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Universidade Católica De Moçambique

Instituto De Educação à Distância

Pedagogia e Didáctica como o foco de Processo de Ensino e Aprendizagem.

Joao Chico Paulino Código 708237933

Curso: Licenciatura em Ensino


de Matematica.
Disciplina: Didáctica Geral.
Ano de Frequência: 1º ano.

O Tutor: Msc. Macedo Tomás


Faustino

Chimoio‚ 1 de Junho de 2023


Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico 2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência
/ coesão textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

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I. INTRODUÇÃO

Para o autor, a pedagogia vem perdendo cada vez mais espaço na sala de aula. É evidente
que qualquer ciência atreve-se a emitir visões sobre a prática da educação, o que,
consequentemente, traz resultados negativos para educador e educando. José Belo atesta
que o professor termina sua formação, certo de que possui total conhecimento de técnicas
de transmissão de conhecimento, mas destaca também que a preocupação destes
profissionais não está voltada para a efetivação da aprendizagem do aluno.

Está correto ao justificar que esta postura deve-se às aulas de didáctica mal aplicadas no
período de licenciatura, para ele, o próprio professor de didáctica não transmite
preocupação com o fato de o aluno realmente aprender ou não, fato comprovado em
pesquisa realizada pelo autor. É importante frisar que a disciplina de didáctica não é vista
com a devida atenção, sendo delegada a profissionais recém formados, como se não
tivesse realmente importância.

Libâneo (1990, p.25) define a didáctica como “teoria de ensino” e, segundo ele, “a ela
cabe converter objectivos sócio-políticos e pedagógicos em objectivos de ensino,
seleccionar conteúdos e métodos em função desses objectivos, estabelecer os vínculos
entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades
mentais dos alunos. [...] Trata da teoria geral do ensino”.

A pedagogia como ciência e técnica de educar o Homem, desenvolve com base nas suas
categorias. As suas manifestações constituem conceitos precisos de acordo com as
conformidades da sua natureza. Os seus conceitos e a sua natureza justificam como a
ciência e suas formas de operacionalização. Por tanto, o presente trabalho tem como
objectivo estudar a pedagogia e Didáctica como o foco de Processo de Ensino e
Aprendizagem, para tal pretende – se abordar sobre as principais categorias pedagógicas;,
Objectivo da didáctica e diferenças entre os elementos da didáctica; caracterização dos
elementos do Processo de Ensino e Aprendizagem.

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1.1. Objectivo geral

 Estudar a pedagogia e Didáctica como o foco de Processo de Ensino e


Aprendizagem

1.2. Objectivo específico

 Distinguir a pedagogia, educação e didáctica e caracterizar dos elementos do


Processo de Ensino e Aprendizagem;

 Descrever as s principais categorias pedagógicas;

 Diferençar os elementos da didáctica e suas funções didácticas;


 Caracterização dos métodos e meios de ensino.

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II. DESENVOLVIMENTO
2.1. Processos didácticos básicos, ensino e aprendizagem.

A Didáctica é o principal ramo de estudo da pedagogia, pois ela situa-se num conjunto
de conhecimentos pedagógicos, investiga os fundamentos, as condições e os modos de
realização da instrução e do ensino, portanto é considerada a ciência de ensinar. Nesse
contexto, o professor tem como papel principal garantir uma relação didáctica entre
ensino e aprendizagem através da arte de ensinar, pois ambos fazem parte de um mesmo
processo. Segundo Libâneo (1994), o professor tem o dever de planejar, dirigir e
controlar esse processo de ensino, bem como estimular as actividades e competências
próprias do aluno para a sua aprendizagem.

A condição do processo de ensino requer uma clara e segura compreensão do processo


de aprendizagem, ou seja, deseja entender como as pessoas aprendem e quais as
condições que influenciam para esse aprendizado. Sendo assim Libâneo (1994) ressalta
que podemos distinguir a aprendizagem em dois tipos: aprendizagem casual e a
aprendizagem organizada.

a. Aprendizagem casual: É quase sempre espontânea, surge naturalmente da


interacção entre as pessoas com o ambiente em que vivem, ou seja, através da
convivência social, observação de objectos e acontecimentos.

b. Aprendizagem organizada: É aquela que tem por finalidade específica aprender


determinados conhecimentos, habilidades e normas de convivência social. Este tipo de
aprendizagem é transmitido pela escola, que é uma organização intencional, planejada e
sistemática, as finalidades e condições da aprendizagem escolar é tarefa específica do
ensino (LIBÂNEO, 1994. Pág. 82).

Esses tipos de aprendizagem tem grande relevância na assimilação ativa dos indivíduos,
favorecendo um conhecimento a partir das circunstâncias vivenciadas pelo mesmo.

O processo de assimilação de determinados conhecimentos, habilidades, percepção e


reflexão é desenvolvido por meios atitudinais, motivacionais e intelectuais do aluno,
sendo o professor o principal orientador desse processo de assimilação ativa, é através
disso que se pode adquirir um melhor entendimento, favorecendo um desenvolvimento
cognitivo.
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Através do ensino podemos compreender o ato de aprender que é o ato no qual
assimilamos mentalmente os fatos e as relações da natureza e da sociedade. Esse
processo de assimilação de conhecimentos é resultado da reflexão proporcionada pela
percepção prático-sensorial e pelas ações mentais que caracterizam o pensamento
(Libâneo, 1994). Entendida como fundamental no processo de ensino a assimilação
ativa desenvolve no individuo a capacidade de lógica e raciocínio, facilitando o
processo de aprendizagem do aluno.

Sempre estamos aprendendo, seja de maneira sistemática ou de forma espontânea,


teoricamente podemos dizer que há dois níveis de aprendizagem humana: o reflexo e o
cognitivo. O nível reflexo refere-se às nossas sensações pelas quais desenvolvemos
processos de observação e percepção das coisas e nossas ações físicas no ambiente. Este
tipo de aprendizagem é responsável pela formação de hábitos sensório motor (Libâneo,
1994).

O nível cognitivo refere-se à aprendizagem de determinados conhecimentos e operações


mentais, caracterizada pela apreensão consciente, compreensão e generalização das
propriedades e relações essenciais da realidade, bem como pela aquisição de modos de
ação e aplicação referentes a essas propriedades e relações (Libâneo, 1994). De acordo
com esse contexto podemos despertar uma aprendizagem autônoma, seja no meio
escolar ou no ambiente em que estamos.

Pelo meio cognitivo, os indivíduos aprendem tanto pelo contato com as coisas no
ambiente, como pelas palavras que designam das coisas e dos fenómenos do ambiente.
Portanto as palavras são importantes condições de aprendizagem, pois através delas são
formados conceitos pelos quais podemos pensar.

O ensino é o principal meio de progresso intelectual dos alunos, através dele é possível
adquirir conhecimentos e habilidades individuais e colectivas. Por meio do ensino, o
professor transmite os conteúdos de forma que os alunos assimilem esse conhecimento,
auxiliando no desenvolvimento intelectual, reflexivo e crítico.

Por meio do processo de ensino o professor pode alcançar seu objectivo de


aprendizagem, essa actividade de ensino está ligada à vida social mais ampla, chamada

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de prática social, portanto o papel fundamental do ensino é mediar à relação entre
indivíduos, escola e sociedade.

2.2. O Carácter Educativo Do Processo De Ensino E O Ensino Crítico.

De acordo com Libâneo (1994), o processo de ensino, ao mesmo tempo em que realiza
as tarefas da instrução de crianças e jovens, também é um processo educacional.

No desempenho de sua profissão, o professor deve ter em mente a formação da


personalidade dos alunos, não apenas no aspecto intelectual, como também nos aspectos
morais, afectivos e físicos. Como resultado do trabalho escolar, os alunos vão formando
o senso de observação, a capacidade de exame objectivo e crítico de fatos e fenómenos
da natureza e das relações sociais, habilidades de expressão verbal e escrita. A unidade
instrução-educação se reflecte, assim, na formação de atitudes e convicções frente à
realidade, no transcorrer do processo de ensino.

O processo de ensino deve estimular o desejo e o gosto pelo estudo, mostrando assim a
importância do conhecimento para a vida e o trabalho, (LIBÂNEO, 1994).

Nesse processo o professor deve criar situações que estimule o indivíduo a pensar,
analisar e relacionar os aspectos estudados com a realidade que vive. Essa realização
consciente das tarefas de ensino e aprendizagem é uma fonte de convicções, princípios e
acções que irão relacionar as práticas educativas dos alunos, propondo situações reais
que faça com que os individuo reflicta e analise de acordo com sua realidade
(TAVARES, 2011).

Entretanto o carácter educativo está relacionado aos objectivos do ensino crítico e é


realizado dentro do processo de ensino. È através desse processo que acontece a
formação da consciência crítica dos indivíduos, fazendo-os pensar independentemente,
por isso o ensino crítico, chamado assim por implicar directamente nos objectivos
sócio-políticos e pedagógicos, também os conteúdos, métodos escolhidos e organizados
mediante determinada postura frente ao contexto das relações sociais vigentes da prática
social, (LIBÂNEO, 1994).

È através desse ensino crítico que os processos mentais são desenvolvidos, formando
assim uma atitude intelectual. Nesse contexto os conteúdos deixam de serem apenas

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matérias, e passam então a ser transmitidos pelo professor aos seus alunos formando
assim um pensamento independente, para que esses indivíduos busquem resolver os
problemas postos pela sociedade de uma maneira criativa e reflexiva.

2.3. A didáctica e o trabalho docente

Como vimos anteriormente à didáctica estuda o processo de ensino no seu conjunto, no


qual os objectivos, conteúdos fazem parte, de modo a criar condições que garantam uma
aprendizagem significativa dos alunos. Ela ajuda o professor na direcção, orientação das
tarefas do ensino e da aprendizagem, dando a ele uma segurança profissional. Segundo
Libâneo (1994), o trabalho docente também chamado de actividade pedagógica tem
como objectivos primordiais:

 Assegurar aos alunos o domínio mais seguro e duradouro possível dos


conhecimentos científicos;
 Criar as condições e os meios para que os alunos desenvolvam capacidades e
habilidades intelectuais de modo que dominem métodos de estudo e de trabalho
intelectual visando a sua autonomia no processo de aprendizagem e
independência de pensamento;
 Orientar as tarefas de ensino para objetivo educativo de formação da
personalidade, isto é, ajudar os alunos a escolherem um caminho na vida, a
terem atitudes e convicções que norteiem suas opções diante dos problemas e
situações da vida real (LIBÂNEO, 1994, Pág. 71).

Além dos objectivos da disciplina e dos conteúdos, é fundamental que o professor tenha
clareza das finalidades que ele tem em mente, a actividade docente tem a ver
directamente com “para que educar”, pois a educação se realiza numa sociedade que é
formada por grupos sociais que tem uma visão diferente das finalidades educativas.

Para Libâneo (1994), a didáctica trata dos objectivos, condições e meios de realização
do processo de ensino, ligando meios pedagógico-didácticos a objectivos sócio-
políticos. Não há técnica pedagógica sem uma concepção de homem e de sociedade,
sem uma competência técnica para realiza-la educacionalmente, portanto o ensino deve
ser planejado e ter propósitos claros sobre suas finalidades, preparando os alunos para
viverem em sociedade.

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2.4. A relação professor-aluno no processo de ensino e aprendizagem:

O professor no processo de ensino é o mediador entre o indivíduo em formação e os


conhecimentos prévios de uma matéria. Tem como função planejar, orientar a direcção
dos conteúdos, visando à assimilação constante pelos alunos e o desenvolvimento de
suas capacidades e habilidades. É uma acção conjunta em que o educador é o promotor,
que faz questionamentos, propõem problemas, instiga, faz desafios nas actividades e o
educando é o receptor activo e actuante, que através de suas acções responde ao
proposto produzindo assim conhecimentos. O papel do professor é levar o aluno a
desenvolver sua autonomia de pensamento.

2.5. As principais categorias pedagógicas

Deste modo podemos destacar as seguintes categorias:

1-Educação

2-Auto-Educação

3-Instrução

4-Auto-Instrução

5-Ensino

Desde a época de Platão, o termo educação foi centro dos debates. Para ele era dar ao
corpo e a alma toda beleza e perfeição que fosse possível. Émile Durkheim a
considerava a preparação para a vida. Para Pestalozzi, a educação do ser humano deve
responder às necessidades de seu destino e às leis de sua natureza. Para José Martí, é
depositar em cada homem toda a obra da humanidade vivida, é preparar o ser humano
para a vida.

Segundo o ICCP (1988) se entende por educação o conjunto de influências que exerce a
sociedade sobre o indivíduo. Isso implica que o ser humano se educa durante toda a
vida.

A educação consiste, ante todo, em um fenômeno social historicamente condicionado e


com um marcado caráter classista. Através da educação se garantirá a transmissão de
experiências de uma geração à outra. (ICCP, 1988, p.31)

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Segundo Lênin, V (apud. ICCP, 1988), a educação é uma categoria geral e eterna, pois é
parte inerente da sociedade desde seu surgimento. Também, a educação constitui um elo
essencial no sucessivo desenvolvimento dessa sociedade, a ponto de não conceber
progresso histórico-social sem sua presença.

Para Martins,J (1990) a educação é um processo de ação da sociedade sobre o


educando, visando entregá-lo segundo seus padrões sociais, econômicos, políticos, e
seus interesses. Reconhece-se aqui a necessária preparação para a vida, já referida em
outras definições e que só se logra a através de convicções fortes e bem definidas de
acordo com esses padrões. Por isso é tão importante, mas que uma definição o mais
precisa possível, a caracterização deste objeto de estudo e pesquisa da Pedagogia.

Para uns, Educação é processo, para outros é categoria, ou fenômeno social, ou


preparação, ou conjunto de influências, e muitos conceitos mais. Ainda seguindo a linha
de pensamento de J. Martins, se concorda que:

A educação tem os seguintes caracteres:

 É fato histórico, pois se realiza no tempo;

 É um processo que se preocupa com a formação do homem em sua plenitude;

 Busca a integração dos membros de uma sociedade ao modelo social vigente;

 Simultaneamente, busca a transformação da sociedade em beneficio de seus


membros;

 É um fenómeno cultural, pois transmite a cultura de um contexto de forma global;

 Direcciona o educando para a autoconsciência;

2.6. Objectivo da didáctica e diferenças entre os elementos da didáctica;

São metas que se deseja alcançar, para isso usa-se de diversos meios para se chegar ao
esperado. Os objetivos educacionais expressam propósitos definidos, pois o professor
quando vai ministrar a aula já vai com os objetivos definidos. Eles têm por finalidade,
preparar o docente para determinar o que se requer com o processo de ensino, isto é
prepará-lo para estabelecer quais as metas a serem alcançadas, eles constituem uma
ação intencional e sistemática.

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Os objetivos são exigências que requerem do professor um posicionamento reflexivo,
que o leve a questionamentos sobre a sua própria prática, sobre os conteúdos os
materiais e os métodos pelos quais as práticas educativas se concretizam. Ao elaborar
um plano de aula, por exemplo, o professor deve levar em conta muitos
questionamentos acerca dos objetivos que aspira, como O que? Para que? Como? E Para
quem ensinar?, e isso só irá melhorar didaticamente as suas ações no planejamento da
aula.

Não há prática educativa sem objetivos; uma vez que estes integram o ponto de partida,
as premissas gerais para o processo pedagógico (LIBÂNEO, 1994- pág.122). Os
objetivos são um guia para orientar a prática educativa sem os quais não haveria uma
lógica para orientar o processo educativo.

Para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça de modo mais organizado faz-se


necessário, classificar os objetivos de acordo com os seus propósitos e abrangência, se
são mais amplos, denominados objetivos gerais e se são destinados a determinados fins
com relação aos alunos, chamados de objetivos específicos.

a. Objetivos Gerais: exprimem propósitos mais amplos acerca do papel da escola e


do ensino diante das exigências postas pela realidade social e diante do
desenvolvimento da personalidade dos alunos (LIBANÊO, 1994- pág. 121). Por isso ele
também afirma que os objetivos educacionais transcendem o espaço da sala de aula
atuando na capacitação do indivíduo para as lutas sociais de transformação da
sociedade, e isso fica claro, uma vez que os objetivos têm por fim formar cidadãos que
venham a atender os anseios da coletividade.

b. Objectivos Específicos: compreendem as intencionalidades específicas para a


disciplina, os caminhos traçados para que se possa alcançar o maior entendimento,
desenvolvimento de habilidades por parte dos alunos que só se concretizam no decorrer
do processo de transmissão e assimilação dos estudos propostos pelas disciplinas de
ensino e aprendizagem. Expressam as expectativas do professor sobre o que deseja
obter dos alunos no decorrer do processo de ensino. Têm sempre um caráter
pedagógico, porque explicitam a direção a ser estabelecida ao trabalho escolar, em torno
de um programa de formação. (TAVARES, 2001- Pág. 66).

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1.1. Funções didácticas e o seu desenvolvimento

Segundo Libâneo (2004) as quatros funções didácticas que são instrumentos


importantíssimos para a planificação de uma aula e que o professor deve ter sempre em
conta no seu trabalho quotidiano, quer trabalhando com um número reduzido ou o um
número maior de alunos, sempre devem ser empregues para melhor moderação e
condução da aprendizagem.

1.1.1. Introdução e Motivação

Introdução e Motivação – esta função didáctica ocorrem no princípio de uma aula e é


considerado como o desenhador para o sucesso de uma aprendizagem dos alunos. Ela
prepara o aluno para seguir o ritmo da aula. Segundo Libâneo (2004) a introdução e
motivação pode incluir perguntas do professor para monitorar o nível de percepção das
matérias transmitidas no passado recente e pronto para a recepção de um conhecimento
novo. Neste item, a função do professor moderador é estimular os alunos a trazer novas
abordagens da matéria, fazendo com que o aluno saiba conectar o aprendizado com a
vida real.

Por conseguinte, as correcções dos trabalhos de casa, são aqui efectivados, servindo de
reforço e consolidação da aula passada. Um outro elemento não menos importante é
saudar os alunos. Isto pode elevar o nível de motivação, estímulo e concentração numa
sala de aula e com facilidade os alunos podem exprimir o seu sentimento em ralação as
aulas já leccionadas.

O mesmo autor (1994) diz que, a introdução é parte mais importante da entrada de uma
aula que conduz ao aluno a desenvolver competências, pois o professor moderador pode
apresentar o tema do dia e a questão chave da matéria de forma resumida. Para Peletti
(2007, p. 233) “a motivação consiste em apresentar alguém estímulos e incentivos que
lhe favoreça determinado tipo de conduta e consiste em oferecer ao aluno os estímulos e
incentivos apropriados para tornar o processo de ensino e aprendizagem mais eficaz”.

ABORDAGENS DA FUNÇÕES DIDÁTICAS DE FORMA ATIVA E DINÂMICA

Como já havia abordado anteriormente, a introdução e motivação serve de certa forma


fornecer e orientar ao aluno para estar dentro do assunto tratado.

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 Criar transparência em relação ao tema em análise, aos objectivos e aos métodos
da aula. Quando o aluno conhece os objectivos e as competências a atingir,
maior pode ser o seu empenho no processo da construção dos conhecimentos.

 Activar os conhecimentos prévios do aluno em relação ao tema em debate, pois


este tem um papel de extrema importância no processo de ensino e processo de
aprendizagem.

 Motivar os alunos para o tema da aula. Estes podem ser motivados através da
partilha dos conteúdos e métodos da aula, activação dos conhecimentos já
existentes, oportunidades de expressar as ideias sobres as suas experiencias em
relação ao tema (reconhecimento do significado do tema para a sua vida).

1.1.2. MEDIAÇÃO E ASSIMILAÇÃO

Segundo Piletti (1991) mediação pode ser definida como uma acção concreta do
processo de ensino e aprendizagem em que o professor passa os conteúdos e envolve
diálogo e no final faz uma síntese da aula e pode-se entender também como sendo um
processo em que o professor orienta o processo de ensino e aprendizagem em que são
necessários elementos como: professor, aluno, conteúdo, material didáctico, método e
fins a atingir. Nesta função didáctica, o professor explica detalhadamente os conteúdos
contidos no seu plano de aula com exemplos concretos param sua maior percepção.

Nisto, o professor deve fazer entender a matéria com uma boa análise, síntese,
sistematização, generalização e demonstração. E é exigido a executar o que planejou,
mostrando suas habilidades, exercendo mais do que em outras fases a sua função de
liderança, motivando a aprendizagem, utilizando métodos, recursos e procedimentos,
procurando criar uma situação favorável ao processo de ensino e aprendizagem.

Para Nerici (1999) assimilação deve ser um processo psicológico da mente que assimila
o mundo exterior de qualquer ser humano. Isto acontece normalmente quando a pessoa
se defronta com uma situação nova e, por meio de seus esquemas de acção compreende,
porque a parte do mundo exterior até então desconhecida, incorporou-se a sua vida
mental. Na assimilação, importam os processos de cognição mediante à assimilação
activa e interiorizada de conhecimento, atitude e convicção. Portanto, a mediação e
assimilação constitui a etapa onde se realiza a percepção dos fenómenos de conceitos, o

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desenvolvimento de capacidades cognitivas de observação, imaginação e raciocínio do
aluno. A mediação e assimilação pode-se perceber como sendo momento da aula na
qual o mediador deve dar explicações necessárias, organizando actividades que possa
conduzir a assimilação activa dos conhecimentos adquiridos para desenvolver
habilidades, atitudes, convicções, valores e hábitos que os estudantes de hoje precisam
para prosperar e moldar o seu mundo.

1.1.3. DOMÍNIO E CONSOLIDAÇÃO

Para Piletti (1991) define o domínio e consolidação como sendo um momento da aula
em que se realizam acções com a finalidade de sistematizar, reflectir e aplicar o que foi
leccionado e ainda são realizados exercícios de consolidação que leva a fixação e
formação de habilidades e hábitos, bem como auxiliam a sistematização da matéria. O
professor como moderador, orienta a resolução de alguns exercícios de consolidação,
acompanhando e esclarecendo algumas dúvidas que possam aparecer (Piletti, 2004).
Para Caires & Almeida (2001) o professor com a colaboração dos alunos faz o resumo
apropriado que ajudará o aluno no seu estudo individual, pois o domínio constitui a
formação e desenvolvimento de habilidades por parte dos instruendos, enquanto a
consolidação consiste em recordar a matéria sobre habilidades e conhecimentos. Nesta
fase, pretende-se alcançar o aprimoramento do já (não) novo saber nos alunos, para isso,
o professor deve criar condições necessárias de retenção e compreensão das matérias
leccionada através de exercícios e actividades práticas para solidificar a compreensão -
repetição, sistematização e aplicação (Massuira & Inácio, 2020).

A fase de consolidação tem a função de assegurar que:

 O trabalho independente seja apreciado pelo professor e outras pessoas;

 Os alunos tenham a oportunidade de comparar os seus resultados com os dos


outros colegas ou grupos que tem o trabalho idêntico.

 Os alunos recebam uma retroalimentação sobre os seus resultados pelo


moderador da disciplina;

 Resultados errados sejam corrigidos e sejam aprofundados, sintetizados e


relacionados com um contexto mais amplo pelo moderador da disciplina; A fase
de consolidação deve ser sustentada pela apresentação dos resultados do trabalho
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independente por parte dos estudantes, visualização do apresentado e
sistematização dos resultados apresentados pelos mesmos.

Possíveis acções do professor durante a síntese da aula leccionada

 Acrescentar e diferenciar: o professor pode dar um contraditório sobre a aula,


com as situações vividas na actualidade pelos estudantes.

 Corrigir: O professor como moderador deve informar o resultado da correcção


dos trabalhos, corrigindo sistematicamente os erros dos alunos.

 Comparar: O professor na qualidade de moderador deve comparar a situação


vivida pela comunidade escolar actual com a matéria lecciona.

 Avaliar: O professor deve sempre avaliar a apresentação por si apresentada e da


dos alunos. Nisto, deve dizer o que faltou e o que deveriam ter acrescentado.

 Introdução de um novo termo: O professor deve sintetizar, explicando os novos


termos utilizados e com clareza.

 Aplicação: O professor deve dizer também aos seus a aplicabilidade dos termos
utilizados durante a aula. Atendendo e considerando que a aula deve ser de
elaboração conjunta, tendo em conta que o aluno é o epicentro da aula.

1.1.4. Controle e avaliação

Para Dias et. Al (2010) se tratando da última função didáctica, o professor na qualidade
de mediador da aula faz uma análise crítica de modo a compreender e interpretar os
fenómenos educacionais observados na planificação, certificando o nível de percepção
da matéria partilhada, fazendo algumas perguntas para averiguar o entendimento, como
maneira de criar mais interesse nos alunos e por fim, avaliar se conseguiu alcançar os
objectivos por si planificados.

De acordo com Libânio (1994) o mediador conduz efectivamente o processo de ensino e


processo de aprendizagem, conhecendo permanentemente o grau das dificuldades dos
seus alunos na compreensão da matéria. Este controle sistemático consistirá no
acompanhamento da aprendizagem, avaliando-se e avaliando as actividades dos alunos
em função dos objectivos preconizados.

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Nessa lógica, a avaliação não deve ser entendida como um fim em si, mas um meio para
averiguar as mudanças de comportamento, pois permite identificar os alunos que
necessitam de atenção especial e se possível, uma futura reformulação do mesmo
trabalho com a adopção de procedimento para sanar tais dificuldades. Isto só pode
acontecer com o professor que conhece e convive bem com os seus alunos.

O professor deve informar num momento oportuno a finalidade de uma avaliação, pois
muitos alunos não percebem para quem se destina uma avaliação numa dada disciplina,
alguns chegam a pensar que é uma acção propositada e punitiva. Conseguintemente,
existe uma necessidade de controlo e avaliação que deve ser providenciada se
necessário rectificar, suplementar ou mesmo reorientar a aprendizagem. Assim sendo,
as matérias tratadas devem ser assumidas, registando os resultados no diário da turma
para que o aluno tenha um papel activo e responsável. Isto ajudaria o envolvimento de
forma dinâmica no processo da avaliação da aprendizagem, por isso é sempre
importante a utilização de métodos participativos: elaboração conjunta.

1.2. Relação entre as diferentes funções didácticas

Pedro (2012, p. 10.14) explica com detalhes a relação existente entre as diferentes
funções didácticas na planificação de uma aula:

Relação introdução / motivação e mediação /assimilação

O professor apresenta o assunto da aula de forma interactiva, faz uma revisão,


reactivação dos conhecimentos assimilados que estejam relacionados com o novo
assunto: coloca questões da matéria nova para despertar interesse. A actividade anterior
visa transformar os objectivos da aula em objectivos de aprendizagem de cada um dos
alunos.

O professor pode fazer a motivação de forma interactiva, colocando questões da matéria


nova ou ainda fazendo revisão dos conhecimentos assimilados que estejam relacionados
com o novo assunto e ainda escrevendo o assunto da aula no quadro, tudo isso com vista
a despertar interesse nos alunos. Uma vez o aluno motivado, o professor faz a mediação
através de ilustrações, faz resumos, esclarece os assuntos, expõe os conteúdos e o aluno
na assimilação toma nota, presta atenção, aplica os conhecimentos, apresente as
questões, faz resumos e abstracções.

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Relação domínio / consolidação e controlo / avaliação

Os conhecimentos mediados e assimilados são organizados, aprimorados e “fixados” na


mente dos alunos de modo a que fiquem disponíveis para a sua aplicação em novas
situações de vida concreta do aluno. O mais importante é que, de facto, estes
conhecimentos devem ser aprimorados possibilitando a formação de habilidades,
hábitos para utilização independente e criadora desses.

Relação mediação / assimilação e controle / avaliação.

Estas duas funções didácticas têm a seguinte relação: Só pode ser controlado e avaliado
um conteúdo previamente mediado e assimilado, isto é, o professor não pode avaliar
conteúdos não dados. Ao mesmo tempo, o Controle avalia até que os conteúdos forem
mediados e assimilados, para a partir daí fazer ajustes se necessário ou manter o mesmo
ritmo se a Assimilação/ Mediação for bem-sucedida. Por exemplo: falando ainda da
queda livre dos corpos: o professor pode avaliar se os alunos assimilaram os conteúdos,
isto é, as teorias, os princípios, as fórmulas bem como as leis.

Relação medição / assimilação e domínio / consolidação

Partindo de princípio que na medição e assimilação ocorre a medição do conteúdo por


parte do professor e consequente a assimilação parte do aluno quanto mais eficaz for
esta função didáctica tanto mais será a função didáctica Domínio / Consolidação, isto é,
o aluno só poderá consolidar e dominar o que tiver assimilado, esteja isto correcto ou
errado. Por exemplo: Sabe-se que na medição e Assimilação há retenção das leis, dos
princípios das fórmulas e das teorias e dissemos que na Consolidação exercitamos; o
aluno só poderá aplicar as fórmulas para a resolução de exercícios relacionados com a
queda livre dos corpos se realmente tiver assimilado as teorias assim como as formulas
e todas as outras componentes da função didáctica Medição/ Assimilação.

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III. CONCLUSÃO

Com este trabalho de pesquisa podemos perceber o importante papel que a didáctica
desempenha no processo de ensino e aprendizagem. Como vimos ela proporciona os
meios, as condições pelas quais a prática educacional se concretiza.

Ela orienta o trabalho do professor fazendo-o significativo para que possa guiar de
forma competente, expressiva e coerente as práticas de ensino. Através dos
componentes que constituem o processo de ensino, visa propiciar os meios para a
actividade própria de cada aluno, busca ainda formá-los para serem indivíduos críticos,
reflexivos capazes de desenvolverem habilidades e capacidades intelectuais.

No que diz respeito as categorias pedagógicas, tive como pano de fundo a


inseparabilidade destas categorias pedagógicas, que uma sustenta a outra e vice-versa.
Deu para notar se, que as categorias pedagógicas tem uma ligação com o processo
Ensino- Aprendizagem porque e no processo de Ensino-Aprendizagem que
encontramos os objectivos que sao: Instrução e Educação.

Então as categorias pedagógicas têm a sua essência no processo de Ensino-


Aprendizagem. Sendo assim as categorias tem como finalidade ajudar o Homem na
sistematização de conhecimentos e também na formação de comportamento.

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IV. REFERÊNCIAS

ALTHAUS, M.T.M. Acção didácticas no ensino superior: a docência em


discussão. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1, abr. 2004.

LIBÂNEO, José Carlos. A Didática e as exigências do processo de escolarização:


formação cultural e científica e demandas das práticas socioculturais. Disponível
em:

LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica. São Paulo: Cortez, 1994.

LIBÂNEO. José Carlos. O essencial da didácticas e o trabalho de professor em


busca de novos caminhos: Disponível em:
http://www.ucg.br/site_docente/edu/libâneo;pdf.ensino.pdf.acesso em 23.11.2013.

TAVARES, Rosilene Horta, Didáctica Geral. Belo Horizonte: Editora, UFMG, 2011.

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