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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância

Tema: HIV-SIDA em Moçambique: uma reflexão da formação de professores na área de


prevenção de HIV-SIDA

Nome do Estudante: Elias Domingos Miandica Código: 708214748


Curso: Licenciatura em Administração Pública.
Disciplina: Habilidades de Vida, Saúde Sexual e
Reprodutiva, Gênero e HIV/SIDA.
Ano de frequência: 2º Ano.

Pemba, Novembro de 2022

Classificação
Nota
Categoria Indicadores Padrões Pontuação do Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacion  Discussão 0.5
ais  Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso
académico (expressão 2.0
escrita, cuidada,
coerência/coesão
Conteúdos textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão nacional e
internacional 2.0
relevante na área de
estudo
 Exploracao dos dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
gerais Formatação parágrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
 Rigor e coerência das
Referências Normas APA citações/referências
bibliográfic6ª edição em bibliográficas 4.0
a citações e
bibliografia
Recomendações de melhoria
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Índice

Introdução.......................................................................................................................................5

Objectivo geral...............................................................................................................................5

Objectivos Específicos...................................................................................................................5

Metodologia...................................................................................................................................5

A Formação de Professores em HIV/AIDS...................................................................................6

Situação epidemiológica e a origem do HIV no mundo e em Moçambique..................................7

Diferentes vias de transmissão do HIV..........................................................................................9

Importância do tratamento anti-retroviral e relacionação com à vida quotidiana para uma........10

Tratamento Anti-retroviral no mundo..........................................................................................10

Tratamento Anti-retroviral na África Sub-Sahariana...................................................................11

Tratamento Anti-retroviral em Moçambique...............................................................................11

Conclusão.....................................................................................................................................14

Bibliografia...................................................................................................................................15

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Introdução

O presente trabalho que abordará sobre a HIV-SIDA em Moçambique: uma reflexão da


formação de professores na área de prevenção de HIV-SIDA. Segundo o Relatório Mundial
sobre a Epidemia de Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida), cerca de 40,3 milhões de
pessoas têm o HIV (vírus da imunodeficiência humana), cinco milhões foram infectadas em
2005 e nesse mesmo ano três milhões de pessoas morreram por causa da doença.

A temática da AIDS e as suas implicações têm-se mostrado como um elemento de grande


importância na Educação, sendo que ao longo dos anos tem se figurado como um fenómeno que
se constitui socialmente, permitindo-nos verificar as derivadas sequelas sociais, como os actuais
modelos de exclusão social. Entretanto, percebe-se que ainda há pouca gestão e planificação
nesta área no ensino superior, fazendo com que os professores recém licenciados não se sintam
capacitados para abarcarem explicitamente este tema com seus alunos.

Objectivo geral

Compreender HIV-SIDA em Moçambique: uma reflexão da formação de professores na


área de prevenção de HIV-SIDA.

Objectivos Específicos

Situação epidemiológica e a origem do HIV no mundo e em Moçambique


Diferentes vias de transmissão do HIV;
Importância do tratamento anti-retroviral e relacionação com à vida quotidiana para uma
vida saudável;

Metodologia

Para a realização deste trabalho, usou-se como Metodologia, a pesquisa Bibliográfica que
consistiu na reunião de algumas obras que reúnem informações relativas a didáctica. Usou se
também a Investigação electrónica. Estas duas Metodologias serviram de base para a colecta de
informações e reconstrução do tema.

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A Formação de Professores em HIV/AIDS

Diversos autores corroboram da ideia de que a formação não se constrói por acumulação de
cursos, de conhecimentos ou de técnicas, mas sim através de um trabalho de reflexão crítica e
sistemática sobre as práticas, isto é, o modelo da formação continuada é a reflexão, feita pelos
professores, sobre a sua prática cotidiana (Alarcão, 2001).

Neste contexto, pode-se entender a formação continuada como um processo, que poderá
possibilitar ao professor um considerar e reconsiderar sobre a sua prática pedagógica e
reorganizá-la com toda a organização institucional. Assim, a partilha de conhecimentos e a troca
de experiências é fundamental na formação do professor, visto que cada professor é designado a
realizar, conjuntamente, o papel de formador e de formando (Tardif, 2006; Nóvoa, 1995).

O acelerado ritmo do desenvolvimento científico, que incita a busca de novos conhecimentos,


exige dos professores um aprendizado constante. Portanto, é preciso que os professores tenham
uma formação inicial, para que consigam levar seus alunos a assumirem um papel activo na
construção do conhecimento. No entanto, para que seja possível, em tempos de AIDS, é
necessário que exista nas instituições de ensino superior uma gestão e planificação na área do
HIV/AIDS.

Conforme Alarcão (2001), a escola precisa viver a cidadania no intuito de entender a realidade
dos seus alunos e professores. Nesta perspectiva, a interacção entre o Ensino Superior e o
Ensino Fundamental e Médio passou a constituir um importante tema de debate, na análise a
formação de professores, principalmente a partir do final da década de oitenta.

As considerações sobre formação inicial do professor contribuem para o sentido de que a


formação desse profissional inicia antes mesmo da sua formação académica e percorre durante
toda a sua actividade profissional.

Assim sendo, os professores na sua formação inicial e continuada necessitam desenvolver um


papel central na gestão e planificação na área do HIV/AIDS, para que se possa obter programas
eficientes de “conhecimentos para a vida” e saúde reprodutiva nas escolas (UNESCO, 2000).

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Situação epidemiológica e a origem do HIV no mundo e em Moçambique

A situação do HIV-AIDS em Moçambique e no Brasil

O primeiro caso de AIDS no Brasil foi notificado em São Paulo, em 1980 (Szwarcwald, Bastos,
Esteves & Andrade, 2000). Em seguida, no Rio de Janeiro, passando a se alastrar nos grandes
centros urbanos, atingindo actualmente, todas as regiões do país. Nos países da América Latina,
a AIDS se espalhou rapidamente, atingindo indiscriminadamente pessoas de todos os estratos
sociais (Szwarcwald, Bastos, Esteves & Andrade, 2000).

A partir de 1992 a epidemia da AIDS, no Brasil, passa a se alastrar rapidamente na população


feminina, em parte pela incapacidade das mulheres em negociar a prática do sexo seguro,
concretamente o uso do preservativo (Rodrigues-Junior & Castilho, 2004).

Na África, em particular em Moçambique, o HIV-AIDS atinge principalmente a população


feminina, pois razões socioculturais levam as mulheres a serem educadas nos princípios de
submissão aos homens, donde a decisão do uso ou não do preservativo caber exclusivamente ao
homem. Comparando as estatísticas regionais em relação ao HIV-AIDS, a Tabela 11 mostra
claramente que a África Subsaariana tem mais pessoas vivendo com HIV-AIDS, bem como
ocorrem mais novas infecções em relação à America Latina.

Segundo Brito et al., (2001), O HIV/SIDA destaca-se entre as diversas enfermidades infecciosas
emergentes pela grande magnitude e extensão dos danos causados às populações, desde a sua
origem cada uma das suas características e repercussões tem sido exaustivamente discutida pela
comunidade científica e pela sociedade em geral.

O HIV/ SIDA é uma doença endémica que colocou o mundo em extremo estado de alerta nos
últimos 20 anos. É considerado um grave problema de saúde física e social uma vez que afecta
as diversas esferas da sociedade (Manuel, 2011).

Segundo Maia (2008), refere que a epidemia do HIV/SIDA iniciou na década de 80 e as


primeiras notícias que se estavam formulando e difundindo a respeito desta doença foi entre a
comunidade científica e a imprensa, a qual enfocava o facto de a doença ser considerada “peste

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gay”, “doença de estrangeiro”, “epidemia a imoralidade” por atingir principalmente
homossexuais norte americanos.

Em Moçambique, o envolvimento político e do Estado iniciou apenas na segunda metade da


década de 90 e consubstanciou-se com a definição do Programa Nacional de Combate à SIDA e
de outras políticas públicas articuladas na prevenção e combate ao HIV/SIDA. Em 2000, foi
criado o Conselho Nacional de Combate ao SIDA, através do decreto nº 10/2000, com o
objectivo de gerir de forma multissectorial os programas de combate à doença, através de um
Plano Estratégico Nacional que analisa a resposta do Estado Moçambicano à pandemia,
nomeadamente a assinatura pelo governo, em 1994, da Declaração de Paris e a criação, em
1998, da Comissão Inter-Ministerial da SIDA, envolvendo oito sectores públicos (Plano
Estratégico Nacional de Combate às DTS/HIV/SIDA, 2000: 16).

Assim, o surgimento do HIV/SIDA pode remeter aos pacientes e aos seus familiares a ideia de
encurtamento da vida e o medo da incapacidade gradual; a incerteza do futuro e o medo das
perdas estão presentes constantemente na vida destas pessoas (Penn, 2001).

Desta forma, diante da comunicação diagnóstica de seropositividade para o HIV/SIDA a pessoa


pode apresentar diversas reacções, como a culpa; o remorso; o arrependimento; a revolta; o
medo; o desespero; o desejo de suicídio; a negação frente a aceitação do diagnóstico; a raiva; a
agressividade; a dor; a insegurança e a solidão (Freitas, Gir & Furegato, 2002)

Em Moçambique, as prioridades para o controlo do HIV, passam pela prevenção, o


aconselhamento e testagem, a ligação dos elegíveis aos Serviços TARV, a retenção e adesão ao
tratamento e o apoio psicossocial.

Origens do HIV-AIDS

Até os nossos dias, segundo o Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU) pouco se sabe
acerca da origem do HIV-AIDS. Nos princípios de 1980, foram diagnosticados os primeiros
casos de HIV-AIDS, nomeadamente nos EUA, Europa e Austrália, entre homossexuais, o que
fez com que, durante muito tempo, circulasse a crença de que a AIDS era uma doença
exclusivamente associada aos homens que fazem sexo com outros homens. No ano de 1981, o
centro de controlo de doenças de Atlanta, nos EUA, publicou o caso de uma doença rara,

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observada não só em homossexuais, mas também em viciados de drogas injectáveis. Em 1982, a
doença foi denominada HIVAIDS e, a partir de 1983, passa-se a considerar a possibilidade da
infecção ser transmitida por relações heterossexuais, sendo actualmente reconhecido que o HIV-
AIDS pode atacar qualquer um, independentemente da orientação sexual.

Diferentes vias de transmissão do HIV

A Transmissão do HIV requer contacto com líquidos corporais que contenham o vírus ou
células infectadas com o vírus. O HIV pode surgir praticamente em qualquer líquido corporal,
mas a sua transmissão ocorre sobretudo através do sangue, do sémen, dos fluidos vaginais e do
leite materno. Embora as lágrimas, a urina e a saliva possam conter baixas concentrações de
HIV, a transmissão por estes líquidos é extremamente rara, se ocorrer.

O HIV não se transmite pelo contacto casual (como toque, segurar a pessoa ou por beijo seco),
nem por contacto de perto e não sexual no trabalho, na escola ou em casa. Não há registro de
nenhum caso de transmissão de HIV através da tosse ou do espirro de uma pessoa infectada,
nem por uma picada de mosquito. A transmissão ao paciente por um médico ou um dentista
infectados é extremamente rara.

Para Beith, (2006), O HIV é geralmente transmitido das seguintes formas:

Por contacto sexual com uma pessoa infectada, quando a membrana mucosa que reveste
a boca, a vagina, o pénis ou o recto fica exposta a líquidos corporais, como sémen ou
fluidos vaginais contendo HIV, como ocorre durante uma relação sexual desprotegida.
Injecção de sangue contaminado, como pode ocorrer quando agulhas são compartilhadas
ou um profissional de saúde é acidentalmente picado com uma agulha contaminada por
HIV.
Por transmissão de uma mãe infectada para o seu filho, quer seja antes, durante ou
depois do parto através do leite materno.
Procedimentos médicos, como transfusão de sangue que contenha HIV, procedimentos
realizados com instrumentos inadequadamente esterilizados ou transplante de um órgão
ou de tecidos infectados.

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O HIV tem mais probabilidade de ser transmitido se a pele ou uma membrana mucosa for
lacerada ou danificada, ainda que minimamente.

Importância do tratamento anti-retroviral e relacionação com à vida quotidiana para uma


vida saudável

Alves (2012), os primeiros medicamentos anti-retrovirais (ARV) surgiram na década de 1980.


Esses medicamentos agem inibindo a multiplicação do HIV no organismo e, consequentemente,
evitam o enfraquecimento do sistema imunológico.

André (2005), o uso regular dos medicamentos é muito importante, pois evita que a infecção
evolua para AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Humana). É importante frisar que existe uma
diferença entre o HIV e a AIDS. O HIV é o vírus causador da doença, a AIDS. A doença causa
sérios danos ao sistema imunológico e interfere na habilidade do nosso organismo de lutar
contra outros tipos de infecções. O portador do vírus pode não ter a doença, mas se não tiver os
devidos cuidados (tratamento) poderá desenvolver a doença.

Bonolo (2005), Terapia Antirretroviral (TARV): os anti-retrovirais (ARV) são fármacos


utilizados no tratamento do HIV. Os principais objectivos da TARV são: redução da morbidade
associada ao HIV, melhoria da qualidade de vida, preservação do sistema imune do paciente,
suprir a replicação, ou seja, redução da quantidade de vírus no organismo do paciente (redução
da carga viral). É um método de prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho, que
consiste na utilização de anti-retrovirais em gestantes com HIV, durante a gestação.

Tratamento Anti-retroviral no mundo

O tratamento da infecção pelo HIV tem evoluído continuamente e mudando sensivelmente a


história natural do SIDA. Os inibidores da transcriptase reversa foram à primeira classe de
fármacos, introduzidos como ARV para o tratamento do HIV e têm sido a base do TARV.

Com o TARV mais potente, as manifestações clínicas decorrentes da infecção pelo HIV
tornaramse menos frequentes e houve melhoria substancial do prognóstico dos pacientes com
HIV (Romanelli & Biasoli2008).

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A disponibilidade de diferentes classes de anti-retrovirais e o uso em combinação de três ou
mais delas, transformou o tratamento dos indivíduos com HIV, de tal modo que a morbilidade e
mortalidade declinaram entre 60 e 80% no mundo (WHO 2005).

De acordo com WHO 2000,o TARV teve início em 1986 com o uso da Zidovudina (AZT), foi
previamente testada em doenças oncológicas foi usada em monoterapia de 1994 a 1995 e
consolidou-se com a terapia dupla e como padrão terapêutico e, a partir de 1996 a terapia tripla,
com a introdução dos inibidores da protease.

Segundo Romanelli,et al. (2008), indicam que existem importantes barreiras no sucesso a médio
e longo prazo do tratamento. As principais dificuldades estão associadas com a toxicidade dos
medicamentos, a adesão terapêutica e a resistência viral. A não adesão ao tratamento com a
associação dos ARV tem sido considerada como um dos mais ameaçadores perigos para a
efectividade do tratamento, na dimensão individual e para a disseminação da resistência viral
em saúde pública.

Os mesmos autores acrescentam que a transmissão de pessoa a pessoa de vírus resistentes aos
medicamentos, ocorre numa variedade de aspectos, incluindo entre adultos e de mãe para o
filho, indicando que os testes de resistência aos medicamentos antes de iniciar o TARV podem
ser útil até mesmo para pacientes que nunca tiveram tratamento.

Tratamento Anti-retroviral na África Sub-Sahariana

O tratamento anti-retroviral na África Sub-Sahariana começou a ser implementado a partir de


2002, na África do Sul, Botswana, Uganda e Moçambique (Barroso, 2006).

Para Brambatti (2001), e outros indicam que medidas preventivas devem ser tomadas agora e
continuamente para compensar a eventualidade de um grande número de pacientes que falham o
tratamento de primeira linha devido aos elevados custos da segunda linha e as complicações
com o aparecimento de infecções oportunistas

Tratamento Anti-retroviral em Moçambique

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Estima-se que um milhão e quatrocentas mil pessoas em Moçambique estão infectados pelo
vírus HIV/SIDA e cento e vinte mil novas infecções acontecem por ano colocando o País entre
os 10 mais afectados pela pandemia ao nível mundial.

Neste sentido, de acordo com o Relatório Anual do Programa Nacional de Controle de ITS-
HIV/SIDA de 2013, como forma de fazer frente à rápida progressão desta epidemia, em 2002
foi introduzido o TARV no país. Em 2006, o MISAU deu início à descentralização e à expansão
do acesso aos serviços de saúde para os 128 distritos do país. Enquanto isso, verificava-se a
subida de 211 unidades sanitárias oferecendo o TARV para 563 de 2007 à 2013 e o número de
pacientes em tratamento que em 2008 eram quase cento e vinte nove mil aumentaram para cerca
de quinhentos mil em 2013.

Segundo Manjate (2013), em Junho de 2013 Moçambique introduziu uma nova terapia em que
o doente passa a tomar um único comprimido por dia ao invés de 2 como vinha acontecendo,
cerca de 22,184 já tem acesso contra os 132.591 previstos para finais de 2015.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para SIDA, (ONUSIDA, 2015), Moçambique
está entre os onze países do mundo onde, não obstante a epidemia estar generalizada, cerca de
2,5 milhões de pessoas não têm acesso à terapia anti-retroviral, uma vez que regista-se menos de
50% de cobertura do TARV e grandes lacunas no acesso ao tratamento, pelo que, recomenda
esforços especiais para manter e acelerar a expansão do tratamento nesses países.

O Governo e seus parceiros desenharam as estratégias nacionais de combate ao SIDA que foram
traduzidas no chamado Plano Estratégico Nacional, (PEN). Com o efeito, depois do PEN I
(2000- 2002): que visava reduzir a propagação das infecções de HIV e mitigar os efeitos da
epidemia através de uma perspectiva de resposta multissectorial com foco em acções de
prevenção (UNAIDS, 2008), apareceram sucessivamente o PEN II (2005-2009) que objectivou
reduzir o nível de infecção e o aumento dos cuidados e tratamento a participação de todos os
beneficiários no processo de mitigação.

Em resultado da implementação do PEN II, destacam-se o alargamento do aconselhamento e


testagem em unidades sanitárias; a expansão dos serviços de prevenção de transmissão vertical e
tratamento anti-retroviral, o PEN III (2010 – 2014) que preconizava a redução do risco e

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vulnerabilidade ao HIV e SIDA; prevenção; tratamento e cuidados; e mitigação do impacto e,
finalmente, foi aprovado recentemente o PEN IV (2015/2019), perspectivando incrementar as
campanhas de comunicação para a mudança de comportamento destinadas a grupos de alto
risco, continuar a apoiar a integração do HIV/SIDA nos planos sectoriais e melhorar o acesso e
adesão, testagem e tratamento, ampliar o circuito da distribuição do preservativo com apoio do
sector privado e outros.

De acordo Maloa, (2014) referindo-se as acções do Governo de Moçambique (2010), orientadas


ao combate do HIV e SIDA, destaca quatro metas estratégicas prioritárias: redução do risco e
vulnerabilidade; prevenção visando reduzir a ocorrência de novas infecções pelo HIV em
Moçambique em 25% nos próximos 5 anos; tratamento e cuidados e, mitigação das
consequências.

Em Moçambique o tratamento anti-retrovital (TARV) começou a ser administrado em dois


hospitais Centrais (Maputo e Beira) em 2002 e no final de 2003 já era administrado em dez
serviços apoiados por Organizações Não Governamentais (ONUSIDA, 2004).

A taxa de cobertura do TARV registou um rápido aumento no período de 2005 a 2007.Em


2005,o Ministério da Saúde tinha apenas 32 postos a disponibilizar o tratamento a 20 mil
pacientes, número que Dezembro de 2006 aumentou para 150 postos oferecendo o TARV a41
mil pacientes (Brambatti, 2007).

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Conclusão

Conclui se que o vírus da imunodeficiência humana (VIH) e a síndrome de imunodeficiência


adquirida (SIDA), que no início chegou a ser considerado um fenómeno remetido a
determinados grupos sociais de risco e que por sinal até eram vistos com a margem por
referência ao padrão social tido como “ normal” , tornou-se no início dos anos oitenta uma
doença transversal a todas as sociedades, grupos e perfis sociodemográficos. Contudo, que mais
se espera dos pacientes com VIH/SIDA é que sejam responsáveis no cumprimento integral da
medicação, tratamentos e orientações dadas pelos profissionais de saúde e por compressões de
variável ordem, a adesão à terapêutica tem-se declarado um fenómeno nacional e internacional
crescente, problemático e com consequências sérias no individuo, família e sociedade.

Sublinhar a questão das problemáticas da AIDS, especificamente a formação docente em


HIV/AIDS, não é fácil. Contudo, propor a reflexão sobre a formação inicial e continuada, é
fundamental nos dias de hoje, visto que a realidade actual nos confronta com o alastramento
desta pandemia e, consequentemente com crianças seropositivas em nossas salas de aula. A
criança é sujeita a preconceitos de todos os tipos. “Infelizmente”, sabe-se que grande parte deste
preconceito, desta discriminação é consequência da falta de conhecimento sobre as questões que
envolvem o HIV/AIDS. Por isso há necessidade de propostas educativas como forma de
prevenção ao HIV e de combate a discriminação das pessoas seropositivas.

Cabe ressaltar que o reconhecimento pelos professores da necessidade de abordagem do


HIV/AIDS é um primeiro passo. Porém, sabe-se que é preciso uma mudança de comportamento
e atitudes por parte de todo o sistema educacional e que esta demandará de tempo, devido às
posturas e às condutas adoptadas histórica e culturalmente na nossa sociedade. E, ainda, o
sentido para o modelo reflexivo de formação, proposto por vários autores – contínuo, longo e
sistemático, em que sejam enaltecidas as experiências, as histórias de vida, as práticas
pedagógicas, os saberes construídos pelos professores, o exercício de reflexão em grupo e o
desenvolvimento de competências para abordar esta temática.

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Bibliografia

Alarcão, I. (2001). Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre.

Alves, G. C., & Mazon, L. M. (2012). Perfil dos pacientes em tratamento para HIV/AIDS e
factores determinantes na adesão ao tratamento anti-retroviral. Saúde e Meio ambiente,
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André, M. R. D. L. (2005). Adesão à Terapêutica em pessoas infectadas pelo VIH/SIDA.


Universidade de Coimbra.

Barroso, (2006). Adesão ao tratamento com anti-retrovirais entre pacientes com SIDA,
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Beith, A., & Johnson, A. (2006). Interventions to Improve Adherence to Antiretroviral


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Bonolo, P. F. (2005). Terapia anti-retroviral em indivíduos vivendo com HIV/AIDS, Belo


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Pesquisa. Ribeirão Preto:

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