Você está na página 1de 18

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Centro de Recursos de Nampula

A PALAVRA E O SEU SIGNIFICADO

Olinda Caetano Policarpo: 708208501

Curso: Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

Disciplina: Linguística Descritiva do Português III

Ano de Frequência: 4º Ano

Turma: “E”

Nampula, Junho de 2023


Olinda Caetano Policarpo

Código: 708208501

A PALAVRA E O SEU SIGNIFICADO

Trabalho a ser submetido ao docente da cadeira de


Linguística Descritiva do Português III, para fins
avaliativos.

Docente: Manuel Sardinha.

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Nampula

2023
Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do Subtotal
máxima tutor
• Capa 0.5
• Índice 0.5
Aspectos • Introdução 0.5
Estrutura organizacionais • Discussão 0.5
• Conclusão 0.5
• Bibliografia 0.5
• Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
• Descrição dos 1.0
Introdução objectivos
• Metodologia adequada
ao objectivo do 2.0
trabalho
• Articulação e domínio
Conteúdo do discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e discussão coesão textual)
• Revisão bibliográfica
nacional e
internacional relevante 2.0
na área de estudo
• Exploração dos dados 2.0
Conclusão • Contributos teóricos
práticos 2.0
• Paginação, tipo e
Aspectos Formatação tamanho de letra, 1.0
gerais parágrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA 6ª • Rigor e coerência das
Bibliográficas edição em citações citações/referências 4.0
e bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Índice

Introdução .............................................................................................................................................. 6

1. A PALAVRA E O SEU SIGNIFICADO .......................................................................................... 7

1.1. Conceito de Palavra e o seu significado ......................................................................................... 7

1.2. Campo Semântico........................................................................................................................... 7

1.2.1. Sinonímia..................................................................................................................................... 8

1.2.2. Antonímia .................................................................................................................................... 8

1.2.3. Polissemia .................................................................................................................................... 9

1.2.4. Homonímia .................................................................................................................................. 9

1.2.4.1. Homônimos Homógrafos ....................................................................................................... 10

1.2.4.2. Homônimos Homófonos ........................................................................................................ 10

1.2.4.3. Homônimos Perfeitos ............................................................................................................. 10

1.3. Hipônimos e Hiperônimos............................................................................................................ 11

2. Processo de Formação de Palavras .................................................................................................. 12

2.1. Derivação...................................................................................................................................... 12

2.2. Composição .................................................................................................................................. 15

2.3. Neologismo .................................................................................................................................. 15

2.4. Onomatopeia ................................................................................................................................ 16

2.5. Abreviação.................................................................................................................................... 16

2.6. Combinação .................................................................................................................................. 16

2.7. Intensificação................................................................................................................................ 16

Conclusão ............................................................................................................................................ 17

Referências Bibliográficas .................................................................................................................. 18


Introdução

O conceito de campo semântico se refere aos sentidos que uma mesma palavra pode ter quando
utilizada em diferentes contextos. Isso significa que se trata do conjunto de sentidos que uma
mesma palavra pode ter. É comum se deparar com termos que podem ter significados diferentes,
dependendo da forma como são utilizados e das palavras que o acompanham. O campo semântico
nada mais é do que o acervo de significados que temos de cada palavra e que nos permite entender
a intenção que se pretende com o uso da mesma. Partindo do conhecimento desse campo semântico,
conseguimos entender os objectivos de comunicação dos nossos interlocutores.

O presente trabalho cingir-se-á da temática em estudo: a palavra e o seu significado: Campo


semântico e Processo de formação de palavras. Com este tema, o trabalho tem por objectivos:

 Conhecer o conceito de campo semântico;


 Compreender o tipo de relação estabelecido pelas palavras de acordo com seu significado:
sinonímia, antonímia, polissemia e homonímia; e
 Identificar hipônimos e hiperônimos, processo de formação de palavras.

A pesquisa é de carácter qualitativo, com base em uma pesquisa bibliográfica, elaborada a partir
de material já publicado em revistas, livros, artigos e teses, assim como também materiais
disponíveis na internet, com o apoio do manual de Linguística Descritiva do Português II e III, de
vários autores da área, os quais abordam o tema em questão, e os mesmos forneceram subsídios
teóricos bastante significativos para a fundamentação da temática em questão.

No que concerne à estrutura do trabalho, este apresenta: uma introdução, desenvolvimento onde
estão detalhados os principais conteúdo do trabalho propostos pelo tutor da cadeira, conclusão onde
se fez a síntese do que se percebeu relativamente ao longo do desenvolvimento do trabalho e
finalmente termina com a sua respectiva bibliografia onde estão listadas as obras consultadas e
citadas no acto da elaboração do trabalho de pesquisa.

6
1. A PALAVRA E O SEU SIGNIFICADO

1.1. Conceito de Palavra e o seu significado

Uma palavra pode ser definida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua,
juntamente com a ideia associada a este conjunto. A função da palavra é representar partes do
pensamento humano, e por isto ela constitui uma unidade da linguagem humana. (Cunha, 1976).

Na visão de Duarte (2000), as palavras são classificadas de acordo com suas relações. As funções
que elas exercem podem ser de nome ou de verbo.

O significado das palavras é estudado pela semântica, a parte da gramática que estuda não só o
sentido das palavras como as relações de sentido que as palavras estabelecem entre si: relações de
sinonímia, antonímia, paronímia, homonímia, etc. (Ilari, 2013).

Compreender essas relações nos proporciona o alargamento do nosso universo semântico,


contribuindo para uma maior diversidade vocabular e maior adequação aos diversos contextos e
intenções comunicativas.

1.2. Campo Semântico

Para Cançado (2012), um campo semântico é um conjunto de palavras da mesma categoria


gramatical que compartilha um significado comum e tem um sentido mais vasto. Por exemplo, as
palavras vermelho, amarelo e verde pertencem ao campo semântico das cores.

Segundo Duarte (2000), a semântica é a área da linguística que estuda o significado e a sua relação
com o significante. O significado está associado ao sentido e, portanto, ao conteúdo e ao contexto;
o significante está associado à forma (de palavras ou de sinais, de grafia ou de som).

Dentro da semântica, há conceitos relacionando o uso e a estrutura do significado dentro de


determinados contextos, bem como alguns fenômenos gramaticais a respeito do significado na
língua. (Bechara, 1999).

Os tipos de relações estabelecidas pelas palavras de acordo com os seus significados: Sinonímia;
Antonímia; Polissemia; e Homonímia.

7
1.2.1. Sinonímia

Para Lyons (1979), a Sinonímia é a área da Semântica que estuda as palavras que são sinônimas.
Essas palavras possuem significado ou sentido semelhante, sendo bastante utilizada principalmente
na produção de textos.

Exemplos de Sinônimos: Adversário e antagonista; Adversidade e problema; Alegria e felicidade;


Brado e grito; Extinguir e abolir; Gostar e estimar; Importante e relevante, entre outros.

De acordo com a aproximação semântica entre as palavras sinônimas, elas são classificadas de duas
maneiras:

a) Sinônimos Perfeitos: são palavras que possuem significados idênticos, por exemplo: após
e depois; calmo e tranquilo, léxico e vocabulário; morrer e falecer; etc;
b) Sinônimos Imperfeitos: são palavras que possuem significados semelhantes mas não
idênticos, por exemplo: gostar e estimar; cidade e município, feliz e alegre; córrego e
riacho. (Cançado, 2012).

A grande diferença nos sinônimos imperfeitos é o facto de possuírem significado semelhante mas
não é necessariamente igual. No exemplo acima, temos os verbos gostar e estimar. Ambos os
verbos expressam a ideia de gosto, mas a palavra estimar significa um “gostar mais expressivo”,
de uma maneira mais especial do que a palavra “gostar”. (Cançado, 2012).

Note que as palavras sinônimas são muito utilizadas nas produções dos textos, uma vez que a
repetição das palavras empobrece o conteúdo. (Cunha, 1978).

1.2.2. Antonímia

Segundo Lyons (1979), a Antonímia é a área da Semântica responsável por estudar as palavras que
são antônimas. Essas palavras possuem significados exatamente contrários uma da outra.

Para Ilari (2013), a antonímia é o ramo da semântica que estuda as palavras antônimas. Do mesmo
modo que os sinônimos, os antônimos são utilizados como recursos estilísticos na produção dos
textos.

Exemplos de Antônimos: Aberto e fechado; Alto e baixo; Amor e ódio; Bendizer e maldizer; Bem
e mal; Bom e mau; Bonito e feio; Certo e errado; Doce e salgado; Duro e mole; Escuro e claro;

8
Forte e fraco; Gordo e magro; Grosso e fino; Simpático e antipático; Soberba e humildade; Sozinho
e acompanhado, entre outros.

1.2.3. Polissemia

De acordo com Lyons (1979), a Polissemia é a área da Semântica que estuda a multiplicidade de
significados de uma palavra. Uma palavra polissêmica pode apresentar diferentes significados
conforme o contexto em que está inserida.

A polissemia é um fenômeno linguístico em que uma mesma palavra ou expressão apresenta dois
ou mais sentidos. (Duarte, 2000).

Exemplos de polissemia 1:

• Na festa, havia apenas damas e cavalheiros. [Damas = mulheres nobres, educadas]


• Aprender a jogar damas é fácil. [Damas = jogo de tabuleiro]

Exemplos de polissemia 2:

• Jonas assistiu ao filme brasileiro “Deserto particular”. [Assistiu = viu]


• Jonas assistiu os doentes de câncer. [Assistiu = deu assistência]
• Jonas já assistiu na rua 11. [Assistiu = morou]

1.2.4. Homonímia

A Homonímia é a área da Semântica que estuda as palavras que possuem a mesma pronúncia (e
em alguns casos a mesma escrita) mas que possuem significados diferentes. (Almeida, 20005).

Para Cançado (2012), as palavras homônimas podem ser classificadas em:

a) Homógrafas: palavras com a mesma escrita mas que possuem pronúncias diferentes. Por
exemplo: colher (verbo) e colher (substantivo); jogo (substantivo) e jogo (verbo).
b) Homófonas: palavras com a mesma pronúncia mas que possuem escritas distintas. Por
exemplo: concerto (show de música) e conserto (reparo); acender (atear) e ascender (subir).
c) Perfeitas: são palavras que possuem escrita e pronúncia iguais. Por exemplo: caminho
(substantivo) e caminho (verbo); uso (verbo) e uso (substantivo); livre (adjectivo) e livre
(verbo).
9
1.2.4.1. Homônimos Homógrafos

Os homógrafos são palavras que possuem a mesma escrita, mas que apresentam pronúncia e
significados diferentes. (Cançado, 2012).

Exemplos de homógrafos:

Acerto

 Fiz um acerto no texto que você fez. (Substantivo – correção);


 Eu sempre acerto nos palpites. (Verbo acertar).

Molho

 Gosto de macarrão com molho de bacon. (Substantivo – caldo);


 Eu me molho sem querer quando abro a torneira. (Verbo molhar).

1.2.4.2. Homônimos Homófonos

Os homófonos são palavras que possuem a mesma pronúncia, mas que possuem significados
diferentes. (Cançado, 2012).

Exemplos de homófonos:

Acento/assento

 A palavra está sem acento agudo. (Sinal gráfico);


 Cada assento já estava demarcado. (Lugar).

Sessão/secção/cessão

 Vamos ver um filme na sessão das oito horas. (Reunião, apresentação)


 Este ano trocaram a minha secção eleitoral. (Divisão, repartição)
 A cessão dos direitos autorais foi feita ontem. (Acto de ceder)

1.2.4.3. Homônimos Perfeitos

Os homônimos perfeitos são as palavras que têm a mesma escrita e a mesma pronúncia, mas que
apresentam significados distintos. (Cançado, 2012).

10
Exemplos de Homônimos perfeitos:

Morro

 Eu sempre subo um morro para chegar ao trabalho. (Substantivo – monte);


 Eu morro de medo de ratos. (Verbo morrer).

São

 Ele está são e salvo! (Adjectivo – com saúde);


 Vocês dois são impossíveis! (Verbo ser).

1.3. Hipônimos e Hiperônimos

Duarte (2000), os hiperônimos e hipônimos são estudados pela Semântica, área da Linguística que
se ocupa do estudo do significado das palavras. A Semântica analisa a relação entre significantes,
como palavras, frases, sinais e símbolos, investigando a sua denotação.

Para Ilari (2013), Hiperônimos: Do grego hyperonymon (hyper = acima, sobre/ onymon = nome),
são palavras de sentido genérico, ou seja, palavras cujos significados são mais abrangentes do que
os hipônimos.

De acordo com Lima (1986), Hiperônimo ou hiperónimo é uma palavra que pertence ao mesmo
campo semântico de outra mas com o sentido mais abrangente, podendo ter várias possibilidades
para um único hipônimo.

Exemplos:

o Legume é hiperônimo de batata e cenoura.


o Galáxia é hiperônimo de estrelas e planetas.
o Doença é hiperônimo de catapora e bronquite.

Para Ilari (2013), Hipônimos: Do grego hyponymon (hypo = debaixo, inferior/ onymon = nome),
são palavras de sentido específico, ou seja, palavras cujos significados são hierarquicamente mais
específicos do que de outras.

Segundo Lima (1986), Hipônimo ou hipónimo têm sentido mais restrito que os hiperônimos, ou
seja, hipônimo é um vocábulo mais específico.
11
Exemplos:

o Maçã e morango são hipônimos de fruta.


o Flores e árvores são hipônimos de flora.
o Gripe e pneumonia são hipônimos de doença.

Exemplos de hiperônimo e hipônimo

 Não fez a revisão do carro e acabou tendo problemas com o veículo. (“carro” – hipônimo
e “veículo” – hiperônimo).
 Sempre gostou muito de flores, mas as margaridas eram as suas preferidas. (“flores” –
hiperônimo” e “margaridas” – hipônimo”).
 Cenoura faz muito bem aos olhos! Por isso, não abro mão de comer esse legume.
(“cenoura” – hipônimo e “legume” - “hiperônimo”).

Hiperônimo e hipônimo são dois termos usados pela semântica moderna. São elementos
importantes na coesão do texto evitando repetições através da retomada de ideias anteriores.
(Duarte, 2000).

2. Processo de Formação de Palavras

Na visão de Bechara (1999), a Formação de palavras é um fenômeno linguístico caracterizado pelo


surgimento de palavras novas. Assim, uma nova palavra surge dos seguintes processos de
formação: derivação (prefixal, sufixal, parassintética, regressiva, imprópria); composição (por
justaposição ou aglutinação); neologismo; onomatopeia; hibridismo; abreviação.

Segundo Cunha (1976), a formação de palavras tem diferentes processos de combinação


de morfemas para formar novas palavras. Os principais processos de formação são a derivação e a
composição.

2.1. Derivação

Para Cunha (1976), a Derivação é o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras
já existentes na língua, alterando, assim, o sentido. As palavras novas são chamadas de Derivadas
e as que lhe dão origem, Primitivas.

Segundo Câmara Jr (1978), a Derivação pode ser dividida:


12
• Derivação prefixal ou por prefixação
• Derivação Sufixal ou Por Sufixação
• Derivação prefixal e sufixal
• Derivação parassintética
• Derivação regressiva
• Derivação imprópria

a) Derivação prefixal ou por prefixação: É quando acontece um acréscimo de prefixo à palavra


primitiva.

Exemplo: In + feliz = infeliz

• In – prefixo
• Feliz – palavra primitiva
• Infeliz – palavra nova (derivada)

b) Derivação Sufixal ou Por Sufixação: É quando acontece um acréscimo de sufixo à palavra


primitiva. (Câmara, 1978).

Exemplo: Mal + vado = malvado

• Mal – palavra primitiva


• Vado – sufixo
• Malvado - palavra nova (derivada)

Essa derivação sufixal tem por finalidade formar séries de palavras da mesma classe gramatical e
a partir dela são formados novos substantivos, adjectivos, verbos e até advérbios; por isso são
classificados em (Câmara, 1978):

a) Nominal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um substantivo
ou a um adjectivo. Exemplo: ponteira – pontinha – pontudo.
b) Verbal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um verbo.
Exemplo: amanhecer – atualizar - suavizar.
c) Adverbial: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um advérbio de
modo. Exemplo: perigosamente – felizmente – religiosamente.
13
c) Derivação prefixal e sufixal: É quando acontece um acréscimo de prefixo e sufixo à palavra
primitiva.

Exemplo: In + feliz + mente = infelizmente

• In – prefixo
• Feliz – palavra primitiva
• Mente - sufixo
• Infelizmente – palavra nova (derivada)

Na Derivação Prefixal e Sufixal, a presença apenas do sufixo ou apenas do sufixo na palavra


primitiva é suficiente para a formação de uma nova palavra – infeliz ou felizmente.

d) Derivação parassintética: É quando acontece um acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à


palavra primitiva.

Exemplo: Em + pobre + cer = empobrecer

• Em – prefixo
• Pobre – palavra primitiva
• Cer - sufixo
• Empobrecer – palavra nova (derivada)

Bechara (1999), a Derivação parassintética é diferente da Derivação Prefixal e Sufixal, a presença


apenas do sufixo e apenas do prefixo na palavra primitiva não é suficiente para a formação de uma
nova palavra. No caso da palavra empobrecer, por exemplo, ela só existe com ambas as derivações
aplicadas simultaneamente.

e) Derivação regressiva: É quando acontece uma redução na palavra primitiva.

Exemplo: flagrante – flagra, delegado – delega, português – portuga.

A Derivação Regressiva tem maior importância na formação de substantivos deverbais ou pós-


verbais, que foram unidos por uma das vogais –o, -a ou –e ao radical do verbo. Exemplos: Ajudar
– a ajuda; Perder – a perda; Vender – a venda; Debater – o debate; Cortar – o corte.

14
f) Derivação imprópria: As palavras podem mudar de classe gramatical sem sofrer alteração na
forma. (Câmara, 1978).

Exemplo: Os bons sempre se prejudicam. – Adjectivo substantivado; O argumento da advogada foi


bem claro. – Adjectivo adverbializado.

2.2. Composição

Segundo Cunha (1976), a Composição é o processo pelo qual palavras novas são formadas pela
junção de duas ou mais palavras, ou seja, de dois ou mais radicais. Essas palavras são chamadas de
Compostas em oposição às simples, que possuem um só radical. A Composição pode acontecer de
duas formas:

a) Composição por aglutinação: É a junção das palavras em que elas sofrem alteração
fonética. Exemplos: Plano + Alto: planalto; Água + ardente: aguardente; Perna + alta:
pernalta; Em + boa + hora: embora.
b) Composição por justaposição: É a junção das palavras em que elas não sofrem alteração
fonética. Exemplos: Ponta + pé: pontapé; Gira + sol: girassol; Passa + tempo: passatempo;
Madre + pérola: madrepérola.

Para Mateus (2003), além desses casos, existem casos especiais de palavras compostas que não são
formadas a partir de outras palavras da língua portuguesa, mas sim de radicais pertencentes a outras
línguas. Estes classificam-se em:

o Compostos Eruditos: Quando as palavras são compostas de radicais apenas latinos ou


gregos. Exemplos: Agrícola – agri- (latim) + -cola (latim); Piscicultura – pisci- (latim) + -
cultura (latim); Pentágono – penta- (grego) + -gono (grego).
o Hibridismo: Quando as palavras são compostas de radicais de idiomas diferentes.
Exemplos: Monocultura: mono- (grego) + -cultura (latim); Bicicleta: bi- (latim) + -ciclo
(grego) + -eta (francês); Automóvel: auto- (grego), -móvel (latim).

2.3. Neologismo

Quando novas palavras são criadas a partir de uma necessidade do falante em contextos específicos
que podem ser temporárias ou permanentes em vista de um novo conceito. Exemplos: Informática
– informatizar. (Cunha, 1976).
15
Segundo Mira Mateus et al (1983), o Neologismo pode ser classificado em três tipos:

1) Neologismo semântico: Quando a palavra já existente ganha um novo significado.


Exemplo: Ana disse que deu zebra quando ela tirou o binóculo da bolsa. – deu errado.
2) Neologismo sintático: Quando existe uma combinação de elementos já existentes na língua
como a derivação ou a composição. Exemplo: João Paulo II ganhou o
mundo papalizando com carisma.
3) Neologismo lexical: Quando uma nova palavra é criada, com um novo conceito. Exemplo:
Deleter – apagar, eliminar; Internetês – a língua da internet.

2.4. Onomatopeia

Quando a palavra imita, representa certos sons. (Bechara, 1999). Exemplos: Tique-tique, Chuá-
chuá, Atchim, Plaft, Miau, tique-taque, zumbir etc.

2.5. Abreviação

Formação de palavra nova por meio de um processo de redução de palavra já existente. Dessa
forma, ambas podem ser utilizadas, tanto a original quanto a reduzida. (Bechara, 1999). Exemplo:
Moto (ou motocicleta), foto (ou fotografia), curta (ou curta-metragem), pneu (de pneumático);
ONU (Organização das Nações Unidas); PUC (Pontifícia Universidade Católica), etc.

2.6. Combinação

Na combinação ocorre a formação de uma nova palavras através da junção de partes de outras
palavras. (Ilari, 2013). Exemplo: aborrecente (aborrecer + adolescente); portunhol (português +
espanhol); showmício (show + comício).

2.7. Intensificação

Na intensificação ocorre a criação de uma nova palavra através do alargamento do sufixo de uma
palavra existente. Ocorre maioritariamente na utilização do sufixo verbal -izar. (Ilari, 2013).
Exemplo: obstaculizar (em vez de obstar); protocolizar (em vez de protocolar); culpabilizar (em
vez de culpar).

16
Conclusão

Diante do desenvolvimento trabalho foi possível perceber que, o significado das palavras é
estudado pela semântica, a parte da gramática que estuda não só o sentido das palavras como as
relações de sentido que as palavras estabelecem entre si: relações de sinonímia, antonímia,
paronímia, homonímia, etc. Por sua vez, um campo semântico é um conjunto de palavras da mesma
categoria gramatical que compartilha um significado comum e tem um sentido mais vasto. Por
exemplo, as palavras vermelho, amarelo e verde pertencem ao campo semântico das cores.
Os sinônimos são as palavras que têm um significado igual ou parecido e cuja grafia é diferente.
Os antônimos são as palavras que têm significados opostos. Uma palavra é polissêmica quando
possui mais de um significado. As palavras homônimas são duas palavras distintas que se escrevem
e/ou se pronunciam igual, mas têm significado e origem diferentes.

Por outro lado, um hiperônimo é uma palavra cujo significado é mais abrangente e compreende o
de outras palavras mais específicas. Por exemplo, a palavra cor é o hiperônimo de amarelo.
Um hipônimo é uma palavra cujo significado está contido noutra palavra com um sentido mais
abrangente. Por exemplo, a palavra amarelo é um hipônimo de cor. O hiperônimo é o termo que
exprime um conjunto de elementos. Por isso, tem o sentido mais abrangente. Já o hipônimo é o
termo que representa um elemento de um conjunto. Desse modo, representa uma parte de um todo.

Conclui-se que, a formação de palavras é feita por dois processos principais: a derivação e a
composição. Contudo, existem também outros processos de formação de palavras que, embora com
menor regularidade e sistematicidade, contribuem para a formação de novas palavras, como a
abreviação, a reduplicação, o hibridismo, a combinação e a intensificação. Os principais processos
de formação são a derivação e a composição. Na derivação, a formação de uma nova palavra ocorre
a partir de uma única palavra simples ou radical, ao qual se juntam afixos, formando uma nova
palavra com significação própria. Existem cinco tipos de derivação: derivação prefixal, derivação
sufixal, derivação parassintética, derivação regressiva e derivação imprópria. Na composição, a
formação de uma nova palavra ocorre a partir da junção de duas ou mais palavras simples ou
radicais. Formam-se assim palavras compostas com significação própria. O processo de
composição pode ocorrer por justaposição ou por aglutinação.

17
Referências Bibliográficas

Almeida, N. M. (2005). Gramática Metódica da Língua Portuguesa. 45. ed., São Paulo: Saraiva.

Bechara, E. (1999). Moderna gramática portuguesa. Edição revista e ampliada. Rio de Janeiro:
Lucerna.

Câmara JR., J. M. (1978). Dicionário de linguística e gramática. Petrópolis: Vozes.

Cançado, M. (2012). Manual de semântica. São Paulo: Contexto.

Covane, L. (s/d). Manual de Linguística Descritiva do Português II e III. Universidade Católica de


Moçambique (UCM), Centro de Ensino a Distância (CED), Moçambique-Beira, p. 44-45.

Cunha, C. (1976). Gramática do Português Contemporâneo. 6ª ed. Belo Horizonte: Bernardo


Álvares S. A.

Duarte, P. M. T. (2000). Introdução à semântica. Fortaleza: EUFC.

Ilari, R. (2013). Introdução à semântica: brincando com a gramática. São Paulo: Contexto.

Lima, R. (1986). Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 27 ed. Rio de Janeiro: José
Olympio.

Lyons, J. (1979). Introdução à linguística teórica. São Paulo: Nacional.

Mateus, M.H.M. (2003). Gramática da Língua Portuguesa., 5ª edição revista e aumentada, Lisboa,
Caminho.

Mira Mateus, M. H. et al. (1983). Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Livraria Almedina.

Paschoalin, M. A. (2014). Gramática: teoria e actividades. 1. Ed. São Paulo: FTD.

18

Você também pode gostar