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Índice

1. Introdução..................................................................................................................4
2. O papel da geografia na formação das condutas humanas.........................................5
2.1. A Geografia na Educação Infantil..........................................................................6
2.2. A Geografia no Ensino básico................................................................................7
2.3. A Geografia no Ensino Médio................................................................................8
3. A importância da geografia na formação do cidadão.................................................9
4. Conclusão.................................................................................................................12
5. Referência bibliográfica...........................................................................................13
1. Introdução

A Geografia é uma ciência popular, visto que está presente no quotidiano. O que pode
estar por trás de tamanha popularidade é o facto de fazer parte da vida humana, uma vez
que os temas geográficos nos acompanham, estão intrínsecos no quotidiano das pessoas.
Não é necessário ir a uma instituição de ensino para comungar geografia, nós a
aprendemos por força do nosso próprio quotidiano. Este trabalho tem o objectivo da
conscientização da importância da geografia na formação das condutas humanas,
apresentando razões correspondentes a importância do ensino da geografia na educação
básica, a fim de expor uma possível contribuição para o desenvolvimento do país.

Deste modo, a escolha do tema está apoiada na importância da geografia nessa


sociedade, ao passo de que a mesma pode produzir mudanças significativas no convívio
social, tendo como consequência o desvendamento das máscaras sociais, uma vez que
ela revela como os sistemas econômicos, políticos, ideológicos e sociais se manifestam
sobre as pessoas e sobre o espaço.

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2. O papel da geografia na formação das condutas humanas

O ser humano por natureza é um ser sociável, por isto é necessário o estudo da
sociedade, das relações humanas e de poder. Ele produz e transforma constantemente o
espaço em que está inserido, através do estudo espaço-temporal o homem cria uma
capacidade de autoconhecimento capaz de poder lhe proporcionar agir da melhorar
maneira possível em determinadas situações já vividas na história da humanidade.

O estudo das ciências humanas e sociais tem a capacidade de transformar uma


sociedade, tornando-a mais justa, respeitando e compreendendo as diversidades e
proporcionando que todos tenham capacidade para entender o que é ser um cidadão,
assim exercendo sua cidadania de forma plena, compreendendo a importância dos seus
atos no mundo em que vive.

A Geografia tem como principal contribuição na educação básica desenvolver o


raciocínio geográfico, dessa forma o estudante desenvolve noções de mundo e
compreende as constantes transformações da sociedade e da natureza e assim poder
contribuir com soluções para eventuais problemas estando preparado para a vida adulta
e o mercado de trabalho.

Ensinar é uma tarefa complexa na medida em que exige


um conhecimento consistente da disciplina ou de suas
actividades, da maneira como os estudantes aprendem e de
como serão conduzidos os recursos de ensino a fim de que
se ajustem melhor às condições do trabalho que será feito
(Zabalza, 2004)

Neste sentido, a Geografia Escolar tem papel fundamental na formação do cidadão,


visto que deve potencializar a criticidade dos indivíduos, de modo a torná-los ‘seres
pensantes’, com capacidade de construir competências que lhe permitam uma análise do
real, tornando evidentes as causas e os efeitos, a intensidade, a heterogeneidade e,
entender o contexto espacial dos fenômenos que configuram a sociedade assim como,
exercerem a cidadania (BRABANT, 1986 e BRASIL, 1998).

Contudo, construir a cidadania é algo difícil de ser realizado, visto que a escola é um
ambiente diversificado e que a cada dia deve enfrentar preconceitos e ideologias
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dominantes, mas que podem ser superadas com muito trabalho, por parte do conjunto de
professores (PONTUSCHKA, 2000).

A geografia passa ter um novo significado frente à revolução técnico-científica, pela


globalização da economia (novos conflitos, novas tensões, crise de estados nação,
formação de novos blocos económicos, desterritorialização...) e pelos problemas
ambientais (SANTOS, 2013). A geografia agora passa a ser vista como ciência social,
pensando e estabelecendo uma conexão de fenómenos, na ligação entre o sujeito
humano e os objectos de seu interesse, em que se faz necessário uma contextualização
(BRASIL, 1996).

2.1. A Geografia na Educação Infantil

Uma educação de qualidade nos primeiros anos de vida, pode gerar inúmeros benefícios
na vida dos alunos, Serve de complemento para a educação feita pela família, mas não é
apenas isso. A Educação Infantil tem papel fundamental nessa etapa da vida da pessoa,
é preciso reformular o modo de como o homem se relaciona com a natureza e em
sociedade, nada mais eficaz que começar essa reformulação pelas crianças, que são o
futuro do país.

A Geografia tem papel fundamental nessa etapa, é preciso reformular o modo de como
o homem se relaciona com a natureza, nada mais eficaz que começar essa reformulação
pelas crianças, que são o futuro do país. Partindo desse ponto, pode-se perceber um
papel primordial da geografia nos anos inicias, outro papel importante nesse período é a
noção de localização e espaço, na qual a criança começa a entender sobre onde mora, a
diferença entre os lugares e as paisagens naturais e culturais.

Em Moçambique, um país de uma vasta diversidade cultural, é importante fazer com


que o aluno comece a entender e respeitar as diversas culturas, etnias, religiões que se
encontra dentro de uma mesma sala de aula, ou de algum local de convívio social, é
essencial moldar essa criança com o respeito para poder desenvolver uma sociedade
mais tolerante a diversidade, respeito esse que estes alunos devem carregar por toda sua
vida.

Em decorrência da concepção de escola como lugar de


produção de conhecimentos, as disciplinas devem ser

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analisadas como parte integrante da cultura escola, para
que se possam entender as relações estabilizadas com o
interior, com a cultura da sociedade
(BITTENCOURT,2004,P.39).

O investimento na educação infantil é necessário, a desigualdade social deve ser


combatida desde o princípio, e ela está ligada directamente a má educação na infância.

2.2. A Geografia no Ensino básico

É nessa etapa, que o aluno passa a ter mais autonomia, dependendo mais dele, para fazer
pesquisas, saber usar a tecnologia para os estudos, e assim diversificando suas formas
de estudo e de aprendizagem. O indivíduo desde seu início da sua vida vive em contacto
com a escola, é neste local onde a criança tem seus estímulos aguçados e o faz se tornar
um cidadão activo entre a sociedade em que vive, devendo ter em seu pensamento que
ele deve buscar o melhor para si e para os que estão ao seu redor, pois a cidadania
consequentemente se fortalece com a união de diversas pessoas ao seu redor. Devemos
nos concentrar no âmbito do quotidiano do indivíduo, de coisas ao seu redor para que
não haja a exclusão do mesmo no ambiente em que ele vive.

A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família será promovida e


incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
(apud CAHALI, 2003, p. 124).

O aluno deve ser formado como um cidadão crítico, para assim ter uma maior facilidade
de compreensão do que está sendo proposto, assim desde o ensino fundamental é
importante desenvolver o olhar crítico do indivíduo, isso pode ser feito com análise de
imagens e interpretações e também a diferenciação de uma com a outra. É nesse caso
que entra a importância da Geografia crítica que vem com o comprometimento com o
ambiente em que esse aluno vive e como deve ser leccionado e direccionado a eles em
sala de aula. Conhecimentos vindos destes alunos tornam a aprendizagem de uma
maneira geral mais prática e com isso auxilia na formação do cidadão crítico, fazendo
com que ele passe a observar o local onde vive ou frequenta, tendo um discernimento do
espaço e da sociedade, assim podendo diminuir a exclusão e desigualdade que é oriunda
da opressão da população.

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A preocupação básica do ensino de Geografia Crítica
deve ser o de contribuir para a construção plena da
cidadania, possibilitando ao aluno as condições teóricas
para que ele aprenda criticamente a realidade e possa
participar ativamente das transformações […] (Rocha,
1993, p. 180).

A participação da escola e do educador não deve se restringir a apenas transmitir


conhecimento mas sim ter uma participação activa, fazendo com que a sala se torne um
ambiente com a realidade vivida pelos indivíduos.

2.3. A Geografia no Ensino Médio

À Geografia, no Ensino Médio, tem como foco principal a formação do cidadão


conhecedor e crítico da sociedade, mas também precisa, compreender o seu lugar no
ensino escolar a fim de para actuar com bom rendimento numa transformação da
sociedade, pois na geografia, tudo está em constante mudança, seja num âmbito
geográfico como num âmbito socioeconómico, então é de suma importância o indivíduo
em sua formação saber identificar essas mudanças contínuas.

Para uma melhor compreensão na formação das competências gerais do aluno ainda no
ensino médio, deve se levar em conta alguns conteúdos fundamentais para a formação
de cada indivíduo. O desenvolvimento por exemplo da cartografia, ao qual inclui a
aprendizagem sobre escalas de mapas, gráficos e tabelas contendo fenómenos culturais,
geográficos e sociais, isso faz com que o aluno tenha uma melhor leitura e análise. Com
a rapidez com que o mundo actual vive, essas mudanças podem ocasionar grandes
dificuldades para aqueles que não tiveram a devida orientação no Ensino Médio. O
conhecimento é a base fundamental para que possamos incentivar o exercício da crítica,
sendo assim possível interpretar informações relevantes, por isso é necessário se manter
atento quanto a construção da crítica do pensamento, e o desenvolvimento ao longo do
tempo do aluno no período do Ensino Médio.

O ensino médio precisa ser devidamente observado para que possam ser passados os
devidos conhecimentos e assim ajude a construir o desenvolvimento do indivíduo
crítico, mesmo com as diversas fragilidades vindas do ensino fundamental. A BNCC

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(Base Nacional Comum Curricular) incorpora a geografia desde os anos iniciais, e com
o ensino médio ela traz bem a fundo a importância dessa disciplina.

A Base reforça a ideia da Geografia como um


componente importante para entender o mundo, a vida e o
quotidiano. Desenvolver nos estudantes o raciocínio
geográfico, articulando alguns princípios, significa dotá-
los de mais uma forma de perceber e analisar criticamente
a realidade (Castellar, Sónia. 2012)

O foco central da Base está no desenvolvimento e no aprender de um olhar no espaço


onde os alunos vivem e passam, obtendo diversas informações desses locais e assim
conseguindo ter uma plena interpretação do que tenham visto. Mas é extremamente
importante que esse aluno consiga entender que o espaço geográfico em questão é
moldado e configurado numa relação profunda entre o cidadão e a natureza em si.

3. A importância da geografia na formação do cidadão

A Geografia escolar, que possui papel fundamental na formação do cidadão, deve fazer
com que os indivíduos se tornem “seres pensantes”, capazes de construir competências
que permitam a análise do real, a partir da exposição das causas e efeitos, a intensidade,
a heterogeneidade e entender o contexto espacial dos fenómenos que configuram cada
sociedade (BRASIL, 1998), assim como, exercerem a cidadania. Então, para que haja
essa melhora do ensino nas escolas, as atenções devem se voltar para a própria
formação do professor de Geografia, que será responsável em trazer a seus educandos
na educação básica, os conceitos geográficos, fazendo com que eles consigam
interpretar o mundo a sua volta como seres actuantes e críticos.

Segundo Castellar (2005), para que a Geografia tenha sua importância reconhecida no
âmbito escolar, superando antigos rótulos, é preciso que sejam realizadas “mudanças na
postura do corpo docente em relação ao como, para quê e para quem ensinar geografia
escolar” (CASTELLAR, 2005, p. 3). Ou seja, é preciso reestruturar o saber-fazer em
sala de aula, buscando integrar os saberes geográficos com os saberes pedagógicos,
desenvolvendo metodologias de ensino que reestruturem os conteúdos e que tenham
com clareza os objectivos do ensino de tal disciplina.

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A Geografia tem grande importância na formação do cidadão, visto que seu objecto de
estudo é o espaço. Este se constitui como político, cultural, social, como também físico.
É, ao mesmo tempo, concreto e abstracto. É, enfim, dialéctico. Portanto o espaço
geográfico pode/deve não apenas ser visto, como trabalhado como o lugar de vivência,
aproximando-se portanto do aluno e de sua realidade.

Segundo Santos e Kahil (2007) é no espaço geográfico que os processos sociais


ocorrem e através de seu estudo que o aluno compreende a dinâmica dos lugares, já que
o lugar não está sozinho, mas é reflexo de um todo. As transformações políticas, sociais,
económicas e culturais articulam-se no lugar, resultando suas particularidades.

Portanto, ao almejar um ensino significativo e atraente para os alunos cuja efectivação


propicie as bases para o exercício pleno da cidadania, deve-se partir da realidade
próxima e das condições sociais de vivência desses mesmos alunos. Isso nos leva a uma
categoria de análise e estudo da Geografia que é o Lugar,

“Lugar é a porção do espaço apropriável para a vida, que é


vivido, reconhecido e cria identidade. Ele possui
densidade técnica, comunicacional, informacional e
normativa. Guarda em si o movimento da vida, enquanto
dimensão do tempo passado e presente. É nele que se dá a
cidadania, o quadro das mediações se torna claro e a
relação sujeito-objeto directa. É no lugar que ocorrem as
relações de consenso e conflito, dominação e resistência. É
a base da reprodução da vida, da tríade cidadão-identida
de lugar, da reflexão sobre o quotidiano, onde o banal e o
familiar revelam as transformações do mundo e servem de
referência para identifica-las e explica-las”
(GEOCIÊNCIAS, 2008).

O papel da Geografia no ensino na contribuição para a formação cidadã de seus alunos,


conforme afirmam:

Ensinar a ler e a pensar criticamente o espaço em que estamos inseridos. Esse é o


principal papel da Geografia no caminho da formação de um aluno cidadão. (Cariacia-
ES, 2008)

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A Geografia, pela sua essência de estudar o espaço produzido e utilizado pelo homem,
tem um papel fundamental de proporcionar uma educação cidadã, que de certa forma
faz com que o aluno, o ser humano, reconheça-se dentro do mundo e a partir disso ele
pense o que pode fazer ou não, (Serra ES, 2008)

A Geografia como ciência social tem a importância de oferecer ao aluno uma visão do
que é a sociedade, seu papel no mundo actual e as implicações que a relação entre o
homem e a natureza podem promover ao longo dos anos (Vitória, 2008)

A Geografia mostra para os alunos como o mundo se movimenta. Por exemplo, um


edifício em um grande centro urbano, com pessoas que entram e saem, no decorrer do
dia, não se torna apenas uma construção fixa, mas local onde ocorrem relações entre
seres...(Vila Velha, 2008)

Castrogiovanni (1998) acredita na importância e mesmo na necessidade de uma


educação voltada para a cidadania, considerando, assim, os valores e os padrões
culturais da vida e de aprendizagem dos grupos sociais. Segundo o mesmo, é pela
educação que tais sociedades podem expressar sua cultura, seu saber e defendê-los a fim
de impedir a massificação e a globalização de outros valores tidos como certos e
universais.

A Geografia por ser uma ciência que estuda o espaço, local e global, onde os processos
sociais se desenvolvem, tem fundamental importância para contribuir com a visão de
como a educação deve assumir a formação do cidadão.

Para tanto, ao se trabalhar com essa disciplina, devemos ter claro que o ato de
memorizar nomes, fatos e conceitos não motiva o aluno a aprender geografia, isso gera
apenas mais um fardo de “tijolos” de conhecimento que carregam para vida. A realidade
do aluno deve ser levada em consideração no momento da produção/transmissão do
conhecimento geográfico, o que quer criar uma ponte entre o dia-a-dia da escola, dos
alunos e do saber geográfico para despertar o interesse discente.

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4. Conclusão

O desenvolvimento deste trabalho possibilitou a análise de que a Geografia é uma


matéria que está em constante mudança, os estudos passados não serão os mesmos de
alguns anos futuros, sem descartar o que já foi vivido e aprendido, mas sim adaptando e
melhorando.

Dos diferentes locais, podemos extrair diferentes recursos, intercambiados por


diferentes homens, que têm necessidades diferentes. Esta combinação de lugares e suas
necessidades, resulta em uma unidade de espaço. A inter-relação de outras unidades de
espaço, resulta uma grande rede, uma rede mundial. Sendo assim, podemos dizer que a
geografia é um discurso global, devido a gama de temas que ela trabalha/estuda e, um
saber vivido e aprendido pela própria vivência e é por este motivo que ela é tão nítida
no quotidiano e, também por este motivo, que devemos torná-la em sala ainda mais
prazerosa para que os estudantes tornem-se ainda mais ligados a ela, através dos temas
abordados e sintam-se pertencentes ela, seja em âmbito de ensino superior ou básico. A
partir do momento em que os todos (ou a maior parte dos) estudantes entenderem o
importante papel da geografia no seu quotidiano, se apropriarão ainda mais dos
conhecimentos elaborados em sala e colocarão em prática. Portanto, o ideal é que a
geografia torne-se cada vez mais popular. E para isso, consideramos fundamental que os
cursos tenham como prática reflectir permanentemente sobre a relação dos profissionais
que formam com a realidade desejada na actividade profissional.

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5. Referência bibliográfica

BRABANT, Jean-michael. Crise da geografia, crise da escola. Geosul: Revista


do Departamento de Geografia, Florianópolis, v. 1, n. 2, p.103-111, jul. 1986.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, Escola e construção de
conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998
CHAUVIN, Jean Pierre. Jornal.usp.br. O PAPEL DAS CIÊNCIAS HUMANAS.
2019.
GEOCIÊNCIAS – Práticas de Geografia. Ciências humanas e suas tecnologias.
Disponível em < http://geociencias.terapad.com/ >. Acesso em 27 Maio. 2008
MENDONÇA, Sandra. A geografia e a formação de seus professores: o
processo formativo dos professores para a educação básica. Florianópolis:
UFSC, 2013
PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Geografia, representações sociais e escola
pública. Terra Livre, São Paulo, nº15, p. 145-154, 2000.

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