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Turma: “E”
Código: 708208501
Nampula
2023
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Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do Subtotal
máxima tutor
• Capa 0.5
• Índice 0.5
Aspectos • Introdução 0.5
Estrutura organizacionais • Discussão 0.5
• Conclusão 0.5
• Bibliografia 0.5
• Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
• Descrição dos 1.0
Introdução objectivos
• Metodologia adequada
ao objectivo do 2.0
trabalho
• Articulação e domínio
Conteúdo do discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e discussão coesão textual)
• Revisão bibliográfica
nacional e
internacional relevante 2.0
na área de estudo
• Exploração dos dados 2.0
Conclusão • Contributos teóricos
práticos 2.0
• Paginação, tipo e
Aspectos Formatação tamanho de letra, 1.0
gerais parágrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA 6ª • Rigor e coerência das
Bibliográficas edição em citações citações/referências 4.0
e bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução .............................................................................................................................................. 6
1. GUERRA........................................................................................................................................... 7
Conclusão ............................................................................................................................................ 16
Desta feita, neste trabalho abordar-se-á da temática: Guerra: Guerra Colonial e Característica
da Literatura Africana no Período da Colonização. Com este tema, o trabalho tem por
objectivos:
Para a concretização deste objectivo, a autora recorreu a revisão bibliográfica de artigos que versam
sobre a matéria, neste caso o manual de Literaturas Africanas em Língua Portuguesa II, que
constituiu na leitura, analise e interpretação das mesmas obras.
No que concerne à estrutura do trabalho, este apresenta: uma introdução, onde se fez uma breve
visão dos conteúdos abordados no trabalho, objectivos da pesquisa, desenvolvimento onde estão
detalhados os principais conteúdo do trabalho propostos pelo tutor da cadeira, conclusão onde se
fez a síntese do que se percebeu relativamente ao longo do desenvolvimento do trabalho e
finalmente termina com a sua respectiva bibliografia onde estão listadas as obras consultadas e
citadas no acto da elaboração do trabalho de pesquisa.
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1. GUERRA
O fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) anunciou um novo capítulo para a luta dos povos
que ainda se encontravam sob a égide do jugo colonial. Nesse novo contexto, orquestrado pela
bipolaridade geopolítica mundial, grande parte das estratégias de libertação dos países foram
organizadas de forma revolucionária, sendo a luta armada de perspectiva revolucionária um método
eficaz para a conquista da emancipação. (Afonso & Gomes, 2010).
Muitos foram os impulsos também advindos das novas diretrizes internacionais. A fundação, em
1948, da Organização das Nações Unidas (ONU), e a promulgação do princípio de
autodeterminação dos povos, diploma legal internacional sancionado pelas diversas nações,
insuflaram, nas décadas posteriores, as lutas anticoloniais dos países do continente asiático e
africano. Do mesmo modo, a Conferência de Bandung realizada pelos países terceiro mundistas
independentes e com a presença de diversos movimentos de libertação nacional, em abril de 1955,
afirmaram a necessidade de libertação dos povos que ainda permaneciam sob o controle do
colonialismo. (Afonso & Gomes, 2010).
Segundo Couto (2005), no que diz respeito a Moçambique, a partir da década de 1960, ações contra
o controle colonialista de Portugal na região serão cada vez mais constantes, respondendo à
violência com a qual a população vinha sendo submetida. Evidentemente, de acordo com os rumos
tomados pelos diferentes contextos na geopolítica internacional, a política portuguesa foi alterando
suas estratégias visando a manutenção dos territórios africanos.
O Estado português, assim, almejava salvaguardar seus domínios, através da reestruturação dos
códigos coloniais. Desde sua promulgação, conforme aponta Miguel Buendía Gómez, de 1930 até
meados de 1940, o esforço do Estado Português concentrou-se em incentivar entre o povo da
metrópole uma consciência imperial, procurando sustentação à sua presença em África. Nesse
período, o regime desenvolveu os fundamentos econômicos, ideológicos, que norteariam a
estratégia colonial na sua fase mais derradeira. E parecia que Portugal, finalmente, tinha-se
decidido a recriar “as glórias do seu passado africano”.
No que diz respeito à educação, o Acto Colonial de 1930 tinha como proposta uma política
educacional de perpetuação da condição das populações locais, pois possuía como superestrutura
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jurídica para a área da educação e da administração colonial, duas políticas distintas de caráter
racista e segregacionista – a primeira voltada aos colonos portugueses e assimilados, e outra às
populações “indígenas” do território ultramarino. Tais políticas, embasadas em estereótipos,
ocupam um lugar privilegiado para as ações racistas empreendidas pelos portugueses em solo
africano. (Marques, 2006).
Como salienta, Mbembe, No discurso europeu do século XIX, “dizer de alguém que ele é um
“homem negro” é dizer que ele é predeterminado biológica, intelectual e culturalmente pela sua
irredutível diferença. Pertenceria a uma espécie distinta. No discurso proto-racista europeu, dizer
“homem negro” significava, assim, evocar as disparidades da espécie humana e remeter para o
estudo de ser inferior, ao qual o Negro está consignado, para um período da história no qual todos
os africanos têm um potencial estatuto de mercadoria ou, como se dizia na época, de peça da Índia.
(Cervelló, 1993).
Segundo Ferreira (1987), a dicotomia entre dois modelos distintos de ensino nas colônias colocava
um ensino para as populações tradicionais e outro para os europeus e assimilados. O ensino
destinado ao “indígena”, era dividido da seguinte forma: o ensino rudimentar (1ª e 2ª classes); o
ensino primário (3ª e 4ª classes) e a admissão, fase de transição para o ingresso no ensino
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secundário. As estruturas educacionais elaboradas pelas autoridades católicas em conluio com o
colonialismo português tinham como objectivo, “conduzir gradualmente o indígena duma vida de
selvajaria para uma vida civilizada”.
Segundo Eduardo Mondlane, embora quase 98% da população de Moçambique seja composta de
africanos negros, apenas uma pequena porção das crianças que frequentam as escolas primárias
são africanas, e é insignificante o número de crianças africanas no ensino secundário. Em 1963
havia 311 escolas primárias com um total de 25.742 alunos, mas deles apenas um quinto eram
africanos. (...). Em 1960, na maior escolar secundária de Moçambique (Liceu Salazar, em Lourenço
Marques), havia apenas 30 estudantes africanos em um total de mais de 1000 alunos. (Afonso &
Gomes, 2010).
Como efeito, a partir da segunda metade do século XX, podemos considerar que há um salto
qualitativo para a produção de conhecimento sobre África e desde o continente africano.
Intelectuais envolvidos com os ideais difundidos pelo pan-africanismo, pela ideologia vinculada
aos poetas e escritores da Négritude, autores como Cheikh Anta Diop, Ki-Zerbo, Aimé Césaire,
Léopold Sédar Senghor, entre outros, colocaram seus esforços em demonstrar a existência de
produção de conhecimento desde África, articulando uma contraposição essencial às teses racistas
pseudocientíficas criadas para legitimar a dominação e a exploração colonialista. É digno de nota
que o protagonismo desses pensadores africanos, em afirmar a existência de história em África
antes do contato com os europeus, abriu caminho para abordagens mais aprofundadas sobre a
essência dos fenômenos africanos, respeitando suas particularidades.
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do arranjo repressivo colonial. Esses indivíduos, envolvidos com a luta pela libertação nacional,
encontrariam no ideal de unidade do povo seu principal brado contra a opressão colonial. Fundada
em 25 de junho de 1962, a FRELIMO – Frente de Libertação de Moçambique, é resultado da união
de outros grupos nacionalistas moçambicanos50 formados no exterior, reunindo moçambicanos
que residiam em países vizinhos. (Couto, 2005).
A guerrilha em Moçambique começou a ser preparada ainda em 1963, quando os primeiros quadros
foram mandados para a Argélia com a finalidade de se instruírem nesse novo tipo de guerra. Eram
vários os movimentos que reivindicavam a independência daquela colónia, logo no começo dos
anos 60 do século XX. A FRELIMO foi, contudo, a frente que conseguiu, dada a acção de Eduardo
Mondlane, conciliar as forças de todos através de sucessivas depurações e clivagens. E fê-lo,
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porque era o único movimento que apresentava uma textura ideológica consistente, ainda que de
matriz marxista. (Cervelló, 1993).
Em Fevereiro de 1969, Eduardo Mondlane foi vítima de uma carta armadilhada que o matou.
Tratou-se de uma morte oportuna, porque, internamente, o líder era considerado demasiado brando,
e, externamente, parecia ser uma vitória da contraguerrilha. Nunca foi bem esclarecido o
assassinato de Mondlane157 e num primeiro momento afectou o desenvolvimento das operações,
mas, com a evolução interna, resultante da criação da unidade de comando centrada em Samora
Machel, a FRELIMO ganhou nova dimensão e maior empenhamento tanto diplomático como
militar. Foi por essa altura que ficou decidida a abertura da frente de Tete.
a) A Insurreição
O esforço insurreccional assentou, em primeiro lugar, na etnia Maconde a qual, ainda que
maioritariamente católica, se sentia superior a todas as restantes do Norte e Centro de Moçambique
e, por isso, suficientemente forte para enfrentar o Exército. Também junto ao lago Niassa se
infiltraram guerrilheiros com a finalidade de subverter as populações ribeirinhas. (Couto, 2005).
O general Kaúlza de Arriaga foi um dos comandantes-chefes que maior prática de governo tinha
junto da Ditadura e de Salazar. Por isso, transportou para o teatro de operações conceitos políticos
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do poder central sem a cautela de os confrontar com a realidade militar que se vivia no terreno.
Para ele, a vitória militar era admissível e alcançável, quando, outros generais, na mesma altura,
eram muitíssimo mais prudentes nas suas afirmações.
c) A Localização da Guerrilha
De acordo com Rodrigues, (2000). Nos anos de 1964 a 1970, as grandes acções de guerrilha foram
levadas a efeito na província de Cabo Delgado, reduzindo-se a quase nada as operações na zona do
Niassa, tendo o comando português adoptado como medida de contra subversão a instrução no
campo de modo a aperfeiçoar o dispositivo de campanha sem perda de tempo com preparação
teórica nos quartéis longe da zona de intervenção, tanto mais que a geografia da colónia
possibilitava um distanciamento entre os grandes centros populacionais e as matas onde se
desenrolava toda a acção.
Daí que o regime político da África do Sul e o apartheid tenham passado a ser suportáveis, embora
condenados. Por outro lado, o regime branco da Rodésia, com Ian Smith à frente, saiu reforçado,
porque era a cúpula que, a par de Moçambique e Angola, criava as condições de viabilidade e
tranquilidade de navegação dos imensos «mamutes» transportadores de petróleo. (Rodrigues,
2000).
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e) Os massacres em Moçambique
Em qualquer guerra, seja ela em que tempo for e sejam quais forem os intervenientes, sempre
existiu a tentação de exceder o sofrimento para além do estritamente necessário. Em Moçambique
não houve excepções. Foram vários os massacres de que há conhecimento mais ou menos
documentado e, que se saiba, lá só as forças do Exército tomaram parte neles.
Durante o conflito, travado em plena Guerra Fria, a FRELIMO é apoiada pela União Soviética,
enquanto a RENAMO conta com a ajuda do regime branco da Rodésia e, a partir de 1980, também
da África do Sul.
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1.2.3. O Fim da Guerra não é o Fim da Guerra: Angola
A cúpula da JSN (constituída, em sua maior parte, por generais e oficiais de primeiro escalão do
Exército, entre eles o próprio Spínola) e o MFA não entraram em um consenso fácil quanto às
medidas mais imediatas da questão da guerra travada em Angola e, além disso, os pronunciamentos
da JSN não tranquilizaram a opinião pública por conta das vagas assertivas acerca dos temas do
ultramar. (Pouchin, 2003, p. 55).
No dia 4 de abril de 2002 a paz chegou a Angola com a assinatura do acordo de Luanda entre o
governo do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) MPLA e a União Nacional
pela Independência Total de Angola (UNITA). As duas formações políticas com mais influência
no país pousaram as armas, pondo, assim, fim a 27 anos de uma guerra civil que causou pelo menos
500 mil mortos e mais de dois milhões de refugiados. A seguir à paz, Angola viveu um "boom"
económico graças ao petróleo, atingindo um crescimento de mais de 20 % em 2005 e em 2007.
Mas apesar deste crescimento, muitos angolanos continuam até hoje a viver na pobreza.
A literatura africana é ampla, pois diz respeito aos vários países da África. O mais adequado,
portanto, seria dizer “literaturas africanas”. Assim, as características compartilhadas pelos países
africanos de língua portuguesa, que tiveram uma história muito semelhante de colonização e luta
pela independência. No entanto, devemos lembrar que a literatura de cada um desses países possui
também as suas peculiaridades. (Duarte, 2008).
No período de colonização, existiu a criação de textos literários nas colônias, entretanto os textos
eram conforme o ponto de vista do colonizador português. (Noa, 1999).
A literatura colonial seria aquela elaborada por uma produção de textos de origem etnográfica,
biográfica escrita pelos missionários. Os missionários, também, seriam reguladores de línguas
nativas, agora domesticada em gramáticas, dicionários, etc. (Couto, 2009; Mendonça, 1999).
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Conclusão
De acordo com a abordagem feita no trabalho foi possível entender que, durante a Guerra colonial,
a literatura africana em língua portuguesa teve uma importância muito grande na construção
cultural e histórica das ex-colônias portuguesas na África. Utilizando a linguagem dos
colonizadores, os escritores de maneira criativa e inovadora, construíram nas últimas décadas uma
tradição literária que se evidencia de forma própria em cada nação.
Por sua vez, Angola fosse um “pequeno e obscuro país africano,” recém-colocados ante a
perspectiva de independência, o ano de 1975 mostrou-se como um catalisador para transformar
seu, até então, baixo perfil, na arena política internacional, em centro de divergências do confronto
Leste-Oeste encetado pela Guerra Fria.
Conclui-se que, as obras da literatura africana em língua portuguesa podem ser divididas em três
períodos: colonização, pré-independência e pós-independência. O período da colonização é
marcado pela alienação cultural.
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Referências Bibliográficas
Afonso, A. & Gomes, C. M. (2010). Os Anos da Guerra Colonial - 1961.1975, Lisboa, Quidnovi.
Couto, M. (2005). Moçambique – 30 anos de independência: no passado, o futuro era melhor? In:
Via Atlântica, São Paulo, n. 8, p.191-204.
Couto, M. (2009). A última antena do último insecto - vida e obra de Henri Junod. In E se Obama
Fosse Africano? E Outras Intervenções. Lisboa: Caminho.
Noa, F. (1999). Literatura Colonial em Moçambique: o paradigma submerso. Via Atlântica, 3, pp.
59-68.
Pouchin, D. & Soares, M. (2003). Memória viva. Vila Nova de Famalicão: Quase Edições.
Rodrigues, A. S. (2000). História de Portugal em Datas. (3ª edição). Lisboa: Temas e Debates.
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