Você está na página 1de 20

MED3 – AES9 – Problema 1

ENVELHECIMENTO

O envelhecimento (processo), a velhice (fase da vida) e torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio
o velho ou idoso (resultado final) constituem um conjunto ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de
cujos componentes estão intimamente relacionados. morte. Ainda para a OMS, o limite de idade entre o
indivíduo adulto e o idoso é 65 anos em nações
O envelhecimento é conceituado como um processo desenvolvidas e 60 anos nos países emergentes. Logo, o
dinâmico e progressivo, no qual há modificações envelhecimento populacional é uma consequência do
morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que desenvolvimento.
determinam perda da capacidade de adaptação do
indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior O aumento proporcional de indivíduos idosos, adicionado
vulnerabilidade e maior incidência de processos ao declínio das taxas de fecundidade e ao
patológicos que terminam por levá-lo à morte. Essa desenvolvimento tecnológico e terapêutico no
definição pode ser complementada com um outro tratamento de doenças, especialmente as crônicas
conceito, este predominantemente funcional, segundo o (DANT), influencia a tendência de alteração da estrutura
qual o envelhecimento se caracteriza por redução da etária da população, especialmente no Brasil, com o
capacidade de adaptação homeostática perante consequente aumento do contingente de indivíduos com
situações de sobrecarga funcional do organismo. mais de 60 anos, resultado do envelhecimento
populacional que ocorreu em um curto período, trazendo
Às manifestações somáticas da velhice, que é a última importante impacto para o sistema de saúde.
fase do ciclo da vida, e que são caracterizadas pela
redução da capacidade funcional, calvície, canície, O envelhecimento é algo que ocorre paulatinamente,
redução da capacidade de trabalho e da resistência, uma vez que o indivíduo começa a envelhecer ao nascer.
entre outras, associam-se perdas dos papéis sociais, Entretanto, considerando os aspectos biofuncionais,
solidão, perdas psicológicas e motoras, e afetivas. Na começa na segunda década de vida, embora de forma
maioria das pessoas, tais manifestações somáticas e imperceptível. No final da terceira década surgem as
psicossociais começam a se tornar mais evidentes a primeiras alterações funcionais e estruturais e, a partir
partir do fim da terceira década de vida ou pouco mais, da quarta, há uma perda de aproximadamente 1% da
ou seja, muito antes da idade cronológica que demarca função/ano, nos diferentes sistemas orgânicos.
socialmente o início da velhice. É preciso esclarecer que
essas manifestações são facilmente observáveis quando O envelhecer normal está ligado à capacidade de
o processo que as determina encontra-se em toda sua adaptação do indivíduo aos rigores e às agressões do
plenitude. Deve ser assinalado que não há uma consciên- meio ambiente. Assim, cada sujeito envelhece a seu modo,
cia clara de que, por meio de características físicas, dependendo de variáveis como o sexo, origem, lugar em
psicológicas, sociais e culturais e espirituais, possa ser que vive, tamanho da família, aptidões para a vida e as
anunciado o início da velhice. experiências vivenciadas. A exposição ao estresse ou ao
tabagismo, a falta de exercícios ou a nutrição
Envelhecer é um processo natural que implica mudanças inadequada são outros fatores que contribuem para
graduais e inevitáveis relacionadas à idade e sucede a determinar a qualidade do envelhecimento.
despeito de o indivíduo gozar de boa saúde e ter um
estilo de vida ativo e saudável. No ser humano, esse O envelhecimento e a doença não podem ser tratados
fenômeno progressivo, além de desencadear o desgaste como fatores intimamente dependentes ou interligados,
orgânico, provoca alterações nos aspectos culturais, porém existe maior vulnerabilidade a adoecer, ou seja,
sociais e emocionais, que contribuem para que se instale uma predisposição à doença.
em diferentes idades cronológicas.
A saúde e a qualidade de vida dos idosos, mais que em
É um processo universal e inexorável, de evolução outros grupos etários, sofrem influência de múltiplos
contínua, caracterizado pela perda progressiva da fatores: físicos, psicológicos, sociais e culturais, de tal
reserva funcional de cada órgão responsável pela nossa forma que avaliar e promover a saúde do idoso significa
homeostasia. A esse estreitamento da reserva funcional considerar variáveis de distintos campos do saber, numa
chamamos homeostenose. atuação interdisciplinar e multidimensional.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o


envelhecer como um processo sequencial, individual,
cumulativo, irreversível, universal, não patológico de
deterioração de um organismo maduro, próprio a todos
os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o

MED3 – AES9 – Problema 1


SENESCÊNCIA em desenvolvimento, em uma tentativa de compensar a
menor expectativa de vida nestes países. No entanto,
Nomes que damos ao processo natural do
para uniformizar comparações, tanto a OMS como as
envelhecimento e ao conjunto de alterações inexoráveis
agências da ONU têm crescentemente considerado
e previsíveis determinadas por este processo. A
idosos homens e mulheres a partir dos 60 anos de idade.
senescência implica em perda de reserva funcional, sem
acarretar insuficiência, mesmo em idades muito
avançadas.

O envelhecimento fisiológico, ou senescência, reduz a


vitalidade do indivíduo, definida como capacidade de
defesa contra as agressões dos meios interno e externo,
gerando maior vulnerabilidade dessa população. Essa
redução fisiológica da vitalidade atribuída ao
envelhecimento normal, por si só, é insuficiente para
gerar incapacidades ou dependência funcional

SENILIDADE
Termo usado para designar as alterações ou processos
alheios ao envelhecimento fisiológico e determinados por
doenças e maus hábitos de vida, como o sedentarismo ou
o tabagismo. Esses agravos, associados à diminuição de
reserva funcional esperada em idosos, poderão levar a
situações de insuficiência de órgãos ou funções, bem
como a incapacidade para as atividades da vida diária,
dependência e perda da autonomia.

LONGEVIDADE
Envelhecimento e longevidade são dois conceitos
correlacionados, mas que tem acepções diferentes.
Segundo o dicionário Houaiss, longevidade (substantivo
feminino) significa: característica ou qualidade de
longevo; duração da vida mais longa que o comum;
envelhecimento (substantivo masculino) significa: ato ou
efeito de envelhecer; ato ou efeito de tornar-se velho,
mais velho, ou de aparentar velhice ou antiguidade.

A longevidade média da população mundial e brasileira


cresceu muito durante o século XX. É cada vez maior o
número de pessoas vivendo acima dos 100 anos de idade.
Com novas tecnologias e avanços médicos a tendência é
de aumento progressivo na longevidade humana. Quanto
mais longeva, mais envelhecida é a pessoa. Neste sentido
os dois conceitos possuem acepções semelhantes.

O processo de envelhecimento é um contínuo que ocorre


durante toda a vida de uma pessoa, e as pessoas tendem
a mudar cada vez mais em termos de saúde na medida
em que envelhecem, dadas as diferenças de hábitos e
história de vida e patrimônio genético de cada ser
humano. Para efeito epidemiológico, a OMS tem
considerado idosos os indivíduos a partir dos 65 anos em
países desenvolvidos e a partir dos 60 anos nos países

MED3 – AES9 – Problema 1


TEORIAS DO ENVELHECIMENTO
TEORIAS BIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO
As teorias formuladas para explicar o processo do envelhecimento são agrupadas em inúmeras formas e categorias. De
modo geral, todas tentam cobrir os aspectos genéticos, bioquímicos e fisiológicos de um organismo. As teorias genéticas
apresentam especulações e evidências sobre a identidade de genes responsáveis pelo envelhecimento, acumulações de
erros na estruturação genética, senescência programada e telômeros. As teorias bioquímicas estão focadas no
metabolismo energético, na geração de radicais livres e na taxa de sobrevida associada à saúde mitocondrial. As teorias
fisiológicas apresentam explicações para a senescência associadas ao sistema endócrino e o papel dos hormônios na
regulação da taxa de envelhecimento celular.

De modo bastante amplo, quando são analisados os mecanismos moleculares de dano e limitações celulares, existem três
grandes processos pelos quais tais moléculas sofrem comprometimento, causando senescência ou doenças. O primeiro é
secundário a reações químicas intracelulares, seja como consequência do surgimento de espécies tóxicas de oxigênio, os
radicais livres, seja por agentes exógenos como poluentes ou radiação. Uma segunda causa está associada a subprodutos
de componentes da glicose e seus metabólitos; por fim, a presença de erros espontâneos nos processos bioquímicos, como
a duplicação de DNA, modificações nos processos de transcrição, pós-transcrição, translação e pós-translação no âmago
celular. Muitas das teorias que serão descritas encontram-se envolvidas em um desses três processos, e algumas delas,
em todos eles.

Frequentemente as teorias do envelhecimento são apresentadas em dois grupos: teorias programadas e teorias
estocásticas. As teorias programadas são baseadas no conceito de “relógio biológico”, ou seja, fenômenos delimitados
marcando etapas específicas da vida, como crescimento, maturidade, senescência e morte. As teorias estocásticas estão
condicionadas a alterações moleculares e celulares, progressivas e aleatórias que promovem danos nas estruturas
biológicas para manutenção da vida.

Teorias programadas
 “Relógio biológico”
 Fenômenos delimitados marcando etapas específicas da vida
Teorias estocásticas
 Alterações moleculares e celulares, progressivas e aleatórias que promovem danos nas estruturas biológicas

MED3 – AES9 – Problema 1


TEORIA GENÉTICA TEORIA DO ACÚMULO DE DANOS
A Teoria Genética defende a idéia de que o Segundo a Teoria do Acúmulo de Danos ou também
envelhecimento é resultado de alterações bioquímicas denominada Erro Catástrofe, a principal causa do
programadas pelo próprio genoma, o qual poderia envelhecimento seria o acúmulo de moléculas
regular a expectativa de vida por meio de diferentes defeituosas provenientes de falhas no reparo e na
genes, dessa forma, cada ser vivo apresentaria uma síntese de moléculas intracelulares com o avanço da
duração de vida estipulada pelo seu padrão genético, idade, o que repercutiria na perda progressiva da função
algo que tenta ser comprovado pela realização de várias do organismo. As falhas de reparo e síntese seriam
pesquisas acerca da longevidade, somadas às oriundas de erros na transcrição do RNA e sua tradução
constatações na prática clínica dos envelhecimentos em proteínas, gerando uma elevação na concentração
precoces (progeria infantil ou síndrome de Hutchinson- de proteínas modificadas e não funcionais.
Gilford e progeria do adulto ou síndrome de Werner)
doenças que estariam relacionados à deficiências de Segundo Orgel, o motivo pelas quais essas proteínas
enzimas controlados por genes autossômicos recessivos. inativas surgem é devido a erros na síntese enzimática
principalmente de polimerases, responsáveis pela síntese
Outro mecanismo genético considerado seria o de RNA a partir da transcrição do DNA. Dessa forma, a
encurtamento do telômero, estrutura localizada no final transcrição de uma enzima modificada pode ocasionar
dos cromossomos de células eucarióticas, como fator elevação de uma ou mais bases púricas ou pirimídicas do
determinante no desencadeamento do envelhecimento, código genético, provocando a formação de sequências
uma vez que é responsável pela proteção dos errôneas de aminoácidos, que por sua vez leva a síntese
cromossomos e replicação do DNA cromossomal. O de proteínas não funcionais.
encurtamento dos telômeros também traria como
consequência perdas de informações genéticas e Os erros sendo acumulativos e transmissíveis atingiriam
instabilidades genômicas no decorrer da vida. Contudo, uma elevada ocorrência, provocando o efeito chamado
a avaliação experimental desta teoria é lenta pelo fato de erro catástrofe, onde a célula sofreria uma
da existência de grande número de variáveis e à ineficiência letal, ocasionando sua morte e por
limitação dos métodos experimentais. consequência, a redução da capacidade funcional, fato
que caracterizaria o envelhecimento.
TEORIA IMUNOLÓGICA
O sistema imune é constituído por dois mecanismos: o TEORIA DAS MUTAÇÕES
celular, representado pelos Linfócitos T (células timo A Teoria das Mutações pressupõe que as sucessivas
dependentes), responsáveis pela manutenção da alterações que ocorrem nas células somáticas (46
estabilidade homeostática e vigilância imunológica do cromossomos), ao transcorrer dos anos, produziriam
indivíduo; e o humoral representado pelas células mutantes incapazes de cumprir suas funções
imunoglobulinas originárias dos Linfócitos B, e que biológicas, o que provocaria um declínio progressivo dos
permanecem aderidos à sua membrana. órgãos e tecidos, com instalação do envelhecimento.

A função imunológica decai com o avanço dos anos, As mutações podem ter origem das transformações do
motivo pelo qual a hipótese básica da teoria imunológica mecanismo de reparo da molécula de DNA, sendo possível
seja a de que a redução da eficácia do sistema imune, que sejam repassadas para as células filhas. Segundo
mantido pela interação entre linfócitos e macrófagos no Schimke e colaboradores, as mutações são ocasionadas
organismo, ao longo dos anos tornaria as pessoas mais pela existência de inúmeras áreas de replicação do DNA
susceptíveis contra as agressões, provocando assim, o no cromossomo, o que desencadeia um número alto de
envelhecimento. Tal teoria postula que a diminuição da replicação de determinados segmentos do DNA e por
resposta imune estaria relacionada ao envelhecimento consequência inúmeros rearranjos e mutações. Esse
do timo, órgão central no desenvolvimento e acúmulo de células heterogêneas durante os anos seria
diferenciação de Linfócitos T. a explicação de doenças de fundo clonal como câncer e
arteriosclerose.
Um conhecimento mais abrangente acerca dos Linfócitos
T auxiliaria na compreensão do envelhecimento, além da
necessidade de haver mais pesquisas para a confirmação
dessa teoria, uma vez que as alterações imunitárias
podem ser consequências e não causas do
envelhecimento.

MED3 – AES9 – Problema 1


ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO IDOSO

COMPOSIÇÃO CORPORAL colágenas, levando a uma perda da resiliência e à


formação de rugas. Também há diminuição da
Ao longo da vida observamos várias modificações nos
vascularização, justificando a palidez e a diminuição da
processos biológicos. O envelhecimento é caracterizado
temperatura da pele, aumentando a frequência de
por alterações previsíveis, progressivas, associadas ao
dermatites.
aumento da suscetibilidade para muitas doenças. Esse
processo não é uniforme entre as pessoas. Além disso, no
Com o passar dos anos, a pele enruga, torna-se flácida e
mesmo indivíduo um órgão pode sofrer mais
perde turgor. A pele no dorso das mãos e nos antebraços
comprometimento do que o outro. Concorrem para a
torna-se adelgaçada, frágil, flácida e transparente.
variação da longevidade fatores genéticos, estilo de vida
Surgem máculas ou placas arroxeadas, denominadas
escolhido e exposições ambientais. Nos mais longevos já
púrpura actínica, que desaparecem com o tempo. Essas
podemos demonstrar que a influência genética é
máculas e placas são decorrentes do sangue extrava-
dominante.
sado de capilares com suporte insatisfatório e se
espalham na derme.
Apesar do rápido progresso das pesquisas nas últimas
décadas, continuamos com o desafio de distinguirmos
A flacidez das pálpebras superiores leva a uma limitação
entre as alterações relacionadas com as doenças, as
do campo visual lateral, podendo a pessoa não ver
alterações relacionadas com a idade e as interferências
objetos ao seu lado, não ver um veículo se aproximar ao
do estilo de vida.
atravessar a rua, aumentando o risco de sofrer
acidentes. Apesar da diminuição da secreção lacrimal, a
Há controvérsias em relação ao início do envelhecimento,
flacidez nas pálpebras inferiores desloca o orifício de
porém, por volta dos 25 anos já podemos observar
entrada do canal lacrimal, provocando um
modificações na composição corporal. Toda a
lacrimejamento incomodativo, obrigando a pessoa a
celularidade diminui, reduzindo a função dos órgãos,
limpar os olhos, nem sempre com as mãos limpas, provo-
continuamente. Ocorre diminuição da água intracelular,
cando infecções oculares. A atrofia da fáscia palpebral
tornando o organismo da pessoa idosa desidratado,
pode levar à herniação da gordura orbitária para dentro
fisiologicamente. Daí devemos ficar alertas ao
do tecido palpebral, produzindo “bolsas” embaixo dos
prescrevermos fármacos hidrossolúveis, como a digoxina,
olhos. Há tratamento cirúrgico simples para essas
pois elas estarão em maior concentração, podendo
modificações. Ocorre também atrofia da aponeurose do
ocorrer efeitos indesejáveis. A musculatura vai
músculo elevador da pálpebra, podendo cobrir a pupila,
diminuindo, especialmente as fibras tipo II, de contração
como visto na ptose senil.
rápida, como as encontradas nas mãos. Com isso a força
muscular vai diminuindo, estando na 8ª década de vida
A diminuição do número das glândulas sudoríparas
40% menor quando comparada à 2ª década. Em
somada à diminuição dos vasos sanguíneos da derme e
contrapartida, há aumento proporcional da gordura,
da espessura do tecido celular subcutâneo dificultam a
especialmente em torno da cintura pélvica, provocando
termorregulação. As glândulas sebáceas mantêm seu
modificações da silhueta. Aqui também teremos que dar
número constante, mas seu tamanho aumenta enquanto
atenção às regras farmacológicas, pois as substâncias
a liberação de gordura e a produção de cera diminuem.
lipossolúveis, como as de ação central, terão seu tempo
de ação aumentado.
O embranquecimento dos cabelos ocorre pela perda
progressiva de melanócitos nos bulbos capilares. As
PELE E ANEXOS alterações do crescimento e da aparência dos cabelos
A pele se torna seca, por diminuição das glândulas são devidas a um processo complexo representando um
sebáceas, e espessada, com as papilas dérmicas menos estado de saúde. O número dos corpúsculos de Pacini e
profundas, levando a menor junção entre a epiderme e a Meissner, responsáveis pela sensação de pressão e tato
derme, facilitando a formação de bolhas e predispondo leve, diminuem predispondo a lesões e diminuindo a
a lesões. O número de melanócitos diminui de 8 a 20%, destreza para certos movimentos com as mãos. O
por década, após os 30 anos. Esse fato, associado ao crescimento longitudinal das unhas diminui. Elas se
alentecimento da reposição das células da epiderme, ao tornam mais quebradiças e frágeis.
maior tempo de exposição aos raios UV e à redução das
células de Langerhans (células mediadoras da resposta A perda de cabelo é geneticamente determinada. A linha
imunológica na pele), contribui para o aumento da de implantação do cabelo nos homens pode começar a
incidência do câncer de pele. Na derme do indivíduo recuar nas têmporas e, depois, no vértice, até mesmo aos
idoso, observa-se menor número de fibras elásticas e 20 anos de idade. Nas mulheres, a perda de cabelo segue

MED3 – AES9 – Problema 1


um padrão semelhante, porém menos acentuado. Em paratormônio se elevam. Perdas sutis de altura começam
homens e mulheres, o número de fios de cabelo diminui logo após a maturidade; encurtamento significativo é
em um padrão generalizado, e o diâmetro de cada fio de evidente na velhice. A maior perda de altura ocorre no
cabelo diminui. Também ocorre perda normal de pelos em tronco e reflete o adelgaçamento dos discos
todo o corpo – tronco, região púbica, axilas e membros. intervertebrais e encurtamento ou mesmo colapso dos
Mulheres com mais de 55 anos podem apresentar pelos corpos vertebrais em decorrência de osteoporose, que
faciais grosseiros no queixo e no lábio superior. resulta em cifose e aumento do diâmetro anteroposterior
do tórax. A flexão adicional dos joelhos e quadris também
contribui para a redução da altura. Essas alterações
fazem com que os membros de uma pessoa idosa tendam
a parecer longos em comparação com o tronco.

SISTEMA OSTEOMUSCULAR
A massa muscular diminui quase 50% entre os 20 e 90
anos, e a força muscular, que é máxima por volta dos 30
anos, sofre perda de 15% por década a partir dos 50
anos. Essa perda é mais acelerada, chegando a 30%, por
década, aos 70 anos e, praticamente a metade aos 80
anos. Essa redução ocorre tanto em número quanto no
volume das fibras. Entretanto, a força muscular do
diafragma sofre pouca alteração, enquanto a força da SISTEMA CARDIOVASCULAR
musculatura da panturrilha diminui significativamente
No coração idoso ocorre perda progressiva dos miócitos,
ao longo dos anos.
devido a um declínio progressivo da habilidade de
duplicação das células-tronco cardíacas. Entretanto,
O trabalho muscular é necessário para a manutenção de
observa-se aumento de seu volume celular. A diminuição
quase todas as funções do corpo como postura,
da capacidade contrátil causa aumento do coração que
locomoção, respiração e digestão. A atividade física,
esconde a atrofia das células contráteis. Em uma
independentemente da idade, aumenta a força e a
aparente contradição, as câmeras cardíacas dilatadas e
velocidade muscular, além de prevenir perda óssea,
o coração senil, embora atrófico em número celular,
quedas, hospitalizações e melhorar a função articular.
morfologicamente, é hipertrófico. Há redução
Portanto, os profissionais devem estar aptos a identificar
progressiva do número de células do nódulo sinusal.
os indivíduos com baixa massa muscular e força, pois
Comparada com uma pessoa de 20 anos, aos 75 anos
mesmo os mais frágeis podem melhorar seu desempenho
permanecem somente 10% delas. Observa-se também
com intervenções na atividade física.
perda de fibras na bifurcação do feixe de His. Daí a maior
chance de arritmias cardíacas.
Os homens e as mulheres perdem massa óssea trabecular
e cortical durante toda a vida adulta; os homens mais
lentamente, e as mulheres mais rapidamente depois da ESTRUTURAS ALTERADAS ESTRUTURAS MANTIDAS
menopausa, o que leva a um aumento do risco de fratura. COM O ENVELHECIMENTO COM O ENVELHECIMENTO
Reabsorção de cálcio do osso, em vez de dieta, aumenta Contração prolongada Contratilidade miocárdica
com o envelhecimento à medida que os níveis do Diminuição da resposta Fluxo sanguíneo
beta-adrenérgica coronariano

MED3 – AES9 – Problema 1


Aumento da rigidez Vasoconstrição alfa- SISTEMA RESPIRATÓRIO
miocárdica e vascular adrenérgica mediada Com o envelhecimento há grandes modificações tanto na
Controle do sistema Controle do sistema arquitetura quanto na função pulmonar, contribuindo
nervoso autônomo nervoso autônomo para o aumento da frequência de pneumonia, aumento
Aumento do fluxo da probabilidade de hipóxia e diminuição do consumo
simpático máximo de oxigênio pela pessoa idosa. Os primeiros sinais
Diminuição do fluxo vagal de piora da respiração pulmonar já podem ser vistos por
Diminuição do VO2 volta dos 25 anos. Os pulmões se tornam mais volumosos,
os ductos e bronquíolos se alargam e os alvéolos se
ESTRUTURA CARDÍACA tornam flácidos, com perda do tecido septal. A
Ocorre hipertrofia do ventrículo esquerdo, provocando consequência é o aumento de ar nos ductos alveolares e
aumento da pressão arterial dependente da idade. O diminuição do ar alveolar com piora da ventilação e
aumento médio é de 1 g/ano nos homens e 1,5 g/ano nas perfusão.
mulheres. O volume diastólico final diminui somente nas
mulheres e, portanto, não está correlacionado com a ALTERAÇÕES PULMONARES COM O ENVELHECIMENTO
idade. Também se observa aumento no número e na ↑ dos espaços aerados
espessura das fibras colágenas presentes no miocárdio.
↓ da superfície de troca gasosa
Nos muito velhos a massa ventricular esquerda pode
Perda do tecido de suporte das vias respiratórias
diminuir, provavelmente devido ao extremo
periféricas, diminuindo a elasticidade alveolar,
sedentarismo. O acúmulo da proteína amiloide é
antigamente denominado “enfisema senil”
encontrado em aproximadamente 50% dos pacientes
acima de 70 anos. Se faz parte do processo de envelheci- ↑ do tecido fibroso
mento, ainda é discutível. Modificações do surfactante pulmonar

ESTRUTURA ARTERIAL SINAIS PRECOCES DO ENVELHECIMENTO PULMONAR


O aumento da rigidez da parede arterial é um fenômeno ↓ da capacidade máxima respiratória
universal e contribui para muitas alterações do sistema ↓ progressiva da pressão parcial de O2
cardiovascular. A diferença se dá na camada média, Perda da elasticidade pulmonar
diferentemente do que ocorre na aterosclerose, em que Enfraquecimento da musculatura respiratória
o comprometimento está na camada íntima. Com o ↓ da elasticidade da parede torácica
aumento da rigidez das paredes, as artérias aumentam ↑ da rigidez da estrutura interna pulmonar
de diâmetro e de espessura. Após os 60 anos a ↓ do volume pulmonar expirado
elasticidade está bem diminuída, aumentando a Fadiga fácil
impedância do fluxo sanguíneo durante a sístole.
RESPIRAÇÃO
ALTERAÇÕES ARTERIAIS COM O ENVELHECIMENTO A inspiração e a expiração se dão da mesma forma no
↑ da espessura da parede arterial adulto. Além das alterações descritas, há falha no
↑ do número de fibras colágenas na parede arterial controle central (medula e ponte) e nos
↓ do conteúdo de glicoproteína quimiorreceptores carotídeos e aórticos com diminuição
↑ da mineralização da elastina da sensibilidade a PCO2, PO2 e ao pH, limitando a
↑ da rigidez arterial adaptação da pessoa idosa ao exercício físico.
↑ da tensão da parede arterial
↑ da resistência periférica A maioria dos músculos sofre um certo grau de
↑ da pressão sistólica do pulso sarcopenia, daí a capacidade de a função pulmonar
piorar em algumas pessoas pela diminuição da força e da
↑ da pressão arterial média
resistência da musculatura respiratória, tornando a
tosse menos vigorosa. A função mucociliar é lenta,
O aumento da velocidade da onda de pulso aórtico e a
prejudicando a limpeza de partículas inaladas e
diminuição da pressão diastólica são outras
facilitando a instalação de infecções.
consequências da rigidez aórtica. Como a perfusão
coronariana acontece durante a diástole pode-se
Todas as modificações do sistema respiratório são lentas,
provocar um dano ao paciente coronariopata ao pres-
mas progressivas. A partir dos 25 anos a VO2 máxima
crevermos anti-hipertensivos.
diminui em 5 ml/kg/min/década. O tórax se torna
enrijecido devido à calcificação das cartilagens costais
e os pulmões distendidos pela diminuição da capacidade
de as fibras elásticas retornarem após a distensão na
inspiração. Com isso o volume pulmonar e a capacidade

MED3 – AES9 – Problema 1


ventilatória diminuem. A capacidade vital pode chegar a leucoaraiose. Estudos de imagem mais especializadas
diminuir 75% entre a 7ª e a 2ª década, enquanto o como na tomografia por emissão de pósitron (PET) podem
volume residual aumenta em torno de 50%. A mostrar alterações no metabolismo cerebral, associadas
consequência é a inadequada oxigenação do sangue, ao envelhecimento, como a diminuição do metabolismo
enquanto a PCO2 não se altera. da glicose nos lobos temporais e em outras áreas.

SURFACTANTE Em algumas pessoas, o número de dendritos diminui,


O surfactante é um líquido secretado pelos pneumócitos perdendo assim as sinapses, alterando a
tipo II, localizado na superfície interna do alvéolo, com neurotransmissão, piorando a comunicação do sistema
a finalidade de manter sua tensão baixa. Sua produção nervoso. Entretanto, em decorrência da plasticidade
está diminuída nos idosos. Na deficiência do surfactante cerebral pode ocorrer aumento da densidade dos
os alvéolos poderão colabar na expiração, fazendo dendritos, assim como seu prolongamento, como uma
atelectasias. O surfactante também tem função reação de manutenção da função cerebral.
protetora, impedindo a entrada de partículas, e aumenta
a capacidade de os macrófagos pulmonares destruírem Enovelados neurofibrilares e placas senis são
bactérias. Ainda na deficiência de surfactante, há o encontrados no envelhecimento normal, porém em menor
aumento da permeabilidade alveolar, podendo levar ao extensão que na doença de Alzheimer.
edema pulmonar. Apesar de sua perda progressiva, a
maioria dos idosos é capaz de levar uma vida Além das modificações do sistema nervoso central, há
normalmente ativa. também mudanças dos nervos periféricos e da
musculatura. As células do corno anterior da medula
SISTEMA NERVOSO diminuem. Ocorre redução da mielina nos nervos
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS sensoriais. A consequência dessas mudanças inclui perda
A diferença do tamanho do cérebro entre indivíduos da sensação vibratória, do tato e da dor, assim como
adultos e idosos tem pequeno significado funcional. O disfunção autonômica afetando a reatividade pupilar, a
volume do cérebro diminui em torno de 7 cm³ por ano regulação da temperatura corporal e o controle vascular
após os 65 anos de idade, com maior perda nos lobos cardíaco e periférico.
frontal e temporal e perda maior da substância branca
do que da substância cinzenta. O fluxo cerebral diminui Parte da cognição pode sofrer certa deterioração nas
heterogeneamente de 5 a 20% com deterioração dos pessoas idosas saudáveis, como a velocidade do
mecanismos que mantêm o fluxo sanguíneo cerebral com processamento cognitivo, menor destreza para executar
a flutuação da pressão arterial. movimentos finos e problemas com a memória recente.

A perda do volume cerebral é de 2 a 3% por década ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS


depois dos 50 anos e o peso diminui 8% comparado ao A acetilcolina diminui devido à diminuição dos neurônios
peso máximo quando adulto. A perda neuronal é mais colinérgicos e muscarínicos, reduzindo sua síntese e
evidente nos neurônios maiores no cerebelo e no córtex liberação. Também a dopamina e seus receptores no
cerebral. Também pode haver perdas como no locus estriato e na substância nigra podem estar diminuídos e
ceruleus – neurônios catecolaminérgicos –, na a sua administração como L-DOPA, em cérebros normais,
substância nigra – neurônios dopaminérgicos – e no pode levar a melhora do desempenho de algumas tarefas
hipocampo – neurônios colinérgicos. No hipotálamo, na cognitivas.
ponte e na medula a perda é mínima. Com o en-
velhecimento também se observa diminuição das Na mesma célula pode coexistir o neurotransmissor e o
sinapses. Essas modificações estão mais ligadas à peptídio que modulará a ação do neurotransmissor. O
apoptose do que a processos inflamatórios ou equilíbrio dessas ações é fundamental para a
isquêmicos. Novos neurônios são formados ao longo da manutenção da função do sistema nervoso. O
vida, entretanto, a perda é maior do que sua formação. comprometimento das funções está ligado mais ao
desequilíbrio desse processo do que à alteração de um
Em resposta ao dano neuronal, as células gliais neurotransmissor isoladamente. Além disso, cada
aumentam. Esse acúmulo de células gliais, denominado neurotransmissor tem seu tempo de envelhecimento. Por
gliose, representa uma resposta compensatória isso, o desequilíbrio dessas substâncias ocorre anos antes
protegendo a função neuronal e a plasticidade. O número da detecção clínica da doença.
de células da micróglia, pertencentes ao sistema imune,
permanece sem mudanças. Há perda dos axônios e ALTERAÇÕES METABÓLICAS E CIRCULATÓRIAS
redução da mielina que cobre esses axônios levando a Além dos neurotransmissores, outras substâncias estão
rarefação da substância branca periventricular alteradas no sistema nervoso central (SNC). No cérebro
denominada no exame de ressonância magnética de há diminuição tanto da água extracelular quanto da

MED3 – AES9 – Problema 1


intracelular; lentidão da síntese proteica; aumento na Apesar de todas as alterações descritas, o sistema
oxidação das proteínas e sua glicosilação, com aumento nervoso se mantém íntegro graças à sua plasticidade e
do acúmulo intraneural (emaranhados neurofibrilares); à sua capacidade de compensar e reparar os danos
diminuição da síntese lipídica pela variação dos ocorridos, sendo possível manter-se funcionalmente
substratos lipídicos; alteração na membrana lipídica e na estável no meio social, no trabalho e em casa.
condução nervosa; alterações circulatórias relacionadas
à aterosclerose; diminuição do fluxo sanguíneo cerebral MEMÓRIA
e da utilização da glicose. As memórias reflexa medular, sensorial e implícita pouco
se alteram com o envelhecimento. Já a episódica começa
O cérebro, diferente da maioria dos outros órgãos, a diminuir por volta dos 30 anos e declina,
produz sua energia da oxidação anaeróbica da glicose. progressivamente, enquanto a semântica responsável
O fluxo sanguíneo e o consumo de oxigênio são iguais no pela recordação de nomes, palavras e memória espacial
adulto jovem e no idoso, na ausência de doenças. pode ser mantida por toda a vida.
Entretanto, na presença de aterosclerose o fluxo
sanguíneo é reduzido e o cérebro, para se proteger, MARCHA, POSTURA E EQUILÍBRIO
extrai mais oxigênio do sangue. O sistema nervoso participa, praticamente, de todas as
funções orgânicas. Uma das mais importantes para a
Isquemia, hipóxia e hipoglicemia ativam os receptores pessoa idosa é o controle da marcha e do equilíbrio. A
glutamato induzindo toxicidade com consequente morte instabilidade postural representa um dos gigantes da
neuronal. A barreira hematoencefálica protege, por meio geriatria devido às suas complicações. Várias são as
do endotélio, a entrada de substâncias tóxicas do estruturas centrais e periféricas responsáveis por essa
sangue no cérebro. Com o envelhecimento essa barreira função de independência motora.
torna-se permeável a muitas substâncias, podendo ser
uma das causas de demência. Com o avanço da idade a marcha se altera. Na maioria
das vezes a mulher, tanto adulta jovem quanto idosa,
COMPONENTES ALTERADOS DO SISTEMA NERVOSO tem um desempenho pior quando comparada ao homem.
CENTRAL É comum uma certa hesitação no andar, menor balanço
Água total dos braços e passos menores. Ao mudar de direção no
Espaço extra e intracelular caminho faz a volta com o corpo em bloco. A postura
Lipídios típica, mais rígida, como se estivesse em alerta para se
DNA, RNA e proteínas defender de alguma queda, caracteriza-se pela base
Aminoácidos alargada, retificação da coluna cervical, um certo grau
Carboidratos de cifose torácica, flexão do quadril e dos joelhos. Esse
Circulação conjunto de fatores indica piora da estabilidade,
Metabolismo energético podendo até nos fazer pensar em parkinsonismo.
Oxigênio
Reentrada de glicose A prática regular de exercícios físicos é uma forma de
driblar essas modificações impostas pela natureza,
Barreira hematoencefálica
trazendo ainda benefícios tanto neurológicos quanto
mentais, promovendo sensação de bem-estar e de saúde.
ALTERAÇÕES COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS
As memórias processual e semântica são bem
SONO
conservadas com o avanço da idade. A habilidade de
O ciclo sono-vigília se modifica com o envelhecimento. Há
reconhecer objetos e faces, assim como a percepção
a tendência de dormir mais cedo e acordar mais cedo. As
visual, permanecem estáveis ao longo da vida. As
queixas de insônia, sonolência diurna, despertares
memórias episódicas e laborativa e a função executiva
durante a noite e sono pouco reparador são frequentes.
são as mais afetadas no envelhecimento. A velocidade de
Isso ocorre porque existem dois tipos de sono: REM (rapid
processamento e a função executiva diminuem com a
eye movement), quando acontecem os sonhos, e o não
idade, especialmente após os 70 anos. As capacidades de
REM, que se subdivide em quatro estágios. No idoso, o
atenção e concentração diminuem a habilidade para
sono REM praticamente não se altera. Já no sono não
desempenhar múltiplas tarefas ao mesmo tempo.
REM ocorre aumento dos estágios 1 e 2 (facilidade no
despertar) e diminuição dos estágios 3 e 4 que são
A capacidade de solucionar problemas e aprender
exatamente os dois períodos de sono mais profundo.
informações novas diminui após os 30 anos. Já a fluência
verbal fica comprometida após os 70 anos. Todo esse
Os períodos de apneia ocorrem no sono REM. São mais
declínio pode levar a diminuição do desempenho nos
frequentes nos idosos, particularmente, no homem idoso
testes cognitivos.
e obeso. Durante uma noite, um homem de 24 anos faz,

MED3 – AES9 – Problema 1


em média, cinco períodos de apneia, enquanto aos 74 outras doenças. A capacidade de cicatrização da mucosa
anos chega a 50 vezes. Isso leva a um sono entrecortado, oral se mantém inalterada.
pois a pessoa acorda para restabelecer a respiração.
Com a noite mal dormida ocorre sonolência durante o A função das glândulas salivares permanece sem
dia, mau humor, diminuição da memória, cefaleia e até alterações na ausência de doenças e uso de
depressão. Nesse período podem ser observadas medicamentos. Mais de 50% dos pacientes queixam-se de
arritmias cardíacas e hipertensão pulmonar. Apesar dos boca seca, comprometendo a mastigação e a deglutição.
estudos não se tem a conclusão se essas alterações do Entretanto, essas queixas podem ser atribuídas mais aos
sono, especialmente a hipóxia noturna, provocam efeitos efeitos colaterais de medicamentos do que pelo próprio
adversos na função cerebral. envelhecimento.

Outra consequência da alteração da respiração durante OROFARINGE


o sono é a ocorrência do ronco. Os estudos estatísticos O ato de deglutir é bastante complexo, estando
mostram que 60% dos homens e 45% das mulheres envolvidos a boca, a faringe e o esôfago coordenados
roncam frequentemente após os 60 anos. Outro distúrbio por seis nervos cranianos. Todas essas estruturas ainda
do sono observado é a síndrome das pernas inquietas. É são organizadas no centro da deglutição do sistema
um desconforto sentido a cada 30 s durante uma grande nervoso central para seu perfeito funcionamento.
parte da noite. Parece que corresponde a uma
incoordenação entre a excitação e a inibição motora. Devido à alteração da musculatura esofágica há um
aumento da resistência da passagem dos alimentos pelo
SISTEMA DIGESTÓRIO esfíncter esofágico superior (EES). Pela videofluoroscopia
pode-se observar alteração da transferência do bolo
Apesar de os efeitos do envelhecimento no trato
alimentar para a faringe na maioria dos pacientes
gastrintestinal serem modestos, as alterações podem mo-
idosos, mesmo aqueles sem disfagia. Essa modificação
dificar a incidência e a apresentação de vários
associada a menor eficiência mastigatória aumenta o
problemas do sistema digestório nos idosos.
risco de aspiração.
BOCA
ESÔFAGO
As cáries dentárias continuam sendo um dos principais
Com o avanço da idade observam-se hipertrofia da
problemas dos idosos, inclusive na raiz pela retração das
musculatura esquelética do terço superior do esôfago,
gengivas, raramente encontradas nos adultos jovens. As
diminuição das células ganglionares mioentéricas, que
cáries radiculares e coronais foram preditores
coordenam a peristalse, e aumento da espessura da
significativamente mais importantes de perda dentária
musculatura lisa.
do que a condição periodontal. Esse fato justifica a
aplicação de flúor nos idosos em paralelo à adição de
A motilidade esofágica pode ser anormal pela redução
flúor na água.
da amplitude da contração muscular após a deglutição
e pelas contrações terciárias, raramente associadas a
A baixa mineralização óssea observada em várias partes
queixas. Peristalse anormal após a deglutição e as
do esqueleto, na boca, se manifesta pela perda do osso
contrações repetitivas não peristálticas, ao mesmo
alveolar que, associado à gengivite, constitui outra
tempo, são chamadas de “presbiesôfago”; atualmente,
causa da perda dentária em adultos.
acredita-se que sejam devidas a processos patológicos,
tendo sido o termo presbiesôfago abandonado.
Por volta dos 40 anos a circunferência da arcada
dentária poderá estar um centímetro menor, fazendo
Em 35% das pessoas entre 50 e 75 anos de idade pode
com que os dentes tenham maior atrito entre si com
ocorrer a incompetência esfincteriana distal do esôfago,
lesão do esmalte provocando cáries e fazendo aparecer
permitindo o refluxo do conteúdo ácido do estômago e
o amarelado da dentina. Este amarelado da dentina,
levando a esofagite. Em consequência, alguns pacientes
associado às manchas do esmalte, origina o
podem apresentar dor torácica, por vezes exigindo
escurecimento dos dentes que vemos com o
diferenciação com problemas cardíacos. Outros
envelhecimento.
apresentam poucos sintomas, a despeito da grave
esofagite de refluxo diagnosticada pela endoscopia.
A mucosa oral se torna fina, lisa e seca. Perde a
elasticidade e parece edemaciada. A língua também é
ESTÔMAGO
lisa devido à perda das papilas, podendo trazer
Com a idade há diminuição das células parietais e
alterações no paladar e sensação de queimação. Isso
aumento dos leucócitos intersticiais. Com isso diminui a
pode ocorrer também devido à deficiência de ferro e das
secreção do ácido clorídrico e de pepsina, dificultando a
vitaminas B. É comum o aparecimento de varicosidades,
digestão de alimentos, principalmente, os ricos em
principalmente na língua, não estando associada a

MED3 – AES9 – Problema 1


proteína. Outras enzimas também estão envolvidas perfuração ou isquemia intestinal, pois o achado clínico
diretamente com a digestão como, por exemplo, a de “abdome em tábua” é um sinal pouco frequente no
gastrina. Elas sofrem modificações em todas as fases paciente idoso.
desde a síntese, passando pela liberação e resposta
devido às alterações dos receptores. Ainda pode ocorrer Das alterações funcionais, a constipação intestinal é uma
a ruptura da barreira da mucosa gástrica, permitindo das queixas mais comuns. Ocorre por alimentação pobre
que o ácido clorídrico e a pepsina do lúmen do estômago em fibras, baixa hidratação oral, falta da prática de
entrem nas células da mucosa, destruindo-as. O exercícios físicos regulares, coordenação das contrações
rompimento dessa barreira acontece também com o uso alterada e o aumento da sensibilidade aos opioides. A
de anti-inflamatórios, álcool, cafeína e por bactérias. diminuição do tônus e da força do esfíncter anal,
associada a menor complacência retal, aumenta a
Corroborando a lesão celular, a prostaglandina, um chance de incontinência fecal nas pessoas idosas, sendo
lipídio que estimula a secreção de bicarbonato as mulheres mais predispostas que os homens. Nos idosos
protegendo as células da mucosa, está diminuída. Além continentes é observado um espessamento do esfíncter
disso, observa-se dificuldade do esvaziamento gástrico anal interno, talvez compensatório.
pela diminuição de sua motilidade normal, a
gastroparesia. A presença de divertículos é muito prevalente. Podem
variar de 3 mm a 3 cm, sendo encontrados em 30 a 40%
Em decorrência de todas essas modificações fisiológicas, das pessoas acima de 50 anos. Eles surgem devido a um
o estômago fica mais exposto a lesões, com a gastrite e aumento da pressão intraluminal, herniando a mucosa
a úlcera péptica sendo responsáveis por metade dos entre as camadas das fibras musculares lisas. Complicam
sangramentos digestivos altos ocorridos nos pacientes com sangramentos digestivos baixos e processos
acima de 60 anos. inflamatórios, a diverticulite. Com a mudança da dieta
com mais fibras, a peristalse se dá normalmente sem
INTESTINO DELGADO aumentar a pressão dentro da alça intestinal.
Com o avanço da idade, as vilosidades que cobrem toda
a mucosa intestinal, em camada única de epitélio PÂNCREAS
colunar, diminuem de altura. A absorção de várias O pâncreas diminui de tamanho, endurece pelo aumento
substâncias está diminuída, mas a homeostase é da fibrose e torna-se mais amarelado pelo depósito de
mantida. A absorção do cálcio diminui devido à redução lipofucsina. Produz o suco pancreático, auxiliar na função
dos receptores da vitamina D no intestino e da 25(OH) digestiva, onde se encontram as enzimas amilase, lipase
vitamina D circulante. Mulheres acima de 75 anos e as proteases, sendo a tripsina a mais importante. A
absorvem 25% menos de cálcio quando comparadas com amilase se mantém em volume constante, porém a lipase
uma mulher jovem, especialmente se houver diminuição e a tripsina têm a sua produção bastante diminuída. A
da secreção ácida. O ferro também tem menor absorção, despeito da queda dramática da produção dessas
porém com pouca repercussão clínica. enzimas, não há expressão clínica, pois precisamos
somente de 1/10 da produção da secreção pancreática
A diminuição da sensibilidade e dos neurônios para fazermos uma digestão normal.
mioentéricos contribui para a presença de úlceras
indolores. FÍGADO
Durante toda a vida os hepatócitos se dividem somente
Malformações vasculares são comuns no trato digestivo duas a três vezes e sua capacidade de regeneração com
alto, provocando sangramentos. A nomenclatura o envelhecimento é ainda controversa.
utilizada para essas alterações é confusa, usando vários Entre os 24 e 90 anos o fígado diminui de volume em
termos indistintamente como angiodisplasia, aproximadamente 37% e também diminui seu fluxo
malformação arteriovenosa e ectasia vascular. sanguíneo em 35%. Como o pâncreas, escurece pelo
depósito da proteína lipofucsina.
INTESTINO GROSSO
As alterações encontradas no intestino grosso são O sistema reticuloendotelial liso dos hepatócitos diminui
praticamente exclusivas do envelhecimento. As e está correlacionado com a redução da capacidade de
anatômicas incluem atrofia da mucosa, anomalias metabolizar substâncias contribuindo para aumentar a
estruturais das glândulas da mucosa, hipertrofia da suscetibilidade do idoso à intoxicação por medicamentos.
camada muscular da mucosa e atrofia da camada
muscular externa. Já a síntese proteica é mantida. A síntese do colesterol
diminui e há redução da bile total. Como a função da bile
A perda dos neurônios intrínsecos sensoriais pode é garantir uma boa digestão e absorção dos lipídios, essa
contribuir para a diminuição da resposta visceral a diminuição da produção biliar hepática pode agravar a

MED3 – AES9 – Problema 1


deficiência de vitaminas lipossolúveis, já comprometida diurnos quanto noturnos diminuem na maioria das
nas pessoas idosas que, por diferentes motivos, se pessoas, interferindo no sono, visto que este hormônio
alimentam mal, fazendo dieta pobre em vitaminas tem efeito hipnótico. Este hormônio também apresenta
lipossolúveis. Embora a função e a anatomia da vesícula ação protetora contra os danos oxidativos.
estejam bem preservadas com o envelhecimento, a
composição biliar tem alto índice litogênico, predispondo PÂNCREAS
o idoso à formação de cálculos por colesterol. São pequenas as alterações morfológicas observadas no
pâncreas com o envelhecimento, o mesmo não ocorrendo
SISTEMA ENDÓCRINO com os hormônios. É esperado um leve aumento da
glicemia de jejum relacionado à idade (1 mg/dl/década).
O sistema endócrino, como o sistema nervoso, coordena
Para os idosos ativos pode não haver essa diferença.
respostas fisiológicas aos fatores ambientais,
Entretanto, após ingesta de alimentos a glicemia alcança
melhorando a sobrevida individual. As alterações
níveis mais elevados e o tempo de retorno ao normal é
hormonais influenciam o declínio funcional, as
mais longo quando comparado com adultos jovens.
incapacidades, as doenças da pessoa idosa e a
longevidade.
Os mecanismos que levam ao surgimento da intolerância
à glicose com o envelhecimento ainda não estão
TIREOIDE
completamente esclarecidos. Parece haver uma exaustão
Geralmente os valores de tiroxina (T4) e tri-iodo-tironina
(T3) estão em níveis normais baixos e os do TSH normais progressiva do turnover das células β. O fato é que
altos. O hormônio tireoestimulante (TSH) elevado e a T4 ocorre menor resposta dos tecidos à glicose e à insulina.
normal podem ocorrer devido à manutenção da
imunorreatividade do TSH nas análises laboratoriais, SISTEMA UROGENITAL
porém com ação biologicamente menos ativa. Há perda do tecido renal, especialmente após os 50 anos.
Em seu lugar observam-se tecido gorduroso e fibrose.
A diminuição dos hormônios tireoidianos, especialmente Essa modificação inicia-se no córtex, comprometendo a
a conversão de T4 em T3, sugere uma ação protetora concentração urinária, alcançando os glomérulos,
para o organismo contra o catabolismo, levando à piorando também a filtração renal.
diminuição da taxa do metabolismo basal (46 kcal em
homens e 43 em mulheres de 14 a 16 anos para 35 e 33 A função renal começa a diminuir de maneira
de 70 a 80 anos, respectivamente) e ao aumento progressiva, chegando a sua metade aos 85 anos. Aos 60
progressivo do tecido adiposo corporal. Este, anos, o rim pesa em média 250 g; aos 70 anos, 230 g; e
metabolicamente menos ativo que a massa magra, aos 80 anos, 190 g. Paralelamente ocorre diminuição do
diminui a demanda pelo hormônio tireoidiano, fechando fluxo plasmático de 600 ml/min para 300 ml/min. Para
o ciclo. compensar, os rins mantêm uma vasodilatação com o
aumento das prostaglandinas contribuindo para o
Os hormônios tireoidianos estimulam o consumo de aumento da lesão renal com o uso de anti-inflamatórios
oxigênio em quase todos os tecidos, aumentando a taxa não esteroides.
do metabolismo celular e contribuindo para a
manutenção da temperatura corporal. Seu efeito As alterações ocorridas com o envelhecimento na função
calorigênico diminui com o aumento da idade, glomerular não comprometem o bem-estar da pessoa
aumentando a suscetibilidade de hipotermia nos idosos. idosa. Entretanto, como acontece com outros órgãos, não
A resposta ao calor também está comprometida devido há reserva para seu pleno funcionamento em caso de
à menor sudorese. A redução da resposta febril ao sobrecarga. Sob estresse como infecção ou dieta rica em
ataque de diferentes agentes se dá pela incompetência proteína, a taxa de filtração glomerular piora
termorregulatória observada, em que a participação dos significativamente, aumentando a permeabilidade
hormônios tireoidianos, junto com a resposta celular com perda de proteína bem maior que os traços
termostática do hipotálamo, é fundamental. normalmente observados na urina.

O aumento do colesterol sérico, assim como das É possível a manutenção da função tubular em nível
lipoproteínas de baixa densidade, observado no suficiente ao longo dos anos. Entretanto, muitas pessoas
envelhecimento, pode ser devido ao declínio da função idosas sofrem perda da habilidade de concentrar ou
tireoidiana. diluir a urina de tal monta que se tornam incapazes de
equilibrar o organismo frente a uma desidratação ou a
HIPÓFISE uma sobrecarga hídrica. Se administrarmos solução
Com o envelhecimento, a hipófise aumenta de volume, e hipertônica de cloreto de sódio a uma pessoa idosa o
as alterações bioquímicas que aí ocorrem variam de hormônio antidiurético (ADH) se elevará, porém, não
indivíduo para indivíduo. Os níveis de melatonina tanto haverá retenção de água como normalmente se poderia

MED3 – AES9 – Problema 1


esperar. Esse fato nos leva a concluir que o problema de anos. Os sinais e sintomas variam de rubor, sudorese e
concentração urinária não é devido à diminuição do ADH palpitações a calafrios e ansiedade. Transtornos do sono
e sim à diminuição de resposta do túbulo coletor ao ADH. e humor lábil são comuns. As mulheres se queixam de
ressecamento vaginal, incontinência urinária de
Há diminuição da capacidade renal de concentração e urgência ou dispareunia.
conservação do sódio, estando os idosos mais propensos
à hiponatremia e à hipopotassemia quando em uso de Várias alterações vulvovaginais ocorrem: os pelos
diurético ou na vigência de dietas restritivas. A ureia púbicos se tornam esparsos e grisalhos; os lábios do
contribui para estabelecer um gradiente osmótico na pudendo e o clitóris diminuem de tamanho. A vagina se
medula renal e concentra a urina nos túbulos coletores. estreita e se encurta, e a mucosa vaginal torna-se fina,
Como a pessoa idosa muitas vezes faz uma dieta pobre pálida e ressecada, com perda de lubrificação. O útero e
em proteínas e tem déficit na produção hepática de os ovários diminuem de tamanho. De modo geral, 10
ureia a uremia também pode estar diminuída. anosapós a menopausa, os ovários não são mais
palpáveis. Os ligamentos suspensores dos anexos, do
O padrão do ritmo urinário apresenta-se modificado na útero e da bexiga também relaxam. A sexualidade e o
pessoa idosa, passando a eliminar água e eletrólitos mais interesse sexual frequentemente são conservados,
à noite que durante o dia. Essa alteração, conhecida sobretudo quando a mulher não tem problemas com o
como poliúria noturna, ocorre por múltiplos fatores como parceiro, não perdeu o parceiro nem passa por estresse
a diminuição da capacidade renal de concentração e de vida ou profissional incomum.
conservação do sódio, assim como alteração da função
do sistema renina-angiotensina-aldosterona. A prevalência de incontinência urinária aumenta com a
idade, relacionada a diminuição da inervação e da
FATORES QUE ALTERAM O RITMO URINÁRIO NA PESSOA contratilidade do músculo detrusor e perda da
IDOSA capacidade da bexiga urinária, da taxa de fluxo urinário
↓ na capacidade de concentração renal e da capacidade de inibir a micção. Nos homens, há
↓ na habilidade de conservação do sódio proliferação andrógeno-dependente dos tecidos
Alterações nos receptores do ADH estromal e epitelial da próstata, denominada hiperplasia
↓ na produção e excreção do ADH benigna da próstata (HBP), que começa na terceira
Modificações na produção e função do ANP década de vida, continua até a sétima década e depois
atinge um platô. Apenas metade dos homens terá
Outras alterações funcionais do sistema renal são aumento da próstata clinicamente significativo, e,
redução da acidificação da urina e piora da excreção de destes, apenas metade relatará sinais/sintomas tais
cargas ácidas. Esse é mais um fator contribuinte para a como hesitação urinária, gotejamento e esvaziamento
nefrotoxicidade relacionada a medicamentos e a incompleto. Essas manifestações podem, muitas vezes, ser
contrastes intravenosos, diminuição da hidroxilação da atribuídas a outras causas como doenças coexistentes,
vitamina D e da regulação do sistema renina uso de medicamentos e anormalidades do sistema
angiotensina. Entretanto, a produção da eritropoetina urinário inferior.
em resposta à hemoglobina parece não sofrer alteração.
SISTEMA HEMATOPOÉTICO
ÓRGÃOS GENITAIS O conceito de que havia alterações significativas do
À medida que os homens envelhecem, o interesse sexual sistema hematopoético está sendo revisto. Parece que o
é aparentemente conservado, embora a frequência das processo de envelhecimento é mais lento nas células
relações sexuais diminua após os 75 anos de idade. hematopoéticas, quando comparadas com as outras
Várias alterações fisiológicas acompanham a redução células. Especula-se que a reserva das células
dos níveis de testosterona. Ereções tornam-se mais pluripotenciais possa ser poupada, contribuindo para a
dependentes de estimulação tátil e menos responsivas a explicação da longevidade do indivíduo. Já a função da
sugestões eróticas. O tamanho do pênis diminui e os medula óssea não se modifica. Entretanto, podem se
testículos ocupam uma posição mais baixa no escroto. Os tornar evidentes, sob condições de estresse, como no
pelos púbicos diminuem e se tornam grisalhos. Disfunção tratamento quimioterápico.
erétil (dificuldade em manter a ereção) ocorre em
aproximadamente 50% dos homens mais velhos. No nascimento quase toda a medula óssea apresenta
atividade hematopoética, mas desde a infância ela
Nas mulheres, a função ovariana geralmente começa a começa a ser progressivamente substituída por tecido
diminuir durante a quinta década de vida e, na média, a adiposo. No adulto sua atividade concentra-se na pélvis
menstruação cessa entre 45 e 52 anos de idade. À e no esterno. Por volta dos 70 anos a celularidade da
medida que cai a estimulação estrogênica, muitas medula óssea no osso ilíaco é 30% menor que no adulto
mulheres apresentam fogacho, algumas vezes por até 5

MED3 – AES9 – Problema 1


jovem. Apesar dessa modificação a contagem celular no
sangue periférico é mantida.

O potencial proliferativo da maioria das células-tronco


hematopoéticas é limitado e diminui com o
envelhecimento.

A perda de telômero em tecidos normais começa no


adulto jovem e progride gradualmente com o
envelhecimento. A perda sequencial do DNA telomérico
da parte final do cromossomo a cada divisão celular
poderia alcançar um ponto crítico que serviria de gatilho
para o envelhecimento e para influenciar o equilíbrio
entre renovação e multiplicação das células-tronco.

A vida das hemácias, em torno de 120 dias, exige


contínua renovação dessa população celular pela medula
óssea, mesmo nos muito idosos. Embora o envelhecimento
não seja causa de anemia observa-se mudança do perfil
hematológico, sugerindo uma exaustão das células-
tronco hematológicas pluripotenciais, tornando os idosos
mais suscetíveis a esta doença. Também ocorre aumento
da produção de radicais livres, os quais alteram as
funções celulares e a integridade de suas membranas.
Com isso, as hemácias deformadas são retiradas de
circulação e a medula óssea acelera a produção em uma
tentativa de reparar o dano. Entretanto, a aceleração
desse processo pode alterar a composição das
membranas das hemácias, não conseguindo o equilíbrio
da renovação dessas células, podendo surgir anemia e
agregação das hemácias.

Embora o número de plaquetas não se altere com o


envelhecimento, o fibrinogênio, os fatores V, VII, VIII e
IX, o cininogênio de alto peso molecular e a pré-
calicreína aumentam, assim como os fragmentos da
degradação da fibrina (dímero D), fazendo com que se
considere o envelhecimento um estado pró-coagulante,
importante fator de risco para trombose venosa
profunda.

ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS COM O ENVELHECIMENTO


↓ hemoglobina
↓ hematócrito
↓ do número de hemácias
↓ da resposta eritropoética à administração de
eritropoetina
Demora no início da eritropoese após vultoso
sangramento

MED3 – AES9 – Problema 1


AVD – ATIVIDADE DA VIDA DIÁRIA  Transferências (locomoção)
A escala AVD, também chamada de escala de Katz, busca  Continência (micção e evacuação)
verificar a forma como o idoso realiza as atividades  Alimentação
básicas do dia-a-dia relacionadas a seu autocuidado.
São avaliados seis itens: banho, vestir-se, uso do vaso AIVD – ESCALA DE ATIVIDADES INSTRUMENTAIS
sanitário, transferências, continência e alimentação. DE VIDA DIÁRIA
Apesar de ter sido desenvolvida por Katz, a escala que Esta escala, criada por Lawton & Brody, em 1969, avalia
usamos é fruto do trabalho de Valéria Lino, médica, que sete atividades instrumentais: usar o telefone, locomoção
fez uma adaptação cultural no teste. com meios de transporte, fazer compras, realizar
trabalhos domésticos, preparo de refeições, uso de
A aplicação desse instrumento é feita em dois momentos: medicação e administração das finanças. Esta avaliação
no primeiro, as perguntas são feitas ao idoso; depois, a é feita através de perguntas direcionadas ao idoso.
seu acompanhante. Este procedimento é feito porque há
casos em que a percepção do paciente, inclusive sobre si A pontuação de cada item varia entre 1 e 3. Há três
mesmo, está alterada, logo é importante que se tenha o alternativas, e cada uma possui uma pontuação. A de
parecer do acompanhante sobre a mesma situação. pontuação 3 expressa que o entrevistado está numa
condição de independência; a opção de SCORE 2 indica
Cada um dos seis itens da escala avalia a dependência uma situação de semi dependência, onde o paciente
ou não do indivíduo em outra pessoa para realizar as necessita de ajuda parcial para determinadas
atividades diárias anteriormente citadas (banho, vestir- atividades, e a alternativa de pontuação 1 indica a
se, uso do vaso sanitário, etc). Deve-se apresentar as três existência de total dependência.
alternativas presentes em cada item, e será assinalada
aquela que mais se assemelhar com a condição do idoso. No final do teste somam-se os SCORES de todos os itens
Ao lado de cada alternativa há a letra I ou D; I teste: a pontuação máxima é 21, que indica total
significando independência ou D significando independência por parte do paciente. A pontuação
dependência. São essas letras que serão computadas mínima é 7, que, por sua vez, demonstra que o avaliado
como SCORES no fim do exame. é completamente dependente.

É importante ressaltar que, mesmo havendo divergência Este instrumento permite a avaliação qualitativa da
no que for informado pelo idoso e seu acompanhante, a capacidade funcional do idoso, visto que não há um
resposta do idoso é mantida. ponto de corte estabelecido.
Para a avaliação de cada um destes itens, é necessário
se pensar em uma espécie de algoritmo: que etapas Itens abordados:
envolvem este processo? Em que ordem devem ser  Telefone (fazer/receber ligações sem ajuda)
executadas? É importante que o examinador esteja  Viagens (dirigir o próprio carro ou andar de
ciente do que é necessário para que determinada ônibus/taxi)
atividade seja realizada de forma completa, pois só assim
 Compras
ele poderá verificar se o idoso é ou não dependente.
 Preparo de refeições (planejar e cozinhar
No final do teste é calculado o número de itens no qual refeições)
o idoso foi caracterizado por ter uma condição de  Trabalho doméstico (capaz de realizar)
dependência. O SCORE total vai de zero a seis. Possuindo  Medicações (tomar os remédios na hora certa)
SCORE zero, o indivíduo é considerado independente.  Dinheiro (administração, compras e
Neste teste, quanto maior o SCORE, maior é a pagamentos)
dependência que o indivíduo possui em outros.

Áreas de funcionamentos abordadas:


 Tomar banho (leito, banheira ou chuveiro).
 Vestir-se (pega roupa, inclusive peças íntimas,
nos armários e gavetas, e manuseia fecho,
inclusive os de órteses e próteses, quando forem
utilizadas)
 Vestir-se (pega roupa, inclusive peças íntimas,
nos armários e gavetas, e manuseia fecho,
inclusive os de órteses e próteses, quando forem
utilizadas)

MED3 – AES9 – Problema 1


POLÍTICAS PÚBLICAS PARA IDOSOS No contexto internacional, o Plano de Ação Internacional
para o Envelhecimento, assinado em Madri em 2002
Até a promulgação da Constituição Federal em 1988, as
pelos países membros das Nações Unidas, teve como
ações governamentais tinham cunho caritativo e de
princípios básicos: (a) participação ativa dos idosos na
proteção à população idosa. A partir de então, o direito
sociedade, no desenvolvimento e na luta contra a
universal à saúde foi conquistado pela sociedade e
pobreza; (b) fomento da saúde e bem-estar na velhice:
reafirmado com a criação do Sistema Único de Saúde
promoção do envelhecimento saudável; e (c) criação de
(SUS), por meio da Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90.
um entorno propício e favorável ao envelhecimento.
Dessa forma, a família, a sociedade e o Estado têm o
dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua
Em convergência com essas orientações, foi aprovado em
participação na comunidade, defendendo sua dignidade
2003 no Brasil o Estatuto do Idoso (Lei nº10.741, de 1º
e bem-estar e garantindo-lhe o direito à vida. O
de outubro de 2003), elaborado com intensa
entendimento desse direito passa pelos princípios
participação de entidades de defesa dos interesses dos
organizativos do SUS e são reafirmados na Lei nº 8.142,
idosos. O Estatuto do Idoso ampliou a resposta do Estado
de 28 de dezembro de 1990, que dispôs sobre a
e da sociedade às necessidades da população idosa,
participação da comunidade na gestão do Sistema Único
ainda que não tenha dado clareza quanto aos meios
de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais
para financiar as ações propostas.
de recursos financeiros na área de saúde
.
Com a evolução do processo de descentralização e
No período posterior à criação do SUS, uma das primeiras
municipalização das ações e serviços do SUS, o MS, o
iniciativas específicas para os idosos foi a Política
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o
Nacional do Idoso (PNI) de 1994, Lei nº 8.842,
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
regulamentada pelo Decreto nº 1.948 de 3 de julho de (Conasems) pactuaram responsabilidades entre os três
1996. A PNI tinha como objetivo, por meio de diversas respectivos níveis gestores do SUS. O Pacto pela Saúde,
ações governamentais distribuídas em diferentes
publicado em 2006, propunha a efetivação de acordos
setores, assegurar os direitos sociais dos idosos, criando
entre municípios, estados e governo federal para a
condições para promover sua autonomia, integração e
reforma de aspectos institucionais vigentes, promovendo
participação efetiva na sociedade. Também reafirmava o
inovações nos processos e instrumentos de gestão do
direito à saúde desta população nos diversos níveis de SUS. A implantação do Pacto pela Saúde, nas suas três
atendimento do SUS. dimensões - Pacto pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto em
Defesa do SUS -, visou proporcionar maior efetividade,
A criação em 1997 do Plano Integrado de Ação eficiência e qualidade nas respostas do sistema de
Governamental para o Desenvolvimento da Política saúde, assim como redefinir responsabilidades coletivas
Nacional do Idoso - PNI - visou colocar em prática as por resultados sanitários em função das necessidades de
ações estabelecidas pela política e teve o intuito de
saúde da população e na busca da equidade social.
desenvolver ações preventivas, curativas e promocionais
no âmbito de políticas sociais voltadas à população
O Pacto pela Vida reforçou no SUS o movimento da
idosa. Esse Plano de Ação foi composto por nove órgãos:
gestão pública por resultados, estabelecendo um
Ministério da Previdência e Assistência Social; Educação
conjunto de compromissos sanitários considerados
e Desporto; Justiça; Cultura; Trabalho e Emprego; Saúde; prioritários, pactuados e implementados de forma
Esporte e Turismo; Planejamento, Orçamento e Gestão e tripartite. Esses compromissos deveriam ser efetivados
Secretaria de Desenvolvimento Urbano. pela rede do SUS, de forma a garantir o alcance das
metas estabelecidas. Prioridades estaduais, regionais ou
Em 1999, o MS anunciou a Política Nacional de Saúde do
municipais poderiam ser agregadas às prioridades
Idoso (PNSI), determinando que seus órgãos e entidades
nacionais, a partir de acordos locais. Os estados e
relacionados ao tema promovessem a elaboração ou a municípios deveriam pactuar as ações que
readequação de planos, projetos e atividades na
considerassem necessárias ao alcance das metas e
conformidade das diretrizes e responsabilidades nela objetivos gerais propostos.
estabelecidas. Essa política assumia que o principal
O Pacto pela Saúde trouxe a atenção à saúde do idoso
problema que pode afetar o idoso é a perda de sua para o topo da lista de objetivos e, como meta
capacidade funcional, isto é, a perda das habilidades
prioritária, a implantação da Política Nacional de Saúde
físicas e mentais necessárias para a realização de
da Pessoa Idosa (PNSPI), regulada pela Portaria MS/GM
atividades básicas e instrumentais da vida diária.
nº 2.528/2006. Esta nova política, com diretrizes
Tomava como pressuposto o princípio constitucional de
semelhantes às do Pacto pela Saúde, teve como principal
que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de
propósito a atenção integral ao idoso.
assegurar aos idosos todos os direitos da cidadania,
garantindo sua participação na comunidade,
defendendo sua dignidade, bem-estar e direito à vida.

MED3 – AES9 – Problema 1


Para a execução das diretrizes da PNSPI, o SUS conta expressar o impacto na realidade. A presença de
com as equipes de Saúde da Família para a Assistência indicadores específicos para o monitoramento de
Básica de Saúde, Hospitais Gerais e Centros de resultados e impactos nessa clientela revelaria a
Referência à Saúde do Idoso, enquanto pontos de importância que precisa ser dada aos cuidados com a
atenção. Em sua atual redação, a finalidade primeira da população idosa.
PNSPI é “recuperar, manter e promover a autonomia e a
independência dos indivíduos idosos, direcionando A Constituição Brasileira tem como principal função
medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, propiciar uma melhora na promoção da saúde no Brasil.
em consonância com os princípios e diretrizes do SUS”. Por isso, o SUS prioriza uma rede de serviços
Estipula, ainda, o limite de 60 anos de idade para uma regionalizada, hierarquizada e descentralizada, de
pessoa ser considerada idosa no país. caráter público e em todas as esferas do governo, com
controle pelos usuários por meio de participação popular.
As diretrizes da PNSPI, coincidentes com os princípios da Assim, entende-se que a saúde depende, sobretudo, de
atenção integral à saúde da pessoa idosa, são: (1) ações mais democráticas.
promoção do envelhecimento ativo e saudável; (2)
atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; (3) É importante destacar que, sem ações intersetoriais
estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade compreendendo serviços de diferentes densidades
da atenção; (4) provimento de recursos capazes de tecnológicas e com total integração com as redes de
assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa suporte social formal e informal, não será possível dar
idosa; (5) estímulo à participação e fortalecimento do conta desta responsabilidade. A consolidação das
controle social; (6) formação e educação permanente políticas públicas de saúde, especialmente aquelas
dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da ligadas à APS, permanece sendo o grande desafio à
pessoa idosa; (7) divulgação e informação sobre a PNSPI garantia da integralidade no cuidado ao idoso.
para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
(8) promoção de cooperação nacional e internacional ESTATUTO DO IDOSO
das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; e
O aumento da expectativa de vida do brasileiro
(9) apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
representa um grande desafio para os governos bem
como para a sociedade civil. O implemento das políticas
As alterações sofridas na política de atenção ao idoso ao
públicas e a efetiva de garantias dos direitos sócias da
longo do seu processo de implantação foram
pessoa idosa, certamente assegurará um envelhecimento
proporcionando maior aporte de direitos a essa
saudável e com dignidade. A política Nacional do Idoso
população, embora sua implementação seja lenta e
(Lei 8843/1994) tem como objetivo assegurar a pessoa
gradativa. As ações necessárias para dar consequência
idosa seus direitos sociais, criando condições para
às diretrizes da PNSPI requerem o compartilhamento de
promover sua autonomia, integração e participação
responsabilidades com outros setores. Nesse sentido, os
efetiva na sociedade. Reconhece a questão da velhice
gestores do SUS devem estabelecer processos de
como prioritária no contexto das políticas sociais e
articulação permanente em suas respectivas áreas de
propõe criar condições para promover a longevidade
abrangência, visando a parcerias e integração
com qualidade de vida, colocando em prática ações
institucional que viabilizem a consolidação de
voltadas não apenas para os idosos, mas também para
compromissos multilaterais efetivos.
aqueles que estão envelhecendo.
Os indicadores utilizados pelo Pacto pela Vida e pelo
O IDOSO TEM DIREITO À VIDA
Coap não se mostraram sensíveis às ações estabelecidas
⁃ A família, a sociedade e o Estado, tem o dever
pela PNSPI. No Pacto, o indicador específico estabelecido
de amparar o idoso garantindo-lhe o direito à
não foi capaz de responder às necessidades dessa
vida;
população. Com a implantação do Coap, o indicador
⁃ Os filhos maiores têm o dever de ajudar a
passa a se confundir com o monitoramento do impacto
amparar os pais na velhice, carência ou
das políticas públicas na prevenção e no controle das
enfermidade;
DCNT e em seus fatores de risco. Embora tão importante
⁃ Poder público deve garantir ao idoso condições
quanto, não é possível delimitar o que corresponde à
de vida apropriada;
população idosa por meio desse indicador. Ademais, a
⁃ A família, a sociedade e o poder público, devem
alteração dos indicadores prejudica comparações ao
garantir ao idoso acesso aos bens culturais,
longo do tempo. Assim, a despeito da importante
participação e integração na comunidade;
evolução do marco brasileiro regulatório da saúde do
idoso, as políticas implementadas apresentam bases ⁃ Idoso tem direito de viver preferencialmente
sólidas e articulação com o preconizado pelo SUS. Porém, junto a família;
os indicadores existentes se mostram insuficientes para ⁃ Idoso deve ter liberdade e autonomia.

MED3 – AES9 – Problema 1


O IDOSO TEM DIREITO AO RESPEITO ⁃ Idoso tem direito de ser vacinado anualmente
⁃ Idoso não pode sofrer discriminação de contra gripe e pneumonia;
qualquer natureza; ⁃ Idoso deve ser informado sobre a prevenção e
A família, a sociedade e o Estado tem o dever controle da osteoporose.
de:
assegurar ao idoso os direitos de cidadania; O IDOSO TEM DIREITO À EDUCAÇÃO
⁃ Assegurar sua participação na comunidade, ⁃ Dever do Estado com a educação será efetivado
defendendo sua dignidade e bem estar; mediante a garantia de ensino fundamental,
⁃ Os idosos devem ser respeitados pelos obrigatório e gratuito, inclusive para os que a
motoristas de ônibus, que devem atender suas ele não tiveram acesso na idade própria;
solicitações de embarque e desembarque, ⁃ Aos órgãos estaduais e municipais de educação
aguardando sua entrada e saída com o ônibus compete:
parado; ⁃ Implantar programas educacionais voltados
⁃ Todos os estabelecimentos comerciais e de para o idoso, estimulando e apoiando assim, a
prestação de serviço deverão dar preferência admissão do idoso na universidade;
ao atendimento ao idoso, devendo ter placas ⁃ Incentivar o desenvolvimento de programas
afixadas em local visível com os seguintes educativos voltados para a comunidade, ao
dizeres: "Mulheres gestantes, mães com criança idoso e sua família, mediante os meios de
de colo, idosos, e pessoas portadoras de comunicação de massa;
deficiência têm atendimento preferencial"; ⁃ Incentivar a inclusão nos programas
educacionais de conteúdo sobre o
O IDOSO TEM DIREITO AO ATENDIMENTO DE SUAS envelhecimento;
NECESSIDADES BÁSICAS ⁃ Incentivar a inclusão de disciplinas de
⁃ A aposentadoria após completar o tempo de Gerontologia e Geriatria nos currículos dos
serviço de 35 anos para os homens e 30 anos cursos superiores;
para a mulher; ⁃ Idoso tem o direito de participar do processo de
⁃ A aposentadoria proporcional por idade 65 anos produção, reelaboração e fruição dos bens
para os homens e 60 anos para as mulheres; culturais;
⁃ Ao benefício de prestação continuada, se tiver ⁃ Saber do idoso deve ser valorizado, registrado e
idade superior a 67 anos e não possuir outras transmitido aos mais jovens como meio de
rendas e sua família não dispuser de meios para garantir a sua continuidade, preservando-se a
assisti-lo; identidade cultural.
Receber apoio jurídico do Estado, se não tiver
meios de provê-los; O IDOSO TEM DIREITO À MORADIA
⁃ Acolhimento provisório através de Centros-Dia, Aos órgãos públicos, no âmbito estadual e municipal,
e /ou Casas-Lares; cabe:
⁃ Ser atendido nos plantões sociais da Secretaria ⁃ Destinar, nos programas habitacionais,
Municipal da Família e Bem-Estar Social, unidades em regime de comodato ao idoso, na
recebendo orientação, encaminhamentos, modalidade de casas-lares;
óculos e documentação; ⁃ Incluir nos programas de assistência ao idoso
Os idosos inscritos no Programa de Atendimento formas de melhoria de condições de
à Terceira Idade da Secretaria Municipal da habitabilidade e adaptação de moradia,
Família e Bem-Estar Social – FABES – têm o considerando o seu estado físico e sua
direito de receber "O Leite para a Vovó". independência de locomoção;
⁃ Elaborar critérios que garantam o acesso da
O IDOSO TEM DIREITO À SAÚDE pessoa idosa à habitação popular;
O poder público deve: ⁃ Diminuir barreiras arquitetônicas e urbanas.
⁃ Garantir ao idoso acesso à saúde;
⁃ Criar serviços alternativos de saúde para o O IDOSO TEM DIREITO À JUSTIÇA
idoso; ⁃ Todo cidadão tem o dever de denunciar à
⁃ Prevenir, promover, proteger e recuperar a autoridade competente qualquer forma de
saúde do idoso; negligência ou desrespeito ao idoso;
⁃ Idoso tem direito ao atendimento preferencial ⁃ Ao Ministério da Justiça (nos âmbitos estadual
nos postos de saúde e hospitais municipais, e municipal) compete zelar pela aplicação das
juntamente com as gestantes, deficientes, normas sobre o idoso, determinando ações para
devendo os mesmos serem adaptados para o seu evitar abusos e lesões a seus direitos, assim
atendimento; como acolher as denúncias para defender os

MED3 – AES9 – Problema 1


direitos da pessoa idosa junto ao Poder
Judiciário.

O IDOSO TEM DIREITO AO TRANSPORTE


⁃ O idoso, homem com 65 anos e mulher com 60
anos, está isento do pagamento de tarifa em
todas as linhas urbanas de ônibus e trolebus
operados pela SP Transporte e empresas
particulares permissionárias de serviço de
transporte coletivo;
⁃ Todos os veículos empregados nas linhas de
transporte coletivo de passageiros, no município
de São Paulo, deverão ter os quatro primeiros
lugares sentados, da sua parte dianteira,
reservado para uso por gestantes, mulheres
portando bebês ou crianças de colo, idosos e
deficientes físicos

O IDOSO TEM DIREITO AO LAZER


⁃ Os aposentados e idosos têm direito a meia-
entrada para ingresso nos cinemas, teatros,
espetáculos e eventos esportivos realizados no
âmbito do município de São Paulo;
⁃ Foi instituído, no âmbito do município de São
Paulo, o passeio turístico gratuito para as
pessoas com mais de 65 anos de idade

O IDOSO TEM DIREITO AO ESPORTE


⁃ As unidades esportivas municipais deverão estar
voltadas ao atendimento esportivo, cultural, de
recreação e lazer da população, destinando
atendimento específico às crianças, aos
adolescentes, aos idosos e aos portadores de
deficiência;
⁃ O município deve destinar recursos
orçamentários para incentivar a adequação dos
locais já existentes e a previsão de medidas
necessárias quando da construção de novos
espaços, tendo em vista a prática de esportes,
de recreação e de lazer por parte dos
portadores de deficiências, idosos e gestantes
de maneira integrada aos demais cidadãos;
⁃ A Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e
Recreação realizará nos mês de setembro de
cada ano a Olimpíada Municipal da Terceira
Idade.

MED3 – AES9 – Problema 1

Você também pode gostar