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Índice
1. Introdução........................................................................................................................2
1.4. Metodologias................................................................................................................3
2. Revisão Teórica...............................................................................................................4
2.1.2. Cultura......................................................................................................................5
3. Considerações Finais.......................................................................................................9
4. Bibliografia Consultada.................................................................................................10
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1. Introdução
De acordo com Eagleton (2011, p.9) a “cultura é considerada uma das duas ou três
palavras mais complexas de nossa língua”. Mais complexo do que o termo cultura, para o
autor, somente o termo “natureza”, que é o seu oposto.
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1.1. Objectivos do Trabalho
1.2. Objectivo Geral
O objectivo geral do trabalho de pesquisa é analisar a influência da cultura e valores
sociais sobre a propagação da transmissão do VIH/SIDA em moçambique.
1.3. Objectivos Específicos
Explicar a influência da cultura e valores sociais sobre a propagação da transmissão do
VIH/SIDA;
Caracterizar a influência da cultura e valores sociais sobre a propagação da
transmissão do VIH/SIDA em Moçambique.
1.4. Metodologias
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2. Revisão Teórica
2.1. VIH/SIDA em Moçambique
No mundo, até 2004, as estimativas revelavam que uma entre cada cem pessoas, num
total correspondente a 40 milhões de indivíduos com idade superior aos 15 anos, eram
seropositivas (estavam infectadas) para o VIH e que cerca de 2,5 milhões de crianças
(menores de 15 anos), eram seropositivas (Jackson, citado por Onusida/Organização Mundial
da Saúde, 2003).
O primeiro caso de Aids em Moçambique foi registado em 1986. Este primeiro caso
seria de um cidadão estrangeiro que já estava infectado quando entrou no País. Em 1987, o
Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU) recebeu a equipe epidemiológica da OMS
com finalidade, em conjunto, realizarem o primeiro inquérito serro epidemiológico do país em
VIH/SIDA.
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ainda demonstraram que o risco de infecção pelo VIH por indivíduos de 15-49 anos e superior
nos residentes de áreas urbanas (16,8%) comparativamente aos moradores de zonas rurais
(11%) (Dias, et al. 2018).
2.1.2. Cultura
Thompson (2009) alerta que o conceito de cultura tem relação estreita com o
desenvolvimento da disciplina Antropologia, que tem como um dos seus principais ramos o
estudo comparativo da cultura; devido à diversidade de pressupostos e métodos, adoptar-se-á
aqui três concepções de cultura, seguindo o caminho trilhado pelo próprio Thompson que traz
duas concepções e desenvolve uma terceira.
Cultura “é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei,
costume e todas as demais capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro
da sociedade”. A condição da cultura, entre as diversas sociedades da espécie humana, na
medida em que é passível de ser investigada nos princípios gerais, é um tema apropriado para
o estudo do pensamento e da acção humanos (Tylor, citado por Thompson, 2009, p.171).
Conforme Cuche (1999) esta é a primeira definição etnológica de cultura e foi dada
pelo antropólogo britânico Edward Burnett Tylor. Trata-se de uma definição descritiva e não
normativa que rompe com as definições restritivas e individualistas de cultura: para Tylor,
segundo Cuche (1999) a cultura é a expressão da totalidade da vida social do homem,
caracterizando-se por sua dimensão colectiva.
Falar sobre cultura requer, no mínimo, falar-se sobre a história de cada povo, cada
sociedade, cada homem, enfim, o ser humano é agente social que influencia e é influenciado
pela cultura. A cultura mostra-se primeiramente na sua face objectiva, ou seja, nas obras
culturais, cuja criação incessante é para o homem a criação do próprio mundo, do espaço vital
em que se move e evolui.
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Num mundo sem obras culturais, a especificidade da presença do homem se anula. É
que o mundo não apresenta significação para o homem senão na medida em que é assumido
no movimento que opera a passagem do ser natural em ser cultural.
Para terminar esta temática portanto, o homem se realiza como homem e emerge para
o espaço humano da consciência de si mesmo no exercício do ato de criação cultural ou de
compreensão da obra de cultura: tal a dimensão de sua presença no mundo. Assim, os
condicionamentos exteriores de natureza variada que modelam a obra cultural e que a
Antropologia Cultural longamente descreve fornecem a matéria à qual só o ato de
compreensão, o ato humano por excelência, confere um sentido.
Ao realizar uma revisão da literatura sobre valores sociais, Schwartz (2006, p. 56) identificou
cinco traços citados frequentemente em diversas definições conceituais. Um valor é entendido
como:
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Schwartz (2006) por sua vez, defende que valores são metas para satisfazer três
requisitos universais: as necessidades humanas biológicas, de interação social coordenada e
requisitos param o correto funcionamento e sobrevivência dos grupos. Este entendimento é
distinto do apresentado por Lewin (1952, p. 41 citado por Rohan 2000) que defende que
“valores não são metas, pois “o indivíduo não tenta ‘alcançar’ a meta de justiça, mas justiça é
um ‘orientador’ do seu comportamento” (p. 257).
Conforme Allport, Vernon e Lindzey (1951, citados por Gregory, 2004) foram os
primeiros a dar aos valores um sentido mais concreto, associando-os a actividades do dia-a-
dia e descrevendo-o como preferências estáveis de comportamentos. A partir da classificação
apresentada por Eduard Spranger no seu livro Types of Men de 1928, em que o autor
apresenta seis valores principais que as pessoas possuem e que definem a sua personalidade,
Allport, Vernon e Lindzey criaram um instrumento que procurava medir a força relativa
destes valores, a Escala do Estudo dos Valores (Gregory, 2004).
modos de conduta podem ser entendidos como meios para um fim (Agle & Caldwell, 1999, p.
359). Alguns teóricos concentraram suas atenções em valores enquanto modos de conduta
(French; Kahn, 1962; Kohlberg, 1963; Piaget, 1965; Scott, 1965) outros focaram em estudar
valores enquanto estados-fim de existência (Allport; Vernon; Lindzey, 1960; Maslow, 1959;
Morris, 1956, Rosenberg, 1960; Smith, 1969; Woodruff, 1942; Rokeach, 1973).
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respectivamente, de valores instrumentais e terminais. Todavia, Schwartz (2006 a, 2006b)
realizou pesquisas que indicaram que essa classificação entre valores instrumentais e
terminais se refere mais a uma diferenciação semântica que uma diferença de valores
propriamente dita, pois não foi encontrado suporte para a utilidade da distinção entre as duas
categorias de valores.
Estes serão formados por preferências racionais e com base moral, apresentando,
assim, características de algo desejável. Tais valores refletem características culturais, ainda
que inclua aspectos de metas individuais, de grupo e da sociedade.
O processo de confrontação entre valores ressaltado por Rokeach (1973) também foi
considerado por Rohan (2000, p. 256). Ela afirma que o processo de avaliação de prioridades
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que ser humano faz constantemente para lidar com estímulos do ambiente é auxiliado por
informações coletadas em experiências passadas.
Ela sugere que, quando coletadas e organizadas, essas informações actuam como um
princípio analógico que possibilita a atribuição de significado a novos eventos e objectos.
Uma vez que esse princípio analógico tende a se repetir em diferentes situações e momentos,
Rohan (2000, p. 256) acredita que esse processo está relacionado à aprendizagem dos valores.
Rokeach (1973) sugere 36 valores, 18 em cada dimensão. Para aceder a estes valores o
autor construiu o Questionário de Valores, em que é pedido às pessoas para ordenarem estes
valores apresentados de acordo “com a sua importância, enquanto princípios que guiam a
sua vida”.
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3. Considerações Finais
Nesta senda todas as culturas são igualmente dignas. Nenhuma cultura é melhor ou
superior à outra, existem apenas características específicas que distinguem uma determinada
cultura de tantas outras, reforçando a identidade do grupo detentor da mesma. De igual modo
que não existem indivíduos sem cultura.
Para concluir, a cultura é dinâmica e o seu dinamismo é garantido pelo homem, muitas
vezes de forma inconsciente. Ela tem uma relação muito forte com a natureza, com o
ambiente e com a sociedade, porquanto ela é um factor social.
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4. Bibliografia Consultada
Cuche, Denys. (1999). O conceito de cultura nas ciências sociais. (2ª.ed.). Tradução de
Viviane Ribeiro. Bauru: Edusc.
Dias, S. S., Mbofana, F., Cassy, S. R., Dias, S., Augusto, G. F., Agadjanian, V., & Martins,
M. R. (2018). Estimating risk factor’s for hiv infection aamoung women in
mozambique using population-based survey data. African Journal of AIDS Research,
62-71.
Duarte, Newton & Martins, Lígia Márcia. (2012). As contribuições de Aleksei Nikolaevich
Leontiev para o entendimento da relação entre educação e cultura em tempos de
relativismo pós-moderno. Texto inédito.
Kluckhohn, C.K.M. (1951).Values and value orientation in the theory of action. In: Parsons,
T.; Shlds, E.(eds). Toward a general theory of action. Cambridge, MA, Harvard
University Press.
Rohan, Meg J. (2000). A rose by any name? The values construct. Personality and Social
Psychology Review, v.4, n.3.
Rokeach, M. (1973). The nature of human values. New York: Free Press.
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Thompson, J. B. (2009). Ideologia e cultura moderna. Teoria social crítica na era dos meios
de comunicação de massa. Petropólis: Vozes.
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