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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1º Trabalho de Campo

1º Ano

Discente: Aurélio Alfredo Marega

Código: 708236137

Tema: O processo de ensino-aprendizagem como objecto de estudo da Didáctica.

Curso: Licenciatura em Ensino de Matemática


Cadeira: Didáctica Geral

Tutor: LIc. Odete Domingos Almeida

Quelimane, Maio de 2023


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Classificação
Pontuaçã Nota Subtotal
Categorias Indicadores Padrões o máxima do
tutor
Estrutura Aspectos o Capa 0.5
organizacionais o Índice 0.5
o Introdução 0.5
o Discussão 0.5
o Conclusão 0.5
o Bibliografia 0.5
Introdução o Contextualização 1.0
(indicação clara do
problema)
o Descrição dos 1.0
Objectivos.
o Metodologia 2.0
adequada ao objecto
do trabalho
o Articulação e o 2.0
domínio do discurso
Conteúdo
académico
(expressão escrita
cuidada, coerência/
coesão textual)
Conteúdos
o Revisão Bibliografia 2.0
nacional e
internacional
relevante no estudo
o Exploração dos 2.0
dados
Conclusão o Contributos teóricos 2.0
práticos.
Aspectos o Paginação, tipo e 1.0
Gerais tamanho de letra,
Formatação paragrafo,
espaçamento entre
linhas.
Referencias Normas APA 6ª o Rigor e coerência 4.0
Bibliográfica Edição em das citações/
s citações e referências
Bibliografia. Bibliográficas
Recomendações

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Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 5

1.1. Objetivos................................................................................................................ 5

1.1.1. Objectivo Geral .................................................................................................. 5

1.1.2. Objectivo Especifico .......................................................................................... 5

1.2. Metodologia ........................................................................................................... 6

2. Processo de Ensino-Aprendizado como objecto de estudo da Didática.................... 7

2.1. Importância do estudo da didáctica na formação de professores. ......................... 8

2.2. Especificidade didáctica. ..................................................................................... 11

2.3. Desafios didácticos na formação de professores no país ..................................... 12

3. Conclusão ................................................................................................................ 14

4. Referencia Bibliográfica ......................................................................................... 15


1. Introdução

O presente trabalho tem como processo de ensino-apresendizgem como objecto de estudo


da didática. Didatica caminho programado pela teoria, tem sido considerada uma ampla
e indispensável sinalizadora na aplicabilidade dos conteúdos programáticos a que o
professor utiliza para ministrar suas aulas. No entanto, há um equívoco quando se espera
que ela seja algo definido e delimitada garantindo uma prática eficaz. É absolutamente
impossível usá-la como manual de orientação, passo a passo, uma vez que a sua
impregnação depende da necessidade à proporção que vai surgindo. A didática do
professor é considerada flexível, tendo em vista que cada turma e cada indivíduo exigirá
práticas diferenciadas.

De maneira alguma, poderia fazer-se uma educação e qualidade se não for levado em
consideração a didática como objeto essencial no processo educativo. Ela é um suporte
imprescindível a prática educativa, pois oferece embasamento para a efetivação do
ensino-aprendizagem, eliminando discrepâncias existentes entre teoria e prática.

A instrução tem como enfoque principal o objectivo de desenvolver nos alunos o saber e
o saber fazer, enquanto que quando falamos da educação se tem em vista o
desenvolvimento do saber ser e estar. Mas como vemos na figura, ao realizarmos a
educação, ao mesmo tempo se instrui (quem poderia ser bem educado diante de pessoas
idosas se não pudesse lembrar, enunciar, as regras principais de comportamento que se
espera desse indivíduo diante dessa situação); o mesmo vemos que ao instruir o indivíduo
deve ser educado para o respeito das normas (neste caso, de trânsito rodoviário), sem as
quais a condução automobilística se transformaria num autentico problema para a
circulação e bem estar das pessoas.

1.1.Objetivos
1.1.1. Objectivo Geral

Compreeder o processo de ensino-aprendizagem como objecto de estudo da Didáctica.

1.1.2. Objectivo Especifico

Identificar o bjecto de estudo da didáctica.


Saber Importância do estudo da didáctica na formação de professores.
Conhecer Especificidade didáctica.
Entender os desafios didácticos na formação de professores no país

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1.2.Metodologia

Metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do


conhecimento (Andrade, 2006). Método, em seu sentido geral, é a ordem que se deve
impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado
desejado. No entanto, para elaboração do presente trabalho, a autora baseou se nas
auscultações na sociedade civil, onde também recorreu-se a consulta de algumas obras e
recurso à fontes electrónicas que consistiu na leitura, analise e finalmente a compilação
das informações cujos autores estão devidamente citados na referência bibliográfica como
maneira de permitir uma consistência do mesmo.

Assim sendo, por meio de pesquisa bibliográfica, esse tema foram abordados com o
objectivo de definir cada um, buscando pontuar as principais formas de conhecimentos,
bem como abordar qual a importância deste assuntos para o conhecimento integro.
Quanto as técnicas de elaboração, importa salientar também que quanto as formas de
citação, foi aplicada as normas APAS 6ª Edição utilizada na UCM para os efeito de
elaboração de trabalhos e artigos académicos.

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2. Processo de Ensino-Aprendizado como objecto de estudo da Didática

Didática é um dos instrumentos utilizados no ensino e a aprendizagem e tem como


objetivo tornar o ensino mais acessível ao seu destinatário. E segundo pesquisas
realizadas por Comênio e Ratíquio (1971 apud Castro, 2006, p. 16) é a arte de ensinar,
dizendo que:

COMÊNIO escreveu, entre outras obras, a Didática Magna, instituindo a nova disciplina
como “arte de ensinar tudo a todos”. Dessa ambição participa também RATÍQUIO, e
ambos, pautados por idéias ético-religiosos, acreditavam ter encontrado um método para
cumprir aqueles desígnios de modo rápido e agradável.

No século XVII, a didática tinha como escopo lutar contra a metodologia de


ensino utilizada nas igrejas católicas, tendo como sustentáculo basilar a reforma
protestante. E, era tida como um meio para libertação do ensino, das amarras da igreja
católica. Com o tempo, novos estudos foram surgindo e com eles uma nova concepção
sobre a didática, mudança esta pautada conceitualmente em Rousseau (1712–1778).

A didática é uma das principais ferramentas utilizadas pelo educador para chegar ao seu
objetivo, o ensinar. E, por isso, a sua compreensão é fundamental para entender todas as
nuances que envolvem o processo pedagógico. Segundo Haydt (2003, p. 13) a didática é
o “[...] estudo da situação instrucional, isto é, do processo de ensino e aprendizagem, e
nesse sentido ela enfatiza a relação professor-aluno”.

Essa arte do ensinar vai além do tecnicismo e do metodológico, onde o processo de


aquisição do conhecimento é vazio, sem metas e objetivos. Ela traz novos paradigmas ao
educador, fazendo com que ele adquira conhecimentos suficientes para ensinar de forma
objetiva.

A lei traz certa ambiguidade quando se trata da aplicabilidade da didática “[...] levando
freqüentemente a considerar tanto a Didática como a Metodologia de Ensino, Prática de
Ensino e Estágio Supervisionado como disciplinas independentes entre si” (PIMENTA;
GONÇALVES, 2002, p. 127). Confusão está que reflete na organização dos currículos
escolares:

As tendências de cunho progressista interessada em propostas pedagógicas voltadas para


os interesses da maioria da população foram adquirindo maior solidez por volta dos anos
80. São também denominadas teorias críticas da educação (LIBÂNEO, 1994, p. 68).

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Mesmo que a capacidade de desenvolver-se e aprender da criança seja importante para o
processo educacional o professor tem um papel fundamental neste processo. Desta forma,
é preciso que o educador esteja ciente que o aluno está disposto a aprender, mas precisa
estar motivado para que isso aconteça da forma mais eficaz possível.

Já segundo Paulo Freire (2004) ensinar não é apenas transmitir o conhecimento ao aluno,
é criar possibilidades e, também, construir algo novo. Por isso o educador, estando em
sala de aula, deve estar disposto para responder os questionamentos dos alunos.

O ensinar quando é feito de forma mecânica, sem a interação do aluno no processo de


aquisição de conhecimento, empobrece a pedagogia como um todo. Já que “[...] ensinar
é essencialmente trabalhar para estabelecer uma relação de um tipo particular, a relação
pedagógica, uma relação que guia uma pessoa na aquisição de novas capacidades”
(SAINT-ONGE, 2001, p. 211).

2.1.Importância do estudo da didáctica na formação de professores.

Nota-se, nitidamente, que o grave problema existente na educação em trono da didática


consiste na dissociação entre teoria e prática. Uma vez que a teoria é o caminho e a prática
a ação, essa separação entre ambas impossibilita o professor a consumar o que
previamente planejou, ou seja, a ambiguidade de suas inter-relações reduzirá, ao extremo,
o praticismo.

Os profissionais da educação precisam ter um pleno domínio das bases teóricas científicas
e tecnológicas, e sua articulação com as exigências concretas do ensino, pois é através
desse domínio que ele poderá estar revendo, analisando e aprimorando sua prática
educativa. (LIBÂNEO, 2002, p. 28).

A prática da formação docente jamais poderia ser aleatória, desprovida de planejamento,


metas e ações, mas deve apontar objetivos a serem alcançados com a impregnação da
didática, pois esta guiará pelo caminho viável as proposições que se almejou dentro das
possibilidades.

Percebe-se, portanto, dentro dessa linha de raciocínio que a didática contribui,


maciçamente, para a efetivação da prática educativa de maneira correta e bem sucedida.
Ela fornece aos profissionais da educação subsídios metodológicos e estratégias para a
conclusão das metas programadas ao longo do processo educativo.

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Segundo Comênio, séc. XII, a didática identifica-se como norma técnica de ensinar, por
entrelaçar nas concepções dos docentes o melhor cominho que conduzirá as propostas
pedagógicas mais eficientes para o ensino-aprendizagem. Devendo estar conexa com a
teoria, a didática faz-se necessário no contexto dos saberes, especialmente na área
pedagógica.

A didática extrapola os limites e supera as ineficiências quando impregnada corretamente.


Por isso os professores devem ampliar as suas reflexões no sentido da relevante
importância do seu papel nas atividades docentes. O seu emprego na formação docente
viabiliza melhor relação entre professor e aluno e deve ser feito em linguagem simples
para que as informações sejam assimiladas eficazmente na qualidade, na avaliação e no
planejamento pedagógico.

Sendo assim, podemos dizer que a didática é a ciência imprescindível que preocupa-se de
usar adequadamente suas estratégias de ensino, visando estimular nos alunos a
fomentação do aprender, despertando neles a necessidade da crítica, da criatividade e da
formação para o pleno exercício da cidadania. É sabido que não basta a transferência de
conhecimentos, mas o oferecimento de possibilidades para a produção e/ou construção
própria do indivíduo.

“O processo de ensino-aprendizagem é uma seta de mão dupla, de um lado, o professor


ensina e aprende e, do outro, o estudante aprende e ensina.” (FREIRE, 1996).

É óbvio que a mudança da sociedade depende da mudança no ensino que, por sua vez,
depende de nossa formação e da transformação das práticas docentes. Esse efeito atingiria
tanto a esfera pedagógica quanto a governamental e política.

Libânio acredita que só podemos mudar em nós mesmos a partir do momento em que
houver mudanças no meio e nas práticas do fazer. Para ele a prática pedagógica ultrapassa
uma exigência da vida, promovendo nos indivíduos conhecimentos e experiências em
todos os ramos da ciência, tornando-os aptos a atuar na sociedade, transformando-a.

O processo do ensino-aprendizagem avançará a partir da fundamentação da didática na


dialética, sendo que é uma área em constante mudança e isenta de objetivos que a deixe
pronta e acabada. Considerada a “arte de ensinar”, é imprescindível no processo
pedagógico com tendências distintas na visão do homem e do mundo, flexibilizando,
sempre, o papel do professor, do aluno, as metodologias, as avaliações e a forma de

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ensinar. Ela converte objetivos sócio-políticos e pedagógicos em outros de ensino,
métodos e conteúdos vinculados ao ensino-aprendizagem através das capacidades
mentais dos educandos.

De modo que a didática opera na capacidade crítica e desenvolvimentista dos docentes


para que eles analisem, explicitamente, a realidade do ensino, refletindo-o “como”
ensinar, para que ensinar, o que ensinar etc. (LIBÂNEO, 1990).

A didática, como disciplina, é a essência nas estratégias de ensino e têm o papel de realizar
a transformação da teoria à prática pedagógica. Com base na teoria, cabe ao professor a
organização da didática, utilizando materiais que lhe deem suporte na facilitação do
ensino-aprendizagem, sujeito a reflexão-ação para o cumprimento dos objetivos
propostos. Há uma variedade de elementos que compõem a didática pedagógica sendo a
metodologia, o planeamento e a avaliação os mais importantes. Todos sujeitos a
flexibilização, uma vez que cada indivíduo tem uma maneira diferente de entender, ao
tempo em que a prática docente encontra-se em constante processo de mudança.

Todavia, cada professor possui as suas próprias concepções e metodologias que o


nortearão em seus planeamentos e em sua didática em sala de aula. Logicamente em cada
assunto, em cada docente e em cada aluno há necessidades específicas e à medida em que
elas surgem, a didática deve flexibilizar-se.

Torna-se necessário considerar a didática como algo que concretize a teoria nos trabalhos
pedagógicos cotidianos, tendo em vista, a importância da sua eficácia como ponte ao
acesso ensino-aprendizagem.

Há, algum tempo, a didática era interpretada como disciplina metodológica de ensino que
tinha como missão “ensinar”. Existia, inclusive, manuais ou receitas prontas que
orientavam os professores a se portarem em sala de aula. Porém a verdadeira função da
didática vai além dessas premissas, isso porque a visão humana e de mundo modifica-se
à proporção que surge a necessidade. O conhecimento didático deixou sua estagnação e
partiu em busca das melhores estratégias de ensinar e das mais acessíveis formas de
aprender.

Contudo, a didática tem a sua essência a partir do oferecimento de formas variadas de


ensinar e de compreender a construção do ensino-aprendizagem com a aplicação
diversificada de metodologias que surtam efeito para a concretização dos seus objetivos.

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No processo ensino-aprendizagem o docente deve variar, reflexivamente, suas
metodologias na busca de resultados que lhe satisfaçam, pois a tarefa de trabalhar, de
forma explícita e segura, está incumbida, exclusivamente no professor. Se o professor
deixar de preocupar-se no remanejamento dos conteúdos e de suas estratégias, instigando
e orientando os seus alunos a respeito da importância dos estudos e da formação para a
vida, certamente não obterá êxito no seu trabalho pedagógico. A razão prática é essencial
para a conclusão da teoria que se planejou. Essa conclusão é a confirmação da sua
verdade. Quando o professor não faz com que o aluno aprenda, o induz a aceitar uma
falsa verdade e sem valor científico.

2.2.Especificidade didáctica.

A didática é responsável por estudar os processos de aprendizagem e ensino, através de


técnicas e métodos, o educador constrói o conhecimento, possibilitando o aprendizado
dos alunos.

Etimologicamente, a palavra didática surgiu do grego didaktike, que traduzido significa


“ arte de ensinar”. Segundo Vygolsky (1984, p.101) “ O aprendizado adequadamente
organizado resulta em metal e põe em movimentos vários processos de
desenvolvimento…”

A didática tem como objetivo desenvolver pensamento crítico nos formadores, e que por
meio da criticidade pode-se adaptar conforme a realidade. O termo didática foi usada
primeiramente pelo filósofo tcheco em sua obra intitulada Didática Magna, que defendia
o ensino de “ tudo para todos”. Comênio inicia um processo de sistematização da
pedagogia da didática do ocidente, racionaliza teoria e prática das questões educativas, o
processo educacional deveria levar em consideração os processos da natureza. Comênio
propôs uma quebra radical no modelo escolar praticado pela igreja católica, queria que o
professor pudesse se visto como um profissional não como um missionário. segundo
Libâneo (1990, p.26)

A didática é o principal ramo da pedagogia, está relacionada tanto com a psicologia da


educação, quanto com as teorias dos conhecimentos. Denominada por Libâneo (1990,
p.25) como “teoria do conhecimento”, por investigar os fundamentos, as condições e as
formas de realização do ensino.

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Libâneo (2002, p. 64) clarifica que a: “educação compreende o conjunto dos processos,
influências, estruturas,ações que intervém no desenvolvimento humano do indivíduo e
grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de
relações entre grupos e classes sociais, visando a formação do ser humano ( … ) é uma
prática social, que modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais,
espirituais, culturais, que dar uma configuração a nossa existência individual e grupal.”

Como dizia Santos (2003): A didática passou de apêndice de orientações mecânicas e


tecnológicas para um atual (…) modo de crítico de desenvolver uma prática educativa,
forjada de um projeto histórico, que não se fará tão somente pelo edificador, mas pelo
educador, conjuntamente, com o educando e outros membros dos diversos setores da
sociedade.

2.3.Desafios didácticos na formação de professores no país

A erradicação do analfabetismo; a introdução da escolaridade obrigatória; a formação de


quadros para as necessidades do desenvolvimento económico e social e da investigação
científica, tecnológica e cultural. A introdução do Sistema Nacional de Educação (SNE)
foi o culminar dos esforços de Moçambique pós-independência caracterizado pela
massificação da educação, isto é, pelo aumento significativo de efectivos escolares,
sobretudo no ensino primário, na medida em que a taxa de analfabetismo era
extremamente elevada. As políticas educacionais tinham como objectivo primordial
alargar a base, expandir e dar acesso Va todos os cidadãos, utilizando a experiência
educacional adquirida ao longo da luta armada de libertação nacional.

Niquice (2006) diz que formadores com lacunas no domínio científico psicopedagógico
e didáctico constituem o factor mais importante que põe em causa a qualidade de
formação de professores. No mesmo contexto, os professores da zona sul formados pelos
IFPs consideram esta formação mais eficiente no IFP em relação a UP porque os
professores tornam-se bons profissionais quanto entram em contacto com a realidade do
ensino Primário e em contrapartida outros consideram a formação superior (UP) melhor,
pois existe a componente de pesquisa que melhora a bagagem dos formandos.

Um dos grandes desafios para os educadores é, com certeza, conseguir integrar os saberes
e inserir os conhecimentos no ambiente interactivo da aprendizagem, de forma que essas
novas ferramentas sejam potencializadoras e promotoras de saberes interessantes para os

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alunos, um professor que não transmite essas capacidades condena oaluno a ter uma
qualidade deficiente, sem capacidades nem argumentos na esfera social.

Todos os professores entrevistados, em todas as regiões do país, foram unânimes em


afirmar que enfrentam várias dificuldades no pro cesso de formação de professores,
destacando as seguintes razões:

 Fraca preparação dos professores pelos IFPs e UP


 Fraca capacidade de investigação dos conteúdos por leccionar;
 Uso de metodologias não adequadas;
 Falta de intercâmbio ao nível dos grupos de disciplina, classe e mesmo da Zona
de Influência Pedagógica (ZIP);
 Condições de trabalho deficitárias (salas superlotadas, materiais didácticos);
 Pouco tempo para a leccionação dos conteúdos bem como o número de
avaliações;
 Salário injusto e sem dia fixo;
 Falta de reconhecimento do professor, incentivo;
Estas questões levantadas pelos professores de todas as regiões do país também são
observadas na prática e o relatório Holístico da situação do professor, trás esta realidade,
mas constitui um dado novo a relação deficitária entre os gestores das escolas e o corpo
docente, como uma dificuldade para o exercício da docência nas escolas Moçambicanas.
No entanto, para o melhoramento da realidade analizada nos centros de formação de
professores, os professores e formadores participantes são unânimes em afirmar que os
gestores da educação devem ter em consideração os seguintes aspectos:
 Programas de formação pelos Institutos e Universidades adequados a
realidade, observando as questões de tempo de formação, critérios de selecção
dos candidatos, condições materiais nos centros de formação e programas de
formação;
 Mudança de política de formação, política de incentivos na carreira docente,
incremento de investimentos na escola que propiciem um ensino-
aprendizagem de qualidade;
 Interação entre escola IFPs e a UP;

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3. Conclusão

Contudo, conhecer a didática como a concretização da teoria poderá consumar aquilo que
o professor almejou no decorrer do seu planejamento, atendendo, assim, as diferentes
formas de educar, as diversas concepções pedagógicas e as reflexões docentes,
considerando o ensinar/aprender um processo em constante mudança. O conhecimento
sobre algo é essencial para o professor que usando dos seus muitos métodos norteará a
sua didática pedagógica, tendo em vista as necessidades específicas em cada contexto,
em cada turma e em cada aluno. Todavia, ao se pensar na didática, surgem certas
dificuldades ao longo do planejamento, uma vez que o mesmo deve originar-se de objetos
concretos e que venham focalizar, exclusivamente, o público alvo. Faz-se necessário levar
em consideração que a didática é uma norteadora teórica/científica, imprescindível à
tarefa pedagógica cotidiana, onde há um sinalizador do ensino-aprendizagem
significativo dia após dia. Enfim, a meu ver, a didática pedagógica não é outra coisa senão
a prática docente propriamente dita, consumadora daquilo que se objetivou previamente.
Ou seja, é um cumprimento legal da teoria e trilhamento absoluto no caminho que se
programou. Como a arte e a ciência da pedagogia, procura-se compreendê-la, ainda, como
espaço de estudos dinâmicos voltados à prática docente com base na programação teórica,
tendo como objetivo a ponte que ela faz entre ambas.

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4. Referencia Bibliográfica

BASTOS, Manoel de Jesus. A Importância da Didática na Formação Docente. Revista


Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 14. pp. 64-70
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COMÊNIUS, João Amos. Didática Magna. São Paulo: Martins Fontes. 1996.

FREIRE, Paulo Reglus Neves (1996).

LIBÂNEO, José C. Ainda as perguntas: o que é pedagogia, quem é o pedagogo, o que


deve ser o curso de pedagogia. In: PIMENTA, S. G. (Org.). Pedagogia e pedagogos:
caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002. p. 59–97.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1990.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1990.

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Niquice, A. F. (2006). Formação de professores primários. A construção do Cur rículo.


Maputo: Texto Editores.

Passos, A (2009). A Comparative Analysis of Teacher Competence and its Effect on


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SCAMEQ Countries. Tese de doutoramento. University of Pretória. Pretoria Ulin, P.R.,


Robinson, E.T. and Tolley E.E. (2005). Qualitative Methods in Public Health: A Field
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VYGOTSKY, Lev Semenovictch. A formação social da mente. 6ª ed. São Paulo: Martins
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