Juliana Buzaglo - TIII | P7
INTEGRAÇÃO, SERVIÇO, ENSINO E COMUNIDADE
ISEC VII - DR. ARRUDA
EPIDEMIOLOGIA DA SAÚDE E CICLO VITAL - O PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO
INTRODUÇÃO
• Epidemiologia, definição:
(1) É a ciência que estuda a distribuição e os determinantes
dos problemas de saúde (fenômenos e processos
associados) em populações humanas.
(2) Ramo da medicina que estuda os diferentes fatores que
intervêm na difusão e propagação de doenças, sua
frequência, seu modo de distribuição, sua evolução e a
colocação dos meios necessários a sua prevenção.
(3) “A ciência que estuda o processo saúde-doença em
coletividades humanas, analisando a distribuição e os
fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde
e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas
específicas de prevenção, controle ou erradicação de
doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte
ao planejamento, administração e avaliação das ações de
saúde” (ROUQUAYROL e GOLDBAUM, 2003).
• Objetivos da epidemiologia:
(1) Relatar a disseminação e a importância do agente
causador das doenças em relação com as dificuldades da
saúde entre as populações humanas.
(2) Gerar informações que sirvam de base para a prevenção,
moderação e tratamento das doenças, estabelecendo
prioridades.
(3) Identificar a causa e origem da doença.
• Pilares da epidemiologia: a epidemiologia congrega métodos e
técnicas de três áreas principais de conhecimento:
 Estatística
 Ciências da Saúde
 Ciências Sociais.
ÁREA DE ATUAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA
• Sua área de atuação compreende:
1. Ensino
2. Pesquisa em saúde
3. Avaliação de procedimentos e serviços de saúde
4. Vigilância epidemiológica
5. Diagnóstico
6. Acompanhamento da situação de saúde das populações
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
• O perfil epidemiológico da população idosa tem como
característica três cargas de doenças:
 Forte predominância das condições crônicas;
 Dominância de elevada mortalidade;
 Morbidade por condições agudas resultante de causas
externas.
Juliana Buzaglo | Turma III | Medicina P7 - FACENE
Obs.: Quedas, por exemplo. Idoso que tem fratura de
fêmur, que não tinha nenhuma condição de saude
que lhe trouxesse problemas.
• Grande parte dos idosos são portadores de disfunções ou
doenças orgânicas.
• Contudo, devemos destacar que tal quadro não significa
necessariamente a limitação de atividades, restrição de
participação social ou desempenho de papel social.
Obs.: A saúde do idoso está estritamente relacionada
com a sua funcionalidade global, definida como a
capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si
mesmo.
Obs.: O idoso é considerado saudável quando é capaz
de funcionar sozinho, de forma independente e
autônoma, mesmo que tenha doenças.
DIREITOS DO IDOSO
• Conforme o Estatuto do Idoso (Lei nº10.741/2003), iniciativa
que garante os direitos da pessoa idosa e fruto de mobilização
da sociedade, o indivíduo na terceira idade deve ter garantido
os seguintes direitos:
(1) à vida;
(2) à liberdade;
(3) ao respeito;
(4) alimentação;
(5) saúde;
(6) dignidade
(7) ao convívio familiar e em comunidade;
(8) à atenção integral à saúde garantida pelo Sistema Único
de Saúde (SUS);
(9) ao acesso universal e igualitário para prevenção,
promoção, proteção e recuperação à saúde;
(10) à acompanhante em casos de internação;
(11) à exigência de medidas de proteção quando seus
direitos estiverem ameaçados ou violados, entre
outros.
DÉFICITS NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
• Degeneração dos processos homeostáticos, como digestão e
absorção e mudanças em componentes como força muscular,
audição e equilíbrio.
• Capacidade muscular esquelética declina progressivamente
durante o processo de envelhecimento.
• Perda de massa muscular, gerando atrofia e déficits funcionais
no idoso que o impedem de realizar suas atividades da vida
cotidiana.
• A fraqueza muscular associada à diminuição da capacidade
cognitiva e motora também decorrentes da idade resultam
ainda em riscos aumentados para quedas, pancadas e

situações que podem levá-los à incapacidade, diminuição da
autonomia, necessidade de institucionalização e até morte.
• Entre as quedas que ocorrem devido ao processo de
envelhecimento, 5% delas resultam em fraturas e 10%
resultam em ferimentos importantes que precisam de
cuidados médicos, hospitalização e internação pelo dobro de
tempo, se comparados aos idosos admitidos por outros
motivos.
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE
• Considerando as incapacidades funcionais como causas do
enfraquecimento muscular, motor diminuição cognitiva, os
exercícios responsáveis por promover o aumento na força são
essenciais para melhoria e manutenção do bem-estar e
qualidade de vida da população idosa.
• Práticas físicas que aumentam a massa óssea ajudam a
melhorar a flexibilidade, reverter quadros de hipertensão e
impedem a atrofia muscular. Tais exercícios são considerados
os mais completos meios de prevenção e promoção para
evitar doenças, já que populações fisicamente ativas
apresentam menor incidência de doenças crônicas como
obesidade, hipertensão, diabetes tipo II, osteoporose,
ansiedade, depressão, entre outras.
• Além disso, uma rotina de bons hábitos como dormir bem,
seguir alimentação equilibrada, realizar atividades que
desenvolvam a cognição e proporcionem a socialização
ajudam a garantir o bem-estar do idoso.
ACOMPANHAMENTO MÉDICO NA TERCEIRA
IDADE
• Com as alterações causadas pelo processo de envelhecimento,
é fundamental que o indivíduo tenha acompanhamento
médico, evitando o agravo das modificações fisiológicas,
bioquímicas e psicológicas na terceira idade.
• Profissionais como cardiologista, dermatologista e
endocrinologista devem estar sempre com às consultas de
rotina em dia. Assim, auxiliando a promover o bem-estar e
cuidados com esses pacientes. Contudo, o especialista que
deve sempre estar presente na vida de todos que já entraram
na terceira idade é o geriatra.
• Esse profissional médico tem como papel prevenir doenças
decorrentes da idade e orientar familiares a conviverem com
entes idosos. Ou seja, o geriatra tem como atribuição
proporcionar o melhor conforto e qualidade de vida do idoso.
Além disso, promover o combate aos preconceitos ligados ao
processo de envelhecimento.
Obs.: A atenção integral e integrada à saúde da pessoa
idosa deverá ser estruturada nos moldes de uma linha
de cuidados, com foco no usuário, baseado nos seus
direitos, necessidades, preferências e habilidades;
estabelecimento de fluxos bidirecionais funcionantes,
aumentando e facilitando o acesso a todos os níveis
de atenção; providos de condições essenciais -
infraestrutura física adequada, insumos e pessoal
qualificado para a boa qualidade técnica.
Juliana Buzaglo | Turma III | Medicina P7 - FACENE
Juliana Buzaglo - TIII | P7
Obs.: A prática de cuidados às pessoas idosas exige
uma abordagem global, interdisciplinar e
multidimensional.
ATUAÇÃO DO GERIATRA
• Relativamente recente, a geriatria é uma especialidade em alta
no mercado e surgiu devido às necessidades de atendimento
exclusivo e diferenciado para a população mais velha.
Avaliando o paciente, o profissional identifica mudanças físicas,
funcionais e psicológicas, comuns no processo de
envelhecimento e outras alterações provenientes de doenças
ou distúrbios que podem ocorrer nessa fase.
• Diferente de outros especialistas, o geriatra não se restringe a
avaliar somente um sistema ou órgão, dedicando-se à saúde
do indivíduo por completo. Esse fato não impede que o
profissional atue lado a lado com outros especialistas, como
reumatologistas, psiquiatras e outros.
FASES DO ENVELHECIMENTO
INDEPENDÊNCIA
• Esta fase geralmente ocorre entre 50 e 60 anos. Nesta etapa, é
possível lidar com as necessidades diárias de forma
independente.
• Mobilidade, finanças pessoais, cuidados de saúde e tarefas
domésticas não representam um grande desafio. A atividade
mental e física pode apresentar um pequeno declínio, mas não
o suficiente para ter impacto na vida destas pessoas.
• Em alguns casos, as pessoas mantêm este nível de
independência quando têm 70 ou até mesmo 80 anos.
• Para as mulheres, esta fase engloba frequentemente as
mudanças hormonais significativas da menopausa. Os homens
envelhecidos também têm por esta altura, os níveis de
testosterona um pouco diminuídos.
• Nesta fase as pessoas são autossuficientes e capazes de lidar
com os seus próprios assuntos. A sua qualidade de vida, nesta
altura, é frequentemente bastante elevada.
• Esta fase começa algures entre os 70 e os 80 anos.
• Um idoso interdependente pode precisar de um prestador de
cuidados, ou apoio ao domicilio, para tratar de certas
atividades mensais, semanais ou diárias. Atividades como,
pagar contas, cortar a relva ou conduzir, entre outras.
• Por esta altura, os idosos ainda podem fazer quase tudo
sozinhos, mas mais devagar.
Obs.: Os idosos nesta situação podem beneficiar de
algumas horas de ajuda todas as semanas para
manter o seu estilo de vida. Este período pode ser um
pouco complicado, porque os idosos tendem a ser
resistentes à noção de necessidade de ajuda.
Obs.: Independência refere-se à capacidade de
realizar algo com os próprios meio. Significa execução
e depende diretamente de mobilidade e
comunicação.
 Juliana Buzaglo - TIII | P7
INTERDEPENDÊNCIA GESTÃO DE CRISES
• As redes de apoio tornam-se muito importantes nesta fase. • Esta é a fase final do envelhecimento, que engloba também a
Com um sistema de apoio suficientemente amplo, os idosos fase final de vida.
podem obter toda a ajuda de que necessitam sem • Quando a grande maioria das pessoas chega a estas duas
necessitarem de contratar ajuda. últimas fases da vida, precisam de ser monitorizadas 24 horas
• Nesta fase muitas pessoas idosas podem temer o declínio por dia.
mental. • Devido a isto, muitas vezes a estadia em lares ou mesmo
• É importante nesta etapa, estimular os idosos a serem cuidados hospitalares tendem a ter precedência sobre os
proativos. Podem utilizar as suas ligações sociais para se cuidados domiciliários, a não ser que se possa usufruir de
manterem envolvidos em jogos, artesanato, música, leitura e hospitalização domiciliar.
de um modo geral, aprenderem o mais possível. • À semelhança da fase de dependência, muitos idosos chegam
• Outros fatores importantes são manter em dia os check-ups a estas duas últimas etapas por volta dos finais dos 70 anos.
físicos, fazer testes neurológicos, ir a consultas médicas, ter • No entanto, como o envelhecimento tem uma natureza não
uma alimentação rica em fruta e vegetais e fazer linear, algumas pessoas podem chegar a esta fase mais cedo.
exercícios moderados. Enquanto outros idosos podem chegar muito mais tarde na
vida.
DEPENDÊNCIA • Por esta altura a exigência de cuidados pessoais ultrapassou os
cuidados informais prestados pela família e amigos e os
• A partir dos anos 80 anos entra-se na fase de envelhecimento
cuidados profissionais podem ser necessários e também
de dependência. Nesta fase, os idosos têm dificuldade em lidar
demasiado dispendiosos.
sozinhos com bastantes tarefas quotidianas.
• Esta fase é normalmente menos dependente da idade e mais
dependente da forma como o estado de saúde progride. FIM DA VIDA
• Muitas vezes, um problema de saúde grave precipita uma • A fase de fim de vida ocorre quando pode não existir outra
mudança marcada no estilo de vida. Nesta altura é quando a escolha senão a ida para uma instituição ou lar.
maioria das pessoas começa a precisar de uma assistência mais • É o momento em que o idoso precisa de ajuda pessoal
significativa e a sua qualidade de vida pode piorar. extensiva, embora também possa ser dada no seu domicílio,
• Os idosos dependentes requerem frequentemente uma ajuda se assim o desejar e existirem as condições necessárias.
moderada de um ou vários prestadores de cuidados de saúde, • Os cuidados de fim de vida requerem o apoio de assistentes
que pode ser um médico, enfermeiro, fisioterapeuta, entre de apoio ao domicilio, pessoal do lar de idosos, prestadores de
outros. cuidados paliativos e médicos de cuidados paliativos.
• As tarefas podem incluir a gestão de medicamentos,
monitorização física regular e preparação de refeições.
• Algumas pessoas idosas recebem este apoio numa instituição
e outras através de um serviço de apoio ao domicilio
• E em certos casos, como com a demência em fase avançada ou
Alzheimer, uma instituição pode ser a melhor solução para
assegurar que a pessoa idosa receba os cuidados de que
necessita.
• No entanto, muitos idosos nesta situação acabam por se sentir
desorientados e até deprimidos.
• Poderá ser necessário fazer alterações em casa para acomodar
o idoso nesta fase. Alguns exemplos são:
 Colocar barras de apoio na casa de banho
 Cadeiras de duche
 Duches ambulatórios
• O apoio ao domicílio nesta fase pode ajudar com:
 Sistemas de alerta médico de emergência e monitorização
sanitária
 Gestão de Medicamentos
 Nutrição e planeamento de refeições
 Administração Doméstica
 Lavandaria
 Transportes

Juliana Buzaglo | Turma III | Medicina P7 - FACENE