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Teorias de desenvolvimento

O Papel da Hereditariedade e do meio na conduta


Os geneticistas do comportamento demonstram que a hereditariedade específica afeta uma gama
notavelmente ampla de comportamentos. Segundo eles, além das características físicas, como
cor de olhos, tipo sanguíneo, altura, magreza, obesidade, são claramente herdadas. E os
fenótipos para traços mais complexos relacionados com a saúde, a inteligência e a personalidade
estão sujeitos tanto a forças hereditárias quanto ambientais (PAPALIA & OLDS,2006).

Mesmo que um traço seja fortemente influenciado pela hereditariedade, o ambiente pode muitas
vezes ter um impacto substancial, uma vez que as influências genéticas raramente sãoimutáveis.

Estudos mais recentes referem-se à influência da genética ao comportamento patológico, como o


alcoolismo, a esquizofrenia, a agressividade excessiva, a anorexia entre outros.

Os geneticistas do comportamento descobriram uma significativa influência genética sobre o


temperamento da criança, incluindo dimensão emocional (a criança que é calma, as que são
nervosas), a atividade e ao grau de sociabilidade.

Em relação ao estudo da adoção, observamos as semelhanças entre crianças adotadas e suas


famílias adotivas e também entre crianças adotadas e suas famílias biológicas. Quando as
crianças adotadas são mais semelhantes aos seus pais e irmãos biológicos quanto a um traço
particular como a obesidade, vemos a influência da hereditariedade. Quando se parecem mais
com suas famílias adotivas, vemos a influência do ambiente.

É importante observarmos, que a genética ou a hereditariedade tem uma forte contribuição e


influência para o desenvolvimento humano, porém não é determinante para caracterizar o
comportamento do indivíduo. Não podemos ignorar o fator ambiente, que muitas vezes acaba
sendo mais intenso na influência psicológica do indivíduo do que propriamente a
hereditariedade.
Exemplo: Uma criança que cresce em um ambiente hostil tem a tendência de no futuro
desenvolver esse tipo de comportamento ou também existe o inverso, por perceber tanta
hostilidade, acaba se comportando da forma inversa, por não se identificar com aquele tipo de

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ação. Outro exemplo: Uma criança que desde pequena vivencia o pai bebendo e causando
transtornos para a família, quando se torna adulta, pode ser que ela tenha aversão a bebida ou que
se torne alcoólatra que nem o pai. Nesse caso, a hereditariedade pode ou não se desenvolver, pois
existe a questão do livre-arbítrio (Cada ser humano tem uma possibilidade de escolha, de agir ou
não agir de tal forma, ou procurar a ajuda necessária para não desenvolver um tipo de ação que
não seja funcional para sua vida)

Mesmo dentro desta lógica, ainda se discute muito sobre os efeitos da hereditariedade e do
ambiente. O mais importante é refletirmos que os seres humanos continuam a se desenvolver por
toda a vida e o desenvolvimento geralmente reflete uma combinação das duas forças (internas e
externas). Além disso, os mecanismos pelos quais o ambiente atua não podem ser descritos com
a mesma precisão com que se podem descrever os mecanismos da hereditariedade. Tampouco se
podem fazer comparações controladas, uma vez que duas crianças nunca, nem mesmo gêmeas
criadas na mesma casa, têm exatamente o mesmo ambiente e comportamento.

Atualmente, a maioria dos psicólogos do desenvolvimento vê o relacionamento entre os


fatores ambientais e genéticos como interligados.

PSICOLOGIA EVOLUTIVA E DA PERSONALIDADE 1


No processo de desenvolvimento, que se inicia na concepção e termina na morte, estão
envolvidos múltiplos factores:biológicos, cognitivos, motores, emocionais, linguísticos, sociais...
Numa perspectiva dinâmica e abrangente o ser humano terá que ser encarado como um sistema
aberto em que todos os aspectos interagem.
Só uma abordagem integrada do desenvolvimento, que tem em conta a estrutura
biológica/maturacional e a dimensão social, permite compreender o ser humano em toda a sua
complexidade.

O desenvolvimento psíquico esboça o comportamento humano desde a concepção até a velhice,


enquanto o Crescimento refere-se ao aumento de tamanho de partes do corpo ou do organismo

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enquanto um todo. Este crescimento humano em oposição ao desenvolvimento pode ser descrito
como:
 Mudanças no peso e tamanho da criança de uma forma gradual e quantitativa que
podem ser registadas num quadro de características físicas e anatómicas.
 O aumento do peso, altura, o crescimento da cabeça e dos membros e a mudança do
tamanho do cérebro do coração, dos pulmões fazem parte do processo.
O crescimento se refere aos aspectos quantitativos das proporções do organismo. Ex: A mão de
uma criança é diferente da mão de um adulto normal.

Desenvolvimento se refere as mudanças na diferenciação funcional e nas capacidades das partes


do corpo, refere-se mais aos aspectos qualitativos sem excluir, por certo, alguns aspectos
quantitativos. Ex: A mão de um adulto é diferente da mão de uma criança não somente por
causa do tamanho, mas também por causa da sua maior capacidade de coordenação de
movimentos de uso.

O Desenvolvimento Humano
O desenvolvimento do ser humano é ininterrupto e gradativo, obedecendo a certa ordem e
regularidade. Isto significa que: O desenvolvimento se processa por etapas (fases/estágios).

As etapas do desenvolvimento seguem uma sequência. Essa sequência é invariável (O


indivíduo não pode “saltar” etapas, embora possa passar por certas etapas mais depressa, ou
mais devagar que os outros). O processo de desenvolvimento ocorre ao longo de toda a vida
do indivíduo.

Desde a concepção até à maturidade há um paralelo no desenvolvimento do organismo, do


cérebro e do comportamento, as capacidades mentais e comportamentais só surgem com
base na maturação do sistema nervoso (em que inclui o cérebro) e de todo o organismo. Por
exemplo – Uma criança só começa a andar quando as suas pernas têm uma maturação óssea
e muscular adequada à marcha, mas o seu sistema nervoso e o ouvido interno têm que ser
capazes de manter e regular o equilíbrio corporal e motor.

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Devido à continuidade do desenvolvimento, cada fase da vida influencia as outras fases


posteriores, isto significa que: O que ocorre em cada fase do desenvolvimento, influencia as
outras.

Um trauma na infância pode levar a que um adulto exiba determinados comportamentos


resultantes desse trauma .

A não aquisição de competências das fases do desenvolvimento que lhes são propícias pode
comprometer seriamente as fases seguintes (como no caso do menino selvagem).

Princípios Gerais do Desenvolvimento Humano


Segundo PILETTI, entre as várias tendências do Desenvolvimento Humano, seis merecem
destaque.

1.O Desenvolvimento é um processo contínuo e ordenado – o homem se desenvolve segundo


uma sequência regular e constante. Nessa sequência, a etapa que vem antes, influencia a que vem
depois e não há possibilidade de saltos.

De modo geral, não há como fugir as quatro etapas básicas: infância, adolescência, idade adulta
e velhice.

2.O Desenvolvimento humano é direccional – segue as sequências Céfalo-caudal e próximo-


distal. A sequência Céfalo-caudal indica que o desenvolvimento progride da cabeça para as
extremidades: a criança começa por sustentar a cabeça, depois passa o tronco, depois consegue
ficar sentando, engatinhar e finalmente andar.

A sequência próximo-distal indica que o desenvolvimento tende a progredir do centro do corpo


para a periferia. Exemplo: a criança começa por movimentar todo o braço e só depois vai
conseguir movimentar apenas a mão e em seguida os dedos.

3.O Desenvolvimento progride de respostas gerais para respostas específicas quanto mais se
desenvolve, mais o individuo se torna capaz de respostas específicas: em relação ao
desenvolvimento físico, a actividade de massa do recém-nascido segue movimentos mais
específicos de cada parte do corpo. Na aprendizagem da fala é a mesma coisa: no principio

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poucas palavras para chamar uma porção de coisas e depois, sempre mais palavras, cada uma
para algo especifico. Exemplo- papa que atribui a todos os adultos e depois papai, tio avo, etc

4.Cada parte do corpo apresenta um ritmo próprio de desenvolvimento - no


desenvolvimento do ser humano há períodos de crescimento lento e períodos de crescimento
acelerado.

Os jovens ficam preocupados com o nariz, os pés e as mãos que ficaram muito grandes, porém,
isso é normal porque no tempo certo cresceram os outros membros.

5.O Ritmo de desenvolvimento de cada indivíduo tende a permanecer constante Já vimos


que cada individua tem seu ritmo de desenvolvimento. Uns se desenvolvem mais depressa e
outros mais devagar, o que e perfeitamente normal. Este processo pode ser perturbando por
influências internas como doenças e influenciais externas como a falta de alimentação adequada.
Exemplo: uma criança com crescimento rápido pode crescer num ritmo lento se não tiver
alimentação adequada e condições saudáveis de vida.

6.O desenvolvimento é complexo e todos os seus aspectos são inter-relacionados o ser


humano se desenvolve como um todo. Não se pode separar seus aspectos (físico, intelectual,
emocional, social) a não ser a fins de estudo. Isto porque os níveis fisiológicos, psicológicos e
sociais dos seres humanos estão em constante interacção.( PILETTI,1993:201)

Os problemas fisiológicos podem ter consequências psicológicas e sociais. Exemplo: no teste e


normal a pessoa sentir calafrios porque o mesmo esta difícil e um jovem que vai namorar pela
primeira vez pode ter batimentos cardíacos etc. ( Merval;1988:40)

A velocidade e a intensidade do processo de desenvolvimento não são as mesmas ao longo de


todo o processo. O processo de desenvolvimento é rápido na primeira infância, depois lento,
torna-se rápido outra vez durante o surto de crescimento pré-pubertário, lento na adolescência e
tem um nivelamento final aos dezoito e dezanove anos até vinte e poucos anos.

O desenvolvimento é o processo pelo qual o ser humano se forma enquanto ser bio-sócio-
cultural, desde o momento da concepção, até à sua morte. Este processo dá-se como uma
interacção constante entre o indivíduo (as suas estruturas biológicas e mentais) e o meio em que
se encontra inserido.

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Factores que Influenciam o Desenvolvimento Humano

O desenvolvimento e crescimento humano podem ser afectados por diversos factores e/ou
condições. Este comprometimento pode ocorrer tanto no período pré quanto pós-natal e são
oriundos de factores internos e externos.

Entre os factores internos estão as influências genéticas e as condições maternais do ambiente


pré-natal. Já entre os factores externos, a alimentação, o álcool, o tabagismo e as drogas ganham
destaque.

Factores Internos – encontramos a Hereditariedade e a Maturação.


 A hereditariedade - consiste na herança individual que cada criança recebe dos pais no
momento da concepção.
 A maturação é o processo de mudança determinado de dentro para fora do organismo:
tamanho dos órgãos, o desenvolvimento de habilidades de andar, correr. etc.
Essas mudanças ocorrem com a contribuição do ambiente, porque a maior parte dos
comportamentos, além da maturação interna, necessitam de treinamento e aprendizagem
para se desenvolver. Uma alimentação suficiente e adequada é outro factor ambiental
importante.

Factores Externos – O Grupo Social, no qual incluímos a Família, a Escola e a Classe Social,
isto e, Ambiente Social, Alimentação e Preservação da Natureza.

a) O ambiente social é colocado em primeiro lugar, pois, depende da família, da classe social e
do tipo de sociedade em que nasce, a criança poderá encontrar ou não uma alimentação
satisfatória é uma atmosfera favorável ao seu desenvolvimento. O ambiente social exerce
grande influência sobre o comportamento e o desenvolvimento da criança.

b) Alimentação - suficiente e adequada é uma condição indispensável ao desenvolvimento


humano e ao bom aproveitamento escolar.

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c) Preservação da natureza ou equilíbrio ecológico é uma condição indispensável a


sobrevivência da própria humanidade. Em nossos dias a poluição ambiental dos rios, dos
lagos, do mar e da atmosfera coloca em risco a sobrevivência da humanidade.
Um agente causador de deformidades físicas ou, até mesmo, a morte de um feto é denominado
teratógeno (GABBARD, 2000). Para GALLAHUE & OZMUN (2001), teratógenos são
quaisquer substâncias que possam fazer o bebé desenvolver-se de maneira anormal.

Entre os factores teratogênicos estão, as drogas e medicações, as doenças maternas e a


nutrição. Os maiores riscos para o desenvolvimento pré-natal ocorrem entre a 3ᵃ e a 8ᵃ semana
de gestação, uma vez que este período é considerado como o momento em que o embrião está
mais susceptível a possíveis danos causados por factores teratogênicos.

O desenvolvimento e crescimento humano podem, também, ser afectados por factores


chamados erros genéticos. Entre estes estão a desordem cromossômica, desordem
cromossômica sexual e a desordem genética.

Além dos factores teratogênicos e dos erros genéticos, outros factores, tais como: (1) a idade da
mãe, (2) paridade, (3) nutrição, (4) incompatibilidade de Rh, (5) anormalidades genéticas, (6)
posição fetal, (7) estresse materno, (8) ocupação da mãe também podem afectar o
desenvolvimento humano (GABBARD, 2000).

DESENVOLVIMENTO E SOCIALIZAÇÃO

Desenvolvimento se refere as mudanças na diferenciação funcional e nas capacidades das partes


do corpo, refere-se mais aos aspectos qualitativos sem excluir, por certo, alguns aspectos
quantitativos.
Kohlberg (1969) diz que a socialização ocorre ao longo do desenvolvimento humano e constitui
um processo gradual e cumulativo.

A socialização e assimilação de hábitos característicos de seu grupo social ou seja todo processo
através do qual o individuo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a
cultura que lhe e própria. É um processo contínuo que só encerra na morte, pois realizando
através da comunicação sendo inicialmente pela imitação para tornar se mais sociável.

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Tipos de socialização

 Socialização primária ː ocorre na infância, onde o ser humano aprende a viver em


sociedade através da transmissão de regras, normas, linguagens e comportamentos.
 Socialização secundaria ːÉ todo e qualquer processo subsequente que introduz um
individuo já socializado em novos sectores do mundo objectivo da sua sociedade,
existindo uma aprendizagem das expectativas que a sociedade ou o grupo depositam no
individuo.

TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO

1.0 Teoria de Desenvolvimento Cognitivo

Teoria de Jean Piaget (1896-1980)

O desenvolvimento cognitivo na infância consiste, em parte, em mudanças no modo como as


crianças pensam sobre o mundo.

Piaget acreditava que o desenvolvimento cognitivo era um modo de adaptação ao meio ambiente.
É importante que se respeite o nível da criança na colocação mínima e máxima para cada
ensinamento.

Os estudos de Piaget demonstraram que tanto as ações que a pessoa executa como o próprio
pensamento implicam em uma organização lógica, a qual, por sua vez, está montada sobre
capacidades reguladas pelo funcionamento do sistema nervoso. Por isso, para compreender o
desenvolvimento da inteligência, Piaget buscou articular dois conjuntos de variáveis: as de
origem biológica e as de origem na capacidade para processar informações. Demonstrou ser
possível compreender que a lógica não é algo inato, isto é, que já nasce com a pessoa. Trata-se de
um fenômeno que se desenvolve gradativamente no ser humano e que depende dos seguintes
fatores: biológicos (crescimento orgânico e maturação do sistema nervoso); exercício e
experiência física (ação da pessoa sobre os objetos que precisa conhecer); interações e
transmissões sociais (ocorrem por meio da linguagem) e equilíbrio das ações.

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Para compreender o processo de desenvolvimento da inteligência, Piaget transferiu da Biologia a


concepção de “adaptação” afirmando que a capacidade cognitiva sofre um processo contínuo de
ajustamento.
Este ajustamento não tem origem biológica (apesar de se dar sobre o sistema nervoso), mas
psicológica, ou seja, à medida que a criança passa por novas experiências, reconstrói sua forma
de analisar o meio que a cerca.
Esta “forma de analisar o mundo a sua volta” marca o que Piaget denominou de esquemas
cognitivos.

Antigas estruturas são ajustadas a novas funções, e o desenvolvimento de novas estruturas


preenche funções antigas.

Há dois mecanismos envolvidos na adaptação dos processos mentais às novas situações às quais
a pessoa precisa se adaptar:
• assimilação: que é a incorporação de novas experiências ou de informações à estrutura mental
já existente, sem alterá-la e
• acomodação: que é o processo de reorganização dessas estruturas, de tal forma que possam
incorporar os novos conhecimentos, transformando-os para se ajustarem às novas exigências do
meio.
Para Piaget, a adaptação é um processo contínuo no qual a estrutura hereditária interage com o
meio externo de modo a reconstituir-se visando a uma melhor sobrevivência.
O conhecimento é uma relação evolutiva da criança e de seu meio.

Estágios de desenvolvimento cognitivo:

Estágio Sensório-motor (0-2 anos): A criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os
objectos que a rodeiam. Esse estágio é chamado sensório-motor, pois o bebê adquire o
conhecimento por meio de suas próprias acções que são controladas por informações sensoriais
imediatas. Neste período o desenvolvimento físico acelerado é o suporte para o aparecimento de
novas habilidades, como sentar, andar, o que propiciara um domínio maior do ambiente.

Principais características observáveis:

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 A exploração manual e visual do ambiente;


 A experiência obtida com acções, a imitação;
 A inteligência prática (através de acções);
 Acções como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar;
 A coordenação das acções proporciona o surgimento do pensamento;
 A centralização no próprio corpo;
 A noção de permanência do objecto.

Estágio Pré-operatório (2 - 7 anos):

Nesse período, as características observáveis mais importantes são:

 Inteligência simbólica;

 O pensamento egocêntrico, intuitivo e mágico;

 A centralização (apenas um aspecto de determinada situação é considerado);

 A confusão entre aparência e realidade;

 Ausência da noção de reversibilidade;

 O raciocínio transdutivo (aplicação de uma mesma explicação a situações parecidas);

 A característica do animismo (vida a seres inanimados).

De acordo com Pedrosa & Navarro: Os cinco aspectos mais importantes do pensamento neste
estágio são: Egocentrismo: se caracteriza basicamente por uma visão de realidade que parte do
próprio eu. Dificuldades de transformação: são incapazes de compreender os processos que
implicam mudança. Seu pensamento é estático.

Reversibilidade: são incapazes de compreender um processo inverso ao observado. Seu


pensamento é irreversível.

Centralização: incapacidade para se centrar em mais de um aspecto da situação. São incapazes


de globalizar.

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Não conservação: não são capazes de compreender que a quantidade pode permanecer embora
mude seu aspecto ou aparência.

Estágio Operatório Concreto (7 - 11 anos):

Por volta dos 7 anos, o equilíbrio entre a assimilação e a acomodação torna-se mais estável;

 Surge a capacidade de fazer análises lógicas;


 A criança ultrapassa o egocentrismo,
 Começa a perceber a conservação do volume, da massa, do comprimento, etc.
 colaboram mais com os colegas;
 apresentam responsabilidade e respeito mútuo e participações em grupo.

Estágio Operatório Formal (12 em diante)

 Reflecte sobre a sociedade e quer transformá-la, mais tarde vem o equilíbrio entre
pensamento e realidade.
 O adolescente tem o pensamento formal abstracto.
 Aprende a criar conceitos e ideias.
 O adolescente começa a raciocinar lógica e sistematicamente. Esse estágio é definido
pela habilidade de engajar-se no raciocínio proposicional.
 As deduções lógicas podem ser feitas sem o apoio de objectos concretos. O
pensamento hipotético-dedutivo é o mais importante aspecto apresentado nessa fase
de desenvolvimento, pois o ser humano passa a criar hipóteses para tentar explicar e
sanar problemas, o foco desvia-se do "é" para o "poderia ser".
 As bases do pensamento científico aparecem nessa etapa do desenvolvimento.

Piaget, Quanto ao papel dos fatores internos e externos no desenvolvimento:

 Privilegia a maturação biológica.


 Factores internos preponderam sobre os externos.
 Desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de estágios.

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Piaget, Quanto a construcao real de conhecimento

Os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança de acordo com os estágios de


desenvolvimento em que esta se encontra.
A visão egocêntrica (particular e peculiar) que as crianças tem do mundo vai, progressivamente,
aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada, objectiva (do individual para o
social).

Piaget, Quanto ao papel da aprendizagem


Aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele (minimiza o
papel da interacção social).

Piaget,Quanto ao papel da linguagem no desenvolvimento e relação entre linguagem e


pensamento
- A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensorio-
motores e não da linguagem.
- A linguagem só ocorre depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades
mentais; está subordinada aos processos de pensamento.
-As operações cognitivas não podem ser trabalhadas por meio de treinamento específico feito
com o auxílio da linguagem (não se pode ensinar, usando apenas palavras, a classificar, a seriar,
a pensar com reversibilidade).
-O pensamento aparece antes da linguagem, que é uma das suas formas de expressão.

Contribuições para a educação –


 Coloca ênfase na criança como agente do seu desenvolvimento, responsável pela
construção de seu conhecimento- sujeito da cognição.
 Considera os erros das crianças como importantes no processo educativo e para partir
dele compreender seu modo de pensar.

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 Considera que a função da instrução é a de introduzir formas adultas de pensamento que


entram em conflito com o pensamento da criança.
 Insiste que a educação formal ganharia com a utilização sistemática do desenvolvimento
espontâneo da criança.
 Secundariza aspectos socioculturais o que pode influenciar atitudes discriminatórias.

Lev Seminovitch Vygotsky (1896-1934) sócio-cultural ou sócio-histórica.

Nesta teoria é dado destaque as possibilidades que o indivíduo dispõe a partir do ambiente em
que vive e que dizem respeito ao acesso que o ser humano tem a “instrumentos físicos”, como a
faca, a mesa, etc. (trabalho) e “instrumentos sociais” (simbólicos), como a cultura, valores,
crenças, costumes, tradições, (Signos e linguagens), desenvolvidos em gerações precedentes.

Vygotsky propõe o estudo da consciência com base em três ideias fundamentais:


 método genético ou evolutivo como eixo básico: o estudo do desenvolvimento a partir do
surgimento das funções mentais como processos biológicos que se tornam culturais,
considerando os comportamentos que evoluíram na espécie humana;

 os processos psicológicos superiores têm origem social: os processos psicológicos


superiores (aprendidos) são distintos dos processos básicos (instintivos), porque
dependem da interação do sujeito com outras pessoas para se desenvolverem. Durante o
desenvolvimento humano, os processos básicos se transformam em processos
psicológicos superiores, tais como o pensamento, a imaginação, a abstração, a memória, a
linguagem, etc.
Para Vygotsky, primeiramente os processos estão no universo coletivo (o interpsicológico) e, por
meio da aprendizagem, são internalizados (o intrapsicológico) pela pessoa de acordo com seu
modo particular de pensar sobre o mundo;

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 o caráter mediado pelos instrumentos desses processos: a linguagem é o processo


psicológico mais importante, porque é por meio dela que o ser humano constrói, na
interação com outras pessoas, os significados sobre o que faz e pensa.

As ideias de Vygotsky centralizam-se em três grandes áreas:

A relação entre desenvolvimento e aprendizagem: Defende a ideia de que o desenvolvimento


humano não é sinônimo de maturação orgânica; de que aprender consiste na apropriação do
conhecimento histórico e culturalmente construído pela humanidade. O desenvolvimento do ser
humano resulta do movimento dialético entre aprendizagem e desenvolvimento.
O papel das interações sociais no desenvolvimento e na aprendizagem: Incluem as relações
entre adulto-criança e entre criança-criança; possibilitam a apropriação das significações
socialmente produzidas, bem como a formação das funções psicológicas superiores.

O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) é a distancia entre o nível do


desenvolvimento real e e o nível do desenvolvimento potencial.

Quanto ao papel dos fatores internos e externos no desenvolvimento:


 Privilegia o ambiente social.
 Variando o ambiente social que a criança nasceu, o desenvolvimento também variará.
 Não aceita a visão única, universal, de desenvolvimento humano.

Quanto a construção real de conhecimento


 Criança nasce num mundo social, e vai formando uma visão de mundo através da
interacção com adultos ou crianças mais experientes.

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 Construção do real é mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança (do
social para o individual).

Quanto ao papel da aprendizagem


Desenvolvimento e aprendizagem são processo que se influenciam reciprocamente (quanto mais
aprendizagem mais desenvolvimento).

Quanto ao papel da linguagem no desenvolvimento e relação entre linguagem e pensamento

 A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores, dando
uma forma definida ao pensamento, possibilitando o aparecimento da imaginação, o uso
da memória e o planeamento da acção.
 A linguagem sistematiza a experiência directa das crianças e por isso adquire uma função
central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em
andamento.

 Co-existem fala egocêntrica e comunicacional, sendo a fala egocêntrica transitória na


evolução da fala oral para a interior, onde predomina o sentido da palavra sobre o
significado, da frase sobre a palavra e do contexto sobre a frase. A fala egocêntrica é o
falar para si mesma e para o outro de seus planos interiores e acções; tem sentido social.
 Pensamento e linguagem são processos interdependentes, desde o início da vida.

Contribuições para a educação


 Considera que aprendizagem da criança antecede a entrada na escola e que o aprendizado
escolar produz algo novo no desenvolvimento infantil, evidenciando as relações
interpessoais.
 Apresenta a noção de que o bom aprendizado é aquele que se adianta da criança, isto é,
aquele que considera o nível de desenvolvimento potencial ou proximal.
 A aprendizagem e desenvolvimento humano pressupõe natureza social sendo processo
dialéctico em que o sujeito transforma e é transformado pela realidade social, física e
cultural.

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 Na construção social, considera as crianças como sujeitos sociais que constroem o


conhecimento socialmente produzido.

Para Piaget e Vygotsky


 São contra o “associassionismo empirista” e “idealismo racionalista”; se interessam pela
génese dos processos psicológicos.
 Consideram que a imaginação surge da acção, o que é importante na formação da
consciência
 Consideram o discurso egocêntrico como ponto de partida do discurso interior.

2.0 Teoria desenvolvimento Psico-sexual de Sigmund Freud

Somos movidos por conflitos e por motivos os quais não sabemos (inconsciente) e que nossa
personalidade é moldada pelas primeiras experiências da vida.
Freud concluiu que o desenvolvimento humano é um processo conflitivo, pois defendia a ideia
de que pelo fato de sermos criaturas biológicas, temos pulsões (desejos) sexuais (produtivas) e
agressivas (destrutivas) que devem ser atendidas. A maneira como os pais lidam com tais pulsões
agressivas e sexuais nos primeiros anos de vida tem fundamental importância, pois moldarão a
conduta e o caráter da criança.

Níveis de personalidadeː
Consciente significa estar activamente atento ao que se passa a qui e agora.

Pre˗consciente ou subconsciente experiencias da vida que podem ser trazidas a consciência se


atenção suficiente lhes for dirigida. Exːestar atento no que a pessoa esta a ler.

Inconsciente E o armazenamento do que aconteceu no passado.

Estrutura da personalidade segundo Sigmund Freud (Id, Ego e Superego)

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Os três trabalham juntos interactivamente para manter o ajustamento da personalidade


apropriado. Os distúrbios da personalidade são o reflexo de conflitos por resolver entre o
superego e o id.

Id É característico da criança nos primeiros anos de vida e continua a ser parte das personalidade
para o resto da vida adulta. O objectivo do id é o prazer evitando experiencias dolorosas. É
dominado pelos impulsos do sexo, agressão, desejos, fantasias, quer gratidão imediata.

A função do id é de manter uma quantidade equilibrada de energia ou tensão dentro do


individuo. Não faz diferença entre o certo e o errado, possível do impossível, tudo o que quer é a
satisfação espontânea das suas emoções, independentemente do tempo, lugar e ética. É
caracterizado como irracional, exigente, amoral.

Ego É aquilo que é consciente na pessoa, conhece e sente o mundo exterior e que representa a
realidade para o sujeito. O ego tem a função integrativa, mediadora, reconciliadora e resolve os
conflitos entre o id e o superego, baseando se nos princípios da realidade.

Superego Desenvolve se como resultado dos pais e da sociedade no sujeito. Os valores sociais e
morais são internalizados ao ponto de se transformarem em parte da pessoa que guiam o
comportamento da pessoa com respeito a ela e a sociedade . O superego é uma voz interior que
nos repreende e nos faz sentir culpados por más accoes e pensamentos.

O superego é o consciente que é responsável por ditar as linhas de orientação do comportamento.


Premeia o comportamento desejável e pune o comportamento indesejável. Influencia como a
pessoa deve se comportar. Freud descreve três funções do superego: consciência, auto-
observação e formação de ideais. Enquanto consciência, o superego age tanto para restringir,
proibir ou julgar a actividade consciente; mas também age inconscientemente. As restrições
inconscientes são indirectas, aparecendo como compulsões ou proibições. "Aquele que sofre (de
compulsões e proibições) comporta-se como se estivesse dominado por um sentimento de culpa,
do qual, entretanto, nada sabe" (l 907, livro 31, p. 17 na ed. Brás.).

A tarefa de auto-observação surge da capacidade do superego de avaliar actividades


independentemente das pulsões do id para tensão-redução e independentemente do ego, que
também está envolvido na satisfação das necessidades. A formação de ideais está ligada ao

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desenvolvimento do próprio superego. Ele não é, como se supõe às vezes, uma identificação com
um dos pais ou mesmo com seus comportamentos: "O superego de uma criança é com efeito
construído segundo o modelo não de seus pais, mas do superego de seus pais; os conteúdos que
ele encerra são os mesmos e toma-se veículo da tradição e de todos os duradouros julgamentos
de valores que dessa forma se transmitiram de geração em geração" (1933, livro 28, p. 87 na ed.
Brás.).

Estádios de Desenvolvimento Psico-sexuais de Freud

São psicossexuais porque estão orientados para o prazer e a palavra para descrever este
comportamento sexual é a libido.

Estádio Oral (0 a 18 meses de idade) A boca é a fonte de prazer. Comer torna uma actividade
agradável. Quando chora e fornecer comida a criança ela acalma, ao colocar mamilo na boca ela
acalma, porque ela sente prazer pela boca. Por isso que tudo que apanha poe na boca.

Estádio Anal (18 meses a 3 anos de idade) O ânus é a fonte de prazer. Sente prazer ao expulsar
as fezes.

Estádio Fálico ( 3 a 6 anos de idade) surgem dois complexos de (Édipo e Electra)

Édipo ˗ O rapaz aprende que brincar com os seus genitais produz prazer e faz com frequência.
Ele desenvolve um interesse especial pela mãe e anseia possui la sexualmente e o pai torna se o
seu rival.

Electra ˗A rapariga desenvolve um interesse especial pelo pai, torna se rival da mãe e deseja
livrar se dela para ter uma relação sexual com o pai e receber o amor e a atenção que a mãe
recebe do pai.

Estádio de Latência (6 a 11 anos de idade) A criança não mostra interesse sexual, esta
adormecida. Ela continua a adquirir competências sociais, valores, normas e papeis apropriados
ao seu sexo com base nas interações com os seus pais, irmãos, professores etc.

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Teorias de desenvolvimento

Estádio Genital (12 anos de idade em diante) É o pico do desenvolvimento dos estádios
psicossexuais, onde o desejo satisfaz se pelos órgãos genitais. Os adolescentes ficam interessados
nos outros por razoes reciprocas e desenvolve interesse sexual por alguém do sexo oposto.

3.0 Teoria de Desenvolvimento Moral

Teoria de Desenvolvimento Moral Piaget

Piaget (1932) preocupou-se com o aspecto específico do julgamento moral e com os processos
cognitivos subjacentes a ele. Estudou o desenvolvimento moral e definiu estágios através de
entrevistas e observação de crianças em jogos de regras.

Estágios do Desenvolvimento da Moralidade para Jean Piaget.

Piaget (1994) também desenvolve estágios para buscar compreender o processo de construção da
moralidade em seu livro “Juízo Moral na Criança” para isto, o estudioso faz suas pesquisas
através do jogo de bolinhas de gude. Inicia com duas questões a respeito das regras deste jogo: 1)
“Como os indivíduos se adaptam pouco a pouco a essas regras, como então observam a regra em
função de sua idade e de seu desenvolvimento mental.”. 2) “Que consciência tomam das regras,
ou em outras palavras, que tipos de obrigações resultam para eles, sempre de acordo com as
idades, do domínio progressivo da regra.”. Para entendê-las o autor fará indagações e as divide
em duas partes.

Piaget (1994) elaborou dois grupos de estágios , o primeiro diz respeito à prática das regras
( motor, egocêntrico, cooperação nascente e Codificação das Regras ) em seguida o estagio da
consciência das regras e a divide em três etapas ( anomia, heteronomia e autonomia). sendo o
último o mais relevante.

Estágios da prática de regras.

Motor: O primeiro estágio é formado por bebês ou crianças abaixo de dois anos de idade. É
chamado de Motor por ser marcado por hábitos motores onde “a criança manipula bolinhas em
função de seu próprio desejo.

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Teorias de desenvolvimento

Egocêntrico: Este estágio é marcado pelo egocentrismo, onde o individuo tem dificuldade de
perceber o ponto de vista do outro, pois o enxerga centrada em si.

Nesta etapa a criança de dois a cinco anos apresenta condutas sociais e, ao mesmo tempo,
comportamentos essencialmente individuais. O menino deseja jogar com os mais velhos,
recebendo “do exterior o exemplo de regras codificadas” (PIAGET, 1994). Exemplo: monólogos
coletivos.

Cooperação Nascente: Este estágio é marcado por uma necessidade de entendimento mútuo.
Nesta fase a criança já enxerga seu adversário no jogo e se importa com ele. Joga, não para si
mesma, para vencer. O jogo, que antes se baseava no prazer essencialmente motor e egocêntrico,
tornou-se social. Em outras palavras, fazem um jogo simplificado.

As crianças de sete a dez anos só chegam a se entender, no decorrer de uma mesma e única
partida. Ainda falta, neste momento, o raciocínio formal, ou seja, a consciência das regras o que
propiciaria a utilização das mesmas em quaisquer circunstâncias. Isto só irá ocorrer na etapa
seguinte.

Codificação das Regras: Entre onze e doze anos que o interesse pela reflexão e discussão das
regras aparece. As crianças deste estágio respondem com coerência ao questioná-los sobre as leis
do jogo, concordando com precisão sobre regras estabelecidas em uma partida.

O autor conclui a explicação sobre a prática das leis do jogo com a seguinte simplificação da
divisão das etapas:

 Simples práticas reguladoras individuais;


 Imitação dos maiores com egocentrismo;
 Cooperação;
 Interesse pela regra em si mesma.

Estágio de consciência das regras.

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Teorias de desenvolvimento

Além dos estágios da prática das regras, o estudioso propõe algo mais relevante do que a prática,
a consciência da regra. Divide esta evolução da moralidade em três estágios que se seguem
abaixo: anomia, heteronomia e autonomia.

Anomia

Durante o primeiro estágio da consciência de regras, a criança está fortemente ligada a hábitos
motores que se tornarão ritos, pelos quais o individuo sente prazer. A bolinha servirá para suprir
seus desejos motores e suas fantasias simbólicas. O hábito levará a criança a desenvolver regras
essencialmente individuais, pois, nesta fase o individuo não compreende, ainda, as regras
coletivas. Ex: O bebe quando esta com fome, chora e quer ser alimentado na hora. As
necessidades básicas determinam as normas de conduta; no individuo adulto caracteriza se por
aquele que não respeita as leis, pessoa e normas.

Logo se percebe que desde o início a vida o ser humano está ligado a um grande conteúdo de
regras.

Heteronomia

O segundo estágio tem início quando a criança começa a querer jogar conforme as regras
exteriores. Os indivíduos heterónomos concebem as regras como imutáveis, absolutas e
intangíveis, sendo isto, uma característica necessária para que a lei venha a ser legítima. O fato é
devido à crença de que as regras são constituídas por uma espécie de divindade, pois são
advindas de uma autoridade. As crianças acreditam que é obrigação seguir o que foi imposto e
quem estabelecer contratos sociais para modificar as leis, estará cometendo um delito.

Nessa fase a criança julga a ação como boa ou não com base nas consequências dos actos, sem
uma análise mais ampla e sem considerar as intenções do autor da ação. Considera que se um
indivíduo foi punido por uma determinada ação, esta ação é errada. Exemplo: A criança de seis
anos dirá provavelmente que um menino que quebrou um copo enquanto ajudava a mãe é mais
culpado do que aquele que quebrou um copo enquanto roubava banana.

É preciso lembrar que aqui a criança possui relações de coação, o que implica em um respeito
unilateral, a criança intencionalmente se submete, mais ou menos por completo às regras

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Teorias de desenvolvimento

prescritas, não as utiliza na prática. Nesta fase a criança não assimilou ainda o sentido de
existência de regras, por esse motivo as concebe como a imposição definida por Deus, tornando
as regras imutáveis e inflexíveis. O individuo obedece as regras por medo da punição, na
ausência da autoridade ocorre a desordem e indisciplina A moral será, assim, baseada no respeito
pela autoridade e pela obediência.

Autonomia

Este estágio tem início por volta dos dez anos começando na segunda metade da fase da
cooperação. A regra será imposta por contratos feitos a partir do grupo social. As regras não são
mais imutáveis como antes, possuem maior flexibilidade e podem ser modificadas desde que
haja um acordo mútuo. A inovação será permitida, assim como as opiniões, porém só serão
incorporadas à legislação se passarem pela avaliação dos demais.

As crianças entendem que as regras não são eternas, mas percebe que são transmitidas através de
gerações. No que se refere à origem do jogo e das regras, as crianças assim como os adultos,
compreendem que as regras não foram impostas por Deus, mas sim criadas pelas próprias
crianças. Exemplo do jogo de bolinhas em que no início eram arremessados simples objetos
arredondados para brincar, com o passar do tempo as crianças foram estabelecendo regras até se
tornar um jogo. O individuo adquire a consciência moral

Teoria de Desenvolvimento moral de Lawrence Kohlberg

Com base na teoria desenvolvimento moral de Piaget, Kohlberg estabeleceu três níveis do
desenvolvimento moral: pré-convencional, convencional e pós-convencional. Cada nível tem
duas fases ou estágios.

I - Nível pré-convencional- esse nível e particularmente comum em crianças, e é nela em que o juízo da
moralidade da acção e feito com base nas suas consequências directas.

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Teorias de desenvolvimento

 1º Estagio- é do castigo e obediência, nesse estagio a moralidade para a criança


consiste em observar literalmente as regras obedecer autoridade e evitar castigo.
 2º Estagio- e aquela em a pessoa e movida pelos próprios interesses A ação
correta é a que satisfaz instrumentalmente às próprias necessidades e,
eventualmente, às de outrem.

II -Nível convencional- nesse nível o indivíduo obedece regra e segue as normas da sociedade, mesmo
quando não há consequência pela obediência ou desobediência. O valor moral localiza-se no
desempenho correto de papéis, na manutenção da ordem convencional e em atender às
expectativas dos outros.

 3º Estagio- orientação do bom menino e boa menina. Orientação para obtenção de


aprovação e para agradar aos outros e as expectativas interpessoais mútuas e do
conformismo em que o ser entra na sociedade preenchendo papéis sociais.
 4º Estagio- Orientação para manter a autoridade e a ordem social. Orientação para
cumprir o dever e demonstrar respeito para com a autoridade e para a manutenção
da ordem social como um fim em si mesmo. Consideração pelas expectativas
merecidas dos outros.

III - Pós-convencional- (Autônomo ou moralidade por princípios universais) Neste nível o


individuo vem as regras como necessárias e como mecanismos mutáveis. O valor moral localiza-
se na conformidade para consigo mesmo, com padrões, direitos e deveres que são ou podem ser
compartilhados.

 5º Estagio- E dos direitos pré-existentes e do contrato social ou utilidade.


Reconhecimento de um elemento ou ponto de partida arbitrário nas regras, no
interesse do acordo. O dever é definido em termos de contrato ou de evitar, de
forma geral, a violação dos direitos dos outros e da vontade e bem-estar da
maioria.
 6º Estagio- Orientação de consciência ou dos princípios universais ético e as leis e
os acordos sociais só são validos na medida em que deriva os tais princípios. A
orientação não é apenas para regras sociais realmente prescritas, mas para
princípios de escolha que envolvem apelo à universalidade lógica e consistência.

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Teorias de desenvolvimento

Orientação para consciência, como agente dirigente, e segundo respeito e


confiança mútua.

4.0 Teoria de desenvolvimento psicossocial ( Erik Erikson, 19021994)

De acordo com essa teoria o desenvolvimento psicológico do individuo depende da interação que
mantem com outras pessoas num ambiente social. Ao longo da vida a pessoa atravessa estágios
que servirão para a formação do seu comportamento, caracterizados pelas chamadas crises
psicossociais, episódios marcantes que influenciarão as decisões que esta pessoa tomara perante
a vida.

Estágios De Desenvolvimento Psicossocial

1° Estagioː Confiança e desconfiança (até o 1° ano de idade)


A criança é dependente das pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado em todos os aspectos,
o seu amadurecimento só ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que tem segurança e
afecto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo.

2° Estagioː Autonomia, vergonha e duvida ( 2 a 3 anos de idade )


A criança passa a ter controle das suas necessidades fisiológicas e responder por sua higiene
pessoal, o que lhe da autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de
errar, mas, se ela for criticada desenvolvera vergonha e duvida, provocando volta ao estagio
anterior. Surge a contradição entre os desejos da criança e as normas impostas pela sociedade

3° Estagioː Iniciativa e Culpa ( 3 a 6 anos de idade )


A criança começa a perceber as diferenças sexuais , os papeis desempenhados por mulheres e
homens na sua cultura, o que e certo e errado, bom e mau, e se a sua curiosidade sexual e
intelectual , natural for reprimida e castigada, poderá desenvolver sentimento de culpa e
diminuirá a sua iniciativa de buscar novos conhecimentos.

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Teorias de desenvolvimento

4°Estagioː Productividade/construtividade e inferioridade (6 a 12 anos de idade)


A criança e alfabetizada e frequenta a escola, o que propicia convívio com pessoas que não são
seus familiares, o que exigira maior socialização, trabalhos em conjunto e outras habilidades e
caso tenha dificuldades e o grupo critica la, passa a viver a inferioridade envés da
construtividade. E o período em que a criança percebe a capacidade de produzir e criar.

5° Estagioː Identidade e Confusão de Identidade (12 a 18 anos de idade)


Início da adolescência quando a pessoa procura entender o seu papel no mundo. Nessa fase se
desenvolve as ideias de fidelidade e lealdade, assim como a socialização.

6° Estagioː Intimidade e Isolamento (jovem adulto 21 a 40 anos de idade)


Nessa fase além do interesse profissional, surgem as relações amorosas estáveis e duradouras,
podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afectiva e caso ocorra a decepcao a
tendência sera de isolamento temporário ou duradouro.

7°Estagioː Productividade/Generatividade e Estagnacao (meia idade 35 a 60 anos de idade)


Há necessidade social de cuidar do próximo, dedicação a sociedade a sua volta e realização de
valiosas contribuições ou grande preocupação com conforto físico e material.

8°Estagioː Integridade/Productividade e Desespero (velhice a partir dos 60 anos de idade)


O envelhecimento ocorre com sentimento de productividade e valorização do que foi vivido sem
arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos, haverá
integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e impossibilidade de
começar de novo trará tristeza e desesperança.

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