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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A Influência da Cultura e Valores Sociais Sobre a Propagação da Transmissão do


VIH/SIDA em Moçambique

Fabião Age

Curso: Ensino de Educação Física e Desportos


Cadeira: Habilidades de Vida, Saúde Sexual e Reprodutiva,
Género e VIH/SIDA

Nampula, Agosto de 2023


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Introdução  Contextualização
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do problema)
 Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do
trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico
Conteúdo (Expressão 2.0
cuidada,
coerência/ coesão
Análise e textual)
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e 2.0
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
gerais Formatação paragrafa, 1.0
espaçamento
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Normas APA  Rigor e coerência
Referencias 6ª edição em das citações/
Bibliográficas citações e referências 4.0
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução........................................................................................................................2

1.1. Objectivos do Trabalho................................................................................................3

1.2. Objectivo Geral............................................................................................................3

1.3. Objectivos Específicos.................................................................................................3

1.4. Metodologias................................................................................................................3

2. Revisão Teórica...............................................................................................................4

2.1. VIH/SIDA em Moçambique........................................................................................4

2.1.1. A Epidemiologia de VIH/SIDA em Moçambique...................................................4

2.1.2. Cultura......................................................................................................................5

2.1.3. Valores Sociais sobre a Propagação da Transmissão do VIH/SIDA em


Moçambique............................................................................................................................6

2.2. Tipos de Valores...........................................................................................................7

2.2.1. Valores Instrumentais e Terminais...........................................................................7

2.2.2. Aprendizagem dos Valores Sociais..........................................................................8

3. Considerações Finais.......................................................................................................9

4. Bibliografia Consultada.................................................................................................10

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1. Introdução

Nas leituras realizadas para o desenvolvimento deste trabalho, observar-se-á que a


influência da cultura e valores sociais sobre a propagação da transmissão do VIH/SIDA em
moçambique, nos últimos tempos, tem-se tornado polissémico. É utilizado para se referir aos
costumes e hábitos de um povo, às diferentes maneiras de expressão artística, a um modo da
civilização ou aos saberes produzidos por um determinado grupo, criando assim diversos
segmentos como, por exemplo: cultura da infância, cultura da favela, cultura do homem do
campo ou cultura do indígena, do surdo, do cego, entre outros.

De acordo com Eagleton (2011, p.9) a “cultura é considerada uma das duas ou três
palavras mais complexas de nossa língua”. Mais complexo do que o termo cultura, para o
autor, somente o termo “natureza”, que é o seu oposto.

Conforme explica Duarte e Martins (2012) cultura é a actividade humana acumulada,


envolve a acção do ser humano e sua relação com a natureza, para produzir sua existência.
Definindo etimologicamente, cultura significa: lavoura, cultivo, ou seja, é um elemento que
deriva da natureza, de sua transformação pela acção humana.

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1.1. Objectivos do Trabalho
1.2. Objectivo Geral
 O objectivo geral do trabalho de pesquisa é analisar a influência da cultura e valores
sociais sobre a propagação da transmissão do VIH/SIDA em moçambique.
1.3. Objectivos Específicos
 Explicar a influência da cultura e valores sociais sobre a propagação da transmissão do
VIH/SIDA;
 Caracterizar a influência da cultura e valores sociais sobre a propagação da
transmissão do VIH/SIDA em Moçambique.
1.4. Metodologias

O presente estudo configura-se em uma pesquisa teórico-metodológica (pesquisa


acadêmico-científica composta por preparação, estudo, desenvolvimento e apresentação,
buscando gerar e/ou actualizar conhecimento), no campo dialético (os factos considerados no
contexto social, gerando contradições e requerendo soluções), de natureza aplicada (objectiva
gerar conhecimentos para aplicações práticas, dirigidos à solução de problemas específicos) e
(material colectado analisado de maneira descritiva, não buscando gerar números ou dados
estatísticos), conforme orienta Henrique (2009).

Com relação aos procedimentos técnicos, o estudo assume características de pesquisa


bibliográfica e documental. Segundo Gil (2010 citado em Carvalho & Severino, 2011, p.2) a
pesquisa bibliográfica “é elaborada com base em material já publicado com o objectivo de
analisar posições diversas em relação a determinado assunto”. A pesquisa documental, nas
palavras de Camargo (2008) “é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou
retrospectivos, considerados cientificamente autênticos”.

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2. Revisão Teórica
2.1. VIH/SIDA em Moçambique

A história da humanidade é atravessada por várias epidemias que realçaram o


problema da saúde da população ao nível mundial, como também na sua dimensão nacional
ou regional. Desde a década de 1980, a epidemia do VIH/AIDS tem representado uma das
maiores preocupações no contexto da saúde humana, ameaçando de forma constante o
desenvolvimento e o bem-estar humano.

No mundo, até 2004, as estimativas revelavam que uma entre cada cem pessoas, num
total correspondente a 40 milhões de indivíduos com idade superior aos 15 anos, eram
seropositivas (estavam infectadas) para o VIH e que cerca de 2,5 milhões de crianças
(menores de 15 anos), eram seropositivas (Jackson, citado por Onusida/Organização Mundial
da Saúde, 2003).

O primeiro caso de Aids em Moçambique foi registado em 1986. Este primeiro caso
seria de um cidadão estrangeiro que já estava infectado quando entrou no País. Em 1987, o
Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU) recebeu a equipe epidemiológica da OMS
com finalidade, em conjunto, realizarem o primeiro inquérito serro epidemiológico do país em
VIH/SIDA.

2.1.1. A Epidemiologia de VIH/SIDA em Moçambique

Em Moçambique vive um ambiente de severa epidemia do VIH/sida. Estima-se que


1,8 milhão de pessoas vivam com o VIH no país, dos quais 36% são homens e 53% são
mulheres maiores de 15 anos; 11% dos infectados são crianças de 0 a 14 anos 27. A epidemia
tem um carácter heterogéneo em termos geográficos, sociodemográficos e socioeconómicos:
mulheres, moradores de áreas urbanas e pessoas que residem nas províncias da região Sul e
Centro são as mais afectadas pelo VIH/SIDA. Cabo Delgado, na região Norte, também é uma
província com alta carga de infecção. A principal via de transmissão continua sendo a sexual
(heterossexual) em cerca de 90% dos casos em adultos (Organização Mundial da Saúde,
2008).

Dados do Inquérito de Indicadores de Imunização, Malária e VIH/SIDA em


Moçambique (Imasida) 2015 revelaram que a prevalência do VIH/Sida entre os adultos de 15-
49 anos era de 13,2% (15,4% nas mulheres e 10,1% nos homens). Os resultados desse estudo

viii
ainda demonstraram que o risco de infecção pelo VIH por indivíduos de 15-49 anos e superior
nos residentes de áreas urbanas (16,8%) comparativamente aos moradores de zonas rurais
(11%) (Dias, et al. 2018).

2.1.2. Cultura

Segundo Cuche (1999) o conceito de “cultura” emerge na Etnologia para pensar o


problema da especificidade humana na diversidade dos povos e dos costumes. O uso
primitivo da palavra “cultura” nas línguas francesa e alemã tem um sentido normativo; já na
Etnologia, o seu uso já puro é exclusivamente descritivo, ou seja, não se trata de dizer o que
deve ser a cultura, mas de descrever o que ela é, tal como aparece nas diferentes sociedades
humanas.

Thompson (2009) alerta que o conceito de cultura tem relação estreita com o
desenvolvimento da disciplina Antropologia, que tem como um dos seus principais ramos o
estudo comparativo da cultura; devido à diversidade de pressupostos e métodos, adoptar-se-á
aqui três concepções de cultura, seguindo o caminho trilhado pelo próprio Thompson que traz
duas concepções e desenvolve uma terceira.

Cultura “é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei,
costume e todas as demais capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro
da sociedade”. A condição da cultura, entre as diversas sociedades da espécie humana, na
medida em que é passível de ser investigada nos princípios gerais, é um tema apropriado para
o estudo do pensamento e da acção humanos (Tylor, citado por Thompson, 2009, p.171).

Conforme Cuche (1999) esta é a primeira definição etnológica de cultura e foi dada
pelo antropólogo britânico Edward Burnett Tylor. Trata-se de uma definição descritiva e não
normativa que rompe com as definições restritivas e individualistas de cultura: para Tylor,
segundo Cuche (1999) a cultura é a expressão da totalidade da vida social do homem,
caracterizando-se por sua dimensão colectiva.

Falar sobre cultura requer, no mínimo, falar-se sobre a história de cada povo, cada
sociedade, cada homem, enfim, o ser humano é agente social que influencia e é influenciado
pela cultura. A cultura mostra-se primeiramente na sua face objectiva, ou seja, nas obras
culturais, cuja criação incessante é para o homem a criação do próprio mundo, do espaço vital
em que se move e evolui.

ix
Num mundo sem obras culturais, a especificidade da presença do homem se anula. É
que o mundo não apresenta significação para o homem senão na medida em que é assumido
no movimento que opera a passagem do ser natural em ser cultural.

Para terminar esta temática portanto, o homem se realiza como homem e emerge para
o espaço humano da consciência de si mesmo no exercício do ato de criação cultural ou de
compreensão da obra de cultura: tal a dimensão de sua presença no mundo. Assim, os
condicionamentos exteriores de natureza variada que modelam a obra cultural e que a
Antropologia Cultural longamente descreve fornecem a matéria à qual só o ato de
compreensão, o ato humano por excelência, confere um sentido.

2.1.3. Valores Sociais sobre a Propagação da Transmissão do VIH/SIDA em


Moçambique

O termo “valor” é amplamente utilizado no vocabulário popular. Valor pode ser


entendido como um nível mais alto de avaliação, como empregado na expressão “conferir
valor a algo ou alguém” (Rohan, 2000, p. 256). Entretanto, a visão mais contemplada na
literatura de valores aborda o conceito sob uma diferente perspectiva. O termo “Valor” tem
sido mais estudado como substantivo que como verbo. Ao invés de iluminar o processo de
valorar, pesquisadores têm direcionado seus entendimentos sobre valores para as prioridades
expressas no processo de valoração. Ou seja, as pessoas valorizam de acordo com suas
prioridades de valor (Rohan, 2006). Assim, entender o conteúdo substantivo dos valores
significa iluminar o entendimento sobre aspectos como as escolhas humanas, a estabilidade da
personalidade e o processo de mudança individual e colectivo.

Ao realizar uma revisão da literatura sobre valores sociais, Schwartz (2006, p. 56) identificou
cinco traços citados frequentemente em diversas definições conceituais. Um valor é entendido
como:

“1) uma crença; 2) que pertence a fins desejáveis ou a formas de comportamento; 3)


que transcende as situações específicas; 4) que guia a seleção ou avaliação de
comportamento, pessoas e acontecimentos; e 5) que se organiza por sua importância
relativa a outros valores para formar um sistema de prioridades de valores. Apesar de
esclarecedores, esses traços não representam o conteúdo substancial dos valores
humanos.

x
Schwartz (2006) por sua vez, defende que valores são metas para satisfazer três
requisitos universais: as necessidades humanas biológicas, de interação social coordenada e
requisitos param o correto funcionamento e sobrevivência dos grupos. Este entendimento é
distinto do apresentado por Lewin (1952, p. 41 citado por Rohan 2000) que defende que
“valores não são metas, pois “o indivíduo não tenta ‘alcançar’ a meta de justiça, mas justiça é
um ‘orientador’ do seu comportamento” (p. 257).

Por outra a literatura sobre sistemas de valores revela a existência de diferentes


abordagens teóricas e metodológicas que têm contribuído para uma melhor e maior
compreensão dos valores humanos e da sua importância na vida das pessoas.

Conforme Allport, Vernon e Lindzey (1951, citados por Gregory, 2004) foram os
primeiros a dar aos valores um sentido mais concreto, associando-os a actividades do dia-a-
dia e descrevendo-o como preferências estáveis de comportamentos. A partir da classificação
apresentada por Eduard Spranger no seu livro Types of Men de 1928, em que o autor
apresenta seis valores principais que as pessoas possuem e que definem a sua personalidade,
Allport, Vernon e Lindzey criaram um instrumento que procurava medir a força relativa
destes valores, a Escala do Estudo dos Valores (Gregory, 2004).

2.2. Tipos de Valores


2.2.1. Valores Instrumentais e Terminais

Diversos filósofos como Lovejoy e Hilliard, antropólogos como Kluckhohn e


psicólogos como English defenderam que que valores se referem a modos de conduta ou

estados-fim desejáveis. Estados fins seriam caracterizados enquanto fins em si próprios e

modos de conduta podem ser entendidos como meios para um fim (Agle & Caldwell, 1999, p.

359). Alguns teóricos concentraram suas atenções em valores enquanto modos de conduta

(French; Kahn, 1962; Kohlberg, 1963; Piaget, 1965; Scott, 1965) outros focaram em estudar

valores enquanto estados-fim de existência (Allport; Vernon; Lindzey, 1960; Maslow, 1959;
Morris, 1956, Rosenberg, 1960; Smith, 1969; Woodruff, 1942; Rokeach, 1973).

Rokeach (1973, p. 7) se posiciona quanto ao assunto afirmando que valores são


compostos tanto por meios de conduta quanto por estados-fim de existência. Seu instrumento
de mensuração de valores contemplou ambos os tipos de valor, que ele chamou,

xi
respectivamente, de valores instrumentais e terminais. Todavia, Schwartz (2006 a, 2006b)

realizou pesquisas que indicaram que essa classificação entre valores instrumentais e

terminais se refere mais a uma diferenciação semântica que uma diferença de valores

propriamente dita, pois não foi encontrado suporte para a utilidade da distinção entre as duas
categorias de valores.

2.2.2. Aprendizagem dos Valores Sociais

Para Kluckhohn (1951) os valores pessoais estão relacionados à cultura de diferentes


grupos nos quais o indivíduo se insere ao longo da vida. Através da interacção social, as
pessoas desenvolvem seus valores.

Estes serão formados por preferências racionais e com base moral, apresentando,
assim, características de algo desejável. Tais valores refletem características culturais, ainda
que inclua aspectos de metas individuais, de grupo e da sociedade.

Rokeach (1973) assim como Kluckhohn (1951) considera a influência de expectativas


sociais no desenvolvimento dos valores. Entretanto, ele acrescenta algumas observações
quanto ao processo de aprendizagem dos valores individuais.

Rokeach (1973, p.6) sugere que o indivíduo, com o passar do tempo e


desenvolvimento da maturidade, se defronta com situações sociais nas quais valores são
confrontados, criando uma competição entre eles. Como exemplo, ele cita dilemas como ser
honesto ou obter sucesso e buscar reconhecimento social ou auto respeito.

Os valores, para Rokeach (1973) são aprendidos isoladamente, de forma absoluta. Um


indivíduo é ensinado ao longo de sua vida que precisa ser honesto e também que precisa obter
sucesso. Em determinados contextos, no entanto, a integração dessas duas orientações podem
ser caracterizadoras de um conflito.

Por meio do processo de maturação, o homem aprende a integrar esses valores


isolados em um sistema hierarquicamente organizado. Neste sistema, os valores são
ordenados em importância relativa a outros valores. Essa hierarquização permite ao indivíduo
desenvolver um padrão de preferências que confere estabilidade à identidade humana.

O processo de confrontação entre valores ressaltado por Rokeach (1973) também foi
considerado por Rohan (2000, p. 256). Ela afirma que o processo de avaliação de prioridades
xii
que ser humano faz constantemente para lidar com estímulos do ambiente é auxiliado por
informações coletadas em experiências passadas.

Ela sugere que, quando coletadas e organizadas, essas informações actuam como um
princípio analógico que possibilita a atribuição de significado a novos eventos e objectos.
Uma vez que esse princípio analógico tende a se repetir em diferentes situações e momentos,
Rohan (2000, p. 256) acredita que esse processo está relacionado à aprendizagem dos valores.

Rokeach (1973) sugere 36 valores, 18 em cada dimensão. Para aceder a estes valores o
autor construiu o Questionário de Valores, em que é pedido às pessoas para ordenarem estes
valores apresentados de acordo “com a sua importância, enquanto princípios que guiam a
sua vida”.

Os resultados representam a hierarquia de valores de cada pessoa, em que scores mais


baixos indicam menos importância do valor. Os valores deixam assim de ser considerados
tipologias estáveis e fixas e passam a ter uma maior flexibilidade na medida em que cada
pessoa cria a sua hierarquia de valores.

Inglehart (1997) propõe uma associação entre as necessidades básicas e o sistema de


valores, utilizando para isso a pirâmide de necessidades de Maslow (1970). Distingue valores
materialistas e valores pós-materialistas, partindo da ideia de que os valores surgem das
mudanças ocorridas na história das sociedades. Desta forma, sugere que na base dos valores
da sociedade estão as questões materialistas associadas à necessidade de estabilidade
económica e à coesão social, sendo que no topo estão os valores pós-materialistas que, à
semelhança da pirâmide de Maslow (1970), só surgem quando os anteriores atingiram um
certo nível de satisfação (Inglehart, 1997).

Os valores pós-materialistas dizem respeito à qualidade de vida, participação na


tomada de decisão e realização profissional. As teorias de valores parecem revelar algum
consenso ao conceptualizarem os valores enquanto orientações ou motivos que guiam,
explicam e justificam, atitudes, normas, opiniões, bem como a acção humana (Ramos, 2006).

xiii
3. Considerações Finais

Consoante isto as implementações teóricas dos autores citados deu-se uma


configuração de um arranjo literalmente científico ao presente trabalho de pesquisa,
mostrando concepções da influência da cultura e valores sociais, são apreendidas nesse estudo
pode-se ter acesso às crenças, às interpretações, ao conjunto de relações sociais

Nesta senda todas as culturas são igualmente dignas. Nenhuma cultura é melhor ou
superior à outra, existem apenas características específicas que distinguem uma determinada
cultura de tantas outras, reforçando a identidade do grupo detentor da mesma. De igual modo
que não existem indivíduos sem cultura.

Para concluir, a cultura é dinâmica e o seu dinamismo é garantido pelo homem, muitas
vezes de forma inconsciente. Ela tem uma relação muito forte com a natureza, com o
ambiente e com a sociedade, porquanto ela é um factor social.

xiv
4. Bibliografia Consultada

Cuche, Denys. (1999). O conceito de cultura nas ciências sociais. (2ª.ed.). Tradução de
Viviane Ribeiro. Bauru: Edusc.

Dias, S. S., Mbofana, F., Cassy, S. R., Dias, S., Augusto, G. F., Agadjanian, V., & Martins,
M. R. (2018). Estimating risk factor’s for hiv infection aamoung women in
mozambique using population-based survey data. African Journal of AIDS Research,
62-71.

Duarte, Newton & Martins, Lígia Márcia. (2012). As contribuições de Aleksei Nikolaevich
Leontiev para o entendimento da relação entre educação e cultura em tempos de
relativismo pós-moderno. Texto inédito.

Eagleton, T. (2011). A ideia de cultura. São Paulo: Editora Unesp.

Gregory, R. J. (2004). Testes psicológicos: história, princípios e aplicações. (4ª.). Boston:


Pearson.Gune, Emídio. (2008). O papel da cultura na prevenção do HIV. Maputo:
UFCS – UEM.

Kluckhohn, C.K.M. (1951).Values and value orientation in the theory of action. In: Parsons,
T.; Shlds, E.(eds). Toward a general theory of action. Cambridge, MA, Harvard

University Press.

Rohan, Meg J. (2000). A rose by any name? The values construct. Personality and Social
Psychology Review, v.4, n.3.

Rokeach, M. (1973). The nature of human values. New York: Free Press.

Schwartz, S. (2006ª). H. Há aspectos universais na estrutura e no conteúdo dos valores


humanos? In: Ros, M.; Gouveia, V.V. Psicologia social dos valores humanos:
desenvolvimentos teóricos, metodológicos e aplicados. São Paulo: Editora Senac,
p.55-85.

xv
Thompson, J. B. (2009). Ideologia e cultura moderna. Teoria social crítica na era dos meios
de comunicação de massa. Petropólis: Vozes.

xvi

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