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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O HIV/ SIDA

Manuel dos Santos José Aleixo

708212563

Curso: Biologia
Disciplina: Habilidades de Vida,
Saúde Sexual, Reprodutiva,
Género e HIV/SIDA
Ano de Frequência: 2

Beira, Novembro, 2022


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discussão bibliográfica
nacional e
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dados
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teóricos práticos
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Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
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Referências Normas APA  Rigor e coerência 4.0
2

6ª edição em das
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

Introdução..........................................................................................................................5

Agente etiológico...............................................................................................................6

Ciclo vital do HIV na célula humana................................................................................7

Formas de transmissão......................................................................................................8

Sexual................................................................................................................................8

Sanguínea..........................................................................................................................8

Vertical..............................................................................................................................9

Ocupacional.......................................................................................................................9

Prevenção de infecção por HIV.......................................................................................10

Estratégias para prevenir a transmissão de HIV..............................................................10

Precauções universais......................................................................................................11

Prevenção da transmissão da mãe para o recém-nascido................................................11

Tratamento preventivo antes da exposição......................................................................12

Tratamento preventivo após a exposição........................................................................12

Tratamento de infecção por HIV.....................................................................................13

Prognóstico de infecção por HIV....................................................................................14

Conclusão........................................................................................................................16

Referências bibliográficas...............................................................................................17
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Introdução
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foi reconhecida em meados de
1981, nos EUA, a partir da identificação de um número elevado de pacientes adultos do
sexo masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York, que
apresentavam sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e
comprometimento do sistema imune, o que levou à conclusão de que se tratava de uma
nova doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infeciosa e
transmissível.

As principais formas de transmissão do HIV são: sexual, sanguínea (em receptores de


sangue ou hemoderivados e em usuários de drogas injetáveis, ou UDI) e vertical (da
mãe para o filho, durante a gestação, parto ou por aleitamento).

Para evitar a transmissão da SIDA, recomenda-se o uso de preservativo durante as


relações sexuais, a utilização de seringas. Além disso, as mães infectadas pelo vírus
(HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante a gestação para prevenir a
transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos.
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Agente etiológico
Em 1983, o HIV-1 foi isolado de pacientes com AIDS pelos pesquisadores Luc
Montaigner, na França, e Robert Gallo, nos EUA, recebendo os nomes de LAV
(Lymphadenopathy Associated Virus ou Virus Associado à Linfadenopatia) e HTLV-III
(Human T-Lymphotrophic Virus ou Vírus T-Linfotrópico Humano tipo lll)
respectivamente nos dois países. Em 1986, foi identificado um segundo agente
etiológico, também retrovírus, com características semelhantes ao HIV-1, denominado
HIV-2.

Nesse mesmo ano, um comitê internacional recomendou o termo HIV (Human


Immunodeficiency Virus ou Vírus da Imunodeficiência Humana) para denominá-lo,
reconhecendo-o como capaz de infectar seres humanos.

O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da Família Retroviridae (retrovírus) e


subfamília Lentivirinae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos
que necessitam, para multiplicar-se, de uma enzima denominada transcriptase reversa,
responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então,
integrar-se ao genoma do hospedeiro.

Embora não se saiba ao certo qual a origem do HIV-1 e 2 , sabe-se que uma grande
família de retrovírus relacionados a eles está presente em primatas não-humanos, na
África sub-Sahariana. Todos os membros desta família de retrovírus possuem estrutura
genômica semelhante, apresentando homologia em torno de 50%. Além disso, todos
têm a capacidade de infectar linfócitos através do receptor CD4. Aparentemente, o HIV-
1 e o HIV-2 passaram a infectar o homem há poucas décadas; alguns trabalhos
científicos recentes sugerem que isso tenha ocorrido entre os anos 40 e 50.
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Numerosos retrovírus de primatas não-humanos encontrados na África têm apresentado


grande similaridade com o HIV-1 e com o HIV-2. O vírus da imunodeficiência símia
(SIV), que infecta uma subespécie de chimpanzés africanos, é 98% similar ao HIV-1,
sugerindo que ambos evoluíram de uma origem comum. Por esses fatos, supõe-se que o
HIV tenha origem africana. Ademais, diversos estudos sorológicos realizados na África,
utilizando amostras de soro armazenadas desde as décadas de 50 e 60, reforçam essa
hipótese.

O HIV é bastante lábil no meio externo, sendo inativado por uma variedade de agentes
físicos (calor) e químicos (hipoclorito de sódio, glutaraldeído). Em condições
experimentais controladas, as partículas virais intracelulares parecem sobreviver no
meio externo por até, no máximo, um dia, enquanto que partículas virais livres podem
sobreviver por 15 dias, à temperatura ambiente, ou até 11 dias, a 37ºC.

Recentemente, têm sido descritas, ainda, variantes genômicas (subtipos), tanto de HIV-1
quanto de HIV-2, em pacientes infectados procedentes de diferentes regiões
geográficas. Classificam-se, assim, os isolados de HIV-1 em dois grupos, M (major) e O
(outlier), com variabilidade genética de até 30%. No grupo M, identificam-se nove
subtipos (A, B, C, D, E, F, G, H e I), e no grupo O, apenas um. Em relação ao HIV-2
descrevem-se cinco subtipos: A, B, C, D, e E. Embora ainda não conhecida, especulase
a possibilidade de variantes virais possuírem diferentes índices de transmissibilidade
e/ou patogenicidade.

Ciclo vital do HIV na célula humana


1. ligação de glicoproteínas virais (gp120) ao receptor específico da superfície celular
(principalmente linfócitos T-CD4);

2. fusão do envelope do vírus com a membrana da célula hospedeira;

3. liberação do "core" do vírus para o citoplasma da célula hospedeira;

4. transcrição do RNA viral em DNA complementar, dependente da enzima


transcriptase reversa;
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5. transporte do DNA complementar para o núcleo da célula, onde pode haver


integração no genoma celular (provírus), dependente da enzima integrase, ou a
permanência em forma circular, isoladamente;

6. o provírus é reativado, e produz RNA mensageiro viral, indo para o citoplasma da


célula;

7. proteínas virais são produzidas e quebradas em subunidades, por intermédio da


enzima protease;

8. as proteínas virais produzidas regulam a síntese de novos genomas virais, e formam a


estrutura externa de outros vírus que serão liberados pela célula hospedeira; e

9. o vírion recém-formado é liberado para o meio circundante da célula hospedeira,


podendo permanecer no fluído extracelular, ou infectar novas células.

A interferência em qualquer um destes passos do ciclo vital do vírus impediria a


multiplicação e/ou a liberação de novos vírus. Actualmente estão disponíveis
comercialmente drogas que interferem em duas fases deste ciclo: a fase 4 (inibidores da
transcriptase reversa) e a fase 7 (inibidores da protease).

Formas de transmissão

Sexual
A principal forma de exposição em todo o mundo é a sexual, sendo que a transmissão
heterossexual, nas relações sem o uso de preservativo é considerada pela OMS como a
mais frequente. Na África sub-Sahariana, é a principal forma de transmissão. Nos países
desenvolvidos, a exposição ao HIV por relações homossexuais ainda é a responsável
pelo maior número de casos, embora as relações heterossexuais estejam aumentando
proporcionalmente como uma tendência na dinâmica da epidemia. Os factores que
aumentam o risco de transmissão do HIV em uma relação heterossexual são: alta
viremia, imunodeficiência avançada, relação anal receptiva, relação sexual durante a
menstruação e presença de outra DST, principalmente as ulcerativas. Sabe-se hoje que
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as úlceras resultantes de infecções sexualmente transmissíveis como cancro mole, sífilis


e herpes genital, aumentam muito o risco de transmissão do HIV.

Sanguínea
A transmissão sanguínea associada ao uso de drogas injetáveis é um meio muito eficaz
de transmissão do HIV, devido ao uso compartilhado de seringas e agulhas. Essa via de
transmissão adquire importância crescente em várias partes do mundo, como na Ásia,
América Latina e no Caribe.

A transmissão mediante transfusão de sangue e derivados é cada vez menos relevante


nos países industrializados e naqueles que adotaram medidas de controle da qualidade
do sangue utilizado, como é o caso do Brasil.

Vertical
A transmissão vertical, decorrente da exposição da criança durante a gestação, parto ou
aleitamento materno, vem aumentando devido à maior transmissão heterossexual. Na
África, são encontradas as maiores taxas desta forma de infecção pelo HIV, da ordem de
30 a 40%; entretanto, em outras partes do mundo, como na América do Norte e Europa,
situam-se em torno de 15 a 29%. Os principais motivos dessa diferença devemse ao fato
de que, na África, a transmissão heterossexual é mais intensa, e que neste continente, o
aleitamento materno é muito mais frequente do que nos países industrializados.

A transmissão intra-uterina é possível em qualquer fase da gravidez; porém é menos


frequente no primeiro trimestre. As infecções ocorridas nesse período não têm sido
associadas a malformações fetais. O risco de transmissão do HIV da mãe para o filho
pode ser reduzido em até 67% com o uso de AZT durante a gravidez e no momento do
parto, associado à administração da mesma droga ao recém-nascido por seis semanas.

Um estudo realizado nos Estados Unidos (Aids Clinical Trial Group 076 ou ACTG-
076) demonstrou redução na transmissão vertical de 25,6% para 8,3% com o uso de
AZT durante a gravidez. A transmissão pelo leite materno é evitada com o uso de leite
artificial ou de leite humano processado em bancos de leite, que fazem aconselhamento
e triagem das doadoras.
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Ocupacional
A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área da saúde sofrem
ferimentos com instrumentos pérfuro-cortantes contaminados com sangue de pacientes
portadores do HIV. Estima-se que o risco médio de contrair o HIV após uma exposição
percutânea a sangue contaminado seja de aproximadamente 0,3%.

Nos caso de exposição de mucosas, esse risco é de aproximadamente 0,1%. Os fatores


de risco já identificados como favorecedores deste tipo de contaminação são: a
profundidade e extensão do ferimento a presença de sangue visível no instrumento que
produziu o ferimento, o procedimento que resultou na exposição e que envolveu a
colocação da agulha diretamente na veia ou artéria de paciente portador de HIV e,
finalmente, o paciente fonte da infecção mostrar evidências de imunodeficiência
avançada, ser terminal ou apresentar carga viral elevada.

Prevenção de infecção por HIV


Actualmente, não há nenhuma vacina eficaz contra o HIV para prevenir a infecção por
HIV ou reduzir a progressão da AIDS em pessoas que já estejam infectadas. Entretanto,
tratar pessoas que têm infecção por HIV reduz o risco de elas transmitirem a infecção
para outras pessoas.

A transmissão de HIV pelas rotas mais comuns, contato sexual ou pelo


compartilhamento de seringas, é quase completamente evitável. Infelizmente, as
medidas necessárias para a prevenção – abstinência sexual, uso regular de
preservativos e acesso a agulhas limpas – são por vezes impopulares do ponto de vista
pessoal ou social. Para muitos, é difícil alterar os seus hábitos sexuais ou de
dependência, por isso continuam com as atividades que os colocam em risco de infecção
pelo HIV. Além disso, as práticas de sexo seguro não são infalíveis. Por exemplo, os
preservativos podem vazar ou se romper.

Estratégias para prevenir a transmissão de HIV


 Abstinência da atividade sexual
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 Usar um preservativo de látex para cada relação sexual com um parceiro


infectado ou com um parceiro cujo estado de HIV seja desconhecido
(espermicidas vaginais e esponjas não protegem contra a infecção pelo HIV).
 Para homens, realizar a circuncisão (a circuncisão reduz o risco de um homem
ser infectado com HIV durante o sexo vaginal com uma mulher infectada).
 Os casais monogâmicos recentes devem submeter-se a testes de HIV e outras
infecções sexualmente transmissíveis (IST), antes de iniciarem relações sexuais
sem proteção.
 Nunca se deve compartilhar agulhas ou seringas.
 Usar luvas de borracha (de preferência, de látex) ao ter contato com líquidos
corporais de outra pessoa.
 Se acidentalmente exposto a líquidos contendo HIV (por exemplo, após uma
picada de agulha), busque tratamento com remédios antirretrovirais para evitar a
infecção.

Preservativos fabricados em látex proporcionam uma boa proteção contra o HIV (bem
como contra outras infecções sexualmente transmissíveis), mas não são infalíveis.
Lubrificantes à base de óleo (como vaselina) não devem ser usados porque eles podem
dissolver o látex reduzindo a eficácia do preservativo.

Outras medidas podem ajudar. Para homens, a circuncisão, um procedimento seguro e


de baixo custo, reduz o risco de ser infectado durante a relação sexual vaginal com uma
mulher infectada em cerca de 50%. Não está claro se a circuncisão reduz o risco de
infecção por HIV em outras circunstâncias. Como a circuncisão proporciona apenas
proteção parcial contra a infecção por HIV, as pessoas também devem utilizar outras
medidas para prevenir esta infecção. Por exemplo, se um dos parceiros tiver uma
infecção sexualmente transmissível ou infecção por HIV, ela deve ser tratada, devendo-
se utilizar preservativos de forma correta e constante.

Precauções universais
As pessoas que têm no seu trabalho mais probabilidades de ter contato com sangue ou
com outros líquidos corporais devem utilizar luvas de látex protetoras, máscara e
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proteção para os olhos. Essas precauções se aplicam a líquidos corporais de todas as


pessoas, não somente daquelas com HIV e, portanto, são designadas precauções
universais. As precauções universais são tomadas por dois motivos:

Pessoas com HIV podem não saber que estão infectadas, os vírus que causam outros
distúrbios sérios (como hepatite B e C) podem ser transmitidos por líquidos corporais.

As superfícies contaminadas pelo HIV podem ser limpas e desinfetadas facilmente,


porque o vírus fica inativo com o calor e com a ação de desinfetantes comuns como o
peróxido de hidrogênio e o álcool.

Como o HIV não se transmite pelo ar ou por um contato fortuito (como pelo toque,
carícias ou beijos secos), os hospitais e as clínicas não isolam os pacientes infectados
pelo HIV, exceto se estes tiverem outra infecção contagiosa.

Prevenção da transmissão da mãe para o recém-nascido


Mulheres grávidas infectadas pelo HIV podem transmitir o vírus para o recém-nascido.
As providências a seguir podem ajudar a prevenir a transmissão do HIV da mãe para o
recém-nascido:

 Testar mulheres grávidas para determinar se estão infectadas pelo HIV


 Se estiverem infectadas, tratá-las com medicamentos antirretrovirais durante a
gravidez e o parto (o tratamento durante o parto é particularmente importante)
 Fazer parto por cesárea em vez de parto normal
 Depois do nascimento, tratar o recém-nascido com zidovudina, por via
intravenosa, por seis semanas
 Se possível, usar fórmula em vez de amamentar (o HIV pode ser transmitido no
leite materno)

Tratamento preventivo antes da exposição


Tomar um medicamento antirretroviral antes de ser exposto ao HIV pode reduzir o risco
de infecção por HIV. Esse tratamento preventivo é denominado profilaxia pré-
exposição (PrEP) (do inglês preexposure prophylaxis). No entanto, a PrEP é cara e é
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eficaz somente se as pessoas tomarem o medicamento todos os dias. Portanto, a PrEP é


recomendada somente para pessoas que tiverem um risco muito alto de serem
infectadas, como pessoas que têm um parceiro infectado pelo HIV.

A PrEP também pode ser recomendada para pessoas que se envolvem em atividade
sexuais de alto risco, como:

 Homens que praticam sexo anal com homens sem usar um preservativo
 Homens e mulheres heterossexuais que não usam preservativos regularmente
durante o sexo com parceiros cujo estado HIV seja desconhecido e que tenham
maior risco de infecção por HIV
 Pessoas que usam PrEP ainda precisam usar outros métodos para prevenir a
infecção por HIV, incluindo uso regular de preservativos e o não
compartilhamento de agulhas para injetar drogas.

Tratamento preventivo após a exposição


As pessoas que foram expostas ao HIV por um respingo de sangue, uma picada de
agulha ou por contato sexual podem reduzir a probabilidade de infecção tomando
medicamentos antirretrovirais por quatro semanas. Esses medicamentos são mais
eficazes quando iniciados o mais rápido possível após a exposição. Actualmente é
recomendado tomar dois ou mais medicamentos.

Os médicos e a pessoa que foi exposta normalmente decidem conjuntamente se ela deve
usar esses medicamentos preventivos. Eles baseiam a decisão no risco estimado de
infecção e nos possíveis efeitos colaterais dos medicamentos. Se eles não souberem se a
fonte está infectada por HIV, eles consideram qual a probabilidade de a fonte estar
infectada. No entanto, mesmo quando se souber que a fonte de exposição está infectada
por HIV, o risco de infecção após a exposição varia, dependendo do tipo de exposição.
Por exemplo, o risco de um respingo de sangue é menor do que o de uma picada de
agulha.

Imediatamente após a exposição à infecção por HIV, o procedimento a ser adotado


dependerá do tipo de exposição:
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 Se a pele for exposta, ela é lavada com água e sabonete.


 Feridas perfurantes são limpas com antisséptico.
 Se as membranas mucosas forem expostas, elas serão enxaguadas com água em
abundância.

Tratamento de infecção por HIV


O tratamento com medicamentos antirretrovirais é recomendado para quase todas as
pessoas com infecção por HIV, pois, sem tratamento, ela poderá levar a complicações
sérias e também porque foram desenvolvidos medicamentos mais novos e menos
tóxicos. Para a maioria das pessoas, o tratamento precoce tem os melhores resultados.
As pesquisas mostraram que as pessoas que são prontamente tratadas com
medicamentos antirretrovirais têm menos probabilidade de desenvolver complicações
relacionadas à AIDS e de morrer em consequência delas.

O tratamento não consegue eliminar o vírus do organismo, embora o nível de HIV


muitas vezes diminua tanto que não é possível detectá-lo no sangue ou em outros
líquidos ou tecidos. Os objetivos do tratamento são:

 Reduzir o HIV a um nível indetectável


 Restaurar a contagem de CD4 ao normal

Se o tratamento parar, o nível de HIV aumenta e a contagem de CD4 começa a cair.


Portanto, as pessoas precisam tomar medicamentos antirretrovirais por toda a vida.
Antes de iniciar um regime de tratamento, as pessoas são instruídas sobre a necessidade
de:

 Tomar os medicamentos de acordo com as orientações


 Não pular nenhuma dose
 Tomar os medicamentos pelo resto da vida

Tomar os medicamentos conforme as instruções pelo resto da vida requer muito


empenho. Algumas pessoas pulam doses ou param de tomar os medicamentos por um
tempo (chamado férias de medicamentos). Essas práticas são perigosas, pois permitem
ao HIV desenvolver resistência aos remédios.
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Sabendo que tomar remédios contra o HIV sem regularidade pode levar a uma
resistência ao medicamento, os profissionais de saúde devem tentar fazer com que as
pessoas estejam dispostas e sejam capazes de seguir o regime de tratamento. Para
simplificar o cronograma de medicamentos e ajudar as pessoas a tomá-los conforme as
instruções, muitas vezes os médicos prescrevem um tratamento que combina dois ou
mais remédios em um só comprimido que pode ser tomado apenas uma vez ao dia.

Prognóstico de infecção por HIV


A exposição ao HIV nem sempre causa infecção e algumas pessoas que foram
repetidamente expostas durante muitos anos não foram infectadas. Além disso, muitas
pessoas infectadas pelo HIV permanecem bem por mais de uma década. Muito poucas
pessoas infectadas pelo HIV não tratadas permaneceram bem por mais de 20 anos. Não
se entende completamente porque algumas pessoas ficam doentes muito antes de outras,
mas alguns fatores genéticos parecem influenciar tanto na tendência para a infecção
como na evolução até a AIDS depois de contrair a infecção.

Se pessoas infectadas não forem tratadas, a maioria delas desenvolverá AIDS. A rapidez
com que o número de células CD4 diminui e a infecção por HIV evolui para AIDS
variam enormemente de pessoa a pessoa. Em geral, os especialistas calculam que as
pessoas, se não forem tratadas, desenvolvem AIDS nas seguintes taxas:

 Nos primeiros anos após a infecção: 1% a 2% a cada ano


 A cada ano dali em diante: 5% a 6%
 Dentro de 10 a 11 anos: 50%
 Por fim: Mais de 95%, possivelmente todos se viverem o bastante

Entretanto, com tratamento eficaz, o nível de RNA do HIV diminui para níveis
indetectáveis, as contagens de CD4 aumentam drasticamente e as pessoas podem
continuar a levar vidas ativas e produtivas. O risco de doença e morte diminui, mas
permanece mais alto do que o de pessoas que têm idade semelhante e não foram
infectadas pelo HIV. Todavia, se as pessoas não puderem tolerar ou tomar os
medicamentos regularmente, a infecção por HIV e a deficiência imunológica progride,
causando sintomas e complicações sérias.
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Em geral, a infecção por HIV não causa a morte diretamente. Em vez disso, a infecção
por HIV resulta em perda de peso substancial (caquexia), em infecções oportunistas,
cânceres e outros distúrbios que, por sua vez, levam à morte. A cura era considerada
impossível, embora a pesquisa intensiva sobre como eliminar todo o HIV latente de
pessoas infectadas prossiga.

Conclusão
O vírus HIV é transmitido por meio de relações sexuais (vaginal, anal ou oral)
desprotegidas (sem camisinha) com pessoa soropositiva, ou seja, que já tem o vírus
HIV, pelo compartilhamento de objetos perfuro cortantes contaminados, como agulhas,
alicates, etc., de mãe soropositiva, sem tratamento, para o filho durante a gestação, parto
ou amamentação.
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Ainda não há cura para o HIV, mas há muitos avanços científicos nessa área que
possibilitam que a pessoa com o vírus tenha qualidade de vida. O tratamento inclui
acompanhamento periódico com profissionais de saúde e a realização de exames. A
pessoa só vai começar a tomar os medicamentos antirretrovirais quando os exames
indicarem a necessidade. Esses remédios buscam manter o HIV sob controle o maior
tempo possível

O meio mais simples e acessível de prevenção ao HIV é o uso de preservativos


masculino e feminino em todas as relações sexuais. Os preservativos são distribuídos
gratuitamente em unidades de saúde e também podem ser comprados em
estabelecimentos da iniciativa privada, como farmácias e drogarias.

Referências bibliográficas
Alison J. Rodger et al. Sexual Activity Without Condoms and Risk of HIV
Transmission in Serodifferent Couples When the HIV-Positive. Partner Is Using
Suppressive Antiretroviral Therapy. JAMA. 2016;316(2):171-181

Myron S. et al. Prevention of HIV-1 Infection with Early Antiretroviral Therapy. N


Engl J Med 2011; 365:493-505
17

Robert M. et al. Preexposure Chemoprophylaxis for HIV Prevention in Men Who Have
Sex with Men. N Engl J Med 2010;363:2587-99

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