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CURSO DE PSICOLOGIA

4º SEMESTRE – NOTURNO
DESENVOLVIMENTO HUMANO NA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E VELHICE
PROFª PRISCILA DRUMONT

PORTFÓLIO ACADÊMICO

Isavana Oliveira Brito

Vitória da Conquista/BA
Outubro/2018
CURSO DE PSICOLOGIA
4º SEMESTRE – NOTURNO
DESENVOLVIMENTO HUMANO NA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E VELHICE
PROFª PRISCILA DRUMONT

PORTFÓLIO ACADÊMICO

Isavana Oliveira Brito

Vitória da Conquista/BA
Outubro/2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 01
2. DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COGNITIVO NA ADOLESCÊNCIA......... 02
3. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NA ADOLESCÊNCIA..................... 05
4. O ADOLESCENTE NO SEU CONTEXTO FAMILIAR...................................... 07
5. USO E ABUSO DE SUBSTÂNCIA PSICOATIVAS NA ADOLESCÊNCIA..... 09
6. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA ADOLESCÊNCIA........................................ 11
7. CONCLUSÃO ............................................................................................................13
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1 INTRODUÇÃO

A adolescência é uma fase crítica do ser humano entre os 9 e os 20 anos, que ocorrem
algumas alterações no indivíduo querem a nível físico, quer a nível psicológico e a nível
social.

A nível psicológico, a adolescência é a uma fase em que o jovem tenta essencialmente


definir-se perante os outros, concebendo a sua própria identidade que por vezes pode ter
várias consequências quer para ele, quer para as pessoas em seu redor, outro aspecto é que o
adolescente começa a definir o rumo da sua vida, é quando começa a realizar decisões sobre a
sua vida, como o futuro que deseja. A nível social, o indivíduo mostra-se capaz a passar de
estado de dependência a um estado de independência não só a financeiramente, mas também
emocionalmente, o adolescente também começa a preocupar-se com a sua imagem, querendo
alterar por vezes a imagem que dava no passado. Por fim a nível físico é nesta fase que o
organismo sofre mais alterações.

Esta fase é a puberdade, onde irão ocorrer as grandes mudanças biológicas e


fisiológicas tanto no corpo da mulher como do homem.
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2 DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COGNITIVO NA ADOLESCÊNCIA

O desenvolvimento humano é um processo que vai desde o nascimento até a morte. A


cada momento na vida, todo ser humano está em um estado de evolução pessoal. Mudanças
físicas conduzem esse processo, visto que nossas habilidades cognitivas avançam e declinam
em resposta ao crescimento do cérebro na infância e seu funcionamento reduzido na terceira
idade.

Embora vários estudiosos definam o desenvolvimento físico de maneiras ligeiramente


diferentes, a maioria divide o processo em oito estágios: primeira infância; início, meados e
final da infância; adolescência; início da idade adulta; meia idade e terceira idade.
Recentemente, as pessoas têm vivido mais e alguns acrescentaram a "quarta idade" à lista. Em
cada estágio, ocorrem mudanças físicas específicas que afetam o desenvolvimento cognitivo
do indivíduo.

O desenvolvimento cognitivo se refere à aquisição da habilidade de raciocinar e


resolver problemas. A teoria principal do desenvolvimento cognitivo foi desenvolvida pelo
suíço Jean Piaget, um psicólogo do desenvolvimento. Piaget dividiu o desenvolvimento
cognitivo da infância em quatro estágios, que vão desde o nascimento até a adolescência.

Uma criança que passa com sucesso por esses estágios progride de simples respostas
sensório-motoras para a habilidade de classificar e criar uma série de objetos, e finalmente
raciocinar de forma hipotética e dedutiva, de acordo com o "The New Adicionar of Scientific
Biography" ("Novo Dicionário de Biografia Científica").

De acordo com Sprinthall (2008) fisicamente os adolescentes passam por mudanças


hormonais promovidas pelo hipotálamo, que estimulam os órgãos sexuais a produzir certos
hormônios. Em análogo a essa maturação sexual o desenvolvimento corporal vai se
efetuando, com o crescimento de membros inferiores e, posteriormente, os membros
superiores e troncos. Isto pode originar desequilíbrios proporcionais e desconforto físicos e
que, às vezes provocam embaraçados em certas situações sociais.

Após a puberdade ocorre o crescimento ponderal com o aumento da massa muscular


nos rapazes, e de tecido adiposo nos homens. Paralelamente, ocorrem alterações do sistema
digestivo e do índice metabólico, que trazem distúrbios alimentares e aumento do apetite.
Estas alterações da alimentação podem desencadear, devido à hipersensibilidade com o corpo,
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comportamentos como a anorexia, bulimia, irritabilidade, sentimentos de culpa, isolamento e


depressões.

Essa evolução física e sexual acelerada deve estar em sintonia com o ritmo do
desenvolvimento cognitivo, para que não desencadeie comportamentos desviantes em relação
às normas impostas pela sociedade.

As transformações a nível intelectual são de extrema importância durante a


adolescência, visto que, nessa fase, a inteligência toma a sua forma final com o pensamento
abstrato ou formal. Para Piaget (1949), ocorre entre os 11-12 anos e os 14-15 anos. Estas
modificações podem influenciar no entendimento das regras. Esse pensamento tido como
período das operações formais, vai ajustar o adolescente ao mundo real e ao seu quotidiano,
além disso, proporcionando a capacidade de formular grandiosas teorias e ideias.

Para Piaget as transformações emocionais que ocorrem na adolescência dependem das


transformações cognitivas e, uma das grandes transformações do estágio de desenvolvimento
operatório formal é o surgimento do pensamento hipotético-dedutivo, diferente do estágio
operatório concreto, em que a criança apenas raciocina sobre proposições que julgasse
verdadeiras, apoiando-se no concreto para isso.

Na fase da adolescência o ser humano torna-se capaz de raciocinar corretamente sobre


proposições em que não acredita, ou ainda não acredita, isto é, ou seja, pensa e reflete
hipoteticamente. Desta forma, adquire a capacidade de ultrapassar, pelo pensamento,
situações vividas e a projetar ideias para o futuro.

Na fase adolescente o ser humano desenvolve a capacidade para pensar sobre o seu
próprio pensamento e sobre o pensamento dos outros, chamada de metacognição (Sprinthall,
2008).

A autorreflexão permite um amplo alargamento da imaginação. Os adolescentes


podem tomar consciência da forma como conhecem para além daquilo que conhecem, outra
característica importante do pensamento adolescente é a tomada de consciência da variedade
de estratégias de aprendizagem que poderão ser utilizadas. Com isto as oportunidades de
autocorreção em nível de resolução de problemas são muito maiores. Os adolescentes têm a
capacidade de falar consigo próprios, processo este, por vezes, designado de diálogo interno, e
chegar a novas formas de compreensão sem estarem presos a experiências concretas.
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A metacognição traz a consciência sobre o fato das pessoas serem diferentes e terem
pensamentos diferentes sobre a mesma situação ou ideia, havendo uma variedade de pontos
de vistas, diferentemente, das crianças mais novas que tendem a pensar que todos nós
encaramos as situações da mesma forma que elas, esse comportamento passa a ser chamado
de egocêntrico, centrados na sua própria perspectiva.

Para um melhor desenvolvimento intelectual, as influências e os estímulos externos


são de grande importância por serem modelos para os adolescentes e constituírem uma
estimulação. Existem formas poderosas de estimular o pensamento abstrato. Para Sprinthall
(2004) são o visionamento de filmes ou vídeos e a participação em atividades artísticas, tais
como pintura, o drama, a dança e a música. Quanto mais ativo for o processo simbólico, tanto
maior o estímulo ao desenvolvimento cognitivo.
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3 DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NA ADOLESCÊNCIA

De acordo com Erikson, a moratória psicossocial, um período de adiamento que a


adolescência proporciona, permite aos jovens buscarem compromissos com os quais possam
ser fiéis. Esses compromissos da juventude podem moldar a vida de uma pessoa durante
muitos anos no futuro (PAPALIA, OLDS e FELDMAN, 2010, p. 438).

Erikson propõe uma concepção de desenvolvimento em oito estágios psicossociais,


perspectivados por sua vez em oito idades que decorrem desde o nascimento até à morte,
pertencendo às quatro primeiras ao período de bebê e de infância, e as três últimas aos anos
adultos e à velhice, cada estágio é atravessado por uma crise psicossocial entre uma vertente
positiva e uma negativa.

1. Confiança X Desconfiança (até um ano de idade)

Durante o primeiro ano de vida a criança é substancialmente dependente das pessoas que
cuidam dela, requerendo cuidado quanto à alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de
palavras e seus significados, bem como estimulação para perceber que existe um mundo em
movimento ao seu redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir
que tem segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo.

2. Autonomia X Vergonha e Dúvida (segundo e terceiro ano)

Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas e responder
por sua higiene pessoal, o que dá a ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar
novas coisas sem medo de errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá
vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao
estágio anterior, ou seja, a dependência.

3 Iniciativa X Culpa (quarto e quinto ano)

Durante este período a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis


desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud)
entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua curiosidade “sexual” e
intelectual, natural, for reprimida e castigada poderá desenvolver sentimento de culpa e
diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos.
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4. Construtividade X Inferioridade (dos 6 aos 11 anos)

Neste período a criança está sendo alfabetizada e frequentando a escola, o que propicia o
convívio com pessoas que não são seus familiares, o que exigirá maior sociabilização,
trabalho em conjunto, cooperatividade, e outras habilidades necessárias. Caso tenha
dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a inferioridade em vez da
construtividade.

5. Identidade X Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos)

O quinto estágio ganha contornos diferentes devido à crise psicossocial que nele acontece,
ou seja, Identidade Versus Confusão. Neste contexto o termo crise não possui uma acepção
dramática, por tratar-se de a algo pontual e localizado com pólos positivos e negativos.

6. Intimidade X Isolamento (jovem adulto)

Nesse momento o interesse, além de profissional, gravita em torno da construção de


relações profundas e duradouras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e
entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a tendência será o isolamento temporário ou
duradouro.

7. Produtividade X Estagnação (meia idade)

Pode aparecer uma dedicação à sociedade à sua volta e realização de valiosas


contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e material.

8. Integridade X Desesperança (velhice)

Se o envelhecimento ocorre com sentimento de produtividade e valorização do que foi


vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos
haverá integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e a
impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança.

Os anos da adolescência têm sido chamados de época da rebeldia adolescente.


Envolvendo tumulto emocional, conflito com a família, alienação da sociedade adulta,
comportamento impulsivo e rejeição aos valores adultos. Contudo, pesquisas escolares feitas
mundialmente com adolescentes sugerem que somente cerca de um entre cinco adolescentes
se enquadra nesse padrão (Offer & Schonert-Reichl, 1992, apud PAPALIA, OLDS e
FELDMAN, 2010, 453).
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4 O ADOLESCENTE NO SEU CONTEXTO FAMILIAR

A família, desde os tempos mais antigos, corresponde a um grupo social que exerce
marcada influência sobre a vida das pessoas, sendo encarada como um grupo com uma
organização complexa, inserido em um contexto social mais amplo com o qual mantém
constante interação (Biasoli-Alves, 2004). O grupo familiar tem um papel fundamental na
constituição dos indivíduos, sendo importante na determinação e na organização da
personalidade, além de influenciar significativamente no comportamento individual através
das ações e medidas educativas tomadas no âmbito familiar (Drummond & Drummond Filho,
1998). Pode-se dizer, assim, que esta instituição é responsável pelo processo de socialização
primária das crianças e dos adolescentes (Schenker & Minayo, 2003). Nesta perspectiva, a
família tem como finalidade estabelecer formas e limites para as relações estabelecidas entre
as gerações mais novas e mais velhas (Simionato-Tozo, 1998), propiciando a adaptação dos
indivíduos às exigências do conviver em sociedade.

Considerando-se os aspectos acima mencionados a respeito da importância da família para


o desenvolvimento, bem como a questão do ciclo de vida familiar, pode-se dizer que um
evento previsível que apresenta grande impacto na vida familiar é a adolescência, considerada
como uma crise importante no contexto familiar (Kalina, 1999; Tallón & cols., 1999).

Encarada como uma fase do ciclo de vida familiar, a adolescência apresenta tarefas
particulares, que envolvem todos os membros da família. Pode-se dizer, então que este
período se constitui como uma fase de transição do indivíduo, da infância para a idade adulta,
evoluindo de um estado de intensa dependência para uma condição de autonomia pessoal
(Silva & Mattos, 2004) e de uma condição de necessidade de controle externo para o
autocontrole (Biasoli-Alves, 2001), sendo marcado por mudanças evolutivas rápidas e
intensas nos sistemas biológicos, psicológicos e sociais (Marturano, Elias & Campos, 2004).

Os adultos têm um papel central neste processo, pois oferecem a base inicial aos mais
jovens, à bagagem de regras e normas essenciais para o social, bem como atuam como
modelos introjetadas, geralmente como ideais, cujas atitudes e comportamentos serão
transmitidos às gerações que os sucedem (Biasoli-Alves, 2001).

Nessa etapa do desenvolvimento, o indivíduo passa por momentos de desequilíbrios e


instabilidades extremas, sentindo-se muitas vezes inseguro, confuso, angustiado, injustiçado,
incompreendido por pais e professores, o que pode acarretar problemas para os
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relacionamentos do adolescente com as pessoas mais próximas do seu convívio social.


Entretanto, essa crise desencadeada pela vivência da adolescência é de fundamental
importância para o desenvolvimento psicológico dos indivíduos (Drummond & Drummond
Filho, 1998), o que faz dela uma crise normativa.

Além disso, é necessário ressaltar ainda que o processo de adolescência não afeta apenas
os indivíduos que estão passando por este período, mas também as pessoas que convivem
diretamente com os mesmos, principalmente a família. Isso porque a adolescência dos filhos
tem influência direta no funcionamento familiar, constituindo-se, portanto, como um processo
difícil e doloroso tanto para os adolescentes quanto para seus pais, uma vez que, como já foi
discutido anteriormente, a família não é constituída pela simples soma de seus membros, mas
um sistema formado pelo conjunto de relações interdependentes no qual a modificação de um
elemento induz a do restante, transformando todo o sistema, que passa de um estado para
outro.

Por esse motivo o diálogo nessa etapa do desenvolvimento assume um papel ainda mais
importante, apesar de muitas vezes os adolescentes buscarem se fechar em seu “mundo”
próprio. Devido a essa tendência à reclusão e a busca de refúgio na fantasia e no devaneio, o
diálogo com os membros da família, nessa etapa da vida, é essencial, pois é justamente nesse
período que eles mais necessitam da orientação e da compreensão dos pais, sendo que todo o
legado que a família transmitiu aos mesmos desde a infância continua sendo relevante
(Drummond & Drummond Filho, 1998). A falta de diálogo no ambiente familiar pode,
portanto, acarretar ou, em certos casos, acentuar algumas dificuldades, principalmente em
termos de relacionamento, podendo afetar até mesmo o bem-estar e a saúde psíquica dos
adolescentes.
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5 USO E ABUSO DE SUBSTÂNCIA PSICOATIVAS NA ADOLESCÊNCIA

O abuso de drogas vem sendo considerado como um dos maiores problemas de saúde
pública enfrentada por muitos países nos últimos anos. No Brasil a situação não é muito
diferente. Os transtornos por uso de substâncias entre jovens e adolescentes vem trazendo
grande preocupação e acarretando ainda um alto custo econômico; na medida em que os
adolescentes se tornam o grupo mais vulnerável a este consumo devido a fatores típicos da
adolescência (COSTA, 2013).

A elevada prevalência no consumo de substâncias psicoativas entre os adolescentes


constitui uma ameaça à sua saúde, bem-estar e qualidade de vida. Dentre os diversos danos
sociais relacionados ao consumo de drogas, destacam-se os acidentes de trânsito, os prejuízos
escolares e ocupacionais, assim como a violência, caracterizada pela ocorrência de brigas,
homicídios e a prática de atos ilícitos, que pode ser ocasionada pelo uso dessas substâncias.
Além de todos esses agravos, a droga pode ainda proporcionar alterações físicas e mentais,
em alguns casos alterações irreversíveis (ALMEIDA, 2011).

Segundo Brasil (2014) e a OMS (2004), as drogas atuam no cérebro afetando a atividade
mental, sendo, por essa razão, denominadas psicoativas. Basicamente, elas são de três tipos:

 Drogas que reduzem a atividade mental, também chamadas de depressoras. Afetam o


cérebro, fazendo com ele que funcione de forma mais lenta. Essas drogas diminuem a
atenção, a concentração, a tensão emocional e a capacidade intelectual. Exemplos:
ansiolíticos (tranquilizantes), álcool, inalantes (cola), narcóticos (morfina, heroína).

 Drogas que aumentam a atividade mental são chamadas de estimulantes. Afetam o


cérebro, fazendo com que ele funcione de forma mais acelerada. Exemplos: cafeína,
tabaco, anfetaminas, cocaína e crack. As anfetaminas, assim como os outros
estimulantes, costumam ser utilizadas para se obter um estado de euforia, para se
mantiver acordado por longos períodos de tempo ou para diminuir o apetite. Podem
ser utilizadas, ainda, como medicação para algumas doenças (déficit de atenção e
outras doenças neurológicas).

 Drogas que alteram a percepção são chamadas de substâncias alucinógenas (ou


perturbadoras), provocando alterações no funcionamento do Sistema Nervoso Central
(SNC), levando a alterações da percepção e dos sentimentos. Exemplos: LSD, ecstasy,
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maconha e outras substâncias derivadas de plantas ou cogumelos (ayahuasca,


ibogaína, sálvia, mescalina, psilocibina, por exemplo).

O envolvimento da família nesse processo de transformação ajuda a minimizar as


possíveis condutas de risco do adolescente. A família é considerada um dos elos mais fortes
do adolescente que pode levar ao uso abusivo de álcool e drogas, como também atuar como
importante fator de proteção ao uso dessas substâncias. Estudos recentes mostram que as
famílias são referências para as crianças, adolescentes e jovens, e práticas parentais como o
consumo do álcool e tabaco influenciam os comportamentos dos filhos. Assim, a família pode
exercer influências de proteção ou risco para os jovens (MALTA et al., 2011; PAIVA e
RONZANI, 2011).

Muitos pesquisadores, na atualidade, estão preocupados em conhecer e compreender quais


são os fatores de risco que levam o indivíduo a se envolver com o uso de substâncias
psicoativas e os fatores de proteção que podem exercer uma atuação positiva evitando o
envolvimento dos adolescentes com o uso de drogas. Os fatores de risco e de proteção em
relação ao uso de drogas estão relacionados a seis domínios da vida (o individual, o familiar,
o escolar, o midiático, os amigos e a comunidade de convivência) que apresentam relações
entre si, sendo que cada pesquisa na área enfatiza determinadas variáveis (por exemplo, sexo,
idade, nível socioeconômico, desempenho escolar, trabalho, uso de drogas na família, entre
outros).

Entre os fatores de risco e os de proteção, um grupo específico chama a atenção na


atualidade: os fatores familiares. Estudos realizados com adolescentes que consomem drogas
têm demonstrado que diversos aspectos do universo familiar podem atuar como fatores de
risco, enquanto existem aspectos deste mesmo contexto que podem funcionar como fatores
preventivos. No caso do domínio familiar, aspectos como fortes vínculos familiares, o
estabelecimento de regras e limites claros e coerentes, o monitoramento e a supervisão, o
apoio e a comunicação são considerados como fatores que protegem o adolescente do uso de
drogas. Em função deste quadro, nas últimas décadas foram desenvolvidos vários estudos
procurando compreender a estrutura, a dinâmica e a influência da família no fenômeno da
farmacodependência, embora falar do papel da família, no que diz respeito a comportamentos
preventivos e de risco em relação ao consumo de drogas pelos adolescentes, seja algo
complexo.
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6 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA ADOLESCÊNCIA

A avaliação psicológica é uma ferramenta indispensável ao psicólogo, pois he permite o


acesso à personalidade e ao funcionamento cognitivo da pessoa avaliada. A compreensão das
dificuldades e dos recursos é ponto de partida para uma melhor abordagem psicoterapêutica,
psicopedagógica ou outra visando o crescimento de dimensões emocionais, sócio-afectivas
e/ou cognitivas.

A Entrevista de Avaliação e Diagnóstico visa à compreensão aprofundada do que se está a


passar com o paciente. A 1ª entrevista (consulta) é habitualmente uma entrevista de avaliação
e diagnóstico feita com os pais, e Só depois de termos ouvido atentamente a história de vida,
as suas queixas e os seus pedidos é que podemos decidir qual os instrumentos que deveremos
utilizar para avaliarmos psicologicamente o paciente.

A Avaliação Psicológica utiliza-se de um conjunto de instrumentos psicométricos que nos


permite aferir acerca das competências cognitivas, personalidade, funcionamento mental do
paciente.

No fim das entrevistas de avaliação, o psicólogo estará apto a fornecer um diagnóstico


dos problemas /dificuldades a nível psíquico existentes ou a assegurar que não se justifica
intervenção Psicoterapêutica devida à inexistência dos mesmos.

A adolescência é uma fase da vida particularmente difícil, na fase inicial da adolescência,


o jovem tem de lidar com a passagem da infância para a adolescência propriamente dita, na
fase final da adolescência, o jovem tem de lidar com a saída da adolescência e a entrada no
mundo adulto, na fase intermédia há inúmeras situações de grande tensão e conflito psíquico,
porque o adolescente tem que aprender a lidar com um corpo e uma personalidade em
permanente e rápida mudança.

Muitas vezes os adolescentes não apresentam uma verdadeira psicopatologia ou um


quadro clínico bem definido, o adolescente tem de enfrentar no seu dia-a-dia muitas
exigências no que respeita à relação consigo próprio, com o corpo, com os amigos e com a
sua família, estas exigências funcionam como pressões e fazem com que ele viva sentimentos
e emoções extraordinariamente fortes e potencialmente desorganizadoras.

Algumas das dificuldades que podem ser sentidas pelos adolescentes e devem ser alvo de
atenção de um psicólogo, podem ser: problemas relacionados com o desempenho escolar,
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com o corpo e a imagem corporal, com a alimentação, com a formação da identidade, com a
sexualidade, de comportamento e agressividade, na vida familiar, depressivos e ansiosos, com
a integração num grupo de amigos.

Se a dificuldade do adolescente foi em primeiro lugar detectada por um dos pais ou


alguém da sua família, deve-se inicialmente marcar uma consulta de Aconselhamento
Individual ou familiar (com a presença de mais do que um membro da família) onde poderá
expor toda a situação e todas as suas dúvidas a um psicólogo clínico.

O psicólogo, com base nas informações fornecidas, irá tentar compreender a situação que
lhe foi apresentada e, conjuntamente com o jovem, irá conceber uma estratégia para fazer face
ao problema colocado.

Se não existirem dúvidas em relação à presença de uma dificuldade psíquica e o


adolescente estiver predisposto a ir a uma consulta de psicologia para perceber o que se passa
com ele, então o próprio adolescente deverá marcar uma entrevista inicial. Se o adolescente
tiver menos de 16 anos é importante que vá à primeira consulta acompanhado dos pais ou de
um adulto da família. Após esta etapa o psicólogo irá definir com o adolescente e a sua
família a melhor forma de ajudá-lo.

Nos adolescentes a psicoterapia facilita a reflexão sobre o processo de mudança físico-


emocional que enfrentam. Ajuda no autoconhecimento, na gestão dos conflitos, permitindo
que tome decisões pessoais e profissionais de forma mais consciente e adulta.

As psicoterapias individuais - Psicoterapia de Apoio e Psicoterapia Psicanalítica


Individual - são de grande utilidade na resolução da maioria dos problemas apresentados na
adolescência.
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7 CONCLUSÃO

A adolescência tem sido alvo de numerosos estudos. A revisão da literatura que


empreendemos demonstrou que há evidências consistentes de que a família nos dias de hoje
ainda exerce um papel importante no desenvolvimento de seus membros, principalmente no
período da adolescência. Considerando-se as mudanças ocorridas na organização social e na
estrutura e funcionamento das famílias nos últimos tempos, bem como o papel crucial que a
instituição familiar continua exercendo no processo de desenvolvimento dos indivíduos, os
estudos revisados convergem no sentido de acumular evidências de que essas transformações
estão na base de diversos problemas psicológicos contemporâneos.

Os resultados acumulados até o presente sugerem a necessidade de novas


investigações, que busquem compreender melhor o papel das relações familiares no processo
adolescente, principalmente no que se refere à exploração de temas complexos, como
sexualidade e consumo de drogas. Assim, pode-se dizer que, apesar das transformações
significativas vivenciadas pela família nas últimas décadas do século XX e início do XXI, o
homem continua depositando nessa instituição a base de sua segurança e bem-estar, o que por
si só é um indicador da valorização da família como contexto de desenvolvimento humano.

Por essas razões, torna-se imperativo investir em programas de orientação para pais
com a finalidade de instrumentalizá-los para poderem lidar de forma mais adequada com seus
filhos adolescentes, auxiliando-os a fornecer orientações mais precisas que sirvam de
referência para os adolescentes frente a situações que necessitem de reflexão e tomada de
decisões. Assim, os pais podem reduzir suas angústias frente à adolescência dos filhos e estes,
por sua vez, podem ver os pais como um suporte emocional singular ao qual podem recorrer
diante das dificuldades de ajustamento que enfrentam.

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