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CONCEITOS BÁSICOS DE

GERIATRIA E GERONTOLOGIA
https://www.youtube.com/watch?v=_P3rd3qtsAo
GERIATRIA
GERO = Velho
IATRIA = Ciência médica

Ciência biológica voltada para o estudo clínico do


envelhecimento, em todos seus aspectos, sendo a
especialidade médica que se dedica ao idoso.
Compreende a prevenção, o diagnóstico e o manejo
das doenças da velhice, assim como a promoção de
saúde, a recuperação funcional e a manutenção da
qualidade de vida. Inclui a pesquisa clínica e a
epidemiologia.
GERONTOLOGIA
GERO = Velho
LOGIA = Estudo

Campo interdisciplinar que visa estudar as mudanças


típicas do processo do envelhecimento e de seus
determinantes biológicos, psicológicos e socioculturais.
Embora envolva muitas disciplinas, o eixo principal é
formado pela Biologia, Psicologia e Ciências Sociais.
Deve propor ações compatíveis no ensino, pesquisa e
assistência.
Total:
190 MILHÕES
DE PESSOAS

2,93 milhões de
octagenários (1,5%) 20,5 milhões de
idosos (10,8%)
55,5% Mulheres
45,5% Homens
Envelhecimento Populacional

1940: Aumento exponencial dos idosos.


3% / ano em 1950,
3,4% / ano entre 1991 e 2000.
1980-2005: Aumento de 126% de idosos x 55%
população total
Octagenários aumentaram 246%.
30,9 milhões de
idosos (14%)
Envelhecimento populacional

25 a 30% de
Idosos
A Gerontologia

• O envelhecimento populacional é uma


conquista da humanidade (ONU)
• Processo de envelhecimento é complexo
• Necessidade de um envelhecimento ativo
CONCEITOS BÁSICOS EM
GERONTOLOGIA
ENVELHECIMENTO BIOLÓGICO
Fenômeno de transformação do organismo que
ocorre após a maturação sexual, transformações
essas que levam ao final da vida.

Desenvolvimento e envelhecimento ocorrem


conjuntamente.
ENVELHECIMENTO
VELHICE CRONOLÓGICA
- 60 anos para países em desenvolvimento
- 65 anos de idade em países desenvolvidos
- Acima de 80 Anos: Muito Idoso
(OMS)

Não é um bom parâmetro humano.


Políticas de atenção ao idoso ou gestão de
serviços.
ENVELHECIMENTO
VELHICE FUNCIONAL
Envelhecimento é um processo heterogêneo, que
varia por cada ser humano, por ser multifatorial.
Ocorre quando o indivíduo não dá conta das
demandas e o apoio é insuficiente.
A capacidade funcional é a principal capacidade
adaptativa do indivíduo.
Não depende da idade cronológica, havendo
indivíduos mais jovens e funcionalmente
deteriorados, e vice e versa.
ENVELHECIMENTO
QUARTA IDADE

Com o avanço da expectativa de vida, fala-se em


quarta idade.

Ocorre quando o indivíduo, que tinha


envelhecimento normal, inicia a fase de declínio
da capacidade funcional.
CONCEITOS BÁSICOS EM
GERONTOLOGIA
VELHICE SOCIOLÓGICA
Determinada pela participação social.
O envelhecimento social ocorre quando existe
um desengajamento do indivíduo, que deixa
de interagir socialmente.
A aposentadoria e síndrome do ninho vazio são
fatores de risco.
É importante que o indivíduo reveja seus
projetos de vida.
ENVELHECIMENTO
VELHICE PSICOLÓGICA

Relação entre idade cronológica e capacidades


de percepção, aprendizagem, memória
– potencial de funcionamento futuro –, e inclui
um senso subjetivo de idade, na comparação
com outros.
A personalidade está mantida.
ENVELHECIMENTO
SENESCÊNCIA
Processo de envelhecimento (normal) que
resulta do somatório de alterações orgânicas,
funcionais e psicológicas do envelhecimento.

EUGERIA
Alterações fisiológicas associadas ao
envelhecimento.
ENVELHECIMENTO
SENILIDADE
Define uma velhice patológica caracterizada
por disfunções orgânicas, modificações
somáticas, limitações, debilitação psíquica e
enfraquecimento cerebral.

PATOGERIA
Alterações provocadas por doenças no idoso.
ENVELHECIMENTO
PRIMÁRIO
Está presente em todos, e é geneticamente
natural.

SECUNDÁRIO
É decorrente de fatores cronológicos, geográficos
e culturais.
ENVELHECIMENTO
CARACTERÍSTICAS PSICOSSOCIAIS

Vivência de perdas
Declínio físico
Intensificação de reflexões sobre a vida
Mudança de papel
Diminuição de perspectiva de futuro
ENVELHECIMENTO
BEM SUCEDIDO

Baixo risco de doenças e de incapacidades,


funcionamento físico e mental excelente,
envolvimento ativo com a vida, boa adaptação
à mudanças físicas, emocionais e sociais
(dependem da estrutura psicológica e do
construído durante a vida).
ENVELHECIMENTO
MAL SUCEDIDO
Perda dos projetos de vida, falta de
reconhecimento, dificuldade de satisfazer as
próprias necessidades, sentimentos de
fragilidade, incapacidade, baixa auto estima,
dependência, desamparo, solidão,
desesperança, ansiedade, depressão,
hipocondria, fobias.
As doenças que colocam a vida em risco, a morte
de pessoa próxima, a saída dos filhos de casa, as
mudanças de residência, a privação da autonomia
e as perdas materiais são fatores de risco.
QUALIDADE DE VIDA
“ A percepção do indivíduo sobre sua posição na
vida no contexto da cultura e de seu sistema de
valores e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações”.
(WHOQOL Group)

Principais indicadores: longevidade, a saúde


biológica, a saúde mental, a satisfação com a
vida, um bom desempenho cognitivo, a
competência social, a produtividade e a
atividade.
FRAGILIDADE
É definida como uma vulnerabilidade que o
indivíduo apresenta aos desafios do
próprio ambiente.

Esta condição é observada em pessoas muito


idosas, ou com combinação de doenças ou
limitações funcionais que reduzem sua
capacidade de se adaptar ao estresse causado
por doenças agudas, hospitalização ou outras
situações de risco.
DEPENDÊNCIA E INCAPACIDADE
Ajuda indispensável para a realização dos atos
elementares da vida.
Só incapacidade não cria a dependência, mas sim
o somatório da incapacidade com a
necessidade.
É um processo dinâmico: Pode ser alterado,
prevenido ou reduzido, com ambiente e
assistência adequados.
DEPENDÊNCIA E INCAPACIDADE
Dependência leve, parcial e total.
O grau de dependência determina os cuidados
necessários.

AVALIAÇÃO FUNCIONAL
Função: capacidade de se adaptar às atividades
requeridas pelo entorno imediato, incluindo a
participação social, mesmo na presença de
limitação física, mental ou social.
AUTONOMIA
Capacidade do idoso em decidir seu futuro.
Os idosos devem ter preservada a garantia do
reconhecimento à sua autonomia. Às
convicções pessoais do idoso merecem ser
respeitadas. O importante é avaliar o grau de
capacidade que a pessoa tem para tomar suas
decisões. A sua participação ativa no processo
de tomada de decisões é restringida, muitas
vezes, pela própria família ou pelas
instituições.
Soluções: Tomada antecipada de decisões ou
nomeação de procurador.
Considerações finais
Referências
KUCHEMANN, Berlindes Astrid. Envelhecimento populacional, cuidado e cidadania: velhos dilemas e novos desafios. Soc. estado., Brasília , v.
27, n. 1, p. 165-180, Apr. 2012

Tratado de Geriatria e Gerontologia.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

Gerontologia social: envelhecimento e qualidade de vida.


São Paulo: Paulinas, 1997.

Palavras-chave em Gerontologia.
Campinas, SP: Alínea, 2001.

Successful aging. New York: Dell Trade Paperback, 1999.

Sebastião Salgado. In: Workers. (1996). Migrations (2000).


Você é um Envelhescente? Mário Prata

Se você tem entre 45 e 65 anos, preste bastante atenção no que se segue. Se você for mais
novo, preste também, porque um dia vai chegar lá. E, se já passou, confira.

Sempre me disseram que a vida do homem se dividia em quatro partes: infância, adolescência,
maturidade e velhice. Quase correto. Esqueceram de nos dizer que entre a maturidade e a
velhice (entre os 45 e os 65), existe a ENVELHESCÊNCIA.

A envelhescência nada mais é que uma preparação para entrar na velhice, assim com a
adolescência é uma preparação para a maturidade. Engana-se quem acha que o homem
maduro fica velho de repente, assim da noite para o dia. Não. Antes, a envelhescência. E, se
você está em plena envelhescência, já notou como ela é parecida com a adolescência? Coloque
os óculos e veja como este nosso estágio é maravilhoso:

— Já notou que andam nascendo algumas espinhas em você? Notadamente na bunda?

— Assim como os adolescentes, os envelhescentes também gostam de meninas de vinte anos.

— Os adolescentes mudam a voz. Nós, envelhescentes, também. Mudamos o nosso ritmo de


falar, o nosso timbre. Os adolescentes querem falar mais rápido; os envelhescentes querem
falar mais lentamente.
— Os adolescentes vivem a sonhar com o futuro; os envelhescentes vivem a falar do passado.
Bons tempos...

— Os adolescentes não têm idéia do que vai acontecer com eles daqui a 20 anos. Os
envelhescentes até evitam pensar nisso.

— Ninguém entende os adolescentes... Ninguém entende os envelhescentes... Ambos são


irritadiços, se enervam com pouco. Acham que já sabem de tudo e não querem palpites nas suas
vidas.

— Às vezes, um adolescente tem um filho: é uma coisa precoce. Às vezes, um envelhescente tem
um filho: é uma coisa pós-coce.

— Os adolescentes não entendem os adultos e acham que ninguém os entende. Nós,


envelhescentes, também não entendemos eles. "Ninguém me entende" é uma frase típica de
envelhescente.

— Quase todos os adolescentes acabam sentados na poltrona do dentista e no divã do analista.


Os envelhescentes, também a contragosto, idem.

— O adolescente adora usar uns tênis e uns cabelos. O envelhescente também. Sem falar nos
brincos.

— Ambos adoram deitar e acordar tarde.


— O adolescente ama assistir a um show de um artista envelhescentes (Caetano, Chico, Mick
Jagger). O envelhescente ama assistir a um show de um artista adolescente (Maria Rita).

— O adolescente faz de tudo para aprender a fumar. O envelhescente pagaria qualquer preço
para deixar o vício.

— Ambos bebem escondido.

— Os adolescentes fumam maconha escondido dos pais. Os envelhescentes fumam maconha


escondido dos filhos.

— O adolescente esnoba que dá três por dia. O envelhescente quando dá uma a cada três dia,
está mentindo.

— A adolescência vai dos 10 aos 20 anos: a envelhescência vai dos 45 aos 60. Depois sim, virá a
velhice, que nada mais é que a maturidade do envelhescente.

— Daqui a alguns anos, quando insistirmos em não sair da envelhescência para entrar na velhice,
vão dizer:

— É um eterno envelhescente!

O texto acima foi extraído do livro "100 Crônicas", Cartaz Editorial/Jornal O Estado de São Paulo,
São Paulo, 1997, pág. 13.

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