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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Noções gerais, princípios, tratados e convecções da política

Olívia Eusébio Manuel Tomé: 708215208

CURSO: Gestão Ambiental

Disciplina: Politicas Ambientais

2o Ano

Docente: Eugénio Fernando Alexandre

Pemba, Agosto, 2022


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 Capa 0,5
 Índice 0,5

 Introdução 0,5
Estrutura Aspectos
organizacionais  Discussão 0,5
 Conclusão 0,5
 Bibliografia 0,5
 Contextualização
(Indicação clara do 1,0
problema)
Introdução  Descrição dos 1,0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2,0
objecto do trabalho
 Articuladores e
domínio do
Conteúdo discurso académico 2,0
(expressão escrita
cuidada, coerência
Análise e / coesão textual
discussão  Revisão 2,0
bibliográfica
nacional e
internacionais
relevante na área
de estudo
 Exploração dos 2,0
dados
Conclusão  Contributos 2,0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
gerais Formatação paragrafo, 1,0
espaçamento entre
linhas
Referencias Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Bibliográfic edição em das 4,0
as citações e citações/refecias
bibliografia bibliográficas
Índice

Introdução ................................................................................................................................... 4

1.0. NOCOES GERAIS, PRINCÍPIOS, TRATADOS E CONVECÇÕES DA POLÍTICA ..... 5

1.1. Origem e evolução ............................................................................................................... 5

1.2. Conceitos ambientais básicos .............................................................................................. 5

1.3. Fundamentos Básicos da Gestão Ambiental ....................................................................... 6

1.4. Problemas ambientais .......................................................................................................... 7

1.5. Princípios Gerais ................................................................................................................. 7

1.5.1. Quadro de base ................................................................................................................. 8

1.5.2. O ambiente ideal para a sociedade ideal ......................................................................... 10

1.6. Gestão ambiental ............................................................................................................... 11

1.6.1. Princípios gerais da política ambiental ........................................................................... 11

1.7. Instrumentos das políticas de gestão ambiental ................................................................. 12

1.7.1. Instrumentos da política nacional do meio ambiente (PNMA) ...................................... 12

1.7.2. A importância da gestão ambiental ................................................................................ 12

Conclusão ................................................................................................................................. 14

Bibliografia ............................................................................................................................... 15
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Introdução

Políticas, no estado de direito democrático, tendem a expressar a forma desejada pela


sociedade em solucionar os problemas que surgem. Nestas condições, pode-se dizer que toda
política parte de um movimento da sociedade em torno de um problema ou conflito. A partir
do conceito de sustentabilidade de Carlowitz, em termos gerais, pode-se entender “gestão
ambiental” como a administração dos recursos ambientais com o objetivo de conservá-los e
garantir que as gerações futuras encontrem um ambiente compatível com as suas
necessidades. Políticas de gestão ambiental podem ser caracterizadas quanto ao seu caráter e
nível de abrangência. Quanto ao caráter, podem ser classificadas como de caráter público e
privado. Quanto à abrangência, podem ser políticas internacionais, federais, estaduais ou
municipais, entre outros. Portanto, o trabalho em destaque centra-se no derrocamento das
Noções gerais, princípios, tratados e convecções da política.

Objectivo geral

 Conhecer as Noções gerais, Princípios, Tratados e convenções da Política ambiental;

Objectivos específicos

 Apresentar a origem e a evolução da política;

 Relatar sobre os fundamentos básicos da gestão ambiental;

 Descrever os principio gerais da política ambiental;

Metodologia e estrtura do trabalho

O trabalho foi feito com base no método de pesquisa bibliográfico, e quanto a estrutura o
trabalho compõe-se de: Capa, Folha de Feedback, Índice, Introdução, Desenvolvimento,
Conclusão, Bibliografia.
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1.0. NOCOES GERAIS, PRINCÍPIOS, TRATADOS E CONVECÇÕES DA POLÍTICA

1.1. Origem e evolução

A política ambiental da UE remonta a 1972, ano em que se realizou em Paris o Conselho


Europeu, no qual os Chefes de Estado e de Governo europeus (na sequência da primeira
conferência das Nações Unidas sobre o ambiente) declararam a necessidade de uma política
ambiental comunitária que acompanhasse a expansão económica e apelaram à elaboração de
um programa de ação. O Ato Único Europeu de 1987 introduziu um novo título «Ambiente»,
que constituiu a primeira base jurídica da política ambiental comum, com vista a preservar a
qualidade do ambiente, proteger a saúde humana e garantir uma utilização racional dos
recursos naturais. As revisões posteriores do Tratado reforçaram o compromisso assumido
pela Europa em matéria de proteção ambiental e o papel do Parlamento Europeu no respetivo
desenvolvimento.

O Tratado de Maastricht (1993) fez do ambiente um domínio de intervenção oficial da UE,


introduziu o procedimento de codecisão e introduziu como regra geral a votação por maioria
qualificada no Conselho.

O Tratado de Amesterdão (1999) instituiu o dever de integrar a proteção do ambiente em


todas as políticas sectoriais da UE, tendo em vista promover o desenvolvimento sustentável.

Com o Tratado de Lisboa (2009), a «luta contra as alterações climáticas» tornou-se um


objetivo específico, assim como o desenvolvimento sustentável nas relações com países
terceiros. Uma nova personalidade jurídica permitiu à UE celebrar acordos internacionais.

1.2. Conceitos ambientais básicos

Segundo Poggiani (1989):

Ecossistema é uma unidade que abrange todos os organismos que funcionam em conjunto
(comunidade biótica) em uma área, interagindo com o ambiente físico e criando um fluxo de
energia com estruturas bióticas interligadas através da cadeia alimentar, constituída de um
ciclo de materiais entre as partes vivas e não vivas, com uma seqüência fundamental de
atividades na seguinte ordem: recepção de energia; produção primária de matéria orgânica por
organismos vegeta; consumo desta matéria pelos consumidores e sua ulterior elaboração;
decomposição da mesma em seus componentes inorgânicos; transformação destes em formas
aproveitáveis para a nutrição dos produtores.

“Os ecossistemas naturais como as florestas nativas podem ser considerados estáveis e auto-
suficientes, pois todas as etapas de ações ocorrem dentro deles” (Poggiani, 1989).
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1.3. Fundamentos Básicos da Gestão Ambiental

Cada vez mais compradores, principalmente importadores, estão exigindo a certificação


ambiental, nos moldes da ISO 14.000, ou mesmo certificados ambientais específicos como,
por exemplo, para produtos têxteis, madeiras, cereais, frutas, etc Os fundamentos, ou seja, a
base de razões que levam as empresas a adotar e praticar a gestão ambiental, são vários.
Podem perpassar desde procedimentos obrigatórios de atendimento da legislação ambiental
até a fixação de políticas ambientais que visem a conscientização de todo o pessoal da
organização. A busca de procedimentos gerenciais ambientalmente corretos, incluindo-se aí a
adoção de um Sistema Ambiental (SGA), na verdade, encontra inúmeras razões que
justificam a sua adoção. Os fundamentos predominantes podem variar de uma organização
para outra. No entanto, eles podem ser resumidos nos seguintes básicos:

 Os recursos naturais (matérias primas) são limitados e estão sendo fortemente afetados
pelos processos de utilização, exaustão e degradação decorrentes de atividades
públicas ou privadas, portanto estão cada vez mais escassos, relativamente mais caros
ou se encontram legalmente mais protegidos.
 Os bens naturais (água, ar) já não são mais bens livres/grátis. Por exemplo, a água
possui valor econômico, ou seja, paga-se, e cada vez se pagará mais por esse recurso
natural. Determinadas indústrias, principalmente com tecnologias avançadas,
necessitam de áreas com relativa pureza atmosférica. Ao mesmo tempo, uma
residência num bairro com ar puro custa bem mais do que uma casa em região
poluída.
 O crescimento da população humana, principalmente em grandes regiões
metropolitanas e nos países menos desenvolvidos, exerce forte conseqüência sobre o
meio ambiente em geral e os recursos naturais em particular.
 A legislação ambiental exige cada vez mais respeito e cuidado com o meio ambiente,
exigência essa que conduz coercitivamente a uma maior preocupação ambiental.
 Pressões públicas de cunho local, nacional e mesmo internacional exigem cada vez
mais responsabilidades ambientais das empresas.
 Bancos, financiadores e seguradoras dão privilégios a empresas ambientalmente sadias
ou exigem taxas financeiras e valores de apólices mais elevadas de firmas poluidoras.
 A sociedade em geral e a vizinhança em particular está cada vez mais exigente e
crítica no que diz respeito a danos ambientais e à poluição provenientes de empresas e
actividades.
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 Organizações não-governamentais estão sempre mais vigilantes, exigindo o


cumprimento da legislação ambiental, a minimização de impactos, a reparação de
danos ambientais ou impedem a implantação de novos empreendimentos ou
actividades.

1.4. Problemas ambientais

Os problemas ambientais acontecem quando se interfere em qualquer parte ou fase de um


ecossistema, alterando-o. Isso desequilibra o que a natureza desenvolveu durante toda a
evolução daquele sistema, desde o início dos tempos. Como se pode deduzir, qualquer
intervenção sobre um ecossistema provoca conseqüências secundárias que podem ser
temporárias ou permanentes, em vários graus de amplitude e intensidade. Em alguns casos
isso pode ser prognosticado, mas também ocorrem imprevistos, pois a complexidade dos
ecossistemas geralmente é grande e nem tudo sobre eles é conhecido. Os ecossistemas têm
capacidade de se auto-regenerar e acredita-se que a alteração de até 10% de um ecossistema
está dentro da sua capacidade de resiliência. Os estudos sobre gestão ambiental têm sugerido
que, quando se ultrapassa este limite, é necessário adotar medidas mitigadoras (curativas ou
preventivas) para reduzir os desequilíbrios ambientais causados.

1.5. Princípios Gerais

A política ambiental baseia-se nos princípios da precaução, da prevenção e da correção da


poluição na fonte, bem como no princípio do «poluidor-pagador». O princípio da precaução é
um instrumento de gestão de risco que pode ser invocado sempre que exista incerteza
científica quanto à suspeita de risco para a saúde humana ou para o ambiente decorrente de
uma determinada ação ou política. A título de exemplo, se surgirem dúvidas sobre os efeitos
potencialmente nocivos de um produto e se, na sequência de uma avaliação científica
objetiva, persistirem incertezas, podem ser dadas instruções para interromper a distribuição do
produto ou para o retirar do mercado. Tais medidas não podem ser discriminatórias nem
desproporcionadas e devem ser revistas assim que esteja disponível mais informação
científica. O princípio do «poluidor-pagador» é aplicado pela Diretiva relativa à
responsabilidade ambiental, que visa a prevenção ou a reparação dos danos ambientais
causados a espécies e habitats naturais protegidos, à água e ao solo. Os operadores de
determinadas atividades profissionais, como o transporte de substâncias perigosas, ou de
atividades que impliquem descargas nas águas, devem tomar medidas preventivas em caso de
ameaça iminente para o ambiente. Se os danos já tiverem ocorrido, os operadores são
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obrigados a tomar as medidas adequadas para reparar esses danos, devendo suportar os
respetivos custos. O âmbito de aplicação da diretiva foi alargado três vezes, com o intuito de
incluir, respetivamente, a gestão dos resíduos das indústrias extrativas, a operação de locais de
armazenamento geológico e a proteção de operações offshore de petróleo e gás.

Além disso, a integração das preocupações ambientais noutros domínios de intervenção da


UE passou a ser um conceito importante da política europeia desde que surgiu, pela primeira
vez, graças a uma iniciativa do Conselho Europeu, que teve lugar em Cardiff, em 1998. Nos
últimos anos, a integração da política ambiental registou progressos significativos, por
exemplo, no domínio da política energética, tal como refletido no desenvolvimento paralelo
do pacote da UE em matéria de energia e de clima ou no roteiro de transição para uma
economia hipocarbónica competitiva em 2050. Em dezembro de 2019, a Comissão lançou o
Pacto Ecológico Europeu, que deverá contribuir para que as políticas da UE façam da Europa
o primeiro continente no mundo com impacto neutro no clima.

1.5.1. Quadro de base

A Programas de acção em matéria de ambiente Desde 1973, a Comissão tem vindo a criar
programas plurianuais de ação em matéria de ambiente (PAA), que apresentam propostas
legislativas e objetivos futuros para a política ambiental da UE. No final de 2020, a Comissão
apresentou a sua proposta para o 8.o PAA, que deverá decorrer de 2021 a 2030. Este
programa reitera o compromisso assumido pela UE na visão do 7.o PAA para 2050: viver
bem, dentro dos limites do nosso planeta. O novo programa apoia e desenvolve os objetivos
ambientais e climáticos do Pacto Ecológico Europeu e faculta um quadro propício para a
realização de seis objetivos prioritários:

 Consecução do objectivo de redução das emissões de gases com efeito de estufa até
2030 e neutralidade climática até 2050,
 Reforçar a capacidade de adaptação e de resiliência e redução da vulnerabilidade às
alterações climáticas,
 Avançar rumo a um modelo de crescimento regenerativo, dissociando o crescimento
económico da utilização dos recursos e da degradação ambiental, e acelerar a transição
para uma economia circular,
 Concretizar uma ambição de poluição zero, nomeadamente para o ar, a água e o solo,
e proteger a saúde e o bem-estar dos Europeus;
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 Proteger, preservar e restaurar a biodiversidade e reforçar o capital natural


(nomeadamente o ar, a água, o solo e as florestas, bem como os ecossistemas
marinhos, de água doce e de zonas húmidas);
 Reduzir as pressões ambientais e climáticas relacionadas com a produção e o consumo
(em especial nos domínios da energia, do desenvolvimento industrial, dos edifícios e
das infraestruturas, da mobilidade e do sistema alimentar).

Estratégias horizontais

Apresentou-se a primeira Estratégia de Desenvolvimento Sustentável (EDS) em 2001,


conferindo, assim, uma dimensão ambiental à sua Estratégia de Lisboa. Em resposta à Agenda
2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada na Assembleia-Geral das Nações Unidas
em setembro de 2015, a Comissão publicou, em 2016, uma comunicação intitulada Próximas
etapas para um futuro europeu sustentável Ação europeia para a sustentabilidade, que
descreve a forma de integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas
prioridades políticas da UE. Em 30 de janeiro de 2019, a Comissão apresentou um documento
de reflexão sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável intitulado «Para uma Europa
sustentável até 2030, que apresenta três cenários para o futuro. O Parlamento Europeu
manifestou o seu apoio ao cenário mais avançado, que propõe orientar todas as ações da UE e
dos Estados-Membros através da definição de objetivos específicos de execução dos ODS,
propondo resultados concretos para 2030 e estabelecendo um mecanismo de informação e
acompanhamento dos progressos realizados no âmbito dos ODS. Em 2011, a UE adotou a sua
Estratégia de Biodiversidade para 2020, que reflete os compromissos assumidos no âmbito da
Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (CDB), o principal acordo
internacional sobre biodiversidade, do qual a UE é parte. Como contributo para os debates
sobre um quadro mundial para a biodiversidade pós-2020 (Conferência de Kunming), em
maio de 2020 a Comissão apresentou a sua Estratégia de Biodiversidade para 2030, um plano
abrangente, ambicioso e a longo prazo para proteger a natureza e inverter a degradação dos
ecossistemas. Em junho de 2021, o Parlamento Europeu aprovou esta estratégia e apresentou
novas sugestões para o seu reforço. No âmbito do Pacto Ecológico Europeu, a Comissão
Europeia apresentou, em maio de 2020, a sua Estratégia do Prado ao Prato, que visa tornar os
sistemas alimentares justos, saudáveis e respeitadores do ambiente. O Parlamento Europeu
está a elaborar um relatório de iniciativa, que será posto à votação antes do final de 2021.
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Cooperação internacional em matéria de ambiente A UE desempenha um papel fundamental


nas negociações internacionais em matéria de ambiente. É parte signatária de inúmeros
acordos ambientais globais, regionais ou sub-regionais numa grande diversidade de matérias,
como a proteção da natureza e a biodiversidade, as alterações climáticas e a poluição
transfronteiriça da atmosfera ou da água. Do mesmo modo, a União contribuiu para a
elaboração de vários acordos internacionais importantes adotados em 2015 a nível da ONU,
como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que inclui os 17 ODS e as suas
169 metas associadas, o Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas e o Quadro de Sendai
para a Redução do Risco de Catástrofes. Nesse mesmo ano, a UE tornou-se igualmente parte
da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES).

Avaliação do impacto ambiental e participação pública Determinados projetos individuais


(privados ou públicos) que possam ter consequências significativas para o ambiente, como,
por exemplo, a construção de uma autoestrada ou de um aeroporto, estão sujeitos a uma
avaliação do impacto ambiental (AIA). Também toda uma série de planos e programas
públicos (por exemplo, referentes à utilização dos solos, aos transportes, à energia, aos
resíduos ou à agricultura) está sujeita a um processo semelhante denominado avaliação
ambiental estratégica (AAE). Neste caso, as considerações do foro ambiental já estão
incluídas na fase de planeamento e as eventuais consequências são tidas em conta antes da
aprovação ou autorização de um projecto, de molde a garantir um elevado nível de proteção
ambiental. Em ambos os casos, a consulta pública constitui um aspeto fulcral. Esta consulta
remonta à Convenção de Aarhus, um acordo ambiental multilateral sob os auspícios da
Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE), que entrou em vigor em
2001, e do qual são partes a UE e os seus Estados Membros. A Convenção de Aarhus garante
três direitos ao público: a participação pública no processo decisório em matéria de ambiente,
o acesso às informações sobre o ambiente na posse das autoridades públicas (por exemplo,
sobre o estado do ambiente ou da saúde humana quando esta é afetada pelo ambiente) e o
direito de acesso à justiça, sempre que os outros dois direitos não tenham sido observados.

1.5.2. O ambiente ideal para a sociedade ideal

Segundo Arizpe (2001), “qualquer sociedade usa um determinado espaço para viver. Do
ponto de vista ecológico o ambiente ideal é aquele preservado integralmente, mas isso
inviabilizaria a civilização atual e teríamos de voltar a ser colectores”.
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Este autor ainda afirma que por alguns milhares de anos, usamos o ambiente a nosso bel-
prazer. Desertificamos áreas por excessivo uso agrícola. Poluímos as águas, o ar e o solo.
Fragmentamos a vegetação natural. Aterramos e drenamos banhados. Furtamos áreas ao mar
aterrando mangues e restingas. Rasgamos os solos com estradas, aterros urbanos e minas sem
preocuparmo-nos em não agredir o ambiente de entorno nem com a sua manutenção. Mas, nas
últimas três décadas vimos, gradativamente, tomando consciência dos estragos causados e de
suas conseqüências e elaboramos alguns princípios na ECO-92 para remediar isso declarados
num documento a que se denominou Agenda 21 (UN, 1992). Principalmente após a ECO-92,
as pesquisas ambientais nos trouxeram vasto conhecimento que possibilitaramm calcular até
que ponto o meio natural pode ser alterado com conseqüências mínimas.

1.6. Gestão ambiental

De acordo com Costa et al. (2002 apud Amaral, 2001):

Entre as tendências atuais de planejamento, gestão urbana e ambiental, destaca-se a


preocupação com a criação de formas mais democráticas de gestão através da adoção de
metodologias e práticas participativas e pela criação de instâncias colegiadas e multissetoriais
de gestão de políticas.

Conforme Farah (2001 apud Amaral, 2001):

Muitas iniciativas recentes revelam que a administração pública no país tem tomado o sentido
da ampliação e consolidação da cidadania, com articulação de mudanças nas formas de gestão
e no próprio conteúdo das políticas públicas, configurando novos processos políticos e novas
formas de gestão em que se destaca, como elemento central, a ampliação do elenco de atores
envolvidos, incluindo a maior parte das facções da sociedade civil organizada.

1.6.1. Princípios gerais da política ambiental

Princípios, numa visão simplista, são políticos básicos de ação. São direcionamentos gerais de
onde partem todas as ações e políticas secundárias. Há algumas diferenças entre os princípios
de gestão ambiental pública e privada, mas ambos são formulados por necessidade de resolver
problemas ambientais que afetam a sociedade, seja por interesse econômico, social, ou
cultural. A gestão ambiental internacional, como já referido anteriormente, baseia-se
principalmente nos princípios da Declaração do Rio (Anexo III), na Agenda 21, nos preceitos
ditados por organismos internacionais como a ONU, ISO e OMC, podendo-se incluir também
as exigências de organizações financeiras internacionais como o Banco Mundial e o Banco
Interamericano de Desenvolvimento.
12

1.7. Instrumentos das políticas de gestão ambiental

De acordo com Amaral (2001), “os instrumentos de políticas ambientais têm como finalidade
levar ao cumprimento de estratégias de economia e protecção dos recursos ambientais”.

1.7.1. Instrumentos da política nacional do meio ambiente (PNMA)

Conforme o disposto na Lei Nº 6.938/81, em seu Artigo 2°, e modificações posteriores, os


instrumentos da PNMA são: 1. Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 2. O
zoneamento ambiental; (Regulamento); 3. A avaliação de impactos ambientais; 4. O
licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 5. Os incentivos
à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para
a melhoria da qualidade ambiental; 6. A criação de espaços territoriais especialmente
protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção
ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº
7.804, de 18.07.89); 7. O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;

1.7.2. A importância da gestão ambiental

O trabalho que envolve a Gestão Ambiental nos moldes modernos revela-se vital não só à
correta manutenção e busca pelo desenvolvimento sustentável, mas também para integrar as
presentes e futuras gerações a um mundo mais equilibrado e ambientalmente Gestão
Ambiental, muitos dos quais alterados e aperfeiçoados ao longo dos anos, é essencial à
execução e evolução desses trabalhos (Amaral, 2001).

Entretanto, percebe-se ainda nos dias de hoje certa dificuldade na absorção desses conceitos
até mesmo por analistas e operadores de Sistemas de Gestão Ambiental, o que revela a
procedências desse debate e o quão distante estamos de finalizá-lo. Passemos agora a alguns
dos principais conceitos envolvidos quando o assunto é Meio Ambiente, Gestão Ambiental
Desenvolvimento Sustentável, em suas acepções mais atuais:

Meio Ambiente: o meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos


e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os
seres vivos e as atividades humanas; além disso, pode ser entendido como a circunvizinhança
em que uma organização ópera, incluindo o ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna,
seres humanos e suas inter-relações.

Sistema de Gestão Ambiental: métodos estipulados com o intuito de propagar uma Política
da Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança e disseminar a consciência ambiental e as
boas práticas de gerenciamento a ela correlacionadas.
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Aspecto Ambiental: elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que
pode interagir com o meio ambiente.

Impacto Ambiental: qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que


resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização.

Prevenção de poluição: utilização de processos, práticas, técnicas, materiais, produtos,


serviços ou energia para evitar, reduzir ou controlar (de forma separada ou combinada) a
geração, emissão ou descarga de qualquer tipo de poluente ou rejeito, com o intuito de reduzir
os impactos ambientais adversos. A prevenção da poluição pode incluir redução ou
eliminação de fontes de poluição, alterações de processo, produto ou serviço, uso eficiente de
recursos, materiais e substituição de energia, reutilização, recuperação, reciclagem,
regeneração e 9 tratamento.

Colecta seletiva: separação de resíduos de acordo com suas características, com o objetivo de
facilitar a redução, a reciclagem ou a reutilização dentro de um ambiente, possibilitando um
destino específico e diferenciado para cada tipo existente.

Recomendações Ambientais: recomendações relativas aos Aspectos e Impactos ambientais


como meio de permitir a correta prevenção à poluição ou degradação potencialmente causada.
adequado. Nesse sentido, o entendimento dos diversos conceitos envolvidos na Gestão.

Consumo de Recursos Naturais: práticas que demandam a implementação de uma política


de controle de uso dos mesmos, otimizando os processos de produção, buscando a utilização
de tecnologias renováveis e de menor impacto ambiental, contribuindo assim para o
desenvolvimento harmônico e sustentável da nação e do planeta.

Recomendações de Segurança: recomendações relativas à segurança no manuseio,


armazenagem 10 e transporte de produtos e materiais diversos, com o intuito de prevenir
possíveis tipos de poluição e/ou degradação inerentes aos mesmos.

Prevenção de Acidentes/Gerenciamento de Carga e Descarga: gestão adequada e


pormenorizada de produtos químicos e originários de outras fontes nas operações de carga e
descarga dos mesmos. É necessário sempre planejar o carregamento e o descarregamento de
produtos, com a realização de treinamento do pessoal de operação para a função, uso de EPI’s
especificados, além dos equipamentos que devem estar em bom estado de conservação.
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Conclusão

Com base no trabalho, podemos concluir que a política ambiental da UE remonta a 1972, ano
em que se realizou em Paris o Conselho Europeu, no qual os Chefes de Estado e de Governo
europeus (na sequência da primeira conferência das Nações Unidas sobre o ambiente)
declararam a necessidade de uma política ambiental comunitária que acompanhasse a
expansão económica e apelaram à elaboração de um programa de acção. O Ato Único
Europeu de 1987 introduziu um novo título «Ambiente», que constituiu a primeira base
jurídica da política ambiental comum, com vista a preservar a qualidade do ambiente, proteger
a saúde humana e garantir uma utilização racional dos recursos naturais. O Tratado de
Maastricht (1993) fez do ambiente um domínio de intervenção oficial da UE, introduziu o
procedimento de co-decisão e introduziu como regra geral a votação por maioria qualificada
no Conselho. Com o Tratado de Lisboa (2009), a «luta contra as alterações climáticas»
tornou-se um objectivo específico, assim como o desenvolvimento sustentável nas relações
com países terceiros. Uma nova personalidade jurídica permitiu à UE celebrar acordos
internacionais.

Os fundamentos Básicos da Gestão Ambiental, ou seja, a base de razões que levam as


empresas a adoptar e praticar a gestão ambiental, são vários. Nestes caso, podem variar de
uma organização para outra. Um dos fundamentos defende que: os recursos naturais (matérias
primas) são limitados e estão sendo fortemente afectados pelos processos de utilização,
exaustão e degradação decorrentes de actividades públicas ou privadas, portanto estão cada
vez mais escassos, relativamente mais caros ou se encontram legalmente mais protegidos.

Os princípios gerais apontam que a política ambiental baseia-se nos princípios da precaução,
da prevenção e da correcção da poluição na fonte, bem como no princípio do «poluidor-
pagador». O princípio da precaução é um instrumento de gestão de risco que pode ser
invocado sempre que exista incerteza científica quanto à suspeita de risco para a saúde
humana ou para o ambiente decorrente de uma determinada acção ou política. E o princípio
do «poluidor-pagador» é aplicado pela Directiva relativa à responsabilidade ambiental, que
visa a prevenção ou a reparação dos danos ambientais causados a espécies e habitats naturais
protegidos, à água e ao solo.
15

Bibliografia

Amaral, C. F. do. (2001). Instrumentos de gestão ambiental - Introdução à teoria do


desenvolvimento econômico: economia do meio ambiente - ECO-1106 – Aula 5. Rio de
Janeiro, Brasil: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ.

Arizpe, L. (2001). As dimensões culturais da transformação global: uma abordagem


antropológica. Brasília, Brasil: UNESCO.

Ferreira, A. B. de H. (1995). Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. São Paulo,


Brasil: Folha de São Paulo.

Ministério do Planejamento. Mensagem ao Congresso - Política de Desenvolvimento


Económico. Disponível em:
<http://www.planejamento.gov.br/orcamento/conteudo/orcamento_2001/integra_mensag
em/politica_desen_economico.htm>. Acesso no dia 20 de Agosto de 2022.

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