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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A aprendizagem

Equines Alfredo Guerra Caetano - 708191438

Curso: Licenciatura em Ensino de


Biologia
Disciplina: Didáctica de Biologia I
Ano de Frequência: 2º Ano

Nampula, outubro, 2020


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Capa 0.5

Índice 0.5
Aspectos
Introdução 0.5
Estrutura Organizacion
ais
Discussão 0.5

Concussão 0.5

Bibliografia 0.5
Contextualização
2.0
(indicação clara do
Introdução problema)
Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
discurso académico
3.0
(expressão escrita cuidada,
coerência/coesão textual).
Conteúdo
Análise e
discussão Revisão bibliográfica
nacional e internacional 2.0
relevante na área de
estudo

2.5
Exploração dos dados
Contributos teóricos e
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letras, parágrafos, 1.0
Gerais
espaçamentos entre linhas
Normas APA
Referências Rigor r coerência das
6ª edição em
Bibliográfic citações/referências 2.0
citações e
as bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução..........................................................................................................................3

Conceito da Aprendizagem...............................................................................................4

Tipos da Aprendizagem.....................................................................................................5

Aprendizagem associativa.................................................................................................6

Aprendizagem condicionada.............................................................................................6

Factores da Aprendizagem................................................................................................7

Motivação..........................................................................................................................8

Os acontecimentos anteriores............................................................................................8

Quantidade de informação.................................................................................................9

A diversidade das atividades.............................................................................................9

Planificação e a organização.............................................................................................9

A cooperação.....................................................................................................................9

Processos de Aprendizagem............................................................................................10

Processos de Aprendizagem: Vygotsky..........................................................................10

Processos de Aprendizagem Jean Piaget.........................................................................10

Processos de Aprendizagem pós-piagetiano...................................................................12

Conclusão........................................................................................................................14

Referências bibliográficas...............................................................................................15

ii
Introdução
Fala-se tanto em ensinar e pouco em aprender. Mas, de que adianta tentar ensinar, se o
aluno não aprende? Hoje, já está sendo invertida essa situação. Toda preocupação gira em torno
do educador e da aprendizagem. Afinal, se o aluno não quer, não aprende. Se não se interessa, não
presta atenção, não faz esforço e não pensa, portanto não aprende. Adianta ensinar? O aluno é o
objeto e o agente da aprendizagem. A aprendizagem ocorre dentro dele e por meio da sua ação,
do seu pensamento. Por mais que um professor se esforce, é inútil tentar incutir algo na cabeça do
aluno, se este não quiser.
Dizemos que uma pessoa aprendeu, quando mudou sua maneira de agir, de pensar e de
ser; a partir do momento em que ela passa a ter atitudes diferentes. Uma pessoa que não gostava
de estudar e depois que teve um bom professor passou a gostar de estudar, é porque aprendeu.
Mudou de atitude.
Aprender é também formar hábitos: hábitos de esmero nos trabalhos; hábitos de higiene;
hábitos de pontualidade; hábito de cumprimentar os outros; hábitos de agradecer; hábitos de
economizar. prender é compreender as coisas que se veem, se ouvem, se sentem e se fazem. É
ligar as ideias e experiências novas com as velhas, e as velhas entre si para formar uma nova ideia.
É incorporar novas experiências à sua bagagem cultural, mudando sua maneira de pensar, ser e
agir. São objectivos deste trabalho (exame), definir o conceito da aprendizagem, distinguir os tipos
de aprendizagem, descrever e dar exemplo dos tipos de aprendizagem, caracterizar os diferentes
factores da aprendizagem, descrever os diferentes tipos de aprendizagem, definir aprendizagem
segundo Vygotsky, Piaget, descrever os processos da aprendizagem de acordo com o
posicionamento de vários autores.
A metodologia utilizada para a elaboração deste exame foi a das referências
bibliográficas

3
Conceito da Aprendizagem
O ser humano, desde o nascimento, aprende a conviver com as outras pessoas,
aprende os valores culturais; aprende a desempenhar papeis sociais; aprende a usar
instrumentos e signos construídos historicamente pelo ser humano; aprende a ter desejos
e interesses. Neste sentido, a aprendizagem envolve o uso e desenvolvimento de todas
as capacidades e potencialidades do homem, tanto físicas, quanto mentais e afetivas.
Na tentativa de dar o conceito de da aprendizagem vários autores propõem
diversos conceitos, entretanto, para muitos autores, a aprendizagem é um processo
natural na vida de todo ser humano, concluído na idade adulta. Assim, Para Skinner
(1982) citado por [CITATION Rev09 \p 83 \l 2070 ], a aprendizagem seria basicamente
uma mudança de comportamento, ou seja, a pessoa demonstra saber algo que não sabia
antes.
De cordo com [CITATION Uss11 \p 20 \l 2070 ], vários autores define a
aprendizagem como sendo um processo integrado que provoca uma transformação
qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformação se dá através
da alteração da conduta de um individuo, seja por condicionamento operante,
experiencia ou ambos, de uma forma razoavelmente permanente. Alguns teóricos
apresentam alguns conceitos relacionados a aprendizagem tai como:
 A aprendizagem ocorre sempre que o comportamento do aprendiz exibe uma
mudança ou tendência progressiva.
 A aprendizagem consiste na assimilação de informação.
 Aprendizagem é a aquisição de conhecimentos, na qual a modificação e a
combinação de estruturas cognitivas são os processos básicos.
 Aprendizagem refere-se à mudança no comportamento de um sujeito a uma
determinada situação.
 Aprendizagem pode ser definida como um processo de construção e de
assimilação de uma nova resposta.
 Aprendizagem é uma modificação no desempenho que ocorre em função da
prática.
 Aprendizagem é um processo que se manifesta por meio de mudanças adaptadas
no comportamento individual.
 Aprendizagem pode ser definida como um processo de construção e de
assimilação de uma nova resposta.

4
Em termos gerais, a aprendizagem define-se como “uma mudança relativamente
permanente no comportamento e no conhecimento devido à prática ou experiência”. As
mudanças operadas na aprendizagem ocorrem devido à prática anterior ou experiência
passada e distinguem-se de outros tipos de mudanças comportamentais resultantes da
maturação dos organismos, de doenças, estados de ansiedade e tomada de drogas.

Tipos da Aprendizagem
Existem diversos tipos de aprendizagem, consubstanciadas nas mais variadas atividades
da vida humana. Algumas aprendizagens se dão desde os primeiros anos de vida e estão
vinculadas ao cotidiano da pessoa, como: sentar, andar, falar, identificar e pegar objetos, comer
sozinha etc. Outras acontecem de forma sistemática em instituições próprias, como a escola. De
acordo com Ussene (2011) existem quatro categorias representativas do estilo da aprendizagem1:
 Aprendizagem visual: é aquela centrada na visualização, o indivíduo tem inclinação ao
aprendizado utilizando estímulos visuais, estabelece relações entre ideias e conceitos a
partir de imagens. O uso de fotos, vídeos, demonstrações e outros recursos visuais é
indicado. A observação e a leitura podem ser métodos de estudo interessantes para estes
estudantes
 Aprendizagem auditiva: é aquela centrada na audição, o indivíduo tem inclinação ao
aprendizado utilizando estímulos auditivos, estabelece relações entre ideias e conceitos a
partir de sons, especialmente da linguagem falada. O estudo deve priorizar o ouvir e o
falar. O aluno pode ler em voz alta, utilizar recursos audiovisuais. Em sala de aula a
explicação do professor é de grande importância.
 Leitura/escrita: aprendizagem que ocorre através de leitura de textos;
 Ativa ou cinestésico: centrada no fazer, ou seja, é aprendizagem que versa sobre
as experiências. o indivíduo tem inclinação ao aprendizado por meio dos
movimentos corporais. O uso de experiências que envolvem tocar, sentir e
explorar é de grande relevância. Indica-se o uso de atividades práticas, pois o
tocar e o fazer são importantes para estes alunos
Aprendizagem não é apenas aquisição de conhecimentos ou aquisição de
desempenho. É um fenômeno que abrange três áreas do desenvolvimento humano,

1
Para Campbell, Campbell e Dickinson (2000, p. 161) “Os estilos de aprendizagem referem-se às
diferenças individuais na maneira como a informação é compreendida, processada e comunicada”.

5
quais sejam: cognitiva, psicomotora e afetiva. Portanto, podemos identificar ainda os
tipos de aprendizagem mais destacados por vários autores:
 A aprendizagem associativa (condicionamento Clássico);
 Aprendizagem condicionada (condicionamento Operante ou
cognitivista);

Aprendizagem associativa
Tipo de aprendizagem no qual um estímulo neutro passa a produzir uma resposta depois
de ser associado com um estímulo que naturalmente produz aquela resposta.
Os teóricos da associação vêem a aprendizagem como o resultado de conexões
(associações) entre estímulos (impressões sensoriais) e respostas. Por exemplo, cães que salivam
quando ouvem o abre-latas abrir a lata da sua comida, bebés que acenam adeus quando as mães
lhes pedem, ou alunos da primária que dizem «setenta e dois» face ao estímulo «nove vezes oito»
são exemplos de aprendizagem associativa. Formou-se um elo entre os elementos, um estímulo e
uma resposta.

Aprendizagem condicionada
Condicionamento operante é a aprendizagem na qual uma resposta voluntária é reforçada
ou enfraquecida, dependendo de suas consequências favoráveis ou desfavoráveis. Quando
dizemos que uma resposta foi reforçada ou enfraquecida, queremos dizer que ela se tornou mais
ou menos provável de voltar a ocorrer regularmente . Os teóricos cognitivistas vêem a
aprendizagem como uma reorganização de perceções. Esta reorganização permite que
quem aprende perceba novas relações, resolva novos problemas e ganhe uma
compreensão básica da matéria. Um exemplo para este tipo de aprendizagem pode ser
considerado o seguinte: um aluno do 1º ano da 2ª fase que subitamente percebe que a
multiplicação é uma sucessão de adições, um chimpanzé que de repente percebe que
juntando dois paus já consegue chegar à banana agora ao seu alcance, ou o aluno do
oitavo ano que descobre uma forma de calcular a área do.
Mas a respeito desse ponto, Pinto (2003) distingue oito (8) tipos de
aprendizagens:
1. Aprendizagem de Sinal: aprendizagem de uma resposta geral e difusa a um
sinal, como no condicionamento clássico.
 Exemplo: piscar os olhos quendo se ouve um ruido.

6
2. Aprendizagem de Estímulo-resposta: aquisição de uma conexão precisa de
um estimulo preciso e uma resposta.
 Exemplo: travar no semáforo vermelho.
3. Encadeamento: aprender a estabelecer um encadeamento entre dois ou mais
estímulos-resposta.
 Exemplo: reconhecer pelo som palavras escritas.
4. Associações verbais: aprender a ligar palavras, funcionando estas como um
estimulo, e a combinar palavras, que funcionam como resposta.
 Exemplo: a partir de palavras escritas reconhecer uma frase.
5. Discriminação múltiplas: aprender a discriminar estímulos semelhantes e a
responder de diferentes maneiras
6. Aprendizagem de conceitos: responder de classificação de grupos de objecto,
factos, ideia; capacidade de lidar com o semelhante e o diferente.
7. Aprendizagem de princípios Gerais: Aquisição de uma compressão cara de
proposições relacionando dois ou mais conceitos de modo que A…então B.
8. Resolução de problemas: envolve capacidade de pensamento: combinação de
dois ou mais princípios para chegar a uma solução única.

Factores da Aprendizagem
O processo de aprendizagem é influenciado por vários factores, sejam eles
externos ou internos. Assim no que refere ao factores da aprendizagem, [ CITATION
Kar15 \l 2070 ] afirma que:

para que aconteça a aprendizagem, ela depende de vários fatores, quais sejam:
inteligência, motivação, maturação, hereditariedade (fator biológico) perceção,
bem como da própria potencialidade da pessoa, o que também está interligado ao
seu estado físico e emocional e também ao ambiente no qual ela está inserida (p.
26).

Seguindo essa linha de pensamento, Ussene (2011), aponta alguns factores tais
como:
 Motivação;
 Os acontecimentos anteriores;
 Quantidade de informação
 A diversidade das atividades
 Planificação e a organização; e

7
 A cooperação.
A respeito disso, Paín2 (1985) entende que a aprendizagem está relacionada a
quatro fatores (orgânicos, específicos, psicógenos e ambientais), a partir dos quais pode-
se compreender os problemas de aprendizagem.

Motivação
A aprendizagem só acontece quando o sujeito tem interesse, desejo e vontade
para aprender algo. Por Isso, Ussene, afirma que se aprende melhor e mais depressa
quando houver interesse pelo que se está a estudar. Entretanto, podem ser distinguidos
dois tipos de motivação, intrínseca e a extrínseca.
A motivação intrínseca refere-se à escolha e realização de determinada atividade
por sua própria causa, por esta ser interessante, atraente ou, de alguma forma, geradora
de satisfação. A motivação extrínseca tem sido definida como a motivação para
trabalhar em resposta a algo externo à tarefa ou atividade, a m de obter recompensas
(materiais ou sociais) ou reconhecimento, objetivando atender aos comandos ou
pressões de outras pessoas ou demonstrar competências ou habilidades.
Exemplo 1: “Eu gosto de estudar Química e Biologia, pois a gente estuda os
elementos químicos, célula, fotossíntese, o funcionamento do organismo humano e
outros” (motivação intrínseca).
Exemplo 2: “Educação Física eu gosto, porque tenho chance de participar de
campeonatos e fazer novas amizades” (Motivação extrínseca)

Os acontecimentos anteriores
Os acontecimentos anteriores que um individuo possui podem condicionar a
aprendizagem. Há conhecimento, aprendizagens que servem como pré-requisitos, e
quando não forem concretizados, podem inviabilizar o processo de aprendizagem. Uma
nova aprendizagem só se concretiza quando o material novo se incorpora, se
relacionada, com os conhecimentos e saberes já possuídos.

2
Citado por Poivesan, J., Ottonelli, J. C., Bordin, J. B., & Piovesan, L. (2018).
Psicologia do desnvolvimento e da Aprendizagem. (N. d. Educacional, Ed.) Santa
Maria: RS: UFSM (p. 70).

8
Exemplo: para o aluno saber e distinguir os seres autotróficos e heterotróficos,
primeiro deve ter como pré-requisito, ou seja, conhecimento prévio a noção de um ser,
auto e herero.
Quantidade de informação
a capacidade de o homem aprender novas informações é limitada: não é
exequível harmonizar enormes porções de informações ao mesmo tempo. É
imprescindível concretizar-se a uma seleção da informação proeminente, dispondo–a de
modo a poder ser superintendida em composturas de aprendizagem.

A diversidade das atividades


Quanto mais diferenciadas as abordagens de um tema, quanto mais diversificada
as tarefas, maior é a motivação e a concentração e melhor decorrer a aprendizagem.

Planificação e a organização
Este fator está mais ligado com a organização, planificação, definição clara dos
objectivos, seleção de estratégias. Quando o aluno é planificado, organizado e definição
claras dos seus objectivos a atingir numa determinada disciplina ou classe, pode
influenciar no seu desenvolvimento da aprendizagem.
Exemplo: um aluno que define seus objectivos de passar numa classe, ele se
empenha bastante para alcançar seus objectivo naquele ano, é obvio que um aluno com
objectivos é u aluno planificado e organizado.

A cooperação
Uma das formas que um ser humano pode aprender com mais facilidade é aprendendo
mutuamente com semelhante. Entretanto, uma cooperação na resolução de certos problemas
pode influenciar positivamente a aprendizagem.
Exemplo: verificasse nos últimos dias que os estudos em grupo, tem facilitado a
aprendizagem de vários estudantes, bem como professores. Muitas das vezes professores de
química vão a procura de professores de biologia para ajuda-los na explicação de processos de
fermentação e vice-versa. Outro caso verifica-se, na disciplina de física, alguns professores de
física cooperam com professores de química, biologia e matemática, para melhor transmissão de
conhecimento ou da aprendizagem aos seus alunos.

9
Processos de Aprendizagem
No que tange a essa temática, são distinguidos três processos da aprendizagem, cujo estes
versam sobre o posicionamento dos pensadores como Lev Semyonovich Vygotsky, Jean Piaget, e
pós-piagetiano.

Processos de Aprendizagem: Vygotsky


Para Vygotsky (1998) “o homem nasce equipado com certas características próprias da
espécie (por exemplo, a capacidade de enxergar por dois olhos, que permite a perceção
tridimensional, ou a capacidade de receber e processar informação auditiva), mas as chamadas
funções psicológicas superiores, aquelas que envolvem consciência, intenção, planeamento, ações
voluntárias e deliberadas, dependem de processos de aprendizagem” (Vygotsky apud Oliveira,
2003, p. 55-56). Assim, o pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural
e inata, mas é determinada por um processo histórico-cultural e tem propriedades e leis
especificas que não podem ser encontradas nas formas naturas de pensamento e fala.
Uma vez admitido o caracter histórico do pensamento verbal, devemos considera-lo
sujeito a todas as premissas do materialismo histórico, que são validas para qualquer
fenómeno histórico na sociedade humana (Vygotsky, 1993, p. 44) apud por [CITATION
Uss11 \p 36 \l 2070 ].
Sendo o pensamento sujeito as interferências históricas as quais está o individuo
submetido, entende-se que, o processo de aquisição da ortografia, alfabetização e o uso autónomo
da linguagem escrita são resultantes não apenas do processo pedagógico do ensino-aprendizagem
propriamente dito, mas das relações subjacentes a isto. A linguagem seria então o motor do
pensamento, contrariando assim a concepção desenvolvista que considera o desenvolvimento a
bastante para a aquisição da linguagem.
De acordo com Ussene (2011), Vygotsky “defende que os processos de
desenvolvimento não coincidem com os processos de aprendizagem, uma vez que o
desenvolvimento progride de forma mais lenta, indo atrás do processo da aprendizagem,
isto ocorre de forma sequencial” (Vygotsky, 1991, p. 102).

Processos de Aprendizagem Jean Piaget


Jean Piaget foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, considerado um dos
mais importantes pensadores do século XX. Em seus estudos, Piaget não teve como
propósito desenvolver uma teoria de aprendizagem, mas uma teoria do

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desenvolvimento. Sua preocupação central era o sujeito epistêmico, ou seja, o estudo
dos processos de pensamentos presentes desde a infância inicial até a idade adulta.
Para ele, o conhecimento não pode ser concebido como algo inato, tampouco
como resultado do simples registro de perceções e informações. Mas é o resultado das
ações e interações do sujeito com o ambiente onde vive. Embora o funcionamento da
inteligência seja herdado, as estruturas da mente vão sendo construídas a partir da
organização sucessiva das ações do sujeito sobre os objetos. Sendo o conhecimento
resultado da interação do sujeito com o objeto, por meio da ação que realiza sobre ele, o
sujeito conhece-o, transforma-o, compreendendo o processo dessa transformação, e
como resultado, entendendo como o objeto foi construído.
Para Piaget, a lógica do desenvolvimento é a busca do equilíbrio que ocorre por
meio de mecanismos de adaptação do indivíduo ao meio. Assimilação e acomodação
são processos complementares, diretamente ligados ao processo de adaptação. No
processo de assimilação, elementos do meio são incorporados à estrutura cognitiva do
sujeito. Na acomodação, há uma modificação nas estruturas do sujeito para que se
adapte às modificações do meio.
Segundo Moreira (2009) no processo de Piaget, a aprendizagem acontece por
“assimilação e acomodação”, ou seja, quando o organismo assimila, ele incorpora a
realidade a seus esquemas de ação, impondo-se ao meio, e no processo de assimilação o
organismo, ou mente, não se transforma. Assim, quando o indivíduo não consegue
assimilar certa situação, o organismo, ou mente se modifica ou ainda desiste da
situação. Contudo, se modificar ocorre a acomodação, levando à construção de novos
esquemas de assimilação e resultando no desenvolvimento cognitivo. No
Construtivismo a aprendizagem só acontece quando os esquemas de assimilação sofrem
acomodação.
Segundo Piaget (1971), haveria aprendizagem somente quando o esquema de
assimilação sofre acomodação. Nesse sentido, o sujeito vai construindo teorias acerca
do funcionamento do meio físico e social. O desenvolvimento cognitivo constitui um
processo de sucessivas mudanças nas estruturas cognitivas, de construção e
reconstrução contínuas de esquemas prévios, os quais, aos poucos, transformam bases
inatas e reflexas em representações mentais, conduzindo ao equilíbrio. O equilíbrio
entre os dois processos possibilita uma adaptação cada vez mais adequada do sujeito ao
mundo e, consequentemente, sua organização mental

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Processos de Aprendizagem pós-piagetiano
No ponto de vista de Paín (1986) citado por Ussene (2011), toma como base a
teoria piagetiano para descrever a aprendizagem sintomática, na qual descreve como
assimilação e acomodação como sendo dois movimentos que atuam no modo como o
sujeito aprende e como isso pode ser sintomatizado, tendo assim características de um
excesso ou escassez de um desses movimentos, afetando o resultado final.
Na abordagem de Piaget, o sujeito está em constante equilibração, ou seja, existe
neste processo de adaptação duas actividades inter-relacionadas assimilação e a
acomodação. Entretanto Paín, partindo do pressuposto de Piaget, afirma que as
dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a uma hiperatuação de uma de
uma dessas formas, somadas a uma hipo-atuação da outra gerando as modalidades de
aprendizagem sintomática.
O processo de aprendizagem pós-piagetiano ou aprendizagem sintomática
divide.se em 4 modalidades principais:
 Hiperassimilção: sendo a assimilação um processo mental através do
qual a criança incorpora novos dados resultantes da sua relação com o
meio, numa aprendizagem sintomatizada pode ocorrer pelo uma
exacerbação desse movimento, de modo que o aprendiz não se resigna
ao aprender. Aqui há excesso novos conhecimentos que conhecimentos
acomodados, isto é, o aprendiz não acomoda a maior parte dos novos
conhecimentos.
 Hipoacomodação: a acomodação sendo um processo mental pelo qual os
mecanismos mentais são alterados em função das novas experiências
provenientes da assimilação, na aprendizagem sintomatizada a
acomodação pode ser dada resistência de acomodação, ou seja, há uma
dificuldade de internalizar os objecto. Contudo, aqui também haverá
maior assimilação em relação a acomodação.
 Hiperacomodação: no paragrafo anterior, frisamos que a acomodação é
um processo mental pelo qual os mecanismos mentais são alterados em
função da nova experiência na assimilação, no entanto, o excesso da
internalização das novas experiencias pode levar a pobreza de contacto
de subjetividade, levando aa submissão a obesidade acrítica.

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 Hipoassimilação: Hipo significa pouco ou pobre, no entanto, nessa
aprendizagem, há pouca experiencia que o aprendiz incorpora novos
dados resultados do meio, fazendo com que haja Hiperacomodação.

13
Conclusão
Neste trabalho (exame) abordamos o assunto aprendizagem, mas focamo-nos
apenas nos tipos de aprendizagem, fatores que influencia a aprendizagem e os processos
da aprendizagem, no entanto, conclui-se que a aprendizagem é uma mudança
relativamente permanente no comportamento produzida pela experiência, e para que
aconteça a aprendizagem, ela depende de vários fatores, quais sejam: inteligência,
motivação, maturação, hereditariedade (fator biológico) perceção, bem como da própria
potencialidade da pessoa, o que também está interligado ao seu estado físico e
emocional e também ao ambiente no qual ela está inserida, para alem desses fatores
abordamos também os fatores, relacionados com a os acontecimentos anteriores,
quantidade de informação, a diversidade das atividades, planificação e a organização; e
a cooperação. No que tange aos tipos de aprendizagem identificamos dos tipos de
aprendizagem, a aprendizagem associativa e a condicionada. O primeiro tipo de
aprendizagem é aquela qual um estímulo neutro passa a produzir uma resposta depois
de ser associado com um estímulo que naturalmente produz aquela resposta. O segundo
é a aprendizagem na qual uma resposta voluntária é reforçada ou enfraquecida, dependendo de
suas consequências favoráveis ou desfavoráveis.

14
Referências bibliográficas
Lopes, K. B. (2015). Psicologia da Aprendizagem. Cuiabá: UFMT.

Pinto, J. (2003). Psicologia da Aprendizagem: Concepções, Teorias e Processos. (I. d.


Profissional, Ed.) Stória Editores, Lda.

Poivesan, J., Ottonelli, J. C., Bordin, J. B., & Piovesan, L. (2018). Psicologia do
desnvolvimento e da Aprendizagem. (N. d. Educacional, Ed.) Santa Maria: RS:
UFSM.

Revilla (org), A. M., & Mata, F. S. (2009). Didáctica General (2ªed ed.). (A. Canizal,
Ed., & M. C. Rea, Trad.) Madrid: Pearson Prantice Hall.

Ussene, A. (2011). Manual de Licenciatura emEnsino de Biologia: Didática de


Biologia I. (U. C. Moçabique, Ed.) Beira: CED-UCM. Obtido em 26 de setembro
de 2020

15

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