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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

HIV e SIDA: Estratégias de Lidar com Vícios e Dependências

Judite Miguel Afonso da Silva: 708211806

Curso: Licenciatura em Administração Pública

Disciplina: Habilidades da Vida, Saúde Sexual e

Reprodutiva, Género e HIV & SIDA

Ano de Frequência: 2º Ano

Turma: “K”

Nampula, Novembro de 2022


Judite Miguel Afonso da Silva

Código: 708211806

HIV e SIDA: Estratégias de Lidar com Vícios e Dependências

Trabalho de carácter avaliativo a ser submetido ao


docente da cadeira de Habilidades da Vida, Saúde
Sexual e Reprodutiva, Género e HIV & SIDA.

Tutor: Júnior Pascoal Nacoma.

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Nampula

2022
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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos 1.0
Introdução objectivos
 Metodologia adequada
ao objectivo do 2.0
trabalho
 Articulação e domínio
Conteúdo do discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e discussão coesão textual)
 Revisão bibliográfica
nacional e
internacional relevante 2.0
na área de estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos
práticos 2.0
 Paginação, tipo e
Aspectos Formatação tamanho de letra, 1.0
gerais parágrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA 6ª  Rigor e coerência das
Bibliográficas edição em citações citações/referências 4.0
e bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice

Introdução .............................................................................................................................................. 6

HIV E SIDA: ESTRATÉGIAS DE LIDAR COM VÍCIOS E DEPENDÊNCIAS .............................. 7

1. O PERCURSO DA EPIDEMIA DO HIV ......................................................................................... 7

2. ACONSELHAMENTO E TESTAGEM EM SAÚDE ................................................................... 11

3. CONCEITOS DE VÍCIO E DEPENDÊNCIA ................................................................................ 14

4. ESTRATÉGIAS DE LIDAR COM VÍCIOS E DEPENDÊNCIAS ............................................... 16

Conclusão ............................................................................................................................................ 18

Referências Bibliográficas .................................................................................................................. 19


Introdução

Os primeiros medicamentos antirretrovirais surgiram ainda na década de 1980, mesma década em que
a aids ficou conhecida. O surgimento desses medicamentos foi essencial para garantir uma maior
qualidade de vida às pessoas HIV positivas, controlando a doença e evitando o rápido enfraquecimento
do sistema imunológico. A pandemia do HIV/SIDA é um dos grandes desafios das sociedades actuais,
devido ao seu elevado impacto negativo no crescimento e desenvolvimento económico das nações,
especialmente de Moçambique.

O presente trabalho compila informações sobre: HIV e SIDA: Estratégias de Lidar com Vícios e
Dependências. Com objectivo de sintetizar os aspectos a considerar sobre o presente trabalho.

Para a concretização destes objectivos, a autora recorreu a revisão bibliográfica de artigos que versam
sobre a matéria, que constituiu na leitura, análise e interpretação das mesmas obras.

No que concerne à estrutura do trabalho, este apresenta: uma introdução, onde se fez uma breve visão
dos conteúdos abordados no trabalho, objectivos da pesquisa, desenvolvimento onde estão detalhados
os principais conteúdo do trabalho propostos pelo tutor da cadeira, conclusão onde se fez a síntese do
que se percebeu relativamente ao longo do desenvolvimento do trabalho e finalmente termina com a
sua respectiva bibliografia onde estão listadas as obras consultadas e citadas no ato da elaboração do
trabalho de pesquisa.

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HIV E SIDA: ESTRATÉGIAS DE LIDAR COM VÍCIOS E DEPENDÊNCIAS

1. O PERCURSO DA EPIDEMIA DO HIV

O vírus da aids se espalhou pelo mundo a partir do Haiti, aonde chegou procedente da África em
meados dos anos 60, segundo um estudo da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

A descoberta desmente a hipótese de que o HIV emigrou diretamente da África para os Estados
Unidos, e foi o resultado de uma pesquisa internacional dirigida pela Universidade do Arizona, em
Tucson, que será publicada pela revista científica americana "Proceedings of the National Academy of
Sciences". (Casimiro, 2001).

O primeiro caso de AIDS registrado no mundo foi no início da década de 80. A Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida, contudo, foi descrita em 1981. A primeira vítima da doença foi a médica
e pesquisadora dinamarquesa Margrethe P. Rask, que faleceu em 12 de dezembro de 1977 de uma
doença que a deteriorou rapidamente.

1.1. A epidemia ao nível global

A epidemia HIV/SIDA tomou a amplitude de uma crise mundial. É um dos grandes desafios lançados
ao desenvolvimento e ao progresso social. Nos países mais atingidos, a epidemia apaga décadas de
crescimento, destrói a economia, ameaça a segurança e desestabiliza as sociedades. Na África
subsahariana, onde tem desde já um impacto devastador, a epidemia cria um estado de urgência. Para
além do sofrimento que impõe aos indivíduos e às suas famílias, a epidemia afecta profundamente o
tecido social e económico das sociedades. (Loforte, 2003).

O HIV/SIDA tornou-se numa terrível ameaça para o mundo do trabalho: atinge o segmento mais
produtivo da mão-de-obra, reduz os seus lucros, aumenta consideravelmente as despesas das empresas
de todos os sectores de actividade porque reduz a produção, aumenta os custos do trabalho, conduz a
uma perda de competências e de experiência. Representa, por outro lado, uma ameaça para os direitos
fundamentais no trabalho, nomeadamente com a discriminação e a estigmatização de que são vítimas
os trabalhadores e as pessoas que vivem com o HIV/SIDA ou que por ele são afectadas. A epidemia,
com as suas consequências, atinge mais profundamente os grupos vulneráveis, as mulheres e as

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crianças, uma vez que acentua as desigualdades entre homens e mulheres e agrava o problema do
trabalho infantil.

1.2. O HIV-SIDA em Moçambique

A pandemia do HIV/SIDA é um dos grandes desafios das sociedades actuais, devido ao seu elevado
impacto negativo no crescimento e desenvolvimento económico das nações, especialmente de
Moçambique. Este facto resulta da destruição de um dos pilares do desenvolvimento económico, o
capital humano. O efeito negativo e multiplicador do HIV/SIDA começa na família, devido a sua alta
correlação com a pobreza e a insegurança alimentar, antes de se fazer sentir na economia como um
todo. Esta relação, entre o HIV/SIDA e a pobreza, é bidimensional. Isto é, pode ser de causa e de efeito.

Em Moçambique, a pandemia do HIV/SIDA é assumida como um dos desafios de âmbito


multissectorial. No que concerne ao Serviço Nacional de Saúde, múltiplas acções integradas têm sido
implementadas nos últimos anos pelo Ministério da Saúde (MISAU) com vista a alargar as medidas
de prevenção, diagnóstico e o início atempado dos cuidados e tratamento, foi implementado o Plano
de Aceleração de Resposta ao HIV e SIDA, que contempla nos seus objectivos a expansão dos Serviços
TARV e a melhoria da qualidade assistencial.

Falta de prevenção, violência sexual, abandono do tratamento e suposta vulnerabilidade dos jovens
são apontadas como as principais causas do elevado número de infeções por HIV-SIDA nesta faixa
etária, em Moçambique. O crescente número de infetados tem preocupado o Governo moçambicano e
a sociedade civil, que estão empenhados em reduzir as novas infeções.

Em Moçambique, a pandemia do HIV/SIDA atinge proporções catastróficas que exigiram, e cada vez
mais exigem, da parte do legislador, uma intervenção vigorosa, sob pena de se agravarem os, por si só
já nefastos, efeitos da doença. (CNCS, 2017).

1.3. A origem do HIV

A AIDS teve origem no continente africano no começo do século XX. Mas apenas na década de 1980
que a doença passou a ter maior notoriedade. (Barreto et al, 2004).

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A origem do vírus HIV, que causa a Aids, foi encontrada em chimpanzés vivendo no sul de Camarões,
afirmam pesquisadores de uma equipe das universidades de Nottingham, na Grã-Bretanha;
Montpellier, na França e Alabama, nos Estados Unidos.

O vírus causador da Aids chegou ao ser humano através dos chimpanzés na África. Um novo estudo
mostra, agora, que os chimpanzés foram por sua vez infectados graças a dois pequenos macacos
africanos, portadores de versões do vírus que se recombinaram nesse grande primata. (Osório e Arthur,
2002).

1.4. Factos clínicos básicos sobre HIVSIDA

Para Casimiro (2001), o HIV e SIDA apresenta os seguintes factos clínicos:

 Longo período de incubação até que os primeiros sintomas sejam notados;

 Enfraquece o sistema imunológico;

 Capacidade de destruir as células de defesa do organismo.

 O vírus HIV ataca e destrói as células do sistema imunológico, especialmente os linfócitos


CD4+. Sem as células de defesa, o organismo torna-se mais exposto ao ataque de outros vírus,
bactérias e ao surgimento de câncer.

1.5. Vias de Transmissão do HIV

O vírus HIV é transmitido por meio de relações sexuais (vaginal, anal ou oral) desprotegidas (sem
camisinha) com pessoa soropositiva, ou seja, que já tem o vírus HIV, pelo compartilhamento de
objectos perfuro cortantes contaminados, como agulhas, alicates, etc., de mãe soropositiva, sem
tratamento, para o filho durante a gestação, parto ou amamentação. (Loforte, 2003).

As principais formas de transmissão do HIV são: sexual, por relações homo e heterossexuais;
sanguínea, em receptores de sangue ou hemoderivados e em UDIV; e perinatal, abrangendo a
transmissão da mãe para o filho durante a gestação, parto ou por aleitamento materno. (Casimiro et al,
2001).

De acordo com Loforte (2003), modo de Transmissão do HIV, pode ser por:

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 Transmissão sexual;
 Transmissão sanguínea;
 Uso de drogas injetáveis;
 Transmissão vertical (da mãe para o filho durante a gravidez);
 Transplantes de órgão;
 Inseminação artificial.

Relações sexuais sem proteção e o compartilhamento de material para o uso de drogas injetáveis são
os principais meios de contaminação pelo vírus HIV.

1.6. Práticas Sexuais de Risco e Sexo Seguro

Sexo seguro, também chamado de sexo protegido, é um conjunto de práticas que têm como função
reduzir o risco de infecção durante a relação sexual, de modo que impede o desenvolvimento de
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Dessa maneira, o sexo não-seguro seria a relação
sexual sem o uso de qualquer contracepção de barreira ou outras medidas para prevenção de DSTs.

É considerado seguro o sexo praticado com o uso de preservativos e a masturbação mútua, na qual
não há troca de fluidos corporais entre os parceiros.

O preservativo é utilizado nos atos sexuais, pois tem a função contraceptiva e de barreira. Por ser
feito de látex ou de poliuretano, evita o contato com sangue, secreção vaginal ou com o esperma
durante a relação sexual.

 Os fatores de risco: Características desse período de desenvolvimento como: inconsequência


e imediatismo; Falta de julgamento na hora a pessoa não pensa se esta pessoa pode ter alguma
doença” (G4); Falta de oportunidade para praticar sexo; Ideia de administração das
consequências ou imunidade; Informações dissociadas das acções.
 Consequências de risco: HIV e DST: “Sem camisinha você pode engravidar, mas também
pode pegar doença. Pode morrer” (G1); Gravidez precoce e aborto.
 Os fatores de proteção: evitar o sexo; seleção de parceiros; usar preservativo, alguém
confiável para conversar.

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1.7. A Progressão da Infecção no Corpo: Estágio Clínicos de HIV.

A infecção pelo HIV pode ser dividida em quatro fases clínicas: infecção aguda; fase assintomática,
também conhecida como latência clínica; fase sintomática inicial ou precoce; e aids. (SETSAN, 2006).

2. ACONSELHAMENTO E TESTAGEM EM SAÚDE

Testagem: é o processo de escuta activa, individualizada, que envolve a interação entre o utente e o
provedor de saúde, estabelecendo uma relação de troca. Refere se ao modo como o provedor de saúde
constrói com o utente uma relação de confiança de modo a apoiá-lo na adopção de comportamentos
saudáveis.

O Ministério da Saúde (2017) reconhece duas abordagens de AT para o HIV em Moçambique, que
podem ser implementadas na unidade sanitária e comunidade:

 Aconselhamento e Testagem Iniciada pelo Provedor (ATIP): Oferece oportunidade aos


utentes de conhecerem seu estado serológico para o HIV para fins de diagnóstico, prevenção,
cuidados e tratamento.

 Aconselhamento e Testagem Iniciada pelo Utente (ATIU): Abordagem iniciada pelo


indivíduo que procura conhecer o seu estado em relação ao HIV, tanto para fins de prevenção
da infecção quanto para planificar melhor a sua vida

Etapas de aconselhamento e testagem em saúde:

 Aconselhamento pré-teste

 Aconselhamento durante a testagem

 Aconselhamento pós-teste

Prevenção de Vírus HIV

O vírus HIV pode ser transmito de diversas maneiras e para cada uma delas é preciso cuidados
específicos para que não haja a transmissão. À seguir serão detalhadas as formas de como evitar o
contagio em cada caso.

 Prevenção no contato sexual


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 Prevenção na utilização de materiais perfuro-cortantes

 Prevenção no uso de drogas injetáveis

 Prevenção em transfusão de sangue

 Prevenção da transmissão vertical (gravidez, parto ou amamentação). (Loforte, 2003).

Métodos biomédicos do HIV e SIDA

Actualmente, o diagnóstico da infecção pelo HIV, ou seja, a detecção do vírus no sangue, pode ser
realizado tanto por exames laboratoriais, como por testes rápidos.

O diagnóstico pode ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir da coleta de sangue ou
fluido oral (saliva e outros fluidos presentes na boca).

a) Testes Rápidos

Os Testes Rápidos (TR) são realizados de forma gratuita e anônima pelo SUS, em unidades básicas de
saúde e centros de testagem e acolhimento (CTA). O teste é realizado a partir da coleta de uma gota
de sangue ou de fluido oral, e o resultado sai em aproximadamente 30 minutos. Ele determina a
presença de anticorpos anti-HIV e fornece um resultado positivo ou negativo.

Existe também o auto teste, que segue o mesmo princípio do teste rápido e a pessoa pode realizá-lo em
casa.

b) Exames Laboratoriais

Um dos principais exames laboratoriais, denominado ELISA, foi desenvolvido para o diagnóstico da
infecção, logo após a descoberta do HIV. Existem quatro gerações diferentes de ELISA, cada uma
com suas características.

c) Prevenção da transmissão vertical

Ocorre quando a criança é infectada por alguma IST durante a gestação, parto, e em alguns casos
durante toda amamentação prevenção da transmissão vertical. Algumas ações são fundamentais para
prevenção e eliminação da transmissão vertical:

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 Realizar o pré-natal desde o início da gestação, ou assim que descobrir a gravidez;

 Realizar testagem, especialmente por meio dos testes rápidos, para o diagnóstico precoce;

 Nos casos de infecção, realizar o tratamento correto com profissional de saúde, e ter adesão às
consultas do pré-natal para acompanhamento adequado e realização dos exames solicitados.

 O cumprimento dessas ações no período pré-natal, reduz significativamente o risco de


desfechos desfavoráveis à criança.

Tratamento antirretroviral

Aderir ao tratamento para a aids, significa tomar os remédios prescritos pelo médico nos horários
corretos, manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos, comparecer ao serviço de saúde nos
dias previstos, entre outros cuidados. Quando o paciente não segue todas as recomendações médicas,
o HIV, vírus causador da doença, pode ficar resistente aos medicamentos antirretrovirais. E isso
diminui as alternativas de tratamento.

Seguir as recomendações médicas parece simples, mas é uma das grandes dificuldades encontradas
pelos pacientes, pois interfere diretamente na sua rotina. O paciente deve estar bem informado sobre o
progresso do tratamento, o resultado dos testes, os possíveis efeitos colaterais e o que fazer para
amenizá-los. Por isso, é preciso alertar ao médico sobre as dificuldades que possam surgir, além de
tirar todas as dúvidas e conversar abertamente com a equipe de saúde.

Estigma e descriminação sobe a doença

O estigma relacionado ao HIV refere-se às crenças, atitudes e sentimentos negativos em relação às


pessoas vivendo com o HIV (como também em relação seus familiares e pessoas próximas) e outras
populações que estão em maior risco de infecção pelo vírus (populações-chave), como gays e outros
homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e travestis e transexuais.

A discriminação relacionada ao HIV refere-se ao tratamento desigual e injusto (por ação ou omissão)
de um indivíduo baseado em seu estado HIV real ou percebido. A discriminação, no contexto do HIV,
também inclui o tratamento desigual daquelas populações mais afetadas pela epidemia.
Discriminações relacionadas ao HIV normalmente baseiam-se em atitudes e crenças estigmatizantes
em relação a comportamentos, grupos, sexo, doenças e morte. A discriminação pode ser
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institucionalizada através de leis, políticas e práticas que focam negativamente em pessoas que vivem
com o HIV e grupos marginalizados.

3. CONCEITOS DE VÍCIO E DEPENDÊNCIA

Vicio Segundo Tavares (2001), vício é uma disfunção crônica do cérebro que envolve o sistema de
recompensa. Sendo assim, podemos dizer que o vício é o desejo incessante do corpo por uma
substância ou atitude compulsiva, o que causa uma busca exagerada por drogas (p.34).

Segundo Pratta (2004), dependência se refere a transtornos por uso de substâncias na extremidade
grave do espectro e é caracterizada pela incapacidade de uma pessoa de controlar o impulso de usar
drogas, mesmo quando há consequências negativas. Essas mudanças comportamentais também são
acompanhadas por mudanças na função cerebral, especialmente na inibição natural do cérebro e nos
centros de recompensa. (p. 78).

Tipos de vicio

Para Tavares (2001), os tipos de vícios são os seguintes:


 Álcool
 Tabaco
 Maconha
 Opióides prescritos
 Sexo
 Apostas
 Medicamentos

Consequências do vício

Mensurar as consequências que um vício pode trazer a saúde e a qualidade de vida, pode variar de
vício para vício. Por exemplo, o vício em pornografia possui consequências bastante específicas como
Disfunção Erétil e a Ansiedade, que são consequências diferentes das do vício em álcool ou em drogas,
por exemplo.

No entanto, há características comuns em todos os vícios sendo:

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 Viver em função da substância viciante, deixando de lado sua vida pessoal, sua qualidade de
vida e até mesmo seus amigos e familiares;
 Degradação moral e ética: a pessoa começa a não mais raciocinar logicamente, perdendo o
respeito para consigo mesma e a empatia pelos seus semelhantes, fazendo coisas que elajamais
faria em sã consciência.
 Perdas: boa parte das pessoas viciadas que encontram-se em um grau complexo de
dependência, vão perdendo tudo: posses, família, amigos, dinheiro, amor próprio, respeito.
 Procrastinação e desleixo: a pessoa deixa de fazer atividades importantes, muitas vezes
relacionadas ao trabalho e a sua família para atender ou então esconder o seu vício.

Vícios do nosso tempo

Actualmente os vícios mais frequentes são:

a) Bebidas Alcoólicas:

O alcoolismo acontece em todo o mundo. O uso abusivo do álcool pode acarretar em diversas doenças,
inclusive levar à morte. É caracterizada por uma vontade incessante e constante de consumir bebidas
alcoólicas. O efeito do álcool não é só no indivíduo, mas as pessoas próximas sofrem com a violência,
a depressão e outras patologias, reflexo do consumo abusivo.

b) Cigarro:

O tabagismo é uma doença. Começa de forma inocente, reprisando os hábitos de outras pessoas e logo
faz parte da rotina. O consumo do tabaco é liberado e é possível encontrá-lo em qualquer
estabelecimento de conveniências. Em geral, as pessoas procuram os órgãos de saúde apenas para
tratar as doenças quando já estão apresentando os efeitos do cigarro. O surgimento de vários tipos de
neoplasias, principalmente o câncer de pulmão estão relacionadas ao consumo do cigarro.

c) Internet:

O vício em celular ganhou um nome específico “nomofobia”. Representa aquela vontade inquietante
de tocar no celular a todo momento, seja para: ver as horas, abrir e-mails, acessar as notícias, ver
fotografias e outras facilidades que esta tecnologia permite. Não chega a ser considerado uma doença

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ou transtorno, mas causa incômodos, problemas de relacionamento, reduz a performance no trabalho,
dentre outras.

d) Redes Sociais:

Diferente da nomofobia, o vício em redes sociais está associado ao estado de necessidade de interação
constante. Estar presente nas redes sociais postando fotos, curtindo e consumindo conteúdo o tempo
todo, pode esconder transtornos de comportamento e até a depressão. O indivíduo fica refém dos
aplicativos, buscando alívio a angústias e frustrações pessoais em imagens, frases de efeito e vídeos
publicados nas redes sociais.

Jogos de azar e apostas: este tipo de vício pode arruinar completamente a vida de um indivíduo,
fazendo-o perder dinheiro e outras posses. O vício em jogos pode estar vinculado à vontade constante
de se desafiar, de prova social ou status, a crença que pode iludir ou influenciar outras pessoas, o
desespero por dinheiro fácil ou experimentar fortes emoções.

Vicio a pornografia

A pornografia consiste em qualquer conteúdo que possui cenas ou imagens de apelo sexual. É aquilo
que alguns consideram obsceno. Já o consumo exagerado desse tipo de conteúdo é chamado de vício
em pornografia. O número de homens e mulheres que podem dizer que nunca viram qualquer tipo de
pornografia é mínimo.

4. ESTRATÉGIAS DE LIDAR COM VÍCIOS E DEPENDÊNCIAS

Segundo Loforte (2003), para atingir todas essas instancias, basta seguir s itens abaixo:

 Esteja sempre por perto. ...

 Seja bastante compreensivo. ...

 Tente fazer com que a pessoa se divirta com as coisas simples. ...

 Seja paciente. ...

 Demonstre interesse pelo que o adicto sente. ...

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 Use palavras positivas.

 Observe se as mentiras e manipulações estão de volta.

A gestão do tempo e de dinheiro

É um processo de priorização e organização de tarefas que envolve seu planejamento e execução


voltados ao melhor aproveitamento do tempo investido nelas, o que resulta em maior produtividade e
eficiência. (Uinge, et al, 2002).

Como conceito, ela é muito bem definida na condução de projetos como fator determinante para a sua
conclusão, junto com escopo e custo. Uma técnica de gestão do tempo inclui um conjunto de tarefas,
processos e decisões com foco na coordenação de objetivos administrados dentro de limitações de
tempo.

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Conclusão

Diante do estudo e desenvolvimento deste trabalho é possível perceber que o fenómeno do HIV/SIDA
analisado numa perspectiva global levanta, como se demonstrou, sérios problemas para o mundo em
geral. No entanto, esta matéria deve ser abordada sem preconceitos nem dogma, pois o HIV/SIDA é,
tendencialmente, e cada vez mais, considerado uma doença crónica.

A pandemia do HIV/SIDA em Moçambique é hoje, infelizmente, uma realidade absoluta e


incontornável e que não pode ser ignorada por ninguém, nem mesmo pelos juristas, os quais, na
maioria das vezes, chamados a abordarem está temática, se limitam a proferir discursos demagógicos
afastados do plano, que se pretende centrado primacialmente nas questões jurídicas.

Contudo, a actividade sexual precoce e sem proteção não causa, em geral, morbidade e mortalidade
durante o período da adolescência. Seus efeitos e custos se evidenciam mais tarde na vida e podem ter
importantes repercussões no desenvolvimento biológico, social e psicológico da jovem geração.

A dificuldade com a maternidade ou paternidade precoce vai ficar evidente nos cuidados e na
educação do filho, durante seu desenvolvimento. As doenças sexualmente transmissíveis,
principalmente a aids, irão se manifestar no futuro, necessitando de cuidados já na vida adulta.

A sociedade moçambicana ainda reage negativamente às pessoas que vivem com o SIDA; o HIV/SIDA
ainda é visto como um assunto fora do normal, uma farsa ou um mito fabricado para impedir as pessoas
de terem relações sexuais; o HIV é supostamente uma doença de pessoas de comportamento duvidoso
ou de classe inferior; a falta de conhecimentos, o medo, a denegação e o silêncio alimentam o estigma,
impedindo as pessoas de revelarem a sua condição e de procurarem cuidados e apoio.

Conclui-se que, o meio mais simples e acessível de prevenção ao HIV é o uso de preservativos
masculino e feminino em todas as relações sexuais. Os preservativos são distribuídos gratuitamente
em unidades de saúde e também podem ser comprados em estabelecimentos da iniciativa privada,
como farmácias e drogarias.

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Referências Bibliográficas

Barreto, A. et al. (2004): “Impacto Demográfico do HIV/SIDA em Moçambique” Conselho


Nacional de Combate ao SIDA, Faculdade de Medicina e Ministério da Educação, “Na
Imprensa”, Maputo.

Casimiro, I. et al. (2001): “O Impacto Sócio Económico do HIV/SIDA numa perspectiva de


género: Agregados Familiares e Comunidade nas Cidades de Maputo e Quelimane”,
Maputo.

Conselho Nacional de Combate ao HIV e SIDA (CNCS) (2017). Avaliação rápida da resposta
nacional do HIV em adolescentes em Moçambique. Maputo.

Loforte, A. (2003): “Práticas Culturais em Relação à Sexualidade e Representações sobre Saúde


e Doença”, documento apresentado no Workshop sobre os determinantes do HIV/SIDA em
Moçambique, Centro de Estudos da População, UEM, Maputo.

Onusida (2002): “A conceptual framework and basis for action: HIV/AIDS Stigma and
discrimination”, World Aids Campaign, Genebra.

Onusida (2002): “Report on the global HIV/AIDS epidemic update”, Genebra.

Osório, C. Arthur M. J. (2002): Direitos Sexuais e Reprodutivos. Revisão da Literatura. FNUAP,


Maputo.

República de Moçambique, Conselho de Ministros (2002): Plano Estratégico Nacional de Combate


às DTS/HIV/SIDA, 2000-2002, Maputo.

Setsan (2006). Relatório do Estudo de Base de Segurança Alimentar em Moçambique. SETSAN.


Maputo.

Uinge, D. et al., (2002): Inquérito Nacional sobre Saúde Reprodutiva e Comportamento Sexual
dos Jovens e Adolescentes, INJAD, INE (org.) Impacto Demográfico do HIV/SIDA em
Moçambique, (suporte CD ROM), Maputo.

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