de 50 anos. Os objetivos táticos são feitos em partes
desse tempo, como décadas. Haveria objetivos estratégicos para ser concretizados
em cada década. Os objetivos operacionais são quase sempre anuais para empresas
com esse tamanho.
Agora imagine aqueles supermercados de bairro, onde trabalham 200 pessoas. Es-
ses tamanhos são considerados médios. Os objetivos estratégicos dessas empresas
variam de cinco a dez anos. Se forem cinco, seus objetivos táticos são especificados
por ano. Haveria objetivos a serem realizados ano a ano. Seus objetivos operacionais
cobrem no máximo o tempo de um ano.
Interessante, não é?
RESUMINDO...
O que são objetivos estratégicos? São situações futuras que se realizam no longo
prazo. São definidos descrevendo-se a situação desejada e o tempo. Exemplo: elevar
a capacidade produtiva.
O que são objetivos táticos? São interpretações dos objetivos estratégicos. São de-
finidos apontando-se o foco da situação futura desejada. Exemplo: aumentar a capa-
cidade produtiva anualmente até 2030.
O que são objetivos operacionais? São operacionalizações dos objetivos táticos. São
definidos apontando-se quantitativos aos focos dos objetivos táticos. Exemplo: au-
mentar a capacidade produtiva para 20% no ano de 2023.
252
EJA-INTEGRADA - EPT
1) Imagine que você quer montar um pequeno negócio. Crie um objetivo estra-
tégico e depois faça o desdobramento dele em objetivos táticos e em seguida
desdobre os objetivos táticos em operacionais. Utilize o quadro abaixo.
253
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
GILLEBAART, Marleen; YBEMA, Jan Fekke; RIDDER, Denise T. D. Make it a habit: how
habit strength, goal importance and self-control predict hand washing behaviour over
time during the COVID-19 pandemic.ٶPsychology & Health, p. 1-19, 2022. https://doi.org
/10.1080/08870446.2022.2036740
MADOU, Tom et al. Assessment and Prediction of Swimming Performance Using the
SWOLF Index.ٶInternational Journal of Kinesiology in Higher Education, p. 1-10, 2021.
https://doi.org/10.1080/24711616.2021.1946452.
254
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Saber definir uma meta.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) dizer o que é uma meta;
b) identificar os elementos obrigatórios de uma meta;
c) construir metas estratégicas táticas e operacionais.
INTRODUÇÃO:
Na nossa aula passada vimos os diferentes tipos de objetivos existentes. Agora va-
mos avançar um pouco, mostrando as metas. Você verá que existe um esquema lógi-
co que une as metas com os objetivos, de maneira que a cada objetivo se faz corres-
ponder pelo menos uma meta. E não será difícil você perceber a necessidade de se ter
metas para todo tipo de objetivo. E um dos motivos para essa necessidade é que sem
metas não há clareza acerca do que os objetivos querem dizer.
A ciência considera que as metas são todos os tipos de resultados esperados (HEI-
ZER et al., 2021). Isso pode ter sido confuso para você porque está muito parecido com
o que dissemos sobre os objetivos, que eram toda situação futura desejada ou todo
futuro desejado. Vamos já retirar essa dúvida e deixar tudo muito transparente.
Agora vamos ver as metas. As metas focam resultados. Um resultado é tudo aquilo
que é consequência do esforço humano. Um resultado não é um desejo. Poderíamos
255
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
até dizer que um resultado é um desejo realizado, mas isso não caberia bem. Vejamos
o porquê através desses dois exemplos: “Aumentar a renda média da população bra-
sileira em 500 reais até dezembro de 2023” e “Divulgar a arte de 50 artistas brasileiros
em 15 países europeus durante o ano de 2023”. Percebeu a diferença? As metas lidam
com resultados que uma organização ou empresa pretende alcançar.
É por isso que a ciência diz que uma meta é um tipo de objetivo de determinada
ação especificada quantitativamente em um determinado período de tempo (MUNA-
RETTO; DELLARMELIN; ROSIN, 2019; RIBEIRO, 2017). Uma meta é uma expressão
numérica, para ser mais exato, com um tempo definido para acontecer. Se não tiver
número, não há meta; se não tiver um tempo determinado, também não. Dessa for-
ma, uma meta é um objetivo quantitativado e temporalizado. Parece meio esquisito,
mas é assim.
Ora, se uma meta é um objetivo especificado, deve haver diferentes tipos de metas.
Isso é verdadeiro. Em conformidade com os tipos de objetivos, também há tipos de
metas. Como três são os tipos de objetivos, três também são os tipos de metas. Veja-
mos.
RESUMINDO...
256
EJA-INTEGRADA - EPT
257
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
258
EJA-INTEGRADA - EPT
REFERÊNCIAS:
HEIZER, Ionara Houry et al. Desdobramento de metas e o método hoshin kanri: um
estudo em uma empresa de mineração de minas gerais.ٶRevista Latino-Americana
de Inovação e Engenharia de Produção, v. 9, n. 16, p. 65-84, 2021.
259
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Objetivos:
Geral
Saber o que é um plano de negócios.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) explicar por que um plano de negócios é um documento;
b) saber para que servem os planos de negócios;
c) entender por que uns planos de negócios são volumosos e outros não são.
INTRODUÇÃO:
Esta é a última aula teórica do nosso estudo. As demais são todas práticas, que é ou-
tra forma de se dizer “aulas técnicas” ou aprendizado técnico. Ela trata do documento
mais importante que os empreendedores elaboram para detalhar de forma raciona-
lizada o seu empreendimento nos seus aspectos mais importantes. Por essa razão,
gostaria que você ficasse atento a cada detalhe dessa parte teórica porque todas as
aulas práticas vão se referir a cada uma delas.
A ciência considera um plano tanto um documento (SILVA et al., 2021) quanto ativi-
dades variadas logicamente ordenadas (PAES, 2021; MARTINS, 2021; CAMARGO; SAN-
TOS; SANTOS, 2021). Vamos entender isso em detalhes. Comecemos pelo documento.
260
EJA-INTEGRADA - EPT
Um plano é um documento. Alguns têm apenas uma página, como é o caso do mo-
delo Canvas, enquanto outros chegam a ter centenas ou milhares de páginas. Mas
isso não importa por enquanto. O que importa é saber que um plano tem que estar
escrito, ainda que seja em meio digital.
A segunda coisa é que esse documento não é redigido de uma hora para outra.
Não é possível que um empreendedor sério se sente em uma determinada hora do
dia e escreva todo um plano, assim, do nada. Pelo contrário, um plano chega a exigir
muitos e muitos estudos, alguns na casa de vários meses, apenas para entender a
oportunidade do mercado. Às vezes é necessário que se criem vários grupos de traba-
lho apenas para realizar a análise do ambiente externo, para que todas as ameaças e
oportunidades sejam identificadas, mensuradas e projetadas.
Os planos de negócios têm várias utilidades, servem para vários fins. Um deles,
como já dissemos, é para sintetizar a complexidade que todo negócio é. No docu-
mento escrito, fica mais fácil de entender o que se pretende fazer. Outra coisa é que
os planos auxiliam na execução da ideia porque eles detalham como as coisas vão
ser feitas. Uma terceira utilidade é a obtenção de recursos e financiamentos, como os
bancários e financeiros. Se a ideia for boa e apresentar riscos baixos, provavelmente os
financiadores vão querer fazer parte do negócio. O plano também ajuda a convencer
as pessoas a fazerem parte da empresa, se ele apresentar realmente uma ideia inte-
ressante com futuros promissores.
261
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
vias que depois serão consolidadas com simplicidade e clareza por escrito, perfazendo
o documento que todos chamamos de plano de negócios.
RESUMINDO...
Para que serve um plano de negócios? Para vários fins, como sintetizar a comple-
xidade da oportunidade que vai ser aproveitada, facilitar a execução, obter financia-
mentos, parcerias e recursos.
Por que uns planos de negócios são volumosos e outros não? Negócios muito com-
plexos exigem muitos estudos e decisões, sempre por escritos, que se vão acumulan-
do. Quanto menos complexo, menos volumoso o documento.
262
EJA-INTEGRADA - EPT
263
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
CAMARGOS, Izabela Giovanini; DOS SANTOS, Naiara Dias Ferreira; SANTOS, Jacyara
Aline Moreira. Contador empreendedor.ٶLIBERTAS: Revista de Ciênciais Sociais Apli-
cadas, v. 11, n. 2, p. 480-504, 2021.
PAES, Mário Alberto Dinis.ٶPlano de negócios para uma escola de patinagem. 2021.
59 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Empresariais). Universidade de Lisboa, Lisboa,
2021.
SILVA, Lorraine Mendonça Oliveira et al. Plano de negócios para uma clínica de estéti-
ca adaptada e voltada para deficientes físicos.ٶInterfacEHS, v. 16, n. 2, p. 83-108, 2021.
264
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Identificar as partes de um plano de negócios do tipo Business Plan Model.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) explicar o que é um business plan;
b) identificar as partes de um business plan.
INTRODUÇÃO:
Vamos descrever sintetizada cada um dos componentes de cada parte, apenas para
que você tenha conhecimento e compreenda a lógica deles. Você deve perceber que
realmente ele sintetiza todas as etapas do processo empreendedor, como estudamos
ao longo deste curso. Não vamos mostrar como cada parte é feita porque demandaria
muito tempo e exigiria conhecimentos extremamente sofisticados de outras áreas,
como você vai perceber.
Neste curso vamos utilizar outro modelo de plano de negócios, o Canvas. A razão é
porque o Canvas ao mesmo tempo em que é fácil de fazer e entender, tem se mostra-
do muito eficiente para planejar e fazer operar novos empreendimentos mundo afora.
A ciência mostra inúmeros exemplos de Business Plan, como os constantes nos es-
tudos de Silva et al. (2021), Paes (2021), Martins (2021), Camargo, Santos e Santos (2021),
265
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Mindelo (2021), Fonseca (2021) e inúmeros outros. Contudo, é possível fazer uma lista
de cada parte desse tipo de documento e os componentes de suas partes, como mos-
tra a tabela 1, que é o modelo utilizado no Brasil pelo SEBRAE (2021).
Tabela 1. Estrutura básica de um business plan
Logomarca da empresa.
266
EJA-INTEGRADA - EPT
Esse documento tem a seguinte estrutura lógica. O sumário executivo resume tudo
o que está detalhado no documento. Geralmente o sumário tem apenas uma página.
Com a leitura do sumário é possível entender todo o plano.
A segunda parte é a análise de mercado. Essa parte tem como finalidade fazer o
leitor entender o contexto mercadológico e sua dinâmica, para que possa entender
como a empresa vai fazer o aproveitamento da oportunidade descrita no plano. Os
focos centrais do mercado são os clientes, fornecedores e concorrentes, como mostra-
mos nas duas primeiras aulas.
267
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
viços que vai fornecer para aproveitar a oportunidade, os preços que serão praticados,
como vai colocar seus produtos e serviços nas mãos dos clientes, como vai tornar os
produtos conhecidos e a distância que está de seus fornecedores e clientes.
A quinta parte é o plano financeiro. Veja a quantidade de detalhes que essa parte
tem. O motivo é que as finanças, o fluxo de dinheiro, são medidas precisas sobre a si-
tuação e o andamento do negócio. O detalhamento de todos esses aspectos permite
compreender três coisas que levam à decisão de investimento: 1) lucratividade, 2) ren-
tabilidade e 3) tempo de retorno do investimento.
Veja que, apesar de simplificado, o modelo do Sebrae não é fácil de ser elabora-
do. Tanto que eles criaram um aplicativo para ajudar no planejamento de pequenos
empreendimentos. Empreendimentos maiores precisam de equipes de profissionais
para isso.
RESUMINDO...
Quais são as partes de um Business Plan? Tomando como base o modelo do Se-
brae, são cinco: sumário executivo, análise de mercado, plano de marketing, plano de
produção ou operação e plano financeiro.
268
EJA-INTEGRADA - EPT
1) Procure na internet outros modelos de Business Plan. Veja o que eles têm
em comum com o modelo do Sebrae e o que têm de diferente. Você vai se sur-
preender com a variedade que vai encontrar.
269
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REFERÊNCIAS:
CAMARGOS, Izabela Giovanini; SANTOS, Naiara Dias Ferreira dos; SANTOS, Jacyara
Aline Moreira. Contador empreendedor.ٶLIBERTAS: Revista de Ciências Sociais Apli-
cadas, v. 11, n. 2, p. 480-504, 2021.
PAES, Mário Alberto Dinis.ٶPlano de negócios para uma escola de patinagem. 2021.
59 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Empresariais). Universidade de Lisboa, Lisboa,
2021.
SILVA, Lorraine Mendonça Oliveira et al. Plano de negócios para uma clínica de estéti-
ca adaptada e voltada para deficientes físicos.ٶInterfacEHS, v. 16, n. 2, p. 83-108, 2021.
270
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Entender a lógica do modelo Canvas de planos de negócios.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) identificar os componentes do modelo Canvas;
b) saber do que trata cada um dos componentes do modelo Canvas;
c) identificar as lógicas internas do modelo Canvas.
INTRODUÇÃO:
Agora imagine um pequeno negócio. Vamos imaginar alguém que queira abrir um
salão de beleza em um bairro de periferia. Muito certamente esse empreendedor não
teria dinheiro para pagar os serviços altamente especializados dos profissionais que
elaboram planos de negócios no modelo Business Plan. Para esses casos e inúmeros
outros, foi criado um modo de fazer bem mais simplificado, mas que apresenta uma
certa precisão para a tomada de decisão dos empreendedores. Esse modo tem sido
cada vez mais utilizado porque é facilmente compreendido visualmente e é muito
intuitivo para ser elaborado. Ele é chamado de Canvas. Vejamos como ele funciona.
271
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
dimento se propôs a fazer. Se é uma indústria, o que ela vai produzir; se é um comér-
cio, o que ele vai vender; se é uma empresa de serviços, o que ela vai fazer e assim por
diante. Acontece que aquilo que ela vai fazer tem que ser visto como algo de valor
pelos clientes, como mostraremos depois. É isso o que está assinalado na cor escura,
no centro da figura.
Definida a proposta de valor, que é a soma do produto e serviços que vão ser ofere-
cidos aos clientes, a próxima etapa é preencher a parte da direita, marcada na figura
em cor azul. É preciso saber com certa exatidão quem é que vai receber os valores
(produtos e serviços) que nossa empresa vai fazer. Assim, a lógica fica assim: a nossa
empresa vai sempre fazer coisas para entregar para alguém. Quem é esse alguém? É
isso que é preciso colocar no lado direito do plano.
Depois que foi definido quem vai receber os valores que a nossa empresa vai pro-
duzir, é hora de pensarmos com exatidão os procedimentos que vamos seguir para
realizar a produção. A pergunta que tem que ser respondida é “Como iremos fazer a
produção?” Se quero vender sapatos, a venda de sapatos é uma produção (tecnica-
mente chamada de operação). É preciso detalhar como essa produção de sapatos vai
acontecer. Se quero prestar serviços jurídicos, é preciso detalhar “Como cada serviço
vai ser realizado”. A lógica é sempre esta: toda produção tem que ter sempre uma for-
ma definida para ser produzida.
Veja que coisa interessante na figura 1. As três partes de cima mostram o funcio-
namento do empreendimento. Tudo começa com a produção, no centro, para suprir
necessidades, na direita, a partir de um determinado esquema de produção, no lado
esquerdo. Agora vejamos a parte de baixo, que tem dois esquemas lógicos interessan-
tes.
Figura 1. Estrutura do modelo Canvas de plano de negócios
No retângulo vermelho a gente tem que responder à pergunta: quanto vai custar
produzir o que iremos produzir. Note que tudo o que a gente faz tem um custo por-
272
EJA-INTEGRADA - EPT
que consome recursos. Precisamos saber com exatidão quanto custa cada valor que
vamos produzir e entregar aos clientes. Então tem custos de produção e custos da en-
trega aos clientes. Em outras palavras, tem custos no retângulo amarelo e tem custos
no retângulo azul.
Agora vejamos o retângulo verde. Ele precisa ser preenchido com respostas à per-
gunta: quanto o empreendimento vai gerar de receita? Dito de outra forma, é preciso
fazer todos os cálculos para saber quanto de dinheiro (bens e direito, na linguagem
contábil) vai entrar ou estar disponível para a empresa. Daí vem outro esqueminha
lógico: o total de receitas precisa ser maior do que o total de custos, a partir de deter-
minado momento de funcionamento da empresa, para que ela seja sustentável.
RESUMINDO...
Quais são os componentes do modelo Canvas? Proposta de valor (o que será feito),
Clientes (para quem será entregue), Processo de Produção/Operação (como será fei-
to) e Desempenho financeiro (quanto vai custar e quanto vai gerar de receita).
Quais são as lógicas internas do modelo Canvas? Primeira lógica: tudo o que é pro-
duzido é produzido para suprir necessidades a partir de um processo de produção.
Segunda lógica: tudo o que é produzido tem um custo que deve ser menor do que as
receitas que vão ser geradas.
273
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
274
EJA-INTEGRADA - EPT
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
DORNELAS, José Carlos Assis. Plano de negócios com o modelo Canvas: guia prático
de avaliação de ideias de negócio a partir de exemplos. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
275
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Objetivos:
Geral
Saber como preencher a parte de proposta de valor no modelo Canvas.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) diferenciar produto/serviço de valor;
b) saber como se cria uma proposta de valor.
INTRODUÇÃO:
Já conhecemos a estrutura (as partes) do modelo Canvas e as suas duas lógicas in-
ternas. Agora é a hora de começarmos a conhecer com certa profundidade cada uma
dessas partes e como elas são feitas. A finalidade é que você saiba elaborar um plano
de negócios com o modelo Canvas. Nesta aula é preciso que se conheça bem o que
os empreendedores e cientistas chamam de valor.
Muita gente tem muito preconceito contra os empreendedores porque acham que
eles são gananciosos e que só pensam em dinheiro. Mas essa é uma visão muito,
muito equivocada do que realmente é empreendedorismo e sobre quem são efetiva-
mente os empreendedores. Isso não quer dizer que não haja pessoas gananciosas e
que só pensam em dinheiro. Mas a experiência e a ciência têm mostrado que pessoas
gananciosas e que só fazem as coisas por dinheiro não vão longe porque os clientes
e usuários não querem apenas comprar produtos e serviços. As pessoas não pagam
pelo produto ou serviço: elas pagam pelo valor que o produto ou serviço que elas ad-
quirem lhes proporciona.
É preciso que você compreenda bem isso. É claro que os empreendedores ven-
dem produtos e serviços, mas eles o fazem para entregar, através desses produtos e
serviços, um determinado bem. Quando os empreendedores escolhem vender um
produto ou prestar um serviço eles pensam com carinho sobre como os seus clientes
vão ficar ou se sentir com o uso daquele produto ou serviço. Pessoas gananciosas não
pensam no bem dos seus clientes. Os empreendedores têm esse diferencial.
276
EJA-INTEGRADA - EPT
Sabe qual é a diferença entre as empresas que têm sucesso e as que fracassam?
Sabe por que um empreendedor é bem sucedido e inúmeros outros fracassam? Ago-
ra vejamos com atenção qual é o grande segredo de todos os empreendedores: em-
bora eles vendam produtos e serviços, na verdade o que eles estão fazendo é entre-
gando valor às pessoas. O que é um valor? É aquilo que as pessoas valorizam. Isso
parece óbvio, mas não é. Vejamos isso mais de perto para que fique bem entendido.
Quando alguém vai comprar um carro, pode estar querendo apenas um veículo
para ele ir de um lugar para outro. O produto carro lhe foi entregue para suprir a sua
necessidade de locomoção. Mas o produto carro toda loja de automóvel pode vender.
Pode acontecer de o cliente querer apenas o carro e nada mais. Mas isso é muito,
muito raro. Geralmente as pessoas querem o carro e outras coisas mais, como ser
bem atendido, um produto de qualidade, a garantia de que o carro não vai quebrar
com facilidade, que vai ter como consertar, se quebrar, e assim por diante. Cada uma
dessas coisas a gente chama de valor. Resumindo: a primeira coisa que temos que
pensar é exatamente quais são os valores que podemos garantir que vamos entregar
aos nossos clientes.
Quando alguém decide comprar alguma coisa, ela está pensando nos benefícios
que aquela coisa vai lhe proporcionar. Esses benefícios são valores que ela levará em
consideração quando for comprar. Se quer um celular rápido, a rapidez é um valor;
se deseja que o celular seja barato, o preço baixo é prezado por ela. O desafio do em-
preendedor é conhecer essas coisas que as pessoas valorizam e criar produtos e servi-
ços com esses valores para lhes entregar.
Figura 1. Proposta de valor no modelo canvas
277
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
tados, grãos, frutas, verduras etc. Sempre tendo em mente o que os seus clientes de-
sejam (os valores por eles prezados), escolhem os produtos de cada negócio. Quando
dizem, por exemplo, que suas frutas “são todas sem agrotóxicos”, é porque sabem
que seus clientes só vão comprar suas frutas se for comprovado que elas apresentam
aquele valor, que é consumir frutas saudáveis.
RESUMINDO...
b) Como se cria uma proposta de valor? Escolhe-se uma linha de produto ou servi-
ço e adiciona-se-lhe os valores que os clientes desejam.
278
EJA-INTEGRADA - EPT
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
279
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
DORNELAS, José Carlos Assis. Plano de negócios com o modelo Canvas: guia prático
de avaliação de ideias de negócio a partir de exemplos. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
280
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Saber como preencher o processo de produção do modelo Canvas.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) identificar os componentes do processo de produção;
b) explicar as funções dos componentes do processo de produção.
INTRODUÇÃO:
Vimos que há um esquema lógico utilizado pelos empreendedores para saber com
relativa precisão o que os clientes querem e o que eles prezam naquilo que eles dese-
jam comprar. Por essa razão as mente dos empreendedores estão ligadas ao mesmo
tempo no produto e naquilo que eles têm que ter para que sejam exatamente o que
os clientes querem. Chamamos a isso de proposta de valor.
Vimos que para facilitar a entrega exata do que os clientes querem, os empreende-
dores organizam seus empreendimentos em segmentos de negócios. Um segmento
de negócio é um agrupamento de produtos ou serviços que têm alguma coisa em
comum. Por exemplo, maçã, pera, uva e laranja são produtos do agrupamento frutas,
da mesma forma que costela, picanha e filé mignon são produtos do agrupamento
carnes. Mas não é propriamente a carne e as frutas que os empreendedores produ-
zem e vendem, mas o que os clientes querem que elas tenham e que eles possam
desfrutar, que são os valores. Agora vamos ver como os empreendedores fazem isso.
Um processo é um sequenciamento lógico, ordenado, que diz como uma coisa vai
281
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
ser feita. Para fazer suco de limão, é preciso comprar as frutas, lavá-las, cortá-las e as-
sim sucessivamente até que o suco esteja pronto. É claro que para comprar as frutas
diversas coisas têm quer ser feitas, coisas essas que chamamos atividades. Isso quer
dizer que cada etapa é executada através de atividades. Por exemplo, a etapa de cor-
tar os limões é feita pelas atividades 1) pegar o limão com a mão esquerda, 2) colocar
o limão sobre um plano fixo, 3) pegar a faca com a mão direita etc.
Outra coisa que precisa ser pensada e colocada no plano de negócios são as parce-
rias. A razão disso é que nenhum empreendimento funciona sozinho. Comércios pre-
cisam das fábricas ou de outros comércios para lhes fornecerem produtos; empresas
de serviços precisam de fornecedores de materiais e de serviços; e governos precisam
também de produtos e serviços de terceiros. Há parcerias com fornecedores, bancos,
cartões de crédito, sindicatos de empregados, empresas transportadoras, dentre inú-
meras outras. As parcerias são as grandes auxiliares no processo de produção. Esses
parceiros principais precisam ser identificados e listados aqui.
282
EJA-INTEGRADA - EPT
sos (aqueles que consomem mais dinheiro) precisam ser listados e colocados aqui.
RESUMINDO...
283
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
284
EJA-INTEGRADA - EPT
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
DORNELAS, José Carlos Assis. Plano de negócios com o modelo Canvas: guia prático
de avaliação de ideias de negócio a partir de exemplos. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
285
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Objetivos:
Geral
Saber como preencher a parte de clientes do modelo Canvas.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) dizer quais são as partes da dimensão clientes do modelo canvas;
b) explicar a finalidade de cada parte da dimensão clientes.
INTRODUÇÃO:
Toda organização existe para suprir alguma necessidade. Empreendedores são es-
pecialistas em fazer isso através do estabelecimento de esquemas de entregas de
valores que chamamos de empreendimentos. Uma empresa é, portanto, uma entida-
de especializada na entrega desses valores, seja através de produtos, seja através de
serviços. Isso quer dizer que são os produtos e serviços que entregam aos clientes os
valores de que precisam. Produtos e serviços são meios. Valores são o fim. Os clientes
são todas as pessoas que recebem esses valores.
Nunca é demais dizer que o conhecimento dos clientes é fundamental para o su-
cesso de qualquer empreendimento. Nesta altura do nosso curso isso já deve ser mais
do que óbvio para você. Várias razões respondem por essa obviedade, mas todas elas
estão concentradas e são convergentes para as necessidades dos clientes. É por isso
que nenhuma empresa se fortalece e se perpetua sem que haja uma adequada vin-
culação dos valores que ela gera com as necessidades de seus clientes. É sobre isso
que essa lição vai tratar.
286
EJA-INTEGRADA - EPT
É por essa razão que os clientes são a outra parte fundamental do modelo Can-
vas de plano de negócios. A prática do empreendedorismo tem mostrado que três
grandes questões ou decisões precisam ser definidas com adequação para o sucesso
empreendedor. Em última análise, o que essa parte precisa deixar claro é a) o que os
clientes querem e b) como entregar isso a eles.
E a terceira decisão relativa aos clientes diz respeito aos canais que serão utilizados
para se manter sempre próximo dos clientes e lhes entregar os valores. Quando uma
empresa lhe manda uma mensagem de feliz aniversário, está fazendo uso de um ca-
nal, da mesma forma quando outra lhe diz que está no prazo de fazer a revisão do au-
287
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
tomóvel prevista na franquia. Muitas e muitas empresas, por exemplo, dizem que se
algum de seus produtos apresentar falhas, basta levar a uma das lojas que eles serão
substituídos, enquanto outras, no máximo, apontam a lista de serviços autorizados
para fazer os consertos pagos pelos próprios clientes. O que queremos mostrar é que
muitos e muitos dos valores são entregues depois, com o uso dos produtos e serviços.
Quando o médico liga para saber se a cirurgia foi bem sucedida está fazendo isso, da
mesma forma que o advogado age, lhe informando constantemente sobre o anda-
mento de sua ação.
RESUMINDO...
288
EJA-INTEGRADA - EPT
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
289
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
DORNELAS, José Carlos Assis. Plano de negócios com o modelo Canvas: guia prático
de avaliação de ideias de negócio a partir de exemplos. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
290
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Saber como preencher a estrutura de custos no modelo Canvas.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) identificar os tipos de custos no modelo Canvas;
b) perceber a importância do conhecimento dos custos para o sucesso do em-
preendimento.
INTRODUÇÃO:
É muito conhecido um ditado que diz que não há almoço grátis. Isso quer dizer,
literalmente, que todo almoço tem um preço, mesmo que aqueles que com ele se
deliciem não desembolse nenhum centavo por ele. A razão disso é que carnes, peixes,
frangos, arroz, macarrão, tomate, temperos e tudo o mais que compõem um almoço
foi comprado por alguém. Ainda que tenha sido doado, e há quem faça isso, essa pes-
soa que doou teve que pagar para produzir. O que queremos que você compreenda
é que mesmo que tudo isso tenha sido doado pela natureza, alguém foi lá e pegou os
ingredientes do almoço. E mesmo que ele tenha pego gratuitamente, ele despendeu
alguma energia, algum recurso, ainda que esse recurso tenha sido a sua força de tra-
balho.
A percepção dos custos é fundamental não apenas para que seja valorizado o pa-
pel do empreendedor em qualquer sociedade, mas essencialmente para que todos
possam empreender de forma racional, não emocional. Vejamos duas consequências
diferentes da compreensão do papel do empreendedor e dos custos de todo em-
preendimento. Um indivíduo lançou um livro (lançar um livro é um tipo de empreen-
dimento, que isso fique claro). Durante a divulgação, muitas pessoas, conhecidas e
desconhecidas, depois de manusearem o exemplar utilizado para apresentação, per-
guntavam ao escritor “Você me dá um livro desse de presente?”. Para aquele em-
preendedor, a pergunta soava parecida com alguém indagando a um construtor de
iate de luxo “Você me dá um iate desse de presente?”. Noutra região do país, as coisas
aconteceram diferente. Os clientes faziam filas para encomendar e pagar ali, na hora,
pelos livros. As perguntas que faziam era “Posso encomendar e pagar 100 livros ago-
291
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Pense em qualquer coisa que você tenha feito. Pode ser um almoço, uma viagem
de carro, enfim, qualquer coisa. Agora liste tudo aquilo que você usou para fazer essa
coisa. Se foi um almoço, teve os ingredientes do prato principal, da sobremesa, os ape-
ritivos etc; se foi um passeio de carro, teve o consumo de combustível, alimentação,
hospedagem, diversão etc. Se você pensar com mais profundidade, você vai chegar a
uma conclusão interessante: tudo o que é feito, de uma forma ou de outra, usa algu-
ma coisa para ser feito.
O outro grupo são os custos fixos. Na verdade, poucos são os custos verdadeira-
mente fixos. Mas aqui são enquadrados, por exemplo, custos com energia elétrica,
água, aluguel, honorários de contadores, enfim, todo pagamento feito periodicamen-
te para que o empreendimento possa funcionar. Os aluguéis são relativamente fixos,
porque aumentam em prazos longos, mas os custos com energia muitas vezes so-
bem e diminuem com o aumento ou diminuição de seu consumo durante o tempo
de produção. Mas, ainda assim, são considerados fixos, se não estiverem diretamente
ligados à produção.
292
EJA-INTEGRADA - EPT
Mas não são apenas os custos de produção que o empreendedor tem que levar em
consideração. Há inúmeros outros. Na verdade, a palavra custo não é a mais adequada
nem científica, nem tecnicamente, para representar a realidade. Talvez o termo mais
adequado seja gasto. Há gasto com marketing, por exemplo. Propaganda é atividade
de marketing que não está diretamente ligada à produção e também não é um custo
fixo. Muitos dizem que propaganda é investimento, e em muitos casos realmente é.
Há os gastos com impostos, taxas e outras formas de tributos, muitos deles ligados
não à produção, mas à venda, como é o caso do imposto sobre circulação de merca-
dorias e serviços (ICMS).
Assim, nessa parte do modelo Canvas é necessário que sejam listados pelo menos
os principais custos do empreendimento para que a empresa e o empreendedor te-
nham a ideia mais exata possível da estrutura de custos que têm que prover. É a partir
dela que a matriz de receita pode ser elaborada e decidida sobre a viabilidade do em-
preendimento. Sem o conhecimento adequado dos custos, dificilmente um sucesso
poderá progredir.
RESUMINDO...
293
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
294
EJA-INTEGRADA - EPT
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
295
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
DORNELAS, José Carlos Assis. Plano de negócios com o modelo Canvas: guia prático
de avaliação de ideias de negócio a partir de exemplos. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
296
EJA-INTEGRADA - EPT
Objetivos:
Geral
Saber como preencher as fontes de receitas no modelo canvas.
Específicos
No final da aula o discente deverá ser capaz de:
a) identificar as diversas fontes de receitas dos empreendimentos;
b) entender a necessidade do lucro nos empreendimentos empresariais.
INTRODUÇÃO:
As receitas são o retorno financeiro de todos os esforços das entregas de valor aos
clientes feitas pelo empreendedor. Há também, naturalmente, os retornos não finan-
ceiros, como a satisfação de ver os clientes contentes, a felicidade de alcançar metas, a
alegria de enfrentar e vencer desafios, dentre inúmeros outros. Mas o que mede efeti-
vamente o sucesso de um empreendimento é o retorno financeiro. Tanto é assim que
existem inúmeras formas de medir isso, como são os casos da taxa interna de retorno
e taxa de lucratividade.
Mas o que precisa ser compreendido é que o retorno é apenas um aspecto da di-
nâmica empreendedora. O que importa é conhecer a qualidade desse retorno. Não
basta constatar que está havendo a volta do dinheiro investido, mas se essa volta está
acontecendo conforme o previsto. Esse monitoramento e avaliação só são possíveis se
as fontes de receitas forem conhecidas. É do que trata esta última aula do nosso curso.
297
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
A figura 1 mostra algumas fontes de receitas que podem ser listadas no Canvas. As
receitas de vendas constituem a principal fonte de quase todo tipo de empreendi-
mento. Empresas comerciais tendem a ganhar mais dinheiro com as vendas dos seus
produtos do que com aplicações no mercado financeiro. Da mesma forma, empresas
industriais têm mais retornos produzindo e vendendo sua produção do que investin-
do em mercado de ações.
Figura 1. Fontes de receitas no modelo Canvas
298
EJA-INTEGRADA - EPT
de uma mesma prática empreendedora, como é o caso das vendas, que podem ser
feitas à vista e a prazo; as vendas a prazo podem ser diversificadas em dias, semanas,
meses e até ano para pagamento; vendas no débito ou no cartão de crédito; se parce-
lado ou não, dentre inúmeros outros.
RESUMINDO...
Quais são as fontes de receitas dos empreendimentos? São várias. Essa variedade
depende do tipo de empreendimento e pode ser classificada como receitas de ven-
das, encargos, financeiras, investimentos, honorários etc.
299
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
300
EJA-INTEGRADA - EPT
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
301
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
DORNELAS, José Carlos Assis. Plano de negócios com o modelo Canvas: guia prático
de avaliação de ideias de negócio a partir de exemplos. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
302
EJA-INTEGRADA - EPT
Componente
Curricular 5
PROCESSOS LOGÍSTICOS (40H)
303
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Olá!
Nesta unidade iremos trabalhar com os conceitos pertinentes
a processo, logística, processo logístico e tipos de processos
logísticos. Aqui a ideia é conhecer primeiro as definições gerais
para em seguida compreender cada tipo de processo logístico
existente. Estes conhecimentos são importantes para que mais
adiante você tenha sucesso no entendimento dos próximos te-
mas a serem trabalhados nesta apostila.
304
EJA-INTEGRADA - EPT
Para que haja a devida compreensão sobre processos logísticos, é oportuno conhe-
cermos o que é processo. Conforme os conceitos presentes em Nascimento e Silva
(2011) e Silva (2019), os processos são atividades sequenciais formadas por partes en-
cadeadas entre si, as quais ao serem realizadas corretamente irão, de forma inevitável,
gerar um resultado. Um exemplo de processo existente é o de gestão. Por sua vez,
gestão é o processo que consiste em planejar, organizar, dirigir e controlar recursos
para viabilizar os objetivos organizacionais (SILVA et al., 2019).
Cada uma destas etapas que integram o processo deve ser feita na sequência cor-
reta. Tendo como exemplo o processo de gestão, não se pode fazer a etapa de contro-
le sem que as demais fases que integram o processo não terem sido executadas. Seria
como começar a construção de uma casa pelo seu telhado.
A lógica dos processos está vinculada com o entendimento de cada parte que inte-
gra a sua estrutura. A ideia a ser entendida aqui é: cada fase que compõe o processo
tem que ser feita com qualidade e adequação. O entendimento desta lógica fica mais
viável mediante o seguinte exemplo: o da contratação de um colaborador da área de
Logística, mais precisamente um operador de empilhadeira.
Agora perceba o seguinte detalhe: não seria errado contratar este novo colaborador
sem que ele fizesse os exames admissionais? Outro exemplo de situação que poderia
retardar o processo de contratação deste indivíduo seria o fato de ele não possuir con-
ta bancária, o que iria demandar mais tempo para a sua admissão.
logística.
Caso queira conhecer mais sobre processos nas organizações, recomendamos que
você assista a estes dois vídeos. Seguem os links abaixo:
O que é um processo?
https://www.youtube.com/watch?v=lPMAoa23Uo4
O que é processo?
https://www.youtube.com/watch?v=s367V2qo_QA
306
EJA-INTEGRADA - EPT
Logística pode ser considerada como o processo que envolve os seguintes elemen-
tos: a) planejamento do fluxo dos materiais; b) suprimento das necessidades existen-
tes; c) entrega dos materiais na quantidade certa e no prazo acordado (PAURA, 2012).
Nesta aula 02 vamos entender cada um deste itens que integram a logística em seu
aspecto conceitual.
Para tornar mais fácil esta ideia do fluxo, vamos imaginar que você esteja na sua
casa num fim de semana e precise se deslocar até a casa de um parente para ir a um
evento de família. Você pede um veículo pelo seu aplicativo e ele irá lhe mostrar na
tela do celular o valor da corrida da sua casa até o destino pretendido. O fluxo neste
exemplo representa o caminho a ser percorrido do seu endereço até a residência do
seu parente. O próprio aplicativo busca o melhor caminho para evitar que o trajeto
seja demorado.
O fluxo de materiais deve ser planejado para que eles possam chegar ao seu desti-
natário de forma correta. Aqui vamos a mais um exemplo do cotidiano: imagine que
você comprou um livro sobre logística numa livraria virtual. Você escolheu o livro, pa-
gou o boleto e agora está esperando sua encomenda chegar até a sua casa. Os dias se
passam e nada do seu livro chegar. Você pega o código de rastreamento do material
nos Correios e descobre que o seu material foi entregue em outro endereço. Aqui a
logística não foi planejada adequadamente.
A partir deste exemplo, outros dois aspectos da logística podem ser considerados.
O primeiro deles é o atendimento das necessidades. Voltando ao exemplo do livro de
logística: se ao invés da entrega no endereço errado ocorresse a entrega no endereço
certo, teríamos aí o atendimento da necessidade do consumidor do produto.
307
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Nesta aula vimos o que é logística. Caso tenha interesse em saber mais sobre o as-
sunto, recomendamos os vídeos abaixo.
O que é logística?
https://www.youtube.com/watch?v=rcKdHm28ta0
https://www.youtube.com/watch?v=63o70UWJthM
308
EJA-INTEGRADA - EPT
Já vimos o que é processo e o que é logística. Agora vamos avançar em nosso con-
teúdo conhecendo o que é processo logístico. Apenas para relembrarmos rapidamen-
te o que já foi visto até aqui. Já sabemos que: a) processos são atividades feitas de
forma sequencial, as quais ao seu final irão gerar um resultado, e; b) logística envolve o
planejamento do fluxo de materiais para fazer com que eles cheguem na quantidade
e no prazo corretos até o seu destino (PAURA, 2012; SILVA, 2019).
Numa primeira leitura, com base no que já foi visto nesta apostila, os processos lo-
gísticos tem a ver com as etapas do fluxo de materiais de maneira que eles cheguem
em tempo hábil até o cliente. Se ao falarmos de processo, usamos o termo “encadea-
mento” para dizer que as etapas que integram o processo são dependentes uma da
outra, ao abordarmos sobre processos logísticos o termo que melhor se adequa a esta
realidade é integração.
O que queremos dizer com isso é que os processos logísticos não são uma exclu-
sividade das empresas da iniciativa privada. Até mesmo organizações sem fins lucra-
tivos que dependem de doações, como, por exemplo, asilos ou orfanatos também
precisam que de alguma forma os materiais necessários para o seu funcionamento
cheguem ao seu destino. Assim, alimentos, materiais de limpeza, remédios e demais
itens se enquadram neste contexto.
309
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Assim, os processos logísticos tem a ver com as etapas necessárias para fazer com
que um material chegue de forma correta e segura até o seu respectivo destino. En-
tendido isso, torna-se necessário compreender quais são os tipos de processos logísti-
cos e as atividades contidas em cada tipo. Mas isso é assunto para as nossas próximas
aulas.
Caso queira saber mais sobre processos logísticos, recomendamos assistir ao vídeo
abaixo.
Processos logísticos.
https://www.youtube.com/watch?v=CiRCpmNXe3c
310
EJA-INTEGRADA - EPT
Vamos a mais uma aula deste material. Já vimos o que é processo logístico, agora
vamos conhecer os tipos de processo logístico existentes. O primeiro tipo a ser consi-
derado neste sentido é o processo logístico interno. Pode-se dizer que este processo é
mais visto em almoxarifados, estoques e centros de distribuição (SANTOS, 2006).
De acordo com Santos, Cruz e Pacheco (2013) e Capital Reality (2020), as atividades
principais desempenhadas no processo logístico interno são as seguintes:
- Recebimento: atividade esta que consiste em receber os materiais e produtos que
chegam no depósito;
Veja que cada etapa é desenvolvida em sequência de modo que o objetivo final das
atividades desenvolvidas é o envio da mercadoria demanda para os clientes. Estas são
características típicas de um processo, conforme visto em aula anterior.
311
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
-Há também os matérias não produtivos, os quais são chamados de indiretos. São
os materiais de limpeza e expediente e demais itens que são solicitados pelos de-
partamentos da fábrica, mas que não são usados diretamente na fabricação de
produtos.
Além do tipo de processo interno, há também o fluxo logístico externo. Para expli-
car como funciona este tipo de processo logístico, vejamos o conteúdo da Figura 1:
Figura 1: Processo logístico externo – Clientes e Fornecedores
312
EJA-INTEGRADA - EPT
A segunda possibilidade a ser vista com relação aos processos logísticos diz res-
peito a perspectiva dos clientes. As principais atividades a serem desempenhadas no
processo logístico externo voltado para os clientes são: a) logística de distribuição; b)
gestão de transporte; c) checagem e expedição de mercadorias, e; d) controle de fre-
te (ROSA, 2007). Nas próximas aulas iremos compreender como acontece cada uma
destas etapas.
Nas próximas aulas veremos com mais detalhes cada atividade que integra o pro-
cesso de logística interna.
Considerações da Unidade:
313
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
03. No que se refere aos tipos logísticos, é possível afirmar que só há um tipo de
processo, chamado de processo logístico interno.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
314
EJA-INTEGRADA - EPT
Olá!
Nesta unidade vamos nos concentrar na compreensão das
atividades que integram a chamada logística interna. Ao todo,
são cinco atividades principais desempenhados nesta cate-
goria de processo logístico. Num primeiro momento, vamos
abordar esta temática num aspecto mais geral para em segui-
da conhecer cada uma das funções que integram este tipo de
processo logístico.
315
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Agora vamos olhar esta mesma situação, mas agora com um olhar mais voltado
para a logística. Esta geladeira recém-adquirida passou por todo um processo até ser
disponibilizada para o cliente. É neste processo chamado logística interna que vamos
nos concentrar ao longo desta aula.
A execução da logística interna para ser bem-sucedida depende que alguns fato-
res condicionantes sejam devidamente atendidos. O primeiro deles diz respeito ao
pessoal que trabalha no armazém. Estes profissionais devem demonstrar domínio
teórico e prático da execução de suas funções, as quais devem ser desempenhadas
com qualidade (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). Dentre os colaboradores que
cumprem expediente nos depósitos, pode-se mencionar, além da figura do gerente,
os estoquistas, os operadores de empilhadeira, os conferentes, os auxiliares de almo-
xarifado e o pessoal administrativo (assistentes, analistas, etc). A depender das polí-
ticas de gestão de pessoas da empresa que lidera o depósito, menores aprendizes e
estagiários também podem integrar o quadro pessoal do almoxarifado.
Estes profissionais devem ser bem treinados porque estão lidando com dinheiro. A
razão para esta informação ser feita é que todo material possui o seu valor financeiro.
Por exemplo: uma fábrica que produz placas eletroeletrônicas de televisão possui em
seu estoque centenas de componentes que são necessários para a montagem das
placas. Alguns destes itens possuem elevado valor de mercado. Por esta razão, um
dos principais itens a serem observados nas operações dos estoques é a segurança. A
Figura 2 demonstra um exemplo de almoxarifado visto por dentro.
Figura 2: Exemplo de almoxarifado
316
EJA-INTEGRADA - EPT
Veja este exemplo de almoxarifado visto por dentro. Perceba a forma como os itens
são acondicionados nas prateleiras. Este espaço entre uma prateleira e outra é cha-
mado de rua. Cada um destes materiais está alocado em seu respectivo endereço.
Assim, quando um determinado item é demandado, o almoxarife ou estoquista con-
sulta o sistema de informação para saber em qual endereço o material está situado.
Veja que cada um dos itens em suas embalagens está apoiado sobre um suporte
de madeira. A este suporte dá-se o nome de pallet. A razão para o uso dos pallets é
evitar que o material fique alocado no chão e porventura acabe sofrendo alguma ava-
ria. Além da integridade dos materiais, a execução dos trabalhos na logística interna
também exige que as pessoas trabalhem com segurança. Por esta razão, quando um
novo empregado é admitido para trabalhar num estoque como este aí da Figura 2,
um dos itens que lhe é disponibilizado é a bota de segurança para evitar acidentes.
Lembre-se: a segurança é fundamental em todo e qualquer trabalho de logística.
Esta comparação entre os itens com relação a suas quantidades no físico X sistema
de informação é uma das rotinas que integram o cotidiano da logística interna. Um
estoque acurado é resultado do trabalho comprometido de todos os integrantes da
equipe logística. Por esta razão, os processos logísticos internos devem ser executados
corretamente.
317
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Aqui nesta aula buscamos lhe proporcionar uma visão geral da rotina e do traba-
lho desempenhado na logística interna. Caso queira saber mais sobre o assunto reco-
mendamos que assista o vídeo abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=IZE5YrN3WTE
Nas próximas aulas vamos conhecer uma por uma as atividades que integram a
logística interna.
318
EJA-INTEGRADA - EPT
Vamos agora conhecer em detalhes cada uma das atividades que integram a logís-
tica interna. Mas antes de iniciar aqui a exposição do conteúdo sobre o recebimento
de mercadorias, cabe aqui fazer uma pergunta: por que estas atividades de logística
interna são feitas todas num único local, geralmente um depósito ou armazém? A
resposta é dada por Santos (2006), a qual diz que as organizações perceberam que era
mais fácil e prático consolidar todas estas atividades num local específico para elas.
Daí a relevância dada aos centros de distribuição no âmbito da logística.
Imagine que no centro de distribuição desta loja todos os dias chegam diversos
materiais: pares de tênis, blusas e camisetas das marcas esportivas como Nike, Puma
e Adidas, bolas, mochilas, e demais materiais. A razão para estes materiais chegarem
no centro de distribuição é simples: a empresa que vende estes itens necessita tan-
to repor o estoque dos produtos mais vendidos como também expor em seu site os
lançamentos de cada marca. Assim, todos estes materiais foram comprados pela loja
para manter ativo o seu portfólio de produtos.
O recebimento destes itens deve ser feito de forma ordenada. Isso significa que os
caminhões que chegam até o centro de distribuição devem ser atendidos por ordem
de chegada. A depender do volume de pedidos que a loja fez, os materiais podem vir
agrupados em lotes maiores ou, se for o caso, em lotes menores. Quando o volume de
material a ser transportado não é grande, a entrega pode ser feita por meio de mo-
toboys até o centro de distribuição.
Quando os lotes de produtos são consolidados em um único pallet, eles são agru-
pados por meio de um filme plástico que envolve estes materiais para evitar que no
transporte alguma caixa acabe caindo e se perdendo no meio do caminho. Isto acon-
tece geralmente quando todas as caixas que estão acondicionadas no pallet se re-
ferem a um único produto. Uma das partes mais importantes no que se refere ao
recebimento de mercadorias diz respeito a conferência das informações a serem con-
sideradas.
Aqui o responsável por receber as mercadorias deve estar atento ao que está regis-
trado na nota fiscal. Se neste documento está declarado que a carga a ser recebida é
319
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
composta por 40 caixas contendo cada uma delas um par de tênis modelo “AG235-X”,
então é exatamente isso que deve vir no físico: nem a mais, nem a menos. A conferên-
cia no recebimento de mercadorias consiste em checar se as informações contidas na
nota fiscal estão de acordo com o físico.
Veja que na Figura 3 há um lote de caixas envolvido num filme plástico e que está
sendo movimentado com a ajuda de um matrim. O recebimento de mercadorias deve
ser feito com precisão, posto que toda situação envolvendo troca de mercadorias ou
ainda produtos cuja quantidade não é a mesma da nota fiscal geram prejuízos e per-
da de tempo e dinheiro.
320
EJA-INTEGRADA - EPT
Vamos seguindo com o nosso estudo sobre as etapas que integram o processo
interno de logística. Agora que você já conhece a dinâmica e a importância da ativida-
de de recebimento de mercadorias, vamos agora ao próximo item a ser observado: a
movimentação de materiais. Se no ato de receber as mercadorias o principal cuidado
é se certificar que as informações estão todas corretas, no ato da movimentação do
material o principal item a ser observado é a segurança, tanto do material que será
alocado no estoque como também das pessoas que estão envolvidas neste trabalho.
Para que isto fique bastante claro para o seu entendimento, vamos de exemplo?
Então, repare bem: imagine que um lote de cargas semelhante ao que você viu na
Figura 3 da aula anterior chegou na doca do centro de distribuição. O conferente viu
que a quantidade do material está correta com o que está declarado na nota fiscal.
Feita esta parte, um operador de empilhadeira resolve tirar o pallet com o lote de ma-
teriais da doca e levar para outro local dentro do centro de distribuição. Porém, por
descuido, ele acaba batendo de frente com outro pallet que estava no meio de um
dos corredores de acesso as ruas do centro de distribuição. Resultado: dois lotes de
material avariados e o operador de empilhadeira com sua reputação manchada por
este episódio.
Por esta razão, a movimentação de materiais deve ser feita por pessoal treinado e
capacitado. Vejamos aí na Figura 4 um exemplo de movimentação segura de mate-
riais.
Figura 4: Exemplo de movimentação de materiais
Repare que o operador logístico da Figura 4 está conduzindo umas caixas de mate-
riais até o seu respectivo destino. Ele está usando botas de segurança, luvas e capace-
te. Por conta do período pandêmico do novo Coronavírus, o colaborador também está
usando máscara facial. Note que o instrumento que ele está usando permite trans-
321
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
portar até 3 caixas de material. Como este dispositivo conta com duas rodas na sua
frente, isto facilita a movimentação da carga. Caso o colaborador tivesse de levar uma
por uma as caixas contando com a força dos seus braços, levaria muito mais tempo
para concluir a movimentação.
Nesta mesma Figura 4 é possível ver outro instrumento que auxilia neste processo
de movimentação de materiais: o matrim. Se você observar com mais atenção, cada
produto no estoque conta com uma etiqueta branca de identificação. Além disso, os
locais nas prateleiras também estão identificados. Isto é necessário para facilitar a lo-
calização de cada item quando eles forem demandados.
É necessário esclarecer que a operação de empilhadeiras só pode ser feita por pessoal
devidamente capacitado para isso. As empilhadeiras permitem que tanto os materiais sejam
alocados em locais mais altos nas prateleiras do estoque como também lotes de material sejam
retirados, transportados e disponibilizados para utilização.
A movimentação de materiais ao ser feita sem os devidos cuidados pode gerar di-
versos prejuízos. Voltado ao exemplo do acidente com a empilhadeira, além do ope-
rador e dos materiais, a própria empilhadeira ficou danificada e precisará passar por
reparos. Veja quantos problemas acontecem quando não há o devido zelo pela segu-
rança na realização destas atividades.
com esta movimentação de materiais devem ter ciência de que este trabalho deve ser
feito com bastante atenção, não somente para garantir a integridade dos materiais,
mas também para preservar a saúde e segurança dos colaboradores que trabalham
neste processo.
Se você curtiu esta aula e deseja saber um pouco mais sobre movimentação de
materiais, recomendamos que assista estes vídeos abaixo:
Princípios da movimentação de materiais.
https://www.youtube.com/watch?v=bce0gLM7X0g
Equipamento de movimentação de materiais.
https://www.youtube.com/watch?v=NeSpXXVJLto
Movimentação de materiais.
https://www.youtube.com/watch?v=ViKTPVJiNTI
323
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Aula 08 – Armazenagem
Olá! Tudo bem?
Armazenar materiais significa estocar estes itens e deixar eles disponíveis para uso
futuro (SANTOS; CRUZ; PACHECO, 2013). Aqui podem ocorrer duas situações. A primei-
ra é a do centro de distribuição de uma determinada empresa em que seus produtos
ficam armazenados até serem demandados pelos clientes, separados e expedidos.
Numa aula anterior mencionamos sobre o exemplo da loja virtual de materiais es-
portivos, o que cabe perfeitamente neste cenário descrito. Mas há também os casos
das fábricas cujas instalações possuem em suas instalações um estoque, do qual são
demandados os mais diversos materiais, desde caneta e pincel até materiais produ-
tivos para uso nas linhas de produção. Em ambas as situações a armazenagem é um
processo fundamental a ser trabalhado. Na Figura 6 um exemplo de processo de ar-
mazenagem.
Figura 6: Processo de armazenagem
Entenda que não faz sentido inserir um material com estas características no local
mais alto das prateleiras do estoque. Este é o tipo de espaço que deve ser ocupado por
itens que apesar de serem importantes, não são demandados com muita frequência
324
EJA-INTEGRADA - EPT
- Centro: esta parte da tela diz respeito ao centro de custo do setor demandante
do material adquirido;
325
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
- Exercício: diz respeito ao ano contábil em que a transação comercial foi feita.
Agora vamos ver o saldo de estoque dos capacetes. Na Figura 8 é possível ver que
há três locais diferentes onde o item “Capacete para motocicletas ZUM” está alocado.
Vamos ver cada um deles?
- BestRun Brazil: pelo nome, imagina-se que este local é uma loja matriz onde
são vendidos acessórios para motocicleta. O saldo de capacetes neste lugar é de
20 unidades;
- Centro São Paulo: pelo nome, pode-se presumir que se trata de uma loja filial,
aonde segundo o SAP também há 20 unidades deste capacete, e;
- Depósito 001: este depósito foi mencionado na Figura 7 e é onde foi registrada
a dos 10 capacetes que chegaram até o estoque. Pela quantidade de 20 capacet-
es, podemos constatar que já haviam anteriormente 10 unidades que somadas
com as outras 10 do pedido que foi registrado e exemplificado na Figura 7 re-
sultam em 20 unidades.
Figura 8: Consulta de estoques SAP
326
EJA-INTEGRADA - EPT
É oportuno lembrar que em logística tudo, simplesmente tudo deve ser registra-
do. Embora os sistemas de informação auxiliem bastante no processo de armazen-
agem, é preciso que cada registro seja feito com precisão para evitar que quanti-
dades erradas sejam lançadas no sistema.
Se você gostou deste conteúdo e quer saber mais sobre ele, dê uma olhadinha nes-
tes vídeos que separamos a seguir:
Armazenagem e movimentação de materiais.
https://www.youtube.com/watch?v=dVZkXVqeT8s
Logística – Movimentação e Armazenagem – Aula 01
https://www.youtube.com/watch?v=ViKTPVJiNTI
Logística – Movimentação e Armazenagem – Aula 02
https://www.youtube.com/watch?v=4UmZ26I-9Os
Aqui nesta aula vimos os principais aspectos sobre armazenagem de materiais. Nosso
próximo passo é entender como se dá o processo de separação de materiais, mas isto
é assunto para a próxima aula.
327
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Nesta aula vamos conhecer mais sobre separação de materiais. No processo logís-
tico interno, todas as atividades são importantes e devem ser feitas com qualidade
e responsabilidade. Entretanto, o trabalho de separação de materiais é um dos que
mais impacta na satisfação final do cliente, pois é neste momento que o pedido é se-
parado e enviado para o processo de expedição (SANTOS; CRUZ; PACHECO, 2013). Na
Figura 9 temos um exemplo de separação de materiais no estoque.
Figura 9: Separação de materiais
O sucesso da separação de materiais depende que todas as etapas que lhe ante-
cedem (recebimento, movimentação e armazenagem) sejam feitas com qualidade
(SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). Para que este problema do “sumiço” das bu-
zinas no estoque acontecesse, alguém em um dado momento falhou em algum mo-
mento do processo.
328
EJA-INTEGRADA - EPT
Veja esta camisa de uma famosa marca de roupas esportivas. O site da loja desta
marca afirma que este produto está esgotado. Isso significa que não há nenhuma
peça deste modelo no centro de distribuição desta marca. Esta informação precisa
estar disponível para o cliente pela seguinte razão: não se pode pagar por um produ-
to que não existe fisicamente. A separação de materiais, assim como toda atividade
logística, exige atenção e cuidado na sua realização. O fator informação é importante
para que as necessidades do cliente sejam atendidas com qualidade.
Recomendamos a você o seguinte vídeo caso queira saber mais sobre este tema.
Separação de mercadorias.
https://www.youtube.com/watch?v=s4sjdqrqeQU
Na nossa próxima aula vamos finalizar o processo logístico interno com o processo
de expedição.
329
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Aula 10 – Expedição
Olá!
Nesta aula iremos finalizar o processo logístico interno entendendo como funciona
o processo de expedição. Nesta atividade é caracterizada por: a) conferência do pe-
dido; b) pesagem da carga, e; c) preparação da documentação que irá acompanhar
a carga enviada (SANTOS; CRUZ; PACHECO, 2013). Assim como deve acontecer nas
demais etapas que integram o processo logístico interno, a realização da expedição
deve ser feita com precisão, qualidade e atenção. Na Figura 11, um exemplo de um ca-
minhão esperando na doca do centro de distribuição os materiais a serem expedidos
Figura 11: Caminhão aguardando embarque de materiais para expedição
Consoante Patrus (2017), os documentos que devem acompanhar uma carga expe-
dida são:
330
EJA-INTEGRADA - EPT
Se você gostou deste tema, não deixe de assistir aos dois vídeos que lhe sugerimos
a seguir:
Expedição de Mercadorias (As 3 funções principais).
https://patrus.com.br/blog/gestao-fiscal-os-principais-documentos-utilizados-
-para-o-transporte-de-cargas/
Evite erros na conferência de expedição de mercadorias.
https://www.youtube.com/watch?v=713GAaYgsFQ
Considerações da Unidade:
Nesta unidade vimos como se dá o funcionamento de cada uma das cinco prin-
cipais funções do processo logístico interno. Note que cada atividade que integra o
processo deve ser feita com qualidade para não comprometer todo o processo. Espe-
ramos que tenha gostado dos conteúdos e lhe convidamos a participar da atividade
proposta a seguir.
331
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
R= FALSO
R= FALSO
03. No processo de estocagem dos materiais, aqueles itens que são deman-
dados com mais frequência devem ser alocados em local de fácil acesso para
facilitar o fluxo deste material.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
R= VERDADEIRO
R = FALSO
05. No processo de expedição, além da atenção com a carga, é preciso que haja
atenção para a documentação que deve acompanhar o material do pedido a
ser expedido.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
R = VERDADEIRO.
332
EJA-INTEGRADA - EPT
GABARITO:
1. FALSO
2. FALSO
3. VERDADEIRO
4. FALSO
5. VERDADEIRO
REFERÊNCIAS:
Todas as fontes citadas nesse componente, de acordo com as normas da ABNT.
333
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
No caso dos órgãos públicos, há toda uma legislação que rege o processo de com-
pras públicas, mais precisamente a Lei n° 14.133 (BRASIL, 2021) e até que a empre-
sa vencedora do processo de licitação seja declarada, há toda uma série de trâmites
a serem realizados. Por exemplo: imagine que uma secretaria de esportes comprou
junto a uma distribuidora um total de 100 kimonos para treinos de artes marciais. A
empresa que venceu a concorrência prometeu entregar o pedido em até 7 dias úteis.
Porém, duas semanas já se passaram e até o presente momento, nada do material
chegar. O cliente tem razão em reclamar o direito de receber o direito que lhe é devi-
do? Resposta: sim.
No caso das compras públicas, um dos maiores gargalos diz respeito a fiscalização
de obras contratadas. Vamos a mais um exemplo: uma empresa de construção civil é
contratada junto a uma universidade para fazer serviços de reformas no campus prin-
cipal, onde ficam os prédios onde funcionam cursos como Administração, Contabili-
dade, Logística, dentre outros. O prazo dado pela construtora para a reforma era de 90
dias. Porém, sempre que a construtora faturava os serviços, vinha um valor a mais que
o acordado, o qual segundo o engenheiro responsável pela obra era referente a horas
extras. Como a fiscalização da universidade é falha, ela aceita pagar o valor a mais para
evitar problemas futuros com a justiça.
Quando falamos dos processos de logística voltados para os clientes, estamos nos
referindo basicamente ao cumprimento do acordo feito junto aos fornecedores. Isto
vale para todo e qualquer item, desde a compra de canetas até itens importados que
levam mais de 60 dias para chegar na doca da fábrica e cujo valor financeiro é elevado.
Nos processos logísticos externos sob a perspectiva do cliente, o comando das opera-
ções, bem como a responsabilidade de fiscalizar todo o andamento dos processos é
do cliente.
Logística é uma ciência que lida constantemente com dois fatores importantes:
tempo e dinheiro. No caso dos clientes, um terceiro elemento deve estar presente e
ser considerado: a informação. A responsabilidade dos clientes é deixar o fornecedor
ciente de todas as informações possíveis sobre o seu pedido. Nisto, devem estar clara-
mente definidos:
334
EJA-INTEGRADA - EPT
A palavra criticidade vem de crítico: quando um item está neste estado, significa
dizer que ele precisa chegar na doca da empresa sem falta, posto que um eventual
atraso pode causar prejuízos para a organização demandante do material. Para que a
lógica entre fornecedores e clientes seja entendida com mais clareza, observe a Figura
12.
Figura 12: A relação entre clientes e fornecedores
A lógica da Figura 12 nos ajuda a entender o papel de cada parte que integra o pro-
cesso logístico. Enquanto o cliente deve comunicar todas as informações possíveis, o
fornecedor deve dizer se tem condições de atender ou não o pedido e, em caso posi-
tivo, atender a demanda que lhe é apresentada.
Nesta aula buscou-se apresentar uma visão mais geral sobre os processos externos
voltados para os clientes. A partir da próxima aula vamos conhecer cada parte que
integra o processo logístico externo voltado para clientes.
335
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Pode-se dizer que o grande desafio da logística de distribuição é oferecer aos clien-
tes um nível de serviço satisfatório com um custo que seja o menor possível (BOWER-
SOX; CLOOS; COOPER, 2006). Isto influencia diretamente na lucratividade da empresa
que presta serviços logísticos para seus clientes. Aqui a lógica é: quanto mais eficiente
for a logística de distribuição, melhor será o suprimento das demandas da clientela e,
por conseguinte, o desempenho organizacional (TOSO, 2014). Na Figura 13, é exibida
uma imagem que faz referência ao processo de logística de distribuição.
Figura 13: Logística de Distribuição
A questão da segurança tem a ver, conforme o próprio nome sugere, com a garan-
tia de que o produto expedido irá chegar até o cliente sem extravios. Nem sempre
isto é possível, principalmente quando as cargas são expedidas e transportadas em
caminhões. Já a questão do custo envolve uma série de fatores que podem influenciar
no valor dos serviços logísticos, mas nossa intenção nesta aula é apresentar de forma
introdutória a lógica da logística de distribuição. Na Figura 14, mais uma imagem que
336
EJA-INTEGRADA - EPT
- Gestão de Transportes: nesta fase a principal decisão a ser tomada diz respeito a
forma como a carga vai ser transportada, bem como a melhor rota a ser seguida
para assegurar que a entrega do material seja feita com qualidade;
Nesta aula a intenção foi propor a você, aluno(a) do nosso curso, uma visão geral
sobre a logística de distribuição e as partes que integram este processo.
Caso tenha se interessado e queira saber mais sobre a temática abordada nessa
aula, recomendamos que assista os vídeos abaixo:
Supply Chain – O que é Logística de Distribuição.
https://www.youtube.com/watch?v=UqFJS7hQQNA
Logística da distribuição.
337
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
https://www.youtube.com/watch?v=7vDnyGWY4xA
Nas nossas próximas aulas iremos ver cada uma das 3 etapas que fazem parte da
logística de distribuição.
338
EJA-INTEGRADA - EPT
Na aula passada nosso objetivo foi lhe propiciar um contato inicial com a temática
da logística de distribuição. A partir de agora vamos acompanhar as etapas que in-
tegram este processo. A primeira delas é referente a gestão de transporte. Pode-se
considerar que gestão de transporte é a administração da movimentação física, seja
ela de pessoas ou de bens entre locais diferentes (GOMERO; ARAÚJO; JUNGER, 2016).
Aparentemente, a ideia de levar um determinado produto de um lugar para outro
parece simples, mas não é. Há uma série de decisões a serem tomadas e cuidados a
serem observados para que este processo aconteça em segurança.
A primeira decisão que deve ser tomada quando se aborda a temática da gestão
de transportes é referente ao seguinte aspecto: De que forma a carga será transpor-
tada? Neste sentido, há diversas possibilidades a serem consideradas, tais como, por
via aérea, estradas (modal rodoviário), aquaviários, ferroviários ou dutoviários (DES-
CARTES LOGÍSTICA, 2022). Na Figura 15, dois exemplos de formas de se transportar
mercadorias – avião e caminhão, além da empilhadeira que auxilia na movimentação
de matérias conforme visto em aulas passadas.
Figura 15: Exemplos de modais de transporte de mercadorias
Falar sobre gestão de transportes implica buscar a melhor solução possível para o
cliente. Assim, a decisão sobre de que forma a carga será transportada irá depender
das informações do cliente. Seja o produto a ser entregue uma caixa de dimensões
pequenas ou um caminhão contendo 5 lotes de material agrupados em pallets e em-
balados com filme plástico, a ideia a ser entendida aqui é que cada caso deve ser ana-
339
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
lisado individualmente.
Situação 1: imagine que uma grande rede de lojas que vende eletrodomésticos fez
o pedido de uma fábrica de aparelhos de ar condicionado. A compra é de 500 apare-
lhos e todos são do modelo split, 7.500 BTUs. A entrega é considerada crítica porque
a intenção da loja é fazer uma promoção em cima destes aparelhos de ar. Note aqui
a expressão que exige a sua atenção: entrega crítica, pois o estoque de aparelhos de
ar condicionado no centro de distribuição da loja de eletrodomésticos está baixo. O
acordo entre o cliente e o fornecedor prevê a entrega destes aparelhos de ar no dia 05
de agosto de 2022. No calendário anual de entregas que existe entre a fábrica e a loja
de eletrodomésticos este pedido não existia, mas foi acordado entre as partes devido
a boa aceitação dos aparelhos de ar junto aos clientes. Isso significa dizer que até esta
data a entrega dos 500 aparelhos de ar condicionado deve ser realizada. Pela parte da
fábrica, além de produzir e entregar ao setor de expedição 500 aparelhos de ar condi-
cionado, deve-se providenciar a pesagem da carga, bem como a sua documentação.
O veículo a ser utilizado irá depender de quantos lotes o baú do caminhão comporta.
Além disso, os aparelhos devem estar bem embalados para evitar alguma avaria no
trajeto do transporte.
Situação 2: Esta mesma empresa fez um pedido de 300 notebooks da marca “XYZ”
a uma fábrica que produz itens de informática. A empresa que demandou este pedi-
do informou para esta fábrica que o pedido não é crítico e pode ser entregue até 19
de agosto de 2022. É um pedido que já estava previsto calendário de entregas exis-
tente entre a fábrica “XYZ Informática” e a loja de eletrodomésticos. Embora não seja
um pedido considerado crítico, as mesmas decisões que fazem parte da gestão de
transporte devem ser observadas, bem como os cuidados com a documentação e a
embalagem segura dos produtos.
Aqui podemos chegar a uma conclusão: o grau de esforço a ser empregado numa
gestão de transporte irá depender da criticidade da demanda a ser atendida. Em re-
gra, demandas mais críticas tendem a exigir mais atenção e energia dos profissionais
envolvidos no processo de transporte de mercadorias. Com relação ao translado dos
produtos, há a possibilidade de a fábrica lidar com transporte próprio ou, como acon-
tece na maioria das empresas, a utilização de transporte terceirizado (DESCARTES LO-
GÍSTICA, 2022).
Outra decisão a ser tomada com relação a gestão de transporte é a rota a ser cum-
prida para a entrega dos produtos demandados (DESCARTES LOGÍSTICA, 2022). Aqui
mais uma vez vale a máxima “cada caso é um caso”. Perceba o seguinte: se o volume
a ser entregue é uma caixa pequena, semelhante as embalagens de aparelho celular
340
EJA-INTEGRADA - EPT
e o local de entrega é no perímetro urbano da cidade, não faz sentido usar um cami-
nhão para esta entrega, posto que o trabalho de um motoboy já resolveria atenderia a
nossa demanda. Da mesma forma, pallets de grandes volumes cujo material é frágil
não podem ser transportados de qualquer forma. Note que na gestão de transporte
cada decisão é tomada conforme a criticidade e o contexto em que cada entrega deve
ser realizada. Entregas mais críticas devem primar pelo cumprimento do prazo com
qualidade.
Assim terminamos mais uma aula do nosso curso. Sugerimos os vídeos abaixo caso
queira ampliar seus conhecimentos sobre gestão de transporte.
Aula On Line – Gestão de Transportes Part 1.
https://www.youtube.com/watch?v=X-SkDZTCJN0
Logística de Transportes I O que você precisa saber!
https://www.youtube.com/watch?v=VlI_E1HKLvA
341
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
342
EJA-INTEGRADA - EPT
Caso queira saber mais sobre este assunto, recomendamos que assista os vídeos
abaixo.
Problemas na expedição? Saiba como monitorar a conferência e qual é a por-
centagem de erro aceitável.
https://www.youtube.com/watch?v=JuZ16tvkfrc
Logística: Cuidados com a expedição e de cargas de mercadorias.
https://www.youtube.com/watch?v=iuoHS4imbxc
Na nossa próxima aula vamos conhecer a última etapa do processo logístico exter-
no na perspectiva dos clientes: o controle de frete.
343
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Vamos nesta aula concluir a parte referente aos processos logísticos na perspectiva
do cliente com o controle de frete. Assim como as demais atividades descritas nas
Aulas 13 e 14, o controle de frete é uma atividade essencial para que o produto chegue
até o cliente com assertividade, qualidade e segurança.
Para explicar a lógica do controle de frete, vamos a um exemplo. Imagine que você
está acessando um site de produtos esportivos e deseja comprar a camisa oficial do
time de futebol para o qual você torce. O produto no preço normal é vendido por
R$ 199,00 reais, mas a loja de produtos esportivos resolveu fazer uma promoção de
alguns itens, incluindo esta camisa que você já vinha “paquerando” há tempos. No
valor promocional, a camisa sai por R$ 149,00. Você preenche os dados de compra e
seu endereço e verifica que para este produto o valor do frete é grátis. Legal, né? Isso
acontece porque a maioria das lojas só cobra o valor do frete se a mercadoria for de
baixo valor ou se o produto for de uma loja terceirizada.
Ainda tomando como exemplo a compra desta blusa esportiva, podemos verificar
mais aspectos relevantes que são conexos com a questão do frete. Em regra, estas lo-
jas costumam oferecer mais de uma opção de frete ao cliente. Uma delas é a padrão,
a qual leva mais tempo e custa mais barato. Já a opção mais cara de frete possui este
valor mais elevado porque ao ser adquirida, o produto chega em menos tempo. Cabe
ao cliente avaliar qual das opções melhor atende as suas necessidades.
344
EJA-INTEGRADA - EPT
O controle de frete é necessário para assegurar que o produto chegue até o cliente
sem maiores problemas. Isso engloba desde a escolha do tipo de modal (aéreo, rodo-
viário, etc) por meio do qual o item será transportado, bem como o volume de merca-
dorias a ser enviado ao cliente e o preço a ser pago por estas operações. Neste sentido,
é essencial destacar um elemento sem o qual não se pode conceber um controle de
frete eficiente: a confiança (D’ÁVILA, 2016). Esta confiança entre o demandante do
frete e a transportadora deve existir para que haja o pagamento do preço justo pelos
serviços contratados e, em contrapartida, os produtos sejam entregues com qualida-
de no endereço dos clientes (DESCARTES LOGÍSTICA, 2022).
345
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
04. O que irá determinar o grau de esforço a ser empregado na gestão de trans-
porte é a complexidade e criticidade da entrega a ser realizada.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
346
EJA-INTEGRADA - EPT
GABARITO:
1. VERDADEIRO
2. FALSO
3. VERDADEIRO
4. VERDADEIRO
5. FALSO
347
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
A partir desta aula vamos conhecer mais sobre a logística externa, tendo como en-
foque a perspectiva dos fornecedores. A responsabilidade das empresas que pres-
tam fornecimento, seja de produtos ou serviços, é muito grande. Um dos elementos
responsáveis por consolidar a relação entre fornecedor e cliente é a capacidade de
entregar o que foi pedido na quantidade correta e no prazo estabelecido. A ausência
de cumprimento deste acordo acaba arranhando a imagem do fornecedor junto aos
seus clientes. Isto não é uma situação boa, posto que além da repercussão negativa,
há também a questão dos direitos do consumidor, os quais podem ser exigidos numa
relação entre quem compra e quem vende (SILVA; BATISTA, 2016).
Para facilitar aqui o entendimento sobre como funciona este processo, vejamos
aqui um exemplo. Imagine uma empresa que atua no ramo de eletroeletrônicos e
que fabrica aparelhos celulares. A ela vamos chamar de fábrica “Celulares da Amazô-
nia Ltda”, situada na Zona Franca de Manaus. Um dos itens que integram este produto
final é a bateria. Acontece que a bateria não é montada nas dependências da empre-
sa Celulares da Amazônia: este item é comprado junto a um fornecedor que produz e
entrega as baterias conforme as demandas dos clientes. A esta empresa fornecedora
vamos chamar de Baterias BRL Ltda. Toda semana, pelo menos entre 3 a 4 vezes por
semana, o fornecedor Baterias BRL Ltda realiza entregas de bateria a pedido da fábri-
ca Celulares da Amazônia Ltda. A este percurso que vai da doca da Baterias BRL Ltda
para as dependências da fábrica Celulares da Amazônia Ltda, chamamos de logística
de abastecimento.
348
EJA-INTEGRADA - EPT
Nesta aula o objetivo foi prover uma visão geral referente ao processo de logística
externo focado nos fornecedores, mais precisamente sobre a dinâmica da logística de
abastecimento. Na nossa próxima aula vamos conhecer melhor sobre o processo de
aquisição de materiais.
349
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Entendido isto, vamos agora entender como acontece o processo de compras entre
pessoas jurídicas, mais precisamente entre o fornecedor e a empresa que demanda
os produtos. Conforme Mecalux (2021a), quando focalizada na aquisição de mercado-
rias, a logística externa deve estar atenta a qualidade da operação, o preço dos itens,
o prazo de entrega, as condições de pagamento, dentre outros detalhes. Vamos pri-
meiro observar o conteúdo da Figura 19, a qual mostra o fluxo de compra de materiais
para então descrever como acontece cada etapa deste processo.
350
EJA-INTEGRADA - EPT
Para que o setor de compras desenvolva seu trabalho, é preciso que exista uma
demanda. Em regra, estas demandas são registradas por meio das requisições de
compra, as quais são emitidas pelos diversos setores da empresa. Em nosso exemplo,
vamos imaginar que o setor de Planejamento emitiu uma requisição de compras re-
ferente a 50.000 parafusos. Se você vem acompanhando nossas aulas, deve ter visto o
quão importante é a questão da informação nos processos logísticos. Aqui as informa-
ções sobre o que comprar devem partir do requisitante. Além da quantidade, ele deve
especificar todas as informações possíveis para que os parafusos do nosso exemplo
sejam comprados corretamente.
Estas requisições são analisadas pelos profissionais que atuam no setor de Com-
pras. Dentre os cargos existentes neste setor, pode-se mencionar o Auxiliar de Com-
pras, o Comprador Júnior, Comprador Pleno, Comprador Sênior, Analista de Compras
e o Gerente de Compras. As decisões mais estratégicas ficam a cargo do gerente. Aos
demais profissionais compete, dentre outras funções, analisar as requisições e traba-
lhar junto aos fornecedores o atendimento das necessidades da fábrica.
A partir daqui inicia uma etapa muito importante do processo de aquisição de ma-
teriais: o monitoramento de entrega do pedido. No nosso exemplo do pedido dos
assentos, vamos considerar que o fornecedor possui estes itens a pronta entrega. Mas
nem sempre isto acontece: há casos em que o item precisa ser primeiramente fabri-
cado para em seguida ser entregue. Há também situações em que o fornecedor pos-
sui uma parte do pedido já disponível para entrega: havendo acordo entre as partes,
primeiro efetua-se uma entrega parcial para que em seguida o saldo restante seja
entregue. A meta principal no nosso exemplo é garantir que o pedido seja entregue
com segurança e qualidade e assim suprir a necessidade da linha de produção.
351
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Neste sentido, o pior dos cenários seria uma eventual parada de produção. Den-
tre os motivos que podem fazer com que isto aconteça, pode-se mencionar falha de
comunicação entre cliente e fornecedor; indisponibilidade de matéria-prima no mer-
cado; quebra de uma máquina ou equipamento nas dependências do fornecedor,
dentre outros. Por esta razão, o monitoramento de pedidos deve ser feito de forma
constante para evitar uma possível parada de linha de produção.
No nosso exemplo, tudo deu certo. Mas nem sempre isso acontece na prática. Pro-
blemas com entrega, atraso na chegada de matéria-prima, greve dos funcionários
da Receita Federal, tudo isso pode, em maior ou menor grau, impactar o processo de
aquisição de materiais. A depender do contexto em que se dá a compra, o item adqui-
rido pode ser considerado crítico, o que eleva ainda mais a importância do acompa-
nhamento de entrega do pedido de compras.
Caso tenha gostado e queira saber mais sobre este conteúdo, recomendamos que
veja os vídeos abaixo:
Logística e Gestão de Materiais – Gestão de Compras
https://www.youtube.com/watch?v=DvhUodT5v68
Departamento/setor de compras (o que é e como funciona o compras)
https://www.youtube.com/watch?v=9e2peq4nYOQ
Na nossa próxima aula iremos abordar sobre um tema muito importante: os tipos
de abastecimento.
352
EJA-INTEGRADA - EPT
JUST IN TIME:
O primeiro tipo a ser destacado aqui recebe o nome de uma expressão em inglês:
Just in Time, ou simplesmente, JIT. Traduzido para o português, Just in Time significa
algo como Apenas no Tempo ou A tempo. É justamente esta a ideia do JIT: produzir
apenas o que for necessário, sem excessos para que não sobre, nem falte para que não
haja escassez de material (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). Esta é uma forma
de reduzir custos e tornar o processo de abastecimento mais dinâmico e eficiente.
Na teoria, o JIT representa uma forma das organizações adquirirem somente o ma-
terial necessário para o suprimento dos seus processos produtivos. Todavia, confor-
me Mecalux (2021a), a prática do JIT possui seus lados positivos e negativos. O lado
positivo diz respeito a ausência da necessidade de se manter em estoque por muito
tempo os materiais que são fornecidos no sistema JIT, mas por outro lado, há o risco
constante de eventual falta de material, bem como a dependência em excesso dos
fornecedores.
Mais uma vez aqui nesta apostila é necessário destacar um item fundamental para
o bom andamento dos processos logísticos: o fluxo da informação. Os fornecedores
devem comunicar de imediato para seus clientes qualquer imprevisto que possa im-
pactar o ritmo de entrega dos materiais. Assim, havendo esta comunicação fluída, o
cliente não fica contando com uma entrega que na prática pode não se realizar. Além
disso, a programação de entregas deve ser revisada de forma constante para evitar
que o fornecedor faça entregas e por algum motivo interno da fábrica os materiais
não sejam consumidos. Outro ponto a ser observado é a previsão de entrega para os
meses seguintes, o que na literatura é chamado de forecast. Isto é necessário para
353
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
que numa eventual elevação das metas de produção o fornecedor possa se preparar
adequadamente para atender a esta demanda específica.
Aqui novamente deve-se chamar a atenção para o fator informação. Tanto neste
sistema como também no JIT, o cliente deve disponibilizar as informações de entrega,
incluindo os prazos a serem respeitados pelos fornecedores. Estes, por sua vez, devem
comunicar e tornar conhecida qualquer situação que porventura possa impactar ne-
gativamente o cronograma de entregas.
ESTOQUE DE SEGURANÇA:
Para que o estoque de segurança possa ser bem-sucedido, é preciso que haja a
atenção para uma das atividades básicas no processo de gestão: o controle (SILVA,
2019). Isto é necessário para evitar que os materiais que até então formariam um es-
toque de segurança se acumulem e acabem resultando em desperdícios (SLACK;
CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). Novamente deve-se fazer menção ao fator informa-
354
EJA-INTEGRADA - EPT
ção. Para tanto, vamos a um exemplo que ajuda a entender o porquê disto.
Imagine que uma fábrica de aparelhos celulares opte por adotar um estoque de
segurança de baterias. O estoque de segurança funciona sem maiores problemas.
Mas acontece que para os próximos meses está programada uma atualização nos
modelos de aparelho celular fabricados pela empresa. Com isso, é preciso avaliar se
as baterias que estão no estoque de segurança serão utilizadas para evitar um possí-
vel caso em que este material se torne obsoleto. A questão do controle na prática do
estoque de segurança é fundamental para evitar não somente isso, mas também um
possível não uso dos materiais, o que pode comprometer na sua qualidade em oca-
siões de uso futuro.
Chegamos ao final de mais uma aula. Aqui o intuito foi ensinar sobre os tipos de
abastecimento na logística externa sob a perspectiva dos fornecedores. Caso tenha
se interessado e deseje saber mais sobre este tema, sugerimos os vídeos abaixo para
aprofundar o seu conhecimento.
Just In Time: o que é “just in time? Como funciona o “just in time”?
https://www.youtube.com/watch?v=Lg6uS8oGec0
Entenda o que é Just In Time?
https://www.youtube.com/watch?v=W7qTIf7fGp0
Sistema de produção tradicional e sincronizado, qual a diferença?
https://www.youtube.com/watch?v=G0HM5Ke-uW8
Vídeo aula 11- Estoque de segurança.
https://www.youtube.com/watch?v=cQLFnhEq2Xc
Em nossa próxima aula iremos abordar sobre os fatores que são determinantes
para o processo de logística de abastecimento.
355
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
- Tipo de estoque: outra decisão a ser tomada diz respeito ao tipo de gestão de
estoques a organização irá adotar para tornar o atendimento ao cliente mais efi-
ciente e eficaz. Aqui recomendamos que seja feita a leitura da apostila “Tópicos
em Logística”, na qual a temática da gestão de estoques é explicada de forma
mais aprofundada;
356
EJA-INTEGRADA - EPT
Todas estas variáveis apresentadas nesta aula devem ser consideradas, posto que
357
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Vejamos aqui um exemplo para ilustrar esta situação: imagine que uma linha de
produção de uma fábrica que produz baterias de celular funciona em horário comer-
cial, de segunda a sexta feira, das 07 horas da manhã até as 17 horas da tarde. Com os
pedidos de final de ano, houve a necessidade de fazer com que esta linha também
operasse num segundo turno. Assim, a nova configuração da linha ficou assim defi-
nida: um primeiro turno das 07 horas da manhã até as 15 horas da tarde e o segundo
turno das 15 horas da tarde até as 23 horas da noite, de segunda a sábado.
358
EJA-INTEGRADA - EPT
359
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
360
EJA-INTEGRADA - EPT
que tenha o seu respectivo número, facilitando assim a localização dos materiais. A
Figura 22 demonstra um exemplo disto na prática.
Figura 22: Slotting
Perceba no exemplo da Figura 22 que cada item possui o seu endereço devida-
mente numerado. Com isso, o abastecimento de mercadorias do estoque para a pro-
dução se torna mais produtivo, gerando mais eficiência e eficácia neste processo de
abastecimento e atendimento das demandas da fábrica.
Caso queira saber mais sobre estas temáticas, sugerimos que assista os vídeos
abaixo:
Slotting (Atividade da Armazenagem)
https://www.youtube.com/watch?v=iziZW2x-hqg
WMS – Sistema de Gerenciamento de Armazém
https://www.youtube.com/watch?v=iXy2FBkdtLk
Assim, encerramos a série de aulas que integram esta apostila. Esperamos que os
conteúdos aqui demonstrados tenham agregado valor aos seus conhecimentos so-
bre os processos logísticos. Não deixe de responder as atividades sugeridas sobre as
temáticas das últimas aulas. Um grande abraço e sucesso.
361
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
04. Com relação a adoção do tipo de abastecimento Just in Time, é correto dizer
que ele permite que os materiais sejam entregues na quantidade que o forne-
cedor quiser.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
362
EJA-INTEGRADA - EPT
GABARITO:
1. VERDADEIRO
2. FALSO
3. FALSO
4. FALSO
5. VERDADEIRO
REFERÊNCIAS:
ABREU, J.C.A.; ARMOND-DE-MELO, D.R.; LEOPOLDINO, C.B. Entre fluxos e contra-flu-
xos: um estudo de caso sobre logística e sua aplicação na responsabilidade socioam-
biental. RECADM¸ v.10, n.1, p. 84 – 97, 2011.
BARBOSA, J.E.C.; LIMA, E.L.; CHAGAS, E.L. Estudo sobre a evolução dos processos logís-
ticos no Brasil. E-Locução, v.2, n.1, p. 115 – 123, 2012.
363
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
EAD EVOLUÇÃO. Processo logístico. EaD Evolução, 2022. Disponível em: http://gru-
poevolucao.com.br/livro/Logistica_Empresarial/processo_logstico.html. Acesso em: 20
jul. 2022.
EVO EDUCAÇÃO. O que é SAP MM? Evo Educação, 2022. Disponível em: https://evoe-
ducacao.com.br/artigos/o-que-e-sap-mm/. Acesso em: 18 jul. 2022.
GOMERO, A.G.F.; ARAÚJO, M.B.; JUNGER, A.P. Desenvolvimento do módulo web para
dispositivos móveis do Sistema de Gestão de Táxis da empres Claro do Perú. Revista
de Casos e Consultoria, v.7, n.1, p. 1 – 23, 2016.
HEIZER, I.H.; SOUZA, A.F.; OLIVEIRA, M.H.S. Processo de compras nas organizações:
um estudo sobre suas características. REASU¸ v.6, p. 1 – 19, 2022.
364
EJA-INTEGRADA - EPT
NETSHOES. Camisa Paysandu Sport Club. Netshoes, 2022. Disponível em: https://www.
netshoes.com.br/camisa-paysandu-i-2223-sn-torcedor-lobo-masculina-azul+bran-
co-J76-0227-117?campaign=gglepqpla&gclid=Cj0KCQjwof6WBhD4ARIsAOi65agXaoI-
58TBEfYDEX5-Vzgb8qbP3fI3f8QNUZHZaM4hb8kcrxYZrQrAaAtf_EALw_wcB&gclsr-
c=aw.ds. Acesso em: 19 jul. 2022.
365
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
REIS, T. Estoque: um tema essencial para a gestão de uma empresa. Suno Artigos,
Gestão de Empresas, 24 de fevereiro de 2018. Disponível em: https://www.suno.com.br/
artigos/estoque/. Acesso em: 17 jul. 2022.
SANTOS, A.; CRUZ, R.; PACHECO, D.A.J. Análise das implicações do layout de um cen-
tro de distribuição logístico. In: VIII SIMPÓSIO ACADÊMICO DE ENGENHARIA DE PRO-
DUÇÃO. Anais...Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 21 a 23 de novembro de 2013.
SILVA, M.G.; BATISTA, D.F.D. Responsabilidade civil do fornecedor nas relações jurídi-
cas de consumo. REGRAD, v.9, n.1, p. 269 – 285, 2016.
SILVA, R.O. et al. O ciclo PDCA como proposta para uma gestão escolar eficiente. RE-
GAE, v.8, n.17, p. 1 – 13, 2019.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 3 ed. São Pau-
lo: Atlas, 2009.
TRINDADE, U.B.; BRITO, L.P.; SILVA. A.M. Uso do sistema WMS na Logística Interna e
no Gerenciamento de Estoques em uma fábrica do ramo metalúrgico. REFAS, v.8, n.5,
p. 1 – 14, 2022.
VICENTE, A.A.; SUCEGAN, P.H. Análise dos aspectos da logística de distribuição. Revis-
ta de Gestão e Estratégia¸ v.1, n.4, p. 5 – 16, 2022.
366