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Universidade Mussa Bim Bique

Psicopedagogia

Problemas Epistemológicos e a Sistematização do Saber no Campo Educativo

Elementos do grupo

Adélia Morteiro

Aniceto Pedro João

Grimilda Severino Mutuana

Josina Jone Simone


Lúcia Agostinho Sagual

Mónica Caetano Camunga

Sónia Saibo João Mareleco

Docente:

Dra, Olga Delfim Amade

Introdução

O presente trabalho tem como tema: problemas Epistemológicos e a sistematização do


saber no campo educativo. No tocante à sistematização do conhecimento, ao estudarmos
cada abordagem, podemos verificar que cada uma contribui, dentro da sua especificidade,
para que este processo se estabeleça. Com o conhecimento sistematizado em mãos,
políticos, activistas e membros da comunidade civil podem planejar acções para
interferência e resolução de problemas práticos.

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Problemas Epistemológico

A Epistemologia aborda problemas lógicos, problemas semânticos, problemas


gnosiológicos, problemas metodológicos, problemas ontológicos, problemas
axiológicos, problemas éticos, problemas estéticos e problemas pedagógicos. A questão
epistemológica na escola.

A epistemologia é o estudo ou ciência do conhecimento. Dois dos grandes problemas da


epistemologia são o das origens e fundamentação do conhecimento (quais os processos
pelos quais o adquirimos, em que ele se fundamenta) e o dos seus limites, ou extensão
(quais as coisas que podem, em princípio, ser conhecidas e quais as que não podem).
Ao longo da história da filosofia, esses dois problemas epistemológicos quase nunca
foram tratados separadamente, já que há conexões entre eles. Porém, para fins de análise
a distinção é útil, e podemos classificar as doutrinas epistemológicas em dois grupos
principais, conforme se ocupem de um ou de outro desses problemas. (REALE, 1994)

No caso do problema das origens e fundamentação do conhecimento, há essencialmente


duas posições antagónicas:

i) Empirismo. Sustenta que o conhecimento se baseia e se adquire através do que se


apreende pelos sentidos. Admite-se, além dos sentidos “externos” (visão, audição, tato,
olfato e paladar) a participação de um sentido “interno” (introspecção), que nos informa
acerca de nossos sentimentos, estados de consciência e memória. Como quase toda
doutrina filosófica, o empirismo encontra raízes na Grécia Antiga; ganhou novo ímpeto
com a revolução científica do século 17, e seus principais defensores no período
moderno foram Locke, Berkeley e Hume.

ii) Racionalismo. Mantém que as fontes do verdadeiro conhecimento encontram-se não


na experiência, mas na razão. Como no caso do empirismo, também essa doutrina já era
defendida entre os gregos; na era moderna, seus principais expoentes foram Descartes e
Leibniz.

Sistematização do saber no campo educativo

Aristóteles foi responsável pela sistematização do conhecimento e pela divisão dos


campos de saber. As ciências são, pois, divididas em três grupos: as ciências poiéticas,
as ciências práticas e as ciências teoréticas. Uma das principais formas de distinguir os

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campos do saber é oriunda no télos, ou seja, da finalidade pois cada ciência visa um
diferente fim, tem como objecto de análise diferentes matérias e, dessa forma, devem
ser distinguidas e consideradas de acordo com critérios próprios.

As ciências poiéticas- assim denominadas devido ao fato de que poiêsis tem origem no
grego e significa criar, fabricar, fazer- tem sob seu domínio as artes e as técnicas de
fabricação de um produto, de uma obra. A finalidade das mesmas é fabricar algo que
tenha como resultado um objecto que seja diferente do agente, a acção do agente é
diferente do agente. Essas ciências lidam com a contigência, com o devir, com o
mutável. Enquadram-se aqui a arquitetura, a medicina, a economia, a arte da guerra, a
pintura, a navegação e a escultura.

Dentro das ciências práticas, estão a política e a ética-sendo a segunda englobada pela
primeira. Esses saberes ligam-se às actividades práticas, ou seja, as mesmas são a
finalidade destas ciências. As actividades práticas, por sua vez, ligam-se à conduta do
homem, ao fim que essa conduta leva, dizem do devir. A política é a ciência prática
suprema e todas as outras lhe são subordinadas e auxiliares, inclusive a ética: ”Ninguém
duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e mais verdadeira que se
possa chamar a arte mestra. (ARENDT, 2007. )

Nota-se que a ética do Estagirita é teleológica porque visa atingir os primeiros


princípios partindo do que nos é familiar As razões éticas consistem, não em partir dos
primeiros princípios, mas sim em atingi-los; ela parte, não do que é inteligível em si
próprio, mas do que nos é familiar, isto é, os factos puros e procede respectivamente
destes até às razões que lhes são subjacentes; e para obter o conhecimento necessário
dos factos, é necessária uma boa educação (ROSS, 1987, p.195).

As outras ciências são as teorética, que são superiores às ciências práticas e às ciências
políticas, embora estas não estejam em detrimento daquelas. As ciências teoréticas
estudam as coisas que não foram fabricadas pelo homem, coisas que escapam ao mundo
sensível e que, logo, só podem ser contempladas. Os objectos de contemplação são as
coisas divinas e a natureza. São coisas que existem por si mesmas e em si mesmas. As
mesmas também são submetidas à uma hierarquização: as coisas divinas são superiores
às naturais. O que é divino é imutável, não se submete ao mundo do devir, do fazer. São
inalteráveis, são- não tem potência de ser.

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Conclusão

A Escola, entendida como uma instituição social, responsabiliza-se por contribuir com a
educação de homens e mulheres, crianças, jovens ou adultos. Sua educação diferencia-
se da familiar, da sindical, da partidária, da religiosa, etc., podendo, talvez até devendo,
reflectir e interagir com essas modalidades educacionais, sem perder de vista o que lhe é
específico, ou seja, favorecer seus sujeitos numa reflexão sistematizada, periódica,
paulatina e contínua acerca dos conhecimentos produzidos pela humanidade, de forma a
procurar superar a aleatoriedade, o acaso, o senso comum nas aprendizagens. Diferentes
elementos pedagógicos vão procurar materializar essa responsabilidade, sendo o
currículo um deles. Este, mantendo intersecção com os demais elementos, constitui os
saberes escolares, fazendo uma selecção cultural e configurando-os como uma cultura
escolar, devido às suas características peculiares.

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Bibliográficas

ARENDT, H. Entre o Passado e o Futuro. São Paulo: Perspectiva, 2007.

REALE, G. A História da Filosofia Antiga. v.II. São Paulo: Edições Loyola, 1994.

ROSS, D. Aristóteles. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1987.

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