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Desenvolvimento normal do

adulto
Anair Andréa Nassif
5ª fase de Enfermagem
Desenvolvimento humano
 O ciclo vital compreende o período da
fecundação até a velhice, seguindo
um desenvolvimento contínuo que
termina com a morte do indivíduo.

 Esse ciclo está presente em todos os


seres vivos.
Desenvolvimento humano
 Com o ser humano acontece no seguinte
ritmo:
◦ feto,
◦ bebê,
◦ criança,
◦ adolescente,
◦ adulto
◦ velhice.
Desenvolvimento humano
 A única situação que pode impedir o
funcionamento e conclusão do ciclo é a
própria morte, principalmente quando
ocorre precocemente ou quando surge
um defeito congênito que afeta o Sistema
Nervoso Central e/ou Periférico.
Desenvolvimento humano
 Influencias no desenvolvimento humano :
◦ a hereditariedade (carga genética),
◦ o crescimento orgânico (aspecto físico),
◦ a maturação neurofisiológica (é o que torna
possível o desenvolvimento comportamental),
◦ o meio (são todos os ambientes que o indivíduo
está inserido).
Desenvolvimento humano
 A criança no seu desenvolvimento, é
dependente dos adultos.

 O adolescente, está em busca de sua


identidade, adquire preocupações com as
responsabilidades que o mundo adulto
exige.
Desenvolvimento humano
 A fase adulta, (ou jovem adulto) > 20 aos 40
anos, caracterizado como uma etapa de
muita força e vitalidade do ser humano.
 A meia idade > 40 aos 60
 Todas as fases do desenvolvimento têm sua
complexidade, mas esta em especial tem
muitos altos e baixos que interferem em
todo seu ciclo de vida, principalmente nas
saúdes mental e física.
Desenvolvimento humano
 O adulto está sempre à procura de
entender os relacionamentos sociais e
amorosos, o que esperar de uma vida à
dois, o seu caminho profissional, e ainda
possui inúmeras dúvidas sobre o que
realmente quer e o que é esperado dele.
Desenvolvimento humano
 No final de seu desenvolvimento chegando
na velhice ainda existem vários conflitos,
entre passado, presente e futuro, o que se
fez e deixou de fazer, quais seus
arrependimentos e o que ainda pode fazer
e esperar do futuro.
Desenvolvimento humano
 A idade e as diferenças etárias estão entre
as mais básicas e cruciais categorias que
contribuem para determinar o lugar que os
seres humanos ocupam em uma
determinada sociedade.
Desenvolvimento humano
 Durante a vida, o indivíduo passa por
diversas faixas etárias e, em cada uma delas,
adquire e usa diferentes capacidades
biológicas e intelectuais, e sofre influências
culturais, assumindo papéis sociais quase
sempre esperados pelos outros membros
da sociedade.
 Existem diferenças significativas nas formas
como as vidas dos indivíduos são
periodizadas.
Desenvolvimento humano
 Cada sociedade define os períodos que
compõem o ciclo da vida dos seres
humanos, que sofrem influências culturais,
sociais e históricas.
Desenvolvimento humano
 Tornar-se adulto é um processo que
envolve o desenvolvimento de
identidade, consolidação da estrutura da
personalidade e a auto realização.

 Representa novas responsabilidades, novas


conquistas.
Desenvolvimento humano
 A saúde é resultante da forma como se
trata do corpo físico, psíquico e espiritual.

 Conforme a OMS, saúde é o estado de


completo bem-estar físico, mental e social e
não somente a ausência de enfermidades ou
invalidez física ou mental.
Desenvolvimento humano
 O jovem adulto deve preservar seu corpo
contra os maus hábitos:
◦ Alimentares/vicios (fumo, álcool, drogas,
excessos com açúcar e gorduras),
◦ comportamentais (mantendo rotinas salutares
de sono),
◦ exercitando-se físico e mentalmente para
manter sua máquina fisiológica funcionando
perfeitamente.
Desenvolvimento humano
 É uma etapa da vida em que qualquer
estímulo oferecido ao organismo resulta em
resposta imediata, dessa forma o adulto
jovem se sente no auge da sua vitalidade.

 Os esforços para prolongar a juventude,


mantendo atitudes e atividades propulsoras
de saúde preconizam um futuro de
prolongada energia vital.
Desenvolvimento humano
 Assim o indivíduo terá uma futura velhice
saudável em todos os aspectos, com
qualidade e tendências a longevidade,
considerando fatores genéticos, étnicos e
culturais.
Desenvolvimento humano
 Basicamente, são quatro os princípios
utilizados pelas sociedades para organizar
os ciclos da vida:
◦ a idade cronológica,
◦ a idade funcional,
◦ os níveis de maturidade,
◦ a idade geracional.
Idade Cronológica
 A idade cronológica é um método simples
de avaliação da idade que considera o
número de anos desde o nascimento.
 Pode ser simples, mas não eficaz.
 Duas pessoas podem ter a mesma idade
cronológica e responder de modo
diferente.
 Essa diferença leva ao segundo método
de avaliação da idade.
Idade Funcional
 Avalia a idade em termos de desempenho
funcional.

 Adultos que falham em atender o critério


de desempenho padrão esperado para o
adulto são considerados “idosos”.
Idade Geracional
 Representa a posição e atuação do
indivíduo em seu grupo de idade e/ou
de socialização no tempo.

 Significa o fazer-se estrutural de uma


dimensão da vida social, que é, tecida
com afetividade e relações de poder.
Estágios de Maturidade
 Os estágios de maturidade são observados
com mais frequência nas estruturas sociais
das sociedades não-ocidentais, nas quais são
consideradas as capacidades dos indivíduos
de realizar certas tarefas como:
◦ casar,
◦ caçar,
◦ participar do conselho de velhos
 O ritual de passagem para outro estágio é
definido pelos mais velhos.
Estágios de Maturidade
 A idade geracional pode ter como
referência a estrutura familiar ou
representar um grupo de pessoas que
vivenciaram com profundidade
determinados eventos, capazes de marcar
simbolicamente suas trajetórias de vida
passadas e futuras, sendo responsáveis pela
definição de mudanças de comportamentos
e construção de memórias coletivas sobre
fatos sociais e históricos.
Vivemos um período de transição entre a
modernidade e a pós-modernidade no que
diz respeito à compreensão do curso da
vida e das fronteiras entre as idades.
 Nas sociedades pós-modernas, a
descronologização geral do curso da vida.
Esse processo deve ser visualizado com
ressalvas, pois as idades cronológicas ainda
são marcos da organização social.
 A idade cronológica tem sido mais utilizada,
na área da saúde, como uma variável capaz
de estruturar e organizar grupos
populacionais.

 É considerado adulto o indivíduo capaz de


realizar tarefas preestabelecidas pelo grupo
social no qual está inserido.
 No Brasil, tendo como parâmetro as idades
cronológicas que estabelecem os direitos da
criança, do adolescente e do idoso, por
meio dos respectivos Estatutos da Criança
e do Adolescente (Lei n. 8.069/90) e do
Idoso (Lei n. 10.741/2003), está na fase
adulta a pessoa que tem entre 19 e 59 anos
de idade.
 Existem lacunas entre os preceitos legais
que sustentam o SUS e a prática
desenvolvida em grande parte desse
sistema em relação à saúde do adulto,
prevalecendo o atendimento a doenças
pautado no modelo biomédico em
detrimento de ações integradas ancoradas
no trinômio saúde–doença–cuidado.
 O cenário sobre a saúde do adulto
brasileiro, apresenta algumas dificuldades.

 Os estudos sobre os padrões


epidemiológicos privilegiarem o uso das
informações de mortalidade, uma vez que
as de morbidade são mais escassas e há
inexistência de dados populacionais.
 Apresentar dados sobre a situação de saúde
da população adulta brasileira não é uma
tarefa fácil.

 Fundamental é desvelar a imensa


desigualdade social que assola a nação,
independentemente da faixa etária
considerada.
 O Brasil em números aponta para um
cenário no qual convivem:
◦ Doenças emergentes,
◦ Reemergentes,
◦ Infecciosas
◦ Crônicas,
 Atreladas às causas externas altas taxas de
acidentes e violência.
 Ao analisarmos a saúde do adulto temos
que analisar:
◦ escolaridade,
◦ renda,
◦ acesso aos serviços de saúde,
◦ autocuidado,
◦ hábitos de vida,
◦ trabalho,
◦ lazer,
◦ sociabilidade,
◦ nutrição.
 Os serviços que destinam atendimento à
saúde para o adulto no Brasil ainda estão
centrados no atendimento curativo,
baseando-se na resolução de queixas em
detrimento do modelo de atenção
focalizado em promoção da saúde e
prevenção de doenças.
 Dessa maneira, os níveis de atenção são,
majoritariamente, realizados com
diagnósticos tardios:
◦ nos ambulatórios de especialidades,
◦ prontos-socorros
◦ hospitais de referência
 O aumento da expectativa de vida e a
proporção de idosos na composição
populacional alteraram o perfil de
morbidade e mortalidade dos brasileiros.

 Observam-se, nas últimas décadas, uma


queda dos óbitos decorrentes de doenças
infecciosas e o aumento de doenças
cardiovasculares, cerebrovasculares,
diabetes e neoplasias.
 Tais doenças têm sido denominadas: não-
infecciosas, crônicas, não transmissíveis ou
crônico-degenerativas, por serem
identificadas pela ausência de
microorganismos no modelo
epidemiológico, pela não-transmissibilidade
ao longo do curso clínico e por sua
irreversibilidade.
Conceitos de Envelhecimento
 “É um fenômeno biopsíquico social
que atinge ao mesmo tempo o
homem e sua existência na
sociedade, manifestando-se em
todos os domínios da vida,
começando nas células, passando
aos tecidos e órgãos, terminando
por atingir os processos
extremamente complicados do
pensamento”.
Conceitos de Envelhecimento
 “ Fenômeno caracterizado pela perda
progressiva da reserva funcional,
tornando o indivíduo mais propenso a
ter doenças, aumentando a chance de
morte”.

 “ É um processo gradual e espontâneo


de mudanças biológicas do homem,
que resulta na maturação e no
crescimento durante a infância,
puberdade e idade adulta, e no declínio
durante a meia idade e a idade tardia”.
Particularidades do envelhecimento
 Variável nos diversos indivíduos

 Variável entre os sistemas de um mesmo


indivíduo
 O que causa o envelhecimento?

 O que leva um individuo a envelhecer


mais rápido que outro?
 Adultos sadios podem tornar-se idosos
frágeis?

 Porque mesmo tendo boa qualidade de


vida durante a fase adulta, nos tornamos
mais vulneráveis a certas doenças quando
envelhecemos?
Condições fundamentais nas
mudanças do envelhecimento
- Devem ser deletérias: reduzir a funcionalidade.
- Devem ser progressivas: estabelecer gradualmente.
- Devem ser intrínsecas: o ambiente tem forte
influência sobre o aparecimento e velocidade
dessas mudanças, apesar de não ser a sua causa.
- Devem ser universais: dentro de uma mesma
espécie.
BIOLOGIA DO
ENVELHECIMENTO

⚫ Poucos estudos.
⚫ Poucos autores.
⚫ Estudos muito recentes.
⚫ Grande variedade de abordagens.
⚫ Organismos vivos são sistemas complexos,
hierárquicos e não lineares
Cliclo de vida X Expectativa de vida

Jeane Calment

Nascida em 21/02/1875
Faleceu em 04/08/1997

122 anos e 164 dias


Kane Tanaka foi uma supercentenária japonesa. Foi a pessoa
viva mais velha do mundo desde a morte de Chiyo Miyako
verificada pelo Gerontology Research Group; detém também o
título de segunda mais velha da história; e também a mais velha
da Ásia. Ela residia na Prefeitura de Fukuoka, local da sua morte
em 19 de abril de 2022 aos 119 anos e 107 dias de idade
Maria Pereira dos Santos morre com 119 anos no dia
14/05/2020. Nascida às 9h do dia 20 de dezembro de
1900, na comunidade de Canela Dema, zona rural de
Salinas.
Ciclo de vida X Expectativa de vida
 Ciclo de vida é definido como o potencial
máximo de vida que uma pessoa pode viver.

 O ciclo de vida máximo do ser humano é de


110 a 125 anos.

 Doenças como câncer ou cardiovasculares


podem reduzir o ciclo de vida.
Ciclo de vida X Expectativa de vida
 Expectativa de vida é o número médio de
anos que alguém espera poder viver.

 A expectativa de vida, atualmente, é de 72,8


anos para homens e 79,9 anos para
mulheres.

 Santa Catarina apresenta a maior esperança


de vida (79,9 anos), segundo dados IBGE,
2019.
Teorias do Envelhecimento
 São muitas as teorias biológicas que
tentam explicar o processo de
envelhecimento:
◦ Teoria genética
◦ Teoria dos radicais livres
◦ Teoria da ligação cruzada
◦ Teoria imunológica
◦ Teoria do uso e desgaste.
Teoria genética
 Acredita-se que os indivíduos herdam o
programa genético que determina a
expectativa de vida.
 A premissa dessa teoria é a existência de um
mecanismo interno ou um “relógio genético”
que determina a senilidade.
 Quanto mais longo o ciclo de vida, maior é o
número de divisões celulares.
Teoria dos radicais livres
 A base dessa teoria é a acumulação de
produtos denominados radicais livres como
resultado do uso de oxigênio nas células.

 A oxidação de gorduras, proteínas e


carboidratos resulta na formação de
compostos de oxigênio com elétrons
altamente reativos.
Teoria dos radicais livres
 A produção de radicais livres pode provocar
inúmeras reações bioquímicas entre elas a
oxidação, combustão, fotólise e polimeração.

 A formação desses radicais livres resulta


envelhecimento devido o rompimento
progressivo da função celular, podendo
interferir com a função corporal normal.
Teoria dos radicais livres
 A lipofuscina é um pigmento amarelo
amarronzado composto parcialmente de
lipídios e proteínas, e encontrado nas
células musculares, no coração, no fígado e
nos nervos. É resultado da oxidação de
certos lipídios.
 A quantidade de lipofuscina aumenta em
órgãos afetados pela idade e acredita-se ser
o responsável pelo envelhecimento.
Teoria da ligação cruzada
 Esta teoria afirma que o envelhecimento
ocorre devido uma redução na divisão
celular causada por um agente de ligação
cruzada que prende-se ao filamento do acido
desoxirribonucleico (DNA), que é o material
genético das células, evitando o seu
funcionamento normal.
 Quando ocorre a ligação cruzada há
alterações no tecido colagenoso do corpo.
Teoria da ligação cruzada
 O colágeno é um conglomerado de
proteínas que forma a estrutura do corpo
e dá sustentação ao tecido.
 Fornece resistência ao tecido conjuntivo
(osso e cartilagem). É encontrado no
coração, vasos sanguineos, pulmões e
músculos.
 A ligação cruzada reduz a mobilidade e
causa a perda da elasticidade nesses órgãos
causando alterações degenerativas.
Teoria imunológica
 Essa teoria afirma que o envelhecimento
ocorre como resultado de uma redução na
atividade do sistema imune.
 Após a fase de adulto jovem o sistema
imune declina.
 Com o envelhecimento o tecido da glândula
timo é substituído por tecido gorduroso.
Teoria imunológica
 Timo é o responsável pela produção das
células T, ocorre involução durante os
primeiros 50 anos de vida. Perda de 95% de
sua massa.

 Maior incidência de doenças infecciosas e


neoplásicas associadas às alterações da
imunidade.
Teoria imunológica
 Imunidade humoral é outro tipo de
imunidade usada pelo corpo contra doenças.
 O corpo produz um anticorpo específico
contra um antígeno específico (bactéria,
vírus).
 Declina com a idade aumentando a
suscetibilidade a doença.
 Com o envelhecimento o corpo não
reconhece sua própria idade celular e ataca
as células como se fossem antígenos.
Teoria imunológica
 Essa teoria afirma que o envelhecimento
ocorre como resultado do uso normal do
corpo e dos sistemas corporais.

 Com a idade os sistemas exaurem-se e não


agem com a totalidade de sua capacidade.
Teoria imunológica
 Cada pessoa é suprida com uma variedade
de energia adaptativa para ser usada para os
ajustes aos estressores ambientais e pessoal.

 A energia declina, ocorre o envelhecimento


e a falta dessa energia causa a morte do
organismo.
Teoria psicossociais
 Tentam explicar o envelhecimento em
termos da função cognitiva de uma
pessoa:

◦ Inteligência,
◦ Memória,
◦ Emoções,
◦ Capacidade de enfrentamento,
◦ Alterações sociais.
Teoria do desengajamento/desinserção
 Essa teoria vê o envelhecimento como um
processo de retirada ou desengajamento da
vida.

 O envelhecimento é acompanhado de um
desmembrar entre o indivíduo e a
sociedade.

 Um processo de afastamento da vida, onde a


pessoa deixa que as mais jovens assumam
suas responsabilidades.
Teoria do desengajamento/desinserção
 Quando a desinserção é geral, o indivíduo
modifica o seu sistema de valores.

 A perda do papel que desempenha na


sociedade, a perda de relações de impessoais
e sociais acabam por tornar-se situações
normais e rotineiras.

 Verifica-se que a diminuição da satisfação da


vida é proporcional à diminuição das
atividades diárias.
Teoria da atividade
 Existe um consenso sobre a relação entre as
atividades sociais e a satisfação vivida.

 O envelhecimento deve ser bem organizado


e sucedido pressupondo a descoberta de
novos papeis de modo a manter a auto
estima para obter mais satisfação pela vida.

 Tudo isto leva a hipótese de que a sociedade


deve conservar a saúde valorizando o
avançar da idade.
Teoria da continuidade
 Ou teoria de desenvolvimento do
envelhecimento.

 A teoria da continuidade afirma que o


envelhecimento é uma parte integrante e
funcional do ciclo de vida.

 O processo de envelhecimento depende da


capacidade de cada um para manter-se e
continuar os padrões de comportamento
anteriores
Teoria da continuidade
 O indivíduo quando envelhece tem a
possibilidade de manter todos os seus
hábitos da vida, preferências, experiências e
compromissos construídos durante toda a
sua vida.

 As pressões exercidas pelos acontecimentos


dos últimos anos de vida vão levando a
adoção de novos comportamentos que dão
continuidade à vida.

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