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CDU 616-053.9
Implicações clínicas do
PARTE I
processo de envelhecimento
à idade (Goldsmith, 2006). Embora, in vitro, esteja claro que o “relógio biológico”
pode ser reajustado (revisado em Rando e Chang, 2012), visto que a transferência de
núcleos de células somáticas nucleadas maduras para oócitos enucleados pode gerar
PARTE I
PARTE I
mento normal ou ao resultado de mudanças patológicas. Essa diferenciação também é
difícil para os pesquisadores. Atualmente, não há definição precisa sobre o que cons-
titui o envelhecimento normal. Grande parte das informações vem de estudos trans-
versais que comparam características de um grupo formado por pessoas mais jovens
com aquelas que constituem um grupo mais velho. Tais dados podem refletir dife-
renças além de simples efeitos da idade, como aquelas associadas com o estilo de vida
(atividade física, ingestão de álcool, tabagismo e dieta) ou o manejo medicamentoso
profilático. Por exemplo, os idosos do século XXI podem apresentar menor evidência
de osteoporose em função da ingestão profilática continuada de dietas ricas em cálcio
e vitamina D, atividade física regular e intervenções precoces com bisfosfonatos e
potenciais tratamentos futuros para a osteoporose. As estatinas podem afetar de forma
drástica o curso da doença cardiovascular.
Muitas das mudanças associadas com o envelhecimento resultam da perda gradual
de mecanismos homeostáticos, fenômeno que Jack Rowe denominou “homeoste-
nose”. Essas perdas podem iniciar geralmente no início da vida adulta, mas – graças à
redundância de muitos sistemas orgânicos – a redução não é funcionalmente signifi-
cativa até que a perda seja extensa.
O conceito de envelhecimento, ou pelo menos do que constitui a idade avançada,
mudou à medida que aumentou a expectativa de vida, apesar de não ter havido
mudança biológica. Com base em comparações transversais de grupos em diferentes
idades, a maioria dos sistemas orgânicos parece perder função a uma taxa de 1% ao
ano, iniciando-se em torno dos 30 anos. Outros dados sugerem que as alterações em
pessoas acompanhadas longitudinalmente são muito menos dramáticas, e certamente
se iniciam após os 70 anos de idade. Em alguns sistemas orgânicos, como os rins,
um subgrupo de pessoas parece experimentar declínio gradual da função ao longo do
tempo, enquanto a função de outros permanece constante. Esses dados sugerem que a
teoria anterior de perda gradual deve ser reavaliada como reflexo de doença, em vez de
envelhecimento. Considerando-se o padrão de deterioração gradual – em decorrência
de envelhecimento ou de doença –, é recomendado pensar em termos de limiares.
A perda de função não é significativa até que essa ultrapasse determinado nível.
Assim, o desempenho funcional de um órgão em uma pessoa idosa depende de dois
fatores principais:
1. A velocidade da deterioração.
2. O nível de desempenho necessário.
Não chega a surpreender que a maioria das pessoas idosas apresente valores labora-
toriais normais. A diferença fundamental – na verdade, a marca registrada do envelhe-
cimento – não está no nível de desempenho em repouso, mas em como o órgão (ou
6 O paciente idoso e a avaliação geriátrica
organismo) se adapta ao estresse externo. Por exemplo, um idoso pode ter glicemia
de jejum normal, mas não ser capaz de lidar com uma carga de glicose dentro dos
parâmetros normais de pessoas jovens.
PARTE I
PARTE I
Cardiovascular • Atrofia de fibras musculares • Pressão arterial aumentada
endocárdicas • Aumento da ênfase da contração
• Aterosclerose vascular atrial com B4 audível
• Aumento de pressão sistólica • Aumento de arritmias
• Diminuição da complacência do • Risco aumentado de hipotensão postural
ventrículo esquerdo • Manobra de Valsalva pode causar
• Diminuição do número de queda na pressão arterial
células marca-passo • Diminuição da tolerância a esforços
• Diminuição da sensibilidade dos
barorreceptores
(continua)
8 O paciente idoso e a avaliação geriátrica
(continua)
Implicações clínicas do processo de envelhecimento 9
PARTE I
• Deterioração e ressecamento da • Dor e rigidez articular
cartilagem articular • Risco aumentado de fraturas
• Redução da massa óssea e da • Alterações na marcha e na postura
atividade osteoblástica
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