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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Análise das diferenças entre homologia e analogia

Manuel dos Santos José Aleixo

708212563

Curso: Biologia
Disciplina: Zoologia
Sistemática
Ano de Frequência: 2

Beira, Novembro, 2022


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nacional e
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gerais
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Bibliográfic citações/referências 4.0
citações e
as bibliográficas
bibliografia
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Índice

Introdução..............................................................................................................................................4
Analise das diferenças entre homologia e analogia................................................................................5
Homologia..............................................................................................................................................5
Homologia e Irradiação Adaptativa........................................................................................................6
Analogia.................................................................................................................................................7
Analogia e Convergência Adaptativa.....................................................................................................8
Órgãos homólogos.................................................................................................................................8
Órgãos análogos.....................................................................................................................................9
Critérios para determinação das homologias........................................................................................10
Conclusão.............................................................................................................................................12
Referências bibliográficas....................................................................................................................13
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Introdução
Homologia e Analogia podem ser entendidos como conceitos adaptativos relacionados com
um tipo de evolução que duas ou mais espécies diferentes passaram até se estabelecerem
completamente em um determinado ambiente.

Estruturas Homólogas são aquelas que tem sua origem em estruturas já existentes em um
ancestral comum exclusivo exercendo a mesma função, ou não.

Estruturas Análogas não tem sua origem em estruturas já existentes em um ancestral comum
exclusivo, mesmo exercendo a mesma função. Para entender esses conceitos é importante
compreender que o estudo da evolução reúne um conjunto de evidências e provas que faz com
que a teoria da evolução seja irrefutável.
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Analise das diferenças entre homologia e analogia


Diversos estudos e evidências corroboram com a teoria da evolução, a primeira e principal
evidência é com relação aos registros fósseis, datados de milhões de anos atrás e que
comprovam que o planeta Terra já serviu de abrigo para diversas espécies diferentes das que
existem hoje.  Além de embasar estudos sobre possíveis parentescos entre as espécies atuais e
as extintas, principalmente analisando traços anatômicos, morfológicos e fisiológicos
semelhantes entre essas espécies do passado e as espécies que existem atualmente.

Considerando conceitos evolutivos e adaptativos para a análise de duas ou mais espécies,


compreende-se que ambas as espécies podem se relacionar de duas formas evolutivas:

Evolução divergente: Quando uma espécie acaba gerando duas ou mais novas espécies por
diversos fatores ambientais e sociais. Esse tipo de evolução faz com que as espécies geradas
(fenômeno conhecido como especiação) compartilham algumas semelhanças anatômicas,
fisiológicas e morfológicas;

Evolução convergente: Quando duas ou mais espécies, que não possuem um grau de


parentesco ou ancestral comum próximo, se assemelham estruturalmente e fisiologicamente
entre si devido às condições ambientais semelhantes que vivem. Essa características
semelhantes entre as espécies não possuem uma mesma origem embrionária, são formadas
apenas por conta das mesmas condições ecossistêmicas que estão sujeitas.

Homologia
Homologia diz respeito a análise das semelhanças biológicas observadas entre organismos de
espécies diferentes, mas que apresentam um mesmo ancestral comum.

A homologia é um forte evidência evolutiva, pois permite estabelecer ancestralidade comum


entre organismos diferentes com base na suas semelhanças anatômicas, morfológicas e
fisiológicas e seus órgãos reconhecidos como semelhantes, são chamados de órgãos
homólogos.

Os órgãos homólogos possuem como característica principal a mesma origem


embrionária (descendem de um mesmo folheto germinativo), se desenvolvendo de forma
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semelhante em diferentes espécies. Apesar de possuírem as mesmas origens embrionárias,


esses órgãos não necessariamente precisam desempenhar a mesma função. 

Um exemplo de órgãos homólogos é com relação aos ossos das patas dianteiras de diversos
vertebrados. Embora possuam funções diferentes como a asa de uma ave, a nadadeira de uma
baleia e a mão de um ser humano, a estrutura óssea desses membros são semelhantes e
possuem uma mesma origem embrionária.

Homologia entre os membros superiores de alguns vertebrados. Cores semelhantes indicam


ossos semelhantes embriologicamente e estruturalmente. Resumidamente, entende-se a
homologia entre duas ou mais espécies como a presença de órgãos e estruturas que possuem
uma mesma origem embrionária, evidenciando um parentesco entre as duas ou mais espécies,
mesmo que esses órgãos não compartilhem a mesma função.

Homologia e Irradiação Adaptativa


A homologia pode ser entendida como uma consequência da evolução divergente, também
chamada de irradiação adaptativa que é o processo evolutivo que resulta no surgimento de
espécies diferentes a partir de um mesmo ancestral comum. O processo inicia-se com a
colonização de um determinado grupo em um novo ambiente, sendo, portanto, submetido a
novas condições ambientais que selecionará os mais aptos a sobreviverem naquele
determinado ambiente.

A irradiação adaptativa é caracterizada pela formação de espécies em um curto período de


tempo, após a separação de grupos dentro de uma mesma população que, com o tempo, passa
a ocupar nichos ecológicos diferentes e passando por processos adaptativos para sobreviverem
nesse novo nicho.

A Irradiação evolutiva desencadeia a homologia entre espécies, isto é, gera organismos que
compartilham semelhanças entre suas estruturas, mesmo que essas estruturas não possuam a
mesma função, mas apenas a mesma origem embrionária. 

Os tentilhões de galápagos são um exemplo clássico de irradiação adaptativa, onde o formato


do bico se diverge entre uma espécie e outra por conta do tipo de alimento absorvido pela
espécie. Mesmo assim, ainda apresentam a mesma origem embrionária e, neste caso, a mesma
função ampla de captura de alimento.
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Analogia
A analogia, por outro lado, relaciona estruturas biológicas observadas entre organismos de
espécies diferentes que possuem a mesma função ou se assemelham morfologicamente, mas
que não possuem a mesma origem embrionária.

Duas estruturas são consideradas análogas quando possuem a mesma função ou se


assemelham morfologicamente, mas não estão relacionadas evolutivamente. Indivíduos
portadores de estruturas análogas não possuem grau de parentesco nem um ancestral comum
próximos e suas estruturas análogas são formadas a partir de processos adaptativos
relacionados a imposição de condições ambientais semelhantes para as duas espécies.

Um exemplo de estruturas análogas é a semelhança de função entre a asa de uma Ave e a asa


de um Artrópode. Embora ambas as estruturas garantam a capacidade de vôo nas duas
espécies, elas possuem origens embrionárias diferentes. É importante reconhecer que uma
estrutura pode ser homóloga e análoga ao mesmo tempo, dependendo do referencial evolutivo
em que se está analisando. 

Por exemplo: a asa de um ancestral como o Pterodactyl, a asa de um morcego e a asa de uma
ave. Ambas as estruturas são análogas enquanto asas, ou seja, embora a função seja a mesma,
elas possuem origens embrionárias diferentes. Porém são homólogas enquanto membros
superiores. Isso significa que o pterodactyl, morcego e a ave descendem de um mesmo
ancestral comum que possuía membros superiores, mas que a adaptação de vôo surgiu de
forma independente em cada espécie.

Analogia entre asas e Homologia entre membros superiores do Pterodactyl, morcego e ave. As
diferenças estruturais nas asas mostram que elas não compartilham a mesma origem
embrionária.

Analogia e Convergência Adaptativa


A analogia é uma consequência da evolução convergente, também chamada de Convergência
adaptativa que é o processo evolutivo em que indivíduos sem grau de parentesco próximo,
mas que vivem em condições ambientais parecidas, passam a apresentar estruturas
morfológicas, fisiológicas e até comportamentais semelhantes. 
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Esse processo tem como fator principal as condições ambientais e os nichos ecológicos
sobrepostos entre populações diferentes de organismos. Darwin já havia relatado que
condições ambientais selecionam indivíduos mais adaptados a sobreviverem em determinado
ambientes em detrimento de outros.

Portanto, essas condições ambientais que são semelhantes para todos os indivíduos de um
determinado local, ao selecionar os indivíduos mais aptos a sobreviverem às determinadas
características ambientais, acaba selecionando também características chave para a
sobrevivência e, muitas vezes, essas características chave são semelhantes para os indivíduos
que possuem o mesmo habitat ou hábitos de vida semelhantes, formando assim as estruturas
análogas.

Por se encontrarem no mesmo ambiente e estarem sob as mesmas condições, as plantas


suculentas do gênero Euphorbia e Astrophytum convergiram para estruturas semelhantes,
mesmo que não possuam um parentesco próximo.

Órgãos homólogos
Os órgão homólogos são aqueles que podem ou não realizar a mesma função, porém
apresentam uma estrutura básica igual e mesmo desenvolvimento embrionário. Isso quer
dizer, portanto, que os indivíduos que apresentam esses órgãos possuem ancestralidade
compartilhada.
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Como exemplo de homologia, podemos citar os membros dos tetrápodes. Analisando os


membros de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, percebemos que o número e a disposição dos
ossos são bastante semelhantes, o que nos mostra a relação de parentesco ali presente (Veja
figura abaixo). Nesse caso, temos uma estrutura semelhante, porém com funções distintas, as

quais refletem os diferentes estilos de vida.

Figura 1: Estrutura dos membros dos tetrápodes

Como as homologias são semelhanças resultantes de um ancestral em comum, a análise delas


fornece informações importantes sobre a relação existente entre as espécies. Sendo assim,
consideramos as homologias uma das evidências da evolução biológica.

Órgãos análogos
Os órgãos análogos, por sua vez, não refletem as relações de ancestralidade e dizem respeito
apenas às funções semelhantes. Essas semelhanças ocorrem devido à evolução convergente,
que leva ao surgimento de características semelhantes mesmo em indivíduos de grupos
bastante diferentes. Isso se deve ao fato de que essas características favoreceram a
sobrevivência em ambientes similares, representando, portanto, adaptações ao ambiente.

Como exemplo de analogias, podemos citar as asas de aves e insetos. Esses animais
apresentam asas que garantem seu voo, entretanto, as estruturas são bastante diferentes. Sendo
assim, as funções são similares, mas não possuem a mesma origem embrionária, nem indicam
ancestralidade."
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Figura 2: Estrutura de asas de uma ave e um insecto

Critérios para determinação das homologias


Os três principais critérios de Remane são:

O critério posicional: “Homologia pode ser reconhecida por posição similar em sistemas de
caracteres comparáveis” (Remane, 1952: 33; retirado de Williams & Ebach, 2012).

O critério estrutural: “Estruturas similares podem ser homologadas, sem referência a posição
similar, quando elas concordam em características especiais numerosas. A certeza aumenta
com o grau de complicação e a concordância nas estruturas comparadas (Remane, 1952: 46;
retirado de Williams & Ebach, 2012).

O critério transicional (Stetigkeitskriterium): “Mesmo estruturas não-similares de diferentes


posições podem ser consideradas homólogas se formas transicionais entre elas podem ser
evidenciadas [...] As formas transicionais podem ser retiradas da ontogenia da estrutura ou
podem ser sistematicamente verdadeiras formas intermediárias” (Remane, 1952: 49; retirado
de Williams & Ebach, 2012).

Os três critérios auxiliares de Remane são:

O critério conjuncional geral: “Mesmo estruturas simples podem ser consideradas homólogas
quando elas ocorrem em um grande número de espécies adjacentes” (Remane, 1952: 64;
retirado de Williams & Ebach, 2012).
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O critério de conjunção especial: “A probabilidade da homologia de estruturas simples


aumenta com a presença de outros similares, com a mesma distribuição entre espécies mais
semelhantes” (Remane, 1952: 64; retirado de Williams & Ebach, 2013).

O critério conjuncional negativo: “A probabilidade de homologia de caracteres diminui com a


frequência de ocorrência de tais caracteres entre espécies que são certamente não aparentadas
(Remane, 1952: 64; retirado de Williams & Ebach, 2012).

Os critérios propostos por Remane são utilizados por outros autores tanto para caracteres
morfológicos (e.g. Coddington, 1989) como para comportamentais (e.g. Wenzel, 1992)
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Conclusão
A diferença entre homologia e analogia foi indicada por Aristóteles. O autor utilizava
características que variassem em tamanho, dureza ou textura, como a comparação de
penas de diferentes grupos de aves. Já a comparação entre características como penas de aves
e escamas de peixes, apesar de compartilharem similaridades na função (revestimento), não
eram utilizadas na sua classificação. Mesmo percebendo a diferença entre a natureza de tais
características não houve uma definição formal de analogia ou de homologia

Finalmente, pode ser difícil para os biólogos evolucionistas distinguir estruturas homólogas de
análogas. Eles usam filogenias para descrever espécies que são derivadas de um ancestral
comum, mas devem usar métodos como evidências fósseis e comparações moleculares para
entender se uma característica é realmente uma estrutura análoga.
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Referências bibliográficas
ESCRIVA, H., MANZON, L. YOUSON, J. & LAUDET, V. 2002. Analysis of Lamprey and
Hagfish Genes Reveals a Complex History of Gene Duplications During Early Vertebrate
Evolution. Molecular Biology and Evolution, 19:1440-1450

MALLATT, J. 1997a. Crossing a major morphological boundary: the origin of jaws in


vertebrates. Zoology 100:128–140.

MALLATT, J. 1996. Ventilation and the origin of jawed vertebrates: a new mouth. Zool. J.
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TAKEZAKI, N., FIGUEROA, F., ZALESKA-RUTCZYNSKA, Z. & KLEIN, J. 2003.


Molecular Phylogeny of Early Vertebrates: Monophyly of the Agnathans as Revealed by
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Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2022. Consultado em 14/11/2022 às 14:07.


Disponível na Internet
em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/bioevolucao.php

De Pinna, M. C. C. 1991. Concepts and tests of homology in the cladistic


paradigm. Claldistics 7(4):367-394.

Gould, S. J. 1977. Ontogeny and Phylogeny. Cambridge, Belknap.

Wiley, E. O. & Lieberman, B. S. 2011. Phylogenetics – Theory and Practic of Phylogenetic


Systematics. Hoboken, John Wiley & sons.

Williams, D.M., Ebach, M.C. 2012. Confusing homologs and homologies: a reply to ‘‘On
homology’’. Cladistics 28. 2012.

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