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O Processo do Desenvolvimento Humano: da gestação a

velhice

O desenvolvimento humano é marcado por constantes mudanças em suas áreas


biológicas, genéticas, sociais, ambientais e são influenciados por fatores tanto
internos como externos. A genética, a cultura, a sociedade e as relações interpessoais
ajudam a construir as singularidades de cada indivíduo. As mudanças de fase da vida
humana não está atrelada ao período cronológico, mas a uma multiplicidade de
fatores.
O crescimento humano é configurado pelo amadurecimento físico, cognitivo,
psicomotor, afetivo e linguístico. Isso assinala a complexidade do ser humano. Em
geral, as fases do desenvolvimento são divididas em gestação, infância, adolescência,
fase adulta e idoso, e as áreas do desenvolvimento são divididas em psicomotora,
cognitiva, comunicacional, socioafetiva e de personalidade. No entanto, por mais que
haja indicações de experiências vividas em cada fase, elas não são uma norma. Cada
cultura e sociedade viverá (ou não) distintamente os aspectos aqui apresentados.

Da Gestação à infância: primeiros passos da vida

Durante o processo gestacional, há o amadurecimento do feto, a formação dos órgãos


e o desenvolvimento neural.
A gestação atravessa a dimensão psíquica, criando o vínculo materno-fetal. Na
constituição social de mãe do bebê e estabelecimento de família.
Após o nascimento, o crescimento da criança pode ser dividido em fases.
Primeira infância(0 a 2 anos), segunda infância (de 2 a 6 anos) e terceira infância (de
6 a 12 anos). -Esses marcadores facilitam a compreensão do processo de maturação
física -

→ As primeiras semanas, o chamado período neonatal, são caracterizadas pela


dependência da mãe
→ Na primeira infância as habilidades motoras e os reflexos vão dando espaço a
ações voluntárias.
A aprendizagem se dá pelo condicionamento, que ocorre por meio das relações dos
cuidadores com o bebê. À medida que as habilidades sensoriais e motoras são
desenvolvidas, a personalidade da criança começa a ser construída.
Nos primeiros 18 meses o bebê desenvolve o senso de confiança nas pessoas e nos
objetos de seu mundo. Ele precisa desenvolver um equilíbrio entre confiança
(estabelecer laços) e desconfiança (proteger-se).
Segunda infância:
→ Há um fortalecimento musculoesquelético.
→ Desenvolvimento do Córtex cerebral (processamento de informação de nível mais
elevado, pensamento, raciocínio, memória, atenção, consciência)
→ As brincadeiras constituem a principal atividade dessa etapa da vida.
Na terceira infância, o crescimento físico é mais lento, é o momento de transição para
puberdade, nesse período a criança consegue lidar e resolver problemas reais e
articular pensamentos lógicos.

Adolescência: a construção

Esse período é qualitativamente diferente da fase adulta, é concebido como época de


transição. A adolescência se inicia na puberdade, o indivíduo não é mais infante
e sente-se iniciado na autonomia. Essa é a fase que atravessa grandes mudanças
físicas. O aumento e a produção de alguns hormônios contribuem para instabilidade
do humor característico desse período.
→ Os aspectos cognitivos passam por mudanças, o pensamento que antes era apenas
concreto agora pode contemplar o raciocínio abstrato, com capacidade de realizar
julgamentos morais, planejamentos de execução e memória.
→ As alterações físicas ocorridas geram sentimentos diversos, o corpo muda e com
isso é necessário o modo de lidar com ele.
→ As mudanças psicológicas que se produzem nesse período, levam a uma nova
relação com os pais e o com o mundo.
A adolescência consiste em uma época de construção da personalidade e da
identidade e de compreensão da orientação sexual.
Assim, é comum que haja crises identitárias nesse processo de construção.
A identidade se forma quando os jovens resolvem três questões importantes:
→ a escolha de uma ocupação;
→ a adoção de valores;
→ eu desenvolvimento de uma identidade sexual.

Fique atento !
Sexo, identidade de gênero e orientação sexual são coisas distintas:
Sexo se refere aos órgão sexuais
Identidade de gênero diz respeito ao modo como a pessoa se sente e percerbe
(cisgênero, transgênero, não binário)
Orientação sexual diz respeito à atração sexual/emocional que é direcionada ao
objeto/pessoa de desejo.

Os adolescentes tendem a se inserirem em grupos com os mesmos interesses, além


disso as experiências nos grupos possibilitam a experimentação da autonomia e da
independência.

Vida adulta e velhice


A vida adulta é marcada por especificidades, vamos conhecer cada etapa.
Essa fase do desenvolvimento humano é marcada pela maturação psicológica e a
vivência da identidade construída. O pensamento complexo e a inteligência
emocional também podem caracterizar essa fase da vida. A sociedade caracteriza
adultidade a partir da independência financeira, responsabilidade por suas ações e
tomadas de decisões importantes.
No que diz respeito à profissionalização e ao ingresso no mercado de trabalho, essas
áreas da vida têm demandado dos adultos mudanças nos investimentos formativos. A
busca por sucesso e adequação aos novos padrões sociais, tem favorecido os
adoecimentos físicos e psíquicos nessa etapa da vida. O modo de lidar com essas
particularidades é singular, e cada singularidade é construída em uma teia de relações
políticas.

Velhice: implicações biológicas e sociais

Tanto a vida adulta intermediária (meia-idade) quanto a tardia (velhice) compõem


fases da vida com novas alterações físicas, cognitivas e psicossociais. Com o avanço
das técnicas da medicina, tem se aumentado as perspectivas de vida. Em
contrapartida, esse mesmo cenário desvaloriza os não producentes e modernos. Logo,
um conflito se instaura entre a pessoa que envelhece e a sociedade do novo, do
descartável e do moderno. Mesmo atingindo o ponto profundo de maturidade, na
sociedade capitalista, essa maturidade não tem sido aproveitada pelo mercado de
trabalho, nesse período os adultos começam a se preparar para aposentadoria e saída
do mercado. A aposentadoria traz para o idoso o sentimento de inutilidade, podendo
acarretar o adoecimento psíquico.
As pesquisas sobre o envelhecimento biológico assinalam dois fatores: a
programação genética e as taxas variáveis.
→ As teorias de programação genética sustentam que o corpo da pessoa envelhece
de acordo com o relógio evolutivo normal inato dos genes. Uma dessas teorias diz
que o envelhecimento resulta da senescência programada: “desligamento”
→ Teorias de taxas variáveis algumas vezes chamadas de teorias dos erros,
consideram o envelhecer como resultado de processos randômicos que variam de
pessoa para pessoa e envolvem danos resultantes de erros aleatórios, ou agressões
ambientais, nos sistemas biológicos.
Essas perspectivas ressaltam a importância de se levar em consideração o
entrelaçamento biológico e as questões ambientais, bem como relações sociais,
econômicas e culturais que atravessam a constituição do ser humano. A proximidade
com a morte e a despedida da vida, alguns lidam com o aspecto da morte com
resiliência, outros, com mais sofrimento. As singularidades apresentam demandas
distintas para cada um.

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