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DIDÁCTICA E ENSINO DA BIOLOGIA

1.0. Sistema nacional de educação, sistemas e subsistemas

1.1. Educação e formação em Moçambique (classificação)

A educação é o processo de ensino-aprendizagem, ou seja, ela é o processo que se pode gerar com
base em dois processos: ensino e instrução.

Ensino é o processo especialmente organizado na interacção entre o professor e o aluno que consiste
na transmissão/ mediação e assimilação de conhecimentos científicos, habilidades, hábitos, convicções
de forma sistematizada e que ocorre em estabelecimentos de ensino devidamente autorizadas.
Enquanto a instrução é o processo de educação que ocorre fora da sala de aula, porque está é
considerada como sendo o processo especialmente organizado na interacção entre o professor e o
aluno que consiste na transmissão/ mediação e assimilação de conhecimentos científicos, habilidades,
hábitos, convicções de forma sistematizada e que ocorre em estabelecimentos de ensino devidamente
autorizadas

Para Martins (1990), “a educação é um processo de acção da sociedade sobre o educando, visando
entregá-lo segundo seus padrões sociais, económicos, políticos, e seus interesses” (p.144).

A educação é um conjunto amplo que se refere ao processo de desenvolvimento unilateral da


personalidade, envolvendo a formação de qualidades humanas – físicas, morais, intelectuais,
estéticas – tendo vista a orientação da actividade humana na sua relação com o meio social,
num determinado contexto de relações sociais (Libâneo, 1990, p.22).
Segundo este autor, a educação corresponde, pois, a toda modalidade de influencias inter-relações que
convergem para a formação de traços de personalidade social e do carácter, implicando uma
concepção de mundo, ideias, valores, modos de agir que se traduzem em convicções ideológicas,
morais, politicas, princípios de acção frente a situações reais e desafios da vida prática.

Na formação em Moçambique, podemos encontrar duas formas de ocorrência da educação, educação


tradicional e educação formal.

Educação tradicional é toda a actividade organizada fora do marco do sistema oficial, para facilitar
determinadas classes de aprendizagem e sub grupos da população, pois dirige-se a população em geral,
crianças, adolescentes, adultos e terceira idade adoptando-se em cada caso aos processos próprios da
aprendizagem.

A educacao formal é o sistema educativo altamente institucionalizado, cronologicamente graduado e


hierarquicamente estruturado que se estende dos primeiros anos da escola primária até aos últimos da
universidade.

1.2. Funções das aulas de Biologia


Existem 4 Funções principiais das aulas de Biologia, que são:

I. Contribuições para a formação de uma concepção geral.

II. Contribuição para a compreensão dos problemas característicos da espécie Humana.

III. Contribuição para a compreensão do facto de que a produção é a base essencial para satisfação das
necessidades materiais e ideias do Homem.

IV. Contribuição para a formação de condições suficientes para a aprendizagem ou formação


continua.

3.0. Possibilidade de realização de experiencias nas aulas de Ciências Naturais nas Escolas

3.1. Propostas

As possibilidades experimentais mediante a realidade do nosso País podemos considerar como sendo
desqualificadas, pois os recursos e matérias que poderiam proporcionar na realização destas
actividades são escassos e é o que proporciona no baixo nível de conhecimentos em termos de
realização de experiencias nas áreas de ciências naturais nas escolas. E com esses pressupostos, será
difícil conseguir se trabalhar com a ciências, pois ela trabalha com exactidão e requer essas
possibilidades de existência de recursos para se poder fazer experiencias exactas quando se testa uma
teoria científica.

3.2. Método experimental

É a forma de aquisição do conhecimento do conhecimento em que o pesquisador fixa, manipula e


introduz variáveis no objecto do estudo,

Este tipo de forma de aquisição de conhecimento se dá através de experiencias ou acções de


experimentação por parte do pesquisador.

A experimentação prevê a interferência, introdução e manipulação das condições ambientais ou


quaisquer outros factores pelo pesquisador, em função das finalidades da pesquisa.

E quanto a classificação, podemos ter:

 Experimentações em campo – os dados se registam a partir das reacções resultantes das


variáveis que o pesquisador introduz no experimento. Todos os eventos são realizados no
ambiente externo não controlado;

 Experimentação em laboratório – é onde todas as variáveis e condições são controladas e, são


introduzidas pelo pesquisador. E o ambiente para a realização da experiencia é controlado.

 Método indutivo – é a descoberta de princípios gerais a partir de conhecimentos particulares;

 Método dedutivo – é a aplicação de princípios gerais a casos particulares;


 Método hipotético-dedutivo – é a partir das hipóteses formuladas se deduz a solução do
problema.

3.3. Método de observação

É quando se utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. É uma forma de


aquisição do conhecimento em que o pesquisador não interfere no objecto do estudo. E quanto a
classificação, podemos ter:

 Observação em laboratório – onde todos os eventos e condições são controlados, mas o


pesquisador não interfere na ordem dos eventos;

 Observação assistemática – é quando não existe planeamento e controle previamente


elaborados;

 Observação sistemática – é quando se tem planeamento, realiza-se em condições controladas,


para corresponder aos propósitos pré-estabelecidos;

 Observação individual – é quando se realiza por um pesquisador;

 Observação em equipe – trata-se de uma que é realizada por um grupo de pesquisadores.

4.0. A importância da utilização de meios didácticos (modelos) nas aulas de Biologia

Podemos afirmar que é sabido que falar dos meios didácticos é relativamente falar das formas e
métodos, assim como as técnicas de ensino que podem vir nos ajudar/possibilitar melhor no processo
de ocorrência do ensino.

É relativamente as aulas de Biologia, os meios didácticos (modelos) facultam o processo de ensino,


pois é com base nesses meios que um professor consegue utilizar mecanismo próprios que viabilizam
a ocorrência de uma boa aprendizagem. A utilização destes meios didácticos nos possibilita explicar e
exemplificar melhor os conteúdos a serem expostos pelo professor para com os alunos, assim como na
correlação destes conteúdos com vida quotidiana.

5.0. Ensino Experimental da Biologia nas escolas secundárias

5.1. Estratégias

Estratégias ao mecanismo que nos possibilitam em lidar da melhor forma possível com o processo de
ensino-aprendizagem, analisando todos meios e recurso que podem ser colocados em prática que
facultem a ocorrência do ensino no geral.

Importância de estratégias

 Redução da pobreza com a aquisição dos conhecimentos académicos que irão alargar as
oportunidades do acesso ao emprego, auto – emprego e aos meios de subsistência sustentada
ao cidadão moçambicano;
 Assegurar o desenvolvimento dos recursos humanos como base do sucesso da economia
nacional;

 Necessidade para o efectivo do exercício da cidadania.

5.2. Pratica de experiencias em Biologia com recurso a material de fácil acesso com enfoque para
o ESG

Considerando que experiencias são um tipo de método científico usado para provar uma teoria na
prática por meios físicos, obedecendo as leis da natureza. No processo de selecção dos materiais de
fácil acesso há que fazer com cuidado, mas são estes mesmo que são propícios para o tal experimento,
como é caso de águas pluviais, resíduos sólidos, estercos de animais, e etc. Todas estas possibilidades
ditadas podem ser utilizados ou empregues nas experiencias em Biologia no ESG.

6.0. Ensino de Biologia nas escolas Moçambicanas

6.1. Teoria x praxis (objectivos, conteúdos e planificação das aulas)

Objectivos

É a transformação das orientações estratégicas (funções, finalidades) em resultados pré concebidos e


concretos operacionalizados.

Os objectivos consistem na descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da nossa
actividade. Os objectivos nascem da própria situação (comunidade, da família, da escola, da
disciplina, do professor e, principalmente, do aluno).

Conteúdos

Os conteúdos a se ter em conta na planificação do PEA pelo professor já vêm indicados, em


linhas gerais, pelos programas de ensino que se baseiam nos esquemas conceptuais que os
presidem e os temas organizadores.

Neste sentido, quando os professores duma mesma escola não trabalham em conjunto sobre um
mesmo programa pode haver diferenças de interpretação. Este facto poderá aparentemente não ser
importante, mas a discrepância de situações em que inevitavelmente aos alunos se encontrarão ao
enfrentarem os exames, naturalmente, a nível da classificação.

Neste sentido, o importante consiste em perceber que para além da organização do conhecimento em
si, com base nas suas regras, o conteúdo abrange todas as experiências educativas do conhecimento,
devidamente seleccionadas e organizadas pela escola. E na selecção da matéria deve-se ter em conta o
valor funcional que mais se liga aos problemas da actualidade e tenha valor social. A selecção deve ter
em conta os interesses regionais bem como as necessidades e fases do desenvolvimento do aluno.

Planificação das aulas


De acordo com Libâneo (1992,), “a planificação de aula é uma tarefa docente que inclui tanto a
previsão das actividades didácticas em termos da sua organização e coordenação em face dos
objectivos propostos, quanto a sua visão revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”
(p.222).

Para Piletti (2004), “planificação de aula é a sistematização de todas as actividades que se


desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de
ensino-aprendizagem” (p.72).

A planificação da aula é a sistematização de todas as actividades que se desenvolvem no período


de tempo em que o professor e aluno interagem numa dinâmica de ensino e aprendizagem.

A planificação é um meio para se programar as acções docentes, mas é também um momento de


pesquisa e reflexão intimamente ligado a avaliação.

A importância das mudanças curriculares para os alunos e a sociedade em geral

Relativamente as mudanças curriculares no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, tem vido a


trazer certos benefícios que tendem a viabilizar o da melhor forma possível a ocorrência da
aprendizagem dos alunos, pois estas mudanças curriculares pode ser vistas de um lado como
consequências da globalização e do pós-modernismo. As mudanças curriculares não são feitas daqui
para aqui, mas sim elas respeitam um período longo e considerável e é este neste tempo em que se faz
o estudo do caso, procurando saber em particular o que deve ser mudado/imposto no novo currículo do
ensino a ser estabelecido. As mudanças curriculares são extremamente fundamentais na educação por
quê estas respeitam todo contexto, quer seja antigo ou actual, desde que sejam inerentes a nova
dinâmica educativa

6.2. A flexibilidade curricular no ensino de Biologia

Os currículos tornam o ensino meio flexível, estabelece directrizes/normas que devem ser seguidas no
acto de ensino. É no currículo que se resumo tudo que deve ser cumprido com a tarefa de ensinar e o
que se pretender alcançar com o cumprimento destes pressupostos curriculares. É com base na
flexibilidade curricular que os programas de ensino podem ser vir a ser cumpridos rigorosamente, pois
o ensino com se empregará meios, formas, e métodos próprios, assim como modos de fala (verbos
próprios) que podem facultar o processo de ensino-aprendizagem.

6.3. Análise e reflexão sobre o plano curricular de formação de professores primários (Ciências
Naturais) e Secundários (Biologia)

O nosso plano curricular é de louvar a forma como este está especificado e estruturado

7.0. O processo de avaliação no ensino de Biologia


Os processos avaliativos no ensino de Biologia podem ser realizados ou validados de forma
psicológica, com o propósito de querer saber o nível de conhecimento que os nossos alunos detém
dentro de si, daí que se pode concluir que realmente o processo de ensino-aprendizagem está a
decorrer da melhor forma e que os resultados avaliativos correspondem com o que se ensina.

7.1. Uma reflexão sobre os modelos e tipos usados em Moçambique

Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos,


habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento,
propostas nos objectivos, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas da
planificação do trabalho do professor e da escola como um todo (Piletti, 1991, p.190).
Libâneo (1994), afirma que “avaliação é um componente do processo de ensino que visa,
através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência
destes com os objectivos propostos e, dai, orientar a tomada de decisões em relação as
actividades didácticas seguintes” (p.196).

Avaliação educativa é um processo complexo que começa com a formulação de objectivos e


requer a elaboração de meios para obter evidência de resultados, interpretação dos resultados
para saber em que medida foram os objectivos alcançados e formulação de um juízo de valor
(Salubbi, 1971, apud Turra et all. 1975, p.177).
A avaliação se desenvolve, nos diferentes momentos do processo de ensino-aprendizagem,
com objectivos distintos. Portanto, em Moçambique os modelos/tipos de avaliação que
podemos encontrar são:

a) Avaliação Diagnostica;
b) Avaliação Formativa;
c) Avaliação Somativa/ Classificatória.

Avaliação Diagnóstica: realiza-se no início do processo, por exemplo no início de uma


unidade, semestre ou ano lectivo. Ela é utilizada para verificar os conhecimentos que os
alunos têm de modo a encaminhar os que não apresentam padrão aceitável para novas
aprendizagens, pré-requisitos que os alunos apresentam para propor actividades com vistas a
superar as deficiências e particularidades dos alunos de modo a individualizar o ensino. Como
mostra o esquema abaixo:
Avaliação Formativa: realiza-se ao longo do processo de ensino-aprendizagem com a
função controladora. Este tipo de avaliação tem propósitos de informar o professor e o aluno
sobre o rendimento de aprendizagem e localizar as deficiências na organização de ensino.
Como mostra o esquema seguinte:

Avaliação Somativa: é também chamada de classificatória ou tradicional porque classifica


os alunos no fim de um semestre, ano, curso ou unidade segundo os níveis de aproveitamento
e é expressa em graus (notas). Como esquematizado abaixo:

7.2. Avaliação x aproveitamento, suas relações e implicações sobre a qualidade do ensino no


SNE, (análise da situação actual das escolas do ESG em Moçambique)
A relação existente entre estas duas realidades (avaliação e aproveitamento) é de proporcionalidade
directa, pois o resultado do aproveitamento depende da avaliação, quer dizer a avaliação podemos
considerar como algo independente e a aproveitamento como sendo dependente. Estas duas realidades
trazem implicações no Sistema Nacional de Ensino (SNE) em Moçambique, sendo realidades
dependentes as suas implicações podem ser mediadas de forma positiva ou negativa, dependo do
contexto ou situação em que o nível do aproveitamento pode vir a apresentar.

8.0. O processo de avaliação no ensino de Biologia

8.1.Uma reflexão sobre os modelos usados actualmente

O modelo de avaliação usado actualmente (no tempo da covid-19) em aulas de Biologia, são
minimamente inadequados porquê não tem trazido resultados satisfatório como nos tempos que se
estudava sem a covid-19. O cenário do processo de ensino, está praticamente mudado, os programas
de ensino provavelmente continuam os mesmos, mas a maneira de proceder na realização das
actividades curriculares são muito diferentes com o sistema antigo porque na maior parte das vezes
usam-se recurso electrónicos para o estabelecimento de certos exercícios, estes que fazem parte do
processo avaliativo

Avaliação x aproveitamento

Avaliação e aprovativamente são factos meramente antagónicos, mas que ditam a mesma coisa porque
a avaliação é a consolidação no geral do que é aprendido durante as aulas, pois é onde os alunos são
submetidos a determinados testes para se medirem a sua capacidade perceptiva em relação as suas
matérias, e os resultados expirados podem ser negativos ou positivos. E aproveitamento é a
consequência ou o resultado da avaliação, são realidades dependentes uma da outra e directamente
proporcionais, isto é, se a realidade avaliativa for positiva, o aproveitamento também será positivo e
vice-versa.

Suas relações e implicações sobre a qualidade do ensino e do SNE


A relação existente entre estas duas realidades (avaliação e aproveitamento) é de
proporcionalidade directa, pois o resultado do aproveitamento depende da avaliação, quer
dizer a avaliação podemos considerar como algo independente e a aproveitamento como
sendo dependente. Estas duas realidades trazem implicações no Sistema Nacional de Ensino
(SNE), sendo realidades dependentes as suas implicações podem ser mediadas de forma
positiva ou negativa, dependo do contexto ou situação em que o nível do aproveitamento pode
vir a apresentar.
Bibliografia

Libâneo, J. C. (1997). Didáctica. São Paulo, Brasil: Editora Cortez.

Piletti, C. (1991). Didáctica Geral (12a ed.). São Paulo, Brasil: Editora Ática.

Turra, C. et all. (1975). Planejamento de ensino e avaliação (5a ed). Porto Alegre, Portugal:
Editora Emma.

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