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Actividades da 1ª Sessão
Nampula, Abril/2023
Universidade Católica de Moçambique
Actividades da 1ª Sessão
Nampula, Abril/2023
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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota
maxima do
tutor
Capa 0.5
índice 0.5
Aspectos introdução 0.5
estrutura Organizacionai discussão 0.5
s conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Introdução Descrição dos 1.0
objectivos
Metodologia adequada 2.0
ao objecto do trabalho
conteúdo Articulação e domínio
Do discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada,
Análise coerência/coesão
Discussão textual)
Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.0
relevante na área de
estudo
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Paginação, tipo e
gerais Formatação tamanho de letra, 1.0
parágrafo, espaçamento
entre linhas
Referencias Normas APA Rigor e coerência das
Bibliográficas 6ª edição em citações/referências 4.0
2
Recomendações de melhoria:
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Índice
Introdução..........................................................................................................................2
Ensino................................................................................................................................2
Conclusão..........................................................................................................................2
Referência bibliográfica....................................................................................................2
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Introdução
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Surgimento da literatura nas colónias africanas de expressão portuguesa e seu
ensino no período colonial
De acordo com Oliveira (2008), a produção literária nos países africanos divide-se em
duas fases: a da literatura colonial e a das literaturas africanas. A primeira exalta o
homem europeu como o herói mítico, desbravados das terras inóspitas, portadores de
uma cultura superior. A segunda constitui-se inversamente, pois nela o mundo africano
passa a ser narrado por outra óptica. O negro é privilegiado e tratado com solidariedade
no espaço material e linguístico do texto, embora não sejam excluídas as personagens
europeias (de características negativas ou positivas). É o africano que normalmente
preenche os apelos da enunciação e é ele quase exclusivamente, enquanto personagem
ficcional ou poético, o sujeito do enunciado (Pag. 43).
A literatura africana é o reflexo da vida social do povo, ela é ligada aos processos de
modernização e urbanização; e pode criar novas formas e estilos. Por consequência do
processo de colonização, a literatura parece ter adquirido um posicionamento especial
na antropologia, criando etnografias sobre como seria o continente e seus habitantes. Tal
processo é directamente próximo à ocupação colonial. (Pag. 43).
De acordo (Couto, 2009; Mendonça, 1999, cit. por Oliveira, J. J. (2008)). A literatura
colonial seria aquela elaborada por uma produção de textos de origem etnográfica,
biográfica escrita pelos missionários. Os missionários, também, seriam reguladores de
línguas nativas, agora domesticada em gramáticas, dicionários, etc.
Francisco Noa, em sua análise sobre literatura colonial, relata que existe uma literatura
produzida a respeito da África a partir de um “olhar externo”, em constante renovação
(Noa, 1999).
Conforme Deize Bebiano (2000, cit. Oliveira, J. J. (2008)), o conhecimento africano era
passado por intermédio da literatura oral. Essa forma sofria muito preconceito, contudo,
no decorrer do tempo, conseguiu ter reconhecimento nos veículos culturais.
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diálogos entre as formas de textualidade das línguas europeias escritas e formas de
textualidade das línguas nativas.
A literatura africana é uma literatura de luta e conflito, ela discute de forma ambígua
com a tradição, a literatura colonial e com seu tempo. Ela é uma literatura de
características modernas, no sentido de ser aquela que surge da possibilidade de um
conjunto de mudanças, que evidencia um número de conflitos e contradições (Hamilton,
1999: Augel, 2007).
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A literatura africana em língua portuguesa nasceu através de vozes que se uniram pelo
mesmo ideal, elas transmitiram as atrocidades sofridas pelo seu povo, o seu sonho de
liberdade e de luta pela independência. Suas belezas e riquezas foram descritos em
prosas e versos que ultrapassaram as fronteiras do continente e ajudou a escrever toda a
sua história.
Se nos deixarmos levar pela lógica das estatísticas, temos de assinalar que, de fato, a
actividade literária da África não supera a marca do traço. Porem, segundo Mia Couto,
um de seus maiores prestigiados escritores, essa duríssima realidade não pode ser vista
como um impedimento para o lugar de sonho que a literatura também pode abrigar
(Chaves; Macedo, 2007, p. 44).
Assim, como Angola e Moçambique, Cabo Verde também contou com o impulso dos
jornais para dinamizar sua criação ficcional e poética. Seu primeiro periódico de
destaque foi o Almanach Luso-Africano (1894 e 1899), que registou colaborações
literárias tanto em português como em crioulo, língua usada pelo idealizador do
almanaque, o cônego António Manuel Teixeira.
Segundo Manuel Ferreira, ao contrário de Angola e Moçambique, Cabo Verde não viu
florescer uma literatura colonial nos moldes já explicitados anteriormente. A colónia
adquire, a partir da segunda metade do séc. XIX, feição própria, pois a posse da terra ia,
pouco a pouco, sendo transferida para as mãos de uma burguesia cabo-verdiana mestiça,
fosse branca ou negra. Nesse processo, não ocorre ali uma relação tradicional visível
nas demais colónias, isto é, colonizado versus colonizador, mas, sim, explorado versus
explorador, semelhante àquela presente no sistema capitalista, guardadas as devidas
Proporções, já que não podemos negar a especificidade colonial estabelecida entre o
poder político e as comunidades. (Oliveira, J. J. 2008, pag. 45)
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formas de expressão dos povos subjugados. Inicialmente, essas literaturas nascem como
meio valorativo das regiões a que pertencem os intelectuais, ou que eles conhecem, mas,
pouco a pouco, o regional evolui e dá lugar a um sentimento nacional que vislumbra um
projecto colectivo capaz de redimensionar os chamados valores culturais africanos, tão
bem representados na literatura.
Ensino
Com base nestes pressupostos podemos afirmar que em Moçambique temos autores
entre adultos e jovens que produzem obras num ritmo acelerado com temática
diversificada, obedecendo a tradição literária e um público leitor que tende a ser cada
vez mais amplo, devido à massificação do ensino no período pós₋independência. (pag.
72)
Por conseguinte, parece que só com o surgimento da Nação, no dia 25 de Junho de 1975
é que a literatura moçambicana inicia a caminhada para a sua consolidação enquanto
sistema.
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A passagem remete-nos à observação de que as obras apresentadas tivessem sido
produzidas voltadas pelo fato de a formação da nacionalidade moçambicana ter sido
adiada por duas causas essenciais: a colonização portuguesa, que impediu a criação de
instituições de ensino de forma que existisse a organização de campos intelectuais no
país; e a ideologia marxista-leninista que fundamenta a formação do Homem Novo e de
uma nação nova, aliada à eclosão da guerra civil e o seu impacto. Portanto, é nesse viés
que as narrativas de Couto e Chiziane captam o conceito de Nação por outros caminhos,
apresentando-se como propostas da construção da identidade paralela à visão utópica da
FRELIMO. Desse modo, ao recriar o real, a literatura propõe a construção de uma
identidade para o país resgatando e exaltando a tradição, apontando para um
Moçambique que se tem e não um Moçambique que se pretende inventar politicamente.
(pag. 73)
Para abranger o campo social e cultural, entra em circulação em 1941 o Itinerário, que
busca ampliar as pesquisas acerca das realidades moçambicanas. Nesse jornal, no
entanto, a literatura não ocupa lugar de destaque, pois a linha editorial valoriza matérias
de cunho social ou cultural. O projecto colonial português em Moçambique só avança
no final de 1940, quando a empreitada colonialista abre espaço para um sistema
educacional mais efectivo, o que proporcionará o aparecimento de um público leitor e
um maior número de intelectuais engajados com a causa moçambicana. (pag.28)
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ideais de independência política que se expandiriam progressivamente até a luta de
libertação nacional" (Santilli, 1985, p.28).
No período entre 1955 e 1958, há uma efervescência cultural que foi coberta pelo jornal
O Brado Africano — órgão da Associação Africana —, mas devido às dissidências
entre duas correntes opostas, esse periódico perdeu espaço em 1958. Tal conflito deveu-
se ao choque de ideias que havia nos textos publicados no jornal. "De um lado,
estimulava-se a tendência da actividade provocada por uma consciência cultural e
política nacionais e, de outro, fomentava-se a assimilação da cultura estrangeira"
(Santilli, 1985, p.28).
Tal como relata Laranjeira (2001), os percursos aparecem em duas épocas distantes,
e portadores de experiências diferentes, Costa Alegre, originário de S. Tomé, e Rui de
Noronha, de Moçambique, podem ser considerados como os precursores da literatura
africana de expressão portuguesa, no domínio poético. (pag. 18)
A obra de Costa Alegre, vinda a lume em 1916, foi inteiramente escrita em Portugal,
por voltas de 1880. O arquipélago de S. Tomé encontrava-se na fase decisiva de
mutação das suas estruturas sociais, em que a iniciativa da direcção económica e o
controle das riquezas agrícolas eram intensamente disputados pelos colonos aos «filhos
da terra». A poesia de Costa Alegre não regista nenhum eco dessa tensão e não faz
nenhuma menção precisa à conjuntura insular. Ela reflecte uma forma de tomada de
consciência da condição do negro ferido na sua cor. Atingido no mais íntimo do seu ser
pelas humilhações que sofreu num meio social que lhe era hostil, dilacerado pelo
isolamento e por decepções amorosas, Costa Alegre refugia-se num universo de
autocondenação racial. (pag. 21)
Ao mesmo tempo em que lutavam por liberdade, os autores de obras literárias começam
a aparecer e a espalhar seus ideais através de seus livros e tentar mudar os pensamentos
de seu povo através da literatura e da cultura. Os autores buscam suas inspirações
literárias na terra, nos conflitos regionais e nas belezas naturais da região.
O jornalismo e a literatura africana nascem juntos. É da dinâmica entre ambos que surge
em Moçambique uma obra pioneira na área da prosa de ficção: O livro da dor, de 1925,
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composto por crónicas e contos do jornalista João Albasini. Em 1943 aparecem os
primeiros textos poéticos, os Sonetos, de Rui de Noronha, e numa produção colectiva da
CEI — Casa dos Estudantes do Império — nasce a colectânea Poesia em Moçambique,
datada de 1951. Além dessas produções, encontra-se o registro das revistas Itinerário, de
1941, e Msaho, de 1952, "que recolhem uma produção heterogénea. ( Laranjeira, M.
2001, pag. 21)
Em 1952, a CEI lança Godido, de João Dias. A surpresa dessa estória está na
consciência "que Godido tem da engrenagem social que o condiciona e na resistência
em manter-se nas grades dela" (Santilli, 1985, p.28). Essa obra marca o processo
transitório entre o nascimento de um sentimento nacionalista e o movimento
anticolonialista insurgente, em 1950. (pag. 28)
O marco dessa nova fase literária é a obra Nós matamos o Cão Tinhoso, de Luís
Bernardo Honwana, cuja publicação data de 1964. Com este texto e outros contos do
mesmo autor, a ficção moçambicana atinge a maturidade. (pag. 28)
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Conclusão
Ao terminar o autor concluiu que a literatura africana em língua portuguesa teve uma
importância muito grande na construção cultural e histórica das ex-colónias portuguesas
na África. Os autores africanos conseguiram passar em suas obras a forma de pensar de
seu povo, sua cultura, sua terra e, principalmente, expressar de forma clara seus
sentimentos e emoções. Os escritores procuraram afastar os horrores vividos pelo povo
no período colonial e, também, na época das guerras. Uma das maiores lições que os
autores deixaram em seus livros, foi o pensamento de que a África negra não pode, nem
deve ser considerado um estorvo para o mundo, deve-se pensar nela como um pequeno
desafio não somente na parte literária, mas, em toda forma de expressão humana, busca-
se contribuir com a África de forma honesta e levar esperança ao seu povo. Com o
poder da educação e argumentação pode-se lutar por mudanças e conseguir ter um
mundo melhor. No momento actual, percebe-se que a literatura africana encantou o
mundo, com seus grandes autores expressando de maneira natural seus sonhos e anseios
para com sua terra.
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Referência bibliográfica
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