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Índice

Introdução.........................................................................................................................................1

1. O Desenvolvimento na Adolescência...........................................................................................2

1.1. Principais Características da Adolescência...............................................................................2

1.2. Principais mudanças nos rapazes...............................................................................................2

1.3. Principais mudanças nas raparigas............................................................................................2

1.3. O Desenvolvimento Emocional na Adolescência.....................................................................3

2. O Desenvolvimento na Idade Adulta...........................................................................................3

2.1. Principais Características da Idade Adulta................................................................................3

3. O Desenvolvimento Cognitivo.....................................................................................................3

3.1. A teoria de desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget.............................................................3

3.1. Teoria de desenvolvimento Cognitivo de Jerome Bruner.........................................................6

4. O Desenvolvimento da Linguagem..............................................................................................6

4.1. As teorias de desenvolvimento da linguagem...........................................................................6

4.2. Teoria de desenvolvimento da linguagem de Skinner...............................................................7

4.3. A teoria de desenvolvimento de linguagem de Piaget...............................................................7

5. O Desenvolvimento Afectivo-Emocional....................................................................................8

6. O Desenvolvimento Moral...........................................................................................................8

6.1. O Desenvolvimento Moral na perspectiva de Jean Piaget........................................................8

6.2. Desenvolvimento Moral na perspectiva de Kohlberg...............................................................9

7. Diferenças Individuais................................................................................................................10

7.1. Aspectos biológicos.................................................................................................................10

7.2. Aspectos culturais....................................................................................................................11

7.3. Aspectos Sociais......................................................................................................................11

8. Memória.....................................................................................................................................11
8.1. A memória e sua natureza.......................................................................................................11

8.2. Processos da Memória.............................................................................................................12

9. A Motivação...............................................................................................................................13

10. A Socialização..........................................................................................................................13

11. Semelhança e diferenças existentes entre Piaget e Kolberg no Desenvolvimento Moral........13

11.1. Semelhança............................................................................................................................13

11.2. Diferenças..............................................................................................................................14

12. Conclusão.................................................................................................................................15

13. Referencias Bibliográficas........................................................................................................16


Introdução

O presente trabalho tem como tema ‟ Resumo das unidades 12 a 24ˮ da cadeira de Psicologia de
Desenvolvimento. Desta vou abordar conteúdos sobre, o desenvolvimento na adolescência, o
desenvolvimento na idade adulta, o desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento da
linguagem, o desenvolvimento afectivo-emocional, o desenvolvimento moral, diferenças
individuais, memória, motivação e socialização.

Entretanto, para a realização do trabalho foi preciso o uso de método de pesquisa bibliográfica,
que de certa contribui para a pesquisa dos conteúdos relacionado ao tema em estudo.

Objectivos

Objectivo Geral:

 Compreender a Psicologia de Desenvolvimento Moral e Cognitivo.

Objectivos específicos:

 Conceitualizar o Desenvolvimento, em aspectos moral e cognitivo segundo alguns


autores;
 Mencionar as principais mudanças e características do desenvolvimento;
 Descrever a semelhança existente entre o desenvolvimento moral de Piaget e Kolberg.

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1. O Desenvolvimento na Adolescência

1.1. Principais Características da Adolescência

A adolescência estende-se dos 12 aos 17 anos, 21 anos, pode se confundir com a juventude, essa
é uma discussão muito renhida entre os desenvolvimentistas e é caracterizada pela busca da
consolidação da identidade. Mwamwenda (2004), caracteriza a adolescência como um período,
fascinante, interessante e desafiante do crescimento e desenvolvimento humano. É um período de
grandes mudanças físicas, sócias, emocionais, fisiológicas e psicológica.

No âmbito geral, dos 12 aos 18 anos as raparigas experimentam mudanças e crescimento rápido
dois anos à frente dos rapazes e elas ficam mais altas e com maior peso. Em ambos os sexos
acontece à maturidade sexual e a capacidade de reprodução. Há um crescimento acelerado e
mudanças precipitadas nas secreções das hormonas da glândula pituitária, localizada na base do
cérebro.

1.2. Principais mudanças nos rapazes

Nos rapazes aumento o tamanho e força dos músculos e dos troncos. Verifica-se, também o
crescimento rápido dos testículos, dos pêlos púbicos e do pénis, o que permite a ereção, podendo
ser causada por estímulos eróticos e fantasias, pressão provocada sobre as roupas, etc. tal ereção
pode gerar a ejaculação, podendo o rapaz engravidar uma rapariga. A ejaculação é seguida pelo
crescimento dos pêlos nas axilas, pêlos na face (barba) e a mudança de voz.

1.3. Principais mudanças nas raparigas

Normalmente as raparigas nascem com um sistema nervoso e esqueleto mais maduro que os
rapazes. No início da adolescência desenvolvem-se as glândulas mamarias e os pêlos púbicos. O
útero, a vagina e o peito aumentam de tamanho em preparação para a função de mãe. Os lábios
da vagina e o clitóris se alargam o que culmina com a primeira menstruação da jovem. A
mensturação é sinal de maturidade sexual, visto que a jovem pode engravidar caso mantenha
relações sexuais sem proteção com o sexo oposto. As ancas e a pélvis tornam-se mais largas, os
odores corporais tornam-se mais intensos. O tom da voz torna-se mais aguda.

Portanto, em ambos os sexos, muitas vezes os adolescentes não aceitam as mudanças que
experimentam. Uns ficam insatisfeitos com a aparência física, isso depende da relação
estabelecida pelos pais, que tanto contribuem na formação do autoconceito (auto percepção)
concorrendo na formação da sua identidade.

1.3. O Desenvolvimento Emocional na Adolescência

Os adolescentes experimentam emoções de agressividade, de medo, ansiedade ou preocupação.


Com o crescimento eles aprendem a controlar essas emoções. Porque estão em processo de
maturação sexual são capazes de se apaixonar por pessoas de sexo oposto, envolverem-se em
actividades que lhes dá prazer.

2. O Desenvolvimento na Idade Adulta

2.1. Principais Características da Idade Adulta

A idade adulta começa normalmente quanto termina a adolescência, entre 18 a 21 anos. E o


adulto é uma pessoa que aceita e se implica em responsabilidades que lhe são atribuídas (a ele ou
ela) e que está numa posição de tomar decisões sociais viáveis, ainda que seja capaz de integrar e
manter uma personalidade estável.

No início da idade adulta, os músculos do homem continuam a aumentar, facto que não acontece
com as mulheres. Há uma tendência de aumento de peso e fisicamente, estes se tornam mais
fortes. É o início na independência econômica, de responsabilidades, estabelecimento de relações
íntimas com o sexo oposto, ocorrência de casamento e formação de uma família.

Davidoff (2001) resume que os adultos são motivados a partenidade/maternidade por nove
valores:

 Validação do status de adulto e da identidade social;


 Expansão do eu;
 Realização dos valores morais;
 Criação de novos laços;
 Estimulação agradável;
 Realização, competência, criatividade;
 Poder e influência;
 Comparação e competição social;
 Utilidade econômica.
3. O Desenvolvimento Cognitivo

3.1. A teoria de desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget

O psicólogo suíço Jean Piaget parte do pressuposto de que os seres humanos nascem com
necessidade de se adaptarem ao meio ambiente. A adaptação “ocorre naturalmente à medida que
os organismos interagem com o ambiente. Este processo expande automaticamente as
capacidades mentais”. Por seu turno, o processo de adaptação é composto de dois processos
complementares: assimilação e acomodação (Davidoff, 2001).

Assimilação: A assimilação é a tentativa do sujeito em solucionar uma determinada situação,


utilizando uma estrutura mental já formada, isto é, a nova situação, ou o novo elemento é
incorporado e assimilado a um sistema já pronto. Pode-se então entender que a assimilação é o
momento em que a criança actualiza um aspecto no seu repertório comportamental ou mental.

Acomodação: Piaget denomina de acomodação a criação de novas estratégias ou sua


modificação ou combinação de antigas para lidar com algum desafio. Os processos de
assimilação e acomodação são complementares e estão presentes ao longo de toda vida do
indivíduo, “por mais que um professor procure ater-se ao mesmo conteúdo e à mesma
metodologia (assimilação), algumas modificações serão introduzidas, em função da reação dos
alunos (acomodação) ”. E isso faz com que o processo de adaptação seja dinâmico.

Os primeiros esquemas nas crianças são compostos por reflexos simples, posteriormente se
transformam em planos, regras, construções mentais e pressupostos. Isso acontece através dos
processos de assimilação e acomodação, que possibilitam à criança a lidar com novos desafios de
forma mais lúcida e eficaz. A teoria de Piaget busca dar uma explicação compreensiva do mundo
da criança como esta compreende e interpreta.

Para isso, Piaget identifica quatro estágios do desenvolvimento cognitivo, designadamente:

a) O estágio sensório-motor;
b) O estágio pré-operatório;
c) O estágio operatório ou das operações concretas;
d) O estágio das operações formas. Para melhor compreensão esses estágios serão descritos
separada e detalhadamente.
 Estágio Sensório-Motor (0-24 meses)

Nesse período, os bebés entendem suas experiências pela visão, tato, paladar, olfato e
manipulação (sistema sensorial e motor). Eles aprendem que as visões e os sons, assim como os
toques, gostos, cheiros e outras impressões estão relacionadas sobre o mesmo objecto. A criança
não consegue diferenciar o eu do mundo exterior e tem uma visão egocêntrica da realidade. Ela
centra-se na sua própria actividade. O bebé busca o autoconhecimento, explorar o seu corpo,
conhecer os seus vários componentes, sentir emoções, através disso, ela estará formando uma
noção do seu eu “de se distinguir como objecto dos demais objectos existentes no exterior e de se
colocar em relação a eles.

 Estágio pré-operatório (2-7 anos)

Neste período as crianças guiam-se pelas percepções da realidade. Consegue resolver problemas
pela manipulação de objectos concretos, apesar das dificuldades com as versões abstractas na
resolução de problemas. Em seu pensamento mistura a realidade com a fantasia. Nesta fase da
vida a criança é egocêntrica. Ela confunde-se com objectos e pessoas, atribuindo a eles seus
próprios sentimento e pensamentos. O egocentrismo manifesta-se, também, na linguagem, pois é
comum neste estágio as crianças fazerem monólogos (falar sozinha) e as crianças não se
importam que alguém as ouça.

 Estágio das Operações Concretas (7-11 anos)

Este período corresponde a idade do início da escolarização da criança e caracteriza-se pelo


desenvolvimento na criança da capacidade de usar a lógica e, consequentemente, diminui o uso
de informações sensoriais para entender a realidade. No período das operações concretas as
crianças usam o raciocínio na resolução de problemas e são capazes de categorizar e classificar
objectos.

 Estágio das Operações Formais (12 em diante)

Neste período as crianças desenvolvem a capacidade de entender a lógica abstracta, antecipam,


planificam e analisam. Rappaport enfatiza que com isso ela é capaz de “criticar os sistemas
sociais e propor novos códigos de conduta; discute os valores morais de seus pais e constrói os
seus próprios”, ou seja adquire autonomia.
3.1. Teoria de desenvolvimento Cognitivo de Jerome Bruner

A teoria de Bruner realça o papel da linguagem no desenvolvimento cognitivo. De acordo com o


autor a criança passa por três estágios de desenvolvimento cognitivo: modo de pensamento
activo, icônico e simbólico.

Modo activo: caracteriza-se pela acção que se reflecte no acto de tocar, saborear, mexer e
agarrar, ou seja, a criança reproduz cada experiência de forma psicomotora. A criança percebe o
objecto em termos do que faz com ele, e o seu pensamento é baseado no que o objecto faz, existe
uma forte conceptualização baseada na representação.

Modo Icónico: objectos e experiências continuam a existir, mesmo com a sua ausência, pois
fazem parte da experiência internalizada. A partir de imagens e desenhos a criança representa a
realidade. O pensamento icônico pode ser desenvolvido na escola a partir de vídeos, televisão e
simulações.

Modo simbólico: a criança representa a realidade com base em símbolos, idéias, pensamentos e
conhecimentos. Estas capacidades são desenvolvidas a partir da linguagem “que serve como
veiculo para a expressão dos seus pensamentos”. Neste momento a criança é capaz de construir
hipóteses, usar metáforas e resolver problemas de raciocínio lógico.

4. O Desenvolvimento da Linguagem

4.1. As teorias de desenvolvimento da linguagem

Em termos gerais, os estágios de desenvolvimento da linguagem, segundo Mwamwenda (2004)


são: arrulhar, balbuciar, enunciar uma palavra, enunciar duas palavras, construir frase e expandir
o vocabulário. Porém, a primeira forma de linguagem adquirida pela criança é o choro, a
gesticulação e o balbuciar. Normalmente, a criança aprende a linguagem por imitação (no que se
refere a língua materna), neste momento ela associa o objecto ou a situação com o som.

Aos doze meses a criança é capaz de dizer palavras simples, como papá e mamá. No início a
primeira habilidade é o pronunciamento de nomes, depois segue a das acções, os verbos
associados aos nomes, comer e beber, por exemplo, associado os nomes comida e água.

Normalmente por volta dos dois anos o vocabulário da criança terá evoluído complexa e
rapidamente, ela começa a produzir frases com palavras essenciais. Aos quatro anos já é capaz de
produzir frases com mais de quatro palavras. Esse processo todo pode ser entendido a luz de
estudos realizados por alguns teóricos e neste caso, dar-se-á ênfase a explicação de Noam
Chomsky, Skinner e Piaget.

4.2. Teoria de desenvolvimento da linguagem de Skinner

Benjamin Frederic Skinner considera que a linguagem é adquirida através do condicionamento


operante, assim como qualquer outro comportamento. E ele define o comportamento verbal
“como o comportamento reforçado pela mediação de outras pessoas” (Rappaport, 1981).

Sua proposta pressupõe que a linguagem é aprendida no discurso do desenvolvimento através de


associações, estímulo-resposta (S-R), imitação, prática e reforço. Para uma criança aprender a
palavra “caderno”, seria necessário mostrar-lhe o caderno, dizer-lhe caderno e pedir que ela repita
caderno.

Isso significa que a função comunicativa ocorre com a presença do emissor, receptor e da
interação social. E a aprendizagem seria desenvolvida a partir da imitação do comportamento
verbal de pessoas adultas. No caso, o desenvolvimento da linguagem na criança está aliado ao
reforço que advém da comunidade, que considera essa linguagem adequada ou não ao convívio
social. Assim, a criança aprende a discriminar quais as palavras mais reforçadas pelas pessoas
que a circundam.

Se as crianças vivem em condições ambientais distintos ou que significa dizer que estão sujeitas a
práticas de reforços diferentes, como se explica que o desenvolvimento da linguagem siga
padrões universais em diferentes grupos socioculturais? Essa é talvez a pergunta que a teoria de
Skinner precisaria explicar, pois todas as diferenças parecem não ter efeito marcante no processo
de aquisição da linguagem.

4.3. A teoria de desenvolvimento de linguagem de Piaget

A linguagem seria a substituição ou a representação dos objectos e eventos por símbolos mentais.
E isso acontece a partir da imitação. Normalmente, os sons são associados a acções e a aquisição
da linguagem se processa através da imitação desses sons.

Piaget distingue duas categorias de linguagem: linguagem egocêntrica e linguagem socializada.


Segundo Piaget as subclasses da linguagem socializada seriam: informação adaptada, na qual
duas crianças podem falar sobre o mesmo assunto; críticas, a criança deprecia ou afirma sua
superioridade, por exemplo, “meu boneco é mais bonito que o seu”, o que muitas vezes provoca
brigas entre elas; ordens; questões e respostas. Na análise de Piaget o conceito principal no que se
refere a aquisição da linguagem é o egocentrismo e esta é também uma das principais
características da criança na idade pré-escolar.

5. O Desenvolvimento Afectivo-Emocional

A descoberta do inconsciente, que tira ao ser humano o domínio sobre sua própria vontade teve
um tremendo impacto na humanidade. Segundo o modelo psicanalítico são três os constructos da
estruturação da personalidade:

a) O id – É o reservatório de energia do indivíduo. É construído pelo conjunto dos impulsos


instintivos inatos, que motivam as relações do indivíduo com o mundo” (RAPPAPORT, 1981).
Desde o nascimento, o organismo é uma fonte de energia, que busca no mundo a satisfação do
que necessita para o seu desenvolvimento. O que pode explicar melhor o mecanismo do id é o
conceito de instinto.

b) O ego - Serve de intermediário entre o desejo e a realidade. O ego se estrutura como uma nova
etapa de adaptação evolutiva do sujeito, é corporal, ou seja, biológico. Com o ego começam a ser
estabelecidas as correlações entre o desejo e a realidade.

c) O superego - É “responsável pela estruturação interna dos valores morais, ou seja, pela
internalização das normas referentes ao que é moralmente proibido e o que é valorizado e deve
ser activamente buscado”.

6. O Desenvolvimento Moral

6.1. O Desenvolvimento Moral na perspectiva de Jean Piaget

Piaget considera que as transgressões, desobediências, as teimosias ou mesmo os cinismos das


crianças devem ser analisados a luz do nível do seu desenvolvimento mental. Piaget estuda o
desenvolvimento da moral da criança a partir do seu envolvimento no jogo (de berlindes), onde
observou como as regras eram interpretadas com a variação da idade da criança. Para Piaget a
moral nada mais é do que a tendência a aceitar e seguir um sistema de regras que regulam o
comportamento interpessoal. E a criança desenvolve essas regras com o aumento da idade, ou
seja, a prática de seguir regras passa por diversos estágios.

a) Estágio egocêntrico (4 a 7 anos): durante o jogo a criança é incapaz de levar em


consideração o ponto de vista do outro (tal como acontece na linguagem). As crianças
jogam juntas, mas cada uma age a partir de suas próprias regras. É um jogo individual.

b) Estágio de cooperação incipiente (7 aos 10 anos): a cooperação não entendida no


sentido de ajuda mútua, mas no carácter social do jogo, a partir de regras básicas
comungadas pelos jogadores. É a fase da competição, o objectivo é ganhar. Surgem
conflitos porque o domínio das regras não está consolidado.

c) Estágio da cooperação genuína (11-12 anos): A criança tem completo domínio das
regras e é capaz de discutir a legitimidade das mesmas.

Para concluir a visão de Piaget, de acordo com Sisto e Martinelli (2008), distinguem três tipos
de moralidade:

a) Anomia: Esta fase, por vezes omissa em certos autores, não se pode falar de moralidade,
a criança vive no meio sem seguir as regras ou normas de conduta, é a fase dos bebés recém-
nascidos.

b) Heteronomia: Nesta etapa já se pode falar de cumprimento das regras de conduta, porém
as crianças não as seguem porque as reconhecem, mas por medo de represárias ou punições
dos pais ou dos adultos a sua volta. Trata-se de normas impostas.

c) Autonomia: Aqui, diferentemente da imposição sofrida na fase anterior, a criança


reconhece a necessidade de cumprimento das regras e autofiscaliza-se. Como o nome sugere,
é a fase de desenvolvimento da autonomia, ela cumpre as obrigações não pelo medo de
sanções para pela compreensão do bem e do mal que pode causar a acção.

6.2. Desenvolvimento Moral na perspectiva de Kohlberg

Este autor propõe três níveis de moralidade: pré-convencional, convencional e pós-convencional,


dentro destes níveis podem ser verificados alguns estágios.
a) Nível pré-convencional: é típica nas crianças entre 4 a 10 anos de idade em que as
crianças tomam decisões egocêntricas e interesses pessoais.

Estágio I: Orientação para o castigo e a obediência – as crianças avaliam as boas e as más acções
a partir das recompensas e os castigos.

Estágio II: Orientação Instrumental – a criança determina o certo por aquilo que lhe dá
felicidade.

b) Nível convencional: a moral é centrada no social, os interesses dos outros também são
levados em conta na hora de tomada de decisão. Necessidade e desejo de corresponder às
normas sociais.

Estágio III: Orientação para o bom menino ou boa menina – e as crianças evitam, assim,
comportamentos inaceitáveis.

Estágio IV: Orientação para a ordem e a lei – a criança entende que sua aceitação na sociedade
está condicionada a obediência da lei.

c) Nível pós-convencional: a criança é autônoma nos seus julgamentos e não se prende ao


seu ego nem a sociedade na tomada de suas decisões.

Estágio V: Orientação para o contrato social – a criança vê a sociedade como fonte da lei, vale a
protecção dos direitos individuais.

Estágio VI: orientação para os princípios éticos universais – que seria o grau mais elevado do
desenvolvimento moral do indivíduo, o que vale é a vida humano e ela tem primazia sobre todas
as coisas.

7. Diferenças Individuais

7.1. Aspectos biológicos

Fazem parte as informações genéticas que cada um recebe de seus progenitores. Essas
informações são particulares e distinguem o indivíduo; A anatomia e fisiologia do cérebro, apesar
de apresentarem caracteres e funções semelhantes, possuem diferenças que podem acentuar
aprendizagens, lembranças e experiências significativas. Essa heterogeneidade de caracteres
depende também da qualidade e quantidade de informações veiculadas pela sociedade em que o
indivíduo vive. Essas diferenças podem se manifestar no desenvolvimento físico (altura,
aparência, peso e gênero).
7.2. Aspectos culturais

Diz-se que o Ser Humano é também fruto da Cultura. Saberes, valores, hábitos sociais e práticas
cotidianas distinguem as pessoas de um grupo com outro. E isso influi no modo de viver, de se
vestir, de se alimentar, etc., em suma, modo de conceber a vida e de apreciar valores. As
diferenças nos padrões culturais traduzem-se em divergências nas relações sociais e na
organização da vida.

7.3. Aspectos Sociais

A sociedade em que cada indivíduo vive também é capaz de propiciar a formação de uma pessoa
diferente. Pois, as pessoas não têm a mesma família, não frequentam a mesma escola e vivem
problemas diferentes o que os individualiza.

Em si, as diferenças individuais dentro de uma sociedade têm suas vantagens. Elas são factores
de novas aprendizagens, pelo convívio com pessoas de grupos socioculturais diferentes; são
factor de abertura e tolerância; factor de desenvolvimento intelectual e factor de progressão
cultural.

8. Memória

8.1. A memória e sua natureza

O facto é que se os indivíduos não tivessem memória teriam dificuldades de percepção. Muitas
vezes a capacidade de resolver problemas depende da capacidade de reter cadeias de idéias. Na
memória, são os processos e estruturas envolvidos no armazenamento e recuperação de
experiências. Por isso mesmo, a aprendizagem e a memória não podem ser separadas uma da
outra.

Mwamwenda (2004) garante que a memória é tão importante na vida humana e para a sua
sobrevivência, sem ela as pessoas teriam dificuldades em ir para diferentes lugares, de progredir
na escola, de recordar nomes, amigos e seus feitos. Normalmente, a memória alimenta-se dos
estímulos captados pelos sentidos: a visão, o tacto, o olfacto e o paladar, que seria o registo
sensorial.
8.2. Processos da Memória

São três procedimentos da memória, segundo Davidoff (2001):

 Codificação ou aquisição;
 Armazenamento;
 Recuperação.

Na mesma classificação Davidoff (2004) distingue três tipos nas estruturas da memória:
sensorial, de curto prazo e de longo prazo.

a) Memória sensorial

É a informação que chega aos órgãos dos sentidos é retida momentaneamente por um sistema de
armazenamento, e este sistema denomina-se de memória sensorial. Seus conteúdos são iguais a
imagens persistentes, que desaparecem em pouco tempo, caso não sejam transferidos a estrutura
posterior de memória.

b) Memória de curto prazo

É considerada como o centro da consciência. A memória de curto prazo tem uma capacidade
limitada para guardar a informação por um período longo de tempo. Informações significativas
são encaminhadas para a memória de curto prazo, as outras são descartadas do sistema de
armazenamento.

c) Memória de longo prazo

O armazenamento da informação por um período de tempo mais longo requer um processamento


profundo “as pessoas prestam muita atenção, pensam nos significados ou reúnem dos itens
relacionados e já armazenados. Portanto, Mwamwenda (2004) destaca seis factores na facilitação
da memória a saber:

 Reconhecimento;
 Ensaio;
 Organização;
 Significado;
 Actividade;
 Atenção.

9. A Motivação

A motivação é um conceito utilizado para explicar o modo como a pessoa ou o organismo se


comporta. É a energia ou a força interior, um desejo ou um impulso que leva os indivíduos a
envolverem-se em certos comportamentos. Trata-se de uma energia que orienta, dirige, controla e
mantém o comportamento do indivíduo para o alcance dos objectivos propostos.

A motivação pode ser social, quando os impulsos são influenciados pela cultura. Entre estes se
podem destacar a satisfação das necessidades de afiliação e de realização. Desde o início da sua
vida o indivíduo demonstra a motivação social, principalmente para desenvolver a linguagem.
Em termos sociais a motivação e dependente da aprovação da família, dos pais.

10. A Socialização

A socialização implica processo de aprendizagem na escola e na comunidade. Nestas, a criança


adquire comportamentos, atitudes, valores etc., que seriam importantes e adequados para a
cultura em que vive.

Na aprendizagem social estão envolvidos os processos de observação e imitação. Nalguns


momentos, algumas pessoas servem de modelos com maior destaque nos pais e professores e
tendem a ser imitados pelos outros aos quais elas se identificam (processo denominado de
modelagem). Essa modelagem pode ser positiva ou negativa. No âmbito social podem ser
destacados os seguintes agentes: A família, os amigos e os meios de Comunicação Social.

11. Semelhança e diferenças existentes entre Piaget e Kolberg no Desenvolvimento Moral

11.1. Semelhança

Para Piaget “toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser
procurada no respeito que o individuo adquire por essas regras”. É a partir da compreensão de
como a consciência vai respeitar as regras que Piaget e Kohlberg desenvolvem suas pesquisas.
Piaget escolhe a observação do jogo de bolinhas para fundamentar sua teoria, porém não deu
continuidade sobre este tema, focando-se no desenvolvimento intelectual em geral. No entanto,
Kohlberg aprofunda os estudos sobre a moralidade e para isso apresenta dilemas morais a seus
entrevistados.
Piaget elaborou dois grupos de estágios, o primeiro diz respeito à prática das regras (quatro
estágios) e o segundo a consciência da mesma (três estágios), sendo o último o mais relevante. Já
Kohlberg divide o processo de desenvolvimento da moral em três níveis contendo, cada um, dois
estágios.

11.2. Diferenças

Estudando o desenvolvimento moral, Piaget preocupou-se com o aspecto específico do


julgamento moral e com os processos cognitivos subjacentes a ele. Estudou o desenvolvimento
moral e definiu estágios através de entrevistas e observação de crianças em jogos de regras. As
pesquisas de Piaget lhe permitiram concluir que existem diferenças quanto ao respeito às regras
em crianças de idades diferentes, distinguindo-se as fases de anomia, heteronomia e autonomia
moral. Na fase de heteronomia moral a criança percebe as regras como absolutas, imutáveis,
intangíveis. As regras têm um carácter místico podendo ser consideradas como de origem divina.
Nessa fase a criança julga a acção como boa ou não com base nas consequências das actas, sem
uma análise mais ampla e sem considerar as intenções do autor da acção. Considera que se um
indivíduo foi punido por uma determinada acção, esta acção é errada. Enquanto, o
desenvolvimento moral de Kohlberg realizou-se seguindo o desenvolvimento em intervalos de 3
em 3 anos, utilizando o método de entrevistas inspirado em Piaget, o pesquisador apresentou aos
sujeitos, dilemas morais hipotéticos, para serem analisados um de cada vez. Cada sujeito era
solicitado a julgar os dilemas e apresentar justificativas das respostas apresentadas. Portanto, esse
estudo permitiu a conclusão de que há tendências etárias quanto ao uso de tipos de raciocínio
moral exibido nas respostas e verificar um conjunto de aspectos do julgamento moral. A partir da
análise das respostas e dos raciocínios apresentados pelos sujeitos, Kohlberg definiu estágios de
desenvolvimento moral e vinte e cinco aspectos de julgamento moral. Os estágios foram
definidos com base no modo como as crianças respondiam às questões sobre os dilemas em
relação aos aspectos de julgamento moral.
12. Conclusão
O desenvolvimento moral do ser humano inicia-se nas relações que ele estabelece com seu meio,
desde que nasce. Essas relações são permeadas por valores, princípios e regras para o convívio
colectivo. Na perspectiva piagetiana pode-se fazer menção a tendências morais no
desenvolvimento da criança: a da heteronomia e a da autonomia.

No entanto, pode-se dizer que anterior à heteronomia há um período caracterizado como anomia
em que a criança não tem consciência das normas sociomorais presentes no mundo na qual está
inserida, para ela as regras não fazem sentido. Porém imergida no universo das regras, a criança
começa a desenvolver a noção de dever, decorrente da ideia de certo e errado, de boas e más
acções, apresentando uma moral heterónoma, da obediência, em que as regras lhe são exteriores.

Portanto, para alcançar a autonomia, é preciso que além da superação de suas tendências
heterónomas e egocêntricas, a criança possa ter possibilidades de exercer a cooperação e a
consciência de necessidade de regras boas e justas, ou seja, que possa ter boas experiências que a
levem ao desenvolvimento autónomo.
13. Referencias Bibliográficas

ABRUNHOSA, M. A., & LEITÃO, M., (2009). Psicologia B. Lisboa, Portugal: Edições Asa.

DAVIDOFF, Linda., (2001). Introdução à Psicologia. 3ª ed. São Paulo: Artmed, 2001.

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MWAMWENDA, T. S., (2004). Psicologia Educacional: Uma perspectiva africana. Maputo:


Textos Editora Ltda.

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