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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Actividades da 1ª Sessão

Surgimento da Literatura nas Colónias Africanas de Expressão Portuguesa e seu Ensino


no Período Colonial

Alberto Mitano – 708202044

Nampula, Abril/2023
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Actividades da 1ª Sessão

Surgimento da Literatura nas Colónias Africanas de Expressão Portuguesa e seu


Ensino no Período Colonial

Alberto Mitano – 708202044

Curso: Licenciatura Ensino de


Português
Disciplina: Literatura Africana em
Língua Portuguesa II
Ano de Frequência: 4º Ano, turma A
Docente: dr. Carlos Fernando Lino de
Sousa

Nampula, Abril/2023

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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota
maxima do
tutor
Capa 0.5
índice 0.5
Aspectos introdução 0.5
estrutura Organizacionai discussão 0.5
s conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Introdução Descrição dos 1.0
objectivos
Metodologia adequada 2.0
ao objecto do trabalho
conteúdo Articulação e domínio
Do discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada,
Análise coerência/coesão
Discussão textual)
Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.0
relevante na área de
estudo
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Paginação, tipo e
gerais Formatação tamanho de letra, 1.0
parágrafo, espaçamento
entre linhas
Referencias Normas APA Rigor e coerência das
Bibliográficas 6ª edição em citações/referências 4.0

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Recomendações de melhoria:

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Índice

Introdução..........................................................................................................................2

Surgimento da literatura nas colónias africanas de expressão portuguesa e seu ensino no


período colonial.................................................................................................................2

Ensino................................................................................................................................2

O surgimento da literatura Moçambicana.........................................................................2

Os precursores da literatura moçambicana nas diferentes fases da sua história................2

Conclusão..........................................................................................................................2

Referência bibliográfica....................................................................................................2

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Introdução

O presente trabalho da cadeira de Literatura Africana em Língua Portuguesa II, remete-


nos a uma longa viagem sobre “Surgimento da literatura nas colónias africanas de
expressão portuguesa e seu ensino no período colonial” onde também abordaremos
sobre o surgimento da literatura moçambicana e dos precursores da literatura
moçambicana. De salientar que as literaturas africanas em língua portuguesa podem ser
consideradas recém-chegadas. No período de colonização, existiu a criação de textos
literários nas colónias, entretanto os textos eram conforme o ponto de vista do
colonizador português. A metodologia usada para a realização deste trabalho, baseei-me
na leitura do módulo da cadeira abaixo referenciada e também de consultas
bibliográfica, onde ajudou muito na conciliação das ideias aqui explanadas. Esse
processo de estudo foi muito usado por vários autores referenciados na bibliografia.
Estruturalmente o presente trabalho esta estruturado em: introdução, desenvolvimento,
conclusão e bibliografia.

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Surgimento da literatura nas colónias africanas de expressão portuguesa e seu
ensino no período colonial

De acordo com Oliveira (2008), a produção literária nos países africanos divide-se em
duas fases: a da literatura colonial e a das literaturas africanas. A primeira exalta o
homem europeu como o herói mítico, desbravados das terras inóspitas, portadores de
uma cultura superior. A segunda constitui-se inversamente, pois nela o mundo africano
passa a ser narrado por outra óptica. O negro é privilegiado e tratado com solidariedade
no espaço material e linguístico do texto, embora não sejam excluídas as personagens
europeias (de características negativas ou positivas). É o africano que normalmente
preenche os apelos da enunciação e é ele quase exclusivamente, enquanto personagem
ficcional ou poético, o sujeito do enunciado (Pag. 43).

A literatura africana é o reflexo da vida social do povo, ela é ligada aos processos de
modernização e urbanização; e pode criar novas formas e estilos. Por consequência do
processo de colonização, a literatura parece ter adquirido um posicionamento especial
na antropologia, criando etnografias sobre como seria o continente e seus habitantes. Tal
processo é directamente próximo à ocupação colonial. (Pag. 43).

De acordo (Couto, 2009; Mendonça, 1999, cit. por Oliveira, J. J. (2008)). A literatura
colonial seria aquela elaborada por uma produção de textos de origem etnográfica,
biográfica escrita pelos missionários. Os missionários, também, seriam reguladores de
línguas nativas, agora domesticada em gramáticas, dicionários, etc.

Francisco Noa, em sua análise sobre literatura colonial, relata que existe uma literatura
produzida a respeito da África a partir de um “olhar externo”, em constante renovação
(Noa, 1999).

Conforme Deize Bebiano (2000, cit. Oliveira, J. J. (2008)), o conhecimento africano era
passado por intermédio da literatura oral. Essa forma sofria muito preconceito, contudo,
no decorrer do tempo, conseguiu ter reconhecimento nos veículos culturais.

As literaturas africanas escritas em língua portuguesa coincidem na flexibilidade das


narrativas, fazendo, assim, conviver o antigo com o novo; a escrita com a oralidade; em
um discurso mesclado. Também promove uma escrita dinâmica mestiça resultado dos

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diálogos entre as formas de textualidade das línguas europeias escritas e formas de
textualidade das línguas nativas.

A literatura africana é uma literatura de luta e conflito, ela discute de forma ambígua
com a tradição, a literatura colonial e com seu tempo. Ela é uma literatura de
características modernas, no sentido de ser aquela que surge da possibilidade de um
conjunto de mudanças, que evidencia um número de conflitos e contradições (Hamilton,
1999: Augel, 2007).

Continuando nos pensamentos de Amâncio (2008), as literaturas de matrizes africanas


surgem em um cenário político, bem como em um ambiente cercado de lutas e
estratégias desenvolvidas pelos autores nas acções efectivadas contra a dominação
colonial posta na África. Neste contexto Pesavento (2008) explana:

“Neste cruzamento que se estabelece entre história e literatura, o historiador se vale do


texto literário não mais como ilustração do contexto em estudo, como um dado a mais,
para compor uma paisagem dada. O texto literário lhe vale como porta de entrada às
sensibilidades de um outro tempo, justo como aquela fonte privilegiada que pode
acessar elementos do passado que outros documentos não proporcionam”, (Pesavento,
2008, p. 113).

Dessa forma, na instrução de História, as indagações relacionadas ao tempo, ou às


formas de se entender as diversas fases do tempo, poderão ser levadas para as salas de
aulas da Educação Básica pelo professor. Os textos literários, cheios de metáforas
podem ser usados perfeitamente, utilizando essa abordagem pedagógica de ensino. Nas
palavras do autor Laranjeira (2001):

A formação e o desenvolvimento das literaturas africanas de língua portuguesa, desde o


primeiro livro impresso em 1849, ate a actualidade, passaram pela construção do ideal
nacional no discurso. No discurso literário, o nacionalismo foi a antecipação da
nacionalidade, modo específico de a escrita se naturalizar como própria de uma Nação-
Estado em germinação. A consciência nacional, no discurso literário, atravessou, assim,
diversos estádios de evolução, desde meados do século XIX ate a actualidade.
(Laranjeira, 2001, p. 185).

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A literatura africana em língua portuguesa nasceu através de vozes que se uniram pelo
mesmo ideal, elas transmitiram as atrocidades sofridas pelo seu povo, o seu sonho de
liberdade e de luta pela independência. Suas belezas e riquezas foram descritos em
prosas e versos que ultrapassaram as fronteiras do continente e ajudou a escrever toda a
sua história.

Se nos deixarmos levar pela lógica das estatísticas, temos de assinalar que, de fato, a
actividade literária da África não supera a marca do traço. Porem, segundo Mia Couto,
um de seus maiores prestigiados escritores, essa duríssima realidade não pode ser vista
como um impedimento para o lugar de sonho que a literatura também pode abrigar
(Chaves; Macedo, 2007, p. 44).

As literaturas foram e são locais de protestos, representação de sentimentos e ideias,


permanecem empenhada e vigilante no seu dever de pensar em uma África melhor. Sua
missão é desmontar as estranhezas e ideias de uma cultura genuinamente africana, seu
estudo deve presumir o homem mestiço, a cultura híbrida e a experiência colonial.

Assim, como Angola e Moçambique, Cabo Verde também contou com o impulso dos
jornais para dinamizar sua criação ficcional e poética. Seu primeiro periódico de
destaque foi o Almanach Luso-Africano (1894 e 1899), que registou colaborações
literárias tanto em português como em crioulo, língua usada pelo idealizador do
almanaque, o cônego António Manuel Teixeira.

Segundo Manuel Ferreira, ao contrário de Angola e Moçambique, Cabo Verde não viu
florescer uma literatura colonial nos moldes já explicitados anteriormente. A colónia
adquire, a partir da segunda metade do séc. XIX, feição própria, pois a posse da terra ia,
pouco a pouco, sendo transferida para as mãos de uma burguesia cabo-verdiana mestiça,
fosse branca ou negra. Nesse processo, não ocorre ali uma relação tradicional visível
nas demais colónias, isto é, colonizado versus colonizador, mas, sim, explorado versus
explorador, semelhante àquela presente no sistema capitalista, guardadas as devidas
Proporções, já que não podemos negar a especificidade colonial estabelecida entre o
poder político e as comunidades. (Oliveira, J. J. 2008, pag. 45)

As literaturas africanas encontram nos jornais do período colonial espaço profícuo de


divulgação ficcional, poética, da cultura em geral e de resistência aos mandos e
desmandos de um sistema colonialista que ignora o saber, as manifestações culturais, as

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formas de expressão dos povos subjugados. Inicialmente, essas literaturas nascem como
meio valorativo das regiões a que pertencem os intelectuais, ou que eles conhecem, mas,
pouco a pouco, o regional evolui e dá lugar a um sentimento nacional que vislumbra um
projecto colectivo capaz de redimensionar os chamados valores culturais africanos, tão
bem representados na literatura.

Ensino

Oliveira, J. J. (2008), afirma a educação nas colónias portuguesas registava, ainda a


entrada dos anos 60, níveis baixíssimos. O analfabetismo atingia, em Angola, quase
97%; em Moçambique, quase 98%; na Guiné-Bissau, perto dos 100 %; só em Cabo
Verde o nível era mais elevado, rondando os 78,5%. O analfabetismo devia-se à política
portuguesa de criar uma elite muito restrita de assimilados para servirem no sector
terciário, ao mesmo tempo que deixava as populações entregues a si próprias, sem
permitir o seu auto-desenvolvimento ou, no pior dos casos, usando-as como mão-de-
obra escrava ou barata. (pag. 72)

Com base nestes pressupostos podemos afirmar que em Moçambique temos autores
entre adultos e jovens que produzem obras num ritmo acelerado com temática
diversificada, obedecendo a tradição literária e um público leitor que tende a ser cada
vez mais amplo, devido à massificação do ensino no período pós₋independência. (pag.
72)

Neste caso, a literatura moçambicana teve as suas manifestações e simultaneamente a


sua configuração nos finais do século XVIII até ao século XX graças aos seguintes
acontecimentos: a fundação das primeiras escolas; introdução da tipografia em 1854
data em que se inicia a publicação de Boletim Oficial; o surgimento do primeiro
periódico, O Progresso em 1868; a formação das zonas urbanas e suburbanas; as
mudanças socioeconómicas na colónia e a formação das elites letradas inconformadas
com a sua condição assim como o surgimento do jornalismo. (pag. 73)

Por conseguinte, parece que só com o surgimento da Nação, no dia 25 de Junho de 1975
é que a literatura moçambicana inicia a caminhada para a sua consolidação enquanto
sistema.

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A passagem remete-nos à observação de que as obras apresentadas tivessem sido
produzidas voltadas pelo fato de a formação da nacionalidade moçambicana ter sido
adiada por duas causas essenciais: a colonização portuguesa, que impediu a criação de
instituições de ensino de forma que existisse a organização de campos intelectuais no
país; e a ideologia marxista-leninista que fundamenta a formação do Homem Novo e de
uma nação nova, aliada à eclosão da guerra civil e o seu impacto. Portanto, é nesse viés
que as narrativas de Couto e Chiziane captam o conceito de Nação por outros caminhos,
apresentando-se como propostas da construção da identidade paralela à visão utópica da
FRELIMO. Desse modo, ao recriar o real, a literatura propõe a construção de uma
identidade para o país resgatando e exaltando a tradição, apontando para um
Moçambique que se tem e não um Moçambique que se pretende inventar politicamente.
(pag. 73)

O surgimento da literatura Moçambicana

Um estudo notável sobre literatura e nacionalidade na cultura moçambicana elaborado


por Patrick Chabal salienta quatro fases de incremento da literatura africana em língua
portuguesa

De acordo com Santilli (1985), a imprensa só se torna mais assídua em Moçambique


por volta de 1908, com a circulação do periódico O Africano (1908-1920), e terá
continuidade com o surgimento em 1918 de um segundo periódico intitulado O Brado
Africano. Nesses novos espaços, colaboradores publicam crónicas e poesias de
característica ainda romântica. (pag.28)

Para abranger o campo social e cultural, entra em circulação em 1941 o Itinerário, que
busca ampliar as pesquisas acerca das realidades moçambicanas. Nesse jornal, no
entanto, a literatura não ocupa lugar de destaque, pois a linha editorial valoriza matérias
de cunho social ou cultural. O projecto colonial português em Moçambique só avança
no final de 1940, quando a empreitada colonialista abre espaço para um sistema
educacional mais efectivo, o que proporcionará o aparecimento de um público leitor e
um maior número de intelectuais engajados com a causa moçambicana. (pag.28)

O periódico O Brado Africano abre espaço para os jovens africanos ou descendentes de


colonos. Nesse estágio do jornalismo em Moçambique começam a ser valorizados
artigos que apresentam "manifestações nacionais, suporte da resistência cultural e dos

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ideais de independência política que se expandiriam progressivamente até a luta de
libertação nacional" (Santilli, 1985, p.28).

No período entre 1955 e 1958, há uma efervescência cultural que foi coberta pelo jornal
O Brado Africano — órgão da Associação Africana —, mas devido às dissidências
entre duas correntes opostas, esse periódico perdeu espaço em 1958. Tal conflito deveu-
se ao choque de ideias que havia nos textos publicados no jornal. "De um lado,
estimulava-se a tendência da actividade provocada por uma consciência cultural e
política nacionais e, de outro, fomentava-se a assimilação da cultura estrangeira"
(Santilli, 1985, p.28).

Os precursores da literatura moçambicana nas diferentes fases da sua história

Tal como relata Laranjeira (2001), os percursos aparecem em duas épocas distantes,
e portadores de experiências diferentes, Costa Alegre, originário de S. Tomé, e Rui de
Noronha, de Moçambique, podem ser considerados como os precursores da literatura
africana de expressão portuguesa, no domínio poético. (pag. 18)

A obra de Costa Alegre, vinda a lume em 1916, foi inteiramente escrita em Portugal,
por voltas de 1880. O arquipélago de S. Tomé encontrava-se na fase decisiva de
mutação das suas estruturas sociais, em que a iniciativa da direcção económica e o
controle das riquezas agrícolas eram intensamente disputados pelos colonos aos «filhos
da terra». A poesia de Costa Alegre não regista nenhum eco dessa tensão e não faz
nenhuma menção precisa à conjuntura insular. Ela reflecte uma forma de tomada de
consciência da condição do negro ferido na sua cor. Atingido no mais íntimo do seu ser
pelas humilhações que sofreu num meio social que lhe era hostil, dilacerado pelo
isolamento e por decepções amorosas, Costa Alegre refugia-se num universo de
autocondenação racial. (pag. 21)

Ao mesmo tempo em que lutavam por liberdade, os autores de obras literárias começam
a aparecer e a espalhar seus ideais através de seus livros e tentar mudar os pensamentos
de seu povo através da literatura e da cultura. Os autores buscam suas inspirações
literárias na terra, nos conflitos regionais e nas belezas naturais da região.

O jornalismo e a literatura africana nascem juntos. É da dinâmica entre ambos que surge
em Moçambique uma obra pioneira na área da prosa de ficção: O livro da dor, de 1925,

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composto por crónicas e contos do jornalista João Albasini. Em 1943 aparecem os
primeiros textos poéticos, os Sonetos, de Rui de Noronha, e numa produção colectiva da
CEI — Casa dos Estudantes do Império — nasce a colectânea Poesia em Moçambique,
datada de 1951. Além dessas produções, encontra-se o registro das revistas Itinerário, de
1941, e Msaho, de 1952, "que recolhem uma produção heterogénea. ( Laranjeira, M.
2001, pag. 21)

Portanto, nesse período de formação da literatura moçambicana, destacam-se poetas


colaboradores de periódicos e revistas como Noémia de Sousa, Marcelino dos Santos
(Kalungano), José Craveirinha, Rui Nogar, Orlando Mendes; aparece também a
literatura em prosa, a partir de 1949. O Itinerário publica contos de Sobral de Campos,
Ruy Guerra, Augusto dos Santos Abranches, Vieira Simões, Vergílio de Lemos, Ilídio
Rocha. (pag. 22)

Em 1952, a CEI lança Godido, de João Dias. A surpresa dessa estória está na
consciência "que Godido tem da engrenagem social que o condiciona e na resistência
em manter-se nas grades dela" (Santilli, 1985, p.28). Essa obra marca o processo
transitório entre o nascimento de um sentimento nacionalista e o movimento
anticolonialista insurgente, em 1950. (pag. 28)

O marco dessa nova fase literária é a obra Nós matamos o Cão Tinhoso, de Luís
Bernardo Honwana, cuja publicação data de 1964. Com este texto e outros contos do
mesmo autor, a ficção moçambicana atinge a maturidade. (pag. 28)

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Conclusão

Ao terminar o autor concluiu que a literatura africana em língua portuguesa teve uma
importância muito grande na construção cultural e histórica das ex-colónias portuguesas
na África. Os autores africanos conseguiram passar em suas obras a forma de pensar de
seu povo, sua cultura, sua terra e, principalmente, expressar de forma clara seus
sentimentos e emoções. Os escritores procuraram afastar os horrores vividos pelo povo
no período colonial e, também, na época das guerras. Uma das maiores lições que os
autores deixaram em seus livros, foi o pensamento de que a África negra não pode, nem
deve ser considerado um estorvo para o mundo, deve-se pensar nela como um pequeno
desafio não somente na parte literária, mas, em toda forma de expressão humana, busca-
se contribuir com a África de forma honesta e levar esperança ao seu povo. Com o
poder da educação e argumentação pode-se lutar por mudanças e conseguir ter um
mundo melhor. No momento actual, percebe-se que a literatura africana encantou o
mundo, com seus grandes autores expressando de maneira natural seus sonhos e anseios
para com sua terra.

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Referência bibliográfica

1. Santilli, M. A. Estórias africanas: história e antologia. São Paulo: Ática, 1985.

2. Pesavento, S.J. 2008. História e História Cultural. 2ª ed., Belo


Horizonte, Autêntica, 130 p.
3. Oliveira, J. J. (2008), As literaturas africanas e o jornalismo no período colonial,
Universidade Federal Fluminense (UFF), O MARRARE - Revista da Pós-
Graduação em Literatura Portuguesa da UERJ

4. Noa, F. (1999). Literatura Colonial em Moçambique: o paradigma


submerso. Via Atlântica, 3, pp. 59-68.
5. Mendonça, F. (1999). Identidade(s) Literária(s) e Cânone: biografia e
autobiografias. Estudos Moçambicanos, 16, pp. 105-117.

6. Laranjeira, P. Mia Couto e as Literaturas Africanas de Língua


Portuguesa. Revista de Filologia Românica. Anejos, 185-205, 2001.
7. Hamilton, R. G. (1999). A literatura dos PALOP e a Teoria Pós-
colonial. Via Atlântica, 3, pp. 13-22.
8. Couto, M. (2009). A última antena do último insecto - vida e obra de
Henri Junod. In E se Obama Fosse Africano? E Outras
Intervenções (pp. 155-171). Lisboa: Caminho.
9. Chaves, R. & Macedo, T. Caminhos da Ficção da África Portuguesa.
Biblioteca entre livros: vozes da África, São Paulo, n. 6, p. 44-51, 2007.
Edição especial.
10.Augel, M. (2007). O Desafio do Escombro: Nação, identidades e pós-
colonialismo na literatura da Guiné-Bissau. Rio de Janeiro: Garamond.

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