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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Actividades da 1ª Sessão

Importância da Ética Profissional no trabalho do docente

Nita Rafael – 708208342

Nampula, Abril/2023
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Actividades da 1ª Sessão

Importância da Ética Profissional no trabalho do docente

Nita Rafael – 708208342

Curso: Licenciatura Ensino de Geografia


Disciplina: Etica Profissional
Ano de Frequência: 4º Ano, Turma H
Docente: Leila Lapoio

Nampula, Abril/2023

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Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota
maxima do
tutor
Capa 0.5
índice 0.5
Aspectos introdução 0.5
estrutura Organizacionai discussão 0.5
s conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Introdução Descrição dos 1.0
objectivos
Metodologia adequada 2.0
ao objecto do trabalho
conteúdo Articulação e domínio
Do discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada,
Análise coerência/coesão
Discussão textual)
Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.0
relevante na área de
estudo
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Paginação, tipo e
gerais Formatação tamanho de letra, 1.0
parágrafo, espaçamento
entre linhas
Referencias Normas APA Rigor e coerência das
Bibliográficas 6ª edição em citações/referências 4.0

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Recomendações de melhoria:

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Índice
1. Introdução................................................................................................................................................6
2. Importancia da etica profissional no trabalho do docente.......................................................................7
2.1. Conceituação........................................................................................................................................7
2.1.1. Ética..................................................................................................................................................7
2.2. Contextualização..................................................................................................................................8
2.2.1. A ética no trabalho docente.............................................................................................................8
2.2.2. Importância da ética na formação docente....................................................................................13
2.2.3. A ética: avião dos professores........................................................................................................13
3. Conclusão...............................................................................................................................................17
4. Referência bibliográfica..........................................................................................................................18

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1. Introdução

Este trabalho da cadeira de Ética Profissional, tem por objectivo de, desenvolver o conhecimento
sobre Importância da Ética no Trabalho Docente, tendo em vista que para entender o que realmente
é ética, devemos saber em qual contexto ela se encaixa.

Com o crescimento desenfreado do mundo globalizado diante da contemporaneidade é marcada por


uma série de desafios cada vez mais presentes no quotidiano das pessoas, quer seja no contexto
individual, colectivo, informal ou profissional. Deixado levar pela pressão exercida pela busca de
produção, pois o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e exigente, com a correria do
dia-a-dia às vezes não sobra tempo para pensarmos sobre nossas atitudes.

Assim, torna-se necessário, a ética é o conjunto de normas morais em que o indivíduo deve orientar
seu comportamento na profissão que exerce, e importante em todas as profissões e para todo ser
humano, e para vivermos bem em sociedade.

Contudo, temos que ter a consciência de que nossos actos podem agir na vida dos outros e que
nossa liberdade acarreta em responsabilidade. Ética é definida como a explicitação teórica do
fundamento do agir humano na busca do bem comum e da realização individual. Ao falar em ética
na educação, devemos considerar que as consequências educacionais se dão a partir do apelo à
humanidade vindo do outro tendo a possibilidade de uma resposta completa e responsável.

A pedagogia da ética começa pelo respeito um ao outro, com o anseio da humanidade. É necessário
que nos dias actuais termos profissionais éticos, que acreditem que por meio da educação que se
forma cidadãos comprometidos, ousados, críticos e corajosos com vontade de lutar por seus direitos
e deveres, por uma sociedade mais justa e igualitária.

Esse artigo está dividido em 4 partes, sendo a Introdução, a Importância na formação docente,
Considerações finais e Referencias.

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2. Importancia da etica profissional no trabalho do docente

2.1. Conceituação

2.1.1. Ética

A ética é os valores morais estão ligados a uma cultura, independentes de seus valores, costumes ou
tradições, a ética começa a existir a partir de um pilar central, o ser humano e suas relações entre o
meio em que vive.

Segundo Paranhos (2007), o termo ético deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma
pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na
sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio na formação social. Desta forma, a ética, não
pode ser comparada com as leis. A ética é elaborada por uma sociedade tendo como princípio a
história e a cultura. No pensamento da filosofia, a ética e uma ciência que estuda os valores e
fundamentos morais de uma sociedade e seus grupos.

De acordo com Barbieri, (2009) “A ética pode ser considerada uma dimensão específica da
responsabilidade social [...] o termo responsabilidade, entendido como obrigação ou compromisso
para com outros, faz parte da linguagem da moral e da ética. (p.84)

Assim, somente o estudo e a análise da ética e a conduta humana possibilitará ao indivíduo a razão
de ser das normas morais, proporcionando o comprometimento e a dever com as normas,
concedendo-lhe uma visão crítica com relação ao código de sua sociedade, sendo capazes de
entender melhor os códigos de outras culturas. Para Vasquez

A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência
de uma forma específica de comportamento humano. A nossa definição sublinha em primeiro lugar
o carácter científico desta disciplina; isto é, corresponde à necessidade de uma abordagem científica
dos problemas morais. De acordo com esta abordagem, a ética se ocupa de um objecto próprio: o
sector da realidade humana que chamamos moral, constituído por um tipo peculiar de fatos ou aptos
humanos. Como ciência, a ética parte de certo tipo de fatos visando descobrir lhes os princípios
gerais. Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e objectividade mais
completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no
limite do possível, comprováveis. (VASQUEZ, 1997, p. 12).

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Como ciência tem seus objectos próprios, leis e método próprio. A acção da Ética é a moral. A
moral é um das aparecias do comportamento humano. A forma de expressar deriva da palavra
romana mores, no sentido de costumes, conjunto de normas conseguidas pelo hábito reiterado de
sua prática.

A ética cuida do comportamento humana diante do bem e do mal. Ou, “daquilo que tem valor, do
que realmente tem importância, do sentido da vida, do que torna a vida digna de ser vivida ou da
maneira correcta de viver” (WITTEGENSTEIN, 1971, p. 144).

Conforme o autor, a educação pautada na prática da ética pressupõe uma acção afectiva, que uni,
Induz, compreende, encaminha, e partilha.

Deve-se então, buscar entender conceitos, técnicas, conhecimentos, desafiadores, criadores de seres
humanos e não só de pessoas. O conhecimento transforma-se em uma actividade volitiva, que deve
superar, aperfeiçoar, o ser e não apenas construir, mas ter a consciência do nosso agir no mundo.

2.2. Contextualização

2.2.1. A ética no trabalho docente

Para Barroco (2009, p.121), ‘O homem e considerado como ser humano, racional, pois tem
capacidade para agir de acordo com sua consciência e liberdade, atributos essenciais de um ser
humano. Esses atributos foram criados pelo próprio ser humano, a partir do seu desenvolvimento.

O mesmo autor diz que o homem como ser racional, que tem o poder de escolha, que amplia seus
sentidos humanos (o paladar, olfacto, sensibilidade e outros), o homem também transforma suas
condições de trabalho, cultura e a relação entre homens. E por meio de uma acção transformadora
se denomina práxis: actividade especifica do ser social cujo modelo é dado pelo trabalho. A
consciência, o conhecimento, a linguagem, o intercambio, a cooperação, e a valorização dos
objectos e das acções e os costumes, são mediações inscritas pela práxis desenvolvida pelo trabalho
criador da cultura. O trabalho, como práxis, é o componente que desenvolve a produção do ser
social como ser histórico capaz de ser consciente livre, base de sua capacidade de instituir-se como
sujeito ético.

Actualmente podemos mencionar situações em que a ética se encontra, de como ética está em
evidência nas profissões, ética profissional, ética no sector público, na área médica, empresarial, na

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administração pública, entre outros. A ética se encontra no dia-a-dia em situações e relações
pessoais, está presente em todos os locais da sociedade.

Já Simões (2005), a ética é uma resposta do grupo profissional, moral profissional, moral do
trabalho. Há um embate da sociedade capitalista e socialista que é o trabalho, em que a relação de
trabalho de um trabalhador era, simultaneamente, uma relação de trabalho com sociedade global,
espontânea e instintiva. Não tinha separação entre vida privada e comunitária, e concepção da
privacidade da vida. Os grupos profissionais buscam a distinção de interesses de outros grupos e da
sociedade em geral procura estudar, pesquisar, sistematizar padrões. Isso passa a ser ética como
ciência, cujo objecto é a moral. Essa forma cientifica, definida e sistematizada onde por intermédio
da ética os profissionais criam sua identidade.

No quotidiano escolar, relatos de certos problemas que podem comprometer a efectividade e


qualidade do ensino-aprendizado. Como discutir assuntos que particularmente dizem respeito a
alunos ou outro colaboradores em locais inadequados.

Situações que causam certos transtornos e constrangimentos que podem comprometer a eficiência e
eficácia do processo ensino aprendizagem.

Em algumas ocasiões, temos observado que o tema das virtudes sumiu das escolas. Casos de
desrespeito, de falta de limites, de assédio têm sido comuns, mas a radicalidade da crise ética nos
impõe o desafio de reinserir temas morais da formação humana nos processos educacionais em
todas as suas dimensões (CAPORALI, 1997).

Conhecer e viver nossos limites tem que aprender o sentido da vida, que é o complemento, de
conviver verdadeiramente. Entende-se que a educação é a socialização das gerações e, uma forma
de estimular à transformação.

Já Baptista (2005), diz que a sociedade contemporânea tem na escola um lugar privilegiado para a
concretização do ideal de humanidade construído em torno dos valores da democracia, da justiça, da
paz e da solidariedade.

O docente visa determinar uma conduta ética que aprimore a conduta moral tanto dos docentes
quanto dos discentes, Andrade diz;

A escola é uma actividade social onde acções morais são realizadas e discutidas diariamente diante
de cada nova situação. Os professores se deparam com situações controversas e suas acções diante

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delas são formas de moral. Tais acções necessitam de uma discussão mais profunda e reflectida.
Esse é o papel da ética docente. Uma reflexão sobre a acção docente de cada dia que em seu
conjunto reflecte uma prática moral. E essa prática carece de definição, reflexão e de
sistematização. Pois somente a partir de uma discussão aprofundada e reflectida sobre nas nossas
acções seremos capazes de emitir juízo ético (e não apenas morais) sobre a acção docente e,
consequentemente, sobre os valores da educação. Isso permite a visualização de uma ética docente
baseada em princípios comuns nas exigências e demandas sociais e nos meios adequados para
alcança-los. (Andrade, 2006, p.52).

Professores críticos precisam ter um comprometimento ético onde a virtude está nos princípios que
defendem e na prática da reflexão e da determinação, dando exemplos morais a serem seguidos
pelos educandos que estão sob seus cuidados.

Rodrigues (1987, p.65). O "educador consciente" luta para que a escola seja competente em
possibilitar aos trabalhadores e seus filhos as condições intelectuais e sociais para que possam
construir um espírito de solidariedade e auto desenvolvimento.

Nessa tarefa, os professores devem ser um modelo, porque "a imitação é o primeiro e mais
poderoso condutor para a formação da consciência do educando". Dessa forma, "devemos atentar
para que nossos procedimentos sejam sobretudo imitados por eles.

A elaboração do docente como um sujeito que ajusta seu comportamento por princípios, empenhado
com a justiça, com a elucidação e a independência, com a humanização e o pensamento crítico, é o
resultado de um trabalho constante e a dedicação do sujeito consegue mesmo e com o ato educativo.
"Ninguém é comprometido, politicamente, de uma vez por todas. O compromisso é como um ato de
amor, que tem de se renovar diariamente" (Rodrigues, 1989, p.66).

O comprometimento depende de trabalho ético do indivíduo sobre si próprio na medida em que


compõem os outros como sujeitos de certo tipo por meio de determinadas tecnologias.

Podemos compreender que a tarefa pedagógica do intelectual educacional é "orientar as


consciências para a acção". Contribuir para que, pelo questionamento da conduta humana, "os
homens possam reencontrar a si mesmos, à sua conformação histórica e à sua capacidade de agir.
Sem tais questionamentos e posições é impossível compreender a situação e transformá-la"
(Rodrigues, 1987, p.15).

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Tarefa para intelectuais universais e "de esquerda" que, mesmo situados em lugares de trabalho nos
quais estão submetidos a controles e relações de ordem institucional, lutam contra o poder em nome
da verdade, da objectividade, da justiça e da razão histórica.

As práticas de si e o cuidado são aspectos fundamentais daqueles que exercem uma função pastoral.
"O sábio necessita manter suas virtudes em alerta" (Foucault, 1985, p.59). Ao incentivar alguém ao
trabalho ético, ele próprio é incentivado, criando com sujeitos que estão sob seus cuidados um jogo
de trocas e obrigações recíprocas. Essa é a propriedade central do cuidado de si. Não é um exercício
solitário, ao contrário do que se pode pensar precipitadamente, mas está enredado em inúmeras
relações e práticas sociais, como é o caso da educação.

O docente tem que cuidar de sua própria conduta, vigiar seus pensamentos, zelar pela relação entre
o que é dito e o que é feito, é compromisso sem rivalidades de educadores e intelectuais
educacionais críticos. Os educadores críticos têm que promover a arte da autor reflexão e da
autodeterminação em si próprios para que possam ensinar seus estudantes. Como Sócrates já dizia,
ao ensinar os cidadãos a ocuparem-se de si mesmos se lhes ensina também a ocuparem-se da
própria cidade (Foucault, 1997, p.119).

Nas diferenças, de complexidades e de paradoxos, a dimensão dos valores se impõe por se tratar de
uma acção de sujeitos sobre a composição que os cerca e por se dar em um espaço de vida de
educandos e de educadores.

Sendo assim, toda acção educativa deveria estar implicada com a construção de uma consciência
ética e social, sendo imperativa a reflexão sobre as virtudes no quotidiano escolar e a discussão e
efectivação de propostas pedagógicas que levem em conta a formação de um ambiente sociomoral
cooperativo e participativo (Tognetta, 2007, p. 23).

As virtudes na educação impedem a construção da personalidade de pessoas com valores morais.


As virtudes são nossos valores morais, se quiserem, mais encarnados, tantos quanto quisermos, mas
vividos, mas em ato.

A opção do profissional está formada nas ideias de bem e virtude como valores obsessos pelo ser
humano, onde atinge e emitem numa vida plena e feliz. Já Silva fala sobre a importância de educar
para os valores:

Somente uma educação pautada em sólidos valores altruístas poderá fazer surgir uma nova ética
social que seja capaz de conciliar direitos individuais com responsabilidades interpessoais e
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colectivas. A aprendizagem altruísta é o único caminho possível para combatermos a cultura (...)
pautada na insensibilidade interpessoal e na ausência da solidariedade colectiva (Silva, 2008, p.
193).

Reflectir sobre a construção de uma pedagogia que possa compreender os aspectos cognitivos,
morais e afectivos. Com isso, está questão está sendo vivida nas escolas e existe uma criação que
objectiva a qualidade formativa, social e humana. Freire relata.

Paulo Freire (2006) propõe uma prática educativa que considere sobre o compromisso e a
responsabilidade do educador, em relação à sala de aula, os limites da ética, do que é “ser ético”. O
autor observa para o comportamento ético do professor, orientando nos saberes por ele propostos e
que não pode faltar na prática educativa, e a obrigatoriedade de que o docente observe estas
virtudes.

Alguns autores, a educação tem uma proporção ética, que abrange todos os seus princípios, para que
haja uma modificação concreta nas acções dos sujeitos nos aspectos políticos, intelectuais, sociais e
morais.

Dessa forma Rios (2010 p. 667) ressaltam que a educação deve ser um gesto de emancipação. “Se
assim é, não se pode esquecer a dimensão ética no trabalho educativo, de quem ensina ou aprende”,
mostrando - nos o quanto através da educação, os sujeitos podem apoderar-se da construção ética,
de que pode a educação auxiliar. Portanto, não há ética que possa ser construída, sem que perto
esteja a educação.

“Ética não se ensina, ela é praticada, discutida, aplicada”, construída no exemplo, nas práticas dos
professores, pela boa formação dos educandos, e até pelos conceitos ensinados. Mas não penso que
é possível “ensinar” a sociedade a serem éticos.

Almeida (2002, p. 11) diz que “[...] ética não se ensina, dá-se como exemplo e constrói-se na
relação”, alegando que é a partir de um seguimento de construção que a mesma se faz presente nas
relações. Dessa forma, a universidade como lócus de um trabalho ético, e a prática docente, para
Freire (1996, 27), que é “[...] especificamente humana, [...] profundamente formadora, por isso
ética”, pode desenvolver frequentemente, seja no espaço da sala de aula, ou na promoção de eventos
académicos a construção da ética, pautada no desenvolvimento de um ser crítico e autónomo, capaz
de reflectir e agir, diante do que colaborei para esse espaço.

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Neste ensejo, que o professor como educador, antes de tentar construir valores éticos no ambiente
de trabalho, consiga incorporar em sua vida, como diz Freire (1996, p. 26).

As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos para diminuir a
distância entre o que dizemos e o que fazemos, para sermos capazes de fazermos juntos com os
sujeitos, uma ética baseada no esforço de cumprir não só os valores morais que regem as leis, mas,
de reflecti-los e questioná-los.

2.2.2. Importância da ética na formação docente

A formação ética deverá preparar os docentes para apoderar-se de uma consciência nítida no seu
crescimento moral, pessoal e profissional que habilite a entender e apoiar os alunos no seu processo
de crescimento sócio moral, planejando a sua formação para a vida, e o mundo do trabalho,
responsabilizado com sigo, e os outros e na sua profissão.

Nesse contesto de formação, a autos suficiência, responsabilidade e a aptidão são características


tradicional e associadas a valores profissionais que deveriam ser incontestável na profissão docente
(Contreras, 2002, p.73).

Os professores exaltaram o valor da proporção ética na formação, atendendo que está presume um
suporte ético de valores. Considerando, que o exercício da profissão, tenha formação e reflexão
ética dos formadores. Os formandos vão confirmar a importância desta formação. Na formação
pessoal, tendo em vista, influenciar o modo de pensar e agir, divulgar os valores da sociedade,
distinguir que se deve e não deve fazer. Na formação profissional, conduta social do educador, para
a reflexão sobre a acção, ajudar a estimular nas crianças os valores da sociedade.

2.2.3. A ética: avião dos professores

Para o professor, a escola é um ambiente de criação de relação de independência do aluno, produz


seu trabalho possibilitando a relação com a instituição. Atentar-se para a globalização e orientar o
estudante para a vida, dando-lhe condições para inserir na sociedade. Por meio da cultura adquire-se
como se deve ser e fazer, a partir das orientações dos conceitos do indivíduo, tendo como
moralidade valores ligados entre bem e ao mal, e o certo e ao errado, o que deve fazer ou não,
procurando sempre a melhor modo de agir.

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS), 1997, p.43, os conteúdos se concretizam


de acordo com o valor social e específico variando de sociedade para sociedade, cultura para

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cultura, seus interesses e poderes, sendo sempre importante ressaltar o tamanho dos valores morais
de cada indivíduo e seus comportamentos presentes em suas relações com outros indivíduos e com
culturas e povos encontrados.

Todo indivíduo tem o dever de escolher o que fazer, fazendo assim o ato de se fazer algo bom ou
ruim, isso porque seus aptos são resultados do carácter que possui.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS),

A ética é a reflexão crítica sobre a moralidade. Ela não tem um carácter normativo, pois, ao fazer
uma reflexão ética, pergunta-se sobre a consistência e a coerência dos valores que norteiam as
acções, busca-se esclarecer e questionar os princípios que orientam essas acções, para que elas
tenham significado autêntico nas relações. Há uma multiplicidade de doutrinas morais que, pelo
fato de serem históricas, reflectem as circunstâncias em que são criadas ou em que ganham
prestígio. Assim, são encontradas doutrinas morais cujos princípios procuram fundamentar-se na
natureza, na religião, na ciência, na utilidade prática. (Brasil, 1997, p. 52).

Para o professor ensinar, deve-se ter respeito com a realidade, identidade e individualidade dos
alunos. Cada aluno tem uma história de vida diferente, e por este motivo diversas culturas, regras e
realidade na sociedade, e para a inclusão do aluno na sociedade em que se agrupa é necessária
cautela para referir alguns assuntos. É importante que o professor sempre avalie a estrutura familiar,
porque as instituições sociais se ligam as bases familiares, vivenciando suas diversas formas de agir
e pensar sobre suas atitudes, buscando constantemente mostrar uma melhor maneira de conviver em
um maior grupo na sociedade.

Os PCNS (1997), defendem que as pessoas se formam pelo convívio e valores que podem ou não
ser bons, conflituantes e complementares nesse grupo social:

(...) As influências que as instituições e os meios sociais exercem são fortes, mas não assumem o
carácter de uma predeterminação. A constituição de identidades, a construção da singularidade de
cada um, se dá na história pessoal, na relação com determinados meios sociais; configura-se como
uma interacção entre as pressões sociais e os desejos, necessidades e possibilidades afetivo-
cognitivas do sujeito vividas nos contextos socioeconómicos, culturais e políticos. (Brasil, 1997, p.
52).

O professor em seu local de trabalho se depara com diversos valores, normas, e comportamentos
que as pessoas compartilham diferentes meios sociais em que convive. De acordo com Parâmetro
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Curricular Nacional (PCN 1997, p. 64) necessita muitas das vezes preparação para reconhecer os
valores e identificar os conflitos entre os outros. “A forma de operar com a diversidade de valores
por vezes conflitantes também é dada culturalmente, ainda que do ponto de vista do sujeito dependa
também do desenvolvimento psicológico”.

A função do educador é fomentar a decisão de consciência, voltado em um processo democrático e


integrador, e às diversidades socioculturais, se exprime no gosto de fazer cidadania, no aprender a
pensar, ser, conviver que se colocam nesse novo cenário pós- moderno. A moral sofre alterações,
sobretudo quando submetida à reflexão da ética e o professor é o exemplo para seus alunos.

Na relação professor-aluno o educador não procura usar a obediência para controlar, mas utiliza a
cooperação, pois sugere, pede, persuade, permitindo que os alunos reflictam sobre qual serão suas
acções e tomem suas próprias decisões, o que evita os conflitos. O professor com está prática,
estimula a criança a pensar e agir de forma autónoma. (Devries; Zan, 1998 p.16).

Para ser ético em sala de aula, é importante que o educador tenha como meta o papel de apresentar
aos alunos que todos precisam ser respeitados e que valores, atitudes tem que ser construídas em
conjunto para que não haja conflitos. A ética tem que ser construída entre professor e aluno.

(...) que respeitam as diferenças e modifiquem a realidade. Quando o professor assume está postura
ele se percebe agente transformador notando que (...) sua experiência na escola é apenas um
momento, mas um momento importante que precisa ser autenticamente vivido. (FREIRE, 1992, p.
113).

Concordamos com o autor, pois o educador é um modelo para a criança, sua postura e conduta são
exemplos, imitados pelos alunos. Para o professor nos dias de hoje está sendo mais do que educador
é a base moral da criança que fica mais tempo na escola, que nesse contexto deve ser a grande
criadora de cidadãos

A importância de a educação construir um caminho ético, onde o educando possa aprender a pensar
de modo crítico, a construir ideias, elaborar teorias, mas, principalmente, agir de modo coerente
numa sociedade que prega o individualismo relativista. A ética tem a função de encaminhar para a
liberdade e não o contrário. A liberdade possibilita a ética, e a ética salvaguarda a liberdade. Não se
divorcia ética e liberdade, ambas as duas caminham juntas. Desse modo, chegamos à conclusão de
que a ética educacional é o caminho para o resgate do ser do homem. A falta de uma educação ética
que vise à formação da consciência crítica e da praxis leva a eclodir na humanidade os falsos
valores, que matam o ser humano, e os anti-valores, que a assolam. Ambos evitam a emancipação
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do humano, tolhem a construção do ser, criam caminhos diversos, desviando a atenção da pessoa
humana, e volta-a para o totalitarismo económico, para a violência, as drogas, a prostituição,
fazendo do ser humano um simples objecto, ou mesmo produto de consumo descartável, nivelando
os valores.

Ensinar exige curiosidade – Segundo Paulo Freire (2006, p.86), “Antes de qualquer tentativa de
discussão de técnicas, de materiais, de métodos para uma aula dinâmica assim, é preciso,
indispensável mesmo, que o professor se ache “repousado” no saber de que a pedra fundamental é a
curiosidade do ser humano. É ela que me faz perguntar, conhecer, actuar, mais que perguntar,
reconhecer”. O exercício da curiosidade é parte do processo do conhecimento, e a tarefa do
professor é direccionar esta curiosidade para uma construção de conhecimento, sem mecanizá-la
para um processo de memorização, mas criar as liberdades e seus limites no processo, buscar a
compreensão do objecto que se pretende conhecer. A curiosidade faz parte da inquietação do ser
humano, da busca da evolução, e o professor deve preservar esta prática.

Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo – a educação não
pode ser uma simples reprodução do que está posto, que geralmente está posto por interesses de
ideologias dominantes. A actividade profissional docente ética é questionadora, é investigadora, não
é neutra, é preocupada com a preparação científica para desenvolver o processo de ensino-
aprendizagem. Assim, por ser reveladora da realidade a educação promove a intervenção no mundo,
e a tarefa do professor é, com ética, revelar esta realidade e proporcionar que cada indivíduo situado
no processo sociocultural forme suas convicções e opiniões, o que significa democracia.

Ensinar exige tomada consciente de decisões – este saber denota que o educador não pode ser
neutro, pois nem o educando e nem mesmo a educação é neutra, e compreender isto significa ter
respeito pelas opiniões, mas tomar as decisões conforme suas convicções, para que estas decisões
sejam também respeitadas. Com certeza uma decisão não irá causar a transformação na sociedade,
mas é preciso demonstrar que a transformação é possível

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3. Conclusão

Por este trabalho percebe-se que não existem modelos de comportamentos éticos para cada tipo de
problema que possa ocorrer nas relações da docência, que nos dê uma solução ética caso a caso,
mas que a base da ética no processo educacional, e principalmente na relação docente-discente, está
no reconhecimento de que, nos dois pólos, existe a figura de um sujeito, ou seja, nesta relação um
não pode colocar o outro como um objecto de seus interesses. Assim, o professor não pode exercer
sua profissão com arrogância ou diminuindo a capacidade de seu aluno, a ponto de reduzi-lo como
ser humano. O professor deve, com humildade e inteligência, respeitar a condição de que seu aluno
é alguém localizado neste mundo e que possui uma história de vida, pois sua história de vida,
mesmo que tenha formação cultural diferenciada – importante lembrar que a vida é a
representatividade da diversidade, nada é igual, nem mesmo a repetição gera igualdade, por isso é
relevante sabermos respeitar o diferente – tem uma potencialidade para intervir em sala de aula,
proporcionar reflexões, trazer o novo (mesmo que seja em um dos aspectos discutidos) e com isso
possibilitar transformações.

Importante ressaltar, ainda, que o espaço físico da sala de aula pode ser constituído por paredes,
mas na verdade é um espaço de intenção, de acção, de objectivo, de sentido e de vida. É o local e o
momento em que a superação tem uma grande possibilidade de acontecer e, sendo assim, é
importante que o docente não seja autoritário, para, ao invés de tolher as manifestações de
aprendizagem dos alunos, ele possa contribuir para uma verdadeira construção dos saberes, das
relações sociais, da vida. A relação docente-discente deve ter um sentido construtivo, em que a
teoria e a prática sejam uma via de mão dupla, em que o processo de aprendizagem possa se
inverter constantemente, com o professor aprendendo e seus alunos ensinando com suas histórias de
vida.

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4. Referência bibliográfica

Almeida, Wilson Castello et. al. A ética nos grupos: Contribuição do psicodrama. Ed. Ágora,
São Paulo, 2002.
Andrade, Jaqueline Alencar. Ética Docente: Estudo Sobre o Juízo moral dos professores. Porto
Alegre: UFRGS, 2006.
Baptista, Isabel. Dar rosto ao futuro: A educação como compromisso ético. Porto: Profedições,
2005.p.98.
Barbieri, J. C. CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade social empresarial e empresa
sustentável: da teoria a prática. São Paulo: Saraiva, 2009.
Barroco, M. L. Ética e Serviço Social: Fundamentos ontológicos. São Paulo: Cortez, 2009.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros
Campos, C. de M., (2007). Saberes docentes e autonomia dos docentes. Petrópolis: Vozes.
Caporali, Renato. “Ética na educação”. In Estado de Minas. Minas Gerais, 22 set. 1997.
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